terça-feira, 22 de março de 2022

China diz que está do lado certo da história sobre a guerra da Ucrânia !


A China está do lado “certo” da história sobre a guerra da Ucrânia, e a sua posição vai de acordo com os desejos da maioria dos países, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Yi.

“A China nunca aceitará qualquer coação ou pressão externa, e opõe-se a quaisquer acusações infundadas e suspeitas contra a China”, referiu Wang Yi aos jornalistas, no sábado à noite, de acordo com uma declaração publicada pelo seu ministério.

As declarações de Wang vêm depois do Presidente dos EUA, Joe Biden, ter avisado o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na sexta-feira, sobre as “consequências” se Pequim desse apoio material à invasão da Ucrânia por parte da Rússia.

Durante a videochamada, Xi disse a Biden que a guerra na Ucrânia devia terminar o mais depressa possível e apelou aos países da NATO para manterem um diálogo com Moscovo. Ele não atribuiu, contudo, a culpa à Rússia, de acordo com as declarações de Pequim sobre o telefonema.

Wang disse que a mensagem mais importante que Xi enviou foi que a China tem sido sempre uma força de manutenção da paz mundial, segundo avança a Reuters.
 
“Sempre defendemos a manutenção da paz e a oposição à guerra“, disse Wang, reiterando que a China fará julgamentos independentes.

“A posição da China é objetiva e justa, e vai de acordo com os desejos da maioria dos países. O tempo provará que as reivindicações da China estão do lado certo da história”, sublinhou Wang Yi.

Também no sábado, o Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros Le Yucheng disse que as sanções impostas pelas nações ocidentais à Rússia sobre a Ucrânia eram cada vez mais “ultrajantes”.

Os Estados Unidos e os seus aliados europeus e asiáticos impuseram sanções generalizadas à Rússia pela invasão do seu vizinho a 24 de fevereiro, a que chamam uma guerra de agressão do Presidente Vladimir Putin. O governante diz ter lançado uma “operação especial” para desmilitarizar e “desnazificar” a Ucrânia.

Embora reconhecendo a soberania da Ucrânia, Pequim tem afirmado repetidamente que a Rússia tem preocupações legítimas de segurança que devem ser abordadas e apelado a uma solução diplomática para o conflito.

https://zap.aeiou.pt/china-diz-que-esta-do-lado-certo-da-historia-sobre-a-guerra-da-ucrania-468755


Mudança histórica: EUA podem forçar empresas a revelar os riscos climáticos !


Quanto é que as empresas contribuem para as alterações climáticas e como são impactadas por elas? Estas questões são o foco de um anúncio importante da Securities and Exchange Commission.

Espera-se que o regulador financeiro americano proponha novas regras de divulgação que obriguem as empresas a comunicar as suas contribuições para as emissões de gases com efeito de estufa, bem como a forma como as alterações climáticas podem afetar as suas empresas, segundo a NPR.

Faz parte de um impulso global dos reguladores reconhecer as alterações climáticas como um risco para as suas economias e os seus sistemas financeiros.

Os investidores estão a exigir que as empresas revelem os riscos que apresentam para as alterações climáticas. Mas algumas empresas preocupam-se mais com os mandatos governamentais relacionados com o clima.

Qual é o objetivo da SEC?

A SEC é uma organização governamental de Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (“Securities and Exchange Commission” em inglês).

Algumas empresas, incluindo a Apple, já divulgam as suas emissões de gases com efeito de estufa, bem como as dos seus fornecedores.

Mas os Estados Unidos carecem de normas claras sobre o que é que as empresas têm de comunicar exatamente aos seus investidores, quando se trata de impacto e riscos climáticos. A SEC quer mudar isso.

Quaisquer regras propostas pelos quatro comissários da SEC, liderados pelo Presidente Gary Gensler, estariam sujeitas a um período de feedback público.

“Haverá uma nova ronda de foco nas regras de divulgação do clima, e o que vai significar para as empresas, investimentos, e, claro, o próprio clima”, diz Rachel Goldman, sócia da firma de advogados Bracewell.

A iniciativa vem, em grande parte, dos próprios investidores, que estão cada vez mais interessados em saber como as alterações climáticas podem ter impacto nas empresas que financiam.

A Casa Branca também quer abordar o risco financeiro relacionado com o clima. Biden emitiu uma ordem executiva no ano passado, pressionando o governo federal a ajudar a identificar os riscos colocados pelas alterações climáticas.

Embora o regulador tenha considerado a questão há anos, os esforços aceleraram sob a antiga presidente da SEC, Allison Herren Lee, e têm continuado sob a direção de Gensler.

“Quando se trata de divulgação de riscos climáticos, os investidores estão a levantar a mão e a pedir mais aos reguladores”, disse Gensler a um fórum sobre investimentos ecológicos no ano passado.

“Hoje, os investidores querem cada vez mais compreender os riscos climáticos das empresas, cujas ações possuem ou podem comprar”, acrescentou.

A maioria das empresas reconhece o impacto das alterações climáticas e muitas já se comprometeram a avançar em direção a emissões líquidas nulas.

Mas algumas empresas receiam que os mandatos da SEC possam ser uma dor de cabeça e deixá-las potencialmente sujeitas a processos judiciais, dada a dificuldade em medir as emissões e os riscos de alterações climáticas.

Anne Finucane, que supervisionou o trabalho do Banco da América sobre questões ambientais, sociais e de governação (ESG) como vice-presidente do banco, apoia o reforço das regras climáticas. Diz ainda que a elaboração de relatórios sobre o risco climático é exigente e pode ser duplicada.

“Neste momento, há pelo menos uma dúzia de terceiros, ONGs, que medem empresas — todas as empresas, não apenas instituições financeiras. É como um diagrama de Venn”, explicou Finucane.

Muitos legisladores republicanos opõem-se a que os reguladores financeiros entrem nas alterações climáticas.

https://zap.aeiou.pt/mudanca-historica-eua-podem-forcar-empresas-a-revelar-os-riscos-climaticos-468752


Foi descoberta a pessoa mais aborrecida do mundo !


O tédio é uma emoção prevalecente com consequências potencialmente negativas. Entre os adultos trabalhadores, as estimativas de prevalência variam entre um quarto e 87%, relatando por vezes tédio no trabalho.

Pela primeira vez, os cientistas investigaram o estereótipo das pessoas aborrecidas em domínios relevantes: crenças sobre os seus atributos interpessoais, ocupações, interesses e as reações subsequentes a pessoas aborrecidas.

Descobriram que a pessoa mais aborrecida do mundo é um trabalhador religioso que gosta de ver televisão e vive numa cidade, segundo a Tech Explorist.

Um estudo da Universidade de Essex, publicado na Sage Journals, também revelou empregos, características e passatempos considerados aborrecidos.

Os cientistas utilizaram um leque de 500 pessoas voluntárias, em cinco experiências. Descobriram que trabalhos aborrecidos são vistos como análise de dados, contabilidade, limpeza, e banca.

Tais pessoas são geralmente mal vistas e evitadas devido a preconceitos. Além disso, ser visto como aborrecido provavelmente transmite baixa auto estima. Pode aumentar o risco de danos, dependência, e problemas de saúde mental.

“A ironia é que estudar o tédio é muito interessante e tem vários impactos na vida real, referiu Wijnand Van Tilburg, líder do Departamento de Psicologia.

“Este estudo mostra o quão persuasivas são as perceções do tédio e que impacto este pode ter nas pessoas”, acrescenta o especialista.

“As perceções podem mudar, mas as pessoas podem não falar tanto com aqueles que têm empregos e passatempos aborrecidos, optando em vez disso por evitá-los”.

“Não têm a oportunidade de provar que as pessoas estão erradas e quebrar estes estereótipos negativos. O facto de as pessoas as evitarem pode levar à ostracização social e aumentar a solidão, tendo um impacto negativo nas suas vidas”.

“Foi interessante ver que o estudo mostrou que as pessoas aborrecidas não eram vistas como competentes. Eu teria pensado que os contabilistas seriam vistos como aborrecidos mas eficazes e a pessoa perfeita para fazer um bom trabalho na sua declaração de impostos, conta ainda Van Tilburg.

“A verdade é que pessoas como os banqueiros e contabilistas são altamente capazes e têm poder na sociedade — talvez devêssemos tentar não os aborrecer e estereotipá-los como aborrecidos”, conclui.

Top cinco dos trabalhos mais aborrecidos

  • Análise de dados
  • Contabilidade
  • Seguradora
  • Banca
  • Limpeza

Top cinco dos trabalhos menos aborrecidos

  • Artistas
  • Cientistas
  • Jornalismo
  • Profissional de saúde
  • Educação

Top cinco dos “hobbies” mais aborrecidos

  • Dormir
  • Religião
  • Ver televisão
  • Observar animais
  • Matemática
https://zap.aeiou.pt/foi-descoberta-a-pessoa-mais-aborrecida-do-mundo-468742


Tropas russas só terão munições, combustível e alimentos para três dias !


O Ministério da Defesa ucraniano afirmou hoje que as forças russas têm apenas munições, combustível e alimentos suficientes para três dias.

“As forças de ocupação russas que operam na Ucrânia têm munições e reservas alimentares para não mais do que três dias”, situação “semelhante com o combustível, que é reabastecido por camiões-cisterna”, indicou a mesma fonte.

O Ministério da Defesa ucraniano adiantou que “não foram observadas alterações significativas na posição e natureza das ações das forças de defesa no último dia”.

Durante as últimas 24 horas, acrescentou, “mais de nove alvos aéreos inimigos foram atingidos”, indicando que se tratavam de um avião, seis veículos aéreos não tripulados (‘drones’) e dois helicópteros.

O Pentágono disse esta segunda-feira que os russos estão “atordoados” e “frustrados” com a resistência ucraniana e é por isso que estão a lançar mais bombardeamentos de longe contra alvos civis.

“Quando se vê o que conseguiram fazer em 26 dias, não é assim tão impressionante”, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby, citado pela CNN Portugal.

“Uma das razões por que os russos se têm sentido frustrados com os progressos que não fizeram é a resistência ucraniana. Mas também não os temos visto planear e executar corretamente a logística e a sustentabilidade”, acrescentou.

