sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Estudante de Medicina implanta aparelho Bluetooth no ouvido para passar no exame final !


Um estudante de Medicina implantou cirurgicamente um dispositivo Bluetooth no ouvido para passar no exame final, depois de ter repetidamente chumbado desde que ingressou no curso, há 11 anos.

O aluno, que estuda Medicina na faculdade privada Mahatma Gandhi Memorial Medical College, implantou um aparelho Bluetooth no interior do seu ouvido, um método invulgar para conseguir copiar e ser bem sucedido no exame final de curso.

Segundo o The Independent, esta terá sito a última e extrema oportunidade para conseguir passar, depois de ter repetidamente chumbado desde que ingressou no curso, há 11 anos.

O estratagema foi descoberto durante uma auditoria surpresa, que decorreu aquando do exame.

O aluno em questão foi apanhado com o aparelho Bluetooth e um outro com um telefone no bolso das calças. “Os dispositivos foram confiscados e as suas folhas de respostas apreendidas”, disse o reitor da Universidade, Sanjay Dixit.

Os funcionários do estabelecimento de ensino comunicaram que o estudante tinha um mini equipamento Bluetooth da cor da pele implantado cirurgicamente dentro do ouvido. O outro aluno, que também foi apanhado com um micro aparelho Bluetooth e um cartão SIM, não tinha qualquer objeto implantado.

O diário escreve que já foi iniciada uma investigação interna ao sucedido. Os responsáveis escolares estão também a considerar apresentar queixa junto das autoridades policiais indianas.

Na Índia, especialmente, é muito comum que os estudantes sejam apanhados a copiar ou a empregar meios para não serem apanhados a fazer batota em exames. Neste país, a concorrência é muito feroz, uma vez que o número de aspirantes (quer a um emprego, quer a um curso numa faculdade) é superior ao número de vagas.

https://zap.aeiou.pt/estudante-medicina-implanta-bluetooth-464337

 

137 mortos no primeiro dia da invasão à Ucrânia - Batalha em aeroporto !


Forças ucranianas tentam reagir à invasão russa. Quase 60 mortos no primeiro dia e mais de 100 mil pessoas a deixar a Ucrânia.

O exército ucraniano dá sinais de estar a reagir, ou a tentar reagir, à invasão russa iniciada na madrugada desta quinta-feira.

Dois navios de carga russos foram atacados por mísseis Forças Armadas da Ucrânia, no Mar de Azove, informou o departamento do serviço de fronteira russo, de Krasnodar. Houve danos materiais e um tripulante ficou gravemente ferido.

Na capital Kiev, onde os exercícios militares já começaram há algum tempo para muitos ucranianos, foram distribuídas mais de 10 mil armas automáticas pela população local, segundo o Ministério do Interior da Ucrânia.

Perante os mais de 60 grupos de militares da Rússia que terão entrado na Ucrânia ao longo do dia, os ucranianos começaram a reagir e teriam recuperado o controlo do Aeroporto Internacional de Gostomel.

O aeroporto localizado perto de Kiev, e ponto importante neste conflito, foi controlado por russos, depois recuperado pelos ucranianos. Mas fonte da presidência ucraniana esclareceu, já de noite, que decorrem conflitos: ucranianos e russos tentam controlar a zona, onde já houve explosões.

Mas em Chernobyl, a Agência Estatal de Regulação Nuclear da Ucrânia informou a Agência Internacional de Energia Atómica que as instalações nucleares e de radiação são agora comandadas pelo exército da Rússia.

A comitiva russa passou a dominar Fidonisi, uma ilha minúscula próxima da Crimeia, a sul da Ucrânia. A confirmação foi dada pelo serviço de fronteiras da Ucrânia.

As forças armadas russas tiveram uma baixa na região de Voronezh (Rússia, junto à fronteira com a Ucrânia), onde uma aeronave caiu. Uma falha no equipamento originou a morte de todos os tripulantes da aeronave, que transportava material militar.

Ao final do primeiro dia da invasão, o presidente da Ucrânia anunciou que morreram 137 pessoas e 316 ficaram feridas. Só em Odessa, sul do país, 22 pessoas morreram na sequência de um bombardeio de uma unidade militar.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, só nesta quinta-feira mais de 100 mil pessoas saíram, ou tentaram sair, da Ucrânia, para fugir da zona de guerra.

Noutra contabilidade, mais de 1.700 pessoas foram detidas na Rússia, por terem participado em protestos contra o conflito. Houve protestos em 53 cidades russas.

Putin e Macron

Entretanto, Vladimir Putin teve uma conversa ao telefone com Emmanuel Macron. Os presidentes de Rússia e Ucrânia abordaram a situação na Ucrânia, indicou o governo de Moscovo.

“Durante uma conversa telefónica solicitada pelo lado francês, o presidente russo Vladimir Putin e o presidente francês Emmanuel Macron tiveram uma troca de opiniões séria e franca sobre a situação na Ucrânia”, lê-se, em comunicado.

O Kremlin acrescentou que Putin deu “explicações abrangentes das razões e das circunstâncias que originaram a decisão de realizar uma operação militar especializada” na Ucrânia.

https://zap.aeiou.pt/57-mortos-no-primeiro-dia-da-invasao-a-ucrania-batalha-em-aeroporto-464443

 

Guerra de Putin pode ser “rápida, brutal e extraordinariamente destrutiva” e Taiwan pode ser a Donetsk da China !


Apesar da ameaça que pairava, o ataque da Rússia à Ucrânia deixou a Europa em choque. Desde a Segunda Guerra Mundial que o Velho Continente não vivia um conflito assim e “a guerra de Putin”, como já é chamada, pode ser “rápida, brutal e extraordinariamente destrutiva”, levando ao “colapso da arquitectura de segurança da Europa pós-Guerra Fria”.

Nesta altura, a estratégia russa quanto à Ucrânia é um pouco um mistério. Mas a teoria dos especialistas militares é que Putin pretende fazer “uma ocupação delimitada” da Ucrânia, para que seja “desmilitarizada e não seja uma base de ataque à Rússia”, como aponta o coronel português Carlos Matos Gomes em declarações à TSF.

Essa ideia já foi veiculada pelos media oficiais russos que falam na “desmilitarização” e na “desnazificação” da Ucrânia.

O especialista britânico Jonathan Marcus da Universidade de Exeter, no Reino Unido, acredita que Putin pretende “derrotar os militares ucranianos e impor um governo disposto a fazer o que Moscovo quer“, conforme uma análise para a BBC.

Marcus refere que a Rússia começou “ataques iniciais contra aeródromos, centros de logística e provavelmente centros de defesa e comando aéreos”, seguidos de “avanços terrestres na Ucrânia a partir do norte, da Crimeia no sul e dos enclaves separatistas orientais em Dombass”.

O objetivo pode ser “isolar a capital ucraniana Kiev e cortar e destruir as forças ucranianas no leste do país”, aponta ainda, frisando que os “ataques contra aeroportos na Ucrânia podem ser, em parte, um esforço para deter e impedir quaisquer outros carregamentos de armas ocidentais para o país”.

Marcus também lembra que “o combate mecanizado moderno é rápido, brutal e extraordinariamente destrutivo“, considerando que é isso que pode acontecer na Ucrânia e reparando que “a Europa não vê lutas assim desde 1945”.

O especialista britânico também alerta que há receios de que os russos possam estar a aproveitar o facto de os holofotes do mundo estarem concentrados na Ucrânia para terminarem “outros negócios inacabados”, por exemplo numa área separatista da Moldávia.

França: Putin pode chegar à Moldávia e à Geórgia

Alemanha ajudou Putin a ganhar tempo

Para o coronel Carlos Matos Gomes, Putin estará interessado em enfraquecer a Ucrânia militarmente para “depois parar e exigir negociações” para “estabelecer um acordo entre os EUA e a Rússia que obrigue a que a Ucrânia seja uma zona neutral“, conforme declarações à TSF.

O que é certo é que este conflito é uma novidade na Europa e precipita “o que muitos temem poder ser o colapso da arquitectura de segurança da Europa pós-Guerra Fria”, conforme destaca uma análise do site Politico.

Pelo meio, os líderes mundiais continuam a tentar chamar a Rússia para o diálogo, como é o caso do Chanceler alemão Olaf Scholz que aponta o dedo a Putin, acusando-o de “trazer sofrimento e destruição para os seus vizinhos” e de “colocar em risco a vida de inúmeras pessoas inocentes” na “nação irmã”.

“Não há justificativa para isto – é a guerra de Putin“, atira ainda Scholz numa publicação no Twitter. “Peço-lhe que páre o ataque imediatamente”, escreve ainda o Chanceler.

Uma posição dura de Scholz que contrasta com a postura habitual de “paninhos quentes” com que a Alemanha vem lidando com as “trapalhices” de Putin.

Aliás, a Alemanha ajudou Putin a ganhar tempo para esta invasão, nomeadamente protelando a suspensão do gasoduto Nord Stream 2 e mantendo o diálogo com os russos, dando-lhes o benefício da dúvida, quando já mais ninguém o fazia.

Mas as culpas podem estender-se ao todo da Comunidade internacional e da NATO que pouco fizeram quando Putin anexou a Crimeia, território ucraniano, e que parecem bastante de mãos atadas novamente.

Os “EUA recusaram-se a acreditar que Putin era tão perigoso como acabou por ser”, escreve o Politico, notando que o “Reino Unido andou mais interessado em atrair a riqueza de oligarcas do que em perguntar de onde é que vinha”.

Mas “nenhum país fez mais para minimizar e perdoar as transgressões da Rússia do que a Alemanha”, destaca a publicação, lembrando que “os alemães gostam de fazer negócios com a Rússia” e que são um bom “match” em termos económicos.

De resto, a opinião pública alemã é bastante pró-russa e há quem acuse a NATO por esta guerra, por se ter “expandido” para o Leste da Europa e por ter ameaçado a Rússia com o prenúncio da entrada na Ucrânia, como realça ainda o Politico.
Biden passa “batata quente” à Europa e à NATO

Entretanto, o presidente dos EUA, Joe Biden, já anunciou que não vai enviar tropas norte-americanas para a Ucrânia.

