sábado, 11 de setembro de 2021

Os atentados do 11 de Setembro foram há 20 anos - O dia que mudou o mundo !

Há exactamente 20 anos, um dos acontecimentos mais marcantes da história contemporânea abalou os EUA e o mundo. O ZAP recorda o 11 de Setembro e como o legado dos atentados ainda se faz sentir nos dias de hoje.

Foi um dia que mudou o mundo e as imagens ainda estão gravadas na nossa memória colectiva. Há precisamente 20 anos, o mundo ocidental foi abalado com um ataque terrorista em nos Estados Unidos da América que matou quase 3000 pessoas e cujo legado ainda se sente em 2021.

A 11 de Setembro de 2001, terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais e pilotaram dois contra as torres gémeas. Cerca de uma hora depois do impacto do primeiro avião contra torre Norte, esta ruiu. 18 minutos após a primeira colisão, um segundo avião foi contra a torre Sul, que colapsou 56 minutos depois.
Um terceiro avião colidiu com o Pentágono, a sede do Departamento de Defesa do governo americano e um quarto caiu num campo perto do estado da Pensilvânia, depois de os tripulantes terem conseguido desviar o avião do destino planeado pelos terroristas, que era o Capitólio, em Washington. Todos os passageiros e tripulantes dos aviões morreram.
Quando o segundo avião embateu contra a torre Sul, as dúvidas sobre se o que passara tinha sido um acidente dissiparam-se. George Bush tinha um evento marcado para o dia, que imediatamente cancelou, e o FBI abriu na hora uma investigação a um possível sequestro de um avião. 

Ainda esta semana, foram identificadas mais duas vítimas mortais, algo que já não acontecia há dois anos. Uma delas chama-se Dorothy Morgan, que era residente em Hempstead. Já identidade da segunda pessoa, um homem, não foi revelada a pedido da família. Assim, foram já identificadas 1647 vítimas mortais do total de 2753 mortos.

A identificação foi feita através de análises de ADN. “Há 20 anos, fizemos uma promessa às famílias das vítimas do World Trade Center de fazer o que fosse necessário para identificar os entes queridos. Não importa quanto tempo passe, vamos usar as ferramentas à nossa disposição para garantir que todos aqueles que foram perdidos se possam reunir com as suas famílias”, explicou Barbara A. Sampson, médica de Nova Iorque.

Visto que cerca de 40% das vítimas ainda não foram identificadas, as autoridades norte-americanas estão agora a usar um método forense mais avançado, que já está a ser usado para identificar vestígios da Segunda Guerra Mundial.

Para além do vídeo do embate avião a embater contra as torres, muitas outras imagens marcaram o evento, como os bombeiros desesperados a evacuar as vítimas e apagar os incêndios ou a conhecida fotografia de The Falling Man, que retrata um homem a atirar-se do edifício para fugir às chamas. Foram também inaugurados memoriais para lembrar as vítimas, tanto onde era o World Trade Center como no Pentágono.

O 11 de Setembro foi também o momento catapultou a Al-Qaeda, na altura uma organização relativamente obscura, para a notoriedade mundial, e o fundador e cérebro da operação dos ataques – Osama Bin Laden – tornou-se o inimigo número um dos EUA.

Fundada em 1988, a Al-Qaeda atraiu recrutas revoltados com o imperialismo e interferência americanos no Médio Oriente e contra o apoio incondicional do país a Israel, tendo crescido e criado campos de treino sob a alçada do governo talibã no Afeganistão, entre 1996 e 2001.

Bin Laden acabou por ser capturado e morto pelas forças norte-americanas em 2011, na cidade de Abbottabad, no Paquistão, e o exército recolheu também documentos e comunicações internas da organização terrorista que têm sido revelados nos últimos anos.

Segundo escreve a Foreign Affairs, os Abbottabad Papers incluem notas escritas à mão por Bin Laden em 2002 a detalhar como surgiu a ideia para o 11 de Setembro. A intenção de atacar o solo americano nasceu em Outubro de 2000, semanas depois do ataque USS Cole no Iémen – em que um bombista suicida da Al Qaeda explodiu um destruidor de mísseis da marinha dos EUA.

“O mundo muçulmano está todo submetido ao reinado de regimes blasfemos e à hegemonia americana”, escreveu Bin Laden, que acreditava que o 11 de Setembro ia “quebrar o medo deste falso deus e destruir o mito da invencibilidade americana“.

Apesar de esperar que os atentados mostrassem o impacto da política externa dos EUA no Médio Oriente e virassem a população contra o governo, o 11 de Setembro acabou por ter o efeito oposto e unir a sociedade americana de uma nunca forma antes vista.

Na história das sondagens Gallup, nunca nenhum chefe de Estado americano teve uma maior taxa de aprovação do que George W. Bush teve nas semanas a seguir aos ataques, que chegou aos 90%. Quase 9 em 10 Democratas apoiavam o Presidente Republicano.

O discurso de Bush no dia dos ataques continua a ser um dos momentos mais marcantes da sua presidência. “Hoje os nossos cidadãos, a nossa forma de vida, a nossa própria liberdade foi atacada por actos terroristas deliberados. Estes actos queriam assustar a nossa nação até à desistência, mas falharam. Os ataques terroristas podem abanar as bases dos edifícios, mas não podem abanar a fundação da América“, afirmou Bush.

20 anos depois, a Al-Qaeda persiste, mesmo depois da morte do seu líder e de vários Presidentes americanos já terem declarado a derrota do grupo terrorista.

Depois de ter começado mais concentrado no Afeganistão e no Paquistão, o grupo descentralizou-se e já tem ligações a organizações na Somália, no Iémen e nos países do norte de África que ficaram mais instáveis durante a Primavera Árabe, escreve o Washington Post. Apesar de ter ganhado fama mundial com o 11 de Setembro, a Al-Qaeda dedica-se agora mais a batalhas internas do que à guerra contra os Estados Unidos.

Nas últimas semanas, com o regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão, regressaram também os receios de que a Al-Qaeda volte a ganhar relevância no plano internacional – apesar de todas as potências exigirem ao novo governo afegão o fim do apoio a grupos terroristas em troca do reconhecimento internacional. Recorde-se que a recusa dos talibãs de entregar Bin Laden foi o que motivou a invasão norte-americana em 2001.

O Ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, acredita que a saída das tropas ocidentais do Afeganistão “deixa um grande, grande problema”. “Foi por isso que disse que este não é o tempo nem a altura certa, porque provavelmente a Al-Qaeda vai voltar. Os estados falhados são um terreno fértil para este tipo de pessoas”, afirmou.

Joe Biden ordenou a 3 de Setembro o cumprimento de uma exigência antiga das famílias das vítimas – que o Departamento de Justiça e outros órgãos federais acabassem com a confidencialidade de documentos da investigação do FBI aos ataques, o que pode finalmente confirmar ou negar as suspeitas do envolvimento do governo da Arábia Saudita, um longo aliado dos EUA.

Dos 19 terroristas envolvidos no 11 de Setembro, 15 eram sauditas – incluindo Bin Laden – dois eram dos Emirados Árabes Unidos, um era libanês e outro tinha nacionalidade egípcia. O relatório final sobre os atentados não encontrou provas do envolvimento do governo saudita ou que este tivesse financiado a Al-Qaeda, mas as acusações persistem.

“Estamos felizes por ver o Presidente a forçar a divulgação de mais provas sobre as ligações sauditas aos ataques de 11 de Setembro. Estamos a lutar contra o FBI e a comunidade de inteligência há demasiado tempo, mas isto parece um verdadeiro ponto de viragem”, afirma Terry Starda, cujo marido morreu no ataque ao World Trade Center.

Já há anos que as famílias das vítimas tentam processar o governo da Arábia Saudita pela responsabilidade dos ataques. A embaixada do país nos EUA já reagiu ao anúncio de Biden. “A Arábia Saudita sabe muito bem do mal que a ideologia e as acções da Al-Qaeda representam. Ao lado dos EUA, o reino tem lutado contra os homens e todas as formas da mentalidade terrorista”, respondeu, em comunicado.

A embaixada acrescenta que espera que a divulgação dos documentos acabe “com as alegações sem base contra o reino, de uma vez por todas”.

“Eu devia ter morrido naquele dia”

As décadas passam, mas as marcas físicas e psicológicas de quem viveu os ataques ou perdeu familiares e amigos persistem. Joe Dittmar estava numa reunião no 105º andar da Torre Sul quando teve de evacuar o edifício.

