terça-feira, 3 de maio de 2022

Fezes, gravação estranha, gargalhadas: O “teatro absurdo” no julgamento de Johnny Depp !


Um dos julgamentos mais mediático dos últimos tempos, entre o actor e Amber Heard. Tem havido momentos, no mínimo, inesperados.

Johnny Depp e Amber Heard continuam a protagonizar um julgamento muito mediático e igualmente insólito. O tribunal na Virginia, Estados Unidos da América, é o palco deste julgamento há três semanas – e ainda vai a meio, no mínimo.

Primeiro, a parte séria: o actor processou a ex-mulher. Exige mais de 47 milhões de euros a Heard porque queixa-se de que um texto escrito pela ex-mulher, há quatro anos, arruinou a sua carreira enquanto actor. Nesse texto, Heard escreveu que era uma “figura pública a representar a violência doméstica”. A atriz reagiu e pede cerca de 84 milhões de euros.

No tal texto, Heard nunca escreve o nome do seu ex-marido mas a cronologia aponta para essa relação. O actor assegura que nunca bateu na actriz.

Ao longo destas três semanas, a defesa de Depp já acusou Heard de apresentar uma “farsa” com o objectivo de baixar a reputação do actor; os advogados de Heard alegam que Depp era um parceiro viciado em drogas e álcool, com tendência para agredir.
 
Na terça-feira, a psicóloga forense Shannon Curry disse aos jurados que acreditava que Amber Heard sofria de dois transtornos: transtorno de personalidade borderline e transtorno de personalidade histriónica.

Johnny Depp disse que também já foi vítima de violência doméstica e mostrou o dedo que, narrou, foi cortado durante uma discussão com a antiga parceira.

Momentos “bizarros”

Não será arriscado afirmar que este julgamento é o mais mediático dos últimos anos, a nível global. E, assim, os momentos caricatos assumem maior mediatismo.

Uma das gravações mais polémicas foi esta: “Conta ao mundo, Johhny. Diz-lhes: eu, Johnny Depp, um homem, sou vítima de violência doméstica, e vê quantas pessoas vão acreditar em ti ou ficar do teu lado”, disse Heard.

Na quinta-feira passada, as fezes entraram no processo. De acordo com um ex-motorista e segurança de Depp, Heard admitiu que defecou na cama do ex-marido. “Brincadeira horrível que correu mal”, terá dito a acusada. Depp sorriu durante este depoimento.

Os risos multiplicaram-se no mesmo dia, noutro testemunho. Um guarda-costas do actor contou que ouviu gritos e, quando entrou em casa, viu Depp. O advogado de Heard fez duas perguntas: “Ele estava a urinar?” e “Tirou o pénis?”. A resposta: “Acho que me lembraria se tivesse visto o pénis dele”, respondeu o segurança, no meio de risos de diversas pessoas que estavam na sessão, incluindo Depp.

No dia anterior, foi reproduzido o depoimento (gravado) de Alejandro Romero, antigo porteiro do local onde o casal morava. Romero gravou o testemunho dentro do carro, a fumar e a conduzir enquanto falava. “Depoimento bizarro”, descreveu o advogado da actriz. “Nunca tinha visto isto. Já vi muitas coisas, mas nunca isto”, reagiu a juíza.

Depois, há declarações desmentidas e teorias. Heard terá utilizado maquilhagem para disfarçar agressões – material de maquilhagem que ainda nem estava a ser vendido no momento da alegada agressão. E há um aparente problema: a advogada de Heard é uma fã de…Depp. Já foi fotografada no meio de fãs do actor, numa estreia de um filme.

Cenas que levaram Emily Hill a resumir este julgamento: “É um teatro absurdo”, escreveu, no portal The Spectator, acrescentando: “Todas estas audiências em tribunal têm sido mais engraçadas do que qualquer comédia de lixo que foi publicada ao longo da última década”.

Olhando para o que tem sido apresentado, Emily não acredita que Depp tenha sido violento com a ex-mulher: “A forma como ele é bem-educado e equilibrado ao lidar com os advogados de Heard… Se ele é um homem violento, alguém que lhe entregue o Óscar que tiraram ao Will Smith”.

https://zap.aeiou.pt/teatro-julgamento-depp-476686

 

O “bombardeamento de estímulos” nas redes sociais pode ser suavizado !


Relação com as redes sociais é um problema para muita gente. Mindfulness já mostrou que pode ajudar a afastar as pessoas do vício.

“Somos bombardeados com estímulos”, resume Camille, uma estudante.

O artigo no portal Psychology Today centra-se no vício que é, para muita gente, as redes sociais.

“A relação com as redes sociais é um dos receios partilhados mais frequentemente entre os jovens adultos. E dado que estás a ler isto num ecrã, é provável que te identifiques com este desafio”, começa o artigo do professor Eric B. Loucks.

Nem precisamos de estatísticas ou de inquéritos para sabemos que as redes sociais são um vício para muitas pessoas.
 
E essa relação pode revelar como a pessoa iria lidar com outros vícios: álcool, açúcar e cafeína. Alguns viciados afastam-se totalmente das redes sociais, outros tentam ser mais conscientes em relação à sua utilização. Não há uma resposta igual para todos.

Mas há um problema bem evidente. Camille volta a falar: “Somos bombardeados com estímulos. Também pode sugar o nosso tempo e a nossa energia. Temos de aproveitar o que existe de positivo na internet, nas opções digitais; mas ignorar o ruído e a sua natureza excessiva é um grande desafio para os jovens”.

Outra estudante, Sabrina, partilha outro problema: “Já reparei nos efeitos que as redes sociais e a tecnologia têm na minha vida. A minha geração glorifica mulheres muito muito magras. A tal ponto que deixa de ser saudável”.

“Todas as mulheres que conheço têm distúrbios relacionados com o peso, com a alimentação e com a imagem do seu corpo. O denominado ‘peso ideal’ não é saudável, mas muitas raparigas tomam medidas extremas para atingir esse objectivo”, continuou Sabrina.

Para combater este vício, claro que o passo principal é a pessoa ter a consciência de que está afectada por esta “doença”. E tentar afastar-se, caso o cenário seja preocupante.

E, para ajudar, surge o mindfulness. O conceito, que deriva da meditação budista, pode ser traduzido para português como “atenção plena” – a sua prioridade é recentrar o foco da pessoa, gerir melhor os recursos interiores, viver plenamente cada momento de forma consciente e sem auto-julgamento.

É uma forma de cada pessoa tentar ter uma relação mais saudável com tudo que acontece. Estabelecer um propósito, uma intenção.

Um estudo avaliou os efeitos de uma aplicação de mindfulness. Conjugando com um auto-controlo do tempo gasto em redes sociais, os resultados mostraram que as pessoas ficaram realmente mais longe do smartphone após 10 dias de mindfulness.

https://zap.aeiou.pt/redes-sociais-mindfulness-476665


Alemanha poderá deixar de importar petróleo russo até ao final do verão !


A Alemanha pode deixar de importar petróleo russo até ao final do verão. Robert Habeck diz que, em matéria de importação de recursos energéticos da Rússia, o país reduziu a quota de petróleo para 12%.

A Alemanha poderá deixar de importar petróleo russo até ao final do verão, afirmou este domingo o ministro alemão da Economia e da Energia, Robert Habeck.

Em comunicado, citado pela Associated Press, o ministro revelou que, em matéria de importação de recursos energéticos da Rússia, a Alemanha conseguiu reduzir a quota de petróleo para 12%, a de carvão para 8% e a de gás natural para 35%.

“Todos os passos que temos dado exigem um enorme esforço coletivo de todos os intervenientes e também representam custos para a economia e para os consumidores. Mas são necessários para que não voltemos a ser chantageados pela Rússia”, afirmou o ministro.

Com a Alemanha a procurar alternativas de fornecimento de energia junto de outros países, Robert Habeck considerou “realista” apontar o fim das importações de petróleo russo até ao final do verão.  

A Alemanha tem estado a ser fortemente pressionada para deixar de importar recursos energéticos da Rússia, como boicote em resposta à invasão militar da Ucrânia pelo regime de Vladimir Putin.

No início de abril, a União Europeia (UE) anunciou que irá proibir a importação de carvão russo a partir de agosto, o que representa apenas uma pequena parte de um negócio de energia dominado por petróleo e gás natural, mais lucrativo para o Kremlin e difícil para a UE de sancionar.

Segundo a AP, os Estados-membros da União Europeia pagam à Rússia, em conjunto, 805 milhões de euros diários para terem petróleo e gás natural, sendo a Alemanha um dos principais consumidores.

https://zap.aeiou.pt/alemanha-podera-deixar-de-importar-petroleo-russo-ate-ao-final-do-verao-476479


“Momento de loucura” - Deputado Conservador demite-se após ver pornografia no Parlamento !


A demissão de Neil Parish pode representar mais uma derrota para os Conservadores nas eleições antecipadas para o seu lugar e surge mesmo em cima das autárquicas que vão ter lugar esta semana.

Depois de uma polémica sobre um cruzar de pernas ter despoletado um debate nacional sobre o sexismo no Parlamento no Reino Unido, o deputado Conservador Neil Parish tornou-se o foco de num novo escândalo sexual na política britânica.

Parish anunciou a sua demissão no sábado depois de ter admitido que viu pornografia em duas ocasiões no seu telemóvel enquanto estava na Câmara dos Comuns.

A acusação surgiu inicialmente após uma reunião de mulheres do grupo Conservador 2022 em Westminster, com duas mulheres a dizerem que testemunharam um deputado a ver pornografia no plenário e uma outra Ministra a afirmar que também tinha visto o mesmo durante uma reunião de um comité. Inicialmente, não foi divulgado quem era o deputado em questão.

O comité independente que investiga queixas de assédio e má conduta sexual no Parlamento abriu uma investigação. O primeiro-ministro, Boris Johnson, comentou o caso considerando-o “inaceitável“, mas pediu paciência pelo fim da investigação.

Na sexta-feira, o jornal The Telegraph avançou que Neil Parish era o deputado em questão. A sua esposa defendeu-o publicamente, descrevendo a situação como “embaraçosa” e “estúpida”.

Quando confrontado pelos jornalistas, o deputado confessou que abriu algo por engano no Parlamento, mas que estava à espera do resultado da investigação. No entanto, Paris acabou por não resistir à pressão pública e anunciou a demissão no sábado, descrevendo a visualização de pornografia como um “momento de loucura”.