“Biden está tão determinado a evitar a possibilidade de um encontro militar entre EUA e Rússia que retirou da Ucrânia dezenas de soldados americanos que treinavam os combatentes daquele país”, destaca ainda o Politico.

Assim, a resposta dos EUA deve limitar-se a “palavras de condenação”, a “sanções económicas” e a “esforços para reunir aliados dos EUA para enfrentar Moscovo”, aponta ainda o site.

Biden já repetiu, por várias vezes, que os EUA não têm a “intenção de lutar contra a Rússia”. “Ninguém quer arriscar uma guerra nuclear com a Rússia por causa da Ucrânia”, nota ao Politico uma fonte do Pentágono.

De resto, os EUA não têm grandes razões para intervir, pois a Ucrânia não é um parceiro comercial, nem alberga bases norte-americanas. Além disso, a invasão russa do país não coloca uma ameaça de segurança imediata aos EUA.

Por outras palavras, Biden passa a batata quente aos líderes europeus e à NATO.

Contudo, nesta guerra que ninguém quer, os EUA podem ser forçados a intervir se morrerem norte-americanos no território ucraniano, se os ataques russos atingirem algum país vizinho da NATO ou ainda se a Rússia avançar com ciberataques aos seus interesses.
Taiwan, “a Donetsk da China”?

No meio disto tudo, surge a China numa situação delicada. O presidente chinês Xi Jinping ainda não declarou oficialmente qualquer apoio ao amigo Putin.

Ao longo dos anos, a China sempre defendeu a supremacia da soberania nacional, até à luz da sua realidade territorial quando tem regiões dissidentes como o Tibete e Hong Kong.

Mas há ainda a questão de Taiwan que a China reclama como território seu, contra as reivindicações do Governo do país da ilha.

Após a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, a Força Aérea de Taiwan alertou para a violação do seu espaço aéreo por parte de nove aeronaves chinesas. Mas esse tipo de incidente tem sido recorrente ao longo dos últimos anos.

Contudo, há receios de que a China possa sentir algum ímpeto de invasão a Taiwan, seguindo o exemplo russo e a aparente apatia da comunidade internacional – em especial a declarada não intervenção dos EUA na Ucrânia.

Quanto a Taiwan, os norte-americanos têm sempre mantido alguma ambiguidade, mas têm vendido armas e equipamento militar à ilha.

O Politico repara que o regime de Xi Jinping já está a aproveitar a situação na Ucrânia para falar de Taiwan como “a Donetsk da China”, apelando à comunidade internacional que apoie o país perante tentativas de independência ou de separação da ilha que considera ser território chinês.

Um dia depois de Putin ter reconhecido as regiões separatistas ucranianas, o porta-voz do Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, tratou de sublinhar aos jornalistas que “há apenas uma China no mundo” e que “Taiwan é uma parte inseparável do território chinês”.

Wang Wenbin não comentou directamente a questão na Ucrânia, mas defendeu que “as preocupações legítimas de segurança de qualquer país devem ser respeitadas, e os propósitos e princípios da Carta da ONU devem ser defendidos conjuntamente”.

Um discurso que é muito idêntico ao do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, que, citado pela agência de notícias russa RIA Novosti, aponta que os “amigos ocidentais não respeitam a lei internacional” e “tentam destruí-la”.

A Rússia “estará sempre pronta para o diálogo” que nos “devolva à justiça e aos princípios da Carta da ONU”, vinca também Lavrov.

https://zap.aeiou.pt/guerra-putin-europa-464397


Putin diz que “foi forçado” a invadir a Ucrânia - Biden agrava sanções à Rússia !


O Presidente russo, Vladimir Putin, disse esta quinta-feira que foi “forçado” a invadir a Ucrânia e pediu compreensão aos “parceiros”.

Vladimir Putin disse, esta quinta-feira, que “não teve outra opção” a não ser pedir uma operação especial contra a Ucrânia. O Presidente da Rússia afirmou que todas as tentativas anteriores de Moscovo para mudar a situação de segurança não resultaram em nada.

Na declaração que fez ao país pediu compreensão por parte dos seus “parceiros”, uma vez que considera que “a Rússia permanece como parte da economia global”.

“Não planeamos danificar o sistema a que pertencemos“, referiu, citado pela CNN Portugal. “Os nossos parceiros deveriam perceber isso e não nos devem excluir deste sistema.”

O líder explicou que a Rússia “não teve outra hipótese senão agir de forma diferente”, ainda que tenha consciência de que “não podemos prever riscos geopolíticos”.
 
“Todas as nossas tentativas para mudar a situação foram inúteis. Fomos forçados a tomar estas medidas“, disse, durante uma reunião com empresários.
Biden agrava sanções à Rússia

O Presidente Joe Biden anunciou que Estados Unidos e aliados vão reforçar sanções à Rússia e que o dispositivo da NATO na Alemanha será reforçado com tropas norte-americanas, após a invasão russa da Ucrânia.

“Putin escolheu esta guerra” na Ucrânia, e o Presidente russo e a Rússia “suportarão as consequências de novas sanções”, disse Biden, numa declaração à comunicação social.

A partir da Casa Branca, o Presidente dos Estados Unidos anunciou que irá sancionar empresas de tecnologia e oligarcas russos, impor limites às exportações e bloquear ativos de quatro grandes bancos da Rússia.

Entre as entidades financeiras russas afetadas por estas sanções está o VTB, o segundo maior banco do país e que, segundo Biden, tem 250 mil milhões de dólares (223,3 mil milhões de euros) em ativos.

“Haverá custos severos sobre a economia russa (…) Projetamos estas sanções com propósito de maximizar o impacto a longo prazo sobre a Rússia e minimizar o impacto sobre os EUA e os nossos aliados”, garantiu.

Segundo Biden, as sanções irão limitar a capacidade da Rússia de negociar em dólares, euros, libras e ienes, além de travar a capacidade de Moscovo de financiar o seu Exército.

“Também estamos a bloquear quatro grandes bancos. Isto significa que todos os bens que possuem na América serão congelados”, detalhou o chefe de Estado, num discurso na Casa Branca.

Contudo, Biden não atendeu a um pedido das autoridades ucranianas e deixou de fora das novas sanções cortes ao acesso russo ao sistema financeiro global SWIFT, citando preocupações europeias. “É sempre uma opção, mas no momento não é essa a posição que o resto da Europa deseja tomar”, declarou Biden.

No seu pronunciamento, Joe Biden afirmou ainda que defenderá “cada centímetro do território da NATO”, mas salientou que as tropas norte-americanas não se envolverão em combates na Ucrânia.

“Autorizei o envio de forças adicionais dos Estados Unidos para a Alemanha como parte da resposta da NATO”, disse o Presidente norte-americano à imprensa. “A nossas Forças Armadas não estão a ir para a Europa para lutar na Ucrânia, mas para defender os nossos aliados da NATO e tranquilizar esses aliados“, reforçou.

De acordo com Biden, “quando a história desta era for escrita”, a escolha de Putin de “fazer esta guerra completamente injustificada na Ucrânia deixará a Rússia mais fraca e o resto do mundo mais forte”.

As sanções ditadas pelo líder dos EUA estão de acordo com a insistência da Casa Branca de que tentaria atingir o sistema financeiro da Rússia e o círculo próximo de Putin, ao mesmo tempo em que impõe barreiras de exportação que visam privar as indústrias e os militares russos de semicondutores e outros produtos de alta tecnologia.

Sites governamentais desativados

Vários sites do Governo russo, incluindo os do Kremlin e do Ministério da Defesa, ficaram desativados esta quinta-feira, de acordo um observatório das redes digitais.

Os incidentes ocorreram após o início de uma operação massiva de ataque cibernético contra a Ucrânia, que conseguiu interromper as telecomunicações em algumas das principais cidades do país.

“Confirmado: vários sites governamentais na Rússia, incluindo os do Kremlin e da Duma (Parlamento), ficaram offline; o incidente ocorre no meio a uma avalanche de ataques cibernéticos contra a vizinha Ucrânia”, disse o observatório Netblocks, com sede em Londres, no Twitter.

De acordo com o Netblocks, esta manhã ocorreu uma “grande interrupção” da Internet em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia.

Segundo este observatório, Kharkiv está a sofrer a maior ofensiva nas suas telecomunicações, o que deixou muitos utilizadores sem serviços, e, por enquanto, a capital ucraniana, Kiev, está a ser menos afetada por esses cortes.

O Netblocks já tinha reportado anteriormente uma outra grande interrupção do serviço de Internet em Mariupol, uma importante cidade portuária na região de Donetsk.

https://zap.aeiou.pt/putin-diz-forcado-a-invadir-a-ucrania-464432


Reino Unido exclui Rússia do sistema financeiro britânico !

 
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou esta quinta-feira que que vai proibir a companhia aérea russa Aeroflot no Reino Unido e congelar os ativos do banco VTB, num novo pacote sanções para castigar a Rússia pela invasão da Ucrânia.

Numa declaração no Parlamento, Boris Johnson disse que as novas sanções vão “excluir totalmente os bancos russos do sistema financeiro britânico”, impedindo que os pagamentos passem pelo Reino Unido.

O VTB é um dos maiores bancos da Rússia, com ativos estimados de 154.000 milhões de libras (184.000 milhões de euros), tendo estado envolvido no processo das “dívidas ocultas” em Moçambique.

As medidas vão ser tomadas em conjunto com os Estados Unidos, vincou, com o objetivo de atingir as empresas russas, cujas transações são feitas, em cerca de metade, em dólares norte-americanos e libras esterlinas.

O Governo vai também proibir empresas estatais e privadas russas de angariar financiamento ou comercializar títulos no Reino Unido e limitar o valor monetário que pode ser depositado em contas bancárias no Reino Unido.

