terça-feira, 16 de março de 2021

Nigéria enfrenta mais um ataque a uma escola - O sexto em menos de três meses !

Um número ainda indeterminado de alunos e professores foram raptados de uma escola primária do estado de Kaduna, na Nigéria, o sexto ataque em menos de três meses no centro e noroeste do país.


“Estamos a recolher pormenores sobre o número de estudantes e professores raptados”, disse o ministro dos Assuntos Internos, Samuel Aruwan, numa declaração citada pela agência de notícias France-Presse.

Este é o sexto ataque ou tentativa de ataque a uma escola em menos de três meses no noroeste e centro da Nigéria, onde grupos criminosos, chamados “bandidos” pelas autoridades, atacam aldeias, roubam gado e realizam raptos para obterem resgate.

Na quinta-feira, um grupo armado invadiu uma escola na periferia de Mando, no estado de Kaduna. O Exército conseguiu recuperar cerca de 180 estudantes na sequência do ataque, mas quase 40 estavam ainda reféns dos “bandidos”.

Vários estados do norte e do centro da Nigéria encerraram as suas escolas por razões de segurança, suscitando receios de um aumento do abandono escolar, particularmente entre as raparigas, nestas zonas pobres e rurais que já têm a taxa mais elevada de crianças que não frequentam a escola no país.

O ataque de quinta-feira foi o mais recente de um conjunto de raptos que têm assolado o país nos últimos meses, entre os quais o que aconteceu em 27 de fevereiro, em Zamfara, no noroeste do país, no qual foram raptadas 279 estudantes de uma escola feminina.

Este rapto aconteceu duas semanas depois de outro ataque a 38 estudantes e professoras da Escola de Ciência Política do Governo, em Kagara, no estado de Níger, somando-se a outro, em 11 de dezembro, no qual 344 alunos foram raptados de uma escola em Kankara, no estado de Katsina, no noroeste, num ataque reivindicado pelo Boko Haram.

https://zap.aeiou.pt/nigeria-ataque-escola-sexto-tres-meses-387837

Quase 100 mortos em dois dias - Aumenta repressão em Myanmar !

A junta militar em Myanmar intensificou a repressão contra os manifestantes que rejeitaram o golpe de 01 de fevereiro e as forças de segurança mataram pelo menos 94 civis nos últimos dois dias, segundo uma associação do país.


A Associação para a Assistência aos Presos Políticos (AAPP), citada pela agência Lusa, confirmou esta terça-feira que na segunda-feira as autoridades voltaram a disparar munições contra manifestantes em várias cidades do país, deixando pelo menos 20 mortos e mais de 50 feridos.

No dia anterior, pelo menos 74 pessoas, incluindo uma menina de 15 anos e três outros menores, foram mortos no dia mais sangrento de ação brutal das forças de segurança.

A associação coloca o número total de pessoas mortas desde o golpe em 183 como resultado da violência das autoridades e acusa a polícia e os militares de reprimir brutalmente manifestações pacíficas e de vandalizar e pilhar a propriedade privada.

A junta militar anunciou no dia anterior a imposição da lei marcial em quatro distritos de Rangum, a antiga capital e a cidade mais populosa, para além da medida de emergência anunciada no domingo em dois outros distritos da cidade.

O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) António Guterres disse na segunda-feira que estava “chocado” com a violenta repressão dos protestos levados a cabo pelo exército e exortou a comunidade internacional a agir para o impedir.

“Os assassinatos de manifestantes, detenções arbitrárias e relatos de tortura de prisioneiros violam os direitos humanos fundamentais e desafiam claramente os apelos do Conselho de Segurança à contenção, ao diálogo e ao regresso a um caminho democrático na Birmânia”, disse Guterres através do seu porta-voz, Stephane Dujarric.

Os protestos em Myanmar rejeitam o poder da Junta Militar e exigem o “regresso da democracia” assim como o respeito pelos resultados das eleições de novembro assim como a libertação de todos os presos pelos militares, entre eles a líder “de facto” do governo, Aung San Suu Kyi.

O tribunal que julga a deposta líder adiou esta terça-feira a audiência, por problemas técnicos relacionados com as ligações de vídeo conferência, e depois dos cortes de internet decretados pela Junta Militar. De acordo com os advogados de Aung San Suu Kyi, a terceira sessão do julgamento foi adiada para o dia 24 de março.

Desde que foi detida no dia 01 de fevereiro durante o golpe de Estado militar, Aung San Suu Kyi, de 75 anos, está praticamente isolada. É acusada de quatro delitos, entre os quais o de suborno por aceitar aparelhos telefónicos e pode ser condenada a 15 anos de prisão.

Indignação após ativista ser torturado até a morte

Segundo noticiou na segunda-feira o Guardian, uma onde de indignação ganhou expressão após os militares alegadamente terem torturado até à morte Zaw Myat Lynn, de 46 anos, professor no Suu Vocational College, em Shwe Pyi Thar, e ativista da Liga Nacional para a Democracia (NLD), o partido de Aung San Suu Kyi.

Zaw Myat Lynn, que esteve na linha de frente dos protestos, partilhou vídeos nos quais os soldados espancavam e atiravam nos manifestantes pacíficos. No Facebook, apelou a que a população lutasse “contra o exército, mesmo que custasse” as suas “vidas”, classificando os militares armados como “terroristas” e “cães”.

Na sua última publicação, a 08 de março, transmitiu em direto uma manifestação pró-democracia perto da escola. “Devemos nos preparar para proteger o nosso povo”, disse, acrescentando que um número desconhecido de soldados havia assumido posição nas proximidades. O professor foi detido no complexo escolar, onde vivia com esposa.

Após vinte e quatro horas, a mulher foi instruída a visitar um hospital militar em Mingarlardon, no norte de Yangon, onde identificou o corpo do marido. No relatório médico, havia a indicação de que Zaw Myat Lynn caiu de uma altura de nove metros enquanto tentava fugir.

Contudo, os ferimentos apoiam as alegações de que o ativista foi torturado. Imagens do seu corpo mostram que água a ferver ou uma solução química foi depositada na sua boca, a língua estava derretida e faltavam os dentes. O corpo foi embrulhado para esconder outros ferimentos, como uma ferida no abdómen, que pode ter sido a causa da morte.

Zaw Myat Lynn foi o segundo assessor do NLD a morrer como resultado de uma suposta tortura. Dias antes, Khin Maung Latt, de 58 anos, um presidente local do NLD em Yangon, também morreu na prisão. Um líder do partido disse que as imagens do seu corpo revelavam um ferimento na nuca e hematomas nas costas.

https://zap.aeiou.pt/100-mortos-aumenta-repressao-myanmar-387926

 

Coreia do Norte avisa que EUA devem “evitar mau cheiro” se quiserem paz !

As declarações da irmã de Kim Jong Un, que tem vindo a assumir crescente protagonismo no regime norte-coreano, surgem depois de a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, ter afirmado na semana passada que foram infrutíferas diversas tentativas de contacto com a Coreia do Norte desde que Joe Biden assumiu o cargo, há quase dois meses.


“O nosso objetivo é reduzir o risco de uma escalada. Mas até ao momento não recebemos nenhuma resposta. (…) Há mais de um ano que não há diálogo ativo com a Coreia do Norte, apesar das várias tentativas de abordagem dos Estados Unidos”, adiantou a porta-voz da Casa Branca.

Segundo comunicado divulgado pela agência noticiosa estatal norte-coreana, KCNA, Kim Yo Jong, irmã do líder norte-coreano “avisou a nova administração dos Estados Unidos que se esforça para espalhar o cheiro de pólvora na nossa terra”.

Se querem dormir em paz nos próximos quatro anos, é melhor evitarem causar um mau cheiro no primeiro passo que dão”, referiu.