O trabalhador de uma seguradora estava a descer as escadas no 72º andar quando o segundo avião colidiu com o prédio, poucos andares acima. Dittmar estava numa sala de conferências quando um homem alertou para a explosão na Torre Norte.

“Todos os 54 de nós dissemos a mesma coisa, que estamos em Nova Iorque, há sempre coisas a acontecer aqui, deixem-nos ter a nossa reunião. Ele era bombeiro e avisou-nos que não podia sair do edifício até toda a gente sair e eu sei que ele tirou toda a gente daquela sala porque eu fui o último a sair”, explica ao City News.

A decisão de ir pelas escadas pode ter salvo a vida de Joe. Depois de ter saído do edifício, os sobreviventes conseguiram ouvir pela primeira vez a rádio a dizer que se tratava de um ataque terrorista.

“Os nossos queixos caíram. Isto não acontece aqui, mas depois ouvimos o cimento a cair, o ferro a dobrar-se e gritos de milhares de pessoas em Nova Iorque” quando a torre caiu.

Lauren Manning tinha acabado de entrar na Torre Norte do World Trade Center quando o avião atingiu o edifício, tendo sido atingida por uma enorme chama que desceu do poço do elevador até ao hall de entrada.

“De acordo com qualquer critério médico, eu devia ter morrido. Houve este assobio incrivelmente alto e penetrante e instantes depois, estava envolvida em chamas. Estava a arder viva, não há outras palavras”, revela à Sky News. Lauren ficou com 80% do corpo queimado, sendo cerca de 20% de quarto ou quinto grau, o que obrigou a amputações.

Lauren foi levada para o hospital e colocada num coma durante três meses. O marido Greg lia-lhe poemas de Robert Burns e tocava-lhe músicas do tempo em dois começaram a namorar. Alguns dias depois de acordar do coma, o filho Tyler, na altura com um ano, visitou-a pela primeira vez desde o ataque.

Tinha tanto medo que ele não me reconhecesse. Ele não me reconheceu ao início, mas depois reconheceu os meus olhos e voz. Era tudo o que eu precisava”, confessa. Enquanto estava deitada a ver pessoas a saltar das torres, Lauren sabia que os seus colegas de trabalho estavam presos nos andares nas altos. Todos os 658 trabalhadores no escritório nesse dia acabaram por morrer.

O legado que ainda se sente hoje

Uma das principais consequências dos atentados foi o início da guerra contra o “eixo do mal” do terror, com os Estados Unidos a invadir o Afeganistão em 2001, uma guerra que acabou recentemente, e o Iraque em 2003, onde o exército norte-americano ainda está.

O projecto Custos da Guerra, da Universidade de Brown, calculou os custos humanos e monetários dos conflitos. “As mortes que calculamos estão provavelmente muito abaixo do verdadeiro impacto que estas guerras tiveram. É crítico que tenhamos propriamente em conta as vastas e variadas consequências das guerras e operações contra-terrorismo dos EUA desde o 11 de Setembro”, apela Neta Crawford, co-fundadora do projecto.

Mais de 929 mil pessoas morreram vítimas de violência directa das guerras e 387 mil civis perderam a vida, segundo os cálculos. Os conflitos causaram 38 milhões de refugiados e deslocados e custaram mais de 8 biliões de dólares ao estado americano, que está actualmente a levar a cabo actividades contra-terrorismo em 85 países.

O impacto do 11 de Setembro também ainda se nota na segurança nos voos – depois dos terroristas que sequestraram os aviões terem embarcado facilmente nos aeroportos em Portland, Maine, Boston, Newark e Washington.

Antes dos atentados, era comum chegar-se aos aeroportos meros minutos antes de se embarcar e practicamente não eram exigidos documentos de identificação ou bilhetes até à porta do avião, escreve o NPR. Não era necessário remover casacos e calçado e apenas se passava num detector de metais.

Nos dias de hoje, é preciso ir para o aeroporto com horas de antecedência e esperar em longas filas. Os passageiros têm de retirar calçado e casacos e esvaziar os bolsos, as malas são sujeitas a um raio-X e temos de passar por um exame a todo o corpo.

A segurança era feita por empresas privadas contratadas pelas companhias aéreas e tinha de obedecer a critérios federais. Os contratos eram geralmente atribuídos à empresa que ficasse mais barata.

“Era tão fácil, muitos de nós ficamos surpreendidos que não tinha acontecido antes”, afirma Jeff Price, que era assistente da direcção de segurança no aeroporto de Denver no 11 de Setembro, sobre o aperto à segurança. “Antes do 11 de Setembro, a segurança era quase invisível e foi criada para ser assim. Era algo no fundo que não era muito perceptível e que não interferia com as operações do aeroporto“, acrescenta.

Mas não foram só os americanos que sentiram a vida mudar de um dia para o outro depois dos atentados – os muçulmanos também, especialmente os que viviam nos EUA na altura. Imediatamente após o 11 de Setembro, os crimes de ódio contra muçulmanos subiram de 28 incidentes em 2000 para 481 em 2001, segundo dados do FBI.

“Depois do 11 de Setembro, o ódio e a discriminação foram amplificados. De repente, o dia-a-dia dos muçulmanos americanos tornou-se objecto de consumo público, a sua fé foi tornada uma questão racial e as comunidades foram muito escrutinadas pela sociedade”, explica Sumayyah Waheed, consultor político, à Al-Jazeera.

A aprovação no imediato do Patriot Act, uma lei que deu mais poderes de espionagem às forças de segurança sobre cidadãos suspeitos de terrorismo também ainda tem impacto hoje em dia na população americana, especialmente nos muçulmanos, que foram desproporcionalmente atingidos. Vários grupos de direitos civis afirmam que a lei, cujos alguns elementos importantes expiraram em 2020, é inconstitucional.

https://zap.aeiou.pt/11-de-setembro-430347

 

Manuscritos medievais sobre lenda do Rei Artur podem mudar interpretação da história !

Em julho de 2021, uma equipa de investigadores do Reino Unido publicou um livro que aborda as descobertas de um intrigante estudo que pode dar uma nova interpretação à lenda do Rei Artur.

A obra “The Bristol Merlin: Revealing the Secrets of a Medieval Fragment” tem como foco um conjunto de sete manuscritos medievais que foram descobertos, acidentalmente, em meados de 2019 na cidade de Bristol, em Inglaterra.

Os artefactos, que continham diversos escritos ilegíveis, deram novos detalhes sobre a mágica lenda do Rei Artur e do seu guia, o mago Merlin.

Estes itens, noticia o Cienciaplus, foram analisados pela equipa com o auxílio da tecnologia de imagem multi espectral, que capta fotografias a partir de diferentes comprimentos de onda eletromagnética.

A análise revelou diferenças no texto de versões anteriores da história, sendo que através da tecnologia usada, os especialistas foram capazes de ler secções danificadas do texto que seriam invisíveis a olho nu.

Um aspeto que chamou atenção destes documentos históricos foi a sua idade: os manuscritos eram datados do período entre os anos 1250 e 1275. O seu local de origem era França, mas também passaram por Inglaterra – e lá acabaram por ser encontrados.

O livro, que ainda não possui uma edição em português, revela alguns detalhes da história do Rei Artur, mas de uma forma diferente da que conhecemos – o que abre espaço para que novas interpretações sejam feitas.

Por exemplo, o ferimento infligido na coxa do Rei Claudas – que era o adversário do protagonista – poderia ter sido na verdade apenas uma metáfora para dar a sensação de impotência, segundo referem os investigadores, uma vez que neste manuscrito mais antigo, o episódio não está registado.

Por outro lado, os fragmentos de Bristol mostram um relato “ligeiramente atenuado” do encontro sexual do mago Merlin com a feiticeira Viviane, também conhecida como a Dama do Lago.

O Rei Artur é um lendário líder britânico que, de acordo com as histórias medievais e romances de cavalaria, liderou a defesa da Grã-Bretanha contra os invasores saxões no final do século V e no início do século VI.

Os detalhes das histórias Arturianas são, na sua maioria, compostas por lendas literárias, e a sua existência histórica é motivo de debate académico entre os historiadores contemporâneos.

https://zap.aeiou.pt/manuscritos-medievais-lenda-rei-artur-430408

 

Documentos mostram que Austrália ajudou a CIA no golpe contra Salvador Allende !