As sanções vão estender-se à Bielorrússia por ter acolhido algumas das tropas que invadiram a Ucrânia, resultando, no total, no congelamento de bens em mais uma centena de novas entidades e indivíduos a somar às centenas já sujeitas a sanções.

O Governo britânico vai também impor “controlos rigorosos” sobre alguns componentes eletrónicos, de telecomunicações e aeroespaciais.

“Estas sanções vão limitar as capacidades militar, industrial e tecnológica da Rússia durante muitos anos”, prometeu.

Outra medida é a criação de uma “Célula contra a Cleptocracia” na Agência de Combate ao Crime para identificar a evasão às sanções e bens russos escondidos no Reino Unido. “Isso implica que os oligarcas em Londres não vão poder esconder-se”, disse.

Legislação para tornar mais transparente a propriedade de imobiliário e empresas também vai ser introduzida que pode atingir investidores russos.

Porém, Londres não avançou com a exclusão da Rússia do sistema de pagamentos bancários SWIFT, alegando ser necessária a “unidade dos nossos parceiros no G7 e outros grupos”.

Johnson considerou este “o maior e mais severo pacote de sanções económicas que a Rússia já viu”, o qual foi aprovado pelos partidos da oposição.

Depois de ter participado esta tarde numa videoconferência com líderes do G7, o primeiro-ministro britânico revelou que vai participar numa reunião de líderes dos países da NATO na sexta-feira.

Vai convocar os países que contribuem para a Força Expedicionária Conjunta, liderada pelo Reino Unido e que inclui membros da NATO e não membros da NATO.

Uma nova reunião do comité de emergências COBRA terá lugar esta tarde, seguido por um Conselho de Ministros à noite, adiantou um porta-voz do Governo.

A Rússia lançou esta madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um “pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a “desmilitarização e desnazificação” do país vizinho.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.

https://zap.aeiou.pt/reino-unido-exclui-russia-do-sistema-financeiro-britanico-464429


UE aprova segunda dose de sanções à Rússia já a pensar na terceira !


Novas medidas restritivas assentam em cinco pilares — setor financeiro, energia, transportes, controlos de exportações e política de vistos.

Segundo o Público, as medidas deverão ser adotadas já esta sexta-feira. São sanções de “máximo impacto” sobre a economia e as elites políticas russas, destinadas a responsabilizar o Kremlin pela guerra na Ucrânia.

Foi um longo dia de choque e nervos, o primeiro de um novo conflito em solo europeu, que já se tinha tornado tão previsível quanto inevitável.

Seguindo o seu guião, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu a ordem que faltava às suas tropas para avançarem sobre a Ucrânia.

Cumprindo a sua palavra, os líderes da União Europeia desenharam um novo pacote de sanções e medidas restritivas sobre a economia e as elites políticas russas.

Reservaram o direito de apertar ainda mais o garrote, se o Kremlin não inverter o rumo, cessar as hostilidades e retirar as suas forças do país vizinho.

“Este é um pacote de sanções maciças, direcionadas e de máximo impacto, para responsabilizar o Kremlin”, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que criticou a escolha de Vladimir Putin de “trazer de volta a guerra” para redesenhar os mapas da Europa, mas prenunciou o seu falhanço.

“Tentou o seu melhor para nos dividir, mas falhou por completo. Conseguiu exatamente o oposto. Estamos mais unidos do que nunca, e estamos determinados”, garantiu von der Leyen.

Conforme explicou a chefe do executivo comunitário, as novas medidas que os chefes de Estado e Governo da UE acertaram, após mais de cinco horas de reunião, em Bruxelas, assentam em cinco pilares.

São eles o setor financeiro, a energia, os transportes, os controlos das exportações e a política de vistos.

Os textos jurídicos com o detalhe de todas as medidas foram fechados enquanto os líderes discutiam, e serão revistos esta sexta-feira de manhã, para a adoção (e imediata implementação) pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, na reunião extraordinária do Conselho da UE, convocada pelo Alto Representante para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, na mesma semana.

As sanções financeiras, que visam 70% do mercado bancário da Rússia e as principais empresas estatais, incluindo as da defesa, vão cortar o acesso do Estado e das elites aos mercados de capitais mais importantes.

“Estas sanções aumentarão os custos de financiamento da Rússia, aumentarão a inflação e desgastarão gradualmente a base industrial do país”, estimou Von der Leyen. Quanto aos oligarcas amigos do Presidente Putin, as medidas vão restringir os seus depósitos e impedir que possam continuar a esconder o seu dinheiro na Europa.

O segundo pilar diz respeito ao setor energético, e abrange uma proibição de exportação de petróleo, “impossibilitando a Rússia de modernizar as suas refinarias petrolíferas, que rendem receitas de mais de 20 mil milhões de euros por ano”.

As sanções na área dos transportes passam pela proibição da venda de “aeronaves, peças sobressalentes e outros equipamentos construídos na União Europeia” às companhias aéreas russas. Além disso, a UE vai impor controlos às exportações de tecnologias como semicondutores.

“Finalmente, nos vistos, diplomatas e outros altos funcionários, e empresários, deixarão de ter acesso privilegiado à União Europeia”, concluiu Ursula von der Leyen.
Fazer a Rússia pagar

“A Rússia passou da violação do direito internacional à ação de guerra”, assinalou o primeiro-ministro, António Costa, justificando a escalada da resposta europeia, apenas um dia depois da adoção de um primeiro pacote de sanções que tinham deixado insatisfeitos os líderes ucranianos e sido consideradas frouxas por vários observadores.

No dia em que a Rússia reconheceu a independência de duas províncias separatistas, a UE aprovou imediatamente um primeiro pacote de sanções para a dissuadir de prosseguir a escalada.

Tendo agora passado à guerra generalizada na Ucrânia, a UE aprovou um segundo pacote, que é muito mais extensivo e atinge sectores estratégicos da economia, para fazer a Rússia pagar pela sua ação militar.

E como não há duas sem três, os líderes da UE admitem que um terceiro pacote de sanções poderá chegar tão rapidamente quanto o segundo.

“Obviamente, se a Rússia prosseguir a sua ação, a UE considerará a adoção de medidas suplementares”, afirmou António Costa, sem querer especular se nessa terceira vaga os 27 avançariam com as sanções mais drásticas e com maiores impactos na economia europeia, como a suspensão das importações de gás natural e petróleo ou a exclusão da Rússia do sistema de transferências monetárias internacionais SWIFT.

“Muitos de nós concordamos que a Rússia tem de ser afastada do SWIFT, mas é preciso unanimidade para poder aprovar esta ação de forte impacto relacionada com o sistema de pagamentos, e ainda não estamos nesse ponto”, reconheceu o primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, no final da reunião especial do Conselho Europeu. Porém, antecipou, “já não faltará muito” para haver um conseno.

Apoio e solidariedade

Onde não faltou acordo entre os 27 foi na necessidade de estudar e precaver as consequências nefastas das sanções — e sobretudo das previsíveis contra-sanções — sobre a economia dos Estados-membros.

A Comissão ficou encarregada de elaborar um plano para minorar o impacto deste novo estado de guerra nos preços da energia, e de preparar medidas de apoio ou derrogações em matéria de política de concorrência (ajudas de Estado).

Acordo ainda quanto à necessidade de garantir o apoio humanitário às populações ucranianas deslocadas pelo conflito, e de seguir o princípio da solidariedade na receção e acolhimento de refugiados principalmente pelos Estados-membros que têm fronteiras com a Ucrânia.

Nesse aspeto, Portugal manifestou “total disponibilidade para partilhar a obrigação de assegurar proteção internacional” aos cidadãos ucranianos afetados pelo conflito, com o primeiro-ministro a confirmar a abertura para receber familiares e amigos dos membros da comunidade ucraniana residente no país.

https://zap.aeiou.pt/ue-aprova-segunda-dose-de-sancoes-a-russia-ja-a-pensar-na-terceira-464495


“Ficámos a lutar sozinhos”. De uniforme militar e emocionado, presidente ucraniano diz que é “alvo número 1” da Rússia !

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, lamenta que a Ucrânia está a defender-se sozinha, com o mundo a ver “com medo”. Vestindo um uniforme militar e emocionado, o líder da Ucrânia garante que vai continuar no seu país apesar de ser o “alvo número um” dos russos.

“Continuo na capital com o meu povo”, assegura Zelensky numa comunicação ao país, reportando-se à existência de notícias falsas a anunciarem que já tinha deixado Kiev.

Vestindo um uniforme militar e num tom emocionado, o presidente da Ucrânia assume que é “o alvo número um” dos russos e que a sua família é “o alvo número 2”, considerando que o objetivo da Rússia é “destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado”.

“Nós defendemos o nosso Estado sozinhos. As forças mais poderosas do mundo estão a observar de longe”, salienta ainda Zelensky numa crítica aos países da NATO e da União Europeia (UE) que, até agora, se limitaram a aplicar sanções que ainda não fizeram qualquer mossa a Moscovo.

“Têm todos medo”, critica ainda o líder ucraniano num discurso dirigido à nação. “Sentimos nos nossos céus e na nossa terra que isto não é suficiente”, critica também.

Nas redes sociais, têm sido publicadas imagens que mostram Zelensky de uniforme militar ao lado das tropas ucranianas, num sinal claro à Rússia e ao mundo de que não vai abdicar do seu papel de líder da nação, e num apelo à luta do povo ucraniano.

Elogiando o “heroísmo” ucraniano face ao avanço russo, Zelensky compara a invasão russa ao ataque da “Alemanha nazi” na Segunda Guerra Mundial.

“A Rússia embarcou pelo caminho do diabo, mas a Ucrânia está a defender-se e não vai desistir da sua liberdade independentemente do que Moscovo pensa”, assegura também.
Zelensky apela a uma “coligação anti-Putin”

Nas suas redes sociais, o líder ucraniano também apela a mais sanções. “Nem todas as possibilidades de sanções foram esgotadas ainda”, aponta, sublinhando que é preciso “aumentar a pressão sobre a Rússia”.

