domingo, 12 de setembro de 2021

Projeto Amazónia 4.0 - A tecnologia pode ajudar a salvar a maior floresta do mundo !

Ameaçada pela desflorestação, exploração mineira e pecuária, a preservação da floresta está a ganhar fôlego com a indústria 4.0. O novo projeto visa fomentar negócios que protegem a vida e distribuem os lucros entre os habitantes locais.


Entre árvores frutíferas nativas e rodeada pela Floresta Amazónica, Selma Ferreira aguarda uma grande transformação na dinâmica do trabalho que faz com outras 40 mulheres na Amabela – Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Belterra, município no Pará. De forma artesanal, elas recolhem e transformam caroços de cupuaçu – que antes iam para o lixo – num produto apreciado: um tipo de chocolate.

A mudança tão aguardada virá em forma de uma tecnologia. Uma fábrica à medida será instalada no início de 2022 para que consigam ganhar mais com o que retiram cuidadosamente da floresta.

“Os investigadores já nos explicaram o projeto. Estamos empolgadíssimas, queremos desenvolver um produto de qualidade, apresentar uma boa venda, levar o nosso chocolate para o Brasil, para o mundo”, diz Ferreira. Por enquanto, a iguaria só é fornecida às feiras da região.

Esse ambiente criado pelo esforço destas mulheres, movidas pelo slogan “do lixo para a mesa” e que aproveitam todas as partes das plantas nativas, é como um laboratório perfeito para testar a experiência dos cientistas à frente do projeto Amazónia 4.0.

A iniciativa propõe uma via alternativa à que está em curso na região, atualmente pavimentada pelo desflorestação, exploração mineira e pecuária de baixa produtividade. O projeto quer comprovar que existem modelos de negócio que podem preservar o ecossistema com maior biodiversidade do mundo, evitar emissões de gases de efeito estufa causadas pelo corte e queima da mata, e distribuir a riqueza gerada entre os habitantes da floresta.

“A nossa meta é ajudar a agregar valor à matéria-prima que vem da floresta, do trabalho dos locais, para que esta economia da floresta em pé seja superior à economia do trator, da destruição”, explica Ismael Nobre, diretor científico do Amazónia 4.0.

Alta tecnologia para os moradores da floresta

A fábrica móvel aguardada por Ferreira está quase pronta, a mais de 3 mil quilómetros dos pés de cupuaçu e cacau de onde ela retira os frutos. Em São José dos Campos, em São Paulo, a equipa de investigadores faz os últimos ajustes antes do transporte até à comunidade amazónica.

Ancorado no conceito de indústria 4.0, em que as máquinas são criadas com tecnologias como inteligência artificial, robótica e computação em nuvem, o projeto pensa em modelos para incentivar a bioeconomia e recompensar os conhecimentos tradicionais.

“As tecnologias da quarta Revolução Industrial tornam possível, pela primeira vez, pensar numa economia de valor agregado feita com e por atores locais”, comenta Nobre.

A ideia é que todo o processo, da recolha na floresta à produção final, fique nas mãos das comunidades, assim como o lucro. Estudos sobre diferentes cadeias feitos pelos investigadores mostram que as matérias-primas saem da Amazónia por baixo valor e, quando atingem alguns mercados, tornam-se artigos caros, como cosméticos vendidos fora do país que contêm açaí ou o próprio cupuaçu na sua composição.

De todos os empreendimentos em fase de desenvolvimento, chamados de Laboratórios Criativos da Amazónia, o que envolve cacau e cupuaçu é o mais avançado. Inicialmente, contará com uma fábrica inovadora pequena, para demonstração do modelo, movida a energia solar. Um sistema de rastreabilidade automático, com tecnologia blockchain, permitirá que o consumidor consulte todas as informações sobre a origem do futuro chocolate.

“Nós vamos treinar as comunidades nessa fase inicial. O sistema todo automatizado também vai permitir que o resultado final da produção seja compatível com mercados internacionais”, adiciona Nobre.

Tecnologia para monitorizar a destruição

Foi o uso da tecnologia que permitiu que o ritmo de destruição da maior floresta tropical do mundo fosse acompanhado dia a dia. Em Belterra, por exemplo, cidade onde atuam as mulheres da associação que serão beneficiadas por um dos projetos do Amazónia 4.0, a transformação de áreas de mata nativa em campos de cultivo de soja provocou um aumento histórico na temperatura, como mostrou um estudo recente publicado pela Embrapa Amazônia Oriental.

Como olhos vigilantes em tempo integral, os satélites capturam dados e imagens do corte de árvores e permitem o cálculo da área destruída. Carlos Souza Jr., investigador do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazónia (Imazon), foi um dos que ajudaram a criar meios para se observar o corte seletivo da madeira de valor comercial na imensidão verde.

“O corte raso, quando a floresta é toda removida, é fácil de ser identificado nas imagens de satélite. Já o corte feito para a extração de madeira não remove completamente a cobertura original, e nós ajudamos a criar um algoritmo para fazer essa deteção”, detalha Souza Jr. à DW.

A inovação foi essencial para uma conclusão inédita: 4.640 quilómetros quadrados da Amazónia desapareceram exclusivamente por causa da exploração de madeira entre agosto de 2019 e julho de 2020. Essa área soma-se àquela detetada pelo INPE como desflorestada por completo e que, no mesmo período, foi de 10.861 quilómetros quadrados.

“Toda essa tecnologia de sensores remotos e a capacidade de processar os dados em larga escala é parte da solução para salvar a Amazónia. Precisamos de ter bons diagnósticos, entender o que está a acontecer. Nisso, o Brasil está bem servido”, opina Souza Jr., que coordena a Rede Simex (Sistema de Monitorização da Exploração Madeireira), composta pelo IMAZON, pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (IDESAM), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA) e Instituto Centro de Vida (ICV).

Dos nove estados analisados, o estado do Mato Grosso registou 50,8% do total de madeira explorada, seguido pelo Amazonas (15,3%), Rondônia (15%) e Pará (10,8%).

Ainda é difícil saber exatamente a taxa de ilegalidade, detalha o investigador. Para isso, é preciso cruzar a informação obtida pelo satélite com as autorizações concedidas – e isso só é possível nos estados de Mato Grosso e Pará.

Mais que tecnologia

Mas a tecnologia por si só não basta: é preciso saber usar todas essas informações produzidas com ajuda dela. “Para manter a Amazónia, precisamos de avanços na esfera judicial, com aplicação das multas e responsabilização“, comenta Souza Jr.

Selma Ferreira defende a floresta por meio da recolha dos frutos nativos e das receitas de chocolate criadas com a ajuda das filhas. Apesar do entusiasmo, também não acredita que a tecnologia sozinha dará conta de todo o trabalho.

A floresta significa vida, não só para nós que vivemos dela, mas para todos. Só quando todos entenderem isso é que a Amazónia estará a salvo”, diz, sobre o futuro que deseja para a floresta, que tem um dia no calendário nacional para marcar sua importância, celebrado a 5 de setembro.

https://zap.aeiou.pt/projeto-amazonia-salvar-floresta-430121

 

Milhares de pessoas nas ruas de Barcelona pela independência da Catalunha !

Milhares de pessoas participam hoje na manifestação pela independência da Catalunha, em Barcelona, que marca o regresso das mobilizações de rua interrompidas em 2020 pela pandemia, embora com menor afluência do que nos anos anteriores.

A manifestação teve início pouco depois das 17:00 locais, sob o lema “Vamos lutar e conquistar a independência“, na praça Urquinaona, para comemorar o Dia da Catalunha, conhecido por “Diada”.

Conforme noticia a agência EFE, os movimentos independentistas fretaram mais de 200 autocarros para levar manifestantes a Barcelona, capital da Catalunha, onde está também o presidente regional catalão, o separatista moderado, Pere Aragonès.

Entre os manifestantes, a maioria com máscaras faciais, devido à pandemia de covid-19, é possível ver cartazes com ‘slogans’ como “Queremos independência agora“, ou “Governo, cumpra o seu compromisso: independência total”.

Por volta das 18:30 locais, começam os discursos dos presidentes das três entidades pró-independência: Jordi Gaseni (Associação dos Municípios pela Independência), Jordi Cuixart (Òmnium Cultural) e Elisenda Paluzie (ANC).

As tensões entre independentistas e o Governo central voltaram a subir esta semana com o anúncio surpresa feito por Madrid, na quarta-feira, de que suspendia um projeto controverso de expansão do aeroporto de Barcelona, devido à “perda de confiança” no governo regional separatista.