Documentos desclassificados do Governo australiano revelam que o país ajudou a CIA no golpe de Estado, em 1973, contra o Presidente chileno Salvador Allende.

De acordo com o jornal The Guardian, documentos desclassificados do Governo australiano provam que, em dezembro de 1970, o ministro dos Negócios Estrangeiros Billy McMahon, que mais tarde se tornaria primeiro-ministro, aprovou um pedido da Australian Secret Intelligence Service (ASIS) para abrir uma base em Santiago, no Chile.

A partir de 1971, e durante 18 meses, de acordo com o Arquivo de Segurança Nacional dos Estados Unidos, a ASIS aparentemente conduziu operações secretas no país sul-americano para ajudar a CIA (Central Intelligence Agency) a desestabilizar o Governo chileno.

Entre as várias operações estão, por exemplo, lidar com ativos chilenos recrutados pela CIA na capital chilena e tratar de relatórios enviados para a sede da CIA em Langley, na Virgínia.

Os documentos revelam ainda como o sucessor de McMahon, Gough Whitlam, eleito em dezembro de 1972, menos de um ano depois ordenou que o então diretor da ASIS, William Robertson, encerrasse as operações no Chile.

Tal como escreve o jornal britânico, estes documentos desclassificados oferecem a primeira prova oficial de que a ASIS participou na campanha de desestabilização que precedeu o golpe militar, a 11 de setembro de 1973, que depôs o Presidente Salvador Allende e que instaurou a ditadura do general Augusto Pinochet.

Estes documentos estão entre outras centenas divulgados a Clinton Fernandes, autor e professor de Estudos Internacionais e Políticos da Universidade de Nova Gales do Sul, que tem pressionado o Governo australiano a desclassificar ficheiros de segurança nacional sobre operações secretas da ASIS em países como o Chile, Camboja e Indonésia.

O Governo e as agências de segurança têm vindo a argumentar que confirmar ou negar a existência de registos de operações da ASIS, inclusive no Chile, prejudicaria o interesse nacional.

A questão já chegou mesmo à via judicial e o Tribunal de Recursos Administrativos da Austrália (AAT) está agora a considerar a possibilidade de obrigar o Estado a divulgar as versões completas dos mesmos documentos de arquivo.

“O Governo australiano fala muito em lutar contra a interferência estrangeira, mas ajudou a derrubar um Governo democrático no Chile. De seguida, opta pelas classificações de segurança nacional nos seus registos para evitar que o público saiba o que aconteceu. A segurança nacional deve ser um objetivo, não um álibi”, afirmou.

Estas revelações são feitas nas vésperas do 48.º aniversário deste golpe de Estado, que acabou por levar à sangrenta ditadura de Pinochet (1973-1990), que causou mais de três mil mortos.

https://zap.aeiou.pt/documentos-australia-ajudou-cia-golpe-contra-allende-430753

 

Falsa agressão homofóbica para esconder infidelidade incendeia a política espanhola !

A denúncia falsa de um jovem que alegou ter sido agredido, num ataque homofóbico, em Madrid, incendiou os ânimos na política espanhola, com acusações entre o Governo do PSOE e a oposição, em especial o partido de extrema-direita Vox.


Tudo começou quando um jovem de 20 anos disse à polícia ter sido agredido por oito encapuzados, em plena tarde de domingo, em Madrid. Nesta suposta agressão, tatuaram-lhe a palavra “maricón” nas nádegas.

Mas, afinal, descobriu-se que foi um acto consentido pelo jovem que seria adepto de práticas sadomasoquistas.

Ele terá mentido ao namorado que o levou ao hospital, onde o caso foi sinalizado à polícia. A mentira terá sido motivada pelo desejo de esconder do parceiro a sua infidelidade.

Contudo, antes de se saber a verdade, a falsa denúncia acabou por chegar aos media como mais um caso de agressões homofóbicas, sucedendo-se a outras situações semelhantes que têm aparecido nos últimos tempos no país.

As notícias sobre a alegada agressão provocaram um reboliço na política espanhola, com trocas de acusações mútuas entre os vários partidos.

O alvo do Governo de Pedro Sánchez foi logo o Vox, com o argumento de que a suposta agressão homofóbica seria resultado do seu discurso de ódio.

Quando se descobriu que, afinal, a denúncia era falsa, o Vox e o Partido Popular (PP) vieram acusar o Governo de estar a aproveitar-se do caso para fazer propaganda em causa própria.

“Governo de Espanha toma os cidadãos por imbecis”

O Governo chegou a anunciar que ia direccionar mais recursos e mais medidas para combater os crimes de ódio.

E o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, convocou uma reunião de emergência para discutir essas medidas, mantendo este encontro mesmo depois de se ter descoberto que a denúncia era falsa.

Contudo, o principal visado das críticas é o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, com a oposição a pedir a sua demissão.

No seguimento da suposta agressão, o ministério de Marlaska anunciou medidas como a criação de grupos especializados em crimes de ódio dentro das unidades de informação da Polícia Nacional e da Guardia Civil.

Ora, a oposição diz que é uma falsa medida nova, pois argumenta que já havia especialistas dedicados a este assunto nos corpos policiais.

A presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, eleita pelo PP com o apoio do Vox e do Ciudadanos, é uma das vozes que pede a demissão de Marlaska.

“O Governo de Espanha toma os cidadãos por imbecis“, critica Ayuso, notando que “Madrid é uma região aberta, plural, que respeita os direitos de todos os cidadãos”. “Não se pode consentir a imagem que quiseram passar de Madrid”, defende ainda.

No Vox, Santiago Abascal acusa Marlaska de “manipular” a opinião pública e de ser “um mentiroso compulsivo”, enquanto garante que o seu partido não é homofóbico, nem racista ou machista, e que defende “todos os espanhóis”.

“Não entendemos que haja um colectivo LGTBI, entendemos que há espanhóis de umas ideias ou de outras, de uma tendência sexual ou de outra. Não perguntamos aos espanhóis sobre assuntos privados, menos ainda com quem se deitam“, frisa ainda Abascal.

Já o alcaide de Madrid, José Luis Martínez-Almeida, do PP, acusa o Governo de querer “estigmatizar o Vox”, sublinhando, contudo, que não concorda com este partido em várias questões, como na violência de género e na imigração.

Sánchez envia “carinho” às pessoas LGBTI

Entretanto, Marlaska já garantiu que não se demite e pediu para “não banalizar as agressões” e “não circunscrever o problema a um caso concreto”.

Nunca instrumentalizo algo tão importante como são os direitos e liberdades”, disse ainda antes de apontar as garras à oposição.

“Temos um problema estrutural de discursos políticos, com declarações contrárias à tolerância e à diversidade, onde as leis que garantem direitos e liberdades são questionadas”, aponta Marlaska.

E o ministro tem o apoio de Sánchez que já veio notar que esta denúncia falsa não pode tapar “a realidade que sofrem pessoas de muitas orientações sexuais pelo facto de serem como são”.

“Os crimes de ódio contra as pessoas LGBTI aumentaram“, frisa ainda Sánchez, enviando o seu “carinho” a esta comunidade e garantindo “o compromisso do Governo na defesa dos seus direitos”.

A Comissão de Acompanhamento do Plano de Acção de Luta contra os Delitos de Ódio já anunciou que é preciso reforçar os meios para combater este tipo de casos perante o “crescimento constante em torno de 9% por ano” desde 2014, como revela o jornal espanhol El Mundo.

https://zap.aeiou.pt/falsa-agressao-homofobica-espanha-430727

 

Jornalistas que cobriram protestos em Cabul espancados pelos talibãs !

Esta quinta-feira, começaram a circular imagens de dois repórteres afegãos que foram detidos e severamente espancados pelos talibãs, por estarem a cobrir os protestos de mulheres de quarta-feira em Cabul.


As fotografias de Taqi Daryabi, de 22 anos, e de Nematullah Naqdi, de 28, não deixam margem para dúvidas quanto ao tratamento recebido quando estiveram às mãos dos extremistas, mostrando contusões nos rostos, pernas e costas.

Os dois disseram à agência France-Presse que os talibãs os soquearam e espancaram com bastões, cabos elétricos e chicotes, tendo sido acusados de organizar o protesto. Naqdi disse ainda à AFP que os combatentes o insultaram e lhe deram pontapés na cabeça.