“A Ucrânia precisa do apoio dos aliados mais do que nunca”, escreve também, salientando que o país necessita de “assistência internacional efectiva”. “Precisamos de uma coligação anti-guerra” para forçar Putin a sentar-ser à “mesa das negociações”, vinca ainda.

Zelensky desafia a UE a “desligar a Rússia do sistema SWIFT” e a atuar com vista à “introdução de uma zona de não-voo sobre a Ucrânia”, bem como para implementar “outros passos efectivos para travar o agressor”.

O presidente ucraniano já pediu aos países da NATO, do chamado grupo “Nove de Bucareste”, ajuda para defender a Ucrânia.

Este grupo reúne-se nesta sexta-feira, em Varsóvia, e é formado por Bulgária, Eslováquia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, República Checa, Polónia e Roménia, todos membros da NATO e da UE.

Este grupo foi formado em Novembro de 2015, por iniciativa da Roménia e da Polónia, após a anexação da Crimeia por parte da Rússia e do início da guerra separatista no leste da Ucrânia.

Note-se que estes nove países integraram ou estiveram sob a influência da antiga União Soviética.

“Rússia terá de falar connosco”

No seu discurso à nação, o presidente ucraniano também vinca que, “mais cedo ou mais tarde”, a Rússia terá de “falar” com a Ucrânia para pôr fim aos combates e “travar a invasão”.

“Quanto mais cedo esta conversa começar, menores serão as perdas para a própria Rússia”, defende Zelensky, acusando os russos de terem começado a “bombardear áreas civis”.

“Os nossos rapazes e raparigas, todos os defensores da Ucrânia, não permitiram que o inimigo executasse o plano operacional da invasão no primeiro dia“, realça ainda o chefe de Estado ucraniano, salientando que na maioria das direcções, o avanço das tropas russas foi travado e que os combates prosseguem.

https://zap.aeiou.pt/uniforme-presidente-ucraniano-alvo-464486


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Aviões ucranianos abatidos, Kiev fecha cidade - Rússia invade em “várias direcções” !


Não se pode entrar na capital ucraniana, mas locais podem sair. Ex-ministro da Defesa ucraniano descreve manobras russas.

A “operação militar especializada” na Ucrânia, anunciada por Vladimir Putin, começou a originar desde cedo vítimas mortais, segundo relatos provenientes de território ucraniano.

No total, e de acordo com um conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, pelo menos 40 soldados ucranianos morreram na primeira manhã da invasão.

O portal Meduza indica que testemunhas oculares relatam bombardeios a grandes cidades da Ucrânia. O Ministério da Defesa da Federação Russa já negou esse ataque: “Só foram concretizados ataques de alta precisão em alvos militares”.

A Ucrânia fechou completamente o espaço aéreo mas, por terra, está a ser invadido em diversas frentes. O aviso foi dado por Adnriy Zagroidnyuk, ex-ministro da Defesa da Ucrânia.

“A situação é extremamente tensa. O primeiro choque nesta manhã deu-se com os ataques de mísseis, rockets e drones. Alguns dos prédios das nossas forças armadas estão simplesmente destruídos. São todos infraestruturas militares”, analisou Zagroidnyuk, em declarações ao jornal The Guardian.

O antigo ministro acrescentou que os russos já tentaram chegar à capital Kiev através da Bielorrússia – mas o exército ucraniano travou essa ofensiva, com “perdas humanas para os dois lados”.

Actualização de Podolyak

A agência Reuters informa que, nesta quinta-feira, já foi abatido um avião militar ucraniano. Estavam 14 pessoas a bordo e há, no mínimo, cinco mortos.

Ao início da tarde, Mykhailo Podolyak, conselheiro de Zelensky, confirmou que o exército russo está a movimentar-se em “várias direções principais”.

As cidades Chernihiv, Sumy, Kharkiv, Donetsk-Lugansk e Kherson foram atacadas mas as colunas militares dirigem-se apenas nas direcções de Donetsk e de Luhansk – entretanto as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk já anunciaram um ataque às posições das tropas ucranianas naquelas regiões.

Os militares russos já terão passado 100 quilómetros para além da fronteira com a Ucrânia.

E o avião militar abatido, já mencionado, não foi o único: há “perdas significativas” após “seis ou sete aviões” e alguns helicópteros terem sido abatidos. Mais de 10 tanques foram queimados.

Kiev fechada

As autoridades de Kiev fecharam as “portas de entrada”. Pode-se sair da capital ucraniana – há milhares de carros a sair de Kiev nas últimas horas – mas ninguém tem autorização para entrar em Kiev.

Em Kharkiv, outra cidade ucraniana, houve uma tentativa de capturar o noroeste da cidade, por um tanque russo. Há carruagens de metro paradas naquela cidade para poderem transportar mais pessoas. Na mesma cidade soou um alerta de ataque aéreo.

O primeiro-ministro Volodymyr Zelensky declarou estado de emergência na Ucrânia, país que cortou relações diplomáticas com a Federação Russa.

A NATO lamenta que a paz na Europa tenha sido “destruída” por causa desta decisão de Putin. O secretário-geral Jens Stoltenberg avisou: “Um ataque a um será encarado como um ataque a todos”.

Os Estados Unidos da América já deixaram de ter presença diplomática na Ucrânia, a Alemanha considera esta invasão “injustificada”.

https://zap.aeiou.pt/aviao-ucraniano-abatido-kiev-fecha-cidade-russia-invade-em-multiplas-frentes-464340

 

Consequência económica da invasão: barril de petróleo pode chegar aos 115 euros !


Mercados reagem como se esperava: escalada de preços. Barril de Brent chegou aos 100 dólares, o máximo em mais de sete anos.

A ofensiva russa na Ucrânia já mexeu com os mercados. Como se esperava, há uma escalada também nos preços, com destaque para as bolsas, o petróleo e o gás natural.

O dia nas bolsas europeias começou com quedas fortes. Nesta quinta-feira, à hora de almoço, a portuguesa PSI-20 registava uma descida de quase 4%. A Euronext 100 chegava a uma queda de 4,24%, num cenário europeu todo a vermelho: todas as principais bolsas na Europa apresentam descidas, algumas delas consideráveis – a DAX, na Alemanha, caía 5%.

A bolsa de Moscovo foi suspensa ao início da manhã, retomando às 10 horas locais. Caía mais de 33% à hora do almoço.

Em relação ao petróleo, o preço de um barril de Brent ultrapassou os 100 dólares, cerca de 90 euros – este valor não era atingido desde Setembro de 2014, quando estava “fresca” a anexação da Crimeia por parte da Rússia.  

Refira-se que o Brent é o crude negociado em Londres, que depois serve de referência às importações europeias – Portugal, por exemplo.

O jornal Observador lembra que há especialistas que prevêem que, em breve, o barril de petróleo pode chegar aos 130 dólares, pouco mais de 115 euros.

Um pico que deverá mexer muito no preço dos combustíveis, a nível global – recordando que a Rússia é um dos países que exporta mais petróleo.

Os preços do gás natural também “disparam”. Uma subida de quase 30% para entrega em Abril deste ano, de acordo com os dados nos Países Baixos. Para entrega em Junho, os aumentos chegam a 33%. E a Rússia também é um dos principais exportadores de gás natural.

https://zap.aeiou.pt/invasao-russia-ucrania-economia-barril-petroleo-115-euros-464326


“À data de hoje, não há gás natural liquefeito suficiente para substituir todo o gás russo” !


O CEO da Galp lembra que nem na Guerra Fria houve um corte da energia russa à Europa e que este cenário pode colocar ainda mais pressão sobre os preços do petróleo.

Em declarações ao Público, o presidente executivo da Galp, Andy Brown, antecipa que os preços do petróleo continuem a subir com a incerteza trazida pelo início da guerra na Ucrânia.

Brown antecipava que o barril ultrapassasse os 100 dólares, algo que já aconteceu esta manhã. “Está demasiado alto e isso não é bom”, considera, apontando a recuperação das economias pós-covid e a crise na Ucrânia e na Rússia como os factores que explicam estas subidas.

Apesar disto, o responsável da Galp afirma que isto “nunca é uma boa notícia” para uma petrolífera. “No curto prazo as petrolíferas têm mais lucros, mas todos os negócios precisam de enquadramentos estáveis para investir. Não é bom quando os consumidores têm de pagar demasiado pelos combustíveis. De alguma forma, isso até acelerará a mudança do sistema energético, porque as pessoas não vão querer pagar esses preços e vão querer mudar para veículos eléctricos”, afirma.

O problema não é só do petróleo, abrange também o gás tornando-se assim “um problema de electricidade”. “Não há energias que estejam baratas“, refere.

No caso de um corte do fornecimento de gás natural da Rússia à Europa, os Estados Unidos podem tornar-se uma alternativa, mas o CEO da GALP duvida que as importações aos americanos sejam suficientes.

“Hoje, os fornecimentos de gás da Rússia são 40% menores do que eram há um ano. Isso demonstra que, por um lado, a Europa está a sobreviver com menos gás russo. Porém, à data de hoje, não há suficiente gás natural liquefeito [GNL] disponível para substituir todo o gás russo. Há muita procura e muitas cargas que já têm comprador, muitas com destino à Ásia, por exemplo. Esta é a situação actual e leva muito tempo para construir nova capacidade de GNL”, considera.

As reservas da Europa são ainda “muito baixas”, pelo que a preocupação não é só “em relação aos fornecimentos”, mas também “relativamente ao armazenamento”.

“Podem ser feitas algumas coisas [para reduzir consumos], como por exemplo substituir o gás usado para a produção de electricidade por combustíveis líquidos, mas isso significaria que teríamos de comprar mais combustíveis líquidos, o que por sua vez colocaria mais pressão sobre os preços do petróleo“, afirma.

Brown recorda que nem durante a Guerra Fria houve cortes no fornecimento da energia russa à Europa, pelo que este cenário seria “uma mudança completa de paradigma”.

https://zap.aeiou.pt/nao-ha-gas-subsitituir-russo-464253

 

Rússia invade Ucrânia !


