terça-feira, 31 de maio de 2022

“Chega”. Com murro na mesa e emocionado, treinador Steve Kerr faz apelo após tiroteio no Texas !

O treinador de basquetebol dos Golden State Warriors, Steve Kerr, reagiu com raiva e emoção ao tiroteio numa Escola Primária do Texas que matou 19 crianças. “Chega”, “temos que fazer alguma coisa”, atirou, deixando críticas aos senadores apoiados pelo lobby das armas e apelando à reforma da lei.

Foi na conferência de imprensa antes das finais da Western Conference contra os Dallas Mavericks, um jogo fundamental que pode levar os Warrios até às finais da NBA, que o treinador da equipa fintou o basquetebol, preferindo antes fazer um apelo emocionado, subindo a voz e batendo na mesa, numa reacção ao tiroteio numa Escola Primária do Texas.

“Não podemos ficar insensíveis a isto”, atirou Kerr após a morte de 19 crianças e de dois professores na Escola Primária de Robb em Uvalde, no Texas. O suspeito do tiroteio é um jovem de 18 anos que estudava no liceu de Uvalde e que também morreu.

“Quando é que vamos fazer alguma coisa?”, gritou Kerr, batendo na mesa. “Estou cansado! Estou tão cansado de chegar aqui e oferecer condolências às famílias devastadas que estão por aí. Estou tão cansado do desculpa, lamento, estou cansado dos momentos de silêncio. Chega!“, desabafou ainda.

Não é a primeira vez que Kerr se pronuncia contra a violência com armas nos EUA, e tem insistido que o país precisa de uma reforma na lei das armas. O seu pai morreu num ataque terrorista em Beirute, em 1984, o que não será alheio a esta posição.

O treinador deixou ainda críticas aos senadores que têm o apoio do forte lobby das armas, notando que “se recusam a fazer alguma coisa quanto à violência e aos tiroteios nas escolas e supermercados”. “Vão colocar a vossa própria vontade à frente das vidas das nossas crianças e dos nossos idosos e frequentadores de igrejas? Porque é o que parece. É o que fazemos todas as semanas”, atirou.

“Estou farto. Já vi o suficiente”, lamentou ainda.

Kamala Harris emociona-se e diz “basta”

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, também reagiu ao ataque na escola do Texas dizendo “basta” e pedindo “coragem para agir” quanto à lei das armas no âmbito de “uma política pública razoável e sensata”.

O presidente dos EUA, Joe Biden, também já apelou ao fim do lobby das armas num discurso à nação.

https://zap.aeiou.pt/steve-kerr-tiroteio-texas-480816

 

segunda-feira, 30 de maio de 2022

FBI travou plano de simpatizante do Estado Islâmico para assassinar George W. Bush !


Um iraquiano que vivia na América desde 2020 queria matar o antigo Presidente dos Estados Unidos como vingança pela invasão seu país natal em 2003. O plano envolvia a entrada ilegal de outros suspeitos pela fronteira com o México.

O FBI anunciou que um simpatizante do Estado Islâmico que vivia no estado norte-americano do Ohio tinha um plano para assassinar o ex-Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

Os detalhes do plano estão explícitos no mandado de busca dos registos telefónicos do suspeito que o FBI emitiu em Março e que foi divulgado recentemente. O alegado cérebro do plano é um homem iraquiano de 52 anos chamado Shihab Ahmed Shihab Shihab e foi preso na manhã de terça-feira.

A notícia foi avançada pela Forbes, que escreve que o suspeito chegou a ir a Dallas em Novembro para filmar as imediações da casa de Bush e que recrutou um grupo de compatriotas que entrariam ilegalmente nos EUA através da fronteira com o México.

As autoridades descobriram o plano com a ajuda de dois informadores confidenciais e através da vigilância das mensagens do suspeito no WhatsApp. O iraquiano queria matar Bush como vingança pela guerra no Iraque, culpando o Presidente dos Estados Unidos pelas mortes de civis e pela instabilidade no país criadas pela invasão das tropas americanas iniciada em 2003.

Shihab estava em solo americano desde 2020 e tinha um pedido de asilo pendente. Em Novembro de 2021, o suspeito revelou a um informante infiltrado do FBI que pertencia a um grupo chamado al-Raed, que até há pouco tempo era liderado por antigo piloto de Saddam Hussein, e terá-lhe pedido ajuda para conseguir documentos falsos para fingir ser um polícia.

O iraquiano também terá pedido ao informante se o podia ajudar a trazer ilegalmente para os EUA sete outros membros do Estado Islâmico que o ajudariam a matar Bush e se era possível que o grupo fugisse do solo americano pela mesma rota após executarem o plano.

Bush não era o único alvo do grupo, que estava também à procura de um antigo general iraquiano que teria ajudado as forças norte-americanas durante a guerra e que estaria agora a viver nos EUA com um nome falso.

O ex-chefe de gabinete de Bush, Freddy Ford, já reagiu à notícia num comunicado. “O Presidente Bush tem toda a confiança nos Serviços Secretos dos Estados Unidos e nas nossas forças policiais e comunidades de inteligência”.

Shihab enfrenta acusações de tráfico ilegal de pessoas para os Estados Unidos, cuja pena pode chegar aos 10 anos de prisão, e de cumplicidade na tentativa de homicídio de um antigo responsável governamental americano, cuja moldura penal prevê uma pena máxima de 20 anos.
Republicanos exigem mais controlo na fronteira

Os detalhes dos planos para a entrada dos suspeitos através da fronteira com o México reacendeu o debate sobre o controlo da imigração. Ted Cruz, Senador Republicano do Texas, escreveu no Twitter que o “põe nos termos mais explícitos a necessidade de se garantir a segurança na fronteira AGORA”.

A Senadora Martha Blackburn, Republicana que representa o Tennessee, deixou apelos semelhantes no Twitter. “O alegado cérebro entrou nos Estados Unidos em 2020, pediu asilo, e estava a planear traficar clandestinamente os seus amigos terroristas através da fronteira do sul”, alerta.

O representante Jim Banks, Republicano do Indiana, também considera que a revelação é mais uma prova da necessidade de se apertar na segurança nas fronteiras.

“Um terrorista do ISIS estava a planear trazer assassinos através da nossa fronteira do sul totalmente aberta para matarem o Presidente Bush. A crise na nossa fronteira no sul é uma ameaça para a soberania da nossa nação e para a segurança de todas as comunidades”, conclui.

https://zap.aeiou.pt/fbi-travou-plano-assassinar-bush-480794


Zelenskyy: “Russos estão a destruir tudo”. Rússia: “Estamos a ir devagar para não matar civis” !


Fornecer armas aos ucranianos é o “melhor investimento para a estabilidade”, defende o presidente. Guerra na Ucrânia deve ser longa.

Volodymyr Zelenskyy avisou que as forças russas estão a atacar na zona Leste da Ucrânia, com o objectivo de controlar cidades importantes e de “destruir tudo”.

Na sua mensagem habitual diária, nesta terça-feira o presidente da Ucrânia comentou que, nesta altura, fornecer armas ao lado ucraniano é o “melhor investimento do mundo para a estabilidade”, apelou, enquanto lamentava a morte de milhares de compatriotas.

Nas últimas semanas os militares russos estão muito centrados na zona Leste do país vizinho. Zelenskyy assumiu que a situação no Donbas é “extremamente difícil” – acentuada pelo facto de “todas as forças restantes do exército russo” terem sido colocadas na região (milhares de russos já terão ido para Lugansk, nos últimos dias).

Severodonetsk, local importante na luta pela região Donbas, tem sido bombardeada e o Governador de Lugansk tem noção de que o cenário naquela cidade industrial é “muito difícil e infelizmente só está a piorar”.

E, de acordo com o responsável, o bombardeamento foi tão intenso que não foi possível retirar 15 mil civis do local.

Gaisai olha para o avanço russo como uma “ofensiva a larga escala em todas as direcções” e, seguindo o discurso de Zelenskyy, considera que os russos “decidiram destruir completamente” Severodonetsk. “Estão simplesmente a apagar Severodonetsk da face da Terra”, lamentou.

Palavras russas

O ministro da Defesa da Rússia deu a entender que a guerra na Ucrânia vai ser longa. Sergei Shoigu repetiu: “Vamos continuar a operação militar especializada até que os nossos objectivos sejam alcançados”.

Shoigu afirmou que o avanço lento das tropas russas na Ucrânia tem sido “deliberado”, para evitar a morte de civis.

“Não estamos a correr para cumprir prazos”, acrescentou Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia.

Quem quer acelerar o processo – de envio de armas – é o lado ucraniano. Kyrylo Budanov, chefe do Serviço de Inteligência Militar, disse que o atraso no fornecimento de armas deixou as forças ucranianas com escassez de armas, “de forma catastrófica”.

https://zap.aeiou.pt/zelenskyy-russos-destruir-tudo-russia-nao-matar-civis-480772

 

Hungria declara estado de emergência devido à guerra na Ucrânia !


A Hungria entra à meia-noite desta terça-feira em estado de emergência devido à guerra na vizinha Ucrânia, anunciou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

“O governo declara o estado de emergência por causa da guerra na Ucrânia”, disse Orbán, num vídeo divulgado na rede social Facebook, poucas horas depois de o parlamento ter aprovado uma emenda constitucional que abriu a possibilidade de anunciar tal medida.

Orbán, líder de extrema-direita, avisou que o mundo está prestes a entrar numa crise económica e reiterou que o país “deve permanecer fora da guerra, proteger a segurança das famílias”. “Para isso precisamos de espaço de manobra”, salientou.

O primeiro-ministro disse que a crise está a ser desencadeada pela invasão russa da Ucrânia e pelas sanções de Bruxelas contra Moscovo.

O estado de emergência significa que o Governo pode emitir decretos relacionados com o assunto, sem consultar o parlamento.

A alteração adotada hoje foi proposta pelo executivo húngaro após a invasão russa da Ucrânia para fornecer ao país “os instrumentos necessários para ajudar, apoiar e acomodar os refugiados, bem como para contrariar e aliviar os efeitos económicos negativos”.

A Hungria não envia armas para a Ucrânia, argumentando que não se quer envolver na guerra no país vizinho.

O estado de emergência está em vigor na Hungria há dois anos devido à pandemia de covid-19, embora deva ser levantado pelo parlamento a 31 de dezembro.