O comunicado deixa também críticas a recentes manobras militares sul-coreanas, “jogos de guerra diminutos, agora que (o país vizinho) se encontra no atoleiro da crise política, económica e epidémica”.

“Os exercícios de guerra e a hostilidade nunca podem acontecer a par do diálogo e da cooperação”, disse Kim Yo Jong, avisando que o entendimento com a Coreia do Sul “não regressará facilmente” e que a Coreia do Norte poderá inclusivamente considerar romper o acordo militar inter-coreano para redução de tensões na fronteira comum.

O ex-presidente Donald Trump realizou três cimeiras com Kim Jong Un, e ambos os líderes mantiveram contacto por carta, mas a recusa pelos Estados Unidos de pedidos norte-coreanos para abrandamento das sanções sobre o país, terão estado na origem do afastamento.

Washington condicionou o abrandamento de sanções a medidas do regime norte-coreano para desmantelar seu programa nuclear, o que Kim Jong Un se recusou a fazer.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, chegaram hoje a Tóquio, na sua primeira viagem ao estrangeiro, com a missão de estreitar laços com os aliados asiáticos.

Na quarta-feira, os dois governantes deslocam-se à Coreia do Sul, para no dia seguinte Blinken reunir com os chefes da diplomacia chinesa, no Alasca – naquele que será o primeiro encontro oficial entre os governos dos EUA e da China desde que Biden tomou posse, em 20 de janeiro.

https://zap.aeiou.pt/coreia-norte-avisa-eua-quiserem-paz-387846

 

Obra original de Galileu está desaparecida - Biblioteca Nacional espanhola ocultou roubo durante 4 anos !

A Biblioteca Nacional de Espanha ocultou durante quatro anos o roubo da obra de Galileu Galilei “Sidereus nuncius”, um tratado astronómico em latim que é considerado uma das cópias mais importantes do seu extenso catálogo.


De acordo com uma investigação do jornal espanhol El País, a direção da Biblioteca Nacional demorou quatro anos e quatro meses a denunciar o furto, apesar de ter conhecimento da substituição do original por uma cópia desde maio de 2014, quando os restauradores o descobriram por acaso durante o programa de preservação de Fundos Ácidos, Deteriorados e Únicos (IFADU).

Durante esse tempo, o catálogo da instituição continuou a oferecer como autêntica a falsificação que o ladrão deixou no seu lugar.

A Brigada do Património Histórico da Polícia Nacional investiga secretamente o desaparecimento desde 2018. O documento está avaliado em cerca de 800 mil euros.

O Sidereus nuncius ou Mensageiro Sideral, obra original de Galileu, já tinha sido roubado da Biblioteca Nacional em 1987 juntamente com uma centena de exemplares, principalmente científicos, que foram recuperados dois anos depois pela polícia.

Nenhuma anomalia foi observada no livro e, por isso, acredita-se que o original deste primeiro trabalho científico, onde Galileu explica como construiu e aperfeiçoou o seu telescópio e as observações que fez com ele, tenha voltado à Biblioteca Nacional.

A cópia do tratado de Galileu foi exibida na exposição “Cosmos” entre março e setembro de 2018 e foi descrita como falsa no catálogo.

Por que a Biblioteca Nacional não denunciou a situação?

Segundo o mesmo jornal, em maio de 2014, vários restauradores da Diretoria de Preservação e Conservação de Fundos trabalharam no depósito geral, dentro do plano do IFADU, e empilharam dezenas de livros nas mesas para fazer uma inspeção visual.

Um deles, chamado Fuensanta Salvador, disse que “foi acidental. Este trabalho tem terminações em pergaminho e encadernação. Olhando para ele, pensámos que deveria estar num recipiente de armazenamento sem ácido. A amostra parecia demasiado nova para ser de 1610. A caixa de impressão e as gravuras deixam a sua marca e esta não tinha, era muito limpa. Imediatamente, comentámos com a direção técnica”.

A direção iniciou uma investigação em que participaram pelo menos três departamentos e várias pessoas, segundo Mar Hernández, então responsável dessa área.

Um exame microscópico da amostra mostrou que as suspeitas do restaurador eram bem fundamentadas. O valioso Sidereus nuncius era uma farsa. Apesar disso, a obra de Galileu continuou a ser catalogada como autêntica no arquivo interno da Biblioteca Nacional e na Biblioteca Digital Hispânica.

No catálogo da exposição “Cosmos,” entre março e setembro de 2018, com curadoria de José Manuel Sánchez Ron, o exemplar já estava listado como falsificação.

No dia 20 de setembro de 2018, 52 meses após a descoberta da cópia falsa, Ana Santos, diretora da instituição, recebeu um e-mail do investigador britânico Nick Wilding, professor da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, no qual a alertava que o Sidereus nuncius digitalizado pela biblioteca era uma cópia. Wilding já tinha descoberto em 2012 outra cópia falsa da mesma obra.

“Ele disse-me que estava disposto a dar-nos todas as informações para comprovar as evidências e é claro que aceitei a proposta”, lembrou Ana Santos. “A primeira coisa que perguntei foi por que não me informaram”.

Em 10 de outubro de 2018, Ana Santos denunciou o roubo da obra de Galileu à Polícia Nacional. “Achámos que era preciso ter mais informações antes de denunciar”, explicou a diretora, que está à frente da instituição desde 2013. “Queríamos saber quando chegou a cópia falsa, a trajetória do livro, quando desapareceu. A investigação não havia sido concluída, estava pendente a colheita de mais informações”.

Mar Hernández rejeita a versão do diretor, dizendo que Ana Santos lhe telefonou em 2018, dois dias antes de fazer a denúncia à polícia, e censurou-a por não a ter informado do furto. Hernández enviou um e-mail a Santos dois dias depois, no qual, além de refutar a alegação de não ter sido informada, a lembrava da reunião em que se discutiram os casos de exemplares problemáticos, incluindo a obra de Galileu.

Depois de descobrir a falsificação em 2014, verificou-se que entre as poucas pessoas que consultaram o Sidereus nuncius estava César Ovidio Gómez Rivero, o autor do roubo em 2007 de dois mapas-mundo gravados e ilustrados da edição incunábula de 1482 da obra “Cosmographía”, de Claudio Ptolemy.

O principal suspeito do roubo da obra de Galileu, segundo fontes policiais, consultou o Sidereus nuncius em 2004, três anos antes de arrancar as páginas dos mapas de Ptolomeu da mesma biblioteca. Entre 2004 e 2007, o falso investigador, de nacionalidade uruguaia, acedeu a valiosos incunábulos. Os mapas de Ptolomeu foram recuperados em Nova Iorque e Sydney.

https://zap.aeiou.pt/obra-original-galileu-desaparecida-387552

 

França investiga nova variante que escapou aos testes PCR !

França está a investigar uma nova variante do vírus da covid-19 detetada na Bretanha, nomeadamente o grau de transmissão e se tem consequências mais graves nas pessoas afetadas, disse esta segunda-feira a Direção-Geral da Saúde francesa.


A nova variante foi sequenciada a partir de um foco que apareceu no hospital de Lannion, no noroeste do país, com 79 casos, dos quais oito eram desta nova variante, disseram as autoridades de saúde numa declaração.

Esta variante não foi identificada através dos testes PCR, mas apenas com testes serológicos e recolha de matéria biológica.

Por agora, foi decidido colocar a nova estirpe sob “sob vigilância”, depois de vários pacientes com sintomas de covid-19 terem testado negativo.

As análises efetuadas a esta nova variante “não permitem concluir nem maior gravidade nem uma maior contagiosidade” em relação à estirpe tradicional, embora estejam a ser efetuadas “investigações aprofundadas” para a conhecer melhor.

