Os números relativos a 2020 mostram um decréscimo de vacinas
administradas sobretudo no Sudoeste Asiático e no Mediterrâneo Oriental.
Para a Organização Mundial de Saúde, a atual crise sanitária está a
expor crianças a “doenças terríveis” que podem ser facilmente
prevenidas, tais como o sarampo, a poliomielite ou a meningite.
Caso ainda existissem dúvidas de que a pandemia da covid-19 atingiu com especial força os países mais desfavorecidos, agravando, assim, as desigualdades
existentes, a Organização Mundial de Saúde e a UNICEF acabam de as
dissipar com um novo relatório relativo à vacinação infantil em 2020.
Segundo o documento, no ano em que a pandemia transformou o mundo como o conhecíamos, cerca de 23 milhões de crianças ficaram por vacinar. Trata-se de um aumento de 3,7 milhões face ao ano de 2019 e a maior quebra nos programas de vacinação mundiais desde 1970.
Os dois organismos estimam que das 23 milhões de crianças, 17 milhões viram-se impedidas de tomar qualquer vacina
durante 2020. Face ao ano anterior, mais de 3,5 milhões de crianças
falharam a primeira dose da vacina tripa que protege contra a difteria, o
tétano e a tosse convulsa (DTP-1), enquanto mais três milhões falharam a
primeira dose da vacina contra o sarampo.
De acordo com o relatório, as crianças mais atingidas vivem em zonas de conflito, em zonas periféricas com poucos serviços essenciais, ou em habitações informais ou bairros de lata.
O flagelo tem maiores dimensões na região do Sudoeste Asiático e do Mediterrâneo Oriental.
Em termos de países, a índia, o Paquistão e a Indonésia destacam-se
pela negativa, já que são as nações onde mais aumentou o número de
crianças que ainda não recebeu a primeira dose da vacina DTP-1. O
situação é especialmente grave na índia, onde esse número mais do que
duplicou, passando para mais de três milhões de crianças em 2020.
No continente africano, Moçambique é quem mais
que sobressai, já que em 2020 cerca de 186 mil crianças não foram
vacinadas com a primeira dose da DTP-1 – em 2019 foram 97 mil. Um lugar
abaixo na tabela (em quinto da classificação mundial) está Angola que
passou de 399 mil crianças sem vacinação contra a DTP-1 em 2019 para 482
em 2020.
Para Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, “numa altura em que os países reclamam vacinas contra acovid-19, temos recuado noutras imunizações,
deixado as crianças expostas ao risco de doenças terríveis mas que
podem ser prevenidas, como o sarampo, a poliomielite ou a meningite.”
“Os surtos de doenças múltiplas podem ser catastróficos
para as comunidades e sistemas de saúde que já lutam contra a covid-19,
tornando mais urgente que nunca investir na vacinação infantil e
assegurar que todas as crianças sejam alcançadas”, disse, citado pelo Público.
Num balanço provisório, é já possível afirmar que os países de rendimento médio vivem atualmente com uma tendência de crescimento
no que respeita a crianças não imunizadas. A índia, por exemplo,
debate-se com uma queda de 91% para 85% no que concerne à cobertura da
vacina contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa.
No continente americano, a cobertura também
decresceu de 91% para 82% - com números de 2016, apesar da principal
justificação para os números, neste contexto geográfico, ser a desinformação, a instabilidade politica e as insuficiências da financiamento, avançam a Organização Mundial de Saúde e a UNICEF.
Os conflitos causados pelo acesso à água existem um pouco por
todo o planeta e, com as alterações climáticas, a tendência vai
crescer.
É um recursos naturais mais importantes e alimenta a vida na Terra e,
devido às alterações climáticas, cada vez mais raro. Há muito que água é
um dos motivos para guerras e essa tendência parece ter tudo para
crescer, já que, de acordo com previsões da Organização das Nações
Unidas, 5 mil milhões de pessoas podem sofrer com a escassez de água em 2050, escreve o The Guardian.
A dependência do rio Nilo em África
Já se muito se falou da importância do rio Nilo para a civilização
egípcia, não só pela escassez de água na região, mas também pela terra
fértil que cresce nas margens do rio. A verdade é que essa dependência do rio continua até aos dias de hoje e pode dar origem a um conflito com consequências globais.
A Iniciativa da Bacia do Nilo nasceu em 1999 precisamente para incentivar a cooperação
entre dez países que são banhados pelo rio, sendo estes o Egipto, o
Sudão, a Etiópia, o Quénia, o Uganda, o Burundi, a Tanzânia, o Ruanda e a
República Democrática do Congo e também a Eritreia, que tem o estatuto
de país observador.
Apesar de inicialmente ter tido sucessos no incentivo à gestão colectiva do Nilo, desde 2007 que os interesses divergentes entre os países que ficam a jusante, como o Egipto e o Sudão, e a montante do rio, como é o caso da Etiópia.
Já há anos que a Etiópia tinha a intenção de construir uma enorme barragem
no Nilo Azul, um dos maiores afluentes do Nilo. Conhecida como Grande
Barragem do Renascimento Etíope, começou a ser construída em 2011 e tem
uma capacidade superior a 74 mil milhões de metros cúbicos. A barragem tem um custo estimado de mais de 3.8 mil milhões de euros e é a maior obra de sempre do país.
O impacto económico da barragem não pode ser subestimado, visto que cerca de dois terços da população etíope não tem electricidade, problema que a barragem ajudaria a resolver. A obra também daria a oportunidade ao país de exportar energia.
Mas este impulso positivo para a economia etíope seria uma catástrofe
para o Egipto. Visto que o Nilo é o único grande rio que corre de Sul
para Norte, o Egipto é bastante afectado por qualquer interrupção no
curso de água, assim como o Sudão, que fica localizado entre o Egipto e a
Etiópia. 85% da água do rio Nilo passa pelas terras no norte da Etiópia, onde a barragem está a ser construída.
O Egipto depende do Nilo para 90% da sua água. Dois acordos assinados
em 1929 e em 1959 deram ao Egipto e ao Sudão o controlo de
practicamente toda a água do rio e o poder de veto sobre obras de países
a montante do rio que afectassem o curso de água. Os outros países não
foram tidos em conta nestes dois acordos ainda da era colonial, por isso
a Etiópia entendeu não ter de os seguir e iniciou a construção sem consultar o Egipto.
De acordo com as previsões da Aljazeera,
se a Etiópia concordar em encher totalmente a barragem ao longo dos
próximos 10 anos, isso destruiria 18% dos terrenos para agricultura no
Egipto. Caso a barragem fique com a capacidade máxima ao fim de cinco
anos, metade dos terrenos agrícolas egípcios seriam destruídos.
A instabilidade política no
Egipto durante a Primavera Árabe acabou por adiar o conflito, já que o
país tinha outros problemas internos mais urgentes. Mas a questão voltou
a ser discutida depois da Etiópia ter revelado querer encher a barragem
nos próximos seis anos.
“Temos um plano para começar a encher na próxima estação chuvosa, e começaremos a gerar electricidade com duas turbinas em Dezembro de 2020″, afirmou Seleshi Bekele, Ministro da Água etíope, em Setembro do ano passado.
As conversações entre os três países ao longo de quatro anos não têm sido produtivas
e os Estados Unidos estão agora a tentar mediar o conflito. A Etiópia
revelou que os egípcios propuseram ligar a nova barragem à já existente
barragem de Aswan, no Egipto.
Mas Seleshi Bekele acusou o Egipto de não estar a negociar em boa fé e revelou à BBC que ligar as duas barragens será “difícil”. “Tinham recuado um pouco nesse assunto, mas hoje trouxeram a ideia de volta até certo ponto”, disse.