O país da Europa Central encontra-se também em estado de emergência devido à migração em massa desde o outono de 2015, que foi introduzida durante a crise dos refugiados e que se manteve apesar de o número de migrantes que entraram na Hungria ter diminuído drasticamente no final desse ano.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas — cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos —, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/hungria-declara-estado-emergencia-480759

 

Tiroteio mata 19 crianças nos EUA: “Aqui é mais fácil ter uma arma do que leite para bebés” !


Pelo menos 21 pessoas morreram num tiroteio numa escola primária no Texas. Presidente Joe Biden está “farto” de tantos tiroteios nos EUA.

Esta terça-feira foi dia de mais um tiroteio nos Estados Unidos da América. Desta vez a grande maioria das vítimas eram crianças.

O crime decorreu na Robb Elementary School, uma escola primária no Texas. Pelo menos 19 crianças e dois adultos morreram. Dois agentes da polícia foram atingidos por tiros mas não correm perigo de vida.

O atirador chamava-se Salvador Ramos e tinha apenas 18 anos. Era aluno numa escola secundária. Também morreu, ao ser abatido pela polícia local.

Salvador entrou na escola com um revólver e com uma espingarda: “Começou a disparar e a matar, de forma terrível e incompreensível”, descreveu o Governador do Texas, Greg Abbott.

Pouco antes deste crime na escola, o jovem tinha disparado na direcção da sua avó.

Reacções da Casa Branca e da NBA

Há 10 anos que não se registava um tiroteio tão grave numa escola primária nos EUA, mas os tiroteios são habituais no país.

Por isso, o presidente Joe Biden está “farto” desta situação, disse o próprio, em reacção a este crime.

“Só nos Estados Unidos da América é que acontecem tiroteios em massa com tanta frequência. Estou farto disto. Temos de agir. E não me digam que não podemos ter um impacto nesta carnificina”, declarou Biden, emocionado.

“Onde, em nome de Deus, está a nossa espinha dorsal para ter coragem de lidar e enfrentar os lobbies?“, questionou.

O assunto também chegou à NBA, a principal liga de basquetebol. Damion Lee, jogador dos Golden State Warriors, falou sobre o assunto depois do jogo contra os Dallas Mavericks – o jogo decorreu precisamente no Texas (Dallas).

“As armas não deveriam ser tão acessíveis. É mais fácil obter uma arma do que leite para bebés, agora. Isto é inacreditável no país que vivemos”, afirmou o basquetebolista.

https://zap.aeiou.pt/tiroteio-escola-primaria-eua-480752

 

Polícia da Califórnia ofereceu dinheiro e combustível em troca de armas !


O departamento da polícia de Sacramento, na Califórnia não se limitou a oferecer dinheiro. Também entregaram cartões de oferta de gás.

O departamento de polícia de Sacramento realizou um evento de recompra de armas este sábado, mas não se limitou a dar aos residentes uma oportunidade de entregarem as suas armas de fogo sem qualquer pergunta: também entregaram cartões de oferta de gás, segundo o NPR.

A polícia da Califórnia referiu no Facebook que 134 pessoas tinham deixado armas de fogo, em troca de cartões de oferta de combustível no valor de 50 dólares.

As coleções incluíam pelo menos uma arma de assalto, componentes de “armas fantasma” fabricadas em privado e “múltiplas outras armas de fogo configuradas ilegalmente”, sublinharam as autoridades.

Embora os cartões de oferta pareçam ter sido um incentivo — especialmente com os preços do combustível a subir em todo o país — os funcionários admitiram que não eram o único fator motivador.

“Entre outras razões, os membros da comunidade citaram a falta de experiência ou conhecimento sobre armas de fogo, a falta de conhecimento sobre a legalidade das armas de fogo, ou a incapacidade de armazenar as armas de fogo em segurança como as principais razões para participar no evento“, referiu a polícia.

Seja qual for a razão, o evento de sábado — que devia ter durado cinco horas — teve mais pessoas do que o esperado.

O departamento anunciou apenas 45 minutos após o evento que tinha esgotado o seu conjunto de cartões oferta, “devido a uma resposta esmagadora”, e que iria ter de terminar uma hora mais cedo.

As autoridades continuaram a aceitar armas, mesmo depois de se terem esgotado os cartões de oferta, tendo os funcionários elogiado o evento.

“Acredito verdadeiramente que a prevenção do crime violento é uma responsabilidade partilhada e a esmagadora participação da comunidade atual é uma prova do sucesso que podemos alcançar juntos”, declarou Kathy Lester, Chefe da Polícia de Sacramento.

Várias cidades nos Estados Unidos permitem a compra de armas com o objetivo de reduzir a violência armada nas suas comunidades — embora a investigação sugira que estes programas não conseguem isso.

Sacramento não foi a única cidade a acolher um evento deste género. Oficiais da cidade de Nova Iorque afirmaram que foi entregue um total de 69 armas a uma igreja de Brooklyn também no sábado.

As pessoas que entregaram espingardas e armas de ar comprimido recebem 25 dólares, enquanto que as pessoas que entregam espingardas de assalto ou armas de mão recebem 200 dólares e um iPad.

https://zap.aeiou.pt/policia-da-california-ofereceu-dinheiro-e-cartoes-de-oferta-de-combustivel-em-troca-armas-480743


domingo, 29 de maio de 2022

China cria o primeiro porta-aviões semiautónomo do mundo com inteligência artificial !

A China criou um navio de 88 metros — o primeiro porta-aviões semiautónomo do mundo. Vai transportar, lançar, recuperar e coordenar mais de 50 outros veículos aéreos, terrestres e subaquáticos.

A construtora de navios Huangpu Wenchong começou construir o inovador Zhu Hai Yun em julho de 2021. De acordo com o South China Morning Post, é o primeiro porta-aviões deste género, com uma plataforma autónoma, capaz de fazer o que for necessário para realizar operações com aviões, drones, barcos e submarinos.

Não se espera que o novo porta-aviões navegue sozinho em portos marítimos movimentados, como é o caso do navio de contentores japonês Suzaku.

Em vez disso, Zhu Hai Yun funcionará com controlo remoto até estar em mar aberto, e depois os seus sistemas de auto-condução assumirão a execução de qualquer missão que esteja a executar.

O porta-aviões autónomo tem tudo o que necessita para utilizar os seus próprios barcos, submarinos e aviões, comunicar com eles, e executar missões coordenadas, incluindo a realização de “redes adaptativas orientadas em tarefas para alcançar vistas tridimensionais de alvos específicos”, de acordo com a empresa de construção.

Os drones aéreos podem a aterrar no seu convés, e está pronto para recuperar os barcos e submarinos, depois de realizarem as suas rondas.

“O navio inteligente e não tripulado é uma bela e nova ‘espécie marinha’ que trará mudanças revolucionárias na observação dos oceanos”, sublinha Dake Chen, professor da Escola de Oceanografia da Academia Chinesa de Ciências.

Apesar de ser principalmente uma plataforma de investigação oceânica, o SCMP também relata que tem “capacidade militar para intercetar e expelir alvos invasivos”, uma capacidade na vanguarda de muitos projetos marinhos autónomos, incluindo os extraordinários barcos da WAM-V com “pernas de aranha”.

https://zap.aeiou.pt/china-lanca-uma-nave-autonoma-cheia-de-drones-autonomos-480734


Pianista siberiano preso por “propaganda nazi” depois de tocar hino ucraniano !


Um empresário siberiano foi preso por divulgar uma “propaganda nazi”, depois de tocar o hino nacional ucraniano em público.

Um empresário siberiano que tocou o hino nacional ucraniano em público, numa cidade russa, foi considerado culpado de “propaganda nazi”, de acordo as declarações de um tribunal local, esta quinta-feira.

O residente de Tyumen, identificado como Vladimir Fofanov pelo site de monitorização policial OVD-Info, foi gravado a tocar o hino ucraniano com um piano, num aterro, segundo o The Moscow Times.

Mas o tribunal de Tyumen acusou Fofanov de “gritar slogans das organizações proibidas UNA-UNSO e do Setor de Direita”.

A Rússia declarou o movimento ucraniano de extrema-direita UNA-UNSO, parte do grupo ultranacionalista Setor de Direita, uma organização “extremista”, proibida depois de Moscovo ter anexado a Crimeia em 2014.

“Além disso, o homem publicou um vídeo do seu ‘concerto’ na Internet”, sublinhou o tribunal local. Os vídeos de Fofanov a tocar o hino, publicados esta semana, não o mostram a gritar ou a dizer os slogans de que é acusado.

Ainda assim, o Tribunal Distrital Central de Tyumen condenou o suspeito a 14 dias de prisão, por acusações de divulgação de propaganda nazi.

Acrescentou ainda que Fofanov confessou a culpa e prometeu não repetir a ofensa.

https://zap.aeiou.pt/pianista-siberiano-preso-por-propaganda-nazi-depois-de-tocar-hino-ucraniano-480739


Estudo: Negação de racismo estrutural ligada a preconceitos anti-negros !


Análise norte-americana indica que quem nega a existência de racismo estrutural mais facilmente apresenta preconceitos contra os negros.

O racismo continua a estar na ordem do dia, sobretudo nos Estados Unidos da América, e há um novo estudo sobre o assunto.

A Associação Americana de Psicologia publicou um relatório que revela que relacionada a negação do racismo estrutural com os preconceitos contra negros.

A Sky News destaca que este estudo indica que as pessoas que negam a existência de racismo estrutural têm maior tendência para serem preconceituosos contra os negros e têm menor tendência para mostrar “empatia racial” e para serem abertas à diversidade.

Estas duas atitudes – negar o racismo estrutural e desvalorizar outra raça – estão inseridas na denominada “ideologia racial daltónica”, de acordo com os autores do estudo.

Contudo, essas duas atitudes devem ser analisadas separadamente porque, aparentemente, apresentam resultados muito diferentes, de acordo com Jacqueline Yi, da Universidade de Illinois.

“A negação do racismo estrutural parece ser uma grande barreira para a igualdade racial porque facilita o aparecimento de justificações para a culpabilização da vítima da desigualdade sistémica”, comentou Jacqueline.

A especialista explica que, quantas mais pessoas de cor forem vistas como culpadas pelas disparidades raciais, “menos provável é que os brancos e as instituições assumam a responsabilidade pelos efeitos contínuos do racismo sistêmico”.