Também se procurará determinar se as vacinas atuais são eficazes contra esta nova estirpe. Todos os centros de rastreio em França receberam indicações para que nos seus testes tenham em conta esta nova estirpe.

“Está em curso uma avaliação para apurar o possível impacto dessas modificações genéticas na incapacidade de reconhecimento por testes virológicos, o que conduz a um subdiagnóstico e que poderá interferir na estratégia de rastreamento atualmente em vigor”, referiu a autoridade de saúde francesa, em comunicado.

Este alerta surge numa altura em que a pandemia progride no país, sobretudo na grande área metropolitana de Paris. O presidente francês, Emmanuel Macron, disse, esta segunda-feira, que França terá “novas decisões” sobre as medidas sanitárias para combater a pandemia no país.

“Vamos ter de tomar nos próximos dias, sem dúvida, novas decisões”, disse, em conferência de imprensa.

Uma das regiões onde deverá haver novas medidas é em Île-de-France, onde o rácio de contaminações é atualmente de 400 por cada 100 mil habitantes, com novas entradas diárias no hospital e o aumento exponencial de pacientes em estado grave, que tem levado a transferências para outras regiões.

 

Primeira-ministra da Estónia infetada

De acordo com a agência Reuters, a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, está infetada com o novo coronavírus, mas está bem de saúde. Apesar de ter uma febre ligeira, Kallas vai continuar a trabalhar remotamente, uma vez que não apresenta mais sintomas.

“Peço a todas as pessoas que tomem precauções, usem máscaras em ambientes fechados, reduzam o contacto com outras pessoas, trabalhem remotamente se possível e fiquem em casa tanto quanto possível, porque o vírus está a espalhar-se por toda a Estónia”, alertou Kallas, de 43 anos, no Twitter.

Na semana passada, o Governo da Estónia proibiu ajuntamentos com mais de duas pessoas, fechou as lojas não essenciais e ordenou que os restaurantes passassem a servir apenas refeições take-away.

O país luta agora luta contra a segunda maior taxa de infeção per capita da União Europeia (UE) depois da República Checa. A taxa de infeção mais o que duplicou em fevereiro.

EUA com 100 milhões de vacinas e cheques em 10 dias

Os Estados Unidos vão alcançar dentro de 10 dias as marcas de 100 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 administradas e 100 milhões de cheques distribuídos, afirmou o presidente norte-americano, Joe Biden.

Discursando na Casa Branca para assinalar o início da campanha “Help is Here” (“Chegou a Ajuda”), Biden defendeu que as metas da vacinação e apoio financeiro à população, no âmbito do plano de estímulo aprovado na semana passada pelo Congresso, são “enormes”.

Nos próximos 10 dias, atingiremos dois objetivos enormes. O primeiro é o de 100 milhões de vacinas nos braços das pessoas (…) e o outro é o de 100 milhões de cheques nos bolsos das pessoas. Vacinas dadas e dinheiro nos bolsos”, disse Biden.

O objetivo dos 100 milhões de vacinas refere-se apenas ao período da nova Administração, que tomou posse em janeiro, não contando com 16 milhões de vacinas administradas durante a presidência de Donald Trump.

No total, os Estados Unidos já aplicaram 109 milhões de doses de vacinas.

Biden e a sua vice-presidente, Kamala Harris, irão deslocar-se a vários pontos do país nas próximas semanas, no âmbito da campanha “Chegou a Ajuda”, para apresentar o pacote de estímulo aprovado pelo partido democrata no Congresso, no valor de 1,9 biliões de dólares (1,6 biliões de euros).

A Casa Banca anunciou na sexta-feira que os primeiros cheques e pagamentos de 1.400 dólares (1.172 euros) por pessoa previstos no plano de apoios e estímulos económicos começaram a ser recebidos.

Os primeiros pagamentos são enviados por transferência e “alguns destinatários vão começar a recebê-los no fim de semana e os outros durante a semana”, indicaram a secretária do Tesouro e a administração fiscal, em comunicados de imprensa.

O número exato de beneficiários não foi especificado, mas o montante total pode ascender a 400 mil milhões de dólares.

Milhões de norte-americanos, cujos rendimentos anuais são inferiores a 75 mil dólares por pessoa ou 150 mil dólares por casal, vão receber um cheque de 1.400 dólares por adulto e por criança. Biden destacou outros benefícios como a extensão de pagamento de subsídio de desemprego para 11 milhões de pessoas, apoio a pequenas empresas, e alargamento da cobertura de despesas de saúde.

Questionado sobre se o seu antecessor deveria apelar à vacinação, numa altura em que as sondagens apontam para índices elevados de resistência à vacinação entre republicanos, Biden defendeu que seria mais importante que tal fosse feito por médicos e líderes de comunidades locais.

“Peço a todos os médicos, líderes religiosos e padres locais para que falem das razões que tornam importante que se tome esta vacina. E mesmo depois disso, até que todos estejam de facto vacinados, usem esta máscara”, concluiu Biden.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.654.089 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

https://zap.aeiou.pt/franca-investiga-nova-variante-que-pode-escapar-aos-testes-p-387874

 

“Ouro verde” - Cartéis de droga estão a tentar entrar no negócio do abacate !

O mercado do abacate está a tornar-se bastante lucrativo no México. Como tal, vários cartéis de droga estão a apostar nele, tentado extorquir e roubar produtores locais.


Os terrenos de produção de abacate estão a tornar-se em verdadeiros campos de batalha. De arma na mão, os agricultores mexicanos veem-se agora obrigados a patrulhar os seus produtos devido a uma ameaça emergente no país: os cartéis de droga.

Um pouco por todo o mundo, o consumo de abacate disparou devido aos diversos benefícios deste fruto. Com os Estados Unidos como principal mercado, o estado mexicano de Michoácan exporta o equivalente a quase 3 mil milhões de dólares por ano.

Os abacates são um grande negócio em Michoácan, tanto que os moradores já lhes chamam de “ouro verde”. Esta fruta é tão lucrativa que cartéis de drogas estão a tentar entrar em ação, escreve a VICE. Vários cartéis tentaram extorquir produtores de abacates e roubar as suas terras.

“No início defendíamo-nos com catanas, paus, pedras. Bloqueamos todas as formas de acesso à nossa cidade”, disse o agricultor Hector Saavedra. “Ninguém sai e ninguém entra. Esta foi a nossa melhor defesa”.

No entanto, a situação tem escalado nos últimos anos. Em 2019, o grupo de Saavedra envolveu-se num tiroteio com o cartel de Jalisco que durou quase uma hora.

“Produzir abacates é muito difícil. Não estou a falar de trabalho árduo, mas exige muita organização. Em alguns casos, custa sangue ou vidas”, disse Virgilio Augustín, um produtor local de abacates.

https://zap.aeiou.pt/carteis-droga-entrar-negocio-abacate-387703

Abandonadas durante décadas, as “crianças do Gulag” da Rússia lutam para voltar para casa !

Cerca de 1.500 crianças nascidas dentro dos Gulag estão há uma década a lutar pela compensação que a lei russa garante aos descendentes de vítimas da repressão da era soviética.

De acordo com o The Moscow Times, Galina Yanchikova, de 65 anos, é uma dessas 1.500 crianças que nasceram dentro dos Gulag, filhas de pessoas que se opunham ao regime de Estaline na União Soviética, e que estão há uma década a lutar pela compensação que a lei russa garante aos descendentes de vítimas da repressão.

Agora, uma batalha legislativa no Parlamento da Rússia pode concretizar – ou destruir – as esperanças do grupo cada vez menor de “Crianças do Gulag”.

Uma das primeiras lembranças de Galina é a de brincar com os pés do avô aos três anos: Foi a última vez que o viu antes de ele deixar o exílio no Cazaquistão para tentar regressar a Moscovo.

