quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Pandemia ressuscitou retórica anti-semita – E deu origem a “novos mitos que culpam os judeus” !


A pandemia de covid-19 “ressuscitou” a retórica anti-semita e deu origem a “novos mitos e teorias, culpando os judeus” pela atual crise sanitária, de acordo com um relatório da União Europeia (UE), divulgado esta terça-feira.

“O anti-semitismo, especialmente na internet, aumentou durante a pandemia”, apontou a Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA), num relatório realizado com base em estatísticas oficiais e elementos recolhidos por organizações civis, citado pela agência France-Presse (AFP).

Na Alemanha, segundo a rede de associações RIAS, 44% dos incidentes anti-semitas registados nos primeiros meses da pandemia foram “associados ao coronavírus”.

Na República Checa, a Federação das Comunidades Judaicas registou “um aumento do discurso de ódio” na internet, alimentado pelo movimento conspiracionista contra as vacinas para combater a covid-19 e as restrições impostas para travar a pandemia.

Portugal não dispõe de dados

A situação pode ainda ser mais grave que a revelada pelos dados disponíveis, apontou a agência, afirmando que “as lacunas” de informação “continuam a mascarar a realidade”, com poucos países da UE a registarem de forma “eficaz” os incidentes anti-semitas. Alguns, como Portugal e a Hungria, não dispõem de quaisquer números oficiais sobre o fenómeno, apontou a agência, com sede em Viena.

Em muitos países, “a esmagadora maioria dos incidentes não é relatada, nem à polícia nem a qualquer outra instituição”, sublinhou o organismo. Também por essa razão, é impossível fazer “comparações significativas”, indicou.

Espanha registou apenas três incidentes no ano passado, em comparação com 339 em França, enquanto a Alemanha registou 2351, o número “mais elevado no período 2010-2020”.

“O anti-semitismo é um problema grave, mas sem dados não sabemos quão grave é”, disse o diretor da agência, Michael O’Flaherty, citado em comunicado, apelando aos países europeus para “intensificarem esforços” para recolher mais dados. “Poderemos então lutar melhor contra o ódio e os preconceitos”, instou.

O comunicado foi divulgado no dia em que se assinala o 83.º aniversário da Noite de Cristal, que marcou o início da perseguição da Alemanha nazi aos judeus, a 9 de novembro de 1938.

Bruxelas apresentou em outubro a primeira estratégia de combate ao anti-semitismo, destinada a combater as mensagens de ódio na internet, reforçar a proteção de sinagogas e promover a transmissão da história da Shoah.

https://zap.aeiou.pt/pandemia-ressuscitou-retorica-anti-semita-443412


Polónia alerta para escalada armada com a Bielorrússia - UE avança com mais sanções contra política de “gangster” de Minsk !


Em resposta aos confrontos de segunda-feira e trocas de acusações diplomáticas, a União Europeia anunciou mais sanções contra Minsk. A Polónia avisa que a situação pode chegar a um conflito armado.

A tensão entre a Bielorrússia e a Polónia continua a subir de tom. Em causa está a crise na fronteira entre os dois países, com Varsóvia a acusar o governo de Lukashenko de orquestrar a situação ao acolher migrantes maioritariamente de países do Médio Oriente e depois obrigá-los a ir para a fronteira para tentar pedir asilo na Polónia. A Bielorrússia estará a fazer isto como retaliação às sanções aplicadas pela União Europeia, que não reconhece Lukashenko como vencedor das últimas eleições no país em Agosto de 2020.

No entanto, a situação só está a aumentar a hostilidade entre o bloco dos 27 e a Bielorrússia. Na terça-feira, o porta-voz da Comissão Europeia acusou Minsk de ter uma “abordagem desumana e à gangster” ao instrumentalizar os migrantes como arma de arremesso político e fazer falsas promessas sobre a entrada na UE. A Bielorrúsia tem sempre negado as acusações.

“Quando chegam estão a ser empurrados para a fronteira e forçados a entrar ilegalmente na União Europeia”, afirmou Peter Stano. Segundo a Reuters, a UE já está a planear mais sanções a 30 entidades, incluindo o Ministro dos Negócios Estrangeiros do país e a empresa de aviação Belavia.

Os 27 avançaram já com a suspensão parcial de um acordo para a facilitação de emissão de vistos para UE para trabalhadores do governo de Lukashenko. A Bielorrúsia tem sempre negado o envolvimento e acusa o Ocidente de abusar dos direitos humanos dos migrantes.

Pelo menos 2000 migrantes estão agora presos na fronteira, segundo a União. Já o governo polaco estima que o valor estará entre três e quatro mil pessoas.

Para responder à crise, a Polónia está a construir um muro, impôs o estado de emergência na zona da fronteira, enviou mensagens onde avisava os migrantes que podiam ser presos se atravessassem ilegalmente e chegou a legalizar a práctica da expulsão directa, o que viola a lei internacional.

Várias ONGs também já deixaram duras críticas à resposta do governo polaco, acusando Varsóvia de impedir que jornalistas e organizações reportem os abusos aos direitos humanos através do estado de emergência e de negar cuidados médicos aos migrantes. A UE também tem sido alvo das críticas, com a ONG polaca Fundação Ocalenie a acusar os 27 de aceitarem que um dos seus estados-membros “use tácticas igualmente desumanas” às da Bielorrússia.