Meios de comunicação internacionais avançam que as primeiras movimentações bélicas já causaram 8 mortes e 11 feridos. Capital ucraniana com filas de quilómetros de carros com cidadãos que pretendem abandonar o território.

Quando faltavam 10 minutos para as 6h da manhã em Moscovo, e o Sol estava prestes a erguer-se na capital russa, Vladimir Putin falou aos seus compatriotas para anunciar o que há semanas os governos europeus e norte-americano vinham a antecipar, mas que o Kremlin insistiu em classificar como “especulações provocatórias“. Perante os pedidos dos rebeldes para que as forças russas lhes prestassem apoio militar contra a Ucrânia, Vladimir Putin acedeu, criando um pretexto para a invasão.

Fez saber que a Rússia iria iniciar uma “operação militar especial” com o objetivo de “desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia. O anúncio fez-se acompanhar de um aviso: “qualquer tentativa estrangeira de interferir com a ação russa levará a consequências nunca antes vistas“. Desde o anúncio até que os jornalistas de órgãos de comunicação social internacionais presentes na Ucrânia começarem a reportar as primeiras explosões e troca de tiros foram precisos apenas poucos minutos.

Há relatos de incidentes nas cidades de Kramastorsk, Belgorod, Kharkiv, Odesa, Ivano-Frankivsk, Mariupol ou até na capital, Kiev – onde as sirenes de emergência tocaram às 7h da manhã, hora local.

À mesma hora que Putin se dirigia aos Russos, a um oceano de distância, a Organização das Nações Unidas, que reunia o seu Conselho de Segurança a pedido da Ucrânia, deparava-se com uma total impotência. Sentados à mesma mesa, em Nova Iorque, estavam representantes dos Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, numa tentativa desesperada de travar um conflito que, naquela altura, já se havia iniciado. António Guterres, secretário-geral da ONU, disse-o taxativamente: “Presidente Putin, evite que as suas tropas entrem na Ucrânia”.

Na sala, os ecos do discurso do líder russo já se faziam sentir, com o embaixador ucraniano a usar palavras de Putin para elucidar os restantes países para os perigos que a Ucrânia corria a partir daquele momento. A mensagem parecia não surtir qualquer efeito junto do representante russo, Vasily Nebenzya, a dirigir a reunião, que continuava a negar a existência de uma guerra – ao mesmo tempo que se registavam explosões em Kiev. Segundo o próprio, o objetivo da operação é proteger a região de Donbass, a qual inclui as cidades de Donestsk e Lugansk.

Os incidentes armados sucederam-se nas primeiras horas do dia, mas as cidades ucranianas a amanhecerem com relativa calma, apesar dos ataques que acontecem sobretudo por via aérea. De acordo com os repórteres no local, o grande e principal sinal de que uma invasão está em curso vem das principais estradas de saída da capital ucraniana, com filas de quilómetros de carros com pessoas que pretendem abandonar não só Kiev, mas o país.

Nas redes sociais começam também a circular vídeos onde se podem ver as tropas russas a entrar em solo ucraniano, ainda que os avanços tenham ocorrido Norte, Leste e Sul – com especial destaque para a Crimeira, território anexado pela Rússia em 2014 no âmbito de outra operação armada. A agência Reuters noticia a morte de 8 pessoas e o ferimento de 11 como consequência das primeiras movimentações bélicas.

“Uma mulher e uma criança ficaram feridas na região de Konopot, onde um carro se incendiou. Na cidade de Podolsk, na região de Odessa, há sete mortos, sete feridos e 19 desaparecidos como resultado do bombardeiro. Na cidade de Mariupol, cidade de Donetsk, há um morto e dois feridos”, descreveu Anton Guraschenko, assessor do Ministério do Interior na plataforma Telegram.

No entanto, é provável que ao longo das próximas horas e dias surjam informações contraditórias relativamente ao número de baixas, com os dois lados a tentar exacerbar as suas conquistas bélicas. O mesmo acontece no que respeita à participação de forças externas no conflito. Inicialmente, as autoridades ucranianas davam conta da participação da Bielorrúsia no ataque, um cenário que o país já veio afastar.

Reações europeias e norte-americana

Ao início desta manhã, a presidente da Comissão Europeia anunciou novas “sanções pesadas” contra a Rússia depois do início dos ataques, deixando também o aviso para que Vladimir Putin “não subestimasse” a União Europeia.

“Estamos perante um ato de agressão sem precedentes por parte da liderança russa contra um país soberano e independente. O alvo dos russos não é apenas Donbass, o alvo não é apenas a Ucrânia, o alvo é a estabilidade na Europa e toda a ordem internacional de paz e responsabilizaremos o Presidente Putin por isso, pelo que, ainda hoje apresentaremos um pacote de sanções pesadas e direcionadas aos líderes europeus”, anunciou a responsável.

Ursula von der Leyen disse ainda, numa curta declaração à imprensa, que as novas medidas atingirão “setores estratégicos da economia russa, bloqueando o acesso a tecnologias e mercados que são fundamentais para a Rússia”.

“Enfraqueceremos a base económica da Rússia e a sua capacidade de modernização e, além disso, iremos congelar os ativos russos na União Europeia e impedir o acesso dos bancos russos aos mercados financeiros europeus.”

Já Josep Borrell, Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da União, descreveu as caracterizou os últimos acontecimentos na Ucrânia como “as horas mais negras para a Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O diplomata confirmou que os 27 chefes de Estado e governo europeus vão discutir e votar um “pacote de sanções mais forte e mais severo que alguma vez implementámos”.

“Uma grande potência nuclear atacou um país vizinho e ameaça represálias contra qualquer outro Estado que possa vir em seu socorro”, descreveu Borrel. “A União Europeia responderá com a maior veemência possível. A liderança russa enfrentará um isolamento sem precedentes”, assegurou.

Para além das sanções, a União Europa está também a preparar um programa de assistência urgente à Ucrânia.

Joe Biden, em comunicado, fala num “ataque injustificado” que vai resultar “em sofrimento e perdas humanas catastróficas”. “A Rússia, e apenas ela, é responsável pela morte e pela destruição que este ataque vai provocar”. O presidente norte-americano apontou ainda que “o mundo vai exigir contas” a Moscovo.

Ainda segundo o mesmo documento, Joe Biden vai reunir-se ao longo do dia de hoje com os homólogos do G7.

Presidente ucraniano promete “armas a quem quiser defender o país”

Volodimir Zelenskii, presidente da Ucrânia, escreveu no Twitter que o Governo do país dará armas “a quem quiser defender o país“. “Preparem-se para apoiar a Ucrânia nas praças das nossas cidades” afirmou o governante, incentivando a mobilização da população. Já numa publicação no Facebook, Valery Zalouzhni, comandante das Forças Armadas ucranianas, fez saber que o presidente do país ordenou às tropas de Kiev que infligissem o maior número de baixas às forças russas.

Posteriormente, numa declaração ao país, Volodymyr Zelensky também anunciou o corte das relações diplomáticas com a Rússia, recordando que a relação entre Kiev e Moscovo foi mantida mesmo depois de a Rússia ter anexado a península da Crimeia, em 2014.

https://zap.aeiou.pt/de-especulacoes-provocatorias-a-operacao-militar-especial-russia-invade-ucrania-464239


A que sabe a luz das estrelas ? Coca-Cola tem um novo sabor inspirado no Espaço !


A que sabe a luz das estrelas? A Coca-Cola Starlight, uma nova versão de edição limitada do refrigerante que vem nas versões normal e zero açúcar, chega à América do Norte, Europa e Ásia este mês.

Em comunicado, a Coca-Cola explicou que a Starlight é inspirada no Cosmos e incluiu notas que lembram a contemplação das estrelas em volta de uma fogueira, “bem como uma sensação de arrefecimento que evoca a sensação de uma viagem fria ao Espaço”.

“Coca-Cola Starlight combina o grande sabor da Coca-Cola com um toque do inesperado, incluindo uma tonalidade avermelhada“, acrescentou a empresa, citada pela CNN.

Ao contrário da “baunilha” ou da “cereja”, não está totalmente claro qual o sabor da luz das estrelas. Alguns internautas que viram imagens do novo produto online já há alguns meses partilharam algumas teorias.

Uma delas defendia que a Starlight tem sabor a framboesa, porque “uma rápida pesquisa no Google” permite-nos saber que o Espaço sabe a este fruto. Um artigo do The Guardian, datado de 2009, defendia que os astrónomos acreditavam que o centro da galáxia pode ter gosto a framboesa e cheiro de rum.

Mais recentemente, um YouTuber que experimentou o produto notou um sabor a “chocolate e bolacha“, uma teoria que levou outro internauta a tentar adivinhar que o sabor é de “s’mores” – marshmalows assados entre duas bolachas Graham Cracker barradas com chocolate.

A nova bebida é o primeiro produto de uma nova “plataforma de inovação” conhecida como Coca-Cola Creations, que envolve o uso de tecnologia de realidade aumentada e que inclui uma campanha de marketing digital com a cantora Ava Max.

“A Coca-Cola Creations pretende surpreender, encantar e envolver o público através de gostos, momentos e colaborações mágicos e inesperados – algo que sabemos que os nossos fãs têm vindo a esperar de nós”, disse Oana Vlad, diretora de estratégia de marca global da Coca-Cola, em comunicado.

O sabor refrescante e adocicado, com uma cor avermelhada e embalagem inspirada nas galáxias, já foi lançado nos Estados Unidos e prevê-se que esteja disponível na América do Norte, Europa e Ásia nos próximos dois meses.

https://zap.aeiou.pt/a-que-sabe-a-luz-das-estrelas-coca-cola-463872

 

“Intoxicação severa”: Emiliano Sala ficou inconsciente com monóxido de carbono antes de morrer !


O avançado argentino Emiliano Sala foi vítima de envenenamento por monóxido de carbono, momentos antes da sua morte.