“A situação é que, curiosamente, estava a ver tratores. Fui para outro site que tinha um nome semelhante e vi durante algum tempo, o que não devia ter feito. Mas o meu maior crime é que noutra ocasião, vi outra vez. O que eu fiz foi absolutamente errado. Peço desculpas totalmente”, confessou à BBC.

O deputado explicou que inicialmente ia explicar ao comité o que tinha acontecido, mas que decidiu demitir-se depois de se aperceber da “agitação e danos” que estava a causar à sua família e ao eleitorado.

A deputada Trabalhista Thangam Debbonaire afirmou que Paris tomou a decisão certa ao demitir-se após o seu “comportamento nojento“. “Mas é chocante que os Conservadores tenham permitido que este fiasco se tenha arrastado durante tantos dias. Repetidamente os Conservadores recusam agir, recorrendo a encobrimentos e arrastando a reputação de outros deputados e da Câmara com eles”, criticou.

Esta demissão surgiu apenas alguns dias antes das eleições autárquicas que terão lugar no Reino Unido na quinta-feira, que estão a ser encaradas como um referendo à liderança de Boris Johnson depois da sua imagem ter sido abalada pelo partygate e por outros escândalos.

A saída de Parish abre agora a porta a uma nova eleição antecipada em Tiverton e Honiton, no Devonshire. Um bastião dos Conservadores, a vitória do partido pode estar em risco com a proximidade dos Liberais-Democratas, que também já roubaram um lugar histórico aos Tories em Dezembro, em North Shropshire.

Parish pode ter cometido um crime

De acordo com a Trabalhista Jess Phillips, é ainda possível que Parish tenha cometido um crime ao ver pornografia no Parlamento, citando uma lei presente no Acto de Exibições Indecentes de 1981.

“Se qualquer acto indecente for exibido, a pessoa a fazer a exibição e qualquer pessoa a causá-la ou permiti-la é considerada culpada da ofensa“, lê-se na lei, que prevê uma moldura penal desde uma multa até dois anos de prisão.

Phillips afirma ao Observer que a lei é pouco conhecida e que, por isso, é poucas vezes aplicada e adianta que os Trabalhistas já pediram uma revisão para se perceber se a legislação abrange este caso.

A deputada apela ainda à criação de uma campanha pública de informação sobre o facto da visualização de pornografia em público ser crime. “Já existem bastantes leis destinadas a proteger as mulheres e as meninas na sociedade, mas não são aplicadas. As pessoas não sabem que se podem queixar“, remata.

https://zap.aeiou.pt/autarquicas-conservador-pornografia-476473


segunda-feira, 2 de maio de 2022

Aldeias do Laos decoram casas com bombas não detonadas da Guerra do Vietname !


Em várias aldeias do Laos, os habitantes decoram as suas casas com invólucros de bombas não detonadas da Guerra do Vietname.

A Guerra do Vietname foi um conflito entre o Vietname do Norte e o Vietname do Sul, entre 1959 e 1975. O conflito foi motivado por questões ideológicas e contou com a participação do exército norte-americano de 1965 a 1973. Estima-se que tenham morrido entre 1,5 e 3 milhões de pessoas.

A 7 de fevereiro de 1965, a aviação americana iniciou a sua ofensiva de bombardeamentos contínuos contra o Vietname do Norte. Para forçar os comunistas a abandonar a luta, os americanos lançaram 7 milhões de toneladas de bombas — um total de mais de 270 milhões de bombas durante toda a guerra.

“Em média, isso equivale a uma missão de bombardeamento a cada oito minutos, 24 horas por dia, durante nove anos”, disse Sarah Goring, da Mines Advisory Group (MAG).

Ainda hoje, décadas depois, cerca de 30% das bombas lançadas permanecem por detonar na região. Há cerca de 80 milhões de bombas não detonadas em Laos — é o país mais bombardeado per capita da História.

Apesar do perigo que representam, alguns aldeões usam as bombas para construir as suas casas, escreve a Insider. Desde 1964, mais de 50 mil pessoas foram mortas ou feridas por explosivos que detonaram mais tarde.

Em muitas aldeias do Laos, essas bombas e outras relíquias do tempo da guerra tornaram-se elementos decorativos. Tanques de combustível de avião, por exemplo, encontraram uma segunda vida como canoas, destaca o portal.

Dependendo do tamanho, os invólucros das bombas são usados para diferentes propósitos: os mais pequenos servem de canteiros, por exemplo.


Bomba não detonada usada como canteiro.

Os aldeões também usam as bombas não detonadas como sucata. “Elas estavam por toda a parte, por isso decidimos aproveitar ao máximo o que temos”, disse La lok, habitante de Ban Napia, em declarações ao The Guardian.

Parte do perigo destas bombas não detonadas vem do facto de que não há como os aldeões saberem se uma bomba ainda está ativa. Muitos deles arregaçam as mangas e optam por mudá-las de sítio.

“Nós nunca encorajaríamos isso, mas eu consigo entender”, disse Goring. “O que é que você faria? Encontra no meio do seu arrozal que pode atingir no ano que vem porque se esquece exatamente onde está. Por isso, da perspetiva deles, é mais seguro movê-la para algum lugar que não estejam a cultivar”.

https://zap.aeiou.pt/aldeias-laos-decoram-casas-bombas-476239


Afinal, os jovens são mais vítimas de burlas do que os idosos !


Os jovens partilham mais informações pessoais online, o que os torna o alvo ideal para fraudes através de emails ou redes sociais.

Está um idoso sossegado em casa quando alguém lhe bate à porta ou lhe liga com alguma oferta que parece (e é) demasiado boa para ser verdade. Esta é a ideia que muitos de nós temos sobre quem é o alvo ideal para burlões, mas acontece que não corresponde à realidade.

De acordo com um estudo da Local Government Association do Reino Unido concluiu que os jovens são mais suscetíveis a serem vítimas de fraude e burlas. A faixa etária entre os 16 e 34 anos foi a mais visada por fraudes através de telefonemas e mensagens.

Já um relatório da Visa e do Instituto de Linguística Forense de Aston concluiu que os jovens entre os 18 e 34 anos no Reino Unido têm uma probabilidade duas vezes maior de serem burlados do que os maiores de 55 anos.

23% dos jovens também não verificam os erros ortográficos ou avaliam a “linguagem persuasiva” das mensagens fraudulentas. As fraudes com roubo de identidade também aumentaram 155% no ano passado no Instagram, uma rede social onde a maioria dos utilizadores tem menos de 35 anos.  

“Os mais jovens podem ser mais suscetíveis a algum tipo de fraude por causa das formas como os criminosos as contactam, incluindo por mensagem, WhatsApp e email. Os jovens também partilham mais informações pessoais online. Isto pode colocá-los mais em risco“, revela um porta-voz da UK Finance à Dazed.

De acordo com o site Take Five to Stop Fraud, há algumas coisas que podemos fazer para nos protegermos e conseguirmos identificar os sinais de alerta: “As fraudes geralmente começam com uma chamada telefónica, mensagem ou email que aparenta ser uma organização ou pessoa confiável”.

Os burlões também nos podem contactar através das redes sociais. “Quando os criminosos se fazem passar por um amigo ou familiar, geralmente inventam razões para pedirem dinheiro, pelo que se deve contactar imediatamente as autoridades ou o banco se houver suspeitas de fraude.

Por estas razões, talvez seja melhor os mais novos voltarem a seguir a sabedoria popular e ouvirem os mais velhos.

https://zap.aeiou.pt/afinal-jovens-vitimas-burlas-idosos-476226


Estados Unidos vão apoiar Kiev “até à vitória” !


A presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, prometeu hoje que Washington irá apoiar a Ucrânia “até obter a vitória” na guerra iniciada pela Rússia, defendendo que “não se pode ceder a um rufia”.

Nancy Pelosi esteve com o presidente ucraniano Volodímir Zelensky, em Kiev, para tratar de questões “de segurança, assistência humanitária, assistência económica e finalmente da reconstrução, assim que se obtenha a vitória”, revelou hoje a responsável numa conferência de imprensa em Rzeszow, na Polónia.

A presidente da Câmara dos Representantes é o mais alto líder dos EUA a visitar a Ucrânia desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, e este sábado liderou uma delegação de membros democratas do Congresso em Kiev que se encontrou com o presidente Zelensky.

Já na Polónia, Pelosi foi questionada pelos jornalistas sobre o perigo de o apoio dos EUA poder levar a “algo pior”: “Deixem-me falar por mim mesmo. Não se deixe intimidar por valentões. Se o estiverem a ameaçar, não pode recuar. Estamos lá para lutar e não se pode ceder a um rufia”, afirmou, citado pela agência de notícias EFE.

Pelosi revelou que, no encontro com o presidente ucraniano, reiterou o apoio dos EUA, deixando “uma mensagem de agradecimento do povo americano pela sua liderança e a admiração do povo americano pela sua coragem”.

A líder da Câmara dos Representantes norte-americanos recordou ainda que o presidente Joe Biden pediu ao Congresso que enviasse para Kiev um pacote de ajuda humanitária e militar de 33 mil milhões de dólares (cerca de 31,2 mil milhões de euros).

Na delegação norte-americana a acompanhar Pelosi está Gregory Meeks, que preside ao Comité dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes, Adam Schiff, que preside ao Comité dos Serviços Secretos da Câmara, Jim McGovern, que preside ao Comité do Regimento da Câmara, entre outros responsáveis.

“Estamos numa fronteira de liberdade e a vossa luta é uma luta para todos. O nosso compromisso é estar ao seu lado até que a luta esteja terminada“, afirmou Pelosi ainda em Kiev, durante o encontro com Zelensky.

Na conferência de imprensa, o congressista democrata Jim McGovern acusou o presidente russo Vladimir Putin de fazer guerra aos “mais vulneráveis do mundo” e “agravar a fome” com a sua agressão contra a Ucrânia, um dos maiores produtores de cereais do mundo.

Neste sentido, defendeu a prestação de “ajuda direta” à Ucrânia para que as autoridades de Kiev possam distribuí-la onde é mais necessária e “àqueles que mais precisam dela”.

Adam Schiff, que preside ao Comité dos Serviços Secretos da Câmara dos Representantes, adiantou que os legisladores norte-americanos tiveram uma reunião de três horas com Zelensky e a sua administração, durante a qual falaram sobre sanções, armas e ajuda humanitária.

As imagens divulgadas hoje pelo gabinete do presidente Volodymyr Zelensky mostraram Pelosi e a sua comitiva na capital da Ucrânia.