Kirby admitiu também que a Rússia estará com dificuldades para “alimentar as suas tropas”, como argumentado pelo Ministério da Defesa ucraniano.

“Eles ainda estão essencialmente parados fora de Kiev, fora de Kharkiv, fora de Chernihiv e tantos outros lugares que estão a intensificar aquilo a que nós no Pentágono chamamos incêndios de longo alcance, bombardeamentos de longe”, disse ainda o porta-voz do Pentágono.
Zelenskyy insiste em referendo e reunião com Putin

Volodymyr Zelenskyy disse, esta segunda-feira, que qualquer acordo com a Rússia terá de envolver um referendo à população.

Em entrevista ao jornal regional Suspilne, o Presidente ucraniano disse que tendo em conta mudanças que “podem ser históricas”, são os cidadãos que terão de “avaliar certos tipos de compromissos”.

Zelenskyy falou ainda sobre a eventual adesão à NATO, realçando que já percebeu a posição do Ocidente, que não quer a entrada da Ucrânia porque os Estados-membros “têm medo da Rússia”.

Segundo o Observador, ainda na mesma entrevista, o líder ucraniano insistiu num encontro “em qualquer formato” com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.

“Acredito que sem este encontro é impossível entender completamente que estão prontos para parar a guerra”, disse Zelenskyy.

https://zap.aeiou.pt/tropas-russas-alimentos-tres-dias-468798


Já é possível alugar um estranho - Japonês ganha a vida sem fazer nada !


No Japão, é possível alugar um estranho para o que quiser. Shoji Morimoto ganha a vida assim, simplesmente aparecendo e não fazendo nada.

Durante vários anos, houve uma pequena indústria no Japão e na Coreia do Sul que permitia alugar um estranho para se fazer passar por amigo, familiar ou outro conhecido. As pessoas recorriam a estes serviços para eventos sociais, como casamentos, em que era esperado que comparecessem com um companheiro(a).

Nos últimos quatro anos, Shoji Morimoto criou um serviço para alugar um estranho para as mais triviais situações, fazendo apenas de corpo presente nessa ocasiões.

O The Washington Post conta que uma cliente pediu ao japonês que a acompanhasse no restaurante a que ela e o seu ex-marido costumavam ir.

Akari Shirai não queria ir sozinha e ficar a relembrar memórias do seu divórcio, mas também não queria convidar um amigo e ter de explicar a situação. Como tal, recorreu aos serviços de Morimoto.
“Eu sentia como se estivesse com alguém, mas ao mesmo tempo sentia que não estava, já que ele existia de uma maneira que eu não precisava de estar atenta às suas necessidades ou pensar nele”, descreveu a japonesa.

Shirai e Morimoto poucas vezes falaram durante a refeição — nenhuma delas por iniciativa deste último.

As suas publicações nas redes sociais tornaram-se virais, de tal forma que o japonês de 38 anos já inspirou uma série de televisão e três livros.

Morimoto cobra 10.000 ienes (cerca de 75 euros) por sessão. Já fez um pouco de tudo, como esperar no fim da maratona por um corredor que queria ver uma cara conhecida ou fazer companhia a alguém que estava a acabar a tese, só porque poderia desleixar-se se estivesse sozinho.

Mas porque é que as pessoas recorrem a um estranho e não a amigos ou familiares? Morimoto diz que os seus clientes não querem sobrecarregar as pessoas com quem se preocupam com as suas necessidades.

O japonês conhecido como rental-san ganhou tal popularidade, que muitos o contratam apenas pela piada. Durante a sua “carreira” já satisfez as necessidades de 4.000 pessoas e tem agora cerca de um a dois clientes por dia.

Entre o dinheiro que ganha com os alugueres e os royalties da série e livros, ganha o suficiente ajudar a pagar a renda e criar um filho.

https://zap.aeiou.pt/ja-e-possivel-alugar-um-estranho-468690


segunda-feira, 21 de março de 2022

Zelenskyy: “Se diálogos com Putin falharem, vem aí a III Guerra Mundial” !!!


Há dois anos que o presidente da Ucrânia está preparado para negociar com o presidente da Rússia. Só essas negociações poderão encerrar a guerra.

Volodymyr Zelenskyy voltou a dizer que está pronto para conversar com Vladimir Putin, para tentar acabar com a guerra na Ucrânia: “Estou preparado para negociar com ele. Estou preparado há dois anos. Penso que sem essas negociações não podemos acabar com esta guerra”.

“Se temos apenas 1% de chance de acabar com esta guerra, penso que temos de a aproveitar. Temos de fazer isso. Em todo o caso, estamos diariamente a perder pessoas, pessoas inocentes”, lembrou o presidente da Ucrânia, em entrevista à CNN.

Zelenskyy acredita que os líderes deverão recorrer “a qualquer formato, a qualquer oportunidade”, para conseguirem falar e tentarem antecipar o final do conflito: “Se estas tentativas falharem, isso significará que estamos perante a Terceira Guerra Mundial”.

O presidente ucraniano considera que a Rússia chegou à Ucrânia para realizar um “extermínio”. O povo e o exército ucranianos demonstraram a sua “dignidade, ao serem capazes de desferir um golpe poderoso, de responder. Mas, infelizmente, a nossa dignidade não vai preservar vidas”, lamentou.

Volodymyr Zelenskyy tem prioridades para as negociações com vista à paz: fim da guerra, garantias de segurança, soberania, restauro da integridade territorial, verdadeiras garantias para a Ucrânia país e protecção efectiva para a Ucrânia.

A Rússia exige dois reconhecimentos que o chefe de Estado ucraniano não aceita: a independência das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk e a soberania da Rússia sobre a Crimeia: “Há compromissos que não podemos fazer enquanto estado independente. Os ucranianos falaram, não receberam os soldados russos com flores, mas sim com coragem e armas nas mãos”.

Se a Ucrânia estivesse ligada à NATO, a guerra nem teria começado, de acordo com o seu líder: “Se os membros da NATO estão preparados para nos ver na Aliança, então que o façam imediatamente pois há pessoas a morrer diariamente. Mas se não estão preparados para preservar as vidas do nosso povo, se nos querem ver entre dois mundos, não nos podem pôr nesta posição, não nos podem forçar a estar neste limbo”.

Na semana passada, Zelenskyy admitiu que a Ucrânia não será membro da NATO em breve.

Volodymyr Zelenskyy confessou ainda que, a nível familiar, não há dúvidas: os seus dois filhos sabem que está a decorrer uma guerra. “Não sei se isso (eles saberem) é bom ou mau. Não lhes expliquei o que está acontecer. Eles é que me disseram que há uma guerra a decorrer na Ucrânia. Nos dois primeiros dias, não conversámos sobre isso. Eles não fizeram perguntas. Eles próprios estavam a pensar no assunto”.

“Felizmente, não temos de lhes explicar, eles têm acesso a vídeos e a notícias. Eu faço com que eles tenham acesso aos vídeos. Acho que as minhas crianças não devem ser proibidas de ver qualquer tipo de vídeo do que a Rússia fez. O meu filho tem que estar ciente disso porque, enquanto o meu filho estiver vivo, há algum membro do exército ucraniano que está a morrer por ele.

https://zap.aeiou.pt/zelenskyy-putin-iii-guerra-mundial-468496


Europânico - UE vai reforçar compras de comprimidos de iodeto de potássio e de fatos de proteção nuclear !


Vários eurodeputados lembram como o mundo foi apanhado desprevenido pela covid-19 e acreditam que não podemos cometer o mesmo erro perante a ameaça da guerra na Ucrânia escalar até ser um conflito nuclear.

Segundo avança o Financial Times, fontes da Comissão Europeia está a encorajar os estados-membros a reforçarem a compra de comprimidos de iodeto de potássio e de fatos protetores para a eventualidade de um ataque nuclear.

“A Comissão Europeia está a trabalhar para assegurar que reforça a sua preparação na área das ameaças química, biológica, radiológica e nuclear, antes ainda da guerra na Ucrânia”, afirmou um porta-voz ao jornal britânico.

Vários estudos sugerem que a toma de iodeto de potássio previne a acumulação de iodo-131 — um isótopo radioativo que pode ser libertado com a explosão de bombas nucleares — na tiróide, tendo o medicamento um estatuto essencial para a Organização Mundial da Saúde.

Em 2011, as autoridades japonesas inclusivamente recomendaram à população que vivia nos arredores de Fukushima, onde houve o acidente com a central nuclear, que tomassem iodeto de potássio.

A União Europeia avançou com a criação da Autoridade de Preparação e Resposta a Emergências Sanitárias (HERA) em Setembro, depois do mundo ter sido apanhado de surpresa pela pandemia de covid-19, que expôs a falta de preparação e a escassez de materiais de proteção individual.

Já vários eurodeputados apelaram a que esta autoridade recém-criada se prepare também para uma possível crise causada pela guerra na Ucrânia. “Precisamos de tirar fortes lições da covid. São necessárias medidas específicas para instalações nucleares. Nós não estamos prontos. Não temos stocks”, apelou Véronique Trillet-Lenoir, deputada francesa do partido En Marche, de Emmanuel Macron.

Com o início do conflito entre a Ucrânia e a Rússia e a ordem de Putin para que as forças nucleares estivessem em alerta máximo, os comprimidos deste medicamento, que só deve ser tomado perante uma recomendação médica, voaram das prateleiras das farmácias em países como a Bulgária ou a Bélgica e também em menor escala em Portugal.

O facto da Ucrânia ter várias centrais nucleares e das tropas russas já terem tomado a maior central da Europa, em Zaporizhzhia, também alimentou este medo generalizado e o pânico que levou às compras.

https://zap.aeiou.pt/ue-iodeto-potassio-protecao-nuclear-468546

 

Avião com 133 pessoas a bordo cai no sudoeste da China !

Boeing-737 da China Eastern Airlines
Um avião da China Eastern Airlines que viajava entre as cidades chinesas de Kunming e Cantão caiu hoje com 133 pessoas a bordo, informou a televisão estatal CCTV.

O Boeing-737 caiu perto da cidade de Wuzhou, na região de Guangxi, e “causou um incêndio” nas montanhas, informou a CCTV, acrescentando que as equipas de resgate foram enviadas para o local.