Nos últimos testes realizados ao corpo de Emiliano Sala, verificou-se que o avançado argentino, que ia assinar contrato com o Cardiff, esteve exposto a níveis muito altos de monóxido de carbono antes da queda do avião em que seguia.

De acordo com a BBC, o patologista Basil Purdue escreveu no relatório final que o jogador já se encontrava “profundamente inconsciente” aquando da queda do avião no mar.

Os exames levados a cabo ao sangue do avançado detetaram uma saturação de monóxido de carbono na ordem dos 58%, alegadamente devido ao fumo libertado pelo motor da aeronave. Estes valores terão provocado uma “intoxicação severa” ao atleta.

Apesar de Purdue ter revelado que Sala morreu devido a lesões severas na cabeça e tronco, antes da morte, o antigo jogador terá ficado “profundamente inconsciente” no momento do impacto.

O avião que transportava o jogador argentino de 28 anos desapareceu dos radares em 21 de janeiro, pelas 20h, quando o futebolista e o piloto David Ibbotson, de 59 anos, seguiam viagem de Nantes para Cardiff, onde o atleta era esperado no dia seguinte para treinar no seu novo clube.

Os destroços da aeronave foram localizados por uma equipa de busca privada comandada pela família Sala e, no dia seguinte, um corpo foi localizado na aeronave. O avião foi encontrado no Canal da Mancha a cerca de 20 quilómetros a norte de Guernsey, perto da zona da sua última transmissão.

Emiliano Sala, que havia assinado por três anos e meio, foi a maior transferência já feita pelo clube galês.

https://zap.aeiou.pt/emiliano-sala-inconsciente-antes-morrer-464143

 

Covax tem, pela primeira vez, vacinas a mais para doar aos países mais pobres !


Iniciativa estima que as doações comecem a diminuir nos próximos meses, à medida que os países ricos fecham o ciclo da pandemia.

Depois de um ano a gerir os constrangimentos inerentes a um processo de vacinação global durante uma pandemia, a Covax, iniciativa internacional de partilha de vacinas contra a covid-19, tem finalmente vacinas a mais para doar pelos países mais pobres. De facto, nesta fase, o problema cinge-se mais à procura do que com a oferta, com a iniciativa a procurar um país, ou países, que necessitem de 300 milhões de doses.

Aquando do início do processo de vacinação – nas últimas semanas de 2020 e primeiras de 2021, dependendo dos territórios, – os países mais ricos do mundo adquiriam a maior parte das vacinas, inoculando as suas populações primeiro, criando um fosso de desigualdade também no que concerne às inoculações. Atualmente, mais de 70% das pessoas dos países ricos já foram vacinadas, ao passo que nos territórios mais pobres apenas um terço dos indivíduos estão imunizados por via da vacinação.

Quando a dificuldade deixou de ser a quantidade de vacinas disponíveis, os países enfrentaram dificuldades logísticas, como problemas nas cadeias de frio, mas também sociais, como hesitação vacinal ou falta de recursos económicos para apoiar a rede de distribuição.

Segundo a Reuters, em janeiro deste ano, a Covax tinha 436 milhões de vacinas para distribuir, mas os países abrangidos pelo programa pediram apenas 100 milhões de doses para serem distribuídas até ao final de maio. Esta foi a primeira vez em 14 rondas que a oferta por vacinas da covid-19 superou a procura.

Tal como explicou um porta-voz da Aliança Global para as Vacinas (Gavi), que administra a Covax juntamente com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Covax está agora numa situação em que há oferta atual suficiente para responder à procura, mas reconheceu que todo o o processo de vacinação que se segue à receção das vacinas tem falhas em vários países menos desenvolvidos.

“Só acabaremos com a lacuna da equidade de vacinas de uma vez por todas se pudermos ajudar os países a lançar os processos de vacinação rapidamente em em larga escala”, explicou o porta-voz. Ainda assim, ressalvou, que não forem atribuídas pela Covax nesta fase poderão ser alocadas no futuro.

No entanto, este atraso e o facto de existirem vacinas a mais é particularmente grave no caso das vacinas da Pfizer-BioNTech, que precisa de ser mantida a temperaturas ultra-negativas, a qual se tornou a principal vacina doada pelo programa global. Países africanos, como o Burundi e a Guiné-Conacri, têm lacunas em todas as etapas da cadeia de frio, tanto no que respeita ao território nacional como nos centros de distribuição locais, de acordo com uma investigação da UNICEF.

Este problema é naturalmente agravado pela falta de recursos económicos e reforça as preocupações de que a Covax não investiu com a devida rapidez nas infreaestruturas e equipamentos nos países que iriam receber as vacinas. Aliás, estima-se que as verbas destinadas a financiar estas iniciativas globais também comecem a escassear, à medida que que os países mais ricos começam a superar a pandemia.

De acordo com a Gavi, neste trimestre, apenas conseguiu angariar 195 milhões dos 5,2 mil milhões que estava a pedir, verba que será usada para adquiri e fazer o envio de vacinas, mas também fornecer seringas e apoio à entrega nos países mais pobres.

https://zap.aeiou.pt/covax-tem-pela-primeira-vez-vacinas-a-mais-para-doar-aos-paises-mais-pobres-464083

 

O problema nas sanções à Rússia: Se afectam a economia russa, afectam as economias ocidentais !


Especialistas não acreditam que os países do Ocidente vão deixar de importar energia da Rússia, ou anunciar sanções aos maiores bancos russos.

A partir do momento em que Vladimir Putin reconheceu a soberania das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, na Ucrânia, as reacções e as sanções multiplicaram-se.

A Comissão Europeia deverá condicionar as relações económicas entre a União Europeia e as duas regiões separatistas, prevendo também o congelamento de bens de dois bancos privados russos.

Os Estados Unidos da América repetem as sanções a dois bancos russos, alargando as sanções às “elites russas e respectivas famílias”.

Na Alemanha, o chanceler Olaf Scholz anunciou que vai interromper o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2, para distribuição de gás natural russo à Alemanha. Mas o impacto real de decisões como esta é reduzido.

Os analistas da X-Trade Brokers, a XTB, sublinham esta ideia e indicam que o impacto é limitado e que várias sanções anunciadas, até agora, “são apenas simbólicas“.

“É uma lista de sanções longa mas a maioria dessas sanções não terá um impacto material sobre a economia russa”, indicam os especialistas da XTB.

Sobre a suspensão do processo do Nord Stream 2, “não se pode excluir que a suspensão seja levantada mais cedo ou mais tarde”.

E as sanções aos dois bancos russos não envolvem os maiores bancos da Rússia: Sberbank e VTB Bank.

As sanções teriam de ser outras, para travar realmente Putin. Mas há um problema: “Quaisquer medidas que resultam num maior impacto na economia russa também significariam um impacto negativo nas economias ocidentais”.

As sanções mais fortes seriam outras duas: deixar de importar energia proveniente da Rússia – e esta seria “o maior golpe para a economia russa” – sanções aos dois bancos russos já mencionados.

No entanto, os países do Ocidente também seriam muito afectados. A suspensão na importação de energia “não está sequer a ser considerada”; aliás, o maior receio é que pode ser Putin a anunciar essa suspensão, o que aumentaria muito os preços da energia na Europa. E as sanções aos maiores bancos iriam também interferir nos investimentos ocidentais na Rússia.

https://zap.aeiou.pt/sancoes-russia-economia-ocidente-464192

 

Sites do Governo da Ucrânia alvo de ciberataque !


A Ucrânia já confirmou o novo ataque de negação de serviço distribuído, também conhecido pela sigla DDoS, a sites estatais.

Citado pela Fox News, Mykhailo Fedorov, ministro da Transformação Digital da Ucrânia, referiu que as contínuas perturbações dos websites do Governo são o resultado de um novo ataque em massa de DDoS.

“Por volta das 16 horas, começou outro ataque em massa de DDoS ao nosso Estado”, disse Fedorov, no Telegram.

“Temos dados relevantes de vários bancos e há também problemas de acesso a site do Verkhovna Rada [Parlamento] (já em funcionamento), do Gabinete de Ministros e do Ministério dos Negócios Estrangeiros“, acrescentou.

O governante disse ainda que os sites em funcionamento conseguiram “mudar o tráfego para outro fornecedor de serviço de modo a minimizar os danos”.  

Segundo a agência de notícias russa Interfax, os ataques de negação de serviço distribuído aproveitam os limites de capacidade que se aplicam a todos os recursos de rede, como a infraestrutura que viabiliza o site de uma empresa, enviando solicitações para o recurso Web invadido.

O objetivo é exceder a capacidade do site e impedir, assim, o seu normal funcionamento.

Na semana passada, quatro sites do Governo ucraniano foram afetados por um ataque DDoS, incluindo do Ministério da Defesa, o Ministério das Forças Armadas e dois dos maiores bancos do país. Na altura, as autoridades ucranianas sugeriram que o ataque DDoS era de origem russa.

Durante esta semana, à medida que a escalada de tensão entre a Ucrânia e a Rússia se intensifica, as autoridades ucranianas adiantaram que estavam em curso planos de hackers para lançar grandes ataques a várias instituições.

Kiev exige “garantias de segurança”

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exigiu esta quarta-feira “garantias de segurança” para o seu país, por parte do Ocidente e de Moscovo, perante a ameaça de uma invasão russa.

“A Ucrânia precisa de garantias de segurança claras e concretas, imediatamente“, disse Zelensky durante uma conferência de imprensa, em Kiev, com os seus homólogos da Polónia, Andrzej Duda, e da Lituânia, Gitanas Nauseda.

“Creio que a Rússia deve estar entre os países que devem dar essas garantias claras de segurança”, acrescentou, lembrando que se ofereceu repetidas vezes para se encontrar com o Presidente russo, Vladimir Putin, na tentativa de encontrar uma solução para a crise.

Zelensky aproveitou a conferência de imprensa para agradecer aos seus homólogos polaco e lituano pelo apoio e pelas entregas de armas e equipamento militar a Kiev, dizendo que o que está em jogo, nas fronteiras do seu país, é o futuro da Europa.