Com o aumento das tensões entre os dois países, será possível um conflito armado no futuro? A resposta é sim. Em 2013, gravações secretas a políticos egípcios revelaram as intenções de sabotar ou bombardear a barragem, pode ler-se no LA Times,
e o actual presidente, Abdel Fattah Al-Sisi, disse que vai fazer de
tudo para proteger os direitos do país sobre as águas do Nilo.
Em Outubro do ano passado, o
primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, respondeu que “nenhuma força”
vai impedir o país de construir a barragem. O envolvimento dos EUA na
mediação é também um sinal de que a tensão está aumentar.
Uma potencial guerra
poderia trazer efeitos devastadores na região, dada a dependência do rio
Nilo, e também a nível internacional, visto que ambos os países são
aliados dos Estados Unidos. Um conflito armado poderia também impactar
toda a economia global ao “ameaçar a rota comercial vital do canal do Suez ao longo do corno de África”, escreve o Washington Institute.
Um problema global
Mas o problema no Nilo está longe de ser o único. Em Junho, nos EUA,
surgiram conflitos depois das autoridades federais cortarem o
fornecimento de água do rio Klamath a agricultores, devido à morte em massa de salmões causada pela seca, lê-se na Bloomberg.
Outros grupos interessados que precisam do Klamath, como tribos
indígenas, gestores de serviços públicos no sul do Oregon e no norte da
Califórnia, campos de golfe, barragens, etc, estão também a reclamar
direitos ao rio. Esta disputa é um sinal dos conflitos que se avizinham
na costa Oeste americana.
A Índia e o Paquistão vivem também uma situação tensa. Depois de um
ataque paquistanês devido à disputa sobre o território da Caxemira em
2019, a Índia retaliou ao ameaçar desviar as correntes dos rios Indo, Chenab e Jhelum.
Este possível desvio seria uma violação de um tratado de 1960,
mediado pelo Banco Mundial, que dividiu os recursos hídricos pelos dois
países, ficando o Paquistão com o controlo maioritário de três rios
ocidentais, enquanto que a Índia gere três rios de leste. Os indianos
pretendiam cortar o fornecimento dá água que não usavam, cerca de 7%,
que corre livremente para o Paquistão.
“Quando entramos no tratado com o Paquistão, decidimos que a harmonia e a fraternidade prevaleceriam. Se o Paquistão matar o nosso povo
e promover o terrorismo, então como é que a harmonia será mantida?”,
perguntou Nitin Gadkari, Ministro de Recursos Hídricos da Índia numa
entrevista em 2019.
O então Ministro dos Recursos Hídricos paquistanês respondeu que rasgar o acordo poderia levar ao início de uma guerra.
“Está na hora de perceberem as consequências de uma guerra. O exército
do Paquistão não é uma força fictícia, é ousado, corajoso e bem
treinado, e é capaz de destruir as gerações do Modi,
mas nós não queremos isso, por isso aprendam que o vosso belicismo não
vos trará nenhum bem, querida Índia”, respondeu Vawda no Twitter.
A falta de água potável no subcontinente indiano pode mesmo ser a primeira causa de uma guerra nuclear na Terra. De acordo com um estudo da Universidade das Nações Unidas, “a bacia fluvial do Indo é uma bomba-relógio“.
Parte do problema é político, devido às dificuldades que a região já
tem com o abastecimento de água, e qualquer disrupção vai afectar a
população e criar instabilidade interna. A outra grande causa é já
global, as alterações climáticas. O estudo concluiu que os rios no sul da Ásia vão ser mais afectados pela mudança do clima e a escassez de água vai ser ainda mais agravada.
De acordo com o jornal indiano Mint, a Índia está mesmo a planear reter as águas em excesso
que correm para o Paquistão. Esta decisão surge quando a Índia está a
tentar desviar as águas do Ujh, um dos principais afluentes do Ravi que
corre pelo Paquistão.
“Temos potencial de explorar os rios que correm do nosso território e
que vão para o Paquistão, mesmo com o Tratado do Indo. Primeiro, temos o
direito de parar a água precisa para regar 100 mil hectares de
território. Estamos à procura de potencial, exercê-lo e planeá-lo”,
afirmou Gajendra Singh Shekhamat, Ministro do Jal Shakti, um ministério
nascido em 2019 com a fusão dos antigos ministérios dos Recuros Hídricos
e da Água Potável e Saneamento.
Shekhamat reforça que as águas do Ravi, Beas e Sutlej são indianas.
“A água destes três rios e dos seus afluentes é nossa por direito. Se
nós construirmos projectos de rega nessas águas e usar-mos o seu
potencial, o Paquistão não pode reclamar, o que eles tentam fazer, mas isso é ilegal”, remata.
A região de Caxemira é reivindicada tanto pela Índia como pelo
Paquistão desde o fim da colonização britânica, em 1947. Um possível
conflito nuclear entre os dois países teria consequências catastróficas
para todo o planeta. De acordo com um estudo de 2016 citado pelo Hindustan Times, 21 milhões de pessoas morreriam numa semana e metade da camada do ozono na Terra seria destruída.
As alterações climáticas prometem tornar a água um recurso ainda mais
valioso e escasso, o que vai desafiar ainda maior aos governos a
aprender a gerir a sua distribuição de forma diplomática para se
evitarem conflitos com consequências globais.
O protótipo mais recente do carro elétrico solar Lightyear One superou os 700 quilómetros de autonomia com uma única carga.
A Lightyear, fabricante holandesa pioneira em veículos
elétricos solares, alcançou recentemente um grande marco em termos de
desempenho e autonomia: o seu carro elétrico solar, o Lightyear One, superou os 700 quilómetros de autonomia com uma única carga da bateria de 60 kWh.
Os testes em pista decorreram em Aldenhoven, na Alemanha. O automóvel
funcionou durante nove horas a uma velocidade de 85 km/h, sem parar
para recarregar, tendo percorrido exatamente 710 quilómetros.
Citado pelo New Atlas, Lex Hoefsloot, CEO da Lightyear, referiu que o consumo de energia durante a prova foi de 137 Wh/km devido às células fotovoltaicas nos painéis da carroçaria.
“Valida o desempenho da nossa tecnologia patenteada e mostra
verdadeiramente que somos capazes de cumprir a nossa promessa de
introduzir o veículo elétrico mais eficiente”, sublinhou o responsável.
Os testes avaliaram o rendimento dos painéis solares, o desempenho da
bateria, o consumo de energia do sistema de refrigeração e o
funcionamento dos motores de roda e do software.
A Lightyear está comprometida com a missão de tornar a mobilidade limpa disponível para todas as pessoas e em todos os lugares. Por isso, a fabricante está a preparar-se para a comercialização oficial do One.
Ainda este ano, a marca vai levar a cabo alguns testes para o
processo de homologação – como testes de colisão e um teste oficial do
ciclo de condução (WLTP) – sendo que os primeiros 946 veículos deverão entrar em produção na primeira metade de 2022, antes da entrada no mercado em massa a partir de 2024.
Um responsável da Agência Europeia do Medicamento (EMA) disse
hoje não ter ainda conhecimento específico dos episódios de reações
adversas à vacina da Janssen em Portugal, mas observou que desmaios e
síncopes “não são invulgares” enquanto efeitos secundários.
Durante uma videoconferência de imprensa da EMA, e ao ser questionado
sobre os casos de reações adversas entre vários utentes a quem foi
administrada a vacina da Janssen no Centro de Vacinação Covid-19 de
Mafra, o chefe de farmacovigilância da agência garantiu que estes casos
serão analisados cuidadosamente, mas assinalou que “podem muito bem
corresponder a um efeito secundário bem descrito”, de síncopes ou
desmaios, sobretudo entre os jovens.