Racismo estrutural existe numa sociedade onde as leis, regras ou políticas oficiais acabam por beneficiar injustamente algumas pessoas e prejudicar – também injustamente – outras, com base na raça.

Negar o racismo estrutural, continua Jacqueline Yi, é uma forma de “os brancos evitarem o desconforto associado ao facto de parecerem preconceituosos e se tornarem menos dispostos a envolverem-se em ações anti-racistas”.

https://zap.aeiou.pt/negacao-racismo-estrutural-preconceitos-480705


Tiktokers acusados de atear fogos no Paquistão para aumentar as visualizações !


Os incêndios foram ateados durante uma onda de calor que fez subir as temperaturas até 51 graus, em algumas zonas do Paquistão.

Num vídeo que, entretanto, foi apagado, a tiktoker paquistanesa Nosheen Syed — ou @dollyofficiall — é vista a caminhar em frente a uma floresta em chamas.

No vídeo partilhado no Tik Tok, uma mulher de cabelo escuro aparece com um vestido prateado, enquanto as caminha atrás de um incêndio florestal.

“O fogo irrompe onde quer que eu esteja“, lia-se na descrição do vídeo. Agora, Nosheen Syed é uma das várias tiktokers paquistanesas acusadas de propositadamente iniciar incêndios para criar fundos dramáticos para os vídeos.

“Ela devia ter segurado um balde de água para extinguir o fogo em vez de o utilizar para gravar”, comentou Rina Saeed Khan Satti, ativista ambiental e presidente do Conselho de Gestão da Vida Selvagem de Islamabad, de acordo com o Al-Jazeera.

“A mensagem que estes vídeos estão a enviar é demasiado arriscada e precisa de ser parada”, acrescentou a ativista.

Nosheen Syed tem mais de 11 milhões de seguidores no TikTok. É acusada de ter iniciado propositadamente um incêndio no Parque Nacional de Margalla Hills, em violação das leis de proteção ambiental do país.

De acordo com o Al-Jazeera, Syed afirma que não iniciou o incêndio. A sua assistente garante que não havia “mal nenhum em fazer vídeos”.

Mas Syed é apenas uma dos vários tiktokers no Paquistão acusados de atear fogos para colocar nas suas páginas das redes sociais.

Segundo noticia a Vice, várias outras pessoas foram acusadas de atos semelhantes. Um homem em Abbottabad foi preso por atear um fogo, apenas para gravar um vídeo, e dois homens colocaram outro vídeo no qual estão a ver um incêndio, fugindo depois enquanto a música toca.

“Esta é uma tendência perturbadora e desastrosa no Tik Tok”, escreveu Satti numa publicação do Twitter. “Jovens desesperados com apenas 4 seguidores estão a atear fogo às nossas florestas durante esta estação quente e seca! Na Austrália, é prisão perpétua para aqueles que iniciam incêndios florestais. Precisamos de introduzir legislação parecida”.

Para piorar a situação, os incêndios foram ateados durante uma devastadora onda de calor no Paquistão, com temperaturas até 51 graus em certas partes do país — e mais de 1.000 mortes.

Já é uma época complicada para os incêndios florestais no Paquistão, uma vez que as chamas geralmente irrompem entre meados de abril e o final de julho, devido às altas temperaturas, trovoada e agricultura de “queimadas”.

Mas com pessoas a atear fogos propositadamente para ganharem visualizações no Tiktok, segundo Satti, ultrapassa os limites.

“Estes jovens psicóticos têm de ser apanhados e postos imediatamente atrás das grades”, escreveu a ativista no Twitter.

Satti acrescentou ainda que Syed pode enfrentar graves consequências. “A modelo ‘Dolly’ que fez o ultrajante vídeo simbólico de si própria no meio de um incêndio florestal está em apuros”, escreveu no Twitter.

De facto, a Polícia de Islamabad registou um caso contra Syed, segundo o The Independent, depois de o vice-diretor da Autoridade para o Desenvolvimento da Capital de Islamabad ter apresentado uma queixa contra ela.

Parte dessa queixa afirma que “a área [filmada] faz parte do Parque Nacional de Margalla Hills, que relatou recentemente múltiplos incidentes de incêndios florestais que danificaram o ecossistema”.

Mas Syed continua a insistir que não ateou o fogo — e que o incêndio no seu vídeo nem sequer foi no Parque Nacional de Margalla Hills.

A tiktoker garante que filmou o vídeo a uma hora de distância do parque, ao longo de uma auto-estrada em Haripur. Também publicou outro vídeo que inclui um homem a dizer que ele ateou o fogo às colinas para “as limpar das cobras”.

No entanto, a mensagem divulgada pelas autoridades paquistanesas é clara: não se brinca com o fogo. E muito menos para apenas ganhar fama online.

https://zap.aeiou.pt/utilizadores-do-tik-tok-acusados-de-atear-fogos-no-paquistao-para-ficarem-virais-480712


Imagens satélite parecem mostrar russos a roubar cereais à Ucrânia !


A Maxar Technologies divulgou imagens de navios russos no porto de Sebastopol, que parecem mostrar um carregamento de cereais roubados à Ucrânia.

A empresa norte-americana Maxar Technologies partilhou imagens de satélite que sugerem que navios russos estão a roubar cereais ucranianos, o que dá força às acusações de Volodymyr Zelenskyy sobre a gradual retirada de alimentos do país.

O navio parece estar a ser carregado de cereais ucranianos roubados, sendo que parte do porto de Sebastopol, na Crimeia, onde a produção é pouca, “ao contrário das regiões ucranianas agrícolas de Kherson e Zaporijia”, a norte da península anexada por Moscovo em 2014, segundo avança a CNN.

As imagens são de 19 e 21 de maio, e mostram o alegado carregamento de dois navios de carga com bandeiras russas — o Matros Pozynich e o Matros Koshka.

As autoridades ucranianas e trabalhadores agrícolas, em entrevista à CNN, afirmaram que as forças de Moscovo “esvaziaram os armazéns de cidades ocupadas e transportaram os cereais para Sul”.

Os navios de carga, atracados no porto de Sebastopol, na Crimeia, estão junto a silos de cereais, que parecem estar a ser descarregados para o porão do barco. Ambos já terão deixado o porto marítimo. O Matros Pozynich já se encontra no mar Egeu, enquanto que o Matros Koshka continua no mar Negro.

O Ministério da Defesa ucraniano, no início de maio, alertou que cerca de 400 mil toneladas de cereais tinham sido roubadas da Ucrânia, desde o início da invasão.

Segundo o ministro da Política Agrária e Alimentar da Ucrânia, Mykola Solsky, estas operações têm decorrido “de forma organizada na direção da Crimeia“. “É um grande negócio controlado por pessoas em altos cargos” russos, acrescentou.

Em simultâneo, o Kremlin continua a bloquear os portos ucranianos e a impedir o país de exportar mercadorias por via marítima.

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, apelou à comunidade internacional para que ajudasse a garantir “uma passagem segura para os navios de exportação de alimentos num corredor fora da cidade portuária de Odessa — quer para ajudar a Ucrânia, quer para evitar a fome no mundo“, segundo a BBC.

Já segundo o Kremlin, foi o Ocidente que desencadeou uma crise alimentar global, quando decidiu impor sanções pesadas à Rússia

“A Rússia sempre foi um exportador de cereais em que se pode confiar bastante”, referiu Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.

“Não somos a origem do problema. A origem do problema que leva à fome no mundo são aqueles que impuseram sanções contra nós”, acrescentou.

A Rússia e Ucrânia exportavam, juntas, quase um terço da oferta global de trigo. De acordo com a ONU, existem 36 países que dependem do trigo vindo de Kiev e Moscovo e há dezenas de milhões de pessoas em risco de insegurança alimentar, malnutrição e fome generalizada, alertou António Guterres.

O secretário-geral das Nações Unidas explicou que, para solucionar o problema, “a Rússia tem de permitir a exportação segura dos cereais que estão armazenados nos portos ucranianos”.

A Rússia já admitiu querer trocar a libertação dos portos ucranianos de Odessa e Mariupol no mar Negro pelo fim das sanções impostas ao Kremlin pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Comprar “cereais roubados” é ser cúmplice de crime

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano acusou a Rússia de roubar cereais e tentar vendê-los no estrangeiro. Apelou à comunidade internacional que “se mantenha vigilante” e rejeite as ofertas.

Dmytro Kuleba pediu esta terça-feira à comunidade internacional para não comprar à Rússia “cereais roubados” ao seu país e avisou que isso implica “cumplicidade” com os crimes russos.

“A Rússia rouba cereais da Ucrânia, carrega-os em navios, atravessa o [estreito do] Bósforo e tenta vendê-los no estrangeiro”, denunciou Kuleba, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.

O ministro ucraniano pediu à comunidade internacional para que “se mantenha vigilante” e rejeite “este tipo de oferta”, já que não o fazer implica tornar-se “cúmplice dos crimes russos”.

“Roubar nunca trouxe sorte a ninguém“, concluiu o chefe da diplomacia ucraniana na mesma mensagem, publicada depois da divulgação das imagens de satélite que mostram o presumível roubo, por parte da Rússia, de cereais da Ucrânia.

https://zap.aeiou.pt/imagens-de-satelite-sugerem-que-navios-russos-estao-a-roubar-cereais-a-ucrania-480634


sábado, 28 de maio de 2022

Kremlin espera que Putin deixe o cargo em breve - Presidente russo terá sobrevivido a atentado !


Decisão de avançar para a Ucrânia tem causado divisões dentro do Governo russo. Kiev revela atentado falhado contra Putin.

A invasão à Ucrânia originou muitos protestos contra Vladimir Putin. Não só fora da Rússia, como dentro da Rússia – entre a população e entre o próprio Kremlin de Moscovo, sede do governo russo.

Muitos responsáveis (sobretudo os mais velhos) tendem a concordar com o que está a ser feito a nível militar.

O maior problema são as centenas de sanções, que estão a afectar a economia nacional.

“Não será possível viver como antes, nem se pode falar em desenvolvimento. Mas de alguma forma conseguiremos viver, com as importações e o comércio com a China e a Índia”, comentou fonte próxima do Kremlin ao portal Meduza.