O ativista marxista e académico Friedrich Bauermeister deixou a Alemanha com a sua família em 1934 e recebeu um apartamento no centro de Moscovo e um emprego como professor, antes de ser deportado para o Cazaquistão juntamente com o resto da população alemã da Rússia sete anos depois, quando Hitler invadiu a União Soviética.

“Não consigo viver aqui mais tempo. Estou a envelhecer e é difícil lidar com isso sozinha no inverno”, disse Yanchikova, que vive sozinha na vila de Dubovka, 230 quilómetros a sul de Moscovo, desde que o seu marido morreu no ano passado.

Bauermeister esperava regressar a Moscovo para retomar a sua antiga vida quando os presos do Gulag fossem libertados e as restrições aos povos deportados fossem levantadas após a morte de Estaline em 1953.

No entanto, com os prisioneiros impedidos de chegar a 100 quilómetros da capital soviética, as suas esperanças foram destruídas e tornou-se diretor do museu local numa pequena cidade na região de Tver, onde morreu em 1978.

Para os alemães que permaneceram no Cazaquistão, o fim da União Soviética oferecia uma oportunidade de liberdade, já que a Alemanha prometeu cidadania aos aspirantes. Mas, para evitar a discriminação, a mãe de Galina colocou a sua nacionalidade russa em documentos oficiais, fazendo com que a sua família não recebesse cidadania alemã.

Em vez disso, atraída pela promessa de empregos nas minas de carvão, a família de Galina comprou uma casa abandonada em Dubovka, uma aldeia mineira perto da cidade de Tula, que se despovoou drasticamente após o desastre nuclear de Chernobyl em 1986.

“Quando viemos para cá, tivemos que começar as nossas vidas do zero”, disse Galina, que passou os seus primeiros anos em Dubovka a consertar a nova casa. “Tudo o que temos aqui construímos com as nossas próprias mãos.”

Galina pode regressar a Moscovo?

Em teoria, sim. Em 1991, com o colapso da URSS, o governo soviético aprovou uma lei, reconhecendo pela primeira vez todas as vítimas das repressões da era Estaline e permitindo que reivindicassem uma compensação pelas suas casas confiscadas.

Como Galina nasceu num chamado “Acordo Especial” nos últimos anos de exílio forçado e a sua família guardou cuidadosamente os comprovativos de aluguer de Bauermeister em Moscovo durante 80 anos, Galina tinha legalmente direito a uma moradia social na capital russa.

Em 2010, deu início a uma série de processos judiciais contra as autoridades de Moscovo, gastando vários milhares de dólares com advogados para ter apenas o estatuto de vítima do Gulag reconhecido, mas os pedidos de restituição foram rejeitados.

De acordo com ativistas, a compensação material sempre foi mais ficção legal do que realidade financeira. “Na década de 1990, os recursos do estado eram tão sobrecarregados que, na prática, ninguém recebeu a compensação que deveria ter recebido”, disse Grigory Vaypan, advogado e ativista que representa os sobreviventes do Gulag.

Em 2004, uma nova lei sobre compensação transferiu a responsabilidade financeira para governos regionais, que tinham pouca capacidade real de fornecer restituições.

A compensação dos sobreviventes do Gulag foi desprezada e as vítimas foram adicionadas às listas de espera de habitação social amplamente sobrecarregadas da Rússia.

Atualmente com cerca de 51 mil pessoas à sua frente, Galina pode esperar entre 25 e 30 anos para receber uma.

Durante mais de uma década, a relutância do Estado em tocar na questão dos sobreviventes do Gulag permaneceu incontestada. No entanto, em 2019, o Tribunal Constitucional da Rússia decidiu a favor de três “crianças Gulag”, numa decisão-surpresa que sustentou o seu direito de priorizar os pedidos de habitação.

A decisão desencadeou uma rara batalha legislativa no parlamento da Rússia. Depois de o Governo ter apresentado um projeto de lei que faria mudanças “cosméticas” e deixaria o sistema praticamente inalterado, um grupo de deputados multipartidários patrocinou uma série de emendas que apoiariam a decisão judicial, acelerando os pedidos de casa das “crianças do Gulag”, a serem pagos para fora do orçamento federal.

No entanto, com as eleições potencialmente difíceis em setembro, é possível que a questão da compensação seja removida do calendário legislativo em favor de outros projetos de lei.

https://zap.aeiou.pt/criancas-gulag-russia-voltar-casa-386687

 

El Salvador prende mulheres por abortos espontâneos e nados-mortos - Uma mulher procura justiça !

Em El Salvador, as mulheres são presas por abortos espontâneos e nados-mortos. Agora, procura-se justiça internacional de forma a fazer uma reforma ao código penal.


El Salvador proíbe completamente o aborto, mesmo em circunstâncias de violação ou incesto, com penas que variam de dois a 50 anos. A proibição do aborto é tão amplamente aplicada que mesmo as mulheres que sofrem abortos espontâneos e nados-mortos podem ser julgadas por homicídio.

Agora, um tribunal internacional decidirá pela primeira vez se essas leis violam os direitos humanos das mulheres salvadorenhas.

A 10 e 11 de março, um tribunal regional da Organização dos Estados Americanos criado para julgar supostas violações de direitos humanos em estados-membros ouviu argumentos no processo “Manuela e Família v. El Salvador”, a respeito de uma mulher de 33 anos, mãe de dois filhos que teve um nado-morto após uma queda em casa na zona rural de El Salvador, em 2008.

https://zap.aeiou.pt/el-salvador-abortos-justica-387726

 

Na Coreia do Sul, jovens casados estão a fingir ser solteiros !

Na Coreia do Sul, milhares de jovens casais adiaram o registo do seu casamento durante anos na esperança de obter acesso a uma casa, num altura em que há falta de oferta habitacional.


De acordo com o jornal sul-coreano Chosun Ilbo, alguns casais sul-coreanos podem estar a morar juntos após realizar cerimónias de casamento “informais” e a adiar o registo do matrimónio para facilitar a compra da sua primeira casa.

Os preços dos imóveis aumentaram constantemente desde que o presidente Moon Jae-in assumiu o cargo em 2017, uma tendência que tornou a compra da primeira casa muito menos viável para os sul-coreanos.

Embora existam opções de habitação acessível para casais jovens, há longas listas de espera e as famílias onde marido e mulher têm empregos de tempo integral podem não se qualificar.

Além disso, alguns casais disseram ao mesmo jornal que teriam uma hipótese maior de conseguir um novo apartamento se se inscrevessem separadamente em vez de como uma unidade familiar.

Assim, depois do grande dia, há casais que optam por não registar o casamento na esperança de conseguir uma habitação acessível mais rapidamente ou para evitar o pagamento de altos impostos.

As últimas estatísticas do governo coreano indicaram que um total de 213.513 casais casaram-se no ano passado, o que representa uma queda de 10,7% em relação a 2019 e o menor número de casamentos no país desde 1981.

A assistente de escritório Im Seo-yeon, de 31 anos, disse, em declarações ao Insider, que ela e o seu parceiro de 36 anos não se qualificam para nenhum subsídio e recorreram ao aluguer de um apartamento nos arredores de Seul porque não conseguem pagar nada mais perto do centro da cidade. O casal não registou o casamento, na esperança de conseguirem habitação acessível mais rapidamente, inscrevendo-se apenas no nome dela.

“É muito caro e muito difícil encontrar um bom lugar para morar num bom distrito de Seul. Estamos muito felizes no nosso apartamento alugado por enquanto, mas estou ansiosa pelo dia em que possamos ter uma casa própria”, disse.