“Obviamente, acompanhamos de perto todas as novas informações de
segurança relativamente a todas as vacinas. Não tenho conhecimento
específico deste conjunto de eventos em Portugal, mas é claro que iremos
analisar em pormenor”, começou por dizer Georgy Genov.
O responsável máximo de farmacovigilância da EMA ressalvou então que
“não é invulgar, entre os jovens”, observarem-se episódios de síncope ou
desmaio como efeitos secundários da vacinação.
“Por isso, pode muito bem corresponder a um efeito secundário bem
descrito, mas é certamente algo que iremos analisar”, assegurou.
O Infarmed anunciou na quarta-feira que está a investigar a qualidade
de vacinas da Janssen disponibilizadas no Centro de Vacinação Covid-19
de Mafra depois de utentes terem desmaiado após serem vacinados.
A autoridade nacional do medicamento explica que as medidas surgem
“no seguimento dos casos de reações adversas (síncope), notificados com a
vacina da Janssen, no centro de vacinação de Mafra”.
Segundo aquela autoridade de saúde, “não foram reportados, até à presente data, suspeitas de defeito de qualidade deste lote noutros centros de vacinação em que o mesmo está a ser utilizado”.
“O Infarmed decidiu dar início a um processo de investigação da
qualidade das unidades remanescentes da vacina naquele local de
vacinação, assim como suspender este lote até as devidas averiguações
estarem concluídas”, anunciou.
Já hoje, a Task Force da vacinação em Portugal anunciou que a
modalidade “casa aberta” para a vacinação foi suspensa devido à redução
da disponibilidade de vacinas, na sequência da interrupção de um lote
da marca Janssen.
“Tendo em conta a suspensão de um lote de vacinas da marca Janssen
(…) e a consequente redução na disponibilidade de vacinas, foi decidido suspender, de imediato, a modalidade “casa aberta”, refere uma nota da Task Force da vacinação enviada às redações.
A Task Force do plano de vacinação salienta que a modalidade “casa aberta” será retomada “logo que possível”.
A Rússia rejeitou esta quarta-feira regularizar as uniões
entre pessoas do mesmo sexo, em resposta a uma deliberação do Tribunal
Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) que recomenda a Moscovo a definição
de um enquadramento legal para estes relacionamentos.
“Não há necessidade de procurar qualquer forma alternativa de
registo” para as uniões entre pessoas do mesmo sexo, afirmou o porta-voz
da Presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov, salientando ainda que o
chefe de Estado russo, Vladimir Putin, não tinha
reagido à deliberação da instância europeia, que também exigiu que
Moscovo respeite os direitos das pessoas da comunidade LGBTI+ (Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Transgénero, Intersexo e outros).
Na terça-feira, a instância europeia com sede em Estrasburgo (França)
considerou que a Rússia violou o artigo 8.º da Convenção Europeia dos
Direitos Humanos relativo ao direito ao respeito pela vida privada e
familiar, ao ter negado a possibilidade de casamento a três casais
homossexuais russos.
Os casais em questão recorreram ao TEDH, que, na deliberação de
terça-feira, pediu às autoridades russas que procurassem alternativas
legais para garantir os direitos destas pessoas.
Em 2013, o país introduziu uma lei contra a “propaganda” homossexual, segundo a designação de Moscovo, junto de menores de idade.
A lei serviu de pretexto para proibir as marchas do orgulho gay e a exibição de bandeiras arco-íris, símbolo associado à comunidade LGBTI+.
Desde 2020, a Constituição russa também especifica que o casamento é
uma união entre um homem e uma mulher, proibindo dessa forma o casamento
entre pessoas do mesmo sexo.
Segundo argumentou o porta-voz do Kremlin, a definição de matrimónio
“está formulada de um modo absolutamente inequívoco na Constituição” e
essa formulação, acrescentou o representante, impede a Rússia de cumprir
o veredicto do TEDH.
Além disso, de acordo com a Constituição russa, o país não é obrigado
a acatar as deliberações de tribunais internacionais que contradizem as
normas nacionais, o que marca, frisou Dmitri Peskov, a prevalência do
texto constitucional sobre o Direito Internacional.
O porta-voz do Kremlin concluiu que, sobre a questão dos casamentos
entre pessoas do mesmo sexo, Vladimir Putin orienta-se com base “na
posição da maioria dos russos” que apoiaram as emendas constitucionais,
incluindo a definição de matrimónio, num referendo realizado a 1 de
julho de 2020.
Após a deliberação do TEDH, a Amnistia Internacional exigiu que a Rússia reconhecesse os direitos e a legalidade das uniões entre pessoas do mesmo sexo, condenando ainda o país por promover a homofobia.
Na Rússia, a violência contra homossexuais é frequente e é alimentada pelas alas conservadoras e religiosas.
Durante a campanha para o referendo constitucional de 2020, Putin
declarou que os casamentos entre pessoas do mesmo sexo nunca seriam
legalizados na Rússia enquanto ele assumisse a liderança do país, algo
que poderá acontecer até 2036, medida que também foi aprovada na
consulta pública do verão passado.
As chuvas intensas registadas nas últimas horas em vários
países da Europa ocidental e central provocaram cheias e a subida dos
caudais de rios, relataram hoje as agências internacionais, indicando
ainda que um homem está desaparecido na Alemanha.
A agência noticiosa alemã DPA relatou que, na noite de terça-feira
para quarta-feira, um homem desapareceu quando tentava proteger a sua
propriedade em Joehstadt, no estado alemão da Saxónia, da subida repentina das águas e que terá sido arrastado por uma forte corrente.
Os bombeiros locais retomaram hoje de manhã os trabalhos de busca.
Ainda em território alemão, no condado de Hof, perto da fronteira oriental com a República Checa, foi emitido um alerta de desastre devido à forte precipitação, que provocou a queda de árvores e deixou várias zonas sem eletricidade.
O serviço meteorológico alemão (DWD) informou que nesta região choveu
80 litros por metro quadrado durante um período de 12 horas.
Em Hagen, no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, os
bombeiros tiveram de resgatar vários automobilistas, cujos veículos
ficaram presos numa passagem subterrânea inundada.
Os “vizinhos” Países Baixos e Bélgica também foram atingidos por condições meteorológicas adversas e por inundações, segundo a agência Associated Press (AP).
Por exemplo, as autoridades da província holandesa de Limburg (sul)
estão a alertar para a subida dos caudais de vários riachos e para a
possível formação de uma forte corrente de água, pedindo à população
local para se afastar destas áreas.
Os proprietários de embarcações foram aconselhados a evitar o rio
Maas (que passa pelos territórios holandês e belga), devido às fortes
correntes e aos detritos que estão a ser arrastados pelas águas.
Também na Suíça, a subida do nível das águas do lago
dos Quatro Cantões, também conhecido como lago Lucerna, obrigou as
autoridades helvéticas a acionarem o nível mais alto do aviso de
inundações.
As fortes chuvas que têm sido registadas no país também colaram o
lago de Bienna, também na zona centro da Suíça, no limite da sua
capacidade, depois do caudal ter aumentado 60 centímetros na noite
passada, situação que levou à proibição, como medida preventiva, de
qualquer atividade de navegação.
Alguns rios no norte da Suíça também transbordaram devido à intensa precipitação, de acordo com a agência espanhola EFE.
As chuvas torrenciais obrigaram ainda ao corte de um
trecho da estrada localizada nas margens do lago Léman, o maior da
Suíça e que banha cidades como Genebra ou Lausanne.
Até ao momento, não existem relatos de vítimas no país na sequência das cheias.