“Os problemas na Rússia por causa da guerra já são visíveis e, a meio do Verão, vão surgir de diferentes direcções: transportes, medicina e até agricultura. Ninguém pensou numa escala destas”, acrescenta.

Além das sanções, há outro problema à vista: mesmo que a guerra terminasse já hoje, por iniciativa russa, a população local não voltará a olhar para o Governo do seu país da mesma forma.

Assim, quase ninguém dentro do Kremlin está satisfeito com Vladimir Putin, lê-se no portal. Nem membros do Governo, nem empresas.

Consideram que o presidente da Rússia não mediu bem as consequências (sanções) da guerra, quando ordenou o início da invasão há três meses.

Os especialistas no campo militar também protestam por outro motivo: o ritmo da “operação militar especializada” – muitos terão pensado que, a esta altura, a guerra já estaria ganha; e consideram que poderiam coordenar as forças de uma forma mais eficaz, se estivessem a liderar as operações.

Do outro lado, os empresários e funcionários que defendem o fim da guerra também não estão satisfeitos com a ausência de “passos reais” de Putin na direcção de um acordo de paz.

Putin continua a insistir na guerra, relativiza as dificuldades económicas – e não relaciona essas dificuldades com a guerra na Ucrânia, indicam outras fontes próximas do Governo.

Saída e sucessores…mas silêncio

Assim, a prioridade é: Putin deve deixar de ser presidente da Rússia.

Há cada vez mais membros do Governo, e outras autoridades, a querer que Vladimir Putin deixe o seu cargo. Não estão a preparar uma conspiração, não querem derrubar o seu presidente, mas esperam que Putin abandone o cargo em breve.

“O presidente errou. Mas depois tudo poderá ser consertado, de alguma forma, chegando a um acordo com o Ocidente e com a Ucrânia”, explica uma fonte.

Já há lista de possíveis sucessores, nos bastidores do Kremlin: Sergei Sobyanin (presidente da Câmara Municipal de Moscovo), Dmitry Medvedev (que já foi primeiro-ministro) e Sergei Kiriyenko (vice-presidente do Governo).

No entanto, apesar de toda esta contestação, reina o silêncio. Nenhum responsável com alto cargo demonstra que quer que Putin saia da presidência. Os governantes e empresários não gostam do cenário mas continuam a contribuir para a guerra.

E acreditam que essa substituição só vai acontecer se o estado de saúde do presidente da Rússia a justificar.

Alvo de atentado

Por coincidência, nesta terça-feira, dia da divulgação destas informações, o chefe da direcção-geral de Informações do Ministério da Defesa de Kiev indicou que Vladimir Putin foi alvo de um atentado.

De acordo com Kyrylo Budanov, a tentativa de assassinato decorreu pouco depois do início da guerra, que começou no dia 24 de Fevereiro.

“Houve um atentado para assassinar Putin. Inclusivamente diz-se que foi atacado, não há muito tempo, por representantes do Cáucaso“, afirmou Budanov, em entrevista ao jornal Ukrainska Pravda.

A tentativa foi “absolutamente falhada” e decorreu há cerca de dois meses, acrescentou o responsável.

https://zap.aeiou.pt/kremlin-espera-que-putin-deixe-o-cargo-atentado-480565

 

Cambridge Analytica - Zuckerberg processado por fraude e violação de leis de defesa do consumidor !


A Cambridge Analytica é acusada de ter acedido e explorado os dados pessoais de 87 milhões de utilizadores do Facebook.

Mark Zuckerberg, cofundador do Facebook, foi processado pelo procurador de Washington, Karl Racine, por fraude e violação de leis de defesa do consumidor, no âmbito do caso Cambridge Analytica, empresa que usou indevidamente dados recolhidos pela plataforma.

Esta é uma segunda tentativa de incluir o cofundador da rede social nos processos relacionados com a Cambridge Analytica, que terá usado informação recolhida pelo Facebook para desenvolver software usado para orientar o voto dos eleitores norte-americanos a favor de Donald Trump durante a campanha para as eleições presidenciais de 2016.

Em março, um juiz do Tribunal Superior do distrito de Columbia, jurisdição da capital norte-americana, Washington, recusou-se a permitir que a acusação chamasse Zuckerberg como testemunha no processo iniciado em 2018 e que visa o Facebook.

A Cambridge Analytica é acusada de ter acedido e explorado, sem o consentimento destes, os dados pessoais de 87 milhões de utilizadores do Facebook, aos quais a plataforma lhe deu acesso.

Mark Zuckerbeg, argumentou o procurador, Karl Racine, no documento de intimação, “estava ciente do compromisso”, que envolvia lidar com os dados pessoais dos utilizadores do Facebook, para aumentar os lucros da empresa.

Foi “diretamente responsável pelo laxismo do Facebook na aplicação dos seus regulamentos”, disse Racine.

Como presidente executivo, Mark Zuckerberg “tinha autoridade para controlar as práticas enganosas e a deturpação” do seu funcionamento aos consumidores em Washington, de acordo com a acusação.

Em julho de 2019, as autoridades federais multaram o Facebook em cinco mil milhões de dólares por “enganarem” os seus utilizadores e impuseram controlo independente sobre o tratamento de dados pessoais.

Desde que o escândalo da Cambridge Analytica irrompeu, a plataforma removeu o acesso aos seus dados de milhares de aplicações suspeitas de abuso, restringiu a quantidade de informação disponível e facilitou aos utilizadores a escolha das restrições na partilha de dados pessoais.

https://zap.aeiou.pt/cambridge-analytica-zuckerberg-processado-480557

 

Diplomata russo demite-se na ONU: “Nunca tive tanta vergonha do meu país” !


Boris Bondarev abandonou a missão diplomática da Rússia na Organização das Nações Unidas: “Esta é uma guerra agressiva”.

A Organização das Nações Unidas (ONU) conta com menos um diplomata, desde esta segunda-feira.

Em Genebra, na Suíça, um diplomata russo apresentou a sua demissão porque não concorda com a guerra na Ucrânia.

Boris Bondarev tem 41 anos e está envergonhado com o que está a acontecer: “Em 20 anos de carreira diplomática, vi diferentes reviravoltas na nossa política externa, mas nunca tive tanta vergonha do meu país como a 24 de Fevereiro deste ano” – dia em que começou a invasão à Ucrânia.

Três meses depois do início do conflito, Boris Bondarev abandonou assim a missão diplomática da Rússia e, na carta de demissão, considera que esta é uma “guerra agressiva” desencadeada por Vladimir Putin, presidente da Rússia.

E justifica a sua saída da ONU: “Eu não podia continuar a participar nesta ignomínia sangrenta, idiota e absolutamente inútil”.

Mais 3 mil ataques aéreos

Volodymyr Zelenskyy actualizou nesta terça-feira as contas ucranianas em relação aos ataques russos.

O presidente da Ucrânia indicou que os russos já realizaram mais de 3 mil ataques aéreos, disparando 2.275 mísseis.

Zelenskyy alega que a grande maioria desses mísseis tinha como objectivo atingir civis ucranianos.

Só nesta segunda-feira, de acordo com o governador da Administração Militar Regional, morreram três civis em Donetsk, devido a ataques dos militares da Rússia.

Já em Severodonetsk, quatro civis morreram após um ataque a um prédio na cidade, anunciou o governador de Lugansk.

https://zap.aeiou.pt/diplomata-russo-demite-onu-480559

 

Fantasma da recessão global assombra Davos - Milionários pedem para pagar mais impostos !


O FMI ainda não antecipa uma recessão na economia global, mas acredita que os países mais vulneráveis estão em risco de sofrer um recuo. O segundo dia do Fórum Económico Mundial foi também marcado por protestos de milionários que querem pagar mais impostos.

O fantasma da recessão global voltou para assombrar os debates do Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça.

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) revelou que a guerra na Ucrânia piorou as previsões para a economia global e que pode haver uma recessão à vista para os países mais frágeis.

Questionada durante uma sessão sobre se as estimativas do FMI antecipam uma recessão global, Kristalina Georgieva foi das poucas que ainda tem uma visão mais optimista, respondendo que “ainda não”. “Isso não quer dizer que esteja fora de questão”, lembra.

As previsões de crescimento para 143 países foram recentemente cortadas. Para além da guerra na Ucrânia, a desaceleração na China e a subida do dólar também são preocupantes e levam Georgieva a descrever “2022 como um ano difícil”.

O FMI está agora a prever um crescimento global de 3,6% este ano e só países que já estavam numa situação mais frágil, como os que ainda não tinham recuperado dos efeitos da pandemia ou os que são mais dependentes de importações da Rússia, é que devem sofrer um recuo, escreve o The Guardian.

Os preços do petróleo têm acalmado, mas os preços da comida continuam a “subir, subir, subir”. “Podemos cortar no uso do petróleo quando o crescimento desacelera, mas temos de comer todos os dias. A ansiedade sobre a acessibilidade da comida a um preço razoável, globalmente, está a aumentar”, alerta.

Perante o mesmo painel, Jane Fraser, directora-executiva do banco Citigroup, traçou um cenário mais negro sobre a Europa. “A Europa está mesmo no meio das tempestades nas cadeias de abastecimento, da crise energética e obviamente está próxima das atrocidades que estão a acontecer na Ucrânia”, afirma. Sobre se o velho continente vai entrar numa recessão, Fraser responde com um simples “sim”.

Já no caso dos Estados Unidos, há uma “maior resiliência” na economia. Mas o futuro está nas mãos da Reserva Federal e sobre como esta vai aplicar a sua estratégia de aumento das taxas de juro para travar a inflação. “Há um amortecedor aqui. Temos de ver se vai ser usado correctamente ou não”, acrescenta.

O pivô matinal da CNBC Europa fez também uma sondagem de braço no ar à audiência de economistas e empresários presentes na sessão sobre a possibilidade de haver uma recessão mundial — e a maioria estava pessimista.

O Fórum também divulgou algumas horas antes as previsões do grupo de economistas que costuma ouvir e 58% dos especialistas considera que o crescimento na Europa será fraco. Já sobre o resto do mundo, a maioria considera que o crescimento será moderado.
“Taxem-nos mais”, pedem milionários

Um grupo de participantes mais abastados da conferência em Davos apelaram aos líderes mundiais que respondessem à inflação com o aumento dos impostos sobre os mais ricos num protesto no domingo ao lado de activistas de esquerda.