O projeto, denunciado por ambientalistas e envolvendo um investimento de 1,7 mil milhões de euros, tinha sido objeto de um acordo no início de agosto entre as duas partes.

O governo mostrou que não tem qualquer desejo de diálogo“, disse na quinta-feira Pere Aragonès, que foi eleito para o cargo em maio.

Esta nova frente no conflito entre Madrid e Barcelona foi iniciada dois dias antes da “Diada”, que se tornou palco de grandes manifestações pró-independência durante a última década, e, sobretudo, uma semana antes do reinício previsto das negociações para encontrar uma solução para a crise catalã.

O Dia da Catalunha (“Diada”) assinala a conquista de Barcelona pelo rei de Espanha Filipe V em 1714, depois de um cerco de 14 meses, mas o dia tem sido utilizado nos últimos anos para defender a causa da independência, com imagens, que passam em televisões de todo o mundo, de uma concentração ordeira e de grandes dimensões.

Marta Perez / EFE / EPA

A última concentração, em 2020, não teve a mesma importância da de anos anteriores, devido às medidas em vigor de luta contra a covid-19. A “Diada” de 2020 foi marcada também por vários atos de vandalismo que afetaram sobretudo a circulação ferroviária na Catalunha.

O ex-presidente catalão Carles Puigdemont, que está fugido à Justiça espanhola, defendeu na quinta-feira, nas celebrações da “Diada” em Bruxelas, organizadas pela delegação do Governo regional junto da União Europeia, o direito dos catalães a “serem independentes a fim de preservar a [sua] nação”.

No entanto, o contexto mudou radicalmente desde a tentativa falhada de independência feita em outubro de 2017.

A principal exigência do movimento pró-independência é a realização de um referendo sobre a autodeterminação da Catalunha, que tem uma população de 7,8 milhões de habitantes num total de cerca de 47,4 milhões em Espanha.

https://zap.aeiou.pt/milhares-de-pessoas-nas-ruas-de-barcelona-pela-independencia-da-catalunha-430880

 

Rainha de Inglaterra apoia o movimento “Black Lives Matter” !

A Rainha Isabel II e toda a Família Real Britânica apoiam o movimento “Black Lives Matter”. A garantia é dada por Ken Olisa, o primeiro sargento afro-descendente condecorado com a Ordem do Império Britânico de Londres.


De acordo com o funcionário da Casa Real, o racismo é um tema constante entre os membros da família, que revela, inclusive, que já teve conversas sobre as manifestações sobre o “Black Lives Matter” com diversos elementos, que mostram sempre uma posição de apoio ao tema.

O representante da monarca esclareceu ainda que após a morte de George Floyd, em maio de 2020, nos Estados Unidos, foram recorrentes no palácio das discussões sobre racismo, o que preocupou a Família Real.

“A questão é o que podemos fazer mais para ajudar a sociedade a quebrar estas barreiras. Eles preocupam-se apaixonadamente em unir cada vez mais a nação em torno dos mesmos valores”, referiu Olisa, citado pela CNN, que ao ser questionado se a Casa Real apoia o movimento Black Lives Matter respondeu: “sim, sem dúvida”.

A atitude da monarquia britânica em relação a questões raciais tem estado a ser observada de perto depois da entrevista que os Duques de Sussex deram no início deste ano.

Meghan Markle, que é afro-americana, admitiu que foi vítima de racismo por parte de um elemento da monarquia quando informou que estava grávida do seu primeiro filho. Segundo a esposa de Harry, foram levantadas questões sobre a cor de pele da criança que ainda estaria para nascer.

Após este episódio, a Família Real foi duramente criticada e surgiram até várias apostas para tentar adivinhar qual dos membros da monarquia teria proferidos tais afirmações.

Mais tarde, em junho deste ano, uma investigação do jornal britânico The Guardian revelou documentos que mostram que o Palácio de Buckingham proibiu “imigrantes de cor ou estrangeiros” de servir em funções clericais na casa real até ao final dos anos 1960.

A história colonial britânica está intrinsecamente ligada à família real que explorou países e povos durante anos. O racismo sistémico radica na prática da escravatura aquando da construção e manutenção da Commonwealth, o império britânico, por isso, estes novos detalhes não foram uma grande novidade para os britânicos, mas ainda assim não caíram bem aos olhos da opinião pública.

No meio de tanta controvérsia em torno deste tema, a monarquia também se tem destacado de forma positiva na luta contra o racismo.

Em julho deste ano, altura em que o Reino Unido recebeu vários jogos do Euro2020, foi notório que o país ainda é alvo de ataques racistas, sobretudo por parte dos fãs de futebol. Na altura, o príncipe William veio a público dizer que se tinha sentido “doente” com os insultos racistas que os jogadores ingleses receberam nas redes sociais após perderem a final de futebol.

O neto da Rainha de Inglaterra também desprezou este tipo de comportamentos após a entrevista dos Sussex a Oprah Winfrey, declarando que a monarquia “não é uma família racista”.

https://zap.aeiou.pt/isabel-ii-apoia-black-lives-matter-430654

 

Vacinação de menores de 12 anos pode ser decisiva para reduzir contágios - Pfizer vai pedir aprovação “dentro de semanas” !

A vacinação de menores de 12 anos contra a covid-19 é considerada determinante para reduzir os contágios por covid-19 e para combater a variante Delta, mas os reguladores aguardam resultados de ensaios clínicos para decidirem. A Pfizer vai pedir a aprovação da vacina para estes jovens dentro de “algumas semanas”.


Um responsável da BioNTech, a empresa que trabalhou com a Pfizer no desenvolvimento da vacina contra a covid-19, anunciou, numa entrevista, que a farmacêutica vai pedir a aprovação para imunizar crianças com idades entre os 5 e os 11 anos “dentro de algumas semanas”.

“As coisas estão a correr bem, está tudo a decorrer conforme o planeado“, salienta o director executivo da BioNTech, Ugur Sahin, em entrevista à revista alemã Der Spiegel, conforme cita a Forbes.

A farmacêutica estará prestes a divulgar os resultados de ensaios clínicos feitos nesta faixa etária.

Entretanto, a Pfizer prepara-se para avançar com o pedido de aprovação para a vacina em crianças entre os seis meses e os dois anos. Neste caso, o pedido deve ser feito até ao final do ano.

EMA ainda sem pedidos para menores de 12 anos

Para já, a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) confirmou à Lusa que ainda não recebeu nenhum pedido das empresas farmacêuticas para aprovar a vacinação de crianças com menos de 12 anos.

Uma fonte do regulador europeu explica ainda que esta avaliação é sempre realizada de acordo com um plano de investigação pediátrica.

Os ensaios clínicos pediátricos são geralmente estruturados para que uma vacina seja estudada primeiro em adolescentes e, progressivamente, em crianças menores de 12 anos.

Assim que os dados de uma faixa etária mostram que a vacina é segura e que confere uma boa resposta imunitária, as farmacêuticas podem enviar os dados à EMA para a sua aprovação nessa faixa etária, adianta a mesma fonte.

As duas vacinas de tecnologia RNA mensageiro (mRNA) aprovadas pela EMA e que estão a ser administradas na União Europeia (UE) podem ser utilizadas em crianças, mas, para já, apenas a partir dos 12 anos.

A vacina do consórcio Pfizer/BioNTech foi aprovada para utilização em menores dos 12 aos 15 anos, na UE, em 28 de Maio de 2021.

Já a da farmacêutica Moderna recebeu a `luz verde´ da EMA para imunização de adolescentes entre os 12 e os 17 anos em Julho passado.

“Vamos continuar a acompanhar esta matéria e tentar compreender se estas vacinas podem ser usadas em crianças com menos de 12 anos”, disse na quinta-feira o responsável pela estratégia de vacinação da EMA, Marco Cavaleri, admitindo que os primeiros dados podem chegar às mãos do regulador durante o Outono.

“Variante Delta criou risco urgente para crianças”

Marco Cavaleri alertou ainda que nos Estado Unidos, com a disseminação da variante Delta, verifica-se um “grande aumento de hospitalizações que afectam, maioritariamente, adolescentes que não estão vacinados“, uma preocupação que a Academia Americana de Pediatras (AAP, na sigla em inglês) também partilha.

A organização, que junta cerca de 67 mil pediatras, escreveu em Agosto ao regulador norte-americano (FDA) a pedir para que as “vacinas covid-19 para crianças possam ser autorizadas o mais rapidamente possível, para que as crianças de todas as idades possam beneficiar delas”.