Desconhece-se para já se há sobreviventes. As imagens divulgadas nas redes sociais mostram a queda praticamente a pique da aeronave. Outros vídeos mostram também o incêndio causado pelo impacto e destroços do avião.

O voo MU5735 da China Eastern Airlines descolou pouco depois das 13h00 locais (5h00 de Portugal Continental). De acordo com o portal FlightRadar24, o voo deixou de estar visível nos radares pelas 14:22 (6:22 em Lisboa).

Segundo o mesmo site, o avião, com seis anos de idade, terá descido de 29.100 pés (8.870m) para 3.225 pés (980m) em pouco mais de dois minutos. Não há mais registo do 737 depois disso.

O histórico de segurança do setor aéreo da China está entre os melhores do mundo na última década, nota a Reuters. O último acidente fatal na China foi em 2010, quando 44 das 96 pessoas a bordo morreram quando um Embraer E-190 da Henan Airlines caiu na aproximação ao aeroporto de Yichun.

https://zap.aeiou.pt/aviao-133-pessoas-cai-china-468528


“Muitas deixaram de falar e não se mexem”: Na Ucrânia, o trauma da guerra já se nota nas crianças !


Os especialistas notam que várias crianças que estão a fugir da guerra têm sintomas de traumas, mas não têm tempo de fazer diagnósticos devido aos movimentos rápidos da população.

Apenas dois dias depois do início da guerra na Ucrânia, a 26 de Fevereiro, a administração militar do país apelou à criação de um sistema de apoio psicológico na estação de comboio de Lviv. Os especialistas reportam que milhares de ucranianos estão a mostrar sinais de trauma — e as crianças não são exceção.

“Já vi crianças com sintomas catatónicos, em que ‘gelam’ e não reagem a nenhum estímulo exterior. Muitas delas deixaram de falar, outras não conseguem mexer as mãos ou os dedos. Ficam congeladas”, revela Viktor Balandin, psicólogo da organização não-governamental Osonnya.

De acordo com os dados do Governo ucraniano, já mais de 90 crianças morreram no conflito e a mudança súbita nas suas vidas, com a saída das escolas e em muitos casos, a fuga para outros países afetam a saúde mental dos mais novos. A ausência dos pais, que são obrigados a ficar a combater, também tem um impacto negativo.

“Para as crianças mais novas, até aos dois ou três anos, as suas condições mentais dependem nas condições dos pais, geralmente das mães. Se a mãe estiver estável, a criança fica também mais estável. Com os adolescentes é diferente, porque já entendem o que se passa. Os adolescentes já estão naturalmente a processar e aceitar os seus egos. Mas muitas mudanças nas suas vidas significam mais dificuldades para se adaptarem”, acrescenta Balandin.

A arte também pode ajudar a trazer algum alívio nestes momentos difíceis. Bohdan Tykholoz, director do Museu Franko em Lviv, acolhe 1000 crianças todos os dias no teatro que gere com uma equipa de pedopsicólogos, artistas e professores.

“A ideia nasceu quando os meus dois filhos e a minha mulher tiveram de deixar o país e foram para a Alemanha, logo depois do início do conflito”, revela ao The Guardian.

O director avança que a decidiu criar o projeto Fun for Courage quando a esposa fez uma lista das coisas de que precisava — e os papéis e lápis de cor eram as coisas mais urgentes, o que mostra que as crianças querem continuar a “criar e desenhar”.

“Disse a mim mesmo, ‘se não posso ajudar os meus filhos porque estão longe, posso ajudar outras crianças'”, acrescenta. A expressão criativa dos mais novos também não escapa ao contexto da guerra, com desenhos de bombas e tanques, mas há também alguns que mostram cenários mais otimistas e de paz.

De acordo com Orest Suvalo, psiquiatra e coordenador do centro, o fluxo rápido de pessoas não dá tempo aos especialistas para diagnosticarem doenças mentais, mas o trauma pode ser ultrapassado num contexto mais estável.

“Se olharmos para a história da Ucrânia nos séculos XX e XXI, está cheia de grandes traumas. As guerras mundiais, a ocupação soviética e as revoluções internas dos últimos dez anos e agora esta terrível invasão. No entanto, apesar da destruição, das bombas e das tragédias, apesar de tudo, estamos vivos“, remata.

https://zap.aeiou.pt/trauma-guerra-criancas-ucranianas-467995


Afegãos usam fisga gigante para atirar droga através da fronteira !


Um grupo de afegãos usa uma fisga gigante, rodeada por arbustos queimados pelo sol, para atirar droga para o outro lado da fronteira com o Irão. Os especialistas acreditam que os contrabandistas têm usado esta técnica há vários anos.

A fisga encontra-se na parte superior de uma trincheira e serve para catapultar pacotes de droga para o outro lado da fronteira do Afeganistão com o Irão. Analistas consultados pela VICE acreditam que esta técnica usada pelos traficantes de droga afegãos tem vindo a ser utilizada há já vários anos.

O especialista socioeconómico David Mansfield disse que estas “engenhocas” criativas de contrabando são feitas de metal. “Com cerca de 1,5 metros de altura, estas catapultas são inseridas numa base de betão e podem disparar um pacote de 1 kg a uma distância de até 300 metros.”

No sudoeste da província de Nimroz, uma das principais artérias do tráfico de droga do país, os contrabandistas usam uma variedade de métodos para passar pela segurança fronteiriça do Irão, que inclui barreiras de betão, vedações de arame farpado, valas profundas e patrulhas que disparam contra os invasores.  

Na cidade de Zaranj, émuito comum ver-se escadas improvisadas e catapultas rudimentares para enviar droga para o lado oposto da fronteira. Os traficantes aproveitam as tempestades de vento, conhecidas como “vento dos 120 dias”, no final da primavera e no verão, para contornar as medidas de vigilância fronteiriça.

Mansfield salientou que a utilização destas fisgas gigantes “tornou-se mais comum com a construção do muro ao longo da fronteira do Irão com o Afeganistão”. “Servem como forma de reduzir tanto os custos como os perigos do contrabando de droga”, explicou o especialista.

O Afeganistão é o maior fornecedor mundial de opiáceos ilícitos.

De acordo com o United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC), o país foi responsável por cerca de 85% da produção mundial em 2020. No relatório de 2021, o UNODC revelou que o rendimento dos opiáceos no Afeganistão ascendia a pelo menos 1,8 mil milhões de dólares.

https://zap.aeiou.pt/afegaos-fisga-gigante-para-atirar-droga-468006


Forças ucranianas recusam rendição de Mariupol, a cidade mártir da guerra !


Autoridades ucranianas recusaram a proposta russa que permitiria a abertura de corredores humanitários. Estima-se que 300 mil pessoas permaneçam na cidade, sem água, energia e alimentos.

A proposta surgiu durante a tarde de ontem, domingo: a Rússia ordenou às forças ucranianas que abandonassem a cidade de Mariupol e depusessem as armas até às 5h da manhã desta segunda-feira para que, em troca, fossem abertos corredores humanitários que possibilitassem a saída de civis de uma das cidades mais massacradas pelos ataques russos desde há 25 dias e onde há muito começaram a escassear bens essenciais.

Iriana Vereshuchuk, vice-primeira-ministra do país invadido, respondeu pouco depois, recusando a rendição. “Não se pode falar em rendição e deposição de armas. Já informámos o lado russo sobre isso. Eu escrevi: em vez de perderem tempo em oito páginas de cartas, abram o corredor“, disse, citada pelo Público.

Segundo havia noticiado a agência de notícias espanhola EFE, Mikhail Mizintsev, chefe do centro de controlo da Defesa Nacional Russa, anunciou que todos os elementos do exército ucraniano poderiam abandonar a cidade entre as 10h e as 12h locais, assim como os “mercenários estrangeiros”.

Para além da falta de alimentos, água e energia, o cenário de total destruição Mariupol é visível em todas as imagens que surgem do território, com relatos de cadáveres espalhados pelas ruas e tiroteios em vários bairros.  

Em declarações à BBC, Yaroslav Zhelezniak, deputado ucraniano, descreveu que a sua cidade natal é atualmente “o inferno na terra” e que 300 mil pessoas estão impedidas de sair e subjugadas às condições de desumanas impostas pela guerra.

As últimas horas também ficaram marcadas por um escalar das tensões na capital Kiev, que havia sido poupada pelos russos nos últimos dias — o que pode indicar uma mudança de estratégia. De madrugada, um bombardeamento matou pelo menos seis pessoas que se encontravam recolhidas num centro comercial. O ataque atingiu o parque de estacionamento e provocou uma cratera de vários metros de largura.

Outra das notícias que está a marcar a atualidade relacionada com o conflito na Ucrânia tem que ver com a fuga de amoníaco da central química de Sumy. Na sequência do acidente, o governador da região, Dmytro Zhivitskii, apelou à população que procurasse “abrigos, caves e pisos baixos” e explicou que a fuga terá afetado uma área correspondente a cinco quilómetros.

De acordo com o Público, a dimensão e as causas do acidente ainda estão por apurar. O responsável local adiantou ainda que as equipas de emergência se deslocaram ao local e que a cidade vizinha de Sumykhum não corre perigo. Sumy fica a 350 quilómetros de Kiev e há semanas que tem sido de palco de vários confrontos.

https://zap.aeiou.pt/forcas-ucranianas-recusam-rendicao-mariupol-a-cidade-martir-da-guerra-468512


A “Ilha da Peste”, na Alemanha, é o lar dos vírus mais mortais do mundo !


Numa pequena e remota ilha nas águas geladas do Mar Báltico, encontra-se um local, quase completamente isolado do mundo, que guarda no seu interior alguns dos piores pesadelos da Humanidade: vírus.

Ao largo da costa da Alemanha, existe uma ilha que alberga alguns dos mais pequenos mas perigosos inimigos da Humanidade.

Conhecida como “ilha da peste“, a ilha de Riems, no norte da Alemanha, é a casa do Instituto Friedrich Loeffler (FLI), um dos 59 laboratórios de biossegurança de nível 4 (BSL-4) que estão autorizados a realizar experiências em alguns dos mais perigosos agentes patogénicos conhecidos pela Ciência.