“Um dos talibãs pôs o pé na minha cabeça e esmagou a minha cara contra o cimento. Deram-me pontapés na cabeça, pensei que me iam matar“, contou. Quando lhes perguntou por que razão estava a ser agredido, um deles respondeu: “Tens sorte de não seres decapitado.”

De acordo com a informação recolhida pelo Comité de Proteção de Jornalistas (CPJ), em apenas dois dias desta semana, o grupo já deteve pelo menos 14 jornalistas que cobriam as manifestações na capital, e que entretanto foram libertados. Pelo menos nove destes profissionais foram sujeitos a violência, acrescenta a CPJ num comunicado.

“Os talibãs estão a provar depressa que as suas promessas de permitir que os media independentes do Afeganistão continuem a trabalhar livremente e com segurança são inúteis”, disse Steven Butler, coordenador do programa na Ásia do CPJ, citado pelo jornal The Guardian.

“Exortamos os talibãs a cumprirem essas promessas, a pararem de espancar e deter repórteres que estão a fazer o seu trabalho e permitir que os media trabalhem livremente, sem medo de represálias”, apelou.

ONU denuncia violência contra manifestantes

Esta sexta-feira, em Genebra, a ONU também denunciou a “violenta repressão” dos talibãs sobre manifestações pacíficas, que já causou pelo menos quatro mortes.

“Apelamos aos talibãs para porem imediatamente fim ao uso da força e à detenção arbitrária contra os que exercem o direito a protestar pacificamente e também contra os jornalistas que cobrem as manifestações”, declarou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU.

Segundo uma “contagem não exaustiva” do Alto Comissariado, quatro manifestantes foram mortos quando os talibãs dispararam balas reais, salientou Shamdasani, que também denunciou a proibição, pelo novo regime, de qualquer reunião não autorizada.

“De acordo com o Direito Internacional Humanitário, qualquer uso da força deve ser o último recurso em resposta às manifestações, devendo ser estritamente necessário e proporcional, pelo que as armas de fogo nunca devem ser usadas, exceto em resposta a uma ameaça de morte iminente”, lembrou a porta-voz.

“Em vez de proibir protestos pacíficos, os talibãs devem parar de usar a força e garantir o direito de reunião pacífica e liberdade de expressão, inclusive quando as pessoas quiserem expressar as suas preocupações e usar o direito de participar na gestão do país”, acrescentou.

“Enquanto os afegãos – mulheres e homens – saem às ruas para exigir pacificamente que os seus direitos humanos sejam respeitados nestes tempos de grande incerteza – incluindo o direito das mulheres de trabalhar, circular livremente, o direito à educação e à participação na política – é crucial que aqueles que estão no poder ouçam as suas vozes”, frisou ainda Shamdasani.

Para a porta-voz, a proibição de qualquer reunião pacífica constitui uma “violação do direito internacional”, o mesmo sucedendo com o “corte de todo o acesso à Internet”.

Nesse sentido, Shamdasani enfatizou que os jornalistas que cobrem esses eventos não devem ser sujeitos a “represálias ou assédio”.

https://zap.aeiou.pt/jornalistas-cobriram-protestos-cabul-espancados-430691

 

Presidente da Ucrânia admite uma guerra de “grande escala” com a Rússia !

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse esta sexta-feira que o conflito com Rússia pode levar a uma guerra de “grande escala” entre os países.


Questionado sobre as tensões com Moscovo, durante o Forúm Yes Brainstorming 2021, que decorre em Kiev, Zelensky indicou que essa “seria a pior coisa que pode vir a acontecer”, sublinhou, porém, que “por desgraça é uma possibilidade”. “Creio que seria o maior erro da Rússia”, acrescentou, citado pelo Jornal de Notícias.

Zelensky referiu que gostaria de se encontrar com o Presidente russo, Vladimir Putin, durante o novo encontro do Quarteto da Normandia, para encontrar soluções sobre a situação no leste da Ucrânia. O Quarteto da Normandia é formando pela Rússia, Ucrânia, França e Alemanha.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, lamentou as palavras de Zelensky, recusando-se a comentar sobre “cenários apocalípticos”.

As declarações de Zelensky ocorrem no mesmo dia em que foi anunciada a conclusão do gasoduto franco-alemão Nord Stream 2. Pouco tempo antes das declarações de Zelensky, o porta-voz do chefe de Estado da Ucrânia frisou à agência France-Presse que o país se vai “bater” contra a exploração do gasoduto.

O novo gasoduto, com uma capacidade de transporte de 55 mil milhões de metros cúbicos de gás anualmente, tem uma extensão 1.230 quilómetros sob o Mar Báltico, estabelecendo a mesma rota que o Nord Stream 1, a operar desde 2012.

Para a Ucrânia, o gasoduto poderá privar Kiev de, pelo menos, 1,5 mil milhões de dólares anuais que recebe pelo trânsito de gás russo através de território ucraniano e que se destina ao bloco europeu.

O conflito no leste da Ucrânia entre o Exército da Ucrânia e as milícias pró russas eclodiu na primavera de 2014 e provocou até hoje a morte de 14 mil pessoas.

https://zap.aeiou.pt/presidente-ucrania-guerra-russia-430660

 

Departamento de Justiça dos EUA processa Texas pela nova lei do aborto !

O Departamento de Justiça norte-americano processou o Texas, esta sexta-feira, após a aprovação por este Estado da lei que proíbe o aborto após seis semanas, argumentando que a promulgação constitui “um desafio aberto à Constituição”.


Numa ação apresentada num tribunal do Texas, solicita-se que um juiz federal declare a lei inválida, de modo a inviabilizar que seja aplicada e a “proteger os direitos que o Texas violou”.

“Este ato é claramente inconstitucional sob um precedente de longa data do Supremo Tribunal”, disse o procurador-geral Merrick Garland, numa conferência de imprensa em que anunciou a interposição da ação anunciando o processo.

O Departamento de Justiça também está preocupado que outros estados do país possam promulgar leis semelhantes que “privariam os seus cidadãos dos seus direitos constitucionais”, acrescentou.

A lei do Texas, conhecida como SB8, proíbe os abortos logo que os profissionais médicos possam detetar atividade cardíaca dos embriões, o que acontece normalmente cerca de seis semanas, antes de algumas mulheres saberem que estão grávidas.

Os tribunais bloquearam outros estados de impor restrições semelhantes, mas a lei do Texas é diferente porque permite a aplicação de leis aos cidadãos privados através de processos civis em vez de aos procuradores penais.

A pressão sobre o Departamento de Justiça tem vindo a aumentar não só por parte da Casa Branca – o Presidente Joe Biden afirmou mesmo que a lei “é quase anti-americana” –, mas também dos democratas no Congresso, que pretendiam que o procurador-geral Merrick Garland tomasse medidas.

No início desta semana, Garland prometeu que o Departamento de Justiça iria intervir para fazer cumprir uma lei federal conhecida como a Lei da Liberdade de Acesso às Entradas das Clínicas.

Conhecida como FACE Act, esta lei proíbe a obstrução física do acesso a clínicas de aborto, bloqueando entradas ou ameaçando com o uso de força para intimidar ou interferir com alguém. A lei também proíbe a danificação de bens em clínicas de aborto e outros centros de saúde reprodutiva.

A lei do Texas é a mais restritiva dos Estados Unidos relativamente ao aborto desde que o Supremo Tribunal afirmou na decisão histórica de 1973 que as mulheres têm direito constitucional ao aborto.

Os prestadores de serviços de aborto disseram que cumpririam, mas já algumas das duas dúzias de clínicas de aborto do Texas deixaram temporariamente de oferecer serviços de aborto. As clínicas nos estados vizinhos, entretanto, viram aumentar as pacientes que pretendem interromper a gravidez.

https://zap.aeiou.pt/departamento-justica-processa-texas-lei-aborto-430652

 

China vai vender petróleo de reservas estatais na tentativa de conter preços !

A China anunciou, esta sexta-feira, que vai vender petróleo das suas reservas estatais, numa altura em que Pequim intensifica os esforços para conter pressões inflacionárias decorrentes do mercado das matérias-primas.


Em comunicado, o Gabinete Estatal de Reservas de Grãos e Matérias disse na quinta-feira que vai libertar petróleo na reserva para venda a refinarias domésticas, visando “aliviar a pressão [inflacionária] causada pelo aumento dos preços das matérias-primas”.

“Colocar petróleo bruto das reservas nacionais no mercado através de vendas em leilão aberto vai estabilizar melhor a oferta e a procura no mercado doméstico e garantir efetivamente a segurança energética nacional”, afirmou.