“A nossa delegação viajou até Kiev para enviar uma mensagem inequívoca e retumbante a todo o mundo: a América está firmemente com a Ucrânia”, disse Pelosi na declaração divulgada hoje.

Num outro vídeo divulgado mais tarde pelo gabinete de Pelosi, surge Zelensky a agradecer o apoio: “Vamos ganhar e vamos ganhar juntos“, disse o presidente ucraniano.

Ao que Pelosi acrescentou: “Estamos aqui até que a vitória seja ganha“.

https://zap.aeiou.pt/estados-unidos-vao-apoiar-kiev-ate-a-vitoria-476434


Outro lado do genocídio no Ruanda: “O assassino do meu marido agora é meu compadre” !


Genocídio no Ruanda originou muitos desfechos dramáticos, mas também foi o ponto de partida para esta história de perdão e amor.

Foram cerca de três meses que arruinaram um país. Em 1994 o Ruanda foi afectado por um verdadeiro genocídio.

Massacres contra a minoria Tutsi, organizada e concretizada pela maioria Hutu, começaram por causa do que aconteceu no dia 6 de Abril de 1994: o presidente do país, Juvénal Habyarimana – que era Hutu – foi assassinado (avião abatido).

Morreram quase um milhão de pessoas. Um período que arruinou um país, que originou muitos desfechos dramáticos e que deixou “feridas” que ainda não foram saradas, quase 30 anos depois.

No entanto, a BBC falou com alguém que demonstra o outro lado desta fase muito negativa no Centro de África.
 
Chama-se Bernadette Mukakabera e ficou viúva precisamente em 1994, durante o genocídio de Ruanda. Inserido na comunidade Tutsi, o seu marido Kabera Vedaste foi assassinado.

Já em tribunal, durante uma audiência oito anos depois (2004), Gratien Nyaminani – o assassino de Kabera e que tinha sido preso pouco depois do fim do conflito – contou à viúva como matou o seu marido. E pediu perdão.

Bernadette decidiu perdoá-lo. De imediato.

Tratou-se sobretudo de um gesto que mereceria aplausos e reconhecimento; mas tratou-se também da libertação do assassino que, em vez de ser condenado a prisão durante 19 anos, cumpriu serviço comunitário durante dois anos.

Entretanto, começou a criar-se uma relação entre…as duas famílias. A família do assassino e a família do assassinado.

Alfred tinha 14 anos quando o seu pai foi assassinado; Yankurije tinha nove anos quando o seu pai matou Kabera.

Yankurije ainda era uma criança mas quis ajudar a viúva nas tarefas domésticas e a tratar da fazenda: “Ela não tinha mais ninguém para ajudá-la, já que o meu pai era o responsável pela morte do marido dela”.

E aí surgiu o amor.

Alfred apaixonou-se por Yankurije, mais tarde. Ou seja, o filho de Kabera apaixonou-se pela filha do assassino de Kabera.

Bernadette, a viúva, aceitou logo a relação; gostava muito da jovem Yankurije. “Eu sentia que ela poderia ser a melhor nora para mim porque ela entendia-me melhor do que ninguém. Eu convenci o meu filho a casar-se com ela”.

Gratien, o assassino, não gostou muito de saber da proposta de casamento. Hesitava, sobretudo, por causa da ligação eminente à família que ele tinha destruído. Mas acabou por aceitar.

14 anos depois do genocídio, em 2008, Alfred e Yankurije casaram-se mesmo.

Este é um dos exemplos do trabalho da igreja católica no Ruanda, que tem estado focada em juntar as comunidades locais. Há mesmo um momento, público, em que o criminoso pede perdão e está junto à vítima, perante toda a comunidade. É uma espécie de reconciliação final.

Entretanto, o assassino Gratien também morreu. Mas Bernadette insiste: “Os nossos filhos não tiveram nada a ver com o que aconteceu. Eles simplesmente se apaixonaram e nada deveria impedir as pessoas de se amarem”.

https://zap.aeiou.pt/outro-lado-genocidio-ruanda-476045


Zelensky pede às tropas russas que se recusem a lutar !


O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu aos soldados da Rússia que se recusem a lutar na Ucrânia, dizendo que até os generais de Moscovo esperam que milhares de tropas russas morram nas próximas semanas.

No habitual discurso diário, divulgado em vídeo no sábado à noite, Zelensky dirigiu-se, em russo, diretamente aos soldados da Rússia.

O líder ucraniano disse que a Rússia está a recrutar novas tropas, “com pouca motivação e pouca experiência de combate”, para reforçar as unidades que sofreram perdas durante as primeiras semanas da invasão.

Após falhar a conquista da capital, Kiev, o exército tem-se concentrado numa nova ofensiva na região leste da Ucrânia, para tentar garantir o controlo total do Donbass e estabelecer um corredor terrestre com a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Volodymyr Zelensky disse que os líderes militares russos estão cientes que milhares de tropas poderão morrer e outros milhares poderão ser feridos nas próximas semanas.
 
“Os comandantes russos estão a mentir aos seus soldados quando lhes dizem que podem esperar ser seriamente responsabilizados por se recusarem a lutar”, disse Zelensky.

“Não lhes dizem, por exemplo, que o exército russo está a preparar camiões frigoríficos adicionais para armazenar os corpos. Eles não lhes contam sobre as novas perdas que os generais esperam”, disse o Presidente ucraniano.

“Cada soldado russo pode ainda salvar a sua própria vida. É melhor sobreviver na Rússia do que morrer na nossa terra”, disse Zelensky.

Segundo informações divulgadas no sábado pelos serviços secretos do Reino Unido, a Rússia continua com problemas de coordenação tática na Ucrânia e o seu apoio aéreo é inconsistente.

A Rússia espera retificar os problemas que têm limitado a invasão ao concentrar geograficamente o poder de combate, encurtando as linhas de abastecimento e simplificando o comando e o controlo, é acrescentado num relatório fornecido pelo Ministério da Defesa britânico.

A Rússia viu-se obrigada a fundir unidades que não conseguiram progredir no noroeste da Ucrânia, acrescenta a informação, observando que muitas dessas unidades podem estar moralmente debilitadas.

https://zap.aeiou.pt/zelensky-pede-as-tropas-russas-que-se-recusem-a-lutar-476389


domingo, 1 de maio de 2022

A Rússia está a usar golfinhos para proteger bases navais do mar Negro !


Animais são escolhidos por os sonares mais sofisticados de toda a fauna, sendo-lhes fácil detetar minas e outros objetos potencialmente perigosos.

A Rússia está a usar golfinhos para proteger a entrada de um porto importante do mar Negro, de forma a proteger uma base naval com grande importância para o regime de Vladimir Putin. As evidências foram recolhidas através de fotografias de satélite, observadas por um analista naval e fornecidas ao The Wasington Post.

Nelas é possível ver dois compartimentos com golfinhos na entrada do Porto de Sebastopol, na Crimeira. H. L. Sutton, responsável por fornecer a informação ao Instituto Naval dos Estados Unidos, acrescentou que os compartimentos foram lá colocados em fevereiro, na altura em que a invasão começou.

De acordo com o especialista, os golfinhos podem ser usados para neutralizar os mergulhadores ucranianos que tentassem entrar naquele espaço marítimo para sabotar os navios russos. A técnica não é nova, já que tanto Estados Unidos da América como a Rússia treinaram os animais para este efeito há décadas.

Tal como lembra o Público, desde a década de 1960 que a marinha norte-americana treina golfinhos e leões-marinhos para ajudarem a combater ameaças semelhantes. De acordo com os especialistas, os golfinhos têm os sonares mais sofisticados de toda a fauna, sendo-lhes fácil detetar minas e outros objetos potencialmente perigosos – que muitas vezes escapam aos sonares eletrónicos. 

O programa norte-americano foi conhecido na década de 1990, mas decorreu durante décadas em segredo – o que permitiu manter as operações em segredo e longe das críticas das organizações ambientais. Já a Rússia terá usado a base de Sebastopol para treinar golfinhos para fins militares, nomeadamente colocar explosivos em navios ou procurar minas.

Num e-mail endereçado ao The Washington Post pela Maxar Technologies, empresa que captou as imagens, esta confirma que concorda com a análise feita.

https://zap.aeiou.pt/a-russia-esta-a-usar-golfinhos-para-proteger-bases-navais-do-mar-negro-476202


Linguista tenta salvar idioma que é falado por 8 pessoas !


Kawésqar é uma língua indígena com origem incerta. É isolada, não tem classificação e está em risco de extinção.

O kawésqar é uma espécie em vias de extinção. Não, não é um animal. É um idioma utilizado por (muito) poucas pessoas no sul do Chile.

Este idioma é indígena, aglutinante e polissintética – tem expressões e frases que podem ser traduzidas com uma só palavra, no castelhano.

As explicações dadas pelo especialista Oscar Aguilera à BBC reforçam a ligação entre este idioma e Espanha.

O kawésqar era utilizado pelos colonos, num dos territórios ocupados por espanhóis, na “época dos descobrimentos”. Em algumas palavras, houve adaptações do castelhano.
 
Uma das particularidades relacionadas com este idioma é que os seus falantes tinham 32 formas de dizer “aqui”.

Há um factor cultural importante e curioso neste povo: “Se o kawésqar não tem certeza do que vai dizer, não diz. Utiliza sempre o condicional. Culturalmente, eles rejeitam a falta de veracidade, isso é sancionado pelo grupo. A pessoa que mente destaca-se negativamente entre eles”, contou Oscar Aguilera.

A origem do kawésqar é incerta, tal como muitas outras línguas indígenas. É uma língua “isolada”, sem classificação, porque não tem, nem ligação com qualquer família linguística, nem vínculos com qualquer outra língua viva.

É complicado descobrir, comprovar, de onde vêm as palavras, a estrutura e a gramática deste idioma.

A origem da população? Estima-se que tenha surgido nesta zona da Patagónia Ocidental há cerca de 10 mil anos – mas a primeira evidência conhecida só aparece registada no século XVII.

No século XIX terão existido cerca de quatro mil kawésqar, que falavam o seu idioma. Ainda no mesmo século, já à entrada para o século XX, os kawésqar quase desapareceram: 500 pessoas.

Hoje há…oito pessoas a falar kawésqar. Ainda vivem cerca de 250 kawésqar na região de Magallanes, no Chile, mas quase todos só falam castelhano, por necessidade, por causa do seu dia-a-dia. Quatro dos oito falantes são idosos, outros três estão a caminho ou já chegaram aos 60 anos.

Por isso, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) considera que este é um idioma em extinção. E os Governos do Chile pouco ou nada têm feito para manter este idioma.

“O problema é que, em linhas gerais, não é uma língua prática. É melhor aprender espanhol ou estudar inglês”, disse o linguista Aguilera.

Há 50 anos que Oscar Aguilera tem tentado evitar a extinção do kawésqar. Regista o vocabulário, faz gravações, documenta as palavras.

E recentemente passou a contar com uma ajuda ilustre: a parceira do presidente chileno, Irina Karamanos, que quer saber mais sobre o assunto.

Irina considera que os chilenos têm uma má relação com as suas comunidades e com os seus povos indígenas. Por isso, aprender a língua é uma forma de aproximação.

https://zap.aeiou.pt/idioma-8-pessoas-chile-476184


“O Método Jacarta” — Ou as incomensuráveis mortes com que os EUA ganharam a Guerra Fria !


“O Método Jacarta”, livro em que o norte-americano Vincent Bevins dá a conhecer a forma como as ações dos Estados Unidos durante a Guerra Fria causaram um número incomensurável de mortes, chegou às livrarias portuguesas.

Classificado um dos melhores livros de 2020 por publicações como o jornal britânico Financial Times ou a rádio norte-americana NPR, o livro lembra como, “em 1965, o Governo dos EUA ajudou as forças militares indonésias a matarem cerca de um milhão de civis inocentes”.

Segundo a sinopse da obra, o livro relata a forma como, sob o manto de uma campanha anticomunista, esse acontecimento “inspirou campanhas de terror semelhantes em países tão distantes como o Brasil e o Chile”, , agora editada em Portugal pela Temas e Debates.

Em entrevista à Lusa, o jornalista norte-americano afirmou que, ao crescer nos Estados Unidos, nas décadas de 1990 e 2000, era ensinada “uma narrativa absurdamente simplificada e branqueada da Guerra Fria”.

Era “uma luta entre o Bem e o Mal, em que o Bem ganha, e toda a gente vive feliz para sempre”, ou, de forma ainda mais resumida, “uma espécie de história da Disney em que os EUA são o herói.”

“Não era conhecimento corrente nos EUA que teríamos feito algo mau de todo, menos ainda o em que acredito agora, que a Guerra Fria serviu para os EUA formularem táticas neocoloniais para os países do Sul global, para tomarem o lugar da Europa Ocidental na maneira em que se relacionava, formalmente, com o Sul”, diz Bevins.

O jornalista cobriu o Brasil entre 2010 e 2017, ano em que se mudou para Jacarta, para fazer a cobertura da região para o Washington Post.

Quando chegou à Indonésia, apercebeu-se de que “a história da tragédia de 1965 era relevante para quase tudo o que estava a acontecer no presente”, mas que, não só era praticamente “tabu” discutir o tema naquele país, como os acontecimentos eram quase desconhecidos das pessoas com quem falava nos EUA.

“O que era de loucos, considerando que penso que foi um dos mais importantes momentos de viragem na história do século XX”, acrescenta Bevins, que sentiu uma “pesada responsabilidade moral” para levar a cabo este projeto.

Em “O Método Jacarta”, Bevins recorre às histórias de vários indivíduos que atravessaram esses momentos para contar o que se passou, não só na Indonésia, mas noutros países que também foram alvo de golpes de Estado por influência de Washington, como o Brasil.

“O que aconteceu no Brasil em 1964 e na Indonésia em 1965 poderão ter sido as mais importantes vitórias da Guerra Fria para o lado que, no fim, venceu — isto é, os Estados Unidos e o sistema económico global que agora opera”, considera Bevins.

“Depois de 1964, com o golpe que depôs o presidente Goulart, no Brasil, e 1965, com a erradicação do Partido Comunista e a deposição do presidente Sukarno, muitos dos países vizinhos foram influenciados, direta ou indiretamente, pelos regimes anticomunistas dos maiores países da região”, argumenta Bevins.

No Chile de Salvador Allende, no começo da década de 1970, “alguém começou a pintar uma mensagem nas paredes”, com as frases “Jacarta vem” ou “Jacarta está a aproximar-se”, como forma de aterrorizar as forças de esquerda.

Em 11 de setembro de 1973, Allende morreu num golpe de Estado que instaura uma ditadura militar que causou milhares de mortos e desaparecidos.

“Com que tipo de mundo ficámos depois da Guerra Fria? Quem ganhou a guerra? Quem perdeu? Mais especificamente, como é que a cruzada anticomunista afeta, em concreto, as vidas de milhares de milhões de pessoas hoje?”, questiona Bevins no seu livro.

Colocada essa mesma questão a um dos sobreviventes do massacre de 1965, veio a resposta: “Os Estados Unidos ganharam. Aqui na Indonésia, tiveram o que queriam, e, à volta do mundo, tiveram o que queriam. A Guerra Fria foi um conflito entre o socialismo e o capitalismo e o capitalismo ganhou.”

“Como é que os EUA ganharam?”, pergunta Bevins a Winarso. “Mataram-nos”.

https://zap.aeiou.pt/o-metodo-jacarta-ou-as-incomensuraveis-mortes-com-que-os-eua-ganharam-a-guerra-fria-476339


Venceu o Euromilhões e o seu vício é dar dinheiro !


Frances Connolly e marido voltam a aparecer nas notícias porque continuam a ajudar os outros, com os seus 129 milhões de euros.

Janeiro de 2019. Frances e Patrick Connolly apostaram e ganharam: foram os vencedores do primeiro jackpot do Euromilhões daquele ano.

Cerca de 129 milhões de euros ganhos pelo casal da Irlanda do Norte, que nem festejou muito na altura.

“Não ficámos muito excitados. Dei um pequeno grito quando descobri que tínhamos a chave vencedora e depois celebramos com uma chávena de chá e com um abraço”, relatou Frances.

O casal na fase dos 50 anos, que está junto há mais de 30, já tinha dito logo em 2019 que a prioridade seria ajudar os seus amigos e a sua família.

Até já havia uma lista que Frances tinha, com cerca de 50 nomes de pessoas que a premiada sabia que queria ajudar com o seu dinheiro.

Disseram e cumpriram.

Em Dezembro do ano seguinte, o casal já havia surgido nas notícias locais porque já tinha cedido mais de metade do dinheiro que ganhou naquele dia.

As ofertas, as ajudas, continuam. Em entrevista à BBC, Frances Connolly explicou que continua a dar dinheiro porque é “viciada” em ajudar os outros.

“Ajudar as outras pessoas dá-te pica e é um vício. Estou viciada nisso agora”, revelou a vencedora do grande prémio.

Frances, que começou a ser voluntária quando ainda era criança, criou entretanto duas fundações de caridade. Além disso, ajuda pessoas em comunidades locais a conseguir emprego, e apoia refugiados e jovens.

Assim, o dinheiro ajudou-a na sua missão e não alterou a sua personalidade: “Se és estúpida antes de ganhares tanto dinheiro, vais continuar a ser estúpida depois. O dinheiro pode é libertar-te, permitir tu seres quem queres ser”.

Frances e Patrick tinham estabelecido um orçamento anual que seria gasto em gestos de altruísmo – mas em 2022 já gastaram o que seria suposto gastar até 2032.

A antiga professora acha que já gastou mais de 70 milhões de euros até agora, em doações ou ofertas.

Acha. Não faz as contas ao pormenor porque o marido poderia ficar preocupado com os números, se os visse.

Tem dinheiro e tem humor. E não tem carros de luxo ou iates.

https://zap.aeiou.pt/venceu-euromilhoes-vicio-dar-dinheiro-476016


Singapura (com crescente movimento contra a pena de morte) executou condenado com deficiência intelectual !


Singapura avançou com a execução de um malaio com deficiência intelectual, condenado por tráfico de droga, ignorando apelos à clemência e críticas das Nações Unidas e da União Europeia.

Nagaenthran Dharmalingam esteve no centro de um crescente movimento contra a pena de morte em Singapura, nos últimos meses. Muitos lamentaram a morte do malaio, de 34 anos, que foi executado na quarta-feira, depois de ter sido condenado por tráfico de droga.

“É inacreditável que Singapura tenha avançado com a execução, apesar dos apelos internacionais para poupar a sua vida”, disse a irmã Sarmila Dharmalingam, à agência France Presse. “Estamos extremamente tristes com a execução do nosso irmão e a nossa família está em choque.”

Singapura tem das leis mais duras do mundo sobre drogas, estipulando a pena de morte nos casos de tráfico a partir de 15 gramas de heroína. De acordo com a agência Lusa, o malaio foi detido em 2009 com 43 gramas de heroína amarradas à coxa quando entrou no país.

Nagaenthran deveria ser executado em novembro, mas a defesa apresentou um recurso final ao Tribunal da Relação, que acabou por ser rejeitado a 29 de março.

Na segunda-feira, o tribunal rejeitou uma moção, que considerou “frívola”, e que argumentava que o malaio podia não ter recebido um julgamento justo porque o juiz que decidiu sobre os seus recursos era procurador-geral na altura da condenação, em 2010.

Segundo a VICE, Dharmalingam tinha um QI de 69, um nível reconhecido como deficiente mental.

O caso suscitou vários apelos internacionais para que a justiça poupasse a sua vida, sob o mote de que o malaio não terá sido capaz de compreender as consequências das suas decisões, além de ser alcoólico na altura do crime.

“O nome de Nagaenthran Dharmalingam ficará na história como vítima de um trágico erro judiciário”, referiu Maya Foa, diretora da organização não-governamental (ONG) Reprieve.

“Enforcar um homem com deficiência intelectual e mentalmente doente porque foi coagido a carregar menos de três colheres de sopa de heroína é injustificável e uma violação flagrante das leis internacionais que Singapura optou por assinar”, acrescentou.

O caso acontece menos de um mês depois de um cidadão local, de 68 anos, ter sido enforcado na prisão de Changi, a 30 de março.

Grupos de direitos humanos estão preocupados com o retomar das execuções no país. É também o caso da ativista Kirsten Han, que afirma que “a pena de morte não faz o que o Governo de Singapura pensa que faz”.

“Temos visto como as minorias e as pessoas marginalizadas são desproporcionadamente as que estão no corredor da morte”, salientou.

O milionário Richard Branson também fez campanha pela clemência de Nagen, como parte do seu movimento “Business Leaders Against the Death Penalty” (Líderes Empresariais Contra a Pena de Morte).

“Tenho um enorme respeito por Singapura, mas esta política de continuar a enforcar e executar pessoas – e, em particular, de considerar enforcar e executar alguém com deficiência intelectual, o que é contra o direito internacional –, faz-me sentir que tinha de falar sobre isso”, disse o britânico.

https://zap.aeiou.pt/singapura-executou-condenado-476028




sábado, 30 de abril de 2022

“Quase me esqueci de como relaxar”: Epidemia de insónias varre a Coreia do Sul !


A cultura obcecada com o trabalho causa tanto stress na Coreia do Sul que grande parte da população sofre de insónias e recorre à medicação para conseguir dormir.

Ji-Eun começou a ter dificuldades para dormir quando a sua jornada de trabalho se tornou tão cansativa que simplesmente não conseguia relaxar.

Em média, trabalhava das 7h às 22h. Mas a jovem de 29 anos, que trabalha com relações públicas, às vezes ficava até 3h da manhã no escritório. O seu chefe chegava até a ligar no meio da noite a pedir que uma tarefa fosse feita na hora.

“Eu quase me esqueci de como relaxar”, explica. E não é um caso isolado. A Coreia do Sul é um dos países com os maiores índices de privação de sono do mundo, com enormes efeitos sobre sua população.

Na Clínica Dream Sleep, no bairro Gangnam, em Seul, Ji-hyeon Lee, psiquiatra especializada no sono, diz que é comum receber pacientes que tomam até 20 comprimidos para dormir diariamente.

“Geralmente leva um tempo para ficarmos com sono, mas os coreanos querem dormir rapidamente, então tomam medicamentos“, conta. O vício em comprimidos para dormir tornou-se uma epidemia nacional. Não há estatísticas oficiais, mas estima-se que o vício atinja 100 mil coreanos.

Sem conseguir dormir, muitos misturam álcool com a medicação – com consequências potencialmente perigosas.

“As pessoas tornam-se sonâmbulas. Vão até ao frigorífico, comem coisas de modo inconsciente, até comida crua”, diz Lee. “Houve casos de acidentes de carro em Seul causados por pacientes sonâmbulos.”

Lee está acostumada a receber pessoas com insónias crónicas que sofrem do que é conhecido como hiperexcitação (condição que activa o cérebro e nos impede de dormir bem). Alguns dos seus pacientes dizem que não dormem mais do que algumas horas por noite há décadas.

“Eles choram, mas ainda têm um fio de esperança (quando vêm à consulta). É uma situação muito triste”, diz a psicóloga.
Excesso de trabalho, stress e privação do sono

A Coreia do Sul é uma das nações com mais privação do sono do mundo. Também tem a maior taxa de suicídio entre os países desenvolvidos, o maior consumo de bebidas destiladas per capita e um grande número de pessoas a tomar antidepressivos.

Existem razões históricas que explicam essas estatísticas. Em apenas algumas décadas, o país passou de um dos mais pobres do mundo para um dos mais tecnologicamente avançados.

Além disso, por meio da sua crescente influência na cultura pop, exerce considerável “soft power” (termo usado nas relações internacionais para descrever a capacidade de influenciar ações ou interesses por meios culturais e ideológicos).

Nações com um histórico semelhante, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, podem explorar os seus recursos naturais, mas a Coreia não tem essa riqueza oculta. O país transformou-se pela pura dedicação de uma população movida por um nacionalismo coletivo que os impelia a trabalhar mais e mais rápido.

O resultado é que os sul-coreanos estão sobrecarregados, stressados e privados de sono. Agora, toda uma indústria se formou em torno das pessoas incapazes de dormir – e, em 2019, a indústria tinha um valor estimado em 2,5 mil milhões de dólares.
Indústria em crescimento

Na capital Seul, as lojas de departamento são dedicadas a produtos para dormir, desde os lençóis perfeitos até à almofada ideal, enquanto que as farmácias oferecem prateleiras cheias de medicamentos herbais.

E há abordagens tecnológicas contra as insónias. Há cerca de dois anos, Daniel Tudor lançou uma aplicação de meditação – Kokkiri – focada em ajudar os jovens coreanos stressados a dormir.

Embora a Coreia do Sul seja historicamente um país budista, os jovens pensam que a meditação é um passatempo para os mais velhos, não algo que um funcionário de escritório em Seul possa fazer. Daniel diz que teve que reimportar e reembalar a meditação como uma ideia ocidental para que os jovens coreanos a achassem atraente. As instituições mais tradicionais também estão a entrar em ação.

Hyerang Sunim é um monge budista que ajuda a organizar retiros num templo fora de Seul, onde pessoas com privação de sono podem meditar e absorver os ensinamentos budistas.

No passado, esses tipos de mini-pausas eram reservados para aposentados que buscavam ensinamentos e oração. Agora, os participantes tendem a ser coreanos mais jovens em idade de trabalhar. Mas esses

“É claro que há preocupações. Mas acho que os benefícios as superam”, argumenta Hyerang Sunim. “Tradicionalmente, era raro ver jovens virem procurar os ensinamentos budistas. E eles têm agora muita interação com o templo.”
Mudanças fundamentais

Lee Hye-ri, que participou num destes retiros budistas quando a pressão no trabalho se tornou intolerável, diz que aprendeu a assumir a responsabilidade pelo seu stress.

”Tudo começa comigo; todos os meus problemas começam em mim. Foi o que aprendi aqui”, explica a jovem. Mas enquadrar a solução para o stress e a privação de sono como algo a ser tratado a nível individual pode ser problemático.

Aqueles que acreditam que o problema é causado por uma cultura de trabalho irracional e pressões sociais criticaram esta abordagem individualista, dizendo que isso equivale a culpar as vítimas.

Esses críticos dizem que a meditação ou o relaxamento são uma colcha de remendos e que soluções reais só podem surgir com mudanças fundamentais na sociedade. Ji-Eun acabou tão privada de sono e stressada que decidiu deixar o emprego.

Agora, trabalha horas muito mais razoáveis como freelancer e, devido à pandemia, pode trabalhar em casa. Também procurou ajuda profissional na clínica do sono de Lee para controlar as suas insónias.

“Qual é o sentido de trabalhar tanto agora que chegamos ao topo como país?” diz Ji-Eun. “Devemos ser capazes de relaxar.”

https://zap.aeiou.pt/esqueci-relaxar-insonias-coreia-sul-475988


“Depravação”, brutalidade e estado psicológico de Putin - John Kirby teve de conter as lágrimas !


O porta-voz do Pentágono, equivalente ao Ministério da Defesa nos países europeus, acusou esta sexta-feira o Presidente da Rússia de “depravação” e “brutalidade” pela maneira como as tropas russas estão a comportar-se na Ucrânia.

Questionado durante uma conferência de imprensa sobre o comportamento do líder russo, John Kirby afirmou que “é difícil olhar para algumas das imagens e imaginar um líder sério a fazer isso”, referindo-se às atrocidades de que as tropas russas têm sido acusadas de cometer na invasão à Ucrânia.

“É difícil olhar para o que ele está a fazer, para o que as suas tropas estão a fazer, e pensar que qualquer indivíduo ético, moral, pode justificar isso; é difícil olhar para as imagens… e imaginar que qualquer líder pensante, sério, maturo, faria isso”, acrescentou o porta-voz do Pentágono.

Kirby teve de interromper a frase para segurar as lágrimas. “Não posso falar sobre o seu estado psicológico, mas penso que todos percebemos a sua depravação“.

Kirby chamou “lixo” aos argumentos “bizarros” do líder do Kremlin, segundo os quais a guerra está a ser travada para proteger a minoria russa na Ucrânia do nazismo ucraniano.

O porta-voz do Kremlin argumentou que é “difícil conciliar essa retórica com o que ele está a fazer na Ucrânia a pessoas inocentes alvejadas na nuca, com as mãos atadas atrás das costas, a mulheres, mulheres grávidas mortas, hospitais bombardeados”.

“É simplesmente inconcebível”, concluiu Kirby, que se tornou uma das principais figuras do Governo dos EUA desde que a invasão começou, e que faz parte de uma lista de personalidades dos EUA sancionadas por Moscovo. 

Rússia pede à NATO que pare de armar Kiev

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, pediu à NATO e aos Estados Unidos que parem de entregar armas à Ucrânia, se “estiverem realmente interessados em resolver a crise ucraniana”.

Numa entrevista publicada hoje pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, Lavrov lembrou que “um fluxo contínuo de armas de todos os tipos tem entrado na Ucrânia através da Polónia e de outros países da NATO”.

“Se os Estados Unidos e a NATO estiverem realmente interessados em resolver a crise ucraniana, então, acima de tudo, devem acordar e parar de entregar armas e munições ao regime de Kiev”, acrescentou o chefe da diplomacia russa.

Na terça-feira, líderes militares de cerca de 40 países reuniram-se em Ramstein, na Alemanha, tendo decidido passar a encontrar-se mensalmente para discutir o fortalecimento das capacidades militares da Ucrânia contra a Rússia.

Na entrevista à Xinhua, Lavrov assegurou que “a invasão que começou em 24 de fevereiro está a seguir de acordo com o planeado”.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov

“Todos os objetivos da operação militar especial serão alcançados, apesar da obstrução dos nossos adversários”, acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reconheceu, na noite de sexta-feira, que a situação na região nordeste do país, onde as forças russas concentram a sua ofensiva, é “difícil”. “Mas os nossos militares estão a obter sucessos táticos”, acrescentou.

O Ministério da Defesa ucraniano deu como exemplo Rouska Lozova, uma localidade situada a norte de Kharkiv, que as forças russas estavam a usar para atacar a segunda maior cidade da Ucrânia.

Rouska Lozova foi recuperada pelos ucranianos após intensos combates e mais de 600 moradores foram retirados, avançou o ministério.

A 22 de abril, a União Europeia e os Estados Unidos manifestaram “preocupação com a repetida manipulação de informação por parte da China, inclusive através da difusão da desinformação de Moscovo”, sobre a guerra na Ucrânia.

Pequim tem-se recusado a condenar a invasão da Ucrânia e defende a sua amizade com Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/depravacao-brutalidade-e-estado-psicologico-de-putin-476314


Oceanos enfrentam um evento de extinção em massa !!!


Os oceanos da Terra podem estar perto de uma grande extinção, se o aquecimento global continuar a aumentar.