A propagação da variante Delta do coronavírus SARS-CoV-2, que é também a predominante nos Estados Unidos, está na base do repto lançado por esta associação de pediatria à FDA, tendo em conta que, segundo os seus dados, em Agosto verificou-se o “maior aumento percentual por semana em casos pediátricos de covid-19 desde o início da pandemia”.

“A variante Delta criou um risco novo e urgente para crianças e adolescentes em todo o país, assim como também para adultos não vacinados”, alertou a associação, ao avançar que, desde o início da pandemia, as crianças representaram 14,3% do total de casos acumulados de infecção pelo novo coronavírus, percentagem que, recentemente, aumentou para 19% nos Estados Unidos.

Novas infecções em jovens a baixar em Portugal

Em Portugal, dados recentes da Direção-Geral da Saúde indicam que a incidência de novas infecções nos jovens por 100 mil habitantes acumulada a 14 dias está a baixar, apesar de continuar a apresentar valores bastante elevados.

Desde o início da pandemia, registaram-se cinco óbitos de crianças e jovens até aos 19 anos e um total de 117.281 infecções, o que representa cerca de 11% do total de mais de um milhão de casos positivos notificados em todo o país.

Nas últimas semanas, os menores têm sido o grande alvo da vacinação em Portugal, com mais de meio milhão de jovens entre os 12 e os 17 anos já com a primeira dose tomada – o que representa mais de 80% desta faixa – e quase 160 mil com a imunização completa (25%).

Benefícios superam os riscos, segundo especialistas

À questão se as crianças devem ser vacinadas contra o SARS-CoV-2, o virologista José Miguel Pereira responde que os benefícios dessa imunização superam os riscos, tendo em conta que “uma criança vacinada é menos uma que fica doente e é também uma fonte de contágio de menor importância“.

O investigador da Unidade da Interacção Hospedeiro-Patogeno do Instituto de Investigação de Medicamentos (iMed.ULisboa) da Universidade de Lisboa refere à Lusa que se as crianças forem vacinadas, a “infecção por SARS-CoV-2 será gradualmente menos transmitida com todos os benefícios que daí se podem antecipar”.

De acordo com o especialista em virologia, apesar de uma criança infectada correr um menor risco de contrair uma forma grave de covid-19 do que um adulto, a vacinação permite que seja “menos capaz de transmitir a infecção” a terceiros, uma vez que a sua carga viral, se existir, será mais reduzida do que se não tivesse imunizada.

Além disso, devido aos seus hábitos e comportamentos, as “crianças da faixa etária de menos de 12 anos são sempre propensas a transmitirem infecções que tenham como fonte de contágio as secreções respiratórias“, principalmente, em dois ambientes: em casa e na escola, alerta José Miguel Pereira.

“Em qualquer dos casos, a situação é mais importante quanto menos vacinados houver em cada um desses ambientes”, alerta o virologista.

A covid-19 provocou pelo menos 4.602.565 mortes em todo o mundo, entre mais de 223,06 milhões de infecções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde Março de 2020, morreram 17.843 pessoas e foram contabilizados 1.053.450 casos de infecção confirmados, segundo dados da Direcção-Geral da Saúde.

https://zap.aeiou.pt/vacinacao-menores-12-anos-contagio-430807

 

sábado, 11 de setembro de 2021

Os atentados do 11 de Setembro foram há 20 anos - O dia que mudou o mundo !

Há exactamente 20 anos, um dos acontecimentos mais marcantes da história contemporânea abalou os EUA e o mundo. O ZAP recorda o 11 de Setembro e como o legado dos atentados ainda se faz sentir nos dias de hoje.

Foi um dia que mudou o mundo e as imagens ainda estão gravadas na nossa memória colectiva. Há precisamente 20 anos, o mundo ocidental foi abalado com um ataque terrorista em nos Estados Unidos da América que matou quase 3000 pessoas e cujo legado ainda se sente em 2021.

A 11 de Setembro de 2001, terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais e pilotaram dois contra as torres gémeas. Cerca de uma hora depois do impacto do primeiro avião contra torre Norte, esta ruiu. 18 minutos após a primeira colisão, um segundo avião foi contra a torre Sul, que colapsou 56 minutos depois.
Um terceiro avião colidiu com o Pentágono, a sede do Departamento de Defesa do governo americano e um quarto caiu num campo perto do estado da Pensilvânia, depois de os tripulantes terem conseguido desviar o avião do destino planeado pelos terroristas, que era o Capitólio, em Washington. Todos os passageiros e tripulantes dos aviões morreram.
Quando o segundo avião embateu contra a torre Sul, as dúvidas sobre se o que passara tinha sido um acidente dissiparam-se. George Bush tinha um evento marcado para o dia, que imediatamente cancelou, e o FBI abriu na hora uma investigação a um possível sequestro de um avião. 

Ainda esta semana, foram identificadas mais duas vítimas mortais, algo que já não acontecia há dois anos. Uma delas chama-se Dorothy Morgan, que era residente em Hempstead. Já identidade da segunda pessoa, um homem, não foi revelada a pedido da família. Assim, foram já identificadas 1647 vítimas mortais do total de 2753 mortos.

A identificação foi feita através de análises de ADN. “Há 20 anos, fizemos uma promessa às famílias das vítimas do World Trade Center de fazer o que fosse necessário para identificar os entes queridos. Não importa quanto tempo passe, vamos usar as ferramentas à nossa disposição para garantir que todos aqueles que foram perdidos se possam reunir com as suas famílias”, explicou Barbara A. Sampson, médica de Nova Iorque.

Visto que cerca de 40% das vítimas ainda não foram identificadas, as autoridades norte-americanas estão agora a usar um método forense mais avançado, que já está a ser usado para identificar vestígios da Segunda Guerra Mundial.

Para além do vídeo do embate avião a embater contra as torres, muitas outras imagens marcaram o evento, como os bombeiros desesperados a evacuar as vítimas e apagar os incêndios ou a conhecida fotografia de The Falling Man, que retrata um homem a atirar-se do edifício para fugir às chamas. Foram também inaugurados memoriais para lembrar as vítimas, tanto onde era o World Trade Center como no Pentágono.

O 11 de Setembro foi também o momento catapultou a Al-Qaeda, na altura uma organização relativamente obscura, para a notoriedade mundial, e o fundador e cérebro da operação dos ataques – Osama Bin Laden – tornou-se o inimigo número um dos EUA.

Fundada em 1988, a Al-Qaeda atraiu recrutas revoltados com o imperialismo e interferência americanos no Médio Oriente e contra o apoio incondicional do país a Israel, tendo crescido e criado campos de treino sob a alçada do governo talibã no Afeganistão, entre 1996 e 2001.

Bin Laden acabou por ser capturado e morto pelas forças norte-americanas em 2011, na cidade de Abbottabad, no Paquistão, e o exército recolheu também documentos e comunicações internas da organização terrorista que têm sido revelados nos últimos anos.

Segundo escreve a Foreign Affairs, os Abbottabad Papers incluem notas escritas à mão por Bin Laden em 2002 a detalhar como surgiu a ideia para o 11 de Setembro. A intenção de atacar o solo americano nasceu em Outubro de 2000, semanas depois do ataque USS Cole no Iémen – em que um bombista suicida da Al Qaeda explodiu um destruidor de mísseis da marinha dos EUA.

“O mundo muçulmano está todo submetido ao reinado de regimes blasfemos e à hegemonia americana”, escreveu Bin Laden, que acreditava que o 11 de Setembro ia “quebrar o medo deste falso deus e destruir o mito da invencibilidade americana“.

Apesar de esperar que os atentados mostrassem o impacto da política externa dos EUA no Médio Oriente e virassem a população contra o governo, o 11 de Setembro acabou por ter o efeito oposto e unir a sociedade americana de uma nunca forma antes vista.

Na história das sondagens Gallup, nunca nenhum chefe de Estado americano teve uma maior taxa de aprovação do que George W. Bush teve nas semanas a seguir aos ataques, que chegou aos 90%. Quase 9 em 10 Democratas apoiavam o Presidente Republicano.

O discurso de Bush no dia dos ataques continua a ser um dos momentos mais marcantes da sua presidência. “Hoje os nossos cidadãos, a nossa forma de vida, a nossa própria liberdade foi atacada por actos terroristas deliberados. Estes actos queriam assustar a nossa nação até à desistência, mas falharam. Os ataques terroristas podem abanar as bases dos edifícios, mas não podem abanar a fundação da América“, afirmou Bush.