Para além da Polónia, a Lituânia e a Letónia também reportaram grandes aumentos no número de migrantes. As autoridades polacas afirmaram em Outubro que já 11 500 pessoas tentaram atravessar a fronteira ilegalmente só este ano, incluindo 6000 só em Setembro, enquanto que o número total em 2020 foi cerca de 100.

Os migrantes ficam em campos improvisados perante temperaturas negativas, tendo até já havido oito mortes. Muitos dizem que as autoridades bielorrussas lhes tiraram os telemóveis e obrigaram a ir para a fronteira polaca.

“Ninguém nos deixa ir a lado nenhum, Bielorrússia ou Polónia”, revela Shwan Kurd, iraquiano de 33 anos à BBC. “Não há forma de escapar. A Polónia não nos deixa entrar. Todas as noites sobrevoam com helicópteros. Não nos deixam dormir. Temos tanta fome. Não há água ou comida aqui. Temos crianças pequenas, idosos, mulheres e famílias”, relata.
Putin é o “mentor” da crise, acusa a Polónia

Na segunda-feira, a confusão chegou a causar confrontos entre os migrantes e as forças de segurança polacas, com as pessoas que foram empurradas pelo governo bielorrusso a tentar entrar na Polónia.

O Ministro da Defesa, Marius Blaszczak, descreveu a tentativa de travessia como um “ataque” que acredita que “certamente se vai repetir”. Varsóvia já chegou mesmo a falar numa possível escalada armada do conflito e reforçou o número de tropas no terreno.

Vários vídeos divulgados nas redes sociais mostravam centenas de pessoas a caminhar em direcção à fronteira polaca perto da aldeia de Kuznica, enquanto outras tentavam atravessar a vedação usando pás, tesouras e outras ferramentas para abrir caminho pela vedação. A polícia terá usado gás lacrimogénio para dispersar a multidão. A Polónia afirma que muitos migrantes chegam acompanhados por indivíduos bielorrussos armados e com cães.

Lukashenko telefonou ao aliado russo Vladimir Putin depois dos confrontos de segunda-feira. Segundo a presidência de Minsk, os dois debateram “perspectivas sobre a situação dos refugiados na fronteira” e a “especial preocupação” de ambos com a “concentração de tropas polacas na fronteira”. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Minsk alertou esta terça-feira a “Polónia contra o uso de qualquer provocação” contra o país.

Também ontem, o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, avisou a Bielorrússia. “Proteger a fronteira polaco é o nosso interesse nacional. Mas hoje a estabilidade e a segurança de toda a UE estão em risco. Este ataque híbrido do regime de Lukashenko tem como alvo todos nós. Não seremos intimidados e vamos defender a paz na Europa com os nossos parceiros da NATO e da UE”, alertou, acusando também Putin de estar por detrás da crise.

Tanto a NATO como a ONU também já condenaram Minsk por usar os migrantes como peões políticos. Os Estados Unidos mostraram-se preocupados e apelaram a Lukashenko que acabasse com a crise. A Alemanha, que faz fronteira com a Polónia, pediu também que a comunidade internacional agisse em conjunto, dizendo que os dois países não podem lidar com a crise sozinhos.

https://zap.aeiou.pt/polonia-escalada-armada-bielorrussia-ue-443673


Mais de 25 mil de toneladas de plásticos usados no combate à pandemia foram parar aos oceanos !


Resíduos chegaram ao mar através dos principais rios e o a maioria do lixo teve origem no meio hospitalar. Estudo indica que países não tiveram capacidade de gerir os plásticos de forma adequada face ao elevado volume de resíduos.

Parte dos materiais de plásticos usados na luta contra a covid-19, estimados em algo como 25,900 toneladas, o equivalente a mais de dois mil autocarros de dois andares, foram parar aos oceanos, apontam os cientistas. A má gestão destes resíduos, sobretudo equipamento de proteção individual (tal como máscaras e luvas), juntamente com a incapacidade de os países os processarem devidamente, fez com que tivessem este destino.

Desde o início da pandemia, estima-se que cerca de 8.4 milhões de toneladas de resíduos de plástico tenham sido geradas em 193 países, de acordo com um relatório publicado esta segunda-feira.
A pandemia da covid-19 levou a um aumento na procura por plásticos de uso único, os quais intensificam a pressão sobre o problema do consumo de plástico, já fora de controlo”, explicaram Yimming Peng e Peipe Wu, da Universidade de Nanjing e autores do estudo, publicado no jornal online PNAS. “A libertação de plásticos pode ser transportada por longas distâncias no oceano, encontrar a vida selvagem marinha e, potencialmente, levar a lesões ou até mortes”, explica a dupla.

Um outro estudo, publicado em março, apresentou o primeiro caso de um peixe encurralado numa luva médica, um fenómeno retratado durante a limpeza de um canal em Leiden, nos Países Baixos. No Brasil, uma máscara PFF-2 foi encontrada no estomago de um pinguim Magellanic. De acordo com as piores previsões dