O Governo da Dinamarca quer aprovar uma medida que obriga alguns imigrantes do país a trabalharem 37 horas por semana, pelo menos, para poderem continuar a receber os subsídios do Estado.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, do partido Social Democrata, explica que o principal foco da medida são as mulheres de “origens não ocidentais” que vivem de benefícios sociais.
A expectativa do Governo é que cerca de 20 mil imigrantes, sobretudo mulheres oriundas de países islâmicos, procurem empregos numa altura em que a Dinamarca enfrenta um sério problema de falta de mão de obra.
A alteração proposta pelo Executivo de Mette Frederiksen vai abranger os imigrantes que recebem apoios sociais há entre três e quatro anos e que ainda não conseguem falar bem a língua dinamarquesa.
A primeira-ministra alega que a medida visa ajudar os imigrantes a integrarem-se na sociedade dinamarquesa.
“Queremos introduzir uma nova lógica de trabalho em que as pessoas tenham o dever de contribuir e ser úteis e, se não conseguirem encontrar um emprego regular, terão de trabalhar pela sua mesada”, justifica Mette Frederiksen.
“Durante muitos anos, prestamos um péssimo serviço a muitas pessoas ao não lhes exigir nada”, diz ainda a primeira-ministra.
De acordo com dados do Governo, 6 em cada 10 mulheres do Médio Oriente, do Norte de África e da Turquia que vivem na Dinamarca não estão integradas no mercado de trabalho.
“É um problema quando temos uma economia tão forte, onde a comunidade empresarial exige mão de obra, e temos um grande grupo, principalmente de mulheres com origens não ocidentais, que não fazem parte do mercado de trabalho”, salienta Mette Frederiksen.
O ministro do Emprego, Peter Hummelgaard, já veio dizer que os imigrantes podem fazer todo o tipo de trabalhos, desde apanhar beatas de cigarros na rua até exercerem funções em empresas.
Mas os partidos da oposição são contra a nova medida e há quem considere que é uma espécie de “despejo social apoiado pelo Estado, enviando pessoas para empregos malucos”, como nota o porta-voz do partido de esquerda Unity List.
Entretanto, a imprensa dinamarquesa revela relatos de imigrantes que se queixam de que não conseguem encontrar emprego por causa das suas origens.
A Dinamarca tem apertado as políticas de imigração nos últimos anos, sendo, actualmente, um dos países mais rígidos da Europa neste âmbito.
Em Julho passado, causou polémica o facto de o Governo dinamarquês ter tentado devolver centenas de refugiados sírios ao seu país natal depois de um relatório ter considerado que há zonas da Síria onde a segurança melhorou.
https://zap.aeiou.pt/dinamarca-imigrantes-trabalhar-subsidios-430215
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