Se a humanidade não tomar medidas e o aquecimento global continuar sem diminuir, a vida nos oceanos da Terra poderá sofrer uma extinção em massa, uma perda de biodiversidade que poderá ultrapassar as grandes extinções anteriores do planeta.

Um novo estudo, publicado na Science a 28 de abril, afirma que a emissão de grandes volumes de gases humanos com efeito de estufa para a atmosfera está a alterar profundamente o sistema climático da Terra.

Estas mudanças sem precedentes estão a colocar muitas espécies em risco de extinção, de acordo com a Interesting Engineering.

Para desvendar a situação, os investigadores Justin Penn e Curtis Deutsch utilizaram um modelo ecofisiológico, que pesou os limites fisiológicos de uma espécie, em relação à temperatura marinha projetada, e às condições de oxigénio.

O objetivo era avaliar a probabilidade de extinção das espécies marinhas, em vários cenários de aquecimento climático.

Penn e Curtis descobriram que se as temperaturas globais continuarem a aumentar ao ritmo atual, é provável que os ecossistemas marinhos em todo o mundo sofram extinções em massa comparáveis ao tamanho e à gravidade da extinção da end-Permian, a famosa “Grande Morte”.

Esta extinção ocorreu há cerca de 250 milhões de anos e dizimou 57% das famílias biológicas, 83% dos géneros, 81% das espécies marinhas e 70% das espécies de vertebrados terrestres.

O consenso científico é de que as razões para a extinção da end-Permian foram as altas temperaturas, a anóxia oceânica, e a os ácidos causados pelos enormes volumes de dióxido de carbono de erupções vulcânicas.

A equipa de investigação também encontrou padrões em risco de extinção futura.

Prevê-se que os oceanos tropicais, por exemplo, percam a maioria das espécies devido às alterações climáticas, com muitas delas a deslocarem-se para latitudes mais elevadas e condições mais adequadas para sobreviver.

Por outro lado, as espécies polares são suscetíveis de se extinguirem, se os seus habitats desaparecerem por completo da Terra.

Para além do aquecimento da temperatura dos oceanos e do esgotamento do oxigénio devido ao clima, há também impactos humanos diretos, como a destruição de habitats, a pesca excessiva e a poluição costeira, que colocam as espécies marinhas em perigo.

Com o ritmo das alterações climáticas catastróficas, o futuro da vida oceânica tal como a conhecemos permanece desconhecido.

Contudo, há esperança, uma vez que o estudo também descobriu que a redução ou inversão das emissões de gases com efeito de estufa pode reduzir as taxas de extinção em até 70%.

Segundo um relatório do IPCC divulgado em abril, a altura é “agora ou nunca“. As emissões globais devem atingir o seu pico até 2025, a fim de cumprir o objetivo do Acordo de Paris de limitar os aumentos de temperatura a 1,5 graus Celsius.

Depois, devem baixar 43% até 2030, em relação aos níveis de 2019. Só então poderá haver esperança para a vida nos oceanos.

https://zap.aeiou.pt/oceanos-enfrentam-um-evento-de-extincao-em-massa-476273


Xangai regista 52 mortes e o maior número diário de infeções por COVID 19 !


As autoridades de saúde da China revelam ter registado 5.487 novos casos positivos e 9.545 casos assintomáticos em Xangai, cidade onde há cerca de um mês foi decretado um confinamento quase total.

A cidade de Xangai registou 52 novas mortes por covid-19, nas últimas 24 horas, e 5.487 novos casos positivos, o número mais elevado desde o início da pandemia, anunciaram esta sexta-feira as autoridades.

A Comissão Nacional de Saúde da China revelou que foram registados ainda 9.545 casos assintomáticos em Xangai, a capital financeira do país.

Um surto de Covid-19 em Xangai, no leste da China, levou as autoridades chinesas a impor um confinamento quase total da cidade, com cerca de 25 milhões de habitantes, há cerca de um mês.

Os moradores de Xangai ficaram sem acesso a comida e necessidades diárias, face ao encerramento de supermercados e farmácias, e dezenas de milhares de pessoas foram colocadas em centros de quarentena, onde as luzes estão sempre acesas, o lixo acumula-se e não existem chuveiros com água quente.

Qualquer pessoa com resultado positivo, mas que não tenha sintomas, deve passar uma semana numa destas instalações, e os restantes cumprem isolamento no hospital.

O fluxo de produtos industriais também foi interrompido pela suspensão do acesso a Xangai, onde fica o porto mais movimentado do mundo, e outras cidades industriais, incluindo Changchun e Jilin, no nordeste da China.

A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou que o país registou ainda 47 casos positivos e dois assintomáticos em Pequim.

A capital da China está a realizar testes à covid-19 para a maioria dos 21 milhões de habitantes da cidade.

Pequim encerrou também cinemas, bares de karaoke e outros locais de entretenimento e disse aos moradores para trabalharem a partir de casa e permanecerem nos bairros de residência ou numa área restrita.

A covid-19 causou mais de seis milhões de mortos em todo o mundo desde que a doença foi detetada, no final de 2019, em Wuhan, no centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

https://zap.aeiou.pt/xangai-regista-52-mortes-e-o-maior-numero-diario-de-infecoes-476268


Russos tentaram invadir edifício e estiveram a poucos metros de Zelenskyy !


Logo no primeiro dia da invasão à Ucrânia, as forças russas tentaram invadir o edifício onde estava o presidente e a sua família.

A guerra na Ucrânia começou no dia 24 de Fevereiro e, desde as primeiras horas, um dos assuntos mais comentados (e que mais criaram receio) foi a segurança, e mesmo a vida, do presidente Volodymyr Zelenskyy.

Surgiram diversos avisos de altos responsáveis, como do chefe da diplomacia de França, Jean-Yves Le Drian, que foi claro: “Acho que a segurança do presidente ucraniano é central. Estamos em condições de o ajudar, se necessário. Estou muito impressionado com a sua frieza e estou muito impressionado com a coragem do povo ucraniano”.

Zelenskyy terá mesmo revelado frieza quando, logo no dia 24 de Fevereiro, nas primeiras horas do conflito, o edifício onde estava foi alvo de uma tentativa de invasão por parte de militares russos.

A guerra já tinha começado nas ruas da capital Kiev e, no edifício onde o presidente e a sua família estavam, as forças ucranianas tentavam proteger o seu líder a todo o custo. Havia barreiras, placas, muitas armas e coletes à prova de bala para a comitiva do presidente, Zelenskyy incluído.

No entanto, naquele dia, os russos chegaram de pára-quedas à zona do edifício e tentaram invadir o edifício. Duas vezes.

“No escritório do presidente ouvia-se o tiroteio. Eles ficaram a poucos minutos de distância. Foi uma loucura completa, com armas automáticas para todos”, contou à revista Time o conselheiro presidencial Oleksiy Arestovich.

Também nessa altura, chegaram propostas dos Estados Unidos da América e do Reino Unido propostas para Volodymyr Zelenskyy deixar de imediato a Ucrânia, em segurança, para a Polónia. O presidente da Ucrânia não quis e ainda hoje está na Ucrânia.

“Achámos corajoso, mas muito arriscado“, comentou uma fonte dos EUA que participou no processo.

Zelenskyy continuou no edifício mas, no dia seguinte, a sua família saiu para um local mais seguro.

https://zap.aeiou.pt/russos-perto-zelenskyy-476221


sexta-feira, 29 de abril de 2022

“O cheiro é terrível”: Nuvens de espuma tóxica invadem ruas na Colômbia !


Nuvens de espuma com um cheiro desagradável infestaram casas, empresas e obrigaram os residentes de Mosquera a fugir da cidade. As autoridades aconselharam as pessoas a não se aproximarem muito.

Uma nuvem de espuma tóxica com mau cheiro transbordou um rio poluído perto da capital colombiana Bogotá, cobrindo casas e empresas, e obrigando os residentes a fugir e a desviar-se nas nas ruas.

“O cheiro é terrível — tivemos de suportar esta espuma durante muito tempo”, conta Luz Mariela Gómez, líder da comunidade, aos canais de televisão locais.

“Estamos a correr um risco. Alguém pode cair lá em baixo e nós não conseguiremos encontrá-los”, acrescenta Gómez, segundo o The Guardian.

Fotografias do subúrbio residencial de Mosquera mostram várias nuvens de espuma a soterrar pavimentos e a sobrevoar os residentes. Uma estrada que faz ligação a uma escola local teve mesmo de ser bloqueada.

As autoridades ambientais locais informaram que a espuma poluída — que tem sido vista na cidade várias vezes ao longo dos últimos anos — está a aumentar devido ao despejo de resíduos, produtos químicos e detergentes no sistema fluvial. As chuvas fortes vieram agravar o problema.

O gabinete do Presidente da Câmara de Mosquera partilhou no Twitter fotos da espuma tóxica, ao lado de habitantes da cidade.

Gian Gerometta, Presidente da Câmara de Mosquera, alegou que a acumulação de poluição se devia em parte a um bloqueio causado por plantas no rio. “Estamos conscientes dos riscos que podem surgir devido a este fenómeno”, explica.

As autoridades também alertaram os habitantes locais para não se aproximarem demasiado da espuma, que pode causar problemas respiratórios e irritações de pele.

“É importante que as crianças sejam mantidas afastadas, pois ainda não sabemos totalmente o que é este material”, sublinhou Edwin García, um especialista ambiental.

Acrescentou também que uma estação de tratamento na região tem estado a trabalhar para descontaminar o rio desde 2020. “Iremos monitorizar e limpar todo o rio para evitar que a espuma continue a aumentar“.

https://zap.aeiou.pt/o-cheiro-e-terrivel-nuvens-de-espuma-toxica-nas-ruas-de-bogota-476060

 

Com direito a manuais e materiais, a Apple deixa agora os clientes repararem o seu próprio iPhone !


O serviço abriu na quarta-feira nos Estados Unidos, mas deve chegar à Europa ainda este ano. Os kits incluem manuais e materiais necessários e ainda só existem para alguns modelos de iPhones.

Em vez de enviarem os telemóveis para o arranjo, os americanos que sejam donos de produtos da Apple avariados já vão poder optar pelo serviço de auto-reparação disponibilizado pela empresa a partir desta quarta-feira.

Os clientes aderentes têm direito a manuais e material para os consertos, que podem ser comprados ou alugados. O programa ainda só existe nos Estados Unidos, mas a Apple quer estendê-lo a outros países ainda este ano, escreve o Público. Por enquanto, o serviço está disponível só para os iPhones 12, 13 e SE, mas eventualmente vai abranger outros produtos da marca.

