Um ucraniano que serviu como tradutor no regime nazi morreu na quinta-feira na sua casa, em Ontário, no Canadá, encerrando uma luta de décadas para deportá-lo e acusá-lo de cúmplice no assassinato de dezenas de milhares de judeus.
Helmut Oberlander integrou um esquadrão de morte que vitimou quase 100.000 pessoas durante a Segunda Guerra Mundial, a maioria judeus. Embora não seja acusado de envolvimento direto nas mortes, revelou que foi convocado para servir naquele grupo durante a adolescência, após ser ameaçado, avançou o Independent.
Tendo servido como intérprete entre 1941 e 1943, chegou ao Canadá onze anos depois, onde obteve a cidadania passados seis anos. Oberlander não informou as autoridades canadianas sobre o papel que desempenhou no Holocausto, tendo estas descoberto os crimes na década de 1960.
Quase 30 anos depois, o governo canadiano começou a trabalhar na revogação da sua cidadania, enquanto várias organizações de judeus pediam a sua deportação.
A administração canadiana revogou a sua cidadania pela quarta vez em junho de 2017, com base no envolvimento de Oberlander em crimes de guerra. O homem enfrentava o processo de deportação quando faleceu, na quinta-feira.
“A B’nai Brith Canada expressa a sua frustração com o fracasso do país em deportar um ex-tradutor de um esquadrão da morte nazi, que entrou no Canadá depois de mentir sobre o seu passado na guerra”, avançou em comunicado a organização. “A morte pacífica de Helmut Oberlander em solo canadiano é uma mancha na nossa consciência nacional”.
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