20 anos depois, a Al-Qaeda persiste, mesmo depois da morte do seu líder e de vários Presidentes americanos já terem declarado a derrota do grupo terrorista.

Depois de ter começado mais concentrado no Afeganistão e no Paquistão, o grupo descentralizou-se e já tem ligações a organizações na Somália, no Iémen e nos países do norte de África que ficaram mais instáveis durante a Primavera Árabe, escreve o Washington Post. Apesar de ter ganhado fama mundial com o 11 de Setembro, a Al-Qaeda dedica-se agora mais a batalhas internas do que à guerra contra os Estados Unidos.

Nas últimas semanas, com o regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão, regressaram também os receios de que a Al-Qaeda volte a ganhar relevância no plano internacional – apesar de todas as potências exigirem ao novo governo afegão o fim do apoio a grupos terroristas em troca do reconhecimento internacional. Recorde-se que a recusa dos talibãs de entregar Bin Laden foi o que motivou a invasão norte-americana em 2001.

O Ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, acredita que a saída das tropas ocidentais do Afeganistão “deixa um grande, grande problema”. “Foi por isso que disse que este não é o tempo nem a altura certa, porque provavelmente a Al-Qaeda vai voltar. Os estados falhados são um terreno fértil para este tipo de pessoas”, afirmou.

Joe Biden ordenou a 3 de Setembro o cumprimento de uma exigência antiga das famílias das vítimas – que o Departamento de Justiça e outros órgãos federais acabassem com a confidencialidade de documentos da investigação do FBI aos ataques, o que pode finalmente confirmar ou negar as suspeitas do envolvimento do governo da Arábia Saudita, um longo aliado dos EUA.

Dos 19 terroristas envolvidos no 11 de Setembro, 15 eram sauditas – incluindo Bin Laden – dois eram dos Emirados Árabes Unidos, um era libanês e outro tinha nacionalidade egípcia. O relatório final sobre os atentados não encontrou provas do envolvimento do governo saudita ou que este tivesse financiado a Al-Qaeda, mas as acusações persistem.

“Estamos felizes por ver o Presidente a forçar a divulgação de mais provas sobre as ligações sauditas aos ataques de 11 de Setembro. Estamos a lutar contra o FBI e a comunidade de inteligência há demasiado tempo, mas isto parece um verdadeiro ponto de viragem”, afirma Terry Starda, cujo marido morreu no ataque ao World Trade Center.

Já há anos que as famílias das vítimas tentam processar o governo da Arábia Saudita pela responsabilidade dos ataques. A embaixada do país nos EUA já reagiu ao anúncio de Biden. “A Arábia Saudita sabe muito bem do mal que a ideologia e as acções da Al-Qaeda representam. Ao lado dos EUA, o reino tem lutado contra os homens e todas as formas da mentalidade terrorista”, respondeu, em comunicado.

A embaixada acrescenta que espera que a divulgação dos documentos acabe “com as alegações sem base contra o reino, de uma vez por todas”.

“Eu devia ter morrido naquele dia”

As décadas passam, mas as marcas físicas e psicológicas de quem viveu os ataques ou perdeu familiares e amigos persistem. Joe Dittmar estava numa reunião no 105º andar da Torre Sul quando teve de evacuar o edifício.

O trabalhador de uma seguradora estava a descer as escadas no 72º andar quando o segundo avião colidiu com o prédio, poucos andares acima. Dittmar estava numa sala de conferências quando um homem alertou para a explosão na Torre Norte.

“Todos os 54 de nós dissemos a mesma coisa, que estamos em Nova Iorque, há sempre coisas a acontecer aqui, deixem-nos ter a nossa reunião. Ele era bombeiro e avisou-nos que não podia sair do edifício até toda a gente sair e eu sei que ele tirou toda a gente daquela sala porque eu fui o último a sair”, explica ao City News.

A decisão de ir pelas escadas pode ter salvo a vida de Joe. Depois de ter saído do edifício, os sobreviventes conseguiram ouvir pela primeira vez a rádio a dizer que se tratava de um ataque terrorista.

“Os nossos queixos caíram. Isto não acontece aqui, mas depois ouvimos o cimento a cair, o ferro a dobrar-se e gritos de milhares de pessoas em Nova Iorque” quando a torre caiu.

Lauren Manning tinha acabado de entrar na Torre Norte do World Trade Center quando o avião atingiu o edifício, tendo sido atingida por uma enorme chama que desceu do poço do elevador até ao hall de entrada.

“De acordo com qualquer critério médico, eu devia ter morrido. Houve este assobio incrivelmente alto e penetrante e instantes depois, estava envolvida em chamas. Estava a arder viva, não há outras palavras”, revela à Sky News. Lauren ficou com 80% do corpo queimado, sendo cerca de 20% de quarto ou quinto grau, o que obrigou a amputações.

Lauren foi levada para o hospital e colocada num coma durante três meses. O marido Greg lia-lhe poemas de Robert Burns e tocava-lhe músicas do tempo em dois começaram a namorar. Alguns dias depois de acordar do coma, o filho Tyler, na altura com um ano, visitou-a pela primeira vez desde o ataque.

Tinha tanto medo que ele não me reconhecesse. Ele não me reconheceu ao início, mas depois reconheceu os meus olhos e voz. Era tudo o que eu precisava”, confessa. Enquanto estava deitada a ver pessoas a saltar das torres, Lauren sabia que os seus colegas de trabalho estavam presos nos andares nas altos. Todos os 658 trabalhadores no escritório nesse dia acabaram por morrer.

O legado que ainda se sente hoje

Uma das principais consequências dos atentados foi o início da guerra contra o “eixo do mal” do terror, com os Estados Unidos a invadir o Afeganistão em 2001, uma guerra que acabou recentemente, e o Iraque em 2003, onde o exército norte-americano ainda está.

O projecto Custos da Guerra, da Universidade de Brown, calculou os custos humanos e monetários dos conflitos. “As mortes que calculamos estão provavelmente muito abaixo do verdadeiro impacto que estas guerras tiveram. É crítico que tenhamos propriamente em conta as vastas e variadas consequências das guerras e operações contra-terrorismo dos EUA desde o 11 de Setembro”, apela Neta Crawford, co-fundadora do projecto.

Mais de 929 mil pessoas morreram vítimas de violência directa das guerras e 387 mil civis perderam a vida, segundo os cálculos. Os conflitos causaram 38 milhões de refugiados e deslocados e custaram mais de 8 biliões de dólares ao estado americano, que está actualmente a levar a cabo actividades contra-terrorismo em 85 países.

O impacto do 11 de Setembro também ainda se nota na segurança nos voos – depois dos terroristas que sequestraram os aviões terem embarcado facilmente nos aeroportos em Portland, Maine, Boston, Newark e Washington.

Antes dos atentados, era comum chegar-se aos aeroportos meros minutos antes de se embarcar e practicamente não eram exigidos documentos de identificação ou bilhetes até à porta do avião, escreve o NPR. Não era necessário remover casacos e calçado e apenas se passava num detector de metais.

Nos dias de hoje, é preciso ir para o aeroporto com horas de antecedência e esperar em longas filas. Os passageiros têm de retirar calçado e casacos e esvaziar os bolsos, as malas são sujeitas a um raio-X e temos de passar por um exame a todo o corpo.

A segurança era feita por empresas privadas contratadas pelas companhias aéreas e tinha de obedecer a critérios federais. Os contratos eram geralmente atribuídos à empresa que ficasse mais barata.

“Era tão fácil, muitos de nós ficamos surpreendidos que não tinha acontecido antes”, afirma Jeff Price, que era assistente da direcção de segurança no aeroporto de Denver no 11 de Setembro, sobre o aperto à segurança. “Antes do 11 de Setembro, a segurança era quase invisível e foi criada para ser assim. Era algo no fundo que não era muito perceptível e que não interferia com as operações do aeroporto“, acrescenta.

Mas não foram só os americanos que sentiram a vida mudar de um dia para o outro depois dos atentados – os muçulmanos também, especialmente os que viviam nos EUA na altura. Imediatamente após o 11 de Setembro, os crimes de ódio contra muçulmanos subiram de 28 incidentes em 2000 para 481 em 2001, segundo dados do FBI.

“Depois do 11 de Setembro, o ódio e a discriminação foram amplificados. De repente, o dia-a-dia dos muçulmanos americanos tornou-se objecto de consumo público, a sua fé foi tornada uma questão racial e as comunidades foram muito escrutinadas pela sociedade”, explica Sumayyah Waheed, consultor político, à Al-Jazeera.

A aprovação no imediato do Patriot Act, uma lei que deu mais poderes de espionagem às forças de segurança sobre cidadãos suspeitos de terrorismo também ainda tem impacto hoje em dia na população americana, especialmente nos muçulmanos, que foram desproporcionalmente atingidos. Vários grupos de direitos civis afirmam que a lei, cujos alguns elementos importantes expiraram em 2020, é inconstitucional.

https://zap.aeiou.pt/11-de-setembro-430347

 

Manuscritos medievais sobre lenda do Rei Artur podem mudar interpretação da história !

Em julho de 2021, uma equipa de investigadores do Reino Unido publicou um livro que aborda as descobertas de um intrigante estudo que pode dar uma nova interpretação à lenda do Rei Artur.

A obra “The Bristol Merlin: Revealing the Secrets of a Medieval Fragment” tem como foco um conjunto de sete manuscritos medievais que foram descobertos, acidentalmente, em meados de 2019 na cidade de Bristol, em Inglaterra.

Os artefactos, que continham diversos escritos ilegíveis, deram novos detalhes sobre a mágica lenda do Rei Artur e do seu guia, o mago Merlin.

Estes itens, noticia o Cienciaplus, foram analisados pela equipa com o auxílio da tecnologia de imagem multi espectral, que capta fotografias a partir de diferentes comprimentos de onda eletromagnética.

A análise revelou diferenças no texto de versões anteriores da história, sendo que através da tecnologia usada, os especialistas foram capazes de ler secções danificadas do texto que seriam invisíveis a olho nu.

Um aspeto que chamou atenção destes documentos históricos foi a sua idade: os manuscritos eram datados do período entre os anos 1250 e 1275. O seu local de origem era França, mas também passaram por Inglaterra – e lá acabaram por ser encontrados.

O livro, que ainda não possui uma edição em português, revela alguns detalhes da história do Rei Artur, mas de uma forma diferente da que conhecemos – o que abre espaço para que novas interpretações sejam feitas.

Por exemplo, o ferimento infligido na coxa do Rei Claudas – que era o adversário do protagonista – poderia ter sido na verdade apenas uma metáfora para dar a sensação de impotência, segundo referem os investigadores, uma vez que neste manuscrito mais antigo, o episódio não está registado.

Por outro lado, os fragmentos de Bristol mostram um relato “ligeiramente atenuado” do encontro sexual do mago Merlin com a feiticeira Viviane, também conhecida como a Dama do Lago.

O Rei Artur é um lendário líder britânico que, de acordo com as histórias medievais e romances de cavalaria, liderou a defesa da Grã-Bretanha contra os invasores saxões no final do século V e no início do século VI.

Os detalhes das histórias Arturianas são, na sua maioria, compostas por lendas literárias, e a sua existência histórica é motivo de debate académico entre os historiadores contemporâneos.

https://zap.aeiou.pt/manuscritos-medievais-lenda-rei-artur-430408

 

Documentos mostram que Austrália ajudou a CIA no golpe contra Salvador Allende !

Documentos desclassificados do Governo australiano revelam que o país ajudou a CIA no golpe de Estado, em 1973, contra o Presidente chileno Salvador Allende.

De acordo com o jornal The Guardian, documentos desclassificados do Governo australiano provam que, em dezembro de 1970, o ministro dos Negócios Estrangeiros Billy McMahon, que mais tarde se tornaria primeiro-ministro, aprovou um pedido da Australian Secret Intelligence Service (ASIS) para abrir uma base em Santiago, no Chile.

A partir de 1971, e durante 18 meses, de acordo com o Arquivo de Segurança Nacional dos Estados Unidos, a ASIS aparentemente conduziu operações secretas no país sul-americano para ajudar a CIA (Central Intelligence Agency) a desestabilizar o Governo chileno.

Entre as várias operações estão, por exemplo, lidar com ativos chilenos recrutados pela CIA na capital chilena e tratar de relatórios enviados para a sede da CIA em Langley, na Virgínia.

Os documentos revelam ainda como o sucessor de McMahon, Gough Whitlam, eleito em dezembro de 1972, menos de um ano depois ordenou que o então diretor da ASIS, William Robertson, encerrasse as operações no Chile.

Tal como escreve o jornal britânico, estes documentos desclassificados oferecem a primeira prova oficial de que a ASIS participou na campanha de desestabilização que precedeu o golpe militar, a 11 de setembro de 1973, que depôs o Presidente Salvador Allende e que instaurou a ditadura do general Augusto Pinochet.

Estes documentos estão entre outras centenas divulgados a Clinton Fernandes, autor e professor de Estudos Internacionais e Políticos da Universidade de Nova Gales do Sul, que tem pressionado o Governo australiano a desclassificar ficheiros de segurança nacional sobre operações secretas da ASIS em países como o Chile, Camboja e Indonésia.

O Governo e as agências de segurança têm vindo a argumentar que confirmar ou negar a existência de registos de operações da ASIS, inclusive no Chile, prejudicaria o interesse nacional.

A questão já chegou mesmo à via judicial e o Tribunal de Recursos Administrativos da Austrália (AAT) está agora a considerar a possibilidade de obrigar o Estado a divulgar as versões completas dos mesmos documentos de arquivo.

“O Governo australiano fala muito em lutar contra a interferência estrangeira, mas ajudou a derrubar um Governo democrático no Chile. De seguida, opta pelas classificações de segurança nacional nos seus registos para evitar que o público saiba o que aconteceu. A segurança nacional deve ser um objetivo, não um álibi”, afirmou.

Estas revelações são feitas nas vésperas do 48.º aniversário deste golpe de Estado, que acabou por levar à sangrenta ditadura de Pinochet (1973-1990), que causou mais de três mil mortos.

https://zap.aeiou.pt/documentos-australia-ajudou-cia-golpe-contra-allende-430753

 

Falsa agressão homofóbica para esconder infidelidade incendeia a política espanhola !

A denúncia falsa de um jovem que alegou ter sido agredido, num ataque homofóbico, em Madrid, incendiou os ânimos na política espanhola, com acusações entre o Governo do PSOE e a oposição, em especial o partido de extrema-direita Vox.


Tudo começou quando um jovem de 20 anos disse à polícia ter sido agredido por oito encapuzados, em plena tarde de domingo, em Madrid. Nesta suposta agressão, tatuaram-lhe a palavra “maricón” nas nádegas.

Mas, afinal, descobriu-se que foi um acto consentido pelo jovem que seria adepto de práticas sadomasoquistas.

Ele terá mentido ao namorado que o levou ao hospital, onde o caso foi sinalizado à polícia. A mentira terá sido motivada pelo desejo de esconder do parceiro a sua infidelidade.

Contudo, antes de se saber a verdade, a falsa denúncia acabou por chegar aos media como mais um caso de agressões homofóbicas, sucedendo-se a outras situações semelhantes que têm aparecido nos últimos tempos no país.

As notícias sobre a alegada agressão provocaram um reboliço na política espanhola, com trocas de acusações mútuas entre os vários partidos.

O alvo do Governo de Pedro Sánchez foi logo o Vox, com o argumento de que a suposta agressão homofóbica seria resultado do seu discurso de ódio.

Quando se descobriu que, afinal, a denúncia era falsa, o Vox e o Partido Popular (PP) vieram acusar o Governo de estar a aproveitar-se do caso para fazer propaganda em causa própria.

“Governo de Espanha toma os cidadãos por imbecis”

O Governo chegou a anunciar que ia direccionar mais recursos e mais medidas para combater os crimes de ódio.

E o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, convocou uma reunião de emergência para discutir essas medidas, mantendo este encontro mesmo depois de se ter descoberto que a denúncia era falsa.

Contudo, o principal visado das críticas é o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, com a oposição a pedir a sua demissão.

No seguimento da suposta agressão, o ministério de Marlaska anunciou medidas como a criação de grupos especializados em crimes de ódio dentro das unidades de informação da Polícia Nacional e da Guardia Civil.

Ora, a oposição diz que é uma falsa medida nova, pois argumenta que já havia especialistas dedicados a este assunto nos corpos policiais.

A presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, eleita pelo PP com o apoio do Vox e do Ciudadanos, é uma das vozes que pede a demissão de Marlaska.

“O Governo de Espanha toma os cidadãos por imbecis“, critica Ayuso, notando que “Madrid é uma região aberta, plural, que respeita os direitos de todos os cidadãos”. “Não se pode consentir a imagem que quiseram passar de Madrid”, defende ainda.

No Vox, Santiago Abascal acusa Marlaska de “manipular” a opinião pública e de ser “um mentiroso compulsivo”, enquanto garante que o seu partido não é homofóbico, nem racista ou machista, e que defende “todos os espanhóis”.

“Não entendemos que haja um colectivo LGTBI, entendemos que há espanhóis de umas ideias ou de outras, de uma tendência sexual ou de outra. Não perguntamos aos espanhóis sobre assuntos privados, menos ainda com quem se deitam“, frisa ainda Abascal.

Já o alcaide de Madrid, José Luis Martínez-Almeida, do PP, acusa o Governo de querer “estigmatizar o Vox”, sublinhando, contudo, que não concorda com este partido em várias questões, como na violência de género e na imigração.

Sánchez envia “carinho” às pessoas LGBTI

Entretanto, Marlaska já garantiu que não se demite e pediu para “não banalizar as agressões” e “não circunscrever o problema a um caso concreto”.

Nunca instrumentalizo algo tão importante como são os direitos e liberdades”, disse ainda antes de apontar as garras à oposição.

“Temos um problema estrutural de discursos políticos, com declarações contrárias à tolerância e à diversidade, onde as leis que garantem direitos e liberdades são questionadas”, aponta Marlaska.

E o ministro tem o apoio de Sánchez que já veio notar que esta denúncia falsa não pode tapar “a realidade que sofrem pessoas de muitas orientações sexuais pelo facto de serem como são”.

“Os crimes de ódio contra as pessoas LGBTI aumentaram“, frisa ainda Sánchez, enviando o seu “carinho” a esta comunidade e garantindo “o compromisso do Governo na defesa dos seus direitos”.

A Comissão de Acompanhamento do Plano de Acção de Luta contra os Delitos de Ódio já anunciou que é preciso reforçar os meios para combater este tipo de casos perante o “crescimento constante em torno de 9% por ano” desde 2014, como revela o jornal espanhol El Mundo.

https://zap.aeiou.pt/falsa-agressao-homofobica-espanha-430727

 

Jornalistas que cobriram protestos em Cabul espancados pelos talibãs !

Esta quinta-feira, começaram a circular imagens de dois repórteres afegãos que foram detidos e severamente espancados pelos talibãs, por estarem a cobrir os protestos de mulheres de quarta-feira em Cabul.


As fotografias de Taqi Daryabi, de 22 anos, e de Nematullah Naqdi, de 28, não deixam margem para dúvidas quanto ao tratamento recebido quando estiveram às mãos dos extremistas, mostrando contusões nos rostos, pernas e costas.

Os dois disseram à agência France-Presse que os talibãs os soquearam e espancaram com bastões, cabos elétricos e chicotes, tendo sido acusados de organizar o protesto. Naqdi disse ainda à AFP que os combatentes o insultaram e lhe deram pontapés na cabeça.

“Um dos talibãs pôs o pé na minha cabeça e esmagou a minha cara contra o cimento. Deram-me pontapés na cabeça, pensei que me iam matar“, contou. Quando lhes perguntou por que razão estava a ser agredido, um deles respondeu: “Tens sorte de não seres decapitado.”

De acordo com a informação recolhida pelo Comité de Proteção de Jornalistas (CPJ), em apenas dois dias desta semana, o grupo já deteve pelo menos 14 jornalistas que cobriam as manifestações na capital, e que entretanto foram libertados. Pelo menos nove destes profissionais foram sujeitos a violência, acrescenta a CPJ num comunicado.

“Os talibãs estão a provar depressa que as suas promessas de permitir que os media independentes do Afeganistão continuem a trabalhar livremente e com segurança são inúteis”, disse Steven Butler, coordenador do programa na Ásia do CPJ, citado pelo jornal The Guardian.

“Exortamos os talibãs a cumprirem essas promessas, a pararem de espancar e deter repórteres que estão a fazer o seu trabalho e permitir que os media trabalhem livremente, sem medo de represálias”, apelou.

ONU denuncia violência contra manifestantes

Esta sexta-feira, em Genebra, a ONU também denunciou a “violenta repressão” dos talibãs sobre manifestações pacíficas, que já causou pelo menos quatro mortes.

“Apelamos aos talibãs para porem imediatamente fim ao uso da força e à detenção arbitrária contra os que exercem o direito a protestar pacificamente e também contra os jornalistas que cobrem as manifestações”, declarou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU.

Segundo uma “contagem não exaustiva” do Alto Comissariado, quatro manifestantes foram mortos quando os talibãs dispararam balas reais, salientou Shamdasani, que também denunciou a proibição, pelo novo regime, de qualquer reunião não autorizada.

“De acordo com o Direito Internacional Humanitário, qualquer uso da força deve ser o último recurso em resposta às manifestações, devendo ser estritamente necessário e proporcional, pelo que as armas de fogo nunca devem ser usadas, exceto em resposta a uma ameaça de morte iminente”, lembrou a porta-voz.

“Em vez de proibir protestos pacíficos, os talibãs devem parar de usar a força e garantir o direito de reunião pacífica e liberdade de expressão, inclusive quando as pessoas quiserem expressar as suas preocupações e usar o direito de participar na gestão do país”, acrescentou.

“Enquanto os afegãos – mulheres e homens – saem às ruas para exigir pacificamente que os seus direitos humanos sejam respeitados nestes tempos de grande incerteza – incluindo o direito das mulheres de trabalhar, circular livremente, o direito à educação e à participação na política – é crucial que aqueles que estão no poder ouçam as suas vozes”, frisou ainda Shamdasani.

Para a porta-voz, a proibição de qualquer reunião pacífica constitui uma “violação do direito internacional”, o mesmo sucedendo com o “corte de todo o acesso à Internet”.

Nesse sentido, Shamdasani enfatizou que os jornalistas que cobrem esses eventos não devem ser sujeitos a “represálias ou assédio”.

https://zap.aeiou.pt/jornalistas-cobriram-protestos-cabul-espancados-430691

 

Presidente da Ucrânia admite uma guerra de “grande escala” com a Rússia !

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse esta sexta-feira que o conflito com Rússia pode levar a uma guerra de “grande escala” entre os países.


Questionado sobre as tensões com Moscovo, durante o Forúm Yes Brainstorming 2021, que decorre em Kiev, Zelensky indicou que essa “seria a pior coisa que pode vir a acontecer”, sublinhou, porém, que “por desgraça é uma possibilidade”. “Creio que seria o maior erro da Rússia”, acrescentou, citado pelo Jornal de Notícias.

Zelensky referiu que gostaria de se encontrar com o Presidente russo, Vladimir Putin, durante o novo encontro do Quarteto da Normandia, para encontrar soluções sobre a situação no leste da Ucrânia. O Quarteto da Normandia é formando pela Rússia, Ucrânia, França e Alemanha.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, lamentou as palavras de Zelensky, recusando-se a comentar sobre “cenários apocalípticos”.

As declarações de Zelensky ocorrem no mesmo dia em que foi anunciada a conclusão do gasoduto franco-alemão Nord Stream 2. Pouco tempo antes das declarações de Zelensky, o porta-voz do chefe de Estado da Ucrânia frisou à agência France-Presse que o país se vai “bater” contra a exploração do gasoduto.

O novo gasoduto, com uma capacidade de transporte de 55 mil milhões de metros cúbicos de gás anualmente, tem uma extensão 1.230 quilómetros sob o Mar Báltico, estabelecendo a mesma rota que o Nord Stream 1, a operar desde 2012.

Para a Ucrânia, o gasoduto poderá privar Kiev de, pelo menos, 1,5 mil milhões de dólares anuais que recebe pelo trânsito de gás russo através de território ucraniano e que se destina ao bloco europeu.

O conflito no leste da Ucrânia entre o Exército da Ucrânia e as milícias pró russas eclodiu na primavera de 2014 e provocou até hoje a morte de 14 mil pessoas.

https://zap.aeiou.pt/presidente-ucrania-guerra-russia-430660

 

Departamento de Justiça dos EUA processa Texas pela nova lei do aborto !

O Departamento de Justiça norte-americano processou o Texas, esta sexta-feira, após a aprovação por este Estado da lei que proíbe o aborto após seis semanas, argumentando que a promulgação constitui “um desafio aberto à Constituição”.


Numa ação apresentada num tribunal do Texas, solicita-se que um juiz federal declare a lei inválida, de modo a inviabilizar que seja aplicada e a “proteger os direitos que o Texas violou”.