Em diferentes áreas do país foram emitidos avisos de alerta, com os
cidadãos a serem aconselhados a limitarem as deslocações e a evitarem
zonas próximas de lagos e rios.
O satélite Quantum, o primeiro satélite comercial que poderá
ser reprogramado em órbita, será lançado em 27 de julho, anunciou na
terça-feira a Agência Espacial Europeia (ESA), uma das entidades
parceiras.
O lançamento será feito da base espacial europeia, em Kourou, na
Guiana Francesa, a bordo de um foguetão Ariane 5, noticiou a agência Lusa.
Uma vez colocado na órbita geoestacionária, a cerca de 35 mil quilómetros da Terra,
o satélite, operado pela empresa francesa Eutelsat, a terceira maior
operadora de satélites do mundo, tem capacidade para ser inteiramente
reconfigurado a partir do solo terrestre, dispondo de uma “esperança de
vida” de 15 anos.
Segundo a ESA, o satélite possui um ‘software’ de parametrização que
lhe permite adaptar-se às necessidades dos clientes em qualquer momento e
em qualquer lugar e está equipado com uma antena que o torna capaz, por
exemplo, de fornecer telecomunicações a uma determinada região do mundo
ou facultar facilmente informação a passageiros a bordo de aviões ou
navios em andamento.
A reconfiguração entre duas tarefas de clientes demorará apenas
“alguns minutos”, disse o diretor do programa Eutelsat Quantum, Frédéric
Piro, durante uma conferência de imprensa, na qual não foram revelados
quem serão os primeiros clientes do satélite.
O Quantum pesa 3,5 toneladas e foi desenvolvido numa parceria entre a
ESA e a Eutelsat, que começou em 2015. A ESA, da qual Portugal é um dos
22 Estados-Membros, suportou cerca de 80 milhões de euros do total de
investimento de mais de 200 milhões de euros.
Um diamante de 101 quilates tornou-se na joia mais cara já
comprada com criptomoedas, de acordo com a Sotheby’s, a casa de leilões
envolvida no processo.
O diamante foi vendido na passada sexta-feira por cerca de 10,4
milhões de euros, depois de ser anunciado que estavam a ser aceites
criptomoedas como forma de pagamento, escreve a CNN.
A casa de leilões Sotheby’s não revelou qual das criptomoedas foi usada para fazer a compra.
O diamante, apelidado de “The Key 10138”, foi vendido a um “colecionador privado anónimo”, de acordo com um comunicado enviado à imprensa.
O vice-presidente da Sotheby’s na Ásia, Wenhao Yu, afirmou que a venda atraiu “novos clientes muito além da classe tradicional de colecionadores”, acrescentando que as compras com criptomoedas atraíram uma “geração digitalmente experiente”.
Notavelmente rara por si só, a pedra é o segundo maior diamante em
forma de pêra já lançado no mercado, de acordo com a Sotheby’s.
É classificado como um diamante da “cor D” – o mais alto grau atribuído aos diamantes brancos – o que significa que parece incolor a olho nu.
Também é classificado como “sem falhas” interna e
externamente, o que significa que é completamente transparente e não tem
manchas visíveis. Está agora entre os únicos 10 diamantes da sua
qualidade, ou seja, com mais de 100 quilates, a ser leiloado.
De acordo com a CNN, recentemente, várias casas de leilões têm aceitado criptomoedas para o pagamento de peças de alto custo.
No início deste ano, a Sotheby’s abriu a venda de “Love is in the Air”, uma obra de Banksy, para pagamentos via criptomoeda.
A famosa obra de arte acabou por ser vendida por cerca de 10,9
milhões de euros, embora a casa de leilões não tenha revelado se o
comprador acabou por usar o método de pagamento digital.
Em junho, a Christie’s também anunciou que estava a aceitar criptomoedas para uma obra sem título de Keith Haring. A pintura, que retrata uma figura com um computador no lugar de uma cabeça, foi vendida por cerca de 5 milhões de euros.
Os números têm por base uma estratégia assente na transição
da infraestrutura energética norte-americana para fontes limpas,
diminuindo, assim, a emissão de gases com efeito de estufa. Os ganhos em
termos de vidas humanas podem ser visíveis num horizonte temporal de
apenas oito anos, com 9.200 mortes prematuras a serem evitadas até 2030.
Um estudo conduzido por um consórcio de investigadores de
instituições como a Universidade de Harvard, o Instituto de Tecnologia
da Georgia e a Universidade de Syracuse, revelou que as medidas
delineadas pela Administração Biden tendo em vista a implementação de energias mais limpas nos Estados Unidos poderia salvar cerca de 317 mil vidas nos próximos 30 anos.
Num plano mais próximo, 9.200 mortes prematuras podem ser evitadas
até 2030, avança o artigo, caso seja mesmo concretizada uma redução nas
emissões dos gases com efeito de estufa.
O número de vidas poupadas seria “imediato, generalizado e substancial”, pode ler-se no mesmo documento.
As estimativas apresentadas baseiam-se em indicadores como a redução
da emissão de gases com efeito de estufa, com impacto direto na qualidade do ar, da poluição existente e, consequentemente, na luta contra as alterações climáticas.
Esta é uma área onde o presidente democrata tem sido especialmente
pressionado a agir após quatro anos da presidência de Donald Trump em
que muitos passos atrás foram dados.
Segundo avança o The Guardian, das várias opções de política climática disponíveis para Joe Biden implementar, a melhor será a que tem por base uma “energia limpa” devido aos maiores benefícios económicos para o país, mas também pelos custos e vidas.
O novo relatório sugere ainda que um plano baseado no objetivo de
“energia limpa” também seria a ferramenta mais eficaz para atingir a
meta estabelecida pela Casa Branca de 80% da utilização de energia renovável até 2030 e a totalidade da eletricidade renovável até 2035.
Os ganhos resultantes da implementação da nova estratégia da
Administração Biden também seriam visíveis, por exemplo, nas despesas da
saúde, com uma poupança possível na ordem dos 1,12 mil biliões de dólares até 2050.
A população afro-americana seria a que mais beneficiaria com a
medida, devido à localização das suas habitações, muitas vezes próximas
de auto-estradas ou centrais elétricas.
No que concerne à desigualdade entre Estados, Ohio, Texas, Pensilvânia e Illinois prefilam-se como os principais ganhadores caso a estratégia seja mesmo aprovada.
Por outro lado, uma reconversão rápida das infraestruturas
energéticas americanas para uma vertente renovável custaria cerca de 342
mil milhões de dólares até 2050 em custos correspondentes ao
investimento e manutenção das infra-estruturas — embora este número
signifique uma redução num cenário de comparação entre energias ditas
limpas e combustíveis fósseis.
Segundo o relatório, os benefícios resultantes da transição podem estimar-se nos 637 mil milhões de dólares, um negócio claramente vantajoso.
“O custo é muito mais baixo do que esperávamos e as mortes evitadas
são muito mais elevadas. Existe realmente aqui uma enorme oportunidade
para abordar as alterações climáticas e a qualidade do ar”, disse Kathy Fallon Lambert, coautora do estudo e investigadora da Harvard TH Chan School of Public Health.
“Este seria um enorme salto no que respeita à ambição e poderíamos ver impactos na saúde. Haveria menos milhões de ataques de asma,
por exemplo. E isto nem sequer considera os impactos na saúde causados
pelo calor e outras consequências motivadas pelo clima.”
Uma nova estratégia energética da Casa Branca exigiria, por exemplo,
que os serviços públicos aumentassem a quantidade de energia limpa, tal
como a solar e a eólica, através de uma estratégia que poderia incluir incentivos e penalizações.