Outros grandes importadores de petróleo, como os Estados Unidos, recorrem periodicamente às suas reservas nacionais durante interrupções no fornecimento, mas esta é a primeira vez que a China anuncia publicamente a sua intenção de recorrer às suas reservas.

O país asiático ultrapassou os EUA como maior importador mundial de petróleo bruto, na década passada.

A administração das reservas não especificou quanto do petróleo vai ser libertado para o mercado.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados optaram, nas semana passada, por seguir o seu cronograma atual de aumento da produção, que foi cortada no início da pandemia, resistindo aos apelos de Washington para que a produção seja restaurada mais rapidamente.

Os preços do petróleo de referência global Brent subiram mais de 40%, em 2021, para cerca de 72 dólares por barril.

Desde o início do ano, a China intensificou os esforços para controlar o aumento dos preços das matérias-primas, que causaram uma inflação a nível global, incluindo de bens manufaturados, energia e alimentos.

Nos últimos dois meses, a Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégicas realizou pelo menos três leilões semelhantes para reservas estatais de vários metais, incluindo cobre, zinco e alumínio.

https://zap.aeiou.pt/china-vender-petroleo-reservas-estatais-430542

 

“A paciência está a acabar” - Biden anuncia plano de vacina obrigatória que afecta 100 milhões de pessoas !

O negacionismo tem levado a um grande aumento dos casos e hospitalizações por covid-19 nos EUA, com 80 milhões de americanos ainda sem vacina. Biden anunciou um grande pacote de medidas para obrigar a população a vacinar-se.


Num discurso à nação na quinta-feira, Joe Biden anunciou um pacote de medidas que torna obrigatória a vacina para 100 milhões de americanos, a posição mais forte adoptada pelo Presidente até agora.

Depois de ter imposto uma regra em Julho que obrigava os funcionários públicos federais a comprovarem que estão vacinados ou então a serem regularmente testados para poderem trabalhar, desta vez a Casa Branca foi mais longe e removeu a opção do teste.

Os funcionários de empresas que tenham contratos públicos também vão ser abrangidos e a medida vai afectar 2.1 milhões de trabalhadores.

A principal medida vai afectar todas as empresas com 100 ou mais funcionários, que têm de garantir que os trabalhadores ou estão vacinados ou então são testados uma vez por semana. Quem não cumprir está a arriscar sofrer multas pesadas de até 14 mil dólares por cada funcionário.

Já cerca de 300 mil educadores do programa federal Head Start – que dá apoio à educação e nutrição de crianças pequenas de famílias carenciadas – também vão ter de ser vacinados. Biden apelou também a que os governadores ordenem a vacinação para os professores e funcionários das escolas.

Os 17 milhões de profissionais de saúde que trabalham em empresas que recebam fundos dos programas federais Medicare (que apoia cidadãos acima dos 65 anos) ou Medicaid (para cidadãos carenciados) também vão ter de ser vacinados.

O chefe de Estado anunciou ainda a expansão dos testes gratuitos com activação do Defense Production Act, uma medida usada durante as guerras para obrigar empresas que produzem bens essenciais a acelerar a produção. A administração está a planear enviar 25 milhões de testes grátis para clínicas de saúde americanas.

“Temos sido pacientes, mas a nossa paciência está a esgotar-se e a vossa recusa tem-nos custado a todos”, avisou aos negacionistas, apesar de a vacina da Pfizer ter inclusivamente já sido aprovada pela Administração de Alimentos e Medicamentos para além do uso de emergência.

O Presidente acrescentou que o país está “frustrado” com os 80 milhões de habitantes que ainda não se vacinaram. “Apesar de estarmos numa posição melhor do que há sete meses quando assumi a presidência, preciso de vos dizer que estamos numa fase difícil e que isto pode durar algum tempo”, alertou num discurso a partir da Casa Branca.

O novo pacote de medidas surge numa altura em que os Estados Unidos estão com uma média de 150 mil novos casos diários, cerca de 36 mil mais do que no período homólogo, quando a vacinação ainda nem tinha começado. Em média, 1500 pessoas morrem diariamente devido à covid-19.

Em Julho, o Presidente já se tinha mostrado preocupado com os números e com a resistência à vacinação de um segmento da população. “Isto é uma tragédia americana. As pessoas estão a morrer, e vão continuar a morrer, que não têm de morrer”, afirmou.

No total, 62% da população já recebeu pelo menos uma dose das vacinas e 53% já está totalmente imunizada. Há cerca de dois meses, Biden já tinha declarado que os Estados Unidos estavam “independentes” do vírus, mas o anúncio foi prematuro e os seus planos para controlar a pandemia até ao fim do Verão falharam devido à resistência à vacina.

Esta falha tem-se reflectido na popularidade de Biden. Uma sondagem do Washington Post e da ABC News feita no final de Agosto concluiu que 52% dos inquiridos aprovam a actuação do Presidente face à pandemia, o que representa uma quebra de 10 pontos em relação a Junho. A covid-19 já matou mais de 650 mil norte-americanos.

https://zap.aeiou.pt/paciencia-esta-esgotar-biden-430430

 

Presidente da China avisa que mundo sofrerá em caso de confronto com EUA !

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse esta sexta-feira ao homólogo norte-americano, Joe Biden, numa conversa telefónica, que os dois países e o mundo “sofrerão” em caso de confronto entre a China e os Estados Unidos.


“Quando a China e os Estados Unidos trabalham juntos, os países e o mundo beneficiam, mas ambos os países e o mundo sofrerão se os dois países se confrontarem“, sublinhou Xi, de acordo com um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

“A política dos EUA em relação à China tem causado sérias dificuldades ao relacionamento” entre as duas potências, acrescentou o secretário-geral do Partido Comunista Chinês.

Foi a segunda conversa por telefone entre os líderes das duas maiores economias do mundo, desde que Joe Biden assumiu a presidência dos Estados Unidos, no início do ano.

Em comunicado, a Casa Branca disse que os “dois líderes tiveram uma discussão ampla e estratégica, na qual abordaram áreas em que os interesses convergem e áreas em que os interesses, valores e perspetivas divergem”.

Os Estados Unidos manifestaram vontade que os dois lados possam trabalhar juntos em questões de interesse mútuo, incluindo as alterações climáticas e a prevenção de uma crise nuclear na península coreana, apesar das crescentes diferenças.

A relação entre a China e os EUA deteriorou-se rapidamente, nos últimos dois anos, com várias disputas simultâneas entre as duas maiores economias do mundo, incluindo uma prolongada guerra comercial e tecnológica e diferendos em questões envolvendo os Direitos Humanos, o estatuto de Taiwan e Hong Kong, ou a soberania do mar do Sul da China.

Antes da conversa por telefone, um responsável do executivo norte-americano, citado pela agência de notícias Associated Press (AP), disse que a Casa Branca não estava satisfeita com os contactos iniciais com Pequim.

O responsável, que pediu o anonimato, disse que a Casa Branca espera que uma conversa entre os dois líderes possa ser benéfica.

O comunicado emitido pela diplomacia chinesa destacou que “ambos os líderes mantiveram uma comunicação estratégica sincera, ampla e profunda, e abordaram as relações bilaterais e questões pendentes de interesse comum”.

“A comunidade internacional enfrenta muitos problemas comuns. A China e os EUA devem assumir maiores responsabilidades e continuar a olhar em frente e demonstrar valor estratégico e político”, acrescentou Xi Jinping, de acordo com a mesma nota.

Xi citou em particular as iniciativas chinesas para combater as alterações climáticas, dias após a visita à China do enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry.

Xi e Biden “concordaram em manter uma comunicação regular por meio de vários canais”, no âmbito das questões do clima, enquanto orientam responsáveis dos respetivos governos, em diferentes níveis e áreas, para fazerem o mesmo, destacou o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O responsável da Casa Branca, citado pela AP, indicou que Biden deixou claro a Xi que não tenciona afastar-se da política da sua administração de pressionar a China nas questões dos Direitos Humanos, comércio e outras áreas em que acredita que Pequim está a infringir as normas internacionais.

Os contactos de alto nível entre Pequim e Washington têm sido marcadas por recriminações.

Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, alertou John Kerry que a deterioração das relações entre os dois países pode prejudicar a cooperação na questão do clima.

Wang disse a Kerry que a cooperação não pode ser separada do relacionamento mais amplo e pediu aos EUA que tomem medidas para melhorarem os laços.