Já David Min, de 29 anos, que trabalha na indústria de transporte e logística, disse que teve uma cerimónia de casamento “informal” com a sua esposa há um ano, mas não registou o casamento porque “não conseguiam pagar uma casa ainda”.

“Ainda não temos poupanças suficientes para comprar um apartamento juntos. Portanto, não há pressa em registar oficialmente o nosso casamento, já que o direito a benefícios de habitação fornecidos pelo governo dura apenas sete anos”, disse Min. “Estou a pensar em comprar uma casa em meu nome se isso significar que subiremos mais depressa na lista de espera”.

Num outro caso, um recém-casado de 34 anos que mora em Seul contou ao jornal sul-coreano que estava casado há três anos, mas ainda não tinha registado o casamento porque estava a tentar evitar os altos impostos que o casal teria de pagar se o fizesse. Ambos compraram casas antes de se casarem e teriam de pagar impostos exorbitantes como proprietários de várias casas se registassem a sua união.

“Os impostos aumentaram para pessoas que possuem mais de uma casa e os casais recém-casados ​​ficam isentos do imposto de transferência por apenas cinco anos se venderem uma das suas casas”, disse o homem. “Pretendo vender um assim que vir o quanto os preços sobem.”

Jeong-Woo Koo, professor do Departamento de Sociologia da Universidade Sungkyunkwan, explicou ao mesmo jornal que o governo sul-coreano precisa de examinar “por que este fenómeno está a acontecer e encontrar soluções”. “O facto de os casais adiarem o registo do seu casamento mostra o quão mau é a falta de habitação, sem mencionar o aumento vertiginoso dos preços dos apartamentos”, disse Koo.

https://zap.aeiou.pt/jovens-sul-coreanos-casados-estao-fingir-solteiros-eis-razao-387750

 

Pandemia agrava escassez de microchips - Indústria automóvel é das mais afetadas !

A pandemia de covid-19 agravou a escassez de microchips semicondutores – fundamentais para a maioria dos equipamentos eletrónicos, como computadores e telemóveis -, com impacto significativo na indústria automóvel.


Segunda uma reportagem do Expresso, divulgada esta segunda-feira, os Estados Unidos (EUA) estão a ficar sem reservas destes microchips, feitos a partir de silício, com o Presidente Joe Biden a declarar que o país precisa “de cadeias de fornecimento resilientes, diversas e seguras para assegurar a nossa prosperidade económica e a segurança social”.

Em 1990, os EUA eram responsáveis por 37% do fabrico mundial de semicondutores, estando agora nos 12%. A escassez destes materiais levou a Ford, a General Motors e a Fiat Chrysler a encerrarem temporariamente a produção este ano.

De acordo com o Expresso, no início do século 21 havia 0,08 dispositivos eletrónicos por habitante no mundo; em 2020, eram 6,6 aparelhos por pessoa. Cerca de 80% da produção mundial de chips está na Ásia, havendo somente duas empresas a oferecer a tecnologia mais moderna possível – a Samsung, na Coreia do Sul, e a TSMC, em Taiwan.

Para Rodrigo Martins, investigador na área da engenharia de materiais na Universidade Nova de Lisboa e presidente da Academia Europeia da Ciência, a estagnação do sector deve-se à concentração em poucas empresas, passando a solução por menos competição nacional e uma aposta em acordos estratégicos a larga escala entre países asiáticos e EUA.

Na Alemanha, a Bosch anunciou a abertura de uma “fábrica de chips do futuro” antes do final de 2021, que será pioneira na fabricação totalmente automatizada de materiais semicondutores (waffers) de silício.

Rodrigo Martins adiantou igualmente que o silício vai continuar a dominar pelo menos durante os “próximos dez anos”, mas que terá que ser substituído por materiais eletrónicos assentes na nanotecnologia, que sejam “flexíveis, não poluentes e mais rápidos”, com base em grafeno, nanotubos de carbono ou transístores de papel.

https://zap.aeiou.pt/pandemia-escassez-microchips-industria-automovel-387722

 

Vaticano proíbe padres de abençoar uniões de casais do mesmo sexo !

O Vaticano revelou esta segunda-feira que os padres da Igreja Católica não podem “abençoar” uniões de casais do mesmo sexo, em resposta a alguns países onde essas práticas têm acontecido, como os Estados Unidos (EUA) e a Alemanha.
 

Segundo noticiou o Público, nesses dos países, por exemplo, os padres começaram a “abençoar” as uniões entre casais do mesmo sexo como uma alternativa ao casamento.

Em resposta às questões de um conjunto de dioceses sobre a legitimidade dessas ações, a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) respondeu que essas não são permitidas. A decisão, apontou a entidade, foi aprovada pelo Papa Francisco, que, em 2020, defendeu a regulação do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

A CDF referiu que, pelo facto de o casamento entre homem e mulher ser um sacramento e as bênçãos estarem relacionadas com o sacramento do casamento, não podiam ser alargadas a casais do mesmo sexo, mas que esta decisão não tem como objetivo “ser uma forma injusta de discriminação, mas uma lembrança da verdade no ritual litúrgico”.

“Por esta razão, não é lícito transmitir uma bênção nos relacionamentos, ou uniões de facto, mesmo que estáveis, que envolva atividade sexual fora do casamento (por exemplo, fora da união indissolúvel e aberta à transmissão de vida entre homem e mulher), como é o caso da união de pessoas do mesmo sexo”, indicou o comunicado.

https://zap.aeiou.pt/vaticano-padres-abencoar-unioes-mesmo-sexo-387672

 

Administração Biden está a tentar contactar a Coreia do Norte há um mês mas foi ignorada !

A administração Biden começou a tentar contactar a Coreia do Norte nos bastidores e em meados de fevereiro, mas ainda não recebeu resposta. 


A revelação foi feita por um alto funcionário do Governo, em declarações à CNN.

“Para reduzir os riscos de escalada, entramos em contacto com o governo norte-coreano através de vários canais a partir de meados de fevereiro, inclusive em Nova Iorque”, disse o funcionário. “Até ao momento, não recebemos nenhuma resposta de Pyongyang. Isso ocorre há mais de um ano sem diálogo ativo com a Coreia do Norte, apesar das várias tentativas dos Estados Unidos.”

O funcionário observou que o Governo tem conduzido a sua revisão interagências da política dos Estados Unidos em relação à Coreia do Norte, “incluindo a avaliação de todas as opções disponíveis para enfrentar a crescente ameaça representada pela Coreia do Norte aos seus vizinhos e à comunidade internacional em geral”.

Durante o processo de revisão, a administração Biden consultou ex-funcionários do governo com experiência na política da Coreia do Norte, incluindo alguns funcionários do governo Trump.

Os Estados Unidos também têm mantido contacto com aliados do Japão e da Coreia do Sul.

“Esperamos concluir a nossa análise intensiva de políticas com várias partes interessadas nas próximas semanas”, disse o funcionário.

Imagens de satélite revelaram que a Coreia do Norte tomou recentemente medidas para ocultar uma instalação que as agências de inteligência dos Estados Unidos acreditam estar a ser usada para armazenar armas nucleares.

EUA chegam à Ásia para reforçar laços contra a China

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o secretário da Defesa, Lloyd Austin, chegam a Tóquio esta segunda-feira, a primeira etapa da primeira viagem para reforçar os laços dos Estados Unidos com parceiros asiáticos face à China.

Os dois funcionários, que viajam separadamente, reunir-se-ão pela primeira vez na terça-feira com os seus homólogos japoneses e com o primeiro-ministro, Yoshihide Suga, que deverá encontrar-se com o Presidente norte-americano, Joe Biden, no próximo mês em Washington.