Os kits têm preços variantes. Por exemplo, quem comprar um para trocar a bateria do iPhone 12 terá de desembolsar à volta de 71 dólares, mas há a possibilidade de se ter um desconto caso se devolva a bateria avariada para que esta possa ser reciclada. O sistema de auto-reparação foi anunciado em Novembro do ano passado.

A iniciativa lançada pela Apple chega numa fase em que há cada vez mais movimentos e pressão política para que haja o “direito à reparação” em resposta à obsolescência planeada e ao desperdício ambiental.

Muitas empresas também prejudicavam os consumidores ao deliberadamente fazerem os seus produtos para que sejam difíceis de reparar, obrigando os clientes a ir aos postos específicos da marca, que podia assim cobrar preços mais caros. As leis querem garantir assim o direito do consumidor de poder reparar ou levar os aparelhos a um especialista da sua preferência que possa fazer o conserto.

https://zap.aeiou.pt/apple-clientes-repararem-iphone-475897

 

Oligarcas russos estão a aparecer mortos sem explicação !


Mais de uma mão cheia de oligarcas russos morreram desde o início deste ano. Entre alegados homicídios e suicídios, as circunstâncias levantam dúvidas.

Só desde o início deste ano já morreram seis oligarcas russos. Na semana passada, em 48 horas, dois multimilionários de Moscovo foram encontrados mortos, assim como as suas famílias. Em causa estão alegados homicídios ou suicídios sem explicação.

Antes de ser eleito, em 2000, Vladimir Putin prometeu tomar medidas contra a oligarquia russa. O seu problema não era uma elite que enriquecia à custa da privatização de antigas empresas estatais, mas sim uma oposição poderosa, salienta o jornal Público.

Acredita-se que Putin terá perseguido, morto e prendido vários magnatas. Aqueles que cederam à pressão, acabaram por financiar o Presidente russo.

A primeira morte foi a de Alexander Tyulyakov, o diretor-geral do Centro Unificado da Gazprom para a Segurança Cooperativa, um dia logo após o início da invasão da Ucrânia. Tyulyakov foi encontrado morto na garagem da sua casa de campo.

No final de Fevereiro, Mikhail​ Watford foi encontrado morto em casa no Reino Unido. O The Guardian escreve que a polícia diz que a morte do empresário, nascido na Ucrânia, que fez fortuna com o petróleo e o gás é inexplicável, mas não suspeita. A família de Watford estava em casa, mas não ficou ferida.

No final de março, Vasily Melnikov também foi encontrado morto no seu apartamento de luxo em Nizhni Novgorod, juntamente com a sua esposa e dois filhos de 4 e 10 anos. O jornal russo Kommersant fala em três homicídios e um suicídio.

O antigo diretor da empresa médica MedStom terá esfaqueado até à morte a mulher de 41 anos e os filhos. Depois, suicidou-se.

Já em abril, Vladislav ​Avayev, a esposa e a filha, de 13 anos, foram encontrados mortos num apartamento em Moscovo. Nos mesmos moldes que Melnikov, Avaiev foi encontrado com uma arma na mão, que terá usado para matar a família e depois cometer suicídio. O oligarca era antigo vice-presidente do Gazprombank, um dos maiores bancos da Rússia.

Dois dias depois, Sergey ​Protosenya, a esposa e a filha, de 18 anos, foram encontrados mortos numa moradia em Espanha. As autoridades espanholas suspeitam que o ex-gestor da Novatek, gigante russa do gás natural, as tenha esfaqueado até à morte. Depois, Protosenya terá-se enforcado.

Leonid Shulman, diretor da Gazprom de 60 anos, também foi encontrado morto na casa de banho da sua residência, em São Petersburgo. No local foi encontrada uma carta escrita pelo próprio, o que levou as autoridades locais a acreditar em suicídio.

https://zap.aeiou.pt/oligarcas-russos-mortos-sem-explicacao-475822

 

Os sinais que nos dizem para conduzirmos com prudência provocam acidentes !


Mostrar sinais com avisos sobre as fatalidades na estrada pode distrair os condutores e causar mais acidentes.

De acordo com um novo estudo publicado na Science, os sinais nas auto-estradas que avisam os condutores sobre a mortalidade na estrada e aconselham a condução com cuidado devido ao trânsito ou às condições do piso podem acabar por ser contraproducentes.

Este tipo de sinais não é só mostrado em Portugal e estão presentes em 28 estados nos Estados Unidos.

Os autores analisaram as estatísticas relativas aos acidentes rodoviários no Texas, já que os sinais neste estado mostram os avisos relativos às fatalidades apenas uma semana durante cada mês, o que permite que sejam feitas comparações entre esta e as restantes semanas.

Quando os condutores passam pelos sinais com avisos sobre a mortalidade na estrada, têm uma percentagem 4,5% maior de estarem envolvidos num acidente nos 10 quilómetros seguintes, de acordo com o estudo. Isto pode traduzir-se, em média, em mais 2600 acidentes e 16 mortos nas estradas texanas anualmente.

Comparando os dados sobre os acidentes antes e depois do início da campanha que introduziu estes sinais, os investigadores notaram um impacto negativo imediato devido à distração que estes causavam aos condutores. O efeito equivale a que se circule com uma velocidade entre 4.8 e 8 quilómetros superior.

“Vemos o sinal e pensamos sobre ele, por isso não travamos tão rápido, e estes pequenos erros, 1 em cada 50 vezes, podem causar um acidente. As provas perfeitas seriam alcançadas com um teste aleatório de controlo. Mas acho que realmente temos provas muito, muito convincentes”, revela Jonathan Hall, autor do estudo.

O cientista sublinha que o impacto também depende do número de fatalidades mostrado, já que os números maiores são mais chocantes. No Texas, os valores eram recontados em Fevereiro e a equipa notou uma grande quebra nos acidentes em Fevereiro em comparação com Janeiro, nota a New Scientist.

Hall acrescenta que os autores do estudo escreveram aos responsáveis políticos de todos os estados norte-americanos para os alertarem sobre as conclusões do estudo e a pedirem que experimentem deixar de emitir estas mensagens e fazer as suas próprias comparações. No caso do Texas, o Departamento de Transportes já deixou de passar estes avisos nos sinais.

https://zap.aeiou.pt/sinais-conduzirmos-prudencia-475518


Escócia a caminho de ser o primeiro país “renaturalista” !


Reflorestar o território passou a ser a prioridade. 30% das terras públicas podem ser reflorestadas nos próximos oito anos.

Há muitos “desertos ecológicos” na Escócia. Mas esse cenário pode mudar em breve.

A expressão utilizada pela escritora Susan Wright é real. As paisagens verdes, com montanhas bonitas, existem realmente na Escócia. Mas há séculos que o território escocês tem sido desflorestado.

A revista Afar lembra que o abatimento de árvores em larga escala começou ainda no século XVIII. O verde passou a ser ocupado por casas, construções.

No século seguinte, a agricultura também foi motivo para derrubar mais árvores.

Já no século XX, verificou-se que só existia 1% do território total original da Floresta da Caledónia, a maior floresta do país integrado no Reino Unido.

Mas agora é altura de dar a volta à situação.

“Temos o espaço, a riqueza, a experiência e a responsabilidade global de voltarmos à natureza”.

A frase de Richard Bunting, porta-voz da organização sem fins lucrativos Trees for Life (árvores para a vida), resume a intenção de muitos escoceses.

Já desde os anos 60 do século XX que começaram a ser visíveis as tentativas de reflorestação local. Em cerca de 60 anos, mais de 15% da Escócia “natural” foi recuperada.

E a percentagem vai aumentar. Agora há dezenas de projectos, dezenas de instituições empenhadas nesse objectivo.

A Scottish Rewilding Alliance envolve 22 organizações – Trees for Life é uma delas – que querem chegar a um acordo com o Governo local: declarar a Escócia como primeiro “país renaturalista” em todo o mundo.

Em termos práticos, o objectivo é que, nos próximos oito anos, 30% das terras públicas seriam destinadas para reflorestação. Isso passa por recuperar espécies-chave de animais como castores, linces e ostras, ou criar uma zona costeira onde seriam proibidas a drenagem e a pesca de arrasto.

Há um factor psicológico no meio deste processo: tentar educar as pessoas sobre o valor da recuperação da natureza. Fazer com que os escoceses percebam que a natureza pode ajudar na qualidade de vida dos seres humanos – e pode criar empregos.

Para já, no início de 2023, vai ser inaugurado um centro de renaturalização, perto do famoso Loch Ness. Vai haver espaço para visitas, caminhadas, admirar paisagens, plantações, eventos, exposições e para a…educação.

https://zap.aeiou.pt/escocia-primeiro-pais-renaturalista-475756


quinta-feira, 28 de abril de 2022

Coreia do Norte utilizará armas nucleares “a qualquer momento” se for ameaçada !


O líder norte-coreano promete impulsionar o arsenal, principalmente como dissuasor, mas também contra forças que tentem “violar” os interesses da nação.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, prometeu avançar mais rapidamente no reforço das suas forças nucleares, e ameaçou utilizá-las se fosse provocado.

Kim Jong-un afirmou isto num discurso durante um desfile militar, em que estavam a ser apresentados sistemas de armas poderosos, que poderiam ser utilizados para atingir os rivais do país, segundo o The Guardian.

Os seus comentários sugerem que continuará a fazer testes de armas provocatórios, numa campanha de pressão, para obter concessões dos EUA e dos seus aliados.

O desfile de segunda-feira à noite marcou o 90º aniversário do exército da Coreia do Norte, enquanto a economia do país é atingida por dificuldades relacionadas com a pandemia, punindo as sanções lideradas pelos EUA e a sua própria má gestão.  

Fotografias dos meios de comunicação estatais mostraram Jong-un, vestido com um casaco cerimonial militar branco, a sorrir e acenar de uma varanda, juntamente com a sua esposa, Ri Sol-ju, e outros altos dignitários.

“[Nós] continuaremos a tomar medidas para continuar a desenvolver as forças nucleares do nosso Estado o mais rápido possível“, realçou Jong-un às suas tropas e à multidão reunida para o desfile, numa praça de Pyongyang, segundo a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA).

Repetiu uma mensagem anterior, segundo a qual a Coreia do Norte poderia utilizar antecipadamente as suas armas nucleares, quando ameaçada, e apelou a que as suas forças nucleares estivessem totalmente preparadas para “entrar em movimento a qualquer momento“.