Em julho, a vice-secretária de Estado norte-americana Wendy Sherman enfrentou uma longa lista de exigências e reclamações, durante uma visita à China, incluindo acusações de que os EUA estão a tentar conter e suprimir o desenvolvimento do país asiático.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Xie Feng, pediu aos EUA que “mudem a sua mentalidade altamente equivocada e política perigosa”.

Desde o início da presidência, Biden tem privilegiado um alinhamento com os aliados para procurar uma abordagem comum para a China. O líder norte-americano vê Pequim como o concorrente económico mais significativo dos Estados Unidos e uma preocupação crescente para a segurança do seu país.

https://zap.aeiou.pt/presidente-china-avisa-confronto-eua-430490

 

Papa enviou 15 mil gelados aos presos de Roma (para os ajudar a fazer frente ao calor !

Recentemente, o Papa Francisco enviou 15 mil gelados à comunidade prisional de Roma, para ajudar os presos a refrescarem-se durante aquele que está a ser um dos verões mais quentes de Itália.

Segundo o jornal The Guardian, os 15 mil gelados foram entregues pelo Esmoler do Vaticano, o Cardeal Konrad Krajewski, nos dois estabelecimentos prisionais de Roma – Regina Coeli, no centro da cidade, e Rebibbia, nos arredores.

Em comunicado, o Vaticano disse que o gabinete de caridade do Papa “não foi de férias” este verão e que, em vez disso, os voluntários gastaram o seu tempo livre para “se continuarem a dedicar, entre outras coisas, a dois dos sete trabalhos de misericórdia: visitar os presos e consolar os aflitos”.

A doação de gelados foi um dos vários “pequenos gestos evangélicos” feitos durante este verão “para ajudar e dar esperança às milhares de pessoas nas prisões de Roma”, acrescenta a mesma nota.

Em junho, conta o jornal britânico, cerca de 20 presos de Rebibbia encontraram-se com o Sumo Pontífice, no dia em que foram também convidados a visitar os Museus do Vaticano. O gabinete de caridade do Vaticano também se ocupou de levar alguns sem-abrigo a passear, onde puderam desfrutar de “uma tarde de relaxamento e jantar numa pizzaria”.

Além disso, a instituição de caridade também forneceu testes gratuitos e vacinas aos sem-sem-abrigo da capital italiana e aos mais carenciados.

Este verão tem sido um dos mais quentes de sempre registados em Itália. No mês de agosto, foi registado em Siracusa, na Sicília, um máximo de 48,8 graus Celsius, que terá sido a temperatura mais alta registada na Europa.

https://zap.aeiou.pt/papa-enviou-15-mil-gelados-aos-presos-de-roma-para-os-ajudar-a-fazer-frente-ao-calor-430468

 

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Durante 300 anos, pintura de Vermeer teve um segredo escondido à vista de todos !


O quadro do artista holandês Johannes Vermeer, pintado entre 1657 e 1659, teve um elemento escondido durante cerca de 300 anos.

Durante cerca de três séculos, a “Rapariga a Ler uma Carta à Janela”, do pintor holandês Johannes Vermeer, nunca deu nenhuma pista do que aquela mensagem dizia. Mas, segundo conta a CNN, na semana passada, a Pinacoteca dos Mestres Antigos revelou o segredo que estava à vista de todos, mas escondido sob camadas de tinta.

Antes da sua próxima exposição sobre o célebre pintor, este museu em Dresden, na Alemanha, onde esta pintura esteve hospedada durante grande parte da sua vida, lançou uma imagem do quadro drasticamente alterada.

Isto porque, depois de um trabalho árduo de quatro anos de restauro, a parede vazia da pintura mostra agora uma grande figura do Cupido, descoberta por raios-X em 1979, mas agora revelada pela primeira vez.

A revelação de Cupido, o deus do amor na mitologia romana, muitas vezes representado como um menino com asas e uma seta, dá à carta novas conotações de afeto, saudade e desejo, explica a cadeia televisiva.

https://twitter.com/Dutchreviewing/status/1433308713692053505?s=20

Quando esta figura oculta foi encontrada pela primeira vez, há mais de 40 anos, acreditava-se que o próprio artista holandês o tinha escondido.

“Era de bom senso pensar que Vermeer havia pintado por cima dessa parte da sua composição porque já tinha feito isso várias vezes”, disse Stephan Koja, historiador de arte e diretor do museu alemão, numa entrevista.

Mas quando os conservadores começaram a limpar a pintura, em 2017, encontraram evidências que sugeriram o contrário. O verniz na parede vazia atrás da jovem era de uma cor diferente e a consistência da tinta também, explicou Koja.

Quando os investigadores analisaram amostras em laboratório, encontraram sujidade escondida entre as camadas de tinta, sugerindo que foi outra pessoa a adicionar aquela tinta muito mais tarde.

“Percebemos que a sujidade significava que a pintura estava acabada, tendo ficado exposta à luz e às circunstâncias de uma sala durante várias décadas”, acrescentou o diretor.

A equipa envolvida neste trabalho acredita que a nova pintura ocorreu em algum momento do início do século XVIII. Mas quanto a quem fez isso, e porquê, não é possível dizer. E é provável que este mistério nunca venha a ser resolvido.

A pintura veio de uma coleção francesa no início desse século, quando Vermeer ainda não era muito conhecido (morreu, em 1675, cheio de dívidas). Stephan Koja sugere que a pintura pode ter sido modificada para se parecer mais com a obra de Rembrandt, possivelmente pelas mãos do responsável flamengo da coleção, que também era artista.

Naquela época, alterar a pintura de outra pessoa “era bastante típico”, explicou. “As pinturas foram alteradas de acordo com o gosto. Hoje em dia, seria completamente inconcebível tocar num Vermeer, mas outros, séculos antes de nós, nem hesitaram.”

https://zap.aeiou.pt/pintura-vermeer-segredo-escondido-430459

 

A maior central do mundo para extrair CO2 do ar começou a funcionar na Islândia !


A Orca, uma instalação construída pela empresa Climeworks na Islândia, começou a funcionar esta quarta-feira e vai capturar quatro mil toneladas métricas de dióxido de carbono por ano.

De acordo com o jornal Washington Post, a central, localizada num planalto de lava no sudoeste da Islândia, começou a funcionar esta quarta-feira e, segundo os especialistas, pode vir a desempenhar um papel importante na redução dos gases de efeito de estufa que estão a aquecer o nosso planeta.

A instalação, chamada Orca e cujo principal objetivo é extrair dióxido de carbono (CO2) do ar, é a maior do mundo no seu género, segundo a empresa que a construiu, a Climeworks, pois aumenta a capacidade global da tecnologia em mais de 40%.

Será capaz de eliminar quatro mil toneladas métricas de CO2 por ano, o que, na verdade, ainda se traduz numa ínfima parte daquilo que é necessário. Isto porque, segundo a Agência Internacional de Energia, em 2050, a Humanidade terá de conseguir capturar quase mil milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono da atmosfera, todos os anos, para atingir as metas.

Mas, apesar de ainda ser um grão no meio do deserto, a Climeworks está confiante de que esta tecnologia pode crescer rapidamente, à medida que a eficiência aumenta e os custos diminuem.

“Este é um mercado que ainda não existe, mas que precisa de ser construído com urgência. Esta central é, na verdade, o modelo para aumentar ainda mais a escala e industrializar esta tecnologia”, disse Christoph Gebald, engenheiro suíço que co-fundou a Climeworks.

Segundo o mesmo jornal, nesta central foram instalados ventiladores do tamanho de uma pessoa numa série de caixas. Estes são os responsáveis por sugar o dióxido de carbono do ar, capturando-o nuns filtros semelhantes a esponjas.

Os filtros são queimados, aproximadamente à mesma temperatura necessária para ferver água, o que liberta o gás. É então que este é misturado com água e bombeado em direção a cavernas de basalto subterrâneas, onde com o tempo vai acabando por arrefecer e se transformar numa pedra cinza escura.

Bombear o CO2 para as profundezas da terra é apenas uma das soluções, recorda o The Post. As empresas de energia podem misturá-lo com hidrogénio para produzir combustível. Os agricultores podem usá-lo para alimentar as suas plantas. Os fabricantes de refrigerantes podem usá-lo para fazer gás. Há mais do que uma opção.