Blinken e Austin estão programados para viajar para a Coreia do Sul na quarta-feira. O primeiro está agendado para se encontrar com os líderes diplomáticos chineses no Alasca, na quinta-feira, pela primeira vez desde a eleição de Biden, enquanto o chefe do Pentágono viajará para a Índia no final desta semana.

A administração Biden tem sido deliberadamente lenta a lançar as suas primeiras viagens diplomáticas, geralmente conduzidas a um ritmo frenético após a chegada de um novo inquilino à Casa Branca.

Mas o novo Executivo norte-americano já deixou claro que quer reformular as relações com o resto do mundo e, especialmente, com os seus aliados tradicionais.

O objetivo é “revitalizar os nossos laços com os nossos amigos e parceiros”, disseram Blinken e Austin, numa carta publicada na segunda-feira no The Washington Post. “A nossa força combinada torna-nos mais fortes quando se trata de combater a agressão e as ameaças da China”.

“Juntos responsabilizaremos a China quando violar os direitos humanos em Xinjiang e no Tibete, corroer sistematicamente a autonomia de Hong Kong, minar a democracia em Taiwan, ou reivindicar território marítimo no Mar do Sul da China em violação dos tratados internacionais”, acrescentaram. “Se não agirmos com determinação e não tomarmos a liderança, Pequim irá”.

https://zap.aeiou.pt/administracao-biden-coreia-norte-387511

“O Fim do Mundo está próximo” - Tempestade de areia envolve Pequim em espesso manto de poluição !!!

Tempestade de areia em Pequim

Pequim acordou esta segunda-feira envolta numa espessa nuvem de poluição, que reduziu a visibilidade até 300 metros em algumas partes da capital chinesa, devido às maiores tempestades de areia dos últimos dez anos no Norte do país.

As autoridades emitiram o alerta amarelo, o terceiro mais alto, numa escala de quatro níveis, que implica a suspensão de todas as atividades ao ar livre e o uso de máscaras de proteção respiratória.

A concentração de partículas PM2,5 – as mais finas e suscetíveis de se infiltrarem nos pulmões -, ascendeu a 500 microgramas por metro cúbico, bem acima do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 25 microgramas.

A concentração de partículas PM10 – as segundas mais finas e também suscetíveis de se infiltrarem no sistema respiratório -, chegaram a 10 mil microgramas por metro cúbico em algumas zonas da cidade. Para estas partículas, o limite de concentração recomendado pela OMS é de 50 microgramas.

“O fim do mundo está próximo”, ironizaram vários internautas no Wechat, a rede social mais utilizada na China. Um meme com um cenário apocalíptico, retirado do clássico filme de ficção cientifica “Perigo Iminente”, e a icónica torre da televisão estatal chinesa CCTV ao fundo, tornou-se também viral na Internet chinesa.

Cerca de um quinto dos voos de e para o Aeroporto Internacional de Pequim – Capital e o Aeroporto Internacional de Daxing, no sul de Pequim, foram cancelados.

Segundo o Observatório Meteorológico Central da China, trata-se da maior tempestade de areia no espaço de uma década. A tempestade é resultado dos efeitos combinados do ar frio e dos ciclones na região chinesa da Mongólia Interior e na Mongólia. A desertificação no norte e nordeste da China agravou os seus efeitos.

“A tempestade de areia de hoje deve-se sobretudo a fatores naturais, mas também mostra que o nosso ambiente ecológico ainda é muito frágil”, disse Zhao Yingmin, vice-ministro da Ecologia e Meio Ambiente da China, citado pela imprensa estatal.

A China tem tentando reflorestar e restaurar a ecologia da região para limitar a quantidade de areia que atinge a capital. A capital chinesa plantou uma “grande muralha verde” de árvores para capturar a poeira e tentou criar corredores de ar que canalizam o vento e permitem que a areia e outros poluentes passem mais rapidamente.

As tempestades de areia devem deslocar-se para o sul em direção ao delta do rio Yangtse e desaparecer na quarta ou quinta-feira, previu o ministério do Ambiente da China.

Pequim enfrenta tempestades de areia regulares em março e abril devido à proximidade com o deserto de Gobi.

A Agência Nacional de Gestão de Emergências da Mongólia revelou que as fortes tempestades de areia no país resultaram em seis mortes e 81 pessoas desaparecidas.

As tempestades de areia afetaram um total de 12 áreas no norte e noroeste da China, incluindo a região de Xinjiang e as províncias de Shanxi, Gansu e Ningxia.

https://zap.aeiou.pt/tempestade-areia-pequim-387584

 

Artistas femininas são as grandes vencedoras dos Grammy 2021 !

As artistas femininas, incluindo Beyonce e Taylor Swift, tiveram uma noite de recordes nos prémios Grammy 2021, um espetáculo repleto de música ao vivo, mas com muito distanciamento social devido à pandemia da covid-19.


Este domingo, quatro mulheres ganharam os quatro prémios mais importantes dos Grammy: Taylor Swift, Billie Eilish, H.E.R e Meghan Thee Stallion.

Swift tornou-se na primeira intérprete feminina a ganhar o Álbum do Ano por três vezes. Nesta edição, venceu a categoria com o álbum “Folclore”.

Billie Eilish ganhou o galardão Gravação do Ano com “Everything I Wanted”, repetindo a vitória de 2020 na mesma categoria.

“I Can’t Breathe” (“Não consigo respirar”) de H.E.R. levou para casa o prémio de Canção de Ano, um tema inspirado pelos protestos no verão passado, nos Estados Unidos, na sequência da morte do afro-americano George Floyd.

O título remete para a frase que Floyd, sufocado por um polícia durante oito minutos, pronunciou antes de morrer e que se transformou em palavra de ordem contra o racismo e a brutalidade policial.

“Somos a mudança que queremos ver e essa luta que tivemos no verão de 2020 deve continuar”, disse a artista ao receber o prémio.

Meghan Thee Stallion recebeu o Grammy de Revelação do Ano, sendo a primeira artista de rap a triunfar nesta categoria desde Lauryn Hill em 1999.

Beyonce, com a 28.ª vitória, tornou-se a mulher mais premiada na história dos Grammy. Desta vez, a cantora norte-americana conquistou o prémio de Melhor Vídeo Musical com “Brown Skin Girl”.

Harry Styles, que abriu a noite com o êxito “Watermelon Sugar”, ganhou o Grammy para Melhor Performance Solo Pop.

Britanny Howard, anteriormente conhecida com a banda Alabama Shakes, ganhou o Grammy de Melhor Música Rock, enquanto Fiona Apple levou para casa dois prémios pelo álbum “Fetch The Bolt Cutters”.

Numa categoria de rock onde artistas femininas voltaram a estar em voga, The Strokes conseguiu ganhar o Melhor Álbum de Rock com “The New Abnormal”.

O veterano do rap Nas conquistou, e depois de 14 nomeações, o primeiro Grammy para Melhor Álbum de Rap.

A estrela nigeriana Burna Boy ganhou na categoria Música do Mundo, enquanto Kanye West conquistou o 22.º Grammy, não na categoria rap que o tornou famoso, mas com o álbum evangélico “Jesus Is King”, votado Melhor Álbum de Música Cristã Contemporânea.

Entre os nomeados havia três portugueses na corrida: a cantora Maria Mendes na categoria de Melhores Arranjos, Instrumentais e Vocais, e o produtor André Allen Anjos na categoria Melhor Gravação Remisturada, enquanto o DJ e produtor Holly produziu oito temas de um álbum na categoria de Melhor Álbum de Dança/Eletrónica.

https://zap.aeiou.pt/artistas-femininas-grammy-2021-387599

 

Partido de Merkel sofre pesada derrota em duas eleições regionais !

Os conservadores alemães (centro-direita) sofreram, este domingo, uma pesada derrota em duas eleições estaduais cruciais no oeste do país, seis meses antes das eleições legislativas.