“Enquanto o resto do mundo está a colapsar sob o peso de uma crise económica, os bilionários e líderes mundiais encontraram-se neste local privado para discutirem os pontos de reviravolta na história”, afirma Phil White à BBC.

O milionário britânico considera que é “escandaloso” que os líderes políticos oiçam “aqueles que têm mais e que sabem menos sobre o impacto económico da crise” e que “infamemente pagam poucos impostos“. “A única conclusão credível desta conferência é taxar os ricos agora”, remata.

Apesar de poucos milionários deste movimento terem marcado presença em Davos, os manifestantes também enviaram uma carta aberta aos delegados do Fórum, assinada por mais de 150 milionários, que incluem o actor Mark Ruffalo, a herdeira do império da Disney, Abigail Disney, ou Nick Hanauer, um dos primeiros investidores na Amazon. Marlene Engelhorn, outra milionária, também está em Davos.

“Enquanto alguém que desfrutou dos benefícios da riqueza toda a minha vida, eu sei o quanto enviesada a nossa economia é e não posso continuar sentada à espera que alguém, em algum sítio, faça alguma coisa. Chegamos a uma altura quando mais 250 milhões de pessoas podem entrar na pobreza extrema este ano”, avisa.

Estes números vão ao encontro de um relatório da Oxfam, que revelou que as fortunas dos bilionários com investimentos nos sectores alimentar e energético cresceram em 453 mil milhões de dólares nos últimos dois anos e que surgiram mais “62 bilionários de comida”.

Os preços dos alimentos subiram mais de 30% no último ano, em média, e mais 263 milhões de pessoas estão em risco de entrarem numa situação de extrema insegurança alimentar. Este número é equivalente à população do Reino Unido, França, Espanha e Alemanha juntas.

A Oxfam pede aos líderes em Davos que introduzam imediatamente impostos sobre os mais ricos para colmatarem “o maior aumento da pobreza extrema em mais de 20 anos”.

https://zap.aeiou.pt/fantasma-recessao-global-davos-480518


Nova estufa subaquática pode ser o futuro da agricultura !

A 130 metros da aldeia de Noli, na região italiana de Ligúria, seis grandes cúpulas transparentes estão a cultivar ervas, vegetais e flores.

O projeto é conhecido como Nemo’s Garden (Jardim do Nemo), e é a primeira estufa submarina do mundo, segundo a Interesting Engineering.

Estas biosferas utilizam as qualidades ambientais favoráveis do oceano — como a estabilidade da temperatura, absorção de CO2, e controlo natural de pragas — para criar um habitat apropriado que seja capaz de produzir produtos frescos, de acordo com a Euronews Green.

O Jardim do Nemo tem implicações significativas no futuro da Terra, pois foi especificamente concebido para regiões onde os fatores ambientais, económicos ou morfológicos tornam o desenvolvimento das plantas particularmente desafiante.

O mundo terá de alimentar uma população global de 9,3 mil milhões de pessoas em condições climáticas cada vez mais instáveis até 2050, segundo os dados das Nações Unidas, e a equipa criou o projeto acredita que as explorações subaquáticas poderiam fornecer um fornecimento de alimentos às populações costeiras, onde a agricultura deve ser inovadora para sobreviver.

O Jardim do Nemo surgiu depois de Sergio Gamberini, presidente da fábrica de equipamento de mergulho Ocean Reef, ter sido desafiado por um amigo agricultor em 2012 a combinar a sua experiência na construção de equipamento de mergulho com o seu amor pela jardinagem.

Desde aí que o Jardim do Nemo passou a ser um projeto com o objetivo de trabalhar a ideia de cultivar plantas terrestres debaixo do mar.

Mais de uma centena de plantas diferentes criaram raízes neste jardim subterrâneo, desde ervas medicinais e aromáticas a alimentos como feijões e morangos.

Não só foram colhidos com sucesso diversos produtos das biosferas, como também foi possível determinar que as plantas produzidas neste ambiente eram mais ricas em nutrientes do que as cultivadas com métodos tradicionais.

“Todos os anos descobrimos novas aplicações possíveis para as biosferas”, sublinha Gianni Fontanesi, coordenador do projeto Jardim do Nemo. Ecoturismo, piscicultura, cultivo de algas marinhas, laboratórios de investigação científica e estações de investigação da vida selvagem subaquática são alguns exemplos.

Quando se trata de engenharia, aproximadamente 20.000 litros de ar são retidos sobre um corpo de água de superfície dentro de cada cúpula.

A luz do sol flui através da água, fora das biosferas, para alcançar e aquecer o ar no interior. Quando há menos luz natural no Inverno, os LED ligados à superfície por um fio de alimentação dão uma fonte extra de luz.

A água no exterior mantém a temperatura dentro da cúpula estável tanto de dia como de noite, e a evaporação e condensação dentro da cúpula mantêm as plantas abastecidas com água doce.

O Jardim do Nemo é apoiado pela Siemens Digital Industries Software, que permite à equipa monitorizar as biosferas à distância e, espera-se, acelerar os ciclos de inovação no sentido de uma industrialização e uma escala mais rápida.

O conceito já provou ser eficaz e bem sucedido, o que significa que a equipa pode agora começar a exportar a tecnologia para outros locais. De facto, as biosferas já foram construídas na Bélgica e na Florida Keys.

“Teoricamente, o projeto aumenta consideravelmente a percentagem da superfície mundial que pode ser utilizada para o cultivo de culturas, especialmente em países onde as condições ambientais tornam o cultivo de plantas difícil”, explica Gamberini.

O objetivo final da equipa é reduzir o mais possível o custo dos seus produtos. “O preço das nossas plantas de manjericão nunca será comparável ao que se paga num supermercado. Dito isto, elas vêm com uma pegada ambiental muito reduzida“.

https://zap.aeiou.pt/nova-estufa-subaquatica-pode-ser-o-futuro-da-agricultura-480444

 

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Cuba reprime meios de comunicação independentes com novo código penal !


A Assembleia Nacional de Cuba aprovou um novo código penal que mantém a pena de morte por vários crimes, pune críticas aos funcionários do governo com pena de prisão e torna ilegal que os meios de comunicação independentes recebam fundos do estrangeiro.

Esta é a última etapa de uma campanha governamental implacável, que pretende por um fim aos os protestos em massa do ano passado.

O novo quadro jurídico acrescenta várias novas definições de crime que abordam as atividades de oposição, a liberdade de expressão e a associação.

A proposta foi rapidamente aprovada por unanimidade numa sessão parlamentar, na qual o líder cubano Raúl Castro, que atualmente não detém qualquer posição oficial, esteve presente, segundo o Miami Herald.

O código penal, que entra em vigor em três meses, “penaliza as violações mais graves relacionadas com o uso abusivo dos direitos constitucionais, participação em atividades subversivas e ataques às tecnologias de informação e comunicação”, explicou Rubén Remigio Ferro, Presidente do Supremo Tribunal cubano, que supervisionou os julgamentos contra os manifestantes a 11 de julho de 2021.

Muitas disposições do novo quadro legal “parecem fazer parte de um esforço para destruir as poucas liberdades em Cuba, que tornaram possíveis os recentes movimentos dissidentes no país, incluindo os históricos protestos do 11 de julho”, salienta Juan Pappier, da Human Rights Watch.

Um total de 23 crimes, a maioria deles relacionados com ações contra a segurança do Estado, podem agora ser punidos com pena de morte. Um documento oficial que explica as mudanças na nova lei, refere que as autoridades cubanas decidiram deixar a pena de morte nos “os crimes mais graves”, e condenar a prisão perpétua em “crimes comuns”, como a violação ou o abuso de crianças.

Críticas ao governo, aos seus altos funcionários — incluindo Ferro — e ao socialismo nos meios de comunicação social ou noticiários pode colocar cubanos na prisão até cinco anos, sob a acusação de “propaganda contra a ordem constitucional“.

Uma lei semelhante foi aprovada pelo governo autoritário da Nicarágua, que obriga as organizações independentes que recebem fundos do estrangeiro a registarem-se como “agentes estrangeiros”. Neste caso, as autoridades cubanas foram mais longe e declararam como crime aceitar o financiamento de qualquer pessoa ou entidade estrangeira para conduzir “atividades contra o Estado e a sua ordem constitucional”.

O código penal anula mesmo a Constituição cubana, condenando um crime punível até 10 anos de prisão para quem exercer os direitos constitucionais para mudar o governo ou a constituição.

A lei encerra qualquer espaço legal para uma mudança política pacífica em Cuba. Parece também ser uma resposta aos acontecimentos de novembro do ano passado, quando uma petição feita pelo grupo de oposição Archipielago organizou uma manifestação pública anti-governamental, e invocou um artigo constitucional que reconhece o direito a manifestações pacíficas.

O novo código também mantém ou expande várias questões controversas na lei atual, incluindo a prisão para quem deixa a ilha “ilegalmente”, por exemplo, numa jangada; a utilização de linguagem ofensiva contra o presidente da ilha, Miguel Díaz-Canel, e outros altos funcionários, ou a publicação de “notícias falsas”.

Apesar dos protestos internacionais, o código penal também mantém a idade legal da maioridade aos 16 anos, uma disposição do atual código que permite aos procuradores públicos emitir sentenças de prisão a vários manifestantes de 11 de julho com idade inferior a 18 anos.

O código aprovado também assegura que as instituições estatais e as organizações políticas patrocinadas pelo governo não enfrentam responsabilidade, uma vez que um dos artigos as protege da responsabilidade legal.

As autoridades chamaram ao novo código “moderno”. Ativistas e jornalistas independentes chamaram-lhe um ataque às liberdades civis e políticas, “um código penal para nos amordaçar a todos”, escreveu Yoani Sánchez, jornalista cubana.

O Comité para a Proteção dos Jornalistas, um grupo independente com sede em Nova Iorque, também condenou o novo código como sendo uma ameaça aos meios de comunicação independentes em Cuba.

“Estamos alarmados com a aprovação do novo código penal cubano, que criminaliza ainda mais o trabalho dos jornalistas independentes na ilha, proibindo o financiamento estrangeiro e colocando a sua existência e sustentabilidade em sério risco”, comentou Ana Cristina Núñez, investigadora da organização.