“Este ato é claramente inconstitucional sob um precedente de longa data do Supremo Tribunal”, disse o procurador-geral Merrick Garland, numa conferência de imprensa em que anunciou a interposição da ação anunciando o processo.

O Departamento de Justiça também está preocupado que outros estados do país possam promulgar leis semelhantes que “privariam os seus cidadãos dos seus direitos constitucionais”, acrescentou.

A lei do Texas, conhecida como SB8, proíbe os abortos logo que os profissionais médicos possam detetar atividade cardíaca dos embriões, o que acontece normalmente cerca de seis semanas, antes de algumas mulheres saberem que estão grávidas.

Os tribunais bloquearam outros estados de impor restrições semelhantes, mas a lei do Texas é diferente porque permite a aplicação de leis aos cidadãos privados através de processos civis em vez de aos procuradores penais.

A pressão sobre o Departamento de Justiça tem vindo a aumentar não só por parte da Casa Branca – o Presidente Joe Biden afirmou mesmo que a lei “é quase anti-americana” –, mas também dos democratas no Congresso, que pretendiam que o procurador-geral Merrick Garland tomasse medidas.

No início desta semana, Garland prometeu que o Departamento de Justiça iria intervir para fazer cumprir uma lei federal conhecida como a Lei da Liberdade de Acesso às Entradas das Clínicas.

Conhecida como FACE Act, esta lei proíbe a obstrução física do acesso a clínicas de aborto, bloqueando entradas ou ameaçando com o uso de força para intimidar ou interferir com alguém. A lei também proíbe a danificação de bens em clínicas de aborto e outros centros de saúde reprodutiva.

A lei do Texas é a mais restritiva dos Estados Unidos relativamente ao aborto desde que o Supremo Tribunal afirmou na decisão histórica de 1973 que as mulheres têm direito constitucional ao aborto.

Os prestadores de serviços de aborto disseram que cumpririam, mas já algumas das duas dúzias de clínicas de aborto do Texas deixaram temporariamente de oferecer serviços de aborto. As clínicas nos estados vizinhos, entretanto, viram aumentar as pacientes que pretendem interromper a gravidez.

https://zap.aeiou.pt/departamento-justica-processa-texas-lei-aborto-430652

 

China vai vender petróleo de reservas estatais na tentativa de conter preços !

A China anunciou, esta sexta-feira, que vai vender petróleo das suas reservas estatais, numa altura em que Pequim intensifica os esforços para conter pressões inflacionárias decorrentes do mercado das matérias-primas.


Em comunicado, o Gabinete Estatal de Reservas de Grãos e Matérias disse na quinta-feira que vai libertar petróleo na reserva para venda a refinarias domésticas, visando “aliviar a pressão [inflacionária] causada pelo aumento dos preços das matérias-primas”.

“Colocar petróleo bruto das reservas nacionais no mercado através de vendas em leilão aberto vai estabilizar melhor a oferta e a procura no mercado doméstico e garantir efetivamente a segurança energética nacional”, afirmou.

Outros grandes importadores de petróleo, como os Estados Unidos, recorrem periodicamente às suas reservas nacionais durante interrupções no fornecimento, mas esta é a primeira vez que a China anuncia publicamente a sua intenção de recorrer às suas reservas.

O país asiático ultrapassou os EUA como maior importador mundial de petróleo bruto, na década passada.

A administração das reservas não especificou quanto do petróleo vai ser libertado para o mercado.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados optaram, nas semana passada, por seguir o seu cronograma atual de aumento da produção, que foi cortada no início da pandemia, resistindo aos apelos de Washington para que a produção seja restaurada mais rapidamente.

Os preços do petróleo de referência global Brent subiram mais de 40%, em 2021, para cerca de 72 dólares por barril.

Desde o início do ano, a China intensificou os esforços para controlar o aumento dos preços das matérias-primas, que causaram uma inflação a nível global, incluindo de bens manufaturados, energia e alimentos.

Nos últimos dois meses, a Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégicas realizou pelo menos três leilões semelhantes para reservas estatais de vários metais, incluindo cobre, zinco e alumínio.

https://zap.aeiou.pt/china-vender-petroleo-reservas-estatais-430542

 

“A paciência está a acabar” - Biden anuncia plano de vacina obrigatória que afecta 100 milhões de pessoas !

O negacionismo tem levado a um grande aumento dos casos e hospitalizações por covid-19 nos EUA, com 80 milhões de americanos ainda sem vacina. Biden anunciou um grande pacote de medidas para obrigar a população a vacinar-se.


Num discurso à nação na quinta-feira, Joe Biden anunciou um pacote de medidas que torna obrigatória a vacina para 100 milhões de americanos, a posição mais forte adoptada pelo Presidente até agora.

Depois de ter imposto uma regra em Julho que obrigava os funcionários públicos federais a comprovarem que estão vacinados ou então a serem regularmente testados para poderem trabalhar, desta vez a Casa Branca foi mais longe e removeu a opção do teste.

Os funcionários de empresas que tenham contratos públicos também vão ser abrangidos e a medida vai afectar 2.1 milhões de trabalhadores.

A principal medida vai afectar todas as empresas com 100 ou mais funcionários, que têm de garantir que os trabalhadores ou estão vacinados ou então são testados uma vez por semana. Quem não cumprir está a arriscar sofrer multas pesadas de até 14 mil dólares por cada funcionário.

Já cerca de 300 mil educadores do programa federal Head Start – que dá apoio à educação e nutrição de crianças pequenas de famílias carenciadas – também vão ter de ser vacinados. Biden apelou também a que os governadores ordenem a vacinação para os professores e funcionários das escolas.

Os 17 milhões de profissionais de saúde que trabalham em empresas que recebam fundos dos programas federais Medicare (que apoia cidadãos acima dos 65 anos) ou Medicaid (para cidadãos carenciados) também vão ter de ser vacinados.

O chefe de Estado anunciou ainda a expansão dos testes gratuitos com activação do Defense Production Act, uma medida usada durante as guerras para obrigar empresas que produzem bens essenciais a acelerar a produção. A administração está a planear enviar 25 milhões de testes grátis para clínicas de saúde americanas.

“Temos sido pacientes, mas a nossa paciência está a esgotar-se e a vossa recusa tem-nos custado a todos”, avisou aos negacionistas, apesar de a vacina da Pfizer ter inclusivamente já sido aprovada pela Administração de Alimentos e Medicamentos para além do uso de emergência.

O Presidente acrescentou que o país está “frustrado” com os 80 milhões de habitantes que ainda não se vacinaram. “Apesar de estarmos numa posição melhor do que há sete meses quando assumi a presidência, preciso de vos dizer que estamos numa fase difícil e que isto pode durar algum tempo”, alertou num discurso a partir da Casa Branca.

O novo pacote de medidas surge numa altura em que os Estados Unidos estão com uma média de 150 mil novos casos diários, cerca de 36 mil mais do que no período homólogo, quando a vacinação ainda nem tinha começado. Em média, 1500 pessoas morrem diariamente devido à covid-19.

Em Julho, o Presidente já se tinha mostrado preocupado com os números e com a resistência à vacinação de um segmento da população. “Isto é uma tragédia americana. As pessoas estão a morrer, e vão continuar a morrer, que não têm de morrer”, afirmou.

No total, 62% da população já recebeu pelo menos uma dose das vacinas e 53% já está totalmente imunizada. Há cerca de dois meses, Biden já tinha declarado que os Estados Unidos estavam “independentes” do vírus, mas o anúncio foi prematuro e os seus planos para controlar a pandemia até ao fim do Verão falharam devido à resistência à vacina.

Esta falha tem-se reflectido na popularidade de Biden. Uma sondagem do Washington Post e da ABC News feita no final de Agosto concluiu que 52% dos inquiridos aprovam a actuação do Presidente face à pandemia, o que representa uma quebra de 10 pontos em relação a Junho. A covid-19 já matou mais de 650 mil norte-americanos.

https://zap.aeiou.pt/paciencia-esta-esgotar-biden-430430

 

Presidente da China avisa que mundo sofrerá em caso de confronto com EUA !

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse esta sexta-feira ao homólogo norte-americano, Joe Biden, numa conversa telefónica, que os dois países e o mundo “sofrerão” em caso de confronto entre a China e os Estados Unidos.


“Quando a China e os Estados Unidos trabalham juntos, os países e o mundo beneficiam, mas ambos os países e o mundo sofrerão se os dois países se confrontarem“, sublinhou Xi, de acordo com um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

“A política dos EUA em relação à China tem causado sérias dificuldades ao relacionamento” entre as duas potências, acrescentou o secretário-geral do Partido Comunista Chinês.