Segundo o IFL Science, o instituto é um dos poucos laboratórios BSL-4 com autorização para realizar estudos em grande escala com animais, uma tarefa especialmente arriscada quando se lida com doenças zoonóticas que podem “saltar” de espécie para espécie.

Os animais são infetados com os vírus e utilizados para compreender melhor como se enraízam, se propagavam e como podem ser prevenidos vários tipos de doenças. As únicas outras duas instalações no mundo onde este tipo de investigação animal é possível encontram-se em Winnipeg, no Canadá, e em Geelong, na Austrália.

A ilha é inacessível ao público, mesmo apesar de algumas partes serem de baixo risco. Nos edifícios de alta segurança, os investigadores devem usar um fato HAZMAT de proteção total, com ar filtrado através de uma mangueira, e submeter-se a um duche desinfetante antes de entrar ou sair das instalações.

O edifício é totalmente selado do mundo exterior, com várias câmaras de ar, e mantido sob pressão negativa para assegurar que o ar flui para dentro e não para fora. Qualquer ar ou água que saia do edifício tem de ser submetido a uma intensa filtração e esterilização.

O complexo de laboratórios na ilha de Riems é uma das mais antigas instalações de investigação vírica deste género. O instituto foi fundado por Friedrich Loeffler em 1910 para estudar a febre aftosa, uma doença viral infecciosa que afeta o gado bovino, ovino, caprino e suíno.

Apesar de se ter tornado um dos principais pioneiros da investigação da febre aftosa no século XX, o instituto alargou o seu portefólio para estudar várias doenças mortais que afetam tanto animais não humanos como humanos, incluindo a febre aftosa, febre suína africana, Ébola, Nipah, febre do Vale do Rift, encefalopatia espongiforme bovina, febre catarral ovina, raiva, febre Q, gripe, peste de Yersinia e SARS-CoV-2.

Apesar de a tarefa ser bastante arriscada, compreender estes vírus pode ser fulcral para o nosso futuro. Com este conhecimento, o mundo poderá estar um pouco mais bem preparado para a próxima pandemia.

https://zap.aeiou.pt/a-ilha-da-peste-na-alemanha-467951

Na utilização das redes sociais, Zelenskyy já é o líder “mais poderoso” de sempre !


O maior “herói” da Ucrânia, que recusou fugir para os EUA, tem dominado a comunicação através das redes sociais.

Não se sabe se a Ucrânia sairá vencedora da guerra iniciada pelas tropas russas, no dia 24 de Fevereiro. Mas já se sabe que Volodymyr Zelenskyy é um vencedor para muita gente. Incluindo para os utilizadores das redes sociais e na utilização das redes sociais.

O canal Euronews sublinha o papel do presidente da Ucrânia nas plataformas de redes sociais, nas quais aparece em vídeos praticamente todos os dias. E, logo nas primeiras horas do conflito, Zelenskyy mostrou que continuou na Ucrânia, pronto para o conflito e para defender o país.

O presidente apelava aos seus compatriotas para fazerem o mesmo, já depois de ter recusado a proposta de Joe Biden – o presidente dos Estados Unidos da América terá oferecido ao homólogo ucraniano um avião privado para Zelenskyy fugir para os EUA. O líder da Ucrânia não quis. Ficou para combater.

O presidente da Ucrânia não quer ser visto como um herói. Mas é visto como um herói, não só dentro da Ucrânia, como em muitos outros países.

E este “herói”, um presidente em guerra, pode não ter o poder militar da Rússia, mas tem o poder da comunicação. Há especialistas que defendem que Zelenskyy é o primeiro líder a utilizar as redes sociais numa escala tão grande, e num momento tão importante.

Sempre que aparece em frente ao telemóvel, Volodymyr Zelenskyy sabe o que vai dizer: conta uma história, centra-se no sentimento, apela de forma emotiva e directa a acções imediatas – sobretudo ao exterior.

É considerado “o líder mais poderoso” de sempre na utilização das redes sociais.

Um “quase acordo”

Entretanto, Mevlut Çavusoglu, ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, comentou que Rússia e Ucrânia “quase concordam” em quatro dos seis pontos essenciais nas negociações entre os responsáveis dos dois países.

“Há convergência nas posições dos dois lados sobre questões importantes e críticas. Vemos, em particular, que eles quase concordam nos primeiros quatro pontos. Algumas questões precisam de ser decididas ao nível da liderança”, revelou o ministro, a um jornal turco.

https://zap.aeiou.pt/zelenskyy-redes-sociais-lider-468486

 

Subida de preços inevitável: “Acho que a minha geração nunca viu algo assim” !


Previsões negativas no Reino Unido. Em Portugal, os “custos loucos” estão a deixar em alerta as empresas de rações.

“Tudo o que é matéria-prima está a custar entre o dobro e triplo de há ano e meio para cá”, avisa Rafael Neves.

Rafael é administrador da Ovopor, uma empresa que focada na produção de ração e de ovos. E lembra que os “custos loucos” já começaram no ano passado, tendo chegado agora a extremos, por causa da guerra da Ucrânia.

Há pouco mais de um ano, no final de 2020, uma tonelada de milho custava 180 euros. Foi subindo até perto dos 300 euros, praticamente um ano depois.

“Com esta guerra louca que vivemos, tivemos um aumento dos 200 e muitos euros por tonelada, para agora estarmos no patamar de cada tonelada custar mais de 400 euros”, lamentou Rafael Neves, em declarações à agência Lusa.

Um dos maiores problemas no sector em Portugal é a forte dependência do país do milho e do trigo que vinham da Ucrânia.
“Nunca vimos isto”

No Reino Unido, a declaração é ainda mais forte: “Acho que as pessoas da minha geração nunca tinham visto algo assim”.

Michael Oakes é o presidente do conselho de laticínios da União Nacional dos Agricultores e, em entrevista à Sky News, avisou que vem aí um “grande desafio”, no que diz respeito ao preço da comida e à própria quantidade de comida disponíveis.

A subida de preços na comida é “inevitável”. Os custos de produção subiram muito desde o primeiro dia da invasão russa à Ucrânia e o impacto na agricultura é muito grande.

Tal como em Portugal, avisou Oakes, os preços da ração quase duplicaram nos últimos tempos; um cenário semelhante no preço dos fertilizantes.

Aliás, os fertilizantes estão caros que muitos agricultores poderão optar por deixar os seus terrenos vazios a partir de agora – pode ser mais barato do que plantar.

O panorama no Reino Unido já se tinha agravado por dois motivos: a pandemia e a saída da União Europeia. Mas com a guerra, esta trilogia representa uma ameaça para o seu negócio. Os custos nas rações aumentaram 60%.

Oakes teve mesmo de abater vacas, do seu rebanho, para pagar contas.

No final, vai “sobrar” para o consumidor: os comerciantes terão de pagar mais aos fornecedores e os consumidores terão de pagar mais aos comerciantes.

https://zap.aeiou.pt/subida-de-precos-inevitavel-468475


COVID-19 volta a estar associada a mortes… Na China

 
Mais de um ano depois dos últimos falecimentos, duas pessoas morreram em Jilin. Há números a subir noutros países, na Ásia e na Europa.

A China, país onde “nasceu” a pandemia que viria a mudar o mundo, esteve mais de um ano sem registar qualquer morte relacionada com a COVID-19. Desde Janeiro de 2021 até Março de 2022, zero óbitos nos registos. Mas o cenário mudou neste sábado.

As autoridades de saúde chinesas revelaram que, neste dia 19 de Março, duas pessoas morreram na província de Jilin, no nordeste chinês. As duas vítimas tinham outros problemas de saúde e terão morrido por causa desses outros problemas, apesar de apresentarem sintomas do coronavírus. Uma pessoa tinha 65 anos e a outra 87. Uma delas não estava vacinada contra a doença.

Mesmo antes destes falecimentos, a China já estava a atravessar o pior surto de COVID-19 precisamente desde o seu início, nas últimas semanas de 2019. Só neste mês, Março, foram contabilizados cerca de 29 mil casos e quase 30 milhões de pessoas ficaram confinadas ao longo desta semana.

Os dados mais recentes mostram que, nesta sexta-feira, a grande maioria dos casos (quase 80%) surgiu precisamente em Jilin, onde morreram as duas pessoas. Jilin situa-se no nordeste da China, perto das fronteiras com Rússia e Coreia do Norte.

Mas a pandemia também está a alterar rotinas noutras zonas: os autocarros e o metro em Shenzhen foram suspensos; os táxis só abrem portas para quem apresentar teste negativo realizado menos de 24 horas antes.

Preocupação noutros países

Ainda na Ásia, ali ao lado, em Hong Kong, só neste sábado foram registados cerca de 16.500 casos em 24 horas. É a fase com mais casos da COVID-19, onde já mais de um milhão de pessoas foi contagiada.

Também perto, na Coreia do Sul, outro recorde de casos, com mais de 621 mil no total – embora a alta taxa de vacinação permita alívio nas restrições.

Na Europa, mais de 10 países viram aumentar o número de casos, com uma subida média de 4,6% no continente, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças.

Um dos países que mais tem “dançado” entre medidas é a Áustria. Nesta sexta-feira o governo austríaco anunciou que, afinal, a partir da próxima quarta-feira será novamente obrigatório utilizar máscaras em espaços fechados. Os números pioraram e a situação nos hospitais é preocupante.

https://zap.aeiou.pt/covid-china-468452

 

Iémen é a vítima silenciosa da guerra na Ucrânia !


O mundo está de atenções viradas aquilo que está a acontecer na Ucrânia, mas no Iémen, a crise humanitária está pior do que nunca.

Desde 2015, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, apoiados pelos Estados Unidos, têm travado uma guerra no Iémen, numa tentativa de restabelecer o Governo pró-saudita derrubado por uma revolução popular. O grupo rebelde houthi, que Riade acusa de ser apoiado pelo Irão, tem tentado resistir aos árabes.

A Organização das Nações Unidas descreveu a situação vivida no Iémen como a maior catástrofe humanitária do mundo. O Programa Alimentar Mundial estima que metade das crianças do país com menos de cinco anos correm o risco de desnutrição aguda, com 400.000 em risco de morrer se não receberem tratamento.