“Com o novo código penal, as autoridades cubanas continuam a construir um intrincado e perverso regime legal de censura e a dar um golpe devastador aos jornalistas independentes”, acrescenta.

Na passada segunda-feira, vários ativistas e exilados cubanos manifestaram o desagrado e desapontamento com o anúncio da administração Biden de mudanças na política de Cuba, apenas um dia depois de o novo código penal ter sido aprovado.

Anamely Ramos, curadora de arte cubana ligada ao movimento artístico dissidente San Isidro, a quem foi recentemente recusada a entrada no país, sublinhou que a administração recompensou o governo da ilha com a atenuação de algumas sanções, apesar da repressão em curso.

“Novo código penal em Cuba para melhor reprimir. Mais de 1.000 prisioneiros políticos. Menores condenados a mais de 15 anos de prisão. No meio disto, os Estados Unidos decidem apostar novamente no alívio de sanções. Que vergonha”, conclui Anamely Ramos.

https://zap.aeiou.pt/cuba-reprime-meios-de-comunicacao-independentes-com-novo-codigo-penal-480412


Bélgica decreta 21 dias de quarentena para infetados com varíola dos macacos !


Só estão confirmados quatro casos de varíola dos macacos na Bélgica, mas o isolamento obrigatório de 21 dias foi decretado esta sexta-feira pelas autoridades de saúde.

A Bélgica é o primeiro país a impor uma quarentena a doentes infetados com o vírus contagioso da varíola dos macacos, mas tema apenas quatro casos confirmados.

Durante 21 dias, os doentes terão de se manter isolados e evitar, principalmente, contactos com pessoas com imunidade reduzida, grávidas e crianças, de acordo com o Jornal de Notícias.

Em Portugal, a Direção-Geral de Saúde ainda não se pronunciou quanto à possibilidade de isolar os 23 casos já confirmados, até ao final da semana passada.

Em Espanha, o Ministério da Saúde e as comunidades decidiram este sábado o protocolo a seguir para os pacientes com vírus da varíola dos macacos, que prevê o uso da máscara, isolamento para os infetados e redução ao máximo das interações sociais para os contactos.

Os casos registados na Bélgica estão ligados ao festival Darklands, em Antuérpia, no início do mês, e um dos casos foi diagnosticado por ser parceiro de um dos primeiros doentes com sintomas. Os primeiros sinais são a febre, dor de cabeça, dor muscular, dor de costas, nódulos linfáticos inchados e fadiga. Pode também ocorrer uma erupção na pele do rosto que, depois, alastra para resto do corpo.

A transmissão da varíola dos macacos acontece através do contacto próximo com lesões, fluidos corporais, partículas do sistema respiratório e materiais contaminados, como roupa de cama. O período de incubação oscila entre 5 a 21 dias.

Já foram identificados cerca de 100 casos de varíola dos macacos, em 12 países, sendo que Portugal, Espanha e o Reino Unido foram quem registou mais infetados.

A Organização Mundial de Saúde já recomendava que os casos confirmados fossem isolados e monitorizados durante uma semana. O isolamento deve ser retomado se surgir erupção cutânea nesse período.

https://zap.aeiou.pt/quarentena-21-dias-monkeypox-na-belgica-480395


OMS avisa: Covid-19 não acabou e contágios estão a subir em 70 países !


O diretor geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que a pandemia da covid-19 não acabou, apesar da descida dos números globais de novos contágios e mortes.

Na abertura da 75.ª Assembleia Mundial da Saúde, em que foi reeeleito para um segundo mandato de cinco anos à frente da agência das Nações Unidas para a Saúde, Tedros Ghebreyesus apelou aos países para manterem o nível de alerta.

“Não é a mensagem que queriam ouvir nem é a mensagem que gostaria de vos dar”, disse aos participantes.

A covid-19 “não acabou de certeza”, apesar de “os casos reportados terem diminuído significativamente desde o pico da vaga [da variante] Ómicron”, em janeiro passado e de “as mortes estarem no ponto mais baixo desde março de 2020”.

“Em muitos países, as restrições foram levantadas e a vida parece-se mais com o que era antes, mas [a pandemia] não acabou, de certeza”, afirmou, apesar de reconhecer os progressos trazidos pela vacinação de 60% da população, “ajudando a reduzir hospitalizações e mortes”.

Mesmo assim, os novos contágios pelo SARS-CoV-2 “estão aumentar em quase 70 países, as taxas de testagem caíram a pique e as mortes [atribuídas à covid-19] estão a subir” no continente africano, onde há “a mais baixa taxa de vacinação”.

“Baixámos a guarda por nossa conta e risco. O aumento da transmissão significará mais mortes, especialmente entre quem não está vacinado. Reduzir a testagem e o sequenciamento [genético do vírus em circulação] significa que estamos a fechar os olhos à evolução do vírus“, alertou.

Tedros Ghebreyesus lembrou ainda que “só 57 países têm 70% da população vacinada e são quase todos países de altos rendimentos”.

“Temos que continuar a ajudar todos os países a atingirem 70% de cobertura vacinal tão depressa quanto possível, incluindo a totalidade das pessoas com mais de 60 anos, das que têm comorbilidades e dos profissionais de saúde”, defendeu.

Reforçou que “a pandemia não vai desaparecer como por magia” mas que existe “o conhecimento, as ferramentas” e que a ciência permitiu ganhar vantagem sobre o vírus.

O diretor geral da OMS salientou que há outras crises sanitárias no mundo, destacando surtos de Ébola ativos na República Democrática do Congo e surtos de varíola dos macacos ou de hepatite de origem desconhecida que a organização está a acompanhar.

Conflitos como o que começou este ano na Ucrânia ou que persistem em países como o Iémen ou a Síria agravam qualquer crise sanitária: “a guerra, a fome e a doença são amigas”.

https://zap.aeiou.pt/lider-da-oms-avisa-a-covid-19-nao-acabou-480332


Biden diz que EUA vão defender Taiwan contra ataque da China !


Presidente dos Estados Unidos rompeu com a política que tem dominado as anteriores Administrações no que concerne à independência do território.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, afirmou esta segunda-feira que as forças norte-americanas estarão disponíveis para defender Taiwan de um eventual ataque chinês. A questão foi colocada por um jornalista na conferência de imprensa conjunta que o chefe de Estado norte-americano deu com o primeiro-ministro japonês, a propósito da visita de Biden ao país — a primeira à Ásia desde que assumiu o cargo.

“Foi esse o compromisso que assumimos. A questão é esta: Concordámos com a política de ‘uma só China’, subscrevemo-la, e todos os acordos que resultam daí… Mas a ideia de que ela pode ser adotada à força não é apropriada”, afirmou o presidente dos Estados Unidos da América. Joe Biden evocou o princípio, especificando que qualquer alteração ao mesmo iria “desestabilizar toda a região” e “seria mais uma ação semelhante ao que aconteceu na Ucrânia”.

De acordo com a CNN Portugal, este parece ser uma inversão face à política de “ambiguidade estratégica” que tem orientado os presidentes norte-americanos no que respeita a esta questão. Como tal, qualquer questão como a que foi colocada a Biden costuma merecer uma resposta bastante evasiva, remetendo para o princípio de “uma só China”, assim como a defesa do status quo — a manutenção do autogoverno do território.

Após a declaração de Biden, um dos funcionários da Casa Branca veio esclarecer as palavras do chefe de Estado, sublinhando que a política dos EUA “não mudou“. “Reiterou a nossa política de ‘Uma só China’ e o nosso compromisso para com a paz e a estabilidade em todo o Estreito de Taiwan. Reiterou também o nosso compromisso, ao abrigo da Lei das Relações de Taiwan, de fornecer a Taiwan os meios militares para se defender“. As palavras de Biden foram, efetivamente, neste sentido, mas não se ficaram por aí. O presidente norte-americano afirmou que estava efetivamente disposto a envolver o seu país militarmente para defender Taiwan. 

Uma posição que uniu os dois responsáveis presentes teve que ver precisamente com o status quo, com os dois a concordarem que só este poderá garantir “paz e estabilidade no Estreito de Taiwan”, apesar de Biden considerar que a China está a “flertar com o perigo” nas suas ações, quer no âmbito político quer no âmbito militar.

Para além da questão de Taiwan, outro dos temas abordados teve que ver com a ameaça chinesa noutras zonas, a invasão da Ucrânia e a escalada armamentista da Coreia do Norte.

https://zap.aeiou.pt/biden-diz-que-eua-vao-defender-taiwan-contra-ataque-da-china-480321


“Verdadeiramente histórico”: Zelenskyy anuncia acordo conjunto de controlo de fronteiras com a Polónia !


No dia em que o Presidente polaco, Andrzej Duda, visitou Kiev, Zelenskyyy anunciou que o país vai introduzir um controlo aduaneiro conjunto com a Polónia.

“Isso acelerará significativamente os procedimentos de fronteira. Eliminará a maioria dos riscos de corrupção. Mas também é o início da nossa integração na área aduaneira comum da União Europeia. É um processo verdadeiramente histórico“, disse Zelenskyy.

Numa conferência de imprensa conjunta com Duda, o Presidente ucraniano reiterou a esperança de que, em junho, a Ucrânia obtenha o estatuto de candidato à UE.

“Pessoalmente, não descansarei até que a Ucrânia passe a ser membro da União Europeia”, afirmou Andrzej Duda.

O Presidente da Ucrânia anunciou ainda, este domingo, que o governo da Polónia está a preparar uma proposta de lei que dará aos ucranianos residentes na Polónia os mesmos direitos que os polacos.

A lei dará aos ucranianos que “residem temporariamente” na Polónia “as mesmas oportunidades que os polacos”, disse Volodymyr Zelenskyy, num discurso.

Mais tarde, em conferência de imprensa, o chefe de Estado polaco pediu aos líderes da UE e destacou o grande significado psicológico e político de conceder à Ucrânia o estatuto de candidato na reunião do Conselho Europeu, que se realiza em final de junho.
Rússia intensifica ataques a leste

Após a conquista de Mariupol, de elevado interesse estratégico, já que liga a península da Crimeia à Rússia, as tropas russas intensificam os ataques no leste da Ucrânia.

Volodymyr Zelenskyy admitiu mesmo que a situação na região do Donbass é “extremamente difícil”. O exército russo tentou entrar em Severodonetsk, na noite de sábado para domingo, a partir de quatro direções.