Foi a segunda conversa por telefone entre os líderes das duas maiores economias do mundo, desde que Joe Biden assumiu a presidência dos Estados Unidos, no início do ano.

Em comunicado, a Casa Branca disse que os “dois líderes tiveram uma discussão ampla e estratégica, na qual abordaram áreas em que os interesses convergem e áreas em que os interesses, valores e perspetivas divergem”.

Os Estados Unidos manifestaram vontade que os dois lados possam trabalhar juntos em questões de interesse mútuo, incluindo as alterações climáticas e a prevenção de uma crise nuclear na península coreana, apesar das crescentes diferenças.

A relação entre a China e os EUA deteriorou-se rapidamente, nos últimos dois anos, com várias disputas simultâneas entre as duas maiores economias do mundo, incluindo uma prolongada guerra comercial e tecnológica e diferendos em questões envolvendo os Direitos Humanos, o estatuto de Taiwan e Hong Kong, ou a soberania do mar do Sul da China.

Antes da conversa por telefone, um responsável do executivo norte-americano, citado pela agência de notícias Associated Press (AP), disse que a Casa Branca não estava satisfeita com os contactos iniciais com Pequim.

O responsável, que pediu o anonimato, disse que a Casa Branca espera que uma conversa entre os dois líderes possa ser benéfica.

O comunicado emitido pela diplomacia chinesa destacou que “ambos os líderes mantiveram uma comunicação estratégica sincera, ampla e profunda, e abordaram as relações bilaterais e questões pendentes de interesse comum”.

“A comunidade internacional enfrenta muitos problemas comuns. A China e os EUA devem assumir maiores responsabilidades e continuar a olhar em frente e demonstrar valor estratégico e político”, acrescentou Xi Jinping, de acordo com a mesma nota.

Xi citou em particular as iniciativas chinesas para combater as alterações climáticas, dias após a visita à China do enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry.

Xi e Biden “concordaram em manter uma comunicação regular por meio de vários canais”, no âmbito das questões do clima, enquanto orientam responsáveis dos respetivos governos, em diferentes níveis e áreas, para fazerem o mesmo, destacou o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O responsável da Casa Branca, citado pela AP, indicou que Biden deixou claro a Xi que não tenciona afastar-se da política da sua administração de pressionar a China nas questões dos Direitos Humanos, comércio e outras áreas em que acredita que Pequim está a infringir as normas internacionais.

Os contactos de alto nível entre Pequim e Washington têm sido marcadas por recriminações.

Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, alertou John Kerry que a deterioração das relações entre os dois países pode prejudicar a cooperação na questão do clima.

Wang disse a Kerry que a cooperação não pode ser separada do relacionamento mais amplo e pediu aos EUA que tomem medidas para melhorarem os laços.

Em julho, a vice-secretária de Estado norte-americana Wendy Sherman enfrentou uma longa lista de exigências e reclamações, durante uma visita à China, incluindo acusações de que os EUA estão a tentar conter e suprimir o desenvolvimento do país asiático.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Xie Feng, pediu aos EUA que “mudem a sua mentalidade altamente equivocada e política perigosa”.

Desde o início da presidência, Biden tem privilegiado um alinhamento com os aliados para procurar uma abordagem comum para a China. O líder norte-americano vê Pequim como o concorrente económico mais significativo dos Estados Unidos e uma preocupação crescente para a segurança do seu país.

https://zap.aeiou.pt/presidente-china-avisa-confronto-eua-430490

 

Papa enviou 15 mil gelados aos presos de Roma (para os ajudar a fazer frente ao calor !

Recentemente, o Papa Francisco enviou 15 mil gelados à comunidade prisional de Roma, para ajudar os presos a refrescarem-se durante aquele que está a ser um dos verões mais quentes de Itália.

Segundo o jornal The Guardian, os 15 mil gelados foram entregues pelo Esmoler do Vaticano, o Cardeal Konrad Krajewski, nos dois estabelecimentos prisionais de Roma – Regina Coeli, no centro da cidade, e Rebibbia, nos arredores.

Em comunicado, o Vaticano disse que o gabinete de caridade do Papa “não foi de férias” este verão e que, em vez disso, os voluntários gastaram o seu tempo livre para “se continuarem a dedicar, entre outras coisas, a dois dos sete trabalhos de misericórdia: visitar os presos e consolar os aflitos”.

A doação de gelados foi um dos vários “pequenos gestos evangélicos” feitos durante este verão “para ajudar e dar esperança às milhares de pessoas nas prisões de Roma”, acrescenta a mesma nota.

Em junho, conta o jornal britânico, cerca de 20 presos de Rebibbia encontraram-se com o Sumo Pontífice, no dia em que foram também convidados a visitar os Museus do Vaticano. O gabinete de caridade do Vaticano também se ocupou de levar alguns sem-abrigo a passear, onde puderam desfrutar de “uma tarde de relaxamento e jantar numa pizzaria”.

Além disso, a instituição de caridade também forneceu testes gratuitos e vacinas aos sem-sem-abrigo da capital italiana e aos mais carenciados.

Este verão tem sido um dos mais quentes de sempre registados em Itália. No mês de agosto, foi registado em Siracusa, na Sicília, um máximo de 48,8 graus Celsius, que terá sido a temperatura mais alta registada na Europa.

https://zap.aeiou.pt/papa-enviou-15-mil-gelados-aos-presos-de-roma-para-os-ajudar-a-fazer-frente-ao-calor-430468

 

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Durante 300 anos, pintura de Vermeer teve um segredo escondido à vista de todos !


O quadro do artista holandês Johannes Vermeer, pintado entre 1657 e 1659, teve um elemento escondido durante cerca de 300 anos.

Durante cerca de três séculos, a “Rapariga a Ler uma Carta à Janela”, do pintor holandês Johannes Vermeer, nunca deu nenhuma pista do que aquela mensagem dizia. Mas, segundo conta a CNN, na semana passada, a Pinacoteca dos Mestres Antigos revelou o segredo que estava à vista de todos, mas escondido sob camadas de tinta.

Antes da sua próxima exposição sobre o célebre pintor, este museu em Dresden, na Alemanha, onde esta pintura esteve hospedada durante grande parte da sua vida, lançou uma imagem do quadro drasticamente alterada.

Isto porque, depois de um trabalho árduo de quatro anos de restauro, a parede vazia da pintura mostra agora uma grande figura do Cupido, descoberta por raios-X em 1979, mas agora revelada pela primeira vez.

A revelação de Cupido, o deus do amor na mitologia romana, muitas vezes representado como um menino com asas e uma seta, dá à carta novas conotações de afeto, saudade e desejo, explica a cadeia televisiva.

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Quando esta figura oculta foi encontrada pela primeira vez, há mais de 40 anos, acreditava-se que o próprio artista holandês o tinha escondido.

“Era de bom senso pensar que Vermeer havia pintado por cima dessa parte da sua composição porque já tinha feito isso várias vezes”, disse Stephan Koja, historiador de arte e diretor do museu alemão, numa entrevista.

Mas quando os conservadores começaram a limpar a pintura, em 2017, encontraram evidências que sugeriram o contrário. O verniz na parede vazia atrás da jovem era de uma cor diferente e a consistência da tinta também, explicou Koja.

Quando os investigadores analisaram amostras em laboratório, encontraram sujidade escondida entre as camadas de tinta, sugerindo que foi outra pessoa a adicionar aquela tinta muito mais tarde.

“Percebemos que a sujidade significava que a pintura estava acabada, tendo ficado exposta à luz e às circunstâncias de uma sala durante várias décadas”, acrescentou o diretor.

A equipa envolvida neste trabalho acredita que a nova pintura ocorreu em algum momento do início do século XVIII. Mas quanto a quem fez isso, e porquê, não é possível dizer. E é provável que este mistério nunca venha a ser resolvido.

A pintura veio de uma coleção francesa no início desse século, quando Vermeer ainda não era muito conhecido (morreu, em 1675, cheio de dívidas). Stephan Koja sugere que a pintura pode ter sido modificada para se parecer mais com a obra de Rembrandt, possivelmente pelas mãos do responsável flamengo da coleção, que também era artista.

Naquela época, alterar a pintura de outra pessoa “era bastante típico”, explicou. “As pinturas foram alteradas de acordo com o gosto. Hoje em dia, seria completamente inconcebível tocar num Vermeer, mas outros, séculos antes de nós, nem hesitaram.”

https://zap.aeiou.pt/pintura-vermeer-segredo-escondido-430459

 

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