“Estamos unidos na crença de que o futuro da segurança europeia está a ser jogado agora, aqui, na Ucrânia”, explicou, referindo-se à escalada de tensão na região de Donbass, depois de, na segunda-feira, Moscovo ter anunciado o reconhecimento das autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e de Lugansk.

O Conselho de Segurança da Ucrânia pediu hoje que seja instaurado um estado de emergência no país face aos receios crescentes de uma iminente invasão russa.

Kiev já tinha anunciado a mobilização de reservistas, dos 18 aos 60 anos, e apelado aos seus cidadãos para saírem da Rússia, país que acusa juntamente com o Ocidente de estar a preparar uma ofensiva em grande escala no território ucraniano.

Conselho Europeu convocado de urgência para quinta-feira

O presidente do Conselho Europeu convocou uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) para quinta-feira, em Bruxelas, para discutir a escalada da tensão entre Ucrânia e Rússia.

“O uso da força e da coerção para mudar fronteiras não tem lugar no século XXI. Convoco um Conselho Europeu especial para amanhã [quinta-feira] em Bruxelas para discutir os últimos desenvolvimentos relacionados com a Ucrânia e a Rússia”, anunciou o presidente do Conselho, Charles Michel, no Twitter.

A cimeira será realizada em formato presencial e está agendada para as 20:00 de Bruxelas (19:00 de Lisboa).

https://zap.aeiou.pt/sites-governo-ucrania-alvo-ciberataque-464188

 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Uma startup suíça afirma ter descoberto os autores de QAnon !


Dois estudos na Suíça e em França apontam para Paul Furber e Ron Watkins como os prováveis autores de mensagens que iniciaram o movimento QAnon.

Segundo a Silicon Republic, os autores da teoria da conspiração QAnon, que desempenhou um papel importante nos ataques de janeiro de 2021 no Capitólio dos Estados Unidos, há muito que estão envoltos em mistério.

Pela primeira vez, dois estudos distintos afirmam agora ter utilizado a tecnologia para identificar quem está realmente por detrás da QAnon.

Um estudo realizado pela startup suíça OrphAnalytics identificou Paul Furber e Ron Watkins como os dois indivíduos que é mais provável que sejam os autores das primeiras mensagens QAnon, que apareceram em finais de 2017 no antigo 4chan, fórum banido por divulgar mensagens de ódio.

Entretanto, um estudo francês realizado por investigadores da École Nationale des Chartes em Paris também encontrou os mesmos dois indivíduos e apontou-os como responsáveis pela teoria da conspiração viral.

Ambos os estudos foram conduzidos por equipas de linguistas forenses, que utilizaram a tecnologia computacional para analisar os estilos de escrita de uma lista de potenciais autores, realizada por jornalistas de investigação.

Através de exemplos retirados de textos anteriores, compararam o estilo de escrita com mensagens QAnon em 4chan e, mais tarde, em 8chan.

O QAnon é um movimento que junta várias teorias da conspiração e que surgiu nos Estados Unidos em 2017.

O movimento nasceu na extrema-direita norte-americana em fóruns na internet, onde um anónimo, que se identificava como “Q”, publicava informações falsas afirmando ter informações secretas de agências de segurança sobre a elite corrupta que lidera os EUA, formada por pedófilos satanistas que sequestram e sacrificam crianças.

Em outubro de 2020, conspiracionistas portugueses inspirados nas teorias QAnon apresentaram uma denúncia à Procuradoria-Geral da República, na qual sugerem que Portugal e Espanha são governados por uma elite pedófila que se dedica ao tráfico sexual de menores.

O grupo tem enfrentado proibições em grandes plataformas de comunicação social, tais como Facebook e Twitter.

“O QAnon vai alimentar os estudos sociais durante muito tempo, e talvez mesmo a história, como um dos movimentos mais singulares e preocupantes do nosso tempo. A identificação dos seus autores e das suas motivações é de grande importância para orientar futuros debates”, afirmou Lionel Pousaz, co-fundador da OrphAnalytics.

Quem são?

Os dois homens identificados, Furber e Watkins, são ambos figuras conhecidas de direita, envolvidas no mundo da tecnologia.

Furber, descrito pelo The New York Times como o “primeiro apóstolo” do movimento QAnon, é um criador de software e jornalista sul-africano.

Watkins é um administrador do website americano que concorre ao Congresso no estado americano do Arizona.

Os dois estudos afirmam que as mensagens publicadas no 4chan entre outubro e dezembro de 2017 sob o nome de Q são muito provavelmente o resultado de uma colaboração entre Furber e Watkins, com Furber a desempenhar o papel principal. Ambos os homens negaram as alegações.

A OrphAnalytics realça que quando o QAnon se mudou para o novo fórum 8chan, propriedade do pai de Watkins Jim, Watkins foi provavelmente o único autor das mensagens. Segundo os investigadores, os vestígios do estilo de escrita de Furber diminuem por esta altura, enquanto Furber criticou publicamente as mensagens de QAnon no 8chan.

Em entrevista ao The New York Times, Furber não negou que a sua escrita se assemelhava às mensagens publicadas por Q no 4chan.

Em vez disso, argumentou que os posts feitos por Q o tinham influenciado ao ponto de o seu estilo de escrita ter sido alterado para corresponder a Q. Watkins elogiou as publicações, mas também disse ao The New York Times que não era Q.
Como é que os estudos foram realizados?

Ambos os estudos utilizaram tecnologia informática para analisar os estilos de escrita pessoais de variados possíveis autores.

O estudo da OrphAnalytics baseou-se em modelos estatísticos que contam e comparam pequenas cadeias de caracteres para extrair uma assinatura individual da pessoa. Este método, segundo a OrphAnalytics, tem sido utilizado em “vários contextos criminais”.

Entretanto, o estudo na École Nationale des Chartes utilizou IA e machine learning para alimentar um modelo com fragmentos de extratos de escrita dos potenciais autores, até que o modelo aprendesse o estilo de escrita única de cada indivíduo — um método utilizado em estudos literários.

Florian Cafiero, investigador do Centro Nacional Francês de Investigação Científica e co-autor do estudo, referiu que é possível que o verdadeiro autor das mensagens QAnon “simplesmente não faça parte da nossa lista restrita“, mas acrescentou que os resultados de ambos os estudos são “bastante claros”.

“No segundo período [2018 em diante], uma semelhança estilística acidental entre Watkins e um autor ainda por identificar parece bastante improvável“, acrescentou o investigador.

Claude-Alain Roten, CEO da OrphAnalytics, partilhou a mesma confiança nos resultados. “O simples facto de duas abordagens muito diferentes apontarem para os mesmos indivíduos é, por si só, uma forte evidência. Porque unimos forças, podemos estar bastante confiantes nos nossos resultados”.

https://zap.aeiou.pt/uma-start-up-suica-autores-de-qanon-463936





“Isto é o início de uma invasão da Ucrânia”: Biden anuncia novas sanções contra a Rússia !


Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, anunciou esta tarde as sanções do país à Rússia, que vão “muito além das impostas em 2014”.

“Ontem, Putin reconheceu duas regiões da Ucrânia como independentes e, de forma bizarra, considerou que já não fazem parte da Ucrânia”, começou por dizer o Presidente norte-americano, sublinhando que o seu homólogo russo “cortou um grande pedaço” do terreno soberano da Ucrânia.

“Isto é o início de uma invasão da Ucrânia“, frisou Joe Biden, lembrando que Vladimir Putin pediu autorização da Duma para enviar tropas para fora do país, um pedido entretanto aceite. “Acreditamos que Vladimir Putin preparou o raciocínio para justificar uma expansão mais profunda dentro do território ucraniano.”

Considerando que a Rússia “não tem direito” de declarar a existência de novos países em território ucraniano, salientou que esse reconhecimento dos movimentos independentistas nas regiões do leste “é uma flagrante violação do direito internacional“.

Desta forma, prosseguiu, os Estados Unidos vão avançar com sanções a dois bancos russos, assim como às “elites e seus familiares“.

“A partir de amanhã, e nos dias seguintes, vamos também impor sanções contra as elites russas e respetivas famílias que partilham dos ganhos corruptos das políticas do Kremlin, e também devem partilhar as dores”, explicou, citado pelo Observador.

Biden anunciou também mais um reforço de tropas norte-americanas nos países da NATO do leste da Europa. “São posições defensivas. Não temos intenção de lutar com a Rússia”, esclareceu o Presidente.

“Defender a liberdade vai ter custos, para nós, aqui em casa também”, disse Biden, garantindo, logo de seguida, que irá tentar “limitar a dor infligida aos americanos quando abastecerem os carros” – uma referência a uma possível subida nos preços do petróleo.

“Vou tomar medidas robustas para garantir que a dor das sanções é dirigida à economia russa e não à nossa”, assegurou.

O discurso à nação terminou com a esperança de “que a diplomacia ainda esteja disponível” para servir de solução e, assim, evitar “o sofrimento de milhões de pessoas”. Os Estados Unidos vão continuar a dialogar para evitar um conflito.

A União Europeia (UE) também anunciou, esta tarde, um pacote de sanções contra a Rússia, que surge após Vladimir Putin ter assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste da Ucrânia), e de ter ordenado a mobilização do exército russo para “manutenção da paz” nestes territórios separatistas pró-russos.

A decisão de Putin foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

Em 2014, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia, depois da queda do Governo pró-russo em Kiev, e elaborou um referendo sobre o regresso do território à Federação Russa. Desde então, Kiev está em conflito com separatistas pró-russos no leste do país.

https://zap.aeiou.pt/biden-anuncia-novas-sancoes-russia-464013


Mistério do Apple-1 desvendado - Já sabemos quem escreveu os números de série à mão !


O Apple-1 foi o primeiro computador produzido pela Apple, em 1976. Algumas das unidades remanescentes da máquina possuem números de série escritos à mão – e quase 50 anos depois, ninguém sabia ao certo quem os escreveu. Até agora.