O governador da província de Lugansk, Serhiy Haidai, diz que os russos não tiveram sucesso no seu ataque, mas que este teve efeitos devastadores. A ponte que liga Severodonetsk a Lysychansk foi destruída e os russos continuam a bombardear edifícios civis na região.

“Os russos destruíram 58 infraestruturas civis num único dia. Os invasores bombardearam 12 localidades e destruíram uma escola, um instituto, várias lojas de comércio e serviços de saúde”, disse a Polícia Nacional da Ucrânia, citada pelo Público.

A região do Donbass tem sido foco dos ataques russos desde abril, após o exército de Vladimir Putin ter desistido da sua tentativa de tentar tomar a capital Kiev.

No sábado, Zelenskyyy sublinhou que as forças ucranianas “estão a conseguir travar a ofensiva” russa, e disse que cada dia de resistência deixará a Ucrânia “mais perto do dia da vitória”.

https://zap.aeiou.pt/zelenskyy-acordo-fronteiras-polonia-480322


quarta-feira, 25 de maio de 2022

Na nova corrida ao Espaço, a “galinha dos ovos de ouro” são os recursos da Lua — E avizinha-se uma guerra legal !


Na nova era da corrida ao Espaço, a ciência torna-se secundária e a verdadeira “galinha dos ovos de ouro” são os recursos da Lua.

Em 2019, a empresa ArianeGroup assinou um contrato de um ano com a Agência Espacial Europeia para estudar a possibilidade de enviar uma missão à Lua antes de 2025, que terá como objetivo extrair regolito.

Em comunicado, a empresa explicava que o regolito é um material presente na superfície lunar a partir do qual é possível obter água e oxigénio, o que, no futuro, permitiria projetar a presença humana no satélite terrestre e produzir o combustível necessário para lançar missões exploratórias mais distantes.

Este é apenas um entre os vários esforços de diferentes países em acorrer à mineração da Lua. Devido aos seus valiosos recursos, a Lua é o principal foco de uma nova corrida ao Espaço, em que a ciência ganha um papel secundário.

O investimento para chegar à Lua foi astronómico desde o início. O custo total, ajustado à atual inflação, do programa Apollo, que levou o Homem à Lua pela primeira vez, foi de 280 mil milhões de dólares, de acordo com uma recente estimativa da The Planetary Society.

Desde então, muito mudou neste terreno. Empresas privadas como a SpaceX, de Elon Musk, ou a Virgin Galactic, de Richard Branson, começaram a aventurar-se no Espaço.

O turismo espacial está também, aos poucos, a tornar-se a nova sensação. Uma viagem ao Espaço está a deixar de ser algo apenas ao alcance de astronautas e multimilionários, sendo possível, em breve, fazê-lo por algumas dezenas de milhares de dólares.

Paralelamente, missões recentes à Lua confirmaram a existência de recursos importantes que serão fundamentais para a presença humana permanente no nosso satélite natural e iniciar uma nova indústria de mineração espacial, escreve a revista Science Focus.

Que recursos são estes?

Uma região que vai ver muita atividade é o polo sul lunar, uma vez que há água lá, essencial para a existência de uma base lunar. Aliás, esta é a região que a NASA planeia visitar por volta de 2026, com a missão Artemis III. A agência espacial norte-americana planeia ainda construir a estação espacial Gateway, que servirá como ponto de partida para a exploração contínua da Lua.

Trazer material da Lua para análise na Terra é um passo crucial se quisermos tornar a mineração lunar uma realidade. As rochas lunares trazidas para a Terra pelos astronautas da Apollo, por exemplo, mostraram que a Lua contém metais conhecidos como “terras raras”, devido à sua escassez.

Extrair estes metais de terras raras não é fácil e pode ser bastantes dispendioso. Ainda assim, Ian Crawford, especialista em recursos espaciais da Universidade de Londres, considera que fazê-lo “pode ser economicamente pior, mas ambientalmente benéfico”.

A Lua pode ser uma opção mais cara, mas mais amiga do ambiente, para a extração de neodímio – usado em ímanes –, por exemplo. A confirmar-se, seria um abrir de portas a um novo mercado multibilionário.
Face às preocupações climáticas e ao recente boicote ao gás natural russo, o mundo avança para uma transição energética. A energia nuclear tem sido visto como uma das melhores alternativas para os atuais combustíveis fósseis.

A ideia passa por copiar a forma como o Sol cria a sua energia transformando hidrogénio em hélio. Uma das formas de o fazer envolve a combinação de deutério com um tipo raríssimo de hélio — o hélio-3.

Enquanto podemos extrair deutério da água do mar, o hélio-3 é muito mais raro na Terra, sendo até vendido por 1,4 milhões de dólares por quilo. No entanto, algumas partes da Lua têm concentrações de hélio-3 de 20 partes por mil milhão. Feitas as contas, há cerca de 1,5 triliões de dólares de hélio-3 na Lua. 

Quem é que detém os recursos?

“Torne-se um proprietário da Terra Lunar comprando acres de terra na Lua”, lê-se no site da Lunar Land, a empresa que diz ser “a maior agência imobiliária para a venda da Lua”. Ser dono de um pequeno bocado da Lua está à distância de 29.95$. Ora, a realidade é algo diferente.

Hoje, a Lua é considerada património comum da Humanidade, não tendo por isso um dono específico, mas sim pertencendo a centenas de países, graças ao Tratado do Espaço Ultraterrestre.

No entanto, nem sempre foi assim. A 25 de setembro de 1954, um advogado chileno chamado Jenaro Gajardo Vera foi a um notário e registou a Lua em seu nome.

A propriedade da Lua é, ainda assim, uma zona cinzenta. Apesar da existência do tratado, este apenas menciona os países. Não há qualquer referência à situação das empresas privadas. Crawford diz que a lei internacional quanto à Lua e os seus recursos está desatualizada.

Em 1979, foi proposto o Tratado da Lua, que procurava estabelecer regras mais claras sobre os recursos da Lua, mas nenhuma grande nação espacial assinou este tratado. Mais recentemente, uma série de países desenhou a Declaração dos Direitos da Lua — mas, mais uma vez, continua por ratificar.

Até lá, à medida que a próxima geração de missões lunares vai sucedendo, teremos que esperar para ver como é que os países vão lidar com questões complexas de propriedade no espaço sideral.

https://zap.aeiou.pt/galinha-ovos-ouro-recursos-lua-479841


Google Rússia encerra atividades e declara falência !


Empresa suspendeu as suas operações de publicidade na Rússia, assim como a publicidade reservada globalmente por marcas russas.

O Google Russia vai encerrar atividade e declarar falência após o governo de Vladimir Putin ter confiscado a conta bancária da empresa no país. A manobra foi confirmada pelo porta-voz da Google na quarta-feira. “A apreensão da conta bancária da Google Rússia pelas autoridades russas tornou insustentável o funcionamento do nosso escritório na Rússia, incluindo o emprego e o pagamento de empregados baseados na Rússia, o pagamento de fornecedores e vendedores, e o cumprimento de outras obrigações financeiras”.

De acordo com o The Register, foram dadas aos funcionários locais duas hipóteses: mudarem-se para outra filial ou deixar os seus empregos. A maioria, escreve o Wall Street Journal, optou por se mudar para o Dubai. Ainda assim, este não é a primeira mudança operada pela gigante norte-americana, que começou a deslocar trabalhadores em março, logo após a Rússia ter invadido a Ucrânia.

A guerra agravou as já tensas relações entre o Kremlin e a Google. Os tribunais russos têm multado o Google por não ter removido o que os funcionários afirmaram ser propaganda pró-Ucraniana e por ter transmitido no YouTube relatórios alegadamente falsos sobre as perdas das tropas russas. Em Abril o Google foi intimado a pagar sete milhões de rublos por não retirar o estes conteúdos e quatro milhões de rublos pelos relatos sobre as baixas russas.

Tal como outras empresas big tech, a Google encerrou as operações no país quando as sanções foram anunciadas, suspendendo as suas operações de publicidade na Rússia e suspendendo a publicidade reservada globalmente por organizações russas. Os utilizadores russos do Android já não podem adquirir nenhuma aplicação ou serviços através da loja Google Play, agora que o sistema de faturação está em pausa.

A empresa enviou aos funcionários russos um aviso muito detalhado onde declarou que a filial Russia estava a declarar falência, uma situação que parece inevitável dada a sua situação e que a impedia de poder pagar aos funcionários.

“Desde 22 de Março de 2022, prevê a sua própria falência e incapacidade de cumprir as suas obrigações monetárias, exige o pagamento de indemnizações por despedimento e (ou) a remuneração do pessoal que trabalha ou trabalhou anteriormente sob um contrato de trabalho, e (ou) a obrigação de fazer pagamentos obrigatórios dentro do prazo prescrito”, disse a nota.

Embora as operações comerciais tenham cessado, a Google afirmou estar empenhada em continuar a fornecer serviços gratuitos, como é o caso do correio electrónico e pesquisas na web, aos russos.

“Anunciamos anteriormente que interrompemos a grande maioria das nossas operações comerciais na Rússia”, afirmou o porta-voz da Google. “As pessoas na Rússia confiam nos nossos serviços para aceder a informação de qualidade e continuaremos a manter disponíveis serviços gratuitos tais como Search, YouTube, Gmail, Maps, Android e Play“.

https://zap.aeiou.pt/google-russia-encerra-atividades-e-declara-falencia-480169


9 euros por mês e viajar por todo o país: a transformação na Alemanha !


A partir de Junho, haverá um passe mensal com preço reduzido e todos os transportes públicos poderão ser utilizados.

Pagar 9 euros por mês e poder viajar em todo o país, através de transportes públicos. Pode parecer utopia mas será a realidade na Alemanha.

A partir do dia 1 de Junho, será possível viajar pelo território alemão com um passe único mensal, que custará 9 euros. Estão incluídos os transportes públicos de todas as cidades e os comboios regionais.

O governo federal vai contribuir com 2.5 mil milhões de euros, mas serão as autoridades de cada município e Estado a implementar o projecto, de forma independente.

A medida foi aprovada nesta sexta-feira no Parlamento da Alemanha e vai ser válida durante três meses.  

Esta novidade faz parte do pacote de medidas de alívio financeiro devido à subida dos preços da energia, provocada pela guerra na Ucrânia, explica o Deutsche Welle.

A ideia é reduzir custos para os utilizadores e fazer com que mais pessoas aproveitem os transportes públicos.

No entanto, tem-se que esta medida passa criar confusão em algumas viagens, com veículos sobrelotados, originando ainda atrasos e confusões entre passageiros.

Além deste passe único, os impostos sobre os produtos petrolíferos vão baixar, igualmente até ao final de Agosto: menos 30 cêntimos por cada litro de gasolina e menos 14 cêntimos no caso do gasóleo.

https://zap.aeiou.pt/9-euros-mes-viajar-alemanha-480163

Universidade japonesa vai indemnizar 13 antigas alunas por discriminação de género nos exames !


Instituição de ensino argumentava que as mulheres, por terem maior capacidade de comunicação, tinham mais facilidade nas entrevistas, outra componente dos processos de candidatura, juntamente com os exames.

Depois de ter apresentado – comprovadamente – exames mais difíceis a alunas do que a alunos, uma universidade de Tóquio foi obrigada a pagar uma indemnização a 13 mulheres, precisamente por descriminação de género. O caso remonta a 2018, quando a instituição de ensino alegou ter apresentado provas como níveis de dificuldade diferentes, de forma a encurtar o fosso para os alunos de géneros distintos.

Na altura, a Universidade Juntendo afirmou ainda que as mulheres tinham melhores capacidades de comunicação, o que lhes dava uma vantagem nas entrevistas que integravam o processo de candidaturas – o processo ganhou dimensão nacional, sendo discutido amplamente nos meios de comunicação.

Apesar de a universidade ter recusado comentar a decisão do tribunal da cidade de Tóquio, um porta-voz revelou que foi ordenado à instituição que indemnizasse um grupo de 13 mulheres com uma verba total de 58 mil euros (8 mil yenes), avança o The Guardian. Em 2018, uma investigação governamental foi iniciada após ter sido revelado que uma outra Universidade ter admitido que baixava com frequência os resultados das estudantes candidatas em 30%.

Os resultados da investigação revelaram que as mulheres foram vítimas de discriminação em quatro das 81 instituições de ensino estudadas – todas na área da saúde. Os meios de comunicação locais noticiaram também que, após interrogatórios ao pessoal responsável por ordenar as candidaturas, estes revelavam achar que as mulheres iriam abandonar a sua carreira ou dedicar-lhes menos horas quando casassem ou tivessem filhos.

Desde que os resultados da investigação foram divulgados, em 2018, várias queixas foram apresentadas contra as universidades visadas.

https://zap.aeiou.pt/universidade-japonesa-vai-indemnizar-13-antigas-alunas-por-discriminacao-de-genero-nos-exames-479983


“A cidade toda é a minha galeria”: O artista ucraniano Gamlet foi ordenado a pintar as ruínas de Kharkiv !

O artista não vê as suas obras como armas contra a Rússia e prefere pensar nas criações como um fonte de inspiração para as forças ucranianas.

Reconhecido internacionalmente em exposições desde Lima até Londres, Gamlet Zinkivsky tem agora um novo desafio em mãos. O artista ucraniano de 35 anos está agora a pintar murais na sua cidade-natal de Kharkiv, a segunda maior do país, no meio da destruição causada pela guerra.

“Se sair de cá, posso ter a minha carreira em qualquer sítio no estrangeiro. Mas isso só seria pelo conforto. Na Ucrânia, sinto que estou a reconstruir o país. Toda a cidade é a minha casa, a cidade toda é a minha galeria”, revela à AFP.

O seu trabalho mais recente inclui as palavras “hospitalidade infernal” e retrata cocktails molotv e petróleo no centro da cidade destruída pela artilharia russa. No início de guerra, Gamlet estava na Ucrânia ocidental, uma zona do país menos afetada pelo conflito, onde estava a angariar fundos para a ajuda humanitária.

Foi nessa altura que o comandante do batalhão Khartia Battalion o contacou. “Precisamos de ti aqui, tens de pintar“, disse-lhe.

Gamblet acredita que o trabalho nas ruas é mais importante para a moral pública do que as exposições nas galerias. “Vejo as pessoas a sorrir e felizes quando viram a pintura num edifício destruído que adoravam”, revela.

A arte de rua, apesar de não ser lucrativa, é mais acessível. “A arte de rua é a história para as pessoas que nunca foram a uma exposição, mas conhecem o meu trabalho na rua”, afirma o artista.

Algumas das suas obras em Mariupol, Izyum e Berdyansk foram destruídas, mas Gamlet espera que as que ainda estão em edifícios destruídos possam ser doadas a museus ou vendidas com os fundos a ser dirigidos a uma causa.

Apesar de retratar eventos da guerra, o artista não vê as suas criações como uma arma contra a Rússia, sendo antes uma “inspiração” para os soldados ucranianos.

Esta é já a segunda vez que Gamlet fica em Kharkiv por motivos políticos. O artista ia mudar-se para Paris em 2013 antes da queda do governo de Viktor Yanukovych, em 2014.

O momento foi importante para Gamlet. “Em 2014 comecei a pintar com um novo espírito poderoso. Percebi que era ucraniano“, remata.

https://zap.aeiou.pt/gamlet-pintar-ruinas-kharkiv-480188


segunda-feira, 23 de maio de 2022

Mais de 100.000 pessoas já desapareceram oficialmente no México !


O México registou oficialmente mais de 100.000 pessoas dadas como desaparecidas, de acordo com dados do Registo Nacional de Pessoas Desaparecidas do Ministério do Interior.

Desde 1964, o país registou cerca de 100.023 pessoas desaparecidas, das quais mais de 24.700 são mulheres, e mais de 74.700 são homens. O sexo de 516 das pessoas é desconhecido, segundo a CNN.

O número aumentou em mais de 20.000 pessoas só nos últimos dois anos, de acordo com os dados — valores que foram recebidos com indignação e apelos urgentes para melhores sistemas de busca e salvamento.

Apenas 35 dos desaparecimentos registados levaram à condenação dos culpados, sublinha Michelle Bachelet, Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em declarações, esta terça-feira.

“Não se devem poupar esforços para pôr fim a estas violações e abusos dos direitos humanos de grande amplitude, e para se defenderem os direitos das vítimas à verdade, justiça, e garantias de não repetição”, realça Bachelet.

Marlene Harbig, do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), discutiu o trauma sofrido por quem tem familiares desaparecidos.

“As primeiras horas são as mais importantes, quando alguém desaparece, os seus familiares têm o direito de saber o que aconteceu”, refere Harbig. “Saber o destino das pessoas desaparecidas é, antes de mais, um ato humanitário”.

Apesar dos números, Bachelet salientou os progressos feitos pelo governo, tendo o México sido o primeiro país a permitir uma visita do Comité das Nações Unidas de Desaparecimentos a trabalhar com as autoridades em 13 estados mexicanos.

Tanto o CICV como a ONU solicitaram que os membros da família fossem autorizados a trabalhar com as autoridades governamentais para encontrar os seus familiares.

Michele Bachelet ainda solicitou ao governo “que coloque as famílias daqueles que desapareceram no centro dos seus esforços, e que disponibilize os recursos necessários para que as investigações e buscas sejam eficazes“.

https://zap.aeiou.pt/mais-de-100-000-pessoas-ja-desapareceram-oficialmente-no-mexico-480144


Embalados pela ajuda económica dos EUA, responsáveis ucranianos recusam cenário de cessar-fogo !1

Volodymyr Zelenskyy, Ucrânia

Plano sugerido e apoiado por alguns países europeus propõe cessar-fogo antes da retirada das tropas russas do território ucraniano, premissa que os representantes ucranianos não estão dispostos a aceitar.

Ao longo dos últimos dias, sucederam-se os apelos de alguns líderes europeus para que os responsáveis ucranianos considerem participar em negociações de paz, tendo em vista o fim do conflito no seu território. No entanto, as condições em que o diálogo iria decorrer parece afastar Volodymyr Zelenskyy e os seus mais próximos de tal cenário.

Segundo avançou o jornal La Repubblica, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano partilhou com António Guterres, secretário-geral da ONU, um esboço de um plano de paz que está em linha com as posições alemãs e francesas no que respeita ao fim da guerra. De acordo com o jornal Público, estes são mesmo os principais países dispostos a apoiar a solução, enquanto que Polónia, Reino Unido e Estados Unidos parecem apostados em apoiar os esforços ucranianos no terreno.

Contudo, a reação do lado ucraniano não foi positiva, com os altos responsáveis a acusarem os parceiros europeus de elaborarem um plano para “salvar a face” de Vladimir Putin, do qual fariam também concessões a nível territorial. “Queremos que o Exército russo saia da nossa terra. Nós não estamos em solo russo. Não pagaremos com o nosso território qualquer ajuda para salvar a face de Putin. Isso seria injusto.”

No plano proposto pelo principal diplomata italiano, o primeiro passo seria o cessar-fogo e a desmilitarização de ambas as forças, uma hipótese recusada pelo lado ucraniano, que tem vindo a reconquistar território ocupado pelas forças russas e se prepara para receber um avultado apoio financeiro dos Estados Unidos da América, na ordem dos 38 mil milhões de euros.

Este apoio segue-se a outras ajudas dos EUA, que já somam 47 mil milhões de euros. Trata-se de um valor superior ao orçamento anual de Defesa da Austrália, e numa ordem de grandeza semelhante ao montante anual anunciado pela Rússia, 62 mil milhões de euros. Embalados por este incentivo, os ucranianos querem continuar a defender o seu território, sendo improvável que concordem com um cessar-fogo.

Simultaneamente, existe também a sensação entre os decisores ucranianos que concordar em negociações de paz com Vladimir Putin não seria uma manobra entendida pela sua população, sobretudo depois do que o mundo testemunhou em Bucha e Irpin, onde se estima que o terror russo tenha atingido maiores proporções.

Ainda assim, dos Estados Unidos podem estar prestes a chegar más notícias. A contestação dos Republicanos aos apoios económicos e militares decididos pela Administração Biden é cada vez maior, não sendo expectável que os senadores do Partido Republicano permitam que a torneira se mantenha aberta durante muito mais tempo.

https://zap.aeiou.pt/embalados-pela-ajuda-economica-dos-eua-responsaveis-ucranianos-recusam-cenario-de-cessar-fogo-480293

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