Apesar das boas intenções e do parecer positivo emitido pelos cientistas, a nova estratégia energética de Biden foi excluída do Plano de Infraestruturas, negociado em contexto bipartidário, por exigência dos republicanos.
No entanto, Joe Biden enfrenta pressões por parte de
ambientalistas e de grandes empresas, como a Apple ou a Google, para
que a legislação seja, mesmo assim, implementada.
O presidente americano já anunciou a sua intenção de incluir as
medidas num novo projeto-lei de reconciliação partidária, que poderá não
cumprir com essas exigências — como tal, para garantir a sua aprovação é
necessário o voto de todos os senadores democratas, uma possibilidade tida como remota.
Ainda assim, Gina McCarthy, a principal conselheira
de Biden para assuntos relacionados com as alterações climáticas, já fez
saber que a inclusão das medidas num novo Plano de Infraestruturas “não é negociável”.
O Tribunal Supremo decide que as turmas para alunos de um só
género, estabelecidas por algumas universidades israelitas para promover
a integração dos judeus ultra-ortodoxos na educação superior e no
mercado de trabalho, são legais.
A decisão do Tribunal Supremo, comunicada na segunda-feira, autoriza
os cursos separados para homens e mulheres estabelecidos há vários anos
pelo Conselho de Ensino Superior israelita, em estruturas universitárias
consagradas à população ultra-ortodoxa que defende a separação por género.
No entanto, esta decisão judicial limita a separação entre homens e
mulheres nas licenciaturas, mas restringe a sua aplicação aos cursos.
O tribunal também decidiu que fica proibido que professoras ensinem homens.
De acordo com Gilad Malach, diretor do programa
ultra-ortodoxo do Instituto Israelita para a Democracia (IDI), esta
decisão é “algo bom” porque fomenta a inclusão social dos profissionais
ultra-ortodoxos.
“Há vinte anos, havia 1.000 estudantes ultraortodoxos (nas universidades), atualmente são quase 14.000”, afirmou à AFP, considerando que “este crescimento irá continuar nos próximos anos”.
Os haredis (“temerosos de Deus” em hebraico) são
aproximadamente 12% dos nove milhões de israelitas e, frequentemente,
vivem isolados, respeitando a sua interpretação do judaísmo de forma
estrita.
Estima-se que os ultra-ortodoxos, que vivenciam um grande crescimento demográfico, venham a representar cerca de 20% da população do país em 2040 e 32% em 2065, de acordo com o Escritório de Estatísticas de Israel.
A inserção profissional dos haredis é, portanto, “essencial”
para o país, considera Malach, que destaca que atualmente esta é muito
baixa porque os homens optam por se dedicar aos estudos religiosos.
Oficiais de inteligência dos Estados Unidos (EUA) emitiram um
aviso informando que a China está a desenvolver tecnologia avançada
anti-satélite, que pode representar um risco para os meios espaciais
norte-americanos.
Segundo relatou a Bloomberg, citada pelo Interesting Engineering,
o alerta foi emitido na semana passada, durante um ‘webinar’ para um
grupo de inteligência e segurança, com o contra-almirante Michael
Studeman a revelar que a China está a criar armamento anti-satélite, com
diferentes capacidades.
“Eles [chineses] olham para a nossa capacidade espacial e querem igualá-la ou superá-la e ser capazes de dominar, garantindo a si próprios as manobras de que precisam para atingir os seus objetivos se estiverem numa luta”, indicou.
Este aviso é o último avançado por figuras militares de alto escalão
dos EUA sobre o potencial desenvolvimento chinês de equipamentos de
contra-ataque espaciais, que podem ser utilizados contra ativos
espaciais dos EUA, como satélites.
Em abril, o Diretor de Inteligência Nacional dos EUA afirmou que a
estação espacial chinesa de Tiangong era uma ameaça, referindo que o seu
objetivo principal era “obter benefícios militares, económicos e de
prestígio que Washington acumulou com a liderança espacial”. O relatório
acrescentava que Pequim está a treinar o uso da tecnologia
anti-satélite, incluindo mísseis terra-espaço, lasers e outros sistemas.
O relatório apontava ainda que a China está a desenvolver embarcações capazes de intercetar, capturar e, em última análise, destruir satélites norte-americanos.
Por seu lado, os EUA têm criado medidas para lidar com os avanços da
China, ao mesmo tempo que os especialistas pedem um reforço das
capacidades de defesa espacial. Investigadores do Centro de Estudos
Estratégicos e Internacionais divulgaram um relatório, em fevereiro, com
potenciais projetos para aumentar a defesa contra armas anti-satélite.
Foi também fundada a Força Espacial, um ramo especial das Forças Militares dos EUA, que está a trabalhar em armas terrestres para eliminar satélites inimigos.
O cinema francês “Eden-Théâtre”, onde foram projetados os
primeiros filmes dos irmãos Lumière, foi reconhecido pelo Guinness como o
cinema mais antigo do mundo em funcionamento.
Localizado em La Ciotat, perto de Marselha, no sul
da França, este cinema tem “a sala mais antiga do mundo em
funcionamento”, declarou no início de julho o guia de referência que
recolhe e certifica os recordes mundiais.
Foi inaugurado em 15 de junho de 1889 no pequeno porto mediterrâneo que na altura albergava 12.000 habitantes, sendo que hoje conta com mais de 35.000 moradores.
Inicialmente, o Eden acolhia apresentações teatrais, concertos e até lutas greco-romanas e de boxe, indica a sua página online.
Raoul Gallaud, proprietário na época, ficou amigo de Antoine Lumière, pai de Louis e Auguste Lumière, que havia adquirido uma casa na região.
Foi convidado a participar numa primeira “experiência
cinematográfica” na casa de Lumière, em 21 de setembro de 1895, e
sugeriu a Antoine que repetisse a experiência no Eden, relatou à AFP o diretor de comunicação do cinema.
Durante a projeção organizada alguns dias depois, porém, foram registados problemas técnicos.
Antoine Lumière repetiu a experiência em Paris, no
Grand Café, desaparecido no século XIX, em 28 de dezembro de 1895. Esta
data é hoje considerada pelos historiadores como o nascimento do cinema.
Não houve novas projeções até 21 de março de 1899, quando o Eden
exibiu uma série de filmes dos irmãos Lumière. Esta sessão é a que foi
considerada e mantida pelo Guinness.
Depois de se ter tornado um símbolo da luta pelo direito de
voto nos Estados Unidos, Hervis Rogers enfrenta uma pena de prisão que
pode chegar até aos 40 anos.
Deveria ter sido mais uma eleição como tantas outras, mas este não
foi o caso para Hervis Rogers. Aos 62 anos, este homem natural do Texas
pode enfrentar 40 anos de prisão por ter votado ilegalmente.
Após uma espera de sete horas à porta da Universidade do Texas para
poder votar nas primárias de Março de 2020 e de ter votado também nas
presidenciais de Novembro, Hervis Rogers foi preso e acusado na semana
passada de ter votado enquanto estava em liberdade condicional, que só terminava em Junho de 2020.
“Queria poder votar e expressar a minha opinião. Não ia deixar nada impedir-me, por isso esperei”, contou Rogers à ABC, depois de ser o último a votar na Super Terça-Feira.
No Texas, é ilegal para qualquer prisioneiro votar
até cumprir a pena completa, mesmo já em liberdade condicional. Hervis
Rogers, que estava em liberdade condicional depois de ter sido preso em
1995 por crimes de furto e intenção de cometer roubo, vai agora ser
acusado de dois crimes de votação ilegal, com uma moldura penal de 20 anos.
O Procurador-Geral do Texas, Ken Paxton, um dos
principais rostos dos processos relacionados com crimes eleitorais, está
neste momento a ser investigado por má conduta profissional depois de
ter desafiado a vitória de Joe Biden em tribunal por acreditar que houve
fraude eleitoral nas presidenciais.
