As condenações à invasão russa à Ucrânia multiplicam-se. As movimentações militares ordenadas por Vladimir Putin arrancaram nesta quinta-feira e, só no primeiro dia, morreram 137 pessoas, de acordo com Volodymyr Zelensky.
O próprio presidente da Ucrânia deverá zelar pela sua segurança, no meio de todas as ofensivas do país vizinho, alertou o chefe da diplomacia de França.
“Acho que a segurança do presidente ucraniano é central. Estamos em condições de o ajudar, se necessário. Estou muito impressionado com a sua frieza e estou muito impressionado com a coragem do povo ucraniano”, declarou Jean-Yves Le Drian, em entrevista à rádio France Inter.
O chefe da diplomacia gaulesa considera que Vladimir Putin, presidente da Rússia, é um “cínico e ditador” que decidiu tirar a Ucrânia do mapa actual: “A guerra é total. O presidente Putin escolheu a guerra, escolheu uma ofensiva maciça”.
“Decidiu retirar a Ucrânia do mapa de Estados e realiza as suas ofensivas de forma regular, mecânica, com grande vigor. Hoje é no leste, no sul e na capital, onde a ameaça é reforçada”, analisou Le Drian.
O responsável acha que o caso Donbass “foi apenas um pretexto. O que Putin queria era a submissão da Ucrânia. É uma situação que pode mudar a História”, afirmou.
E, avisa o ministro francês, estas movimentações militares poderão não restringir-se ao território ucraniano: Putin pode chegar à Moldávia e à Geórgia porque o objectivo do líder da Rússia é “semear guerras”.
“Putin reinventa a história, está à deriva. Vimos há alguns anos uma espécie de tripla deriva autoritária: uma deriva interna, externa e uma deriva em interferência de termos. Estamos a fazer de tudo para deter Putin. Ele vai acabar isolado neste mundo”, comentou.
Por isso, há preocupação: “Estamos preocupados com o futuro. Sempre que há uma intervenção deste tipo, Vladimir Putin tenta assustar, intimidar, mas ele sabe muito bem que a aliança atlântica é uma aliança nuclear.”
Em relação a uma eventual intervenção militar, Jean-Yves Le Drian disse que, para já, o foco é “apoiar a resistência ucraniana”.
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