Como o The Intercept realça, desde o presidente Barack Obama, sucessivas administrações americanas apoiaram a Arábia Saudita na sua guerra no Iémen.

A presidência de Joe Biden veio alegadamente mudar isso, com o líder norte-americano a prometer travar o conflito e acabar com “o ‘cheque em branco’ de Donald Trump pelos abusos dos direitos humanos da Arábia Saudita”.

Cerca de um ano depois, a promessa eleitoral de Biden parece ter sido em vão. A crise humanitária no Iémen nunca esteve pior, nem durante o Governo de Trump.

No ano passado, a Arábia Saudita reforçou um bloqueio de combustível, travando as importações iemenitas. As importações de combustível permitidas pelos sauditas rondam, em média, as 45 mil toneladas por mês, menos de um décimo das necessidades do país antes do conflito.

As consequências não tardaram e registaram-se quebras generalizadas de energia em hospitais. Além disso, os preços dos alimentos subiram em áreas controladas pelos houthis, agravando a crise de fome no país.

David Beasley, diretor-executivo do Programa Alimentar Mundial, visitou Saná, Áden e Amrãn, no Iémen, e realçou que a situação “é pior do que qualquer um pode imaginar”.

“O Iémen voltou ao mesmo desde 2018, quando tivemos que lutar contra a fome, mas o risco hoje é mais real do que nunca”, disse Beasley.

“E quando pensa que não pode piorar, o mundo acorda com um conflito na Ucrânia que provavelmente causará deterioração económica em todo o mundo, especialmente para países como o Iémen, dependentes das importações de trigo da Ucrânia e da Rússia. Os preços vão subir, agravando uma situação já terrível”, acrescentou.

https://zap.aeiou.pt/iemen-vitima-silenciosa-guerra-ucrania-467767

 

“A ilha mais poluída do mundo” estava no lugar errado do mapa há 85 anos !


A Marinha Real Britânica descobriu que a Ilha Henderson, completamente isolada e desabitada no Oceano Pacífico, tem sido mal colocada nos mapas durante 85 anos.

Uma equipa da Marinha Real Britânica passou pelo local onde se encontra a Ilha Henderson com o objetivo de tornar as cartas de navegação à volta dos Territórios Ultramarinos Britânicos mais precisas, mas acabou por descobrir que surge mal representada nos mapas há cerca de 85 anos.

O grupo, a bordo do navio patrulha HMS Spey, cruzou a localização do local apresentada nos mapas com dados de radar e chegou à conclusão de que a ilha está 1,6 quilómetros mais a sul do que o representado nas cartas marítimas.

Segundo o IFL Science, o primeiro registo cartográfico da ilha foi realizado em 1937, a partir de fotografias aéreas. Estas novas observações sugerem que a aeronave que fez as imagens errou nos seus cálculos.

A ilha Henderson, que tem 37,3 quilómetros quadrados, é uma das quatro ilhas do arquipélago de Pitcairn e é conhecida pela poluição extrema. Localizada no meio do Pacífico, a ilha é constantemente bombardeada por materiais plásticos trazido pelas correntes marítimas. 

Atualmente, alberga cerca de 40 milhões de pedaços de plástico. O próximo objetivo dos cientistas é procurar saber um pouco mais sobre a área isolada e o impacto da Humanidade sobre a mesma.

“Os cientistas no Reino Unido têm muito poucos dados sobre o oceano nesta localização – a sua salinidade, temperatura, pressão da água e afins”, explicou o Tenente Michael Royle. “Eles estão interessados em compreender as alterações climáticas na região.”

https://zap.aeiou.pt/ilha-mais-poluida-mundo-lugar-errado-467974


sábado, 19 de março de 2022

Por que uma 'zona de exclusão aérea' na Ucrânia significaria o fim do mundo ... Literalmente !


Com bombardeiros russos causando destruição em cidades ucranianas, o apelo para estabelecer uma “zona de exclusão aérea” sobre o país pode parecer à primeira vista um acéfalo. Se a força aérea de Putin puder ser mantida fora dos céus, os ucranianos poderão ser poupados do terror da morte vinda de cima, certo?

A proposta de uma zona de exclusão aérea está recebendo muita atenção agora. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky está fazendo o lance para um cada vez que ele tem a atenção de políticos ocidentais. Muitas manifestações anti-guerra em todo o mundo apresentam cartazes e cartazes exigindo isso. Repórteres constantemente apimentam a Casa Branca com perguntas sobre por que não está se movendo para fechar os céus da Ucrânia.

E pesquisas de opinião mostram que 72% dos cidadãos norte-americanos — sem dúvida indignados com as baixas civis em lugares como Kherson e Mariupol transmitidos em suas televisões todos os dias — são a favor do aterramento de aviões russos.

Embora possa parecer uma coisa nobre de se fazer em abstrato, uma zona de exclusão aérea imposta pela OTAN sobre a Ucrânia é, na verdade, uma ideia muito, muito ruim. Isso quase garantiria o início da Terceira Guerra Mundial e a aniquilação nuclear da vida neste planeta.

O que é uma zona de exclusão aérea?

Muitos comentaristas de política externa e porta-vozes do governo ucraniano estão falando sobre uma zona de exclusão aérea como se fosse algo que pode ser declarado, como se fosse uma questão administrativa a ser decidida pelos estados ocidentais.

Zelensky tem sido direto em seus apelos para que o governo dos EUA interfira. Invocando estranhamente a memória do discurso "Eu tenho um sonho" do Dr. Martin Luther King Jr., o presidente ucraniano disse ao Congresso dos EUA na quarta-feira que sonhava em uma zona de exclusão aérea.

“É pedir muito, criar uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia para salvar as pessoas? É pedir demais, uma zona de exclusão aérea humanitária, [para] que a Rússia não seja capaz de aterrorizar nossas cidades livres?”

No dia anterior, falando com legisladores canadenses , Zelensky implorou: “Por favor, fechem o céu, fechem o espaço aéreo, por favor, pare o bombardeio…. Quantos mísseis de cruzeiro mais terão que cair em nossas cidades até que você faça isso acontecer?”

Zelensky teve praticamente todos os membros do Congresso aplaudindo de pé, com a presidente Nancy Pelosi aplaudindo o grito de guerra da direita, “Slava Ukraini!” Mas apenas um punhado de políticos norte-americanos parecia convencido da ideia de uma zona de exclusão aérea. O senador da Flórida Rick Scott foi um deles; ele disse que o presidente Joe Biden é “insensível e ignorante” se não “fechar os céus ucranianos para ataques russos”.

Zelensky quer nos fazer acreditar que Washington ou Ottawa podem simplesmente emitir uma declaração dizendo que os céus da Ucrânia estão fechados e então, como mágica, os militares russos interromperão seu ataque aéreo. O senador Scott diz que qualquer um que se oponha é ignorante. Mas são os defensores de uma zona de exclusão aérea que são os ignorantes.


A realidade é que impor uma zona de exclusão aérea significaria literalmente que aviões de guerra e mísseis da OTAN (que basicamente implica nos EUA) estariam derrubando aviões russos – militares americanos matando militares russos.

Isso significaria guerra — guerra imediata entre a Rússia e as 30 nações da aliança da OTAN dominada pelos EUA. E uma guerra entre a Rússia e os Estados Unidos poderia facilmente evoluir para um confronto nuclear total. A Rússia já colocou suas forças nucleares em alerta máximo antes da invasão da Ucrânia e alertou outros para ficarem de fora, e os mísseis dos EUA estão sempre prontos para serem lançados a qualquer momento.

Ninguém deve subestimar as consequências em jogo.

Uma guerra nuclear entre a Rússia e os Estados Unidos significaria centenas de milhões de pessoas mortas em poucas horas, ou mesmo minutos. Washington, Nova York, Los Angeles, Chicago, Moscou, São Petersburgo, Kiev, Londres, Paris, Berlim e tantas outras cidades seriam varridas do mapa. Em tal troca nuclear, provavelmente também seria difícil impedir que outras potências nucleares fossem arrastadas, então Pequim, Xangai, Taipei e várias metrópoles distantes da zona de guerra também poderiam ser vaporizadas.

Algumas vozes na mídia, bem cientes do risco de uma zona de exclusão aérea, estão dispostas a apostar o futuro da humanidade. Sam Bowman, editor da publicação Works in Progress e ex-diretor executivo do Adam Smith Institute, um think tank capitalista, escreveu no Twitter em 14 de março:

“Minha opinião é basicamente que vale a pena arriscar uma guerra nuclear por algumas coisas, como manter o máximo possível da Europa livre e independente da Rússia. Mas acho que é uma posição difícil de manter se você acha que a extinção da humanidade é tão ruim que evitá-la supera todo o resto.”

Deus salve o livre mercado, tudo o mais que se dane — assim segue a lógica aparentemente.

Felizmente, Biden, outros líderes da OTAN e a maioria no Congresso dos EUA reconhecem a realidade de que, se houver uma guerra nuclear, não haverá mais Europa, mercados livres, humanidade ou qualquer outra coisa – e assim eles continuam a resistir pede uma zona de exclusão aérea, até agora.

Quando muitas pessoas ouvem falar de uma zona de exclusão aérea, talvez tenham lembranças do Iraque na década de 1990 ou da guerra da Bósnia em meio à dissolução da Iugoslávia naquela mesma década. Deixando de lado a legalidade dessas guerras por enquanto, as situações nesses lugares não são comparáveis ​​ao que está acontecendo na Ucrânia agora. Nesses casos, os EUA tinham uma vantagem militar total em comparação com Saddam Hussein ou os sérvios bósnios.

Nenhum dos adversários dos EUA naqueles conflitos da década de 1990 poderia igualá-lo em armamento, e nenhum deles possuía capacidade nuclear. Se um avião iraquiano ou sérvio fosse abatido, ou vice-versa, se um avião americano fosse abatido, havia pouca probabilidade de que essas guerras ficassem automática e drasticamente fora de controle em outros países.

Destruição Mutuamente Assegurada

Em contraste, um confronto direto entre pilotos americanos e russos sobre a Ucrânia, ou a destruição de um bombardeiro russo por um míssil americano, imediatamente nos arrastaria para uma guerra muito mais ampla que ninguém poderia vencer.