Afetada pelos efeitos de um escândalo financeiro, a União Democrática Cristã (CDU) obteve apenas 23% dos votos em Baden-Wurttemberg (contra 27% há cinco anos), enquanto na Renânia-Palatinado conseguiu entre 25,5% a 26%, contra 31,8% em 2016, segundo avançam as televisões ARD e ZDF, citadas pela agência noticiosa AP.

Segundo as sondagens, os Verdes venceram em Baden-Württemberg, com 31,5% dos votos, e os sociais-democratas (SPD) fizeram-no na Renânia Palatinado, com 33,5%.

As votações deste domingo para as novas legislaturas estaduais nos Estados de Baden-Wuerttemberg e Renânia-Palatinado, no sudoeste do país, deram início a uma maratona eleitoral que culmina nas eleições legislativas marcadas para 26 de setembro. A votação nacional determinará quem irá suceder a Angela Merkel.

Os maus resultados dos conservadores, do partido da chanceler alemã, podem estar relacionados com o descontentamento causado pelo início lento da campanha de vacinação contra a covid-19 na Alemanha, com as restrições impostas devido à propagação do vírus e com a nova subida de casos positivos, a par de um recente escândalo financeiro devido a alegações de que dois políticos no poder lucraram em negócios para adquirir máscaras no início da pandemia.

 

Wolfgang Schaeuble, o presidente do Parlamento alemão e um peso-pesado da CDU, procurou minimizar o resultado, argumentando que as personalidades dos governadores foram “o fator decisivo” nas eleições.

“Esta não é uma boa noite para a CDU, mas era previsível“, justificou Schaeuble.

Em Baden-Wuerttemberg, o único governador dos Verdes da Alemanha, Winfried Kretschmann, tornou-se popular entre os eleitores do centro em 10 anos, ao governar uma região que abriga as empresas automóveis Daimler e Porsche.

A região foi dominada por muito tempo pela CDU até que Kretschmann ganhou energia logo após o desastre do reator de Fukushima no Japão em 2011, que acelerou o fim da energia nuclear na Alemanha.

Kretschmann, de 72 anos, uma figura paternal com uma imagem conservadora, aparece em cartazes eleitorais dos verdes com o slogan “Tu sabes quem eu sou”. Este foi um slogan que Merkel usou uma vez num debate pré-eleitoral para enfatizar a sua própria ideologia e a confiança do eleitorado.

O sucesso dos Verdes indica ser um sinal de esperança para a campanha eleitoral das legislativas, na qual o tradicional partido ambientalista de esquerda deverá fazer sua primeira candidatura à chancelaria.

Merkel não está à procura de um quinto mandato, após quase 16 anos no poder. Os sociais-democratas de centro-esquerda lideraram a Renânia-Palatinado durante 30 anos – atualmente sob o governo da governadora Malu Dreyer – cuja popularidade pessoal manteve o apoio de seu partido acima de sua sombria votação nacional.

Trata-se de um momento difícil para o novo líder da CDU, Armin Laschet, que enfrenta o seu primeiro grande teste desde que foi eleito em janeiro, enquanto a centro-direita pondera quem deve concorrer para substituir Merkel como chanceler da Alemanha.

https://zap.aeiou.pt/partido-merkel-pesada-derrota-387544

 

Homicídio de Sarah Everard abala Reino Unido. Vigília acaba em confrontos e detenções !

Mais de mil pessoas juntaram-se no sábado para homenagear Sarah Everard, que foi assassinada. A Polícia Metropolitana de Londres está a ser fortemente criticada pela sua intervenção na vigília.


Sarah Everard, de 33 anos, tinha ido visitar alguns amigos a Clapham, no sul de Londres, e resolveu voltar para casa em Brixton, a cerca de 50 minutos a pé. Mas não voltou a ser vista com vida.

A londrina desapareceu por volta das 21h30 do dia 3 de março e, depois de várias buscas policiais, o corpo acabou por ser encontrado num bosque a meio do seu caminho. Na terça-feira, foi detido um agente policial membro da unidade responsável pela segurança de representações diplomáticas e políticos.

Inicialmente suspeito de rapto, Wayne Couzens, de 48 anos, foi também acusado de homicídio.

O caso tem abalado fortemente o Reino Unido. No sábado à noite, realizou-se uma vigília em memória de Sarah Everard, em Clapham Common. Segundo o Público, a Polícia Metropolitana de Londres está a ser criticada pela sua intervenção na manifestação que juntou mais de mil pessoas, sobretudo mulheres, no sudoeste da capital britânica.

A vigília acabou em confrontos e pelo menos quatro pessoas foram detidas por violação das restrições impostas pelo Governo britânico no âmbito do combate à covid-19.

De acordo com o diário, os manifestantes denunciaram a intervenção lenta das autoridades no caso e a falta de segurança que muitas mulheres sentem quando caminham sozinhas pelas ruas da cidade ao final do dia.

Os ânimos acabaram por se exaltar, com a vigília a terminar em confrontos e detenções. Uma imagem de uma mulher algemada no chão foi divulgada nas redes sociais por vários dirigentes políticos e civis, acompanhada por denúncias sobre a utilização de força excessiva por parte das autoridades.

“É óbvio que não nos queríamos ter posto numa posição em que seria necessária a nossa intervenção. Mas fomos colocados nessa posição por causa da necessidade predominante de proteger a segurança das pessoas”, disse Helen Ball, comissária-adjunta da Polícia Metropolitana de Londres, em comunicado.

Priti Patel, ministra do Interior britânica, pediu uma investigação independente à forma como a Polícia Metropolitana de Londres lidou com a vigília do último sábado. Sadiq Khan, presidente da Câmara de Londres, exigiu ainda uma “explicação urgente” da chefe daquela força policial, Cressida Dick.

A BBC avança que a chefe da Polícia, Cressida Dick, já anunciou que não tenciona renunciar ao cargo. Tanto Priti Patel como o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, mantêm a confiança na comissária.

“Com razão, segundo o que posso ver, a minha equipa sentiu que a vigília se tinha transformado numa reunião ilegal de risco considerável para a saúde das pessoas”, disse Cressida Dick. “Não me parece que alguém que não esteve na operação possa realmente comentar o que é certo ou errado.”

https://zap.aeiou.pt/sarah-everard-vigilia-detencoes-387510

“Quero viver em qualquer país menos na Síria” - Dez anos de guerra fizeram mais de 388 mil mortos !

A guerra na Síria, que entra no seu 11.º ano esta segunda-feira, causou pelo menos 388.652 mortos, indicou no domingo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) num novo balanço do conflito.


Segundo a organização não-governamental sediada no Reino Unido, perto de 117.388 civis, incluindo mais de 22 mil crianças, morreram desde o início do conflito em 2011. A ONG precisa ainda que os ataques do regime sírio e aliados são responsáveis pela maioria das mortes de civis.

O anterior balanço do OSDH, divulgado em dezembro de 2020, dava conta de mais de 387 mil mortos desde o início da guerra.

Os combates diminuíram em 2020 devido a um cessar-fogo no noroeste da Síria e à pandemia do novo coronavírus e, segundo o diretor da ONG, Rami Abdel Rahmane, registou-se o menor aumento anual no número de mortes desde o início do conflito.

Desencadeada em março de 2011 com a repressão por Damasco de manifestações pró-democracia, a guerra na Síria envolve atualmente uma multitude de beligerantes e potências estrangeiras.

O observatório inclui naquele total pelo menos 16 mil mortes nas prisões governamentais e centros de detenção que estão documentadas, embora estime que o total de mortos sob custódia tenha ascendido a cerca de 88 mil.