“Hervis é um criminoso que está devidamente impedido de votar pela
lei do Texas. Eu abro processos contra a fraude eleitoral onde quer que
os encontre!”, escreveu Ken Paxton no Twitter.
Rogers foi entretanto libertado da prisão do condado de Montgomery depois de a ONG The Bail Project, que ajuda cidadãos de baixos rendimentos, lhe ter pagado a fiança de 100 mil dólares.
Tommy Buser-Clancy, um dos advogados de Rogers, acredita que a prisão do seu cliente mostra o “perigo de criminalizar em demasia o código das eleições e o processo de participação nas sociedades democráticas”.
“Em particular, aumenta o perigo que os estatutos criminais no código
eleitoral estejam a ser usados quando, na pior das hipóteses, se
cometeu um erro inocente. Ele enfrenta a possibilidade
de uma sentença extremamente severa. Crimes de segundo grau normalmente
são reservados para agressões agravadas e aplicá-los ao caso do Senhor
Rogers só mostra o quão injusto isto é”, reforça Buser-Clancy.
“A prisão do Senhor Rogers deve alarmar todos os Texanos.
Ele esperou na fila mais de seis horas para votar e cumprir aquele que
acredita ser o seu dever civil e enfrenta potencialmente décadas de
prisão”, escreveu Andre Segura, director legal da União Americana pelas
Liberdades Civis no Texas.
“As nossas leis não deviam intimidar as pessoas para
não votarem ao aumentar o risco de serem acusadas por aquilo que são,
no pior dos casos, erros inocentes”, escreveu Andre Segura, director
legal da União Americana pelas Liberdades Civis no Texas”, acrescentou.
A luta pelo voto nos EUA
As leis sobre o direito ao voto variam bastante entre os estados e
dependem dos crimes cometidos. No Distrito de Columbia, no Maine e no
Vermont, os prisioneiros podem votar enquanto ainda estão atrás das grades.
No caso do Alabama, do Tennessee e do Mississippi, pessoas condenadas por homicídio ou violação nunca mais podem votar
novamente. Muitos outros estados apenas deixam os prisioneiros votar
depois de saírem da prisão e outros, como no Texas, têm um sistema que
só garante o direito depois do fim da liberdade condicional.
Todas estas variações tornam difícil para os ex-prisioneiros saber se
podem ou não votar. Devido às elevadas molduras penais dos crimes de
voto ilegal, muitos acabam por decidir não arriscar por medo.
De acordo com o The Sentencing Project, cerca de 5.2 milhões de pessoas
nos Estados Unidos não podem votar por terem sido condenadas
anteriormente. Sarah K.S. Shannon, professora assistente de Sociologia
na Universidade da Geórgia, afirma que estes números acabam também por
impactar mais o poder de voto das minorias.
“Em termos de igualdade, obviamente, leis para destituir prisioneiros de direitos têm impactos raciais desproporcionais.
Ainda por cima, como estas leis podem variar tanto de estado para
estado, os efeitos também variam por localização e afectam o eleitorado
de alguns estados mais do que de outros”, pode ler-se no The New York Times.
Este é mais um capítulo na luta pela reforma criminal e eleitoral
nos Estados Unidos, que têm ficado mais acesa depois das acusações de
fraude eleitoral de Donald Trump. Apesar do ex-presidente ter perdido os
processos em tribunal em que alegou ter provas de fraude, muitos
republicanos leais a Trump têm introduzido leis mais restritivas ao voto em vários estados.
A Comissão Europeia apresenta esta quarta-feira um pacote
legislativo intitulado “Fit for 55” que visa assegurar que a União
Europeia cumpre a meta de redução de 55% das emissões até 2030,
relativamente aos níveis de 1990.
Após a aprovação, em abril, da Lei Europeia do Clima – que consagra
na legislação europeia o objetivo de atingir a neutralidade climática
até 2050 e um corte nas emissões de gases com efeito de estufa de pelo
menos 55% até 2030 –, o pacote que será apresentado na quarta-feira é
constituído por 13 propostas legislativas, e irá
abarcar áreas tão diversas como o setor dos automóveis, da energia, da
aviação ou da eficiência energética dos edifícios.
Dividido entre propostas legislativas novas e a revisão de
regulamentos antigos, o principal objetivo do pacote é o de garantir que
a União Europeia (UE) cumpre a meta estipulada para daqui a nove anos e
se mantém no caminho para atingir a neutralidade climática até 2050.
Entre as diferentes propostas, espera-se que o executivo comunitário
apresente um Mecanismo de Ajustamento das Emissões de Carbono nas
Fronteiras (CBAM, na sigla em inglês), que tem gerado preocupações tanto
nos Estados Unidos como na China – que temem uma medida protecionista
–, e que visa assegurar que as empresas europeias não são prejudicadas,
em termos competitivos, pelas novas normas ambientais que irão entrar em vigor no espaço comunitário.
Para tal, o CBAM deverá simultaneamente procurar impedir o fenómeno
de “fuga do carbono” –segundo o qual as empresas mudam a sua produção
para o estrangeiro de maneira a escapar às regras ambientais europeias,
continuando a emitir o mesmo nível de emissões – e estabelecer um “imposto sobre o carbono”
que procura fazer com que os produtos produzidos fora do espaço europeu
não beneficiem de preços mais baixos devido a padrões ambientais
reduzidos.
O pacote deverá também introduzir duas novas propostas relativas
tanto ao setor da aviação como do transporte marítimo, obrigando ambos a
utilizarem mais “combustíveis sustentáveis alternativos”.
No que se refere ao setor da aviação, o portal de notícias Euractiv
indica que as companhias aéreas passarão a ter de se abastecer com uma
mistura de combustíveis quando descolarem de aeroportos europeus, e que
deverá incluir, a partir, de 2025, uma percentagem de 2% de combustíveis
sustentáveis para a aviação (SAF, na sigla em inglês), que subirá para
63% em 2050.
Além disso, segundo o jornal britânico Financial Times, o
pacote deverá também estabelecer um imposto sobre os combustíveis
fósseis utilizados pela indústria de aviação – como o querosene, o
petróleo e o gasóleo – que irá progressivamente aumentando durante um
período de dez anos.
O “Fit for 55” deverá também incluir uma revisão do regulamento que
estipula as emissões de CO2 produzidas pelo setor automóvel, que se
tornarão mais robustas e poderão incluir uma redução de 100% no setor automóvel a partir de 2035, o que significaria, na prática, o fim da venda de automóveis de gasolina e gasóleo.
O pacote deverá ainda propor a revisão do atual Regime de Comércio de
Licenças de Emissão da UE (RCLE-UE) e da diretiva relativa à eficiência
energética.
Fazendo uma antevisão do pacote legislativo, a presidente da Comissão
Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que os “europeus escolheram
tornar a UE neutra em carbono até 2050”, o que implica “cortar as
emissões em pelos menos 55% até 2030”.
“A 14 de julho, iremos apresentar um plano para o alcançar: o nosso
plano para o crescimento económico, para empregos bons e sustentáveis, e
para um planeta saudável”, indicou hoje Von der Leyen na sua conta oficial da rede social Twitter.
Após a apresentação do pacote em questão, o conjunto das 13 propostas
legislativas passará para o Parlamento Europeu e para o Conselho da UE,
que representa o conjunto dos Estados-membros, que irão entrar em
negociações interinstitucionais para aprovar o conjunto de medidas, um
processo se prevê que irá demorar vários meses.