Segundo o portal 9to5Mac, Steve Wozniak, co-fundador da Apple que concebeu e montou à mão o primeiro Apple-1, negou que os números tivessem a sua caligrafia.

Seguiram-se Steve Jobs e Daniel Kottke, o empregado encarregado da montagem e teste de algumas das placas de circuito, que também rejeitaram terem sido os autores da inscrição, adensando o mistério.

Uma das hipóteses mais populares deste longo enigma à volta da empresa de Cupertino apontava para Paul Terrell, o proprietário da loja que comprou as primeiras 50 unidades do computador, mas o responsável acabou por também negar.

Para pôr fim à especulação, Achim Baqué, curador do site Apple-1 Registry, que inclui um catálogo de todas as unidades do Registo Apple-1 conhecidas, viajou da Alemanha para os Estados Unidos e recorreu aos serviços da PSA, uma empresa que fornece serviços de autenticação para autógrafos e outras caligrafias manuscritas.

Os peritos recolheram todas as imagens disponíveis do número de série em questão e realizaram uma análise grafológica longa e complexa.

Os resultados, conhecidos três meses depois do início deste trabalho, colocaram um ponto final neste misterioso caso: o autor foi Steve Jobs. Já a razão pela qual o co-fundador da Apple marcou estas unidades é um segredo que ficará por resolver para sempre.

O Apple-1 foi o primeiro modelo de computador produzido pelo gigante da tecnologia.
Chegou às lojas em 1976, tendo sido produzidas apenas 200 unidades. As primeiras 100 tinham o número de série escrito à mão na placa principal no formato “01-00###”.
 
https://zap.aeiou.pt/misterio-do-apple-1-desvendado-463971



UE aprova por unanimidade pacote de sanções para “atingir e muito” a Rússia !

Josep Borrell, Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia (UE)
O pacote de sanções à Rússia tem como objetivo “atingir e muito” as autoridades do país, após reconhecimento de territórios separatistas no leste ucraniano.

O chefe da diplomacia da União Europeia anunciou, esta terça-feira, a aprovação, por unanimidade entre os 27 Estados-membros, de um pacote de sanções à Rússia, visando “atingir e muito” as autoridades russas, após reconhecimento de territórios separatistas no leste ucraniano.

“Devido a esta situação, hoje, os países europeus deram uma resposta rápida […] e chegaram a um acordo unânime entre os 27 Estados-membros para adotar um pacote de sanções que apresentei ao Conselho após longas horas de negociações”, anunciou Josep Borrell, em conferência de imprensa em Paris, após uma reunião convocada de urgência na véspera para discutir a imposição de sanções à Rússia.

Vincando que “este é um momento particularmente perigoso para a Europa”, o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança apontou que este pacote de sanções “atingirá a Rússia e atingirá muito”.

“Estamos em forte coordenação com os nossos parceiros, Estados Unidos, Reino Unido e Canadá, com os quais tenho estado em estreito contacto durante estas horas”, afirmou Borrell, ameaçando “aumentar o nível de sanções substancialmente consoante o comportamento russo”.

Em concreto, as sanções aprovadas abrangem 27 indivíduos e entidades e 350 membros da câmara baixa do Parlamento russo (Duma).

No que toca às sanções financeiras, preveem-se restrições às relações económicas da UE com as duas regiões separatistas, de Donetsk e Lugansk, bem como o congelamento de bens de dois bancos privados russos, especificou Josep Borrell.

Falando na ocasião em representação da presidência francesa do Conselho da UE, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros destacou que “a situação é grave ou muito grave”, razão pela qual “os 27 Estados-membros chegaram a um acordo” sobre o pacote de sanções.

A reunião informal dos chefes da diplomacia europeia realizou-se após uma reunião organizada pela Presidência francesa sobre as relações da União e os países da região Indo-Pacífico. Segue-se agora uma reunião dos embaixadores dos Estados-membros junto da UE, para o aval final do pacote de sanções, ainda hoje.

A posição da UE surge após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste da Ucrânia), e de ter ordenado a mobilização do exército russo para “manutenção da paz” nestes territórios separatistas pró-russos.

A decisão de Putin foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

Em 2014, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia, depois da queda do Governo pró-russo em Kiev, e elaborou um referendo sobre o regresso do território à Federação Russa. Desde então, Kiev está em conflito com separatistas pró-russos no leste do país.

A guerra no leste da Ucrânia entre as forças de Kiev e milícias separatistas fizeram até ao momento mais de 14 mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.

UE vai dificultar ao máximo vida ao Kremlin

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, saudou o pacote de sanções contra a Rússia e prometeu que a União Europeia vai “tornar tão difícil quanto possível para o Kremlin a prossecução das suas políticas agressivas”.

Numa declaração em Bruxelas, Von der Leyen advertiu que “se a Rússia continuar a agravar esta crise que criou”, a UE está pronta a tomar rapidamente “novas medidas em resposta”.

Relativamente às sanções aprovadas pelos 27, a representante considerou tratar-se de um “sólido pacote”, com “uma série de medidas calibradas”, que constituem “uma resposta clara às violações do direito internacional por parte do Kremlin (Presidência russa)”.

“As sanções visam diretamente os indivíduos e empresas envolvidos nestas ações. Visam os bancos que financiam o aparelho militar russo e contribuem para a desestabilização da Ucrânia. Estamos também a proibir o comércio entre as duas regiões separatistas e a UE — tal como fizemos após a anexação ilegal da Crimeia em 2014. E, finalmente, estamos a limitar a capacidade do Governo russo de angariar capital nos mercados financeiros da UE”, apontou.

“A Rússia fabricou esta crise e é responsável pela atual escalada. Vamos agora finalizar rapidamente o pacote de sanções. E iremos coordenar estreitamente com os nossos parceiros, como temos feito até agora”, acrescentou.

A dirigente alemã disse ainda estar totalmente de acordo com o Governo alemão relativamente ao gasoduto Nord Stream 2, para a distribuição de gás natural russo à Alemanha, cujo processo de certificação foi interrompido por Berlim.

https://zap.aeiou.pt/ue-aprova-pacote-sancoes-russia-464008


Parlamento aprova pedido de Putin para envio de forças militares para o Donbass !


A câmara alta do Parlamento federal russo aprovou, por unanimidade, o pedido para o envio de forças militares para o estrangeiro.

Vladimir Putin pediu, esta terça-feira, à câmara alta do Parlamento russo, o Conselho da Federação, permissão para usar a força do exército russo fora do território nacional.

O pedido foi feito esta tarde e já foi aprovado. A notícia surge menos de 24 horas depois de Putin ter autorizado a mobilização de tropas nas repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk.

De acordo com o Público, a medida autoriza o Governo russo a enviar contingentes das Forças Armadas para os dois territórios, reconhecidos como Estados independentes por Moscovo desde segunda-feira. A autorização entra imediatamente em vigor e o Governo pode começar a mobilizar tropas.

Apesar disso, o responsável russo Andrei Rudenko disse que a Rússia não prevê por agora deslocar tropas para as repúblicas separatistas, apesar de ter assinado um tratado de assistência mútua com os dois territórios pró-russos.

“Não vamos especular. De momento, não estamos a planear enviar nada para lado nenhum”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo à agência de notícias russa Interfax, quando questionado sobre o envio de uma possível ajuda militar para Donetsk e Lugansk.

Rudenko assinalou que a Rússia pode recorrer ao envio de tropas, com base no tratado de assistência mútua ratificado hoje pelas partes, caso surja uma ameaça contra Donetsk e Lugansk. “Se houver uma ameaça, é claro que forneceremos assistência de acordo com o tratado que foi ratificado.”

Os textos dos acordos bilaterais entre Moscovo e as duas repúblicas separatistas também implicam a proteção conjunta das suas fronteiras com a Rússia e a possibilidade de uso de bases militares e de infraestruturas militares.

Um dos artigos dos tratados estabelece expressamente que, para garantir a segurança, a paz e a estabilidade, cada uma das partes concederá à outra o direito de construir, usar e melhorar as suas infraestruturas militares e bases militares nos respetivos territórios.

As formas de execução deste direito estarão sujeitas a outros acordos separados.

Além disso, as partes poderão tomar as medidas à sua disposição para combater em conjunto “contra atos de agressão de outros países ou grupos de países” e para prestar uma assistência mútua caso seja necessária, incluindo assistência militar.

Os signatários dos documentos também poderão realizar consultas urgentes “quando uma das partes considerar que há uma ameaça de ataque” para garantir conjuntamente a segurança da parte ameaçada, segundo o mesmo documento.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, disse esta terça-feira que a Rússia “continua aberta ao diálogo” sobre a crise na Ucrânia. “Mas queremos saber sobre o que vamos dialogar. Se for apenas para humilhar a Rússia e culpá-la de tudo, não haverá diálogo”, afirmou.
“Momento mais perigoso da segurança europeia numa geração”

Também esta tarde, o secretário-geral da NATO descreveu a situação como o “momento mais perigoso na segurança europeia” para uma inteira geração.

“Tudo indica que a Rússia continua a planear um ataque em grande escala à Ucrânia. Continuamos a apelar à Rússia para se afastar. Nunca é tarde de mais para não atacar”, disse Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa.

Para Stoltenberg​, as ações da Federação Russa são uma “violação flagrante do direito internacional”. A NATO, salvaguardou, vai “continuar a fornecer um forte apoio político à Ucrânia“.

Vladimir Putin reconheceu oficialmente a independência das repúblicas separatistas de Luhansk e Donetsk, a leste da Ucrânia, esta segunda-feira, num discurso ao país no qual o Presidente russo sublinhou que a ideia da existência da Ucrânia foi criada pela Rússia durante a União Soviética.

A declaração foi encarada como provocatória. A mobilização de tropas russas para a “manutenção da paz” nos dois territórios separatistas por parte de Putin teve como reação a imposição de sanções esta terça-feira.

https://zap.aeiou.pt/parlamento-aprova-pedido-de-putin-463986


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