Para já, o principal problema são os custos ainda elevados: cerca de 500 a 700 euros por tonelada métrica. “Se as pessoas ouvirem estes números pela primeira vez, é provável que pensem: ‘Uau, isto é caro’. Mas é sempre uma questão de com o que se está a  comparar”, explica Gebald.

O engenheiro exemplifica esta situação com o caso do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que subsidia carros elétricos em torno de 380 a 420 euros por tonelada de emissões de carbono economizadas ao longo da vida útil esperada do veículo.

A longo prazo, o suíço acredita que os preços podem baixar, tendo em vista que, em 2030, andem à volta dos 170 a 250 euros por tonelada. No final dessa década, Gebald acha que será metade disso.

https://zap.aeiou.pt/maior-central-mundo-para-eliminar-co2-ar-430470

 

Trump vai comentar combate de boxe no 20.º aniversário do ataque às Torres Gémeas !

O ex-presidente Donald Trump estará no sábado a comentar junto do ringue um combate de boxe em que participa o antigo campeão de pesos-pesados Evander Holyfield, de 58 anos.


No dia em que se celebram 20 anos sobre o ataque às Torres Gémeas, Trump terá a companhia do filho, Donald Jr., para comentar o combate a transmitir em quatro episódios e que estará disponível em formato “pay per view” no serviço de streaming da plataforma FITE.TV. O serviço tem um custo de 49,99 dólares e estará disponível através de aplicações móveis e Smart TV.

De início, o combate estava previsto para se realizar em Los Angeles assinalando o regresso de Oscar de La Hoya ao ringue para enfrentar Vitor Belfort, antigo campeão da Ultimate Fighting Championship (UFC), mas de La Hoya teve de desistir por ter sido hospitalizado com covid-19, o que fez com que fosse substituído por Holyfield.

O combate foi transferido para o Hard Rock Hotel and Casino, na Flórida, depois de a comissão atlética do estado da Califórnia ter ter recusado a aprovar a luta devido à idade de Evander Holyfield, antigo campeão de pesos pesados que cumprirá 59 anos em outubro e que não luta desde 2011.

O combate entre Holyfield e Belfort terá oito rounds de dois minutos.

Trump está desde há muito ligado ao boxe, tendo acolhido e promovido combates ao longo dos anos, a maioria dos quais realizados no casino de que era proprietário em Atantic City, no estado de Nova Jersey.

O ex-presidente norte-americano não tem mais compromissos marcados para 11 de setembro.

A FITE.TV, que foi adquirida pela Triller, tem historial de serviço de partilha de vídeos com celebridades convidadas para comentar boxe, entre as quais Snoop Dogg e Pete Davidson, comediante em “Saturday Night Live”.

Os outros episódios agendados são com Anderson Silva versus Tito Ortiz, David Haye versus Joe Fournier e Andy Vences versus Jono Carroll.

https://zap.aeiou.pt/trump-comentar-combate-torres-gemeas-430239

 

Reino Unido vai ordenar regresso ao mar dos migrantes que cheguem através do Canal da Mancha !

Forças britânicas estão a ser treinadas, há cerca de dois anos, para colocarem em prática técnicas de inversão de sentido dos barcos de migrantes, de forma a enviá-los novamente para território francês.


O Reino Unido está a preparar-se para devolver ao mar os barcos que cheguem à sua costa com migrantes provenientes de França. Num documento oficial do Home Office, equivalente ao ministério da Administração Interna, o Governo britânico fez saber que a guarda costeira está a ser treinada para aplicar técnicas de “turn-around”, ou seja, inversão de sentido, treinadas ao longo dos últimos dois anos, com o objetivo de devolver os migrantes a águas francesas.

Segundo o The Guardian, a proposta já foi rejeitada pelo Governo francês, que ontem, através de uma carta escrita pelo ministro do Interior, Gérald Darmanin, justifica a sua posição com a “salvaguarda de vidas humanas”, o qual consideram ser mais importante do que qualquer questão relacionada com políticas de nacionalidade, estatuto ou migrações. O responsável alertou ainda para a possibilidade de a cooperação entre os dois países sair afetada por esta por esta decisão.

“A posição francesa relativamente à intervenção marítima mantêm-se inalterável. A salvaguarda de vidas no mar prioriza-se às questões relacionadas com políticas de nacionalidade, estatuto e migração, em perfeito respeito e consonância com a lei internacional marítima que rege as operações de investigação e resgate no mar. No que respeita ao trânsito e condições para atravessar o Canal, França não tem outra solução que não passe por intervir com mais frequência apoiada pela lei internacional de operações de investigação e resgate no mar”, escreveu Darmanin.

O responsável fez ainda saber que chegou a acordo com as autoridades britânicas para duplicar o número de pessoal destacado para patrulhar o Canal da Mancha, com os britânicos a disponibilizarem um avião aos franceses para monitorizar a área. Darmanin também fez saber que recusou a proposta inglesa de formar uma força conjunta para impedir os contrabandistas de usar barcos.

Sobre estas últimas questões, Darmanin mostrou-se satisfeito com a atual relação das duas guardas costeiras. “A coordenação entre as nossas forças costeiras é, de acordo com as próprias equipas, boa e eficaz. Não é necessário criar uma nova estrutura, como foi proposto.”

Na declaração do Home Office, à responsabilidade de Priti Patel, foi assumida a intenção de devolver os migrantes a França, ao contrário do que seria de esperar. Entretanto, os membros da guarda costeira, que devem terminar os treinos nas próximas semanas, já informaram as autoridades que só colocaram em prática as técnicas aprendidas — desenvolvidas em colaboração com especialistas em assuntos marítimos  — quando sentirem que é seguro fazê-lo.

Mesmo assim, alguns dos deputados mais conservadores britânicos já lançaram apelos para que o ministro responsável pela Administração Interna emita diretivas contrárias ao direito internacional no sentido de enviar para França todos os migrantes ilegais que cheguem de França.

Segundo o Home Office, cerca de 785 pessoas atravessaram o Canal da Mancha em pequenos barcos só durante segunda-feira, um valor pouco abaixo do recorde diário de 828 migrantes. Ao longo do que já decorreu de 2021, estima-se que 13 mil migrantes já tenham feito a mesma travessia.

https://zap.aeiou.pt/reino-unido-regresso-mar-migrantes-canal-da-mancha-430272

 

Bolsonaro pode ser acusado de crime de responsabilidade - Bolsa brasileira perde milhões !

As ameaças de Bolsonaro ao poder judicial e ao Supremo podem incorrer num crime de responsabilidade, que pode também levar à destituição do Presidente, apesar de por enquanto parecer improvável.


Depois de voltar a ameaçar o poder judicial brasileiro e a oposição política durante as marchas do Dia da Independência, Jair Bolsonaro pode agora ser acusado do crime de responsabilidade.

Recorde-se que a 7 de Setembro, dia em o Brasil celebra a independência de Portugal, os Bolsonaristas marcaram marchas um pouco por todo o país para mostrarem o seu apoio ao Presidente. O contingente policial em Brasília chegou a ser reforçado por receios de uma possível insurreição.

Os apoiantes de Bolsonaro chegaram a conseguir derrubar a barreira policial para a Esplanada dos Ministérios, a parte central da capital brasileira onde estão concentradas as instituições do poder e tentaram também ocupar o Ministério da Saúde.

Nos discursos aos apoiantes, Bolsonaro deixou ameaças ao Supremo Tribunal. “Não mais aceitaremos que o Supremo ou qualquer autoridade usando a força do poder passe por cima da nossa Constituição. Nós também não podemos continuar a aceitar que uma pessoa especifica na região dos ‘três poderes’ continue a barbarizar a nossa população”, afirmou.

O chefe de Estado brasileiro acrescentou que a manifestação era também um “ultimato  para todos que estão na Praça dos Três Poderes“, inclusive o próprio Presidente da República e disse que não vai acatar decisões de Alexandre de Moraes, juiz que esta semana condenou dois apoiantes de Bolsonaro a prisão preventiva por estarem a organizar actos contra a democracia e por ameaçarem o Presidente do Supremo.

“A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais. Ou esse ministro se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas, turve a nossa liberdade. Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha”, disse.

O Presidente do Supremo Tribunal Federal foi claro na resposta ao chefe de Estado, dizendo que não cede a pressões. O STF “jamais aceitará ameaças à sua independência nem intimidações ao exercício regular de suas funções”, garantiu Luiz Fux no discurso de abertura da sessão do plenário do tribunal.