Uma equipa de arquitetos criou uma cidade flutuante em
Manhattan, que se carateriza por ser 100% auto-suficiente. A inovação
pode ser a chave para o problema de sobrelotação que muitas cidades do
mundo vivem.
Um dos grandes problemas do século XXI é o facto das pessoas que vivem nas grandes cidades estarem a esgotar alguns dos recursos
mais raros do Planeta. Com a pandemia de covid-19, os conceitos de
sustentabilidade e consciencialização ganharam uma nova forma – e já há
novas ideias a serem desenvolvidas.
Neste sentido, um escritório de arquitetura – o 3deluxe –
decidiu construir um projeto que correspondesse a esses valores em
Manhattan, uma cidade que vive com população a mais e que precisa
desesperadamente de mais espaço.
O projeto desenvolvido pela 3deluxe foi encomendado pela organização #WeThePlanet (WTP) com sede em Nova Iorque. A ideia é construir um campus sustentável que esteja alinhado com a natureza e seja agradável para as pessoas.
A 3deluxe concebeu assim uma verdadeira cidade móvel flutuante que é 100% auto-suficiente, gerando toda a energia e água de que necessita.
“Depois do choque da pandemia e da polarização social dos últimos
anos, há uma ânsia por mudanças positivas. É hora de a arquitetura e o
urbanismo adotarem uma abordagem mais ambiciosa para humanizar o nosso
ambiente”, referiu Dieter Brell, diretor de criação da 3deluxe, em comunicado.
A cidade será uma plataforma comunicativa que protege “toda a vida na
terra e no mar enquanto avança a fronteira do design”, de acordo com a
3deluxe.
A organização #WeThePlanet acredita que os edifícios devem retribuir tanto quanto recebem. Portanto, o campus flutuante deverá usar as tecnologias mais recentes
para purificação do ar, juntamente com parques eólicos de algas,
energia fotovoltaica, centrais marinhas e bio-reatores para garantir que
a estrutura gera o mínimo de emissões e, ao mesmo tempo, é 100%
auto-sustentável.
A plataforma também é protegida do aumento do nível do mar.
No futuro, se os habitantes de Manhattan decidirem que precisam ainda
de mais espaço, a estrutura pode ser ampliada, adianta o Interesting Engineering.
A 3deluxe refere que o projeto da plataforma posiciona-se
sobre “questões sociais relevantes, como a proteção climática,
conservação da natureza, responsabilidade conjunta, abertura e
transparência”.
A subida do nível do mar no Bangladesh está a ter
repercussões dramáticas na vida de muitas mulheres que têm como única
opção a prostituição.
De acordo com a Sky News,
a emergência climática no país está a ter graves consequências
sócio-económicas e as mulheres são a classe mais afetada. O jornal
britânico indica que muitas se vêm obrigadas a prostituir-se num bordel
na costa sudoeste conhecido como Banishanta.
Entre muitos casos, o diário britânico destaca a situação de Pervin:
uma jovem que começou a trabalhar no bordel, depois de a sua família ter ficado com a casa destruída em consequência da subida do mar, erosão e sucessivos ciclones.
Com apenas 15 anos, e ao perceber que a família precisava de ajuda
monetária, Pervin decidiu pôr mãos à obra e ir trabalhar. Foi contactada
por uma mulher que lhe prometeu emprego numa fábrica de têxteis, mas
acabou por ir parar ao bordel onde agora presta serviços sexuais a troco de dinheiro.
Em declarações à Sky News diz que se deixou enganar pela ingenuidade: “Não sabia o que fazer. Ela abandonou-me”, contou.
Banishanta é um dos bordéis mais antigos de Bangladesh,
atraindo clientes do porto próximo de Mongla. Mesmo sendo legal no país,
o trabalho sexual é extremamente estigmatizado na cultura tradicional e
as mulheres que o praticam são descriminadas.
Pervin é apenas um dos muitos casos – estima-se que sejam cerca de
100 mulheres – a passar por esta situação. As histórias, geralmente, têm
como ponto de partida a vulnerabilidade provocada pelas mudanças climáticas.
Normalmente, as mulheres que vão parar ao bordel acabam por ser vendidas
e ficam prisioneiras. Há ainda mulheres mais velhas que vivem há anos
no local e não têm para onde ir, acabando por se sujeitar a todo o tipo
de tratamentos indignos.
A pequena faixa de terra onde Banishanta foi construído também está a
desaparecer, por isso, o aumento do nível do mar está a destruir as
margens do bordel, sendo que quando as casas são inundadas, as mulheres
que lá trabalham são forçadas a gastar o dinheiro que ganham na
manutenção do local.
A onda de calor no Canadá atingiu milhões de pessoas, mas a
situação, que causou incêndios e problemas no abastecimento de energia,
não afetou apenas os humanos. Estima-se que mais de mil milhões de
animais marinhos tenham sucumbido às altas temperaturas.
Chris Harley, biólogo da Universidade da Columbia
Britânica, acredita que as temperaturas extremas que se sentiram na
semana passada no Canadá, podem ter resultado na morte de mais de mil
milhões de criaturas marinhas, como mexilhões, estrelas do mar e
percebes, no Mar Salish, na costa sudoeste do país. O efeito devastador
deverá afetar também qualidade da água na região.
O país registou temperaturas que chegaram aos 49,6 graus,
sendo que durante a onda de calor, Harley e a sua equipa usaram câmaras
de infravermelhos para detetar as temperaturas nos habitats costeiros.
Durante a pesquisa, os investigadores encontraram inúmeros mexilhões a
apodrecer nas suas próprias cascas. “Dava para sentir o cheiro mesmo
antes de chegar perto”, referiu citado pelo The Guardian.
“A praia não costuma estalar quando se anda sobre ela. Mas havia
tantas conchas de mexilhões vazias por toda a parte que não se podia
evitar pisar animais mortos“, descreveu ainda.
Os mexilhões toleram temperaturas de até 30 graus, e os percebes são
mais resistentes, suportando até 40 graus. No entanto, o termómetro
esteve muito perto de chegar aos 50 graus durante algumas horas de
vários, o que levou a que vários elementos destas espécies acabassem por
colapsar.
A morte destes animais também irá a qualidade da água na região, já que, por exemplo, os mexilhões têm a função de filtrar a água do mar.
Tendo em conta a quantidade de animais mortos encontrados numa área
pequena, Harley calculou que mais de mil milhões de criaturas marinhas
possam ter morrido com a onda de calor.
Atualmente, Isaac Newton é conhecido como o pai da física. No
entanto, há vários detalhes da vida do cientista que permanecem
desconhecidos — inclusive os mais surreais.
Isaac Newton nasceu no dia 25 de dezembro de 1642 –
poucos meses após a morte do seu pai. O homem que se viria a tornar num
dos matemáticos mais influentes da história, teve uma infância solitária
e este detalhe da sua vida talvez explique um pouco da sua
personalidade enquanto adulto.
Newton sempre foi um aluno exímio e, em 1661, foi admitido no Trinity College,
em Cambridge. Na instituição, o jovem aprendeu as principais teorias
científicas, que na época ainda era a “física” que havia sido escrita
por Aristóteles há mais de dois mil anos.
Alguns meses depois de se formar, o país foi assolado pela peste. Assim, como grande parte das pessoas do mundo, Newton foi forçado a isolar-se
na casa da sua família nos dois anos seguintes, aproveitando o tempo de
isolamento para aprofundar os seus conhecimentos sobre matemática e
física.
Segundo o IFL Science, o cientista enfiava agulhas grandes e pontiagudas
– entre outros objetos – atrás dos seus olhos para ver o que acontecia,
sendo que desta forma desenvolveu uma teoria “corpuscular” da luz que
era mais alquimia do que propriamente ciência.