Durante a Guerra Fria, tanto a URSS quanto os Estados Unidos reconheceram que ambos os países seriam destruídos se algum deles iniciasse uma guerra nuclear. Essa consciência foi chamada de MAD – Destruição Mutuamente Assegurada – e manteve o mundo seguro, embora tenha havido mais do que algumas ligações ao longo dos anos.

O presidente dos EUA Ronald Reagan e o líder soviético Mikhail Gorbachev se encontraram em 1985 e declararam ao mundo: “Uma guerra nuclear não pode ser vencida e nunca deve ser travada”. Esse princípio deve ser central para todas as discussões sobre uma zona de exclusão aérea no momento, e deve acabar com qualquer noção de que ela deve ser aplicada.

A invasão da Ucrânia pela Rússia, as pesadas baixas civis que está causando e a ordem de Putin de colocar as forças nucleares de seu país em alerta máximo tornaram este um momento perigoso. Mas os Estados Unidos também deram muitos passos provocativos que nos levaram a este precipício.

Em 2002, revertendo décadas de progresso no controle de armas nucleares, o presidente George W. Bush retirou os EUA do histórico Tratado de Mísseis Antibalísticos de 1972. Seu sucessor, Barack Obama, seguiu dois caminhos, negociando um Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Novo START) com a Rússia, ao mesmo tempo em que gastava bilhões atualizando as capacidades do arsenal nuclear dos EUA. Então, sob Donald Trump, os EUA deixaram o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) de 1987. Hoje, mísseis dos EUA são implantados na Polônia e na República Tcheca, não muito longe da fronteira russa.

O progresso que foi feito anteriormente para reduzir o perigo da guerra nuclear foi erodido. Esta é uma parte importante do contexto através do qual os pedidos de uma zona de exclusão aérea na Ucrânia devem ser avaliados. Muitas das barreiras para evitar a destruição nuclear global já foram removidas, então não podemos correr nenhum risco.

Negociações agora, não aniquilação nuclear

O povo da Ucrânia está agora no meio de um conflito entre grandes potências. Eles estão pagando o custo mais imediato dessa luta, com milhares perdendo suas vidas. O resto do globo também está agora sujeito ao risco de uma nova guerra mundial.

O imperialismo dos EUA, determinado a cercar a Rússia e consolidar seu domínio na Europa, ajudou a derrubar o governo da Ucrânia em um golpe em 2014 e agitou a perspectiva de que o país seria trazido para a aliança militar anti-Rússia da OTAN. O golpe fortaleceu a extrema direita na Ucrânia e ajudou a desencadear uma guerra civil no leste que durou mais de oito anos.

A camarilha dominante em torno de Putin certamente foi provocada por muitos anos de crescentes ameaças dos EUA à segurança russa, mas também tem sua própria agenda. Sonhos de um novo império russo que trará velhos súditos de volta ao domínio de Moscou e reverter as aberturas da era soviética para a autodeterminação nacional são uma motivação chave, a julgar pelo próprio discurso do presidente russo na véspera da invasão da Ucrânia.

A antiga Rússia czarista, antes da revolução comunista de 1917, era conhecida como a “prisão das nações”. É esse passado que Putin parece determinado a ressuscitar.

A Rússia deve interromper sua ofensiva e reconhecer o direito da Ucrânia de existir. As autoridades ucranianas devem iniciar um diálogo sério sobre as questões de neutralidade militar e resolução da guerra civil nas regiões de Donbass de Donetsk e Lugansk, incluindo o controle de elementos fascistas e neonazistas nas forças armadas. A OTAN deve se comprometer a não buscar expansão para a Ucrânia. E os EUA devem parar de encher a região de armas e tropas.

Para salvar o povo da Ucrânia e salvar o mundo de uma guerra global, a negociação é o único caminho realista à frente. Uma zona de exclusão aérea, por mais nobre que alguns possam achar que soa, não é a solução para os terrores que estão sendo lançados sobre os ucranianos. De fato, uma zona de exclusão aérea é a maneira mais rápida de garantir a extinção da Ucrânia – e do resto de nós – da face da Terra.

CJ Atkins é o editor-chefe do People's World. Ele tem um Ph.D. em ciência política pela York University em Toronto e tem experiência em pesquisa e ensino em economia política e nas políticas e ideias da esquerda americana. Além de seu trabalho no People's World, CJ atualmente atua como Diretor Executivo Adjunto da ProudPolitics.

Imagem em destaque: A primeira explosão nuclear do mundo – o teste atômico 'Trinity' dos EUA no Novo México, 16 de julho de 1945. Se uma guerra nuclear estourar hoje, a devastação causada pelas armas nucleares modernas faria o poder de Trinity parecer pequeno em comparação. A maior parte da vida na Terra provavelmente seria exterminada. | Departamento de Energia dos EUA

People's World

Ucrânia: Proposta de zona de exclusão aérea rejeitada pelos americanos !

Um dos temas mais debatidos nos últimos dias, relacionado ao conflito na Ucrânia, é a questão da “zona de exclusão aérea”. A medida foi proposta inicialmente por Kiev para estabelecer uma resposta agressiva à Rússia, mas tem sido tratada com alguma resistência pela própria OTAN, embora receba aprovação absoluta da mídia ocidental. Na prática, a criação de tal zona significa apenas dar a Kiev e ao Ocidente o “direito” de abater aviões e helicópteros russos, o que significaria o início de uma nova guerra mundial. Esses fatores tornam a medida irresponsável e desnecessária, mas a mídia hegemônica continua ignorando isso e apontando a ideia como o caminho correto a seguir. Por outro lado, pesquisas recentes indicam que o projeto não é popular, recebendo forte reprovação entre as pessoas comuns.

Desde o início, o governo dos EUA e a OTAN rejeitaram o projeto ucraniano de criar uma zona de exclusão aérea para permitir o disparo de aviões russos. Esse tipo de escalada soa muito agressivo até mesmo para os governos ocidentais, que temem que o conflito na Ucrânia desencadeie uma guerra mundial – que prejudicaria todos os lados sem distinção. A posição não é compartilhada pelas principais agências de mídia, que insistem que a criação da zona é uma medida urgente e necessária, apesar de todos os riscos que acarreta. E, nesse sentido, um dos principais argumentos de tais agências é afirmar que há um forte apoio popular à medida.

De fato, nas principais pesquisas, quando perguntados se apoiam ou não a formação de uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, a maioria dos americanos respondeu “sim”. Mas um fato curioso foi revelado em uma pesquisa mais recente do YouGov: a maioria das pessoas simplesmente não parece saber o que uma zona de exclusão aérea significa na prática. Nesta pesquisa, os agentes da YouGov fizeram duas perguntas às pessoas. No primeiro, eles simplesmente perguntaram: “Você apoiaria ou se oporia aos EUA que impõem uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia?”. E no segundo, eles perguntaram de forma mais ampla: “Você apoiaria ou se oporia aos EUA impondo uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, o que significaria que os militares dos EUA derrubariam aviões militares russos sobrevoando a Ucrânia, possivelmente desencadeando uma guerra entre os EUA? e Rússia?”

Para quem sabe o que significa uma zona de exclusão aérea, essas perguntas significam absolutamente a mesma coisa. Mas, surpreendentemente, houve uma discrepância nos resultados. Para a primeira pergunta, 40% dos entrevistados afirmaram que apoiariam uma zona de exclusão aérea imposta pelos EUA, enquanto apenas 25% se opuseram e outros 35% responderam que não tinham certeza sobre o assunto. Por outro lado, para a segunda pergunta, 23% dos entrevistados disseram que apoiariam tal zona. 43% por cento se opuseram, com 34% inseguros.

O resultado nos traz uma série de reflexões interessantes. Em primeiro lugar, é possível concluir que o apoio popular à criação da zona de exclusão aérea é uma grande farsa. O que acontece é que a opinião pública, influenciada pelo discurso da mídia ocidental, tende a apoiar a existência de medidas anti-russas. E a partir do momento que as agências de mídia dizem que é preciso criar uma zona de exclusão aérea, as pessoas tendem a concordar automaticamente. Mas, na direção oposta, os cidadãos americanos temem o surgimento de um novo conflito, o que é natural para um povo tão acostumado a guerras como o americano, que há décadas sofre as consequências da política intervencionista de Washington. Ao tomarem conhecimento de que uma zona de exclusão aérea seria o gatilho para um novo conflito, os americanos param de apoiar a medida,

Quando as agências de mídia ocidentais afirmam que há apoio popular para a criação da zona de exclusão aérea, estão simplesmente mentindo de forma irresponsável, tentando pressionar o governo a implementar uma medida bélica, que possivelmente gerará uma guerra mundial, com base em um argumento falacioso que foi “confirmado” com pesquisas tendenciosas e falhas. De fato, não há apoio real do povo americano para qualquer passo que possa culminar em uma guerra.

É necessário que toda a população dos países ocidentais esteja ciente de que “zona de exclusão aérea” significa um espaço aéreo de voos proibidos ou restritos pelo Estado local, com o direito – e às vezes a obrigação – das forças locais de abater aeronaves que voar para lá. Criar tal situação em um cenário de conflito no ambiente estratégico russo significa fazer a OTAN abater aeronaves militares russas, o que certamente não será aceito passivamente, gerando uma guerra entre a Rússia e a OTAN.

Então, com as pessoas conhecendo todas as consequências de tal zona, não haverá suporte para esse tipo de medida irresponsável. É um projeto que só agrada ao próprio governo ucraniano e a outros estados com alto grau de nacionalismo anti-russo – como Lituânia, Estônia e Eslovênia, que apoiam oficialmente a zona. Não há espaço para defender esse tipo de ideia nas democracias americanas e ocidentais.

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Rússia usou mísseis hipersónicos na Ucrânia !

Veículos militares a transportar o míssil balístico hipersónico DF-17.

Depósito de armas destruído pelos mísseis. Mais de 100 crianças já morreram e Zelenskyy reforça: chegou a altura de haver um encontro com Putin.

A Rússia utilizou, pela primeira vez, mísseis ar-terra hipersónicos na guerra na Ucrânia. Na sexta-feira as forças russas destruíram dessa forma um depósito de armas subterrâneo, nesta sexta-feira.