“O Supremo Tribunal Federal também não tolerará ameaças à autoridade de suas decisões. Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do chefe de qualquer dos poderes, essa atitude, além de apresentar um atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional”, reforçou o juiz.

Fux acrescenta que as meras críticas não podem ser confundidas com as “narrativas de descredibilização do Supremo Tribunal” que tem sido “gravemente difundidas pelo Chefe da Nação”. “Ofender a honra dos Ministros, incitar a população a propagar discursos de ódio contra a instituição do Supremo Tribunal Federal e incentivar o descumprimento de decisões judiciais são práticas antidemocráticas, ilícitas e intoleráveis”, remata.

Há juristas que também apontam para uma possível destituição do Presidente. Ao G1, o professor de direito Gustavo Binenbojm adiante que a ameaça de Bolsonaro de que não vai cumprir decisões judiciais é um “atentado à independência e harmonia entre os poderes” e pode ser vista como “um crime de responsabilidade“.

Este crime “pode resultar num impeachment e na perda dos seus direitos políticos por oito anos” do Presidente, “a juízo do Congresso Nacional, autorização da Câmara e decisão final do Senado”, explica o especialista.

Quase todos os partidos criticaram o discurso de Bolsonaro, incluindo os mais a direita que já tinham previamente apoiado o Presidente. Segundo escreve o Público, já chegaram à Câmara dos Deputados mais de 120 pedidos de impeachment contra Bolsonaro e espera-se agora uma nova onda de queixas.

No entanto, a abertura de um processo para afastar o Presidente do poder depende de Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados, que já apelou à “pacificação” e não se mostra aberto à possibilidade, apesar de criticar os “radicalismos e excessos”. O conhecido “centrão” – um grande grupo de deputados conhecidos mais pelo pragmatismo do que pela ideologia – também deve segurar Bolsonaro, que voltou a lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro e disse que “só Deus” o tira do Planalto.

Bolsa perde 31 mil milhões de euros

Os investidores mostraram-se também receosos com o clima de tensão política no Brasil e isso reflectiu-se na bolsa. As empresas brasileiras perderam 195,3 mil milhões de reais – o que equivale a 31 mil milhões de euros – em valor de mercado na quarta-feira.

As empresas mais afectadas foram a Petrobras, que perdeu 19,6 mil milhões de reais (3,13 mil milhões de euros), a Ambev (15,4 mil milhões de reais, ou 2,45 mil milhões de euros), a Itaú (14,3 mil milhões de reais, 2,27 mil milhões de euros) e a Bradesco (12,2 mil milhões de reais, 1,94 mil milhões de euros).

Durante a tarde de quarta-feira, a bolsa caía quase 4%, com o o Ibovespa, principal índice no Brasil, a cair 3,53% às 16h15, escreve o UOL. O índice acabou por encerrar com uma forte queda de 3,78% e ficou em 113.412 pontos, a maior queda diária desde 8 de Março deste ano.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-pode-ser-acusado-de-crime-de-responsabilidade-bolsa-brasileira-perde-milhoes-430249

 

Futebol nórdico bate o pé à organização do Mundial de 2022 !

O sentimento não é exclusivo do futebol nórdico, mas é de lá que têm vindo as mais variadas formas de contestação à realização do Mundial de 2022 no Qatar.


Não é para menos. Desde que o Qatar ganhou o direito a organizar o próximo Mundial, em dezembro de 2010, que 6.500 trabalhadores da Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka terão morrido neste pequeno país do Golfo Pérsico.

O internacional alemão Toni Kroos classificou como “inaceitáveis” as condições laborais em vigor no Qatar. “Os imigrantes são submetidos a jornadas de trabalho contínuas, sob temperaturas de 50.º graus, não são alimentados de forma condigna e não têm acesso a agua potável”, disse num podcast, em março deste ano.

No arranque da qualificação para o Campeonato do Mundo, jogadores da Noruega e da Alemanha exibiram t-shirts com mensagens de alerta para a situação vivida no país.

Esta semana, foi o internacional finlandês Tim Sparv a chamar a atenção para o que se está a passar. “Para qualquer pessoa que simplesmente se preocupa com os direitos humanos, continue a falar sobre o Campeonato do Mundo do Qatar”, lê-se na carta aberta publicada no The Players’ Tribune.

“Continue a discussão. Continue a expressar o seu apoio aos trabalhadores migrantes. Escreva, tweet sobre eles. Publique declarações. Fale. Coloque mais pressão sobre o Qatar e a FIFA”, prosseguiu.

Sparv diz que sabe que está a escrever esta mensagem tarde de mais e, que se o tivesse feito há mais anos, até “poderia ter salvado vidas”.

O seu colega de seleção Riku Riski até recusou participar num estágio com a Finlândia no Qatar, por razões éticas.

“Não sou um especialista, mas enquanto capitão da Finlândia eu sei que em breve poderei estar a jogar em estádios que custaram a vida a trabalhadores”, lamentou Sparv.

Agora, a federação sueca de futebol (SvFF), que costuma organizar um campo de treinos no Qatar durante o mês de janeiro, anunciou que este ano não o vai fazer.

Numa declaração no seu site oficial, a SvFF anunciou que após uma reunião com os treinadores da Allsvenskan, a principal divisão da Suécia, e com os representantes da liga, ficou “expressa a opinião unânime que o estágio não deve acontecer em Doha nos próximos anos”.

Sem o acordo dos clubes, não há jogadores dispensados para a seleção, realça a Tribuna Expresso.

https://zap.aeiou.pt/futebol-nordico-bate-o-pe-qatar-430270

 

Dinamarca quer obrigar imigrantes a trabalhar para manterem subsídios, nem que seja a apanhar beatas de cigarros !

O Governo da Dinamarca quer aprovar uma medida que obriga alguns imigrantes do país a trabalharem 37 horas por semana, pelo menos, para poderem continuar a receber os subsídios do Estado.


A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, do partido Social Democrata, explica que o principal foco da medida são as mulheres de “origens não ocidentais” que vivem de benefícios sociais.

A expectativa do Governo é que cerca de 20 mil imigrantes, sobretudo mulheres oriundas de países islâmicos, procurem empregos numa altura em que a Dinamarca enfrenta um sério problema de falta de mão de obra.

A alteração proposta pelo Executivo de Mette Frederiksen vai abranger os imigrantes que recebem apoios sociais há entre três e quatro anos e que ainda não conseguem falar bem a língua dinamarquesa.

A primeira-ministra alega que a medida visa ajudar os imigrantes a integrarem-se na sociedade dinamarquesa.

“Queremos introduzir uma nova lógica de trabalho em que as pessoas tenham o dever de contribuir e ser úteis e, se não conseguirem encontrar um emprego regular, terão de trabalhar pela sua mesada”, justifica Mette Frederiksen.

“Durante muitos anos, prestamos um péssimo serviço a muitas pessoas ao não lhes exigir nada”, diz ainda a primeira-ministra.

De acordo com dados do Governo, 6 em cada 10 mulheres do Médio Oriente, do Norte de África e da Turquia que vivem na Dinamarca não estão integradas no mercado de trabalho.

“É um problema quando temos uma economia tão forte, onde a comunidade empresarial exige mão de obra, e temos um grande grupo, principalmente de mulheres com origens não ocidentais, que não fazem parte do mercado de trabalho”, salienta Mette Frederiksen.

O ministro do Emprego, Peter Hummelgaard, já veio dizer que os imigrantes podem fazer todo o tipo de trabalhos, desde apanhar beatas de cigarros na rua até exercerem funções em empresas.

Mas os partidos da oposição são contra a nova medida e há quem considere que é uma espécie de “despejo social apoiado pelo Estado, enviando pessoas para empregos malucos”, como nota o porta-voz do partido de esquerda Unity List.

Entretanto, a imprensa dinamarquesa revela relatos de imigrantes que se queixam de que não conseguem encontrar emprego por causa das suas origens.

A Dinamarca tem apertado as políticas de imigração nos últimos anos, sendo, actualmente, um dos países mais rígidos da Europa neste âmbito.

Em Julho passado, causou polémica o facto de o Governo dinamarquês ter tentado devolver centenas de refugiados sírios ao seu país natal depois de um relatório ter considerado que há zonas da Síria onde a segurança melhorou.

https://zap.aeiou.pt/dinamarca-imigrantes-trabalhar-subsidios-430215

 

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Inflação dispara na Europa e Brasil caminha para ESTAGFLAÇÃO !


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