Outra das ideias passou por fazer uma experiência onde os seus olhos
eram expostos à mais intensa explosão de luz solar direta possível – o
que fez com que ficasse cego durante três dias.
Embora a ideia possa parecer macabra, acabou por resultar numa
verdadeira revolução para a comunicação científica, sendo que depois o
matemático acabou por construir o primeiro telescópio refletor em
funcionamento conhecido.
Newton mantinha-se ocupado secretamente a trabalhar no que chamou a sua “Grande Obra”: a alquimia. O físico escreveu cerca de um milhão de palavras sobre tópicos como transformar metais comuns em ouro ou sobre a natureza de Deus.
Contudo, a coisa mais inexplicável que fez passou por tentar
incendiar a casa da sua mãe com esta e o padrasto lá dentro. Até agora,
não se sabe o que motivou esta atitude.
Apesar do seu legado como um dos cientistas mais proeminentes da história, segundo o IFL Science,
a melhor descrição de Isaac Newton talvez tenha vindo de John Maynard
Keynes: “Newton não foi o primeiro na era da razão. Ele foi o último dos
mágicos”.
Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, entende
que a Europa está a “sair do túnel”, mas a situação ainda é difícil na
América do Sul, África e Índia.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse no sábado que “o mundo como um todo” não vai superar a pandemia antes de 2023, embora a Europa esteja já “a sair do túnel”.
A Europa está a “sair do túnel”, mas a situação ainda é difícil na América do Sul, África e Índia, disse Borrel.
“O mundo como um todo não vai superar o vírus até 2023. Perante nós
está uma longa luta contra a pandemia”, afirmou, de acordo com a
televisão pública croata HRT, no XIV Fórum de Dubrovnik, dedicado ao
impacto da pandemia nas relações geoestratégicas e na economia global.
Borrell dirigia-se aos ministros dos Negócios Estrangeiros de dez
países da Europa Central e dos Balcãs – Albânia, Croácia, República
Checa, Eslováquia, Eslovénia, Grécia, Letónia, Macedónia do Norte, Malta
e Montenegro – e outros diplomatas.
O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros considerou que a pandemia de covid-19 vai deixar um mundo diferente, mais digital e com novas desigualdades.
“Todos estamos cientes das consequências futuras, mas também da
solução para a crise provocada pela pandemia, que é a vacinação”, disse.
Borrell defendeu a doação de vacinas a países pobres
para impulsionar o desenvolvimento económico, bloqueado pela pandemia,
lembrando os alertas da ONU de que a falta de remédios em algumas
regiões significará diferenças na recuperação e mais instabilidade no
mundo.
A este respeito, mencionou as doações europeias para o mecanismo
global COVAX, uma plataforma de vacinação promovida pela Organização
Mundial de Saúde.
Borrell acusou a Rússia e a China de promoverem “diplomacia de vacinas” para reforçar os seus interesses no mundo e alertou que a UE deve “estar ciente disso e agir de acordo com a situação”.
Indicou que, sobretudo, a influência da China no mundo é crescente e
que a cooperação é “cada vez mais difícil” com Pequim, embora tenha
defendido o entendimento devido à importância do país asiático.
“Até 25% do crescimento económico global este ano vem da China”, alertou.
Borrell considerou que a competição entre a China e os Estados Unidos moldará o mundo nas próximas décadas e que a União Europeia deve traçar o seu caminho “olhando através de suas próprias lentes”.
“Com os Estados Unidos compartilhamos a história, o sistema político e
económico. Estaremos sempre próximos de Washington, mas devemos olhar
para o mundo com os nossos interesses em mente”, disse Borrell,
acrescentando que o diálogo da UE com o governo do presidente Joe Biden
na China é “positivo e construtivo”.
O artista Dries Depoorter criou um algoritmo de Inteligência
Artificial (IA) que identifica os políticos do Parlamento belga em
flagrante quando se distraem com os seus smartphones durante os debates.
Na Bélgica, todos os debates parlamentares são transmitidos em direto no YouTube. O artista Dries Depoorter desenvolveu um sistema que combina machine learning com reconhecimento facial para apanhar os políticos que mais se distraem com o smartphone.
No site do seu mais recente projeto, batizado The Flemish Scrollers, o artista explica que o software foi escrito na linguagem de programação Python, usando um sistema de machine learning para detetar smartphones e outro de reconhecimento facial para identificar o político em questão.
O IFL Science detalha que o programa monitoriza as transmissões ao vivo no YouTube, deteta os políticos que estão a mexer nos smartphones e compara o tempo de uso com a duração do debate.
Quando apanha um político distraído, o software publica um clipe de vídeo nas contas do Instagram e Twitter. Todas as publicações são acompanhadas por um pedido: “pls stay focused!” (“por favor mantenha-se focado”).
Há dois anos, o primeiro-ministro belga, Jan Jambon, foi apanhado a jogar Angry Birds durante um debate. No entanto, muitos utilizadores nas redes sociais defendem que os políticos podem estar a usar o smartphone momentaneamente para tratar de algum assunto urgente, consultar e-mails ou artigos.
Para já, não se sabe se este projeto conseguirá reduzir o número de
políticos distraídos durante as sessões no parlamento belga. Certo é
que, desde que arrancou, a 5 de julho, o software já apanhou quatro políticos agarrados ao telemóvel.
Uma belga de 90 anos morreu depois de adoecer com covid-19. A
idosa estava infetada com a variante Alpha (do Reino Unido) e a
variante Beta (da África do Sul).
Investigadores belgas relataram, este domingo, o caso inédito de uma
nonagenária que morreu em março com covid-19, após ter sido infetada
simultaneamente por duas variantes diferentes, a Alpha (britânica) e a Beta (sul-africana), um fenómeno que, alertam, está “subestimado”.
“Este é um dos primeiros casos documentados de
coinfecção com duas variantes preocupantes do SARS-CoV-2″, disse a
autora do estudo, a bióloga molecular Anne Vankeerberghen, citada num
comunicado do Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças
Infecciosas (ECCMID).
No Brasil, dois casos de pessoas infetadas por duas variantes
diferentes foram relatados em janeiro num estudo, mas esse “ainda não
foi publicado em revista científica”, explicou o ECCMID.
A 3 de março de 2021, a mulher de 90 anos, sem antecedentes médicos em particular e não vacinada, foi internada num hospital na cidade belga de Aalst após várias quedas, de acordo com este estudo de caso, apresentado no congresso e revisto por pares no comité de seleção.
A idosa, que testou positivo para covid-19 ao chegar, apresentava
inicialmente “um bom nível de saturação de oxigénio e nenhum sinal de
dificuldade respiratória”, segundo o ECCMID.
No entanto, “rapidamente desenvolveu sintomas respiratórios agravados e morreu cinco dias depois”, afirma a nota.
Segundo a bióloga do hospital OLV em Aalst, “é difícil dizer se a coinfecção por duas variantes desempenhou um papel na rápida deterioração da condição do paciente”.
Em extensos testes e mediante sequenciamento, o hospital descobriu que a idosa tinha sido infetada com duas variantes do vírus
que causa a covid-19: uma originária do Reino Unido, chamada Alpha, e a
outra inicialmente detetada na África do Sul, chamada Beta.
“As duas variantes estavam a circular na Bélgica na época (março de
2021), então é provável que a mulher tenha sido coinfectada por duas
pessoas diferentes. Infelizmente não sabemos como ela foi contaminada”,
acrescentou Vankeerberghen.
Até o momento, “não há nenhum outro caso publicado”
de coinfecção com duas variantes, apontou a investigadora, que considera
“crucial” continuar o sequenciamento e o estudo de um fenómeno
“provavelmente subestimado”.