“A missão fundamental das nossas forças nucleares é dissuadir uma guerra, mas as nossas armas nucleares nunca podem ser confinadas à única missão de dissuasão de guerra, mesmo numa altura em que uma situação de que não estamos nada desejosos é criada nesta terra”, disse Jong-un.

“Se quaisquer forças tentarem violar os interesses fundamentais do nosso Estado, as nossas forças nucleares terão de cumprir decisivamente a sua inesperada segunda missão”, o que deixaria “perecer” qualquer força invasora, disse ele.

Alguns mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) poderiam colocar os EUA bem dentro do alcance, e uma variedade de mísseis de curto alcance para combustíveis sólidos representam uma ameaça crescente para a Coreia do Sul e o Japão.

Uma das armas exibidas na Praça Kim Il-sung, com o nome do falecido avô e fundador do Estado do líder norte-coreano, foi o maior e mais recente ICBM da Coreia do Norte, o Hwasong-17.

A Coreia do Norte alegou ter testado aquele míssil com sucesso no mês passado, mas a Coreia do Sul concluiu que o lançamento foi do Hwasong-15 mais pequeno, tendo em conta que um lançamento do Hwasong-17 teria falhado.

Seja qual for a arma, o lançamento a 24 de março foi o seu primeiro teste de voo ICBM de alcance completo, em mais de quatro anos, e o míssil voou mais tempo e mais alto do que qualquer outro míssil que a Coreia do Norte lançou até agora.

KCNA afirmou que os espectadores no desfile aplaudiram em voz alta quando viram o Hwasong-17, que dizia mostrar “o poder absoluto de Juche [auto-suficiência], a Coreia e a posição estratégica da nossa república para o mundo”.

A Coreia do Norte comemora frequentemente os aniversários-chave do Estado, mobilizando enormes multidões para impulsionar a unidade interna.

O despacho de terça-feira da KCNA elogiou Jong-un por ter realizado “a grande causa histórica de completar as forças nucleares, fazendo uma longa jornada de devoção patriótica”, para tornar o seu povo livre da guerra.

Jong-un tem vindo a reavivar a capacidade nuclear, com o objetivo de forçar os EUA a aceitarem a Coreia do Norte como potência nuclear, e a remover sanções económicas paralisantes, explorando um ambiente favorável para fazer avançar o seu programa de armamento, uma vez que o Conselho de Segurança da ONU continua dividido sobre a guerra da Rússia na Ucrânia.

As negociações nucleares entre Washington e Pyongyang têm estado paradas desde 2019, devido a desacordos sobre a potencial flexibilização das sanções lideradas pelos EUA, em troca de medidas de desarmamento da Coreia do Norte.

Jong-un manteve-se fiel aos seus objetivos de desenvolver simultaneamente armas nucleares e a economia do país, face à pressão internacional, e não demonstrou qualquer vontade de entregar totalmente um arsenal nuclear que ele vê como a sua maior garantia de sobrevivência.

A Coreia do Norte efetuou 13 rondas de testes de armas este ano. Há também sinais de que a Coreia do Norte está a reconstruir túneis num campo de testes nucleares, que esteve ativo pela última vez em 2017, possivelmente em preparação para a explosão de um dispositivo nuclear.

Em 2017, a Coreia do Norte afirmou ter adquirido a capacidade de lançar ataques nucleares no continente americano, após uma tórrida série de testes nucleares e de mísseis. A Coreia do Norte tinha suspendido testes de alto nível, antes de entrar para a agora alegada diplomacia com os EUA.

O impulso militar agressivo de Jong-un pode ser motivado pela política interna, uma vez que, de outra forma, o líder norte-coreano não tem realizações significativas a mostrar ao seu povo, ao assinalar uma década no poder.

Não conseguiu vencer o alívio das sanções, tão necessário, da sua diplomacia com o então Presidente Donald Trump, e a pandemia de covid-19 desencadeou novos choques na economia falida do país, forçando-o a reconhecer no ano passado que a Coreia do Norte estava a enfrentar a “pior situação de sempre“.

https://zap.aeiou.pt/coreia-do-norte-utilizara-armas-nucleares-em-qualquer-altura-se-for-ameacada-475766


Old Enough está a criar um efeito curioso nos EUA !


Mães e pais adoram o programa japonês, que já é um fenómeno – mas “nunca” haverá um programa do género nos EUA.

Já descrevemos aqui o Old Enough, o programa televisivo japonês que há muito tempo deixou de ser um fenómeno só no Japão. Por causa da Netflix.

Neste programa, há crianças entre dois e seis anos de idade a fazerem recados, quais adultos, sozinhas nas ruas.

Num episódio, por exemplo, uma criança pequena vai sozinha ao supermercado. Os pequenos são “largados” nas ruas para cumprir tarefas sozinhos (embora, obviamente, sejam sempre seguidas pela família e pela produção e haja sempre uma preparação cuidada para cada aventura).

O conceito surgiu já em 1991 mas somente agora atingiu popularidade mundial. E é muito popular nos Estados Unidos da América.

As cenas que a Netflix reproduz têm sido muito comentadas entre pais norte-americanos, que estão “empolgados” com o programa, lê-se no portal Salon.

Como sempre, há uma mistura de críticas, perplexidade e inspiração. Sim, há pais nos EUA que se sentem inspirados por este programa.

Perry Valentine, como pai, está entusiasmado: “O que me surpreendeu e espantou foi a forma como os pais japoneses confiam realmente na comunidade para que os seus filhos possam aprender a realizar sozinhos tarefas simples”.

Há um motivo forte para uma atracção geral nos EUA: é que um programa destes seria impensável no país americano. Por vários motivos.

Um deles é a insegurança que reina em muitas cidades nos EUA, dominadas por episódios de violência e por diversos tipos de crime. Aliás, tem havido conversas, reflexões, sobre o facto de as cidades norte-americanas não serem “amigáveis” para as crianças.

Outro é a rotina centrada no automóvel que reina no país (as próprias estruturas dos EUA acabam por se focar nas pessoas que conduzem e não nas pessoas que andam mais a pé). Estima-se que apenas 10% das crianças vão a pé para a escola.

E outro motivo: as recomendações oficiais são claras. A Academia de Pediatria indica que as crianças até aos 10 anos não devem caminhar sem supervisão.

Pelo contrário, o Japão é visto como um dos países mais seguros do mundo. E basta comparar o número de peões que morrem devido a acidentes rodoviários: no Japão morreram 1.434 pessoas em 2019, o mesmo ano em que, nos EUA, morreram….36 mil peões.

Os pais nos EUA ficaram fascinados com este programa porque mostra “o espectro oposto da paternidade a que estamos habituados”, explicou Devon Kuntzman, especialista em paternidade.

Mas este programa, avisa o artigo, “nunca poderia ser replicado” nos EUA, onde reina a “paternidade de helicóptero” – expressão utilizada par descrever os pais que estão sempre a controlar os filhos.

O “helicóptero” pode criar problemas nas crianças; mas continua a ser o estilo mais popular entre os pais norte-americanos. Há pouca confiança (e percebe-se porquê).

Entretanto, no Reino Unido, já estarão a filmar uma versão própria do Old Enough.

https://zap.aeiou.pt/old-enough-eua-475785


Putin afirma ter descoberto uma conspiração ocidental para matar um jornalista russo !


A Tass relata uma “detenção de membros do grupo neonazi”, que alegadamente conspiram para matar um apresentador às ordens da Ucrânia.

Vladimir Putin afirmou que a agência de espionagem do Serviço Federal de Segurança do seu país (FSB) descobriu o que afirma ser um plano ocidental para matar um jornalista russo, segundo o The Guardian.

“Esta manhã, o Serviço Federal de Segurança parou as atividades de um grupo terrorista que planeava atacar e matar um famoso jornalista de televisão russo. Temos factos incontestáveis”, revelou o presidente russo, durante uma reunião com os principais procuradores do seu país.

“Depois de ter vivido um fiasco de informação na Rússia, o Ocidente voltou-se agora para as tentativas de matar jornalistas russos“, acrescentou Putin, sem fornecer provas que apoiassem a sua acusação.

Pouco depois das declarações de Putin, a agência noticiosa russa Tass realçou que os serviços de segurança tinham prendido membros de um grupo neonazi chamado National Socialism/White Power que, alegadamente, conspirava para matar o popular apresentador de TV estatal pró-Kremlin Vladimir Solovyev, por ordem da Ucrânia.
 
Tass referiu que os serviços de segurança apreenderam várias armas, bem como oito cocktails molotov e seis pistolas, durante a detenção do grupo.

A FSB também divulgou uma série de imagens contendo o que alegavam ser artigos apreendidos do grupo durante a rusga, que incluíam passaportes ucranianos, vários símbolos nazis, um retrato de Adolf Hitler e, ainda mais bizarro, três discos com o famoso videojogo Sims.

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) negou rapidamente as alegações russas, salientando numa declaração que “não tem planos para assassinar V. Solovyev“.

A agência noticiosa estatal russa RIA Novosti informou mais tarde que seis membros do grupo neonazi tinham sido detidos.

Citando o FSB, a RIA Novosti disse que o grupo estava também a discutir ataques à chefe da rede noticiosa da RT, Margarita Simonyan, e ao apresentador de televisão pró-Kremlin Dmitry Kiselyov, bem como a outros jornalistas estatais conhecidos.

O FSB afirma frequentemente descobrir atos terroristas, pelo que diz serem grupos de extrema-direita que atuam em nome da Ucrânia, sem fornecer muitas provas para apoiar as alegações.

Dias antes da invasão da Ucrânia por Moscovo, os serviços de segurança russos também acusaram Kiev de uma série de ataques em território russo e Donbass, detido pelos separatistas, alegações que mais tarde foram desmascaradas por jornalistas independentes.

Putin sublinhou ainda na segunda-feira que o Ocidente estava a tentar destruir a Rússia a partir de dentro.

“A tarefa de dividir a sociedade russa, destruindo o país a partir de dentro, veio à tona do Ocidente, mas os seus esforços vão falhar“, alertou Putin, acrescentando que a sociedade russa “nunca esteve tão unida”.

Putin também acusou o Ocidente de utilizar organizações de comunicação social estrangeiras e meios de comunicação social para organizar “provocações” contra as forças armadas russas.

https://zap.aeiou.pt/conspiracao-ocidental-matar-jornalista-russo-475795




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