De acordo com o balanço, as tropas sírias registaram 68.308 baixas e os grupos e milícias leais a Damasco perderam 52.568 dos seus elementos, enquanto os rebeldes e islamitas que se lhes opõem contam 54.779 mortos.

Ao nível dos jihadistas, o OSDH precisa que o grupo extremista Estado Islâmico, que entre 2014 e 2019 geriu um “califado” na Síria e no Iraque, perdeu 40.515 dos seus combatentes e que o Hayat Tahrir al-Sham, ex-ramo sírio da Al-Qaida, registou 27.744 baixas.

Damasco controla atualmente mais de 60% do território sírio após uma série de vitórias desde 2015 graças ao apoio do aliado russo.

Entre as zonas que continuam a escapar ao controlo do regime de Bashar al-Assad encontram-se o último grande bastião rebelde na província de Idlib, no noroeste da Síria e sobretudo nas mãos do Hayat Tahrir al-Sham, setores controlados pela Turquia ao longo da fronteira norte e partes do nordeste a cargo de forças curdas.

Em relação a estas, o OSDH indica que perderam 12.878 pessoas desde o início da guerra.

O observatório lembra ainda que o conflito obrigou mais de metade da população que existia na Síria antes da guerra a fugir — 6,2 milhões de pessoas estão deslocadas no país e 5,6 milhões refugiadas no estrangeiro -, bem como que cerca de 200 mil desaparecidas.

“Quero viver em qualquer país menos na Síria”

Segundo a UNICEF, citada pelo jornal Público, quase 90% das crianças na Síria precisam de assistência humanitária, mais 20% do que há um ano. Dentro da Síria, 2,45 milhões não vão à escola, enquanto nos países vizinhos são 750 mil crianças as que não conseguem estudar.

Na Síria, “o número de relatos de crianças vítimas de sofrimento psicológico duplicou em 2020”.

A organização não-governamental Save the Children falou com 1.900 crianças sírias na Síria, Turquia, Líbano, Jordânia e nos Países Baixos para o relatório “Em qualquer lugar menos na Síria – Como dez anos de conflito deixaram as crianças sírias sem se sentir em casa”.

Nas entrevistas, as crianças, falam “das suas lutas diárias para se sentirem seguras e em casa onde estão”, “de tentar reclamar as suas infâncias e os seus futuros enquanto encontram inúmeros obstáculos, incluindo discriminação generalizada, perda de influência nas suas próprias vidas e medo de um regresso forçado”, resumiu Inger Ashing, presidente executiva da ONG.

Uma delas é Lara (nome fictício), de sete anos, cuja família fugiu de casa, em Maarat al-Numan, Idlib, há três anos. “Quero viver em qualquer país menos na Síria, onde for seguro e haja escolas e brinquedos”, disse. “Aqui, o som dos cães assusta-me e a tenda não é segura”.

Quando lhe disseram que iam fugir, Lara pôs os brinquedos numa mala que decidiu não voltar abrir. Para já, não quer voltar a casa, mas acredita que isso mudará. “Não vou desistir e vou sonhar em ir para casa para poder abrir o meu saco de brinquedos e brincar com Jasmim, o meu urso de peluche”.

Entre as crianças refugiadas, 86% não quer regressar à Síria. Entre as que vivem na Síria, uma em cada três quer estar noutro lugar.

https://zap.aeiou.pt/qualquer-pais-menos-siria-guerra-387585

 

segunda-feira, 15 de março de 2021

Alunos polacos estão a receber pontos extra por fazer trabalhos anti-aborto !

Numa altura em que as polacas lutam contra a proibição quase total do aborto no país, vários alunos estão a ser recompensados por fazerem trabalhos artísticos pró-vida.

De acordo com a Vice Media, a competição nacional, chamada “Ajuda a Salvar a Vida dos Indefesos” em Português, tem sido conduzida por uma organização pró-vida nas últimas duas décadas, mas este ano, pela primeira vez, os alunos estão a receber pontos extra nos boletins escolares pela sua participação.

O concurso convida os jovens, com idades entre os 10 e os 18 anos, a explorar a sua criatividade literária, artística e musical na produção de trabalhos que abordem “questões bioéticas”, incluindo “a contraceção, o aborto, a fertilização in vitro e a eutanásia”.

No site da Associação Polaca dos Defensores da Vida Humana, que organiza a competição, é possível ver alguns dos vários trabalhos recebidos, como desenhos com as frases “por favor, não me deixes morrer” e “aborto é assassinato”.

Nem todas as regiões da Polónia aderiram ao concurso. Segundo esta empresa de media, a iniciativa está a ter mais força no sul do país. O Conselho Educativo da Pequena Polónia, região onde está localizada a cidade de Cracóvia, foi a primeira a reconhecer o concurso como uma atividade extra-curricular para os alunos conseguirem mais pontos. Depois, outras estruturas educativas de cidades como Lublin, Katowice e Białystok seguiram-lhe o exemplo.

Ativistas consideram que este é um sinal muito claro e preocupante de quão extremo se está a tornar o debate sobre o aborto na Polónia.

“As crianças devem aprender factos científicos, não uma ideologia religiosa assente na lavagem cerebral. É uma campanha ofensiva, dirigida pela Igreja polaca e apoiada pelo Governo”, disse Kacper Holda, vice-presidente da Esquerda Jovem, citado pela Vice.

Recorde-se que, em janeiro, entrou em vigor no país uma lei que torna praticamente impossível interromper voluntariamente a gravidez. Com a nova legislação, o aborto só é permitido em casos de violação, incesto ou quando a vida da mãe estiver em perigo, o que afasta este país extremamente católico da generalidade da Europa nesta matéria.

Malgorzata Nogalska, diretora de uma escola secundária, foi uma das polacas que participou nos protestos contra a nova lei, tendo também partilhado mensagens de apoio ao movimento nas redes sociais.

A polaca acabou por ser denunciada ao conselho educativo, controlado por apoiantes do partido no poder, por supostamente instigar a violência entre os seus alunos e está agora a ser investigada por uma comissão disciplinar de professores.

“Podem punir-me com uma repreensão, podem demitir-me e, em último caso, podem até impedir-me de ser novamente professora. Sim, é uma situação muito stressante e que está a ter impacto na minha saúde e na minha vida”, lamentou.

E, segundo a Vice, o caso de Nogalska não é exceção. Iwona Ochaka, diretora de uma escola primária e professora de Polaco, foi fotografada e filmada num dos protestos e também acabou por ser denunciada ao conselho educativo. Mas esta polaca está pronta para ir à luta.

“A repressão das autoridades só reforçou a minha convicção de que minhas ações pelos direitos das mulheres foram as corretas”, afirmou ao mesmo site, acrescentando que, nas escolas polacas, “há censura sobre tudo o que é físico ou relacionado com a sexualidade”.

E não são só os professores que são alvo desta repressão. Em algumas escolas, os alunos foram proibidos de usar o símbolo dos protestos nos seus perfis online e, como resultado, alguns foram mesmo afastados das aulas à distância.

Maciej Rauhut, de 14 anos, partilhou um post no Facebook sobre uma manifestação que iria acontecer na sua cidade. Horas depois, dois polícias apareceram à porta de sua casa e acusaram-no de organizar um protesto ilegal.

O jovem foi ameaçado com uma pena de quatro anos num centro de detenção de menores e outros quatro numa prisão, mas o caso foi amplamente divulgado pelos meios de comunicação social e as acusações acabaram por ser retiradas.

“Para a minha mãe, toda esta situação com a polícia foi muito complicada. Ela chegou mesmo a pensar que eu ia ser privado da minha liberdade. (…) O meu único pensamento foi que estamos a viver num regime totalitário.”

https://zap.aeiou.pt/alunos-polacos-trabalhos-anti-aborto-386993

 

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...