A novidade foi dada neste sábado pelo Ministério da Defesa da Rússia, que descreveu o míssil Kinjal como altamente manobrável e que “desafia todos os sistemas de defesa antiaérea”.

A maioria dos sistemas anti-mísseis, segundo o Governo de Moscovo, não consegue captar este míssil, porque o Kinjal é realmente rápido (hipersónico) e consegue voar a baixas altitudes. E também conseguirá carregar ogivas nucleares.

Mais civis mortos

Enquanto se anuncia mais um cessar-fogo para se criar um corredor humanitário para evacuar civis, agora em Lugansk, foi precisamente em Lugansk que mais quatro pessoas morreram e 10 ficaram feridas, após bombardeamentos em Severodonetsk e Rubizhne.

O chefe da administração militar regional de Lugansk indicou que esses ataques decorreram na sexta-feira e atingiram 19 edifícios residenciais e 19 casas particulares, além de centros de saúde.

Já na manhã deste sábado, em Zaporizhzhya, pelo menos nove pessoas morreram e 17 ficaram feridas, na sequência de um ataque russo nos subúrbios dessa cidade.

A capital Kiev mantém constantes sirenes de alerta mas o exército ucraniano revelou que conseguiu travar a marcha do exército russo em direcção a Kiev.

Presidente da Ucrânia pede encontro

A guerra na Ucrânia começou há mais de três semanas e, segundo as autoridades locais, já morreram 112 crianças desde o dia da invasão russa.

Volodymyr Zelenskyy, presidente da Ucrânia, divulgou uma mensagem na noite passada, na qual reforçou a sua disponibilidade para uma reunião directa com o presidente da Rússia, Vladimir Putin: “Chegou a altura de haver um encontro, de haver um diálogo.”

https://zap.aeiou.pt/russia-usou-misseis-hipersonicos-na-ucrania-468414

 

Tuvalu, a minúscula nação do Pacífico que faz uma fortuna com o domínio “.tv” !


A pequena nação de Tuvalu recebe cerca de 10 milhões de euros por ano devido ao licenciamento do domínio .tv — uma verdadeira fortuna para o país.

Tuvalu é uma pequena ilha no meio do Pacífico, com cerca de 11 mil habitantes, e cuja área territorial não supera os 30 quilómetros quadrados.

O turismo é muito precário, apenas existindo um hotel no país, localizado em Funafuti, a capital do país. Segundo a Far & Wide, Tuvalu é o país menos visitado do mundo, recebendo cerca de 2 mil visitantes anualmente.

A sua economia é muito limitada e as exportações são escassas. Ainda assim, o país é conhecido pelas suas atividades económicas bizarras, que garantem algum rendimento extra.

Por exemplo, Tuvalu amealha receitas com a venda da sua bandeira para barcos internacionais e com as emissões de selos para colecionadores.

Ainda assim, esta não é a sua fonte de rendimento mais curiosa. Uma grande parte da fortuna do arquipélago vem do licenciamento do domínio de internet “.tv”.

Tudo começou na década de 1990, quando a União Internacional de Telecomunicações atribuiu aos países uma sequência de caracteres para colocar no final dos seus endereços de web. Enquanto Portugal, por exemplo, ficou com o domínio “.pt”, Tuvalu recebeu o domínio “.tv”.

Quis o destino que a pequena e humilde nação recebesse um domínio que acabou por se revelar bastante útil, já que é a abreviação universal de “televisão”. Como tal, o país decidiu capitalizar com isso.

O domínio de Tuvalu é um dos recursos mais valiosos da nação insular. Graças à crescente popularidade do live streaming e dos videojogos competitivos, Tuvalu ganha cerca de 1/12 do seu PIB com o licenciamento do domínio para gigantes da tecnologia como a plataforma de streaming Twitch, da Amazon.

A Twitch.tv tem o domínio desde 2011 e, atualmente, atrai cerca de 100 milhões de utilizadores por mês. E de acordo com o Domain Tools, .tv está licenciado para 458.168 sites.

A empresa norte-americana Verisign pagava a Tuvalu cerca de 5 milhões de dólares por ano pelos direitos. Entretanto, o contrato terminou no ano passado e, no início de 2022, a GoDaddy passou a deter os direitos.

A Tuvalu Telecommunications Corporation não divulgou o valor negociado, escreve a ABC Australia, mas o portal The World avança que a cifra deve rondar o dobro do acordo anterior: 10 milhões de dólares.

Para um país que fatura cerca de 67 milhões de euros por ano, este é um negócio incrivelmente valioso para o Estado da Polinésia.

“Essencialmente, é como ter terras e arrendar essas terras para outras pessoas”, disse George Siosi Samuels, diretor administrativo da Faiā, uma consultoria de tecnologia que liderou as negociações.

Em novembro do ano passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Tuvalu gravou um discurso onde se mostra a falar com a água pelos joelhos. O objetivo era mostrar como o país é vulnerável ao aquecimento global. Crê-se que seja um dos primeiro países a desaparecer com a subida do nível da água do mar.

https://zap.aeiou.pt/tuvalu-faz-fortuna-dominio-tv-468227


Instagram bloqueado na Rússia: “Era a minha vida ! Não sei como vou ter dinheiro agora” !


Reacções de vários profissionais que praticamente dependiam dessa rede social, no seu negócio: “Vamos perder 90% do nosso público”.

O Instagram foi bloqueado na Rússia, nesta segunda-feira. A decisão partiu do Roskomnadzor – Serviço Federal de Supervisão de Comunicações, Tecnologia da Informação e Meios de Comunicação de Massa.

Os responsáveis pelo Roskomnadzor alegam que o Instagram foi bloqueado porque está repleto de “apelos a acções violentas contra cidadãos e militares russos” – na semana passada a Meta, detentora de Instagram e Facebook, avisou que iria aliviar as regras sobre conteúdos violentos ou mensagens de ódio contra o Exército e dirigentes russos.

O procurador-geral da Rússia pediu que a Meta, empresa que detém o Instagram, seja colocada na lista negra de organizações, sendo classificada como “organização extremista”.

O portal Meduza recolheu reacções de vários russos, que moram em diversas cidades. E há quem tenha o negócio completamente estragado por causa deste bloqueio.

Zoya é especialista em tatuagens: “O Instagram era a minha principal página profissional. Publicava fotografias do meu trabalho e era através dessa rede que conseguia a maioria dos meus clientes. Vou perder dinheiro e contactos“.

Ekaterina, directora de marketing, não tem muitas ilusões: “Gastámos anos a conseguir chegar ao nosso público no Instagram, que tem crescido muito. Mas, agora, vamos perder para sempre 90 por cento desse público“.

Uma especialista em marketing nas redes sociais, Liza, não acreditava que o Instagram iria ser mesmo bloqueado: “Agora vou ter de encontrar novas soluções para os meus clientes, noutras redes sociais. Preciso de reconstruir completamente a imagem das empresas, reaprender os públicos e o alcance das publicações. Bloquear o Instagram anula completamente os meus sete anos de experiência profissional”.

Alexey é proprietário de uma estância turística e também não tem dúvidas: “92% dos nossos clientes vinham do Instagram. Tínhamos sempre lotação esgotada, mesmo em dias de semana. Agora não vamos conseguir nenhum cliente, aparentemente. Estamos vazios“.

O contexto da fotógrafa Nastya parece ser ainda mais delicado: “O Instagram é a minha vida inteira, mesmo a nível financeiro. E dele dependem as pessoas de quem cuido. Não sei como vou cuidar deles agora, sem o meu blogue. Estou a tentar não pensar nisso, nestes dias”.

Inna, guia turístico, admite que a proibição do Instagram é sinónimo de perda do salário: “Isto destrói os meus cinco anos de trabalho duro. É um golpe terrível”.

Os relatos de vida profissional arruinada repetem-se ao longo do artigo. Pessoas choraram, outras não sabem o que vão fazer agora. E uma proprietária de um abrigo para animais até classifica esta decisão como uma “crise humanitária”.

Também há três relatos diferentes, que deixamos para o final.

Um é de Nastya, que conta que há 10 anos um homem viu uma fotografia sua no Instagram e ficou interessado – hoje esse homem é o seu marido.

Outro é de Viktor, reformado, que não será afectado porque nem tem conta no Instagram. Mas sente-se aborrecido devido a tantos bloqueios na Rússia: “Acho que, um dia, a Rússia será livre!“.

Por fim, a confissão de Anton, programador informático: “Duvido de que o Meduza publique isto: eu utilizava muito o Instagram e considerava a rede um sítio importante para socializar e ler as notícias mais recentes; mas, a partir do momento em que mudaram as regras sobre mensagens de ódio contra os russos, passei a ser a favor da proibição do Instagram”.

Muitos russos têm agora tentado angariar seguidores no Telegram e no VKontakte (o Facebook da Rússia).

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Fortuna escondida - Putin terá vários imóveis de luxo na Alemanha !


O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem vários imóveis de luxo em Berlim e em Munique, na Alemanha, de acordo com o jornal alemão Bild.

Segundo este órgão de comunicação social, Putin adquiriu há poucos anos o “Palácio da Ópera” de Munique, avaliado em 300 milhões de euros, assim como o edifício do Hotel Sofitel, também na capital da Bavária.

A investigação de 2021 apelidada de “Pandora Papers” tinha revelado que o palacete em Munique estava vinculado a uma empresa ‘fantasma’ sediadas nas Ilhas Virgens.

A empresa estará associada, de acordo com uma investigação conjunta de vários órgãos de comunicação social alemães, ao empresário russo Ruslan Yevgenevich Goriujin, por sua vez associado ao milionário Arkadi Rotenberg, que pertence ao círculo mais restrito de amizades de Putin.

As notícias publicadas pelo Bild avançam que o Presidente russo também é o proprietário de 33 imóveis na Avenida Kurfürstendamm e de uma moradia de luxo de 1.850 metros quadrados em Berlim.

Mais uma vez, os imóveis aparecem como propriedade de Arkadi Rotenberg e do seu irmão, Boris, ambos submetidos às sanções dos EUA e do Reino Unido, pelo vínculo das suas empresas com a invasão à Ucrânia.

Este mês, as autoridades da Alemanha apreenderam num estaleiro em Hamburgo vários iates pertencentes a oligarcas russos sancionados.

No entanto, ainda não há registos de que alguma propriedade tenha sido confiscada. Isto porque há dificuldades em determinar quem é o verdadeiro proprietário destes bens luxuosos, pois, na maior parte das vezes, estão registados em empresas sediadas em paraísos fiscais.

Putin tem sido associada a vários oligarcas russos, incluindo Roman Abramovich. O empresário sobretudo conhecido como dono do Chelsea chegou a ser apontado como um eventual “testa-de-ferro” de Putin, já que poderia estar à frente de investimentos feitos em parceria com dinheiro do presidente russo.

https://zap.aeiou.pt/fortuna-putin-imoveis-alemanha-468445


Inaugurada a maior ponte suspensa do mundo !


Ponte está na Turquia e liga dois continentes: Europa e Ásia. Vão entre pilares prolonga-se por mais de dois quilómetros.

A Turquia inaugurou nesta sexta-feira uma ponte suspensa que une dois continentes: Europa e Ásia. É a maior do género, no planeta.

São mais de quatro quilómetros de extensão, sendo que o vão entre pilares prolonga-se por pouco mais de dois quilómetros – é maior do que a ponte Akashi Kaikyo, no Japão, que era a maior ponte suspensa do mundo.

A ponte situa-se no estreito de Dardanelos, uma fronteira natural entre a Europa e a Ásia – parte do território da Turquia situa-se no continente europeu e a outra parte no continente asiático.

É a quarta ponte que une os dois continentes. Neste caso, liga Gallipoli (Europa) a Lapseki (Ásia). Situa-se relativamente perto das fronteiras com Grécia e Bulgária.  

Custou pouco mais de 3 mil milhões de euros e foi concluída um ano e meio antes do previsto.

Chama-se Ponte Çanakkale 1915 e foi inaugurada no dia 18 de Março: uma homenagem à vitória do então Império Otomano sobre os aliados na batalha naval de Çanakkale, no dia 18 de março de 1915, durante a I Guerra Mundial. Também a altura da estrutura (318 metros) recorda essa data: 18/3.

E o vão de 2.023 metros antecipa o ano 2023, quando a República da Turquia completar 100 anos de existência, após a dissolução do Império Otomano.

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A guerra na Ucrânia pode representar uma oportunidade de ouro para a gigante Boeing renascer !


Diversificação da caderneta de fornecedores após a invasão da Crimeia parece ter sido um passo certo por parte da empresa norte-americana que se coloca em superioridade face às suas concorrentes.

Os últimos anos têm sido particularmente fáceis para a gigante Boeing. Depois de dois acidentes dramáticos com o modelo 737 Max que vitimaram 346 pessoas, a empresa norte-americana foi criticada pela “lenta” e “defensiva” gestão da crise, que acabou por motivar a suspensão de atividade de quase 400 aeronaves durante 20 meses após diretivas das autoridades norte-americanas. A fábrica situada no estado da Carolina do Sul também parece ser uma fonte de problemas.

No entanto, a Boeing parece também ter feito algumas escolhas acertadas e a guerra na Ucrânia pode vir a prová-lo.

Tal como descreve o The Conversation, as novas aeronaves dependem fortemente de materiais leves, nomeadamente titânio – o qual tem características determinantes como a alta resistência ao calor, o que o torna ideal para a utilização no corpo do avião, nas partes que mantêm a estrutura unida, nas rodas e no trem de aterragem. No encanto, o titânio é escasso e 16% do seu fornecimento provém da Rússia e da Ucrânia.

Após a crise da Crimeia, em 2014, a Boeing começou a armazenar titânio e a diversificar a sua carteira de clientes respeitante ao abastecimento de metais. Numa declaração oficial publicada a 7 de março, a empresa tratou de tranquilizar todos os que com ela têm negócios, esclarecendo o seu posicionamento em relação a matérias-primas.  

“O nosso inventário e diversidade de fontes de titânio proporcionaram um abastecimento suficiente para a produção de aviões, e continuaremos a tomar as medidas certas para assegurar a continuidade a longo prazo.”

A Boeing suspendeu a compra de titânio à Rússia no início de março, apesar de as sanções impostas pelos Estados Unidos à Rússia não cobrirem a compra de metais. O armazenamento de titânio pela empresa não a impede, ainda assim, de continuar a depender da Rússia para questões de fornecimento, citando para tal o cumprimento das sanções da União Europeia.

Como resultado da diversificação de fornecedores, a Boeing depende agora da Rússia para 35% dos materiais que usa na construção das suas aeronaves, ao passo que a Airbus, por exemplo, tem um nível de dependência na ordem dos 50% a 65%. A dependência é ainda maior para os fabricantes mais pequenos, como é o caso da brasileira Embraer, que depende da Rússia a 100%.

A invasão russa à Ucrânia originou quedas nas ações da Airbus cotadas em bolsa, na perspetiva de uma diminuição da procura de aeronaves nos mercados afetados e a perturbações nos acordos de financiamento. Simultaneamente, a Boing teve um desempenho marginalmente melhor. Num cenário de imposição de sanções às importações de metais russos, também se antecipa que a Airbus e outros fabricantes fossem mais afetados, ao passo que para a Boeing a ameaça é menor significativa.

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Após protesto em direto, televisões russas deparam-se com onda de demissões de jornalistas !


Há vários anos que os jornalistas russos lidam com as limitações à liberdade de expressão e de imprensa no país, no entanto, a ideia de que podem estar a participar no branqueamento da guerra na Ucrânia e na instrumentalização da opinião pública.

Quando no início desta semana Marina Ovsyannikova decidiu intrometer-se no cenário da transmissão televisiva do estatal Channel One exibindo um cartaz a denunciar invasão russa à Ucrânia e apelar ao fim do conflito, estava longe de adivinhar o que se seguiria. A própria jornalista reconheceu, mais tarde, que antes do gesto não havia refletido bem sobre as consequências que dele resultaria, já que a sua prioridade era contestar o conflito, no qual a sua própria se recusa a acreditar.

A ação da jornalista ganhou dimensão mundial, com muitos a elogiar-lhe a coragem e valentia. O próprio presente ucraniano Volodymyr Zelenskyy agradeceu-lhe, para além de pedir a todos os que trabalham para o que chamou de ‘sistema de propaganda russo’ que se demitam das suas funções. Foi ainda mais longe, dizendo que aqueles que trabalham para o quarto ramo do poder arrisca-se a ser alvo de sanções e investigações por parte dos tribunais internacionais por envolvimento nos “crimes de guerra”.

De facto, alguns dos apoiantes mais próximos do presidente russo que trabalham nos canais de televisão estatais já foram alvo de sanções, nomeadamente Vladimir Solovyov, que apresenta um talk show num dos canais mais vistos, e Margarita Simonyan que afirmou que todos os seus compatriotas com vergonha de serem russos é porque “realmente não o são”.

Neste contexto de completa limitação da liberdade de expressão e imprensa, em que os meios de comunicação são obrigados a seguir a cartilha imposta pelo governo, a demissão pode ser mesmo o único caminho para os profissionais que não concordam com as suas opções, nomeadamente a invasão da Ucrânia. E o incidente com Ovsyannikova parece ter incentivado alguns a fazê-lo.

Nas horas que se seguiram ao protesto, três demissões sonantes aconteceram. Também no Channel One, a jornalista Zhanna Agalakova deixou as suas funções como correspondente europeia, ao passo que dois outros jornalistas abandonaram a rival NTV. Lilia Gildeyeva trabalhava na estação como apresentadora desde 2006 e Vadim Glusker era funcionário do canal há quase 30. Na imprensa internacional correm rumores de demissões entre jornalistas do grupo VGTRK, também controlada pelo Kremlin.

Roman Super jornalista da Vesti, anunciou que os funcionários estavam a sair “em massa”, apesar de tal afirmação ainda não ter sido oficialmente confirmada. Na RT (Russia Today), órgão russo com predominância em todo o mundo e que acabou banido na Europa por decisão da União Europeia como consequência da guerra na Ucrânia, a demissão mais proeminente foi a de Maria Baronova. Em declarações à BBC, a antiga editora-executiva afirmou que o presidente russo havia destruído a reputação do país e que a economia estava morta.

Para além de Baronova, a onda de demissões na RT vai além dos jornalistas com nacionalidade russa. Shadia Edwards-Dashti anunciou o cessar de funções enquanto correspondente em Londres no dia da invasão à Ucrânia, sem que avançar qualquer justificação. Jonny Tickle, com nacionalidade inglesa mas a trabalhar em Moscovo, também apresentou a demissão “à luz dos eventos recentes”.

Já Frédéric Taddei, apresentador francês na RT do seu país, anunciou que iria deixar de apresentar o seu programa já que França estava “em conflito” com a Rússia, o que impedia de prosseguir as suas funções habituais “por lealdade” ao seu país. De acordo com a Reuters, a agência de notícias estatal russa com sede na Alemanha, a Ruptly, viu muitos dos seus quadros baterem com a porta.

Também os meios de comunicação social russos sem ligações ao Kremlin têm sido alvo de ataques repetidos durante os últimos anos, pelo que muitos estão habituados a trabalhar sob a ameaça – daí não estarem surpreendidos pela atual colheita de demissões. De facto, alguns foram rotulados como agentes estrangeiros, em linha com o que acontecia na era soviética.

A Dozhd (TV Rain), que foi forçada a abandonar a transmissão tradicional em 2014, teve de suspender as suas emissões online devido à invasão da Ucrânia e alguns dos seus jornalistas fugiram da Rússia de forma a garantir a segurança. A Rádio Ekho Moskvy também foi retirada do ar como consequência da nova legislação russa sobre a chamada falsa informação. A BBC russa está também entre os vários meios ocidentais que foram proibidos, enquanto os jornalistas que trabalham para a Meduza, sediada na Letónia, foram forçados a sair da Rússia.

https://zap.aeiou.pt/apos-protesto-em-direto-televisoes-russas-deparam-se-com-onda-de-demissoes-de-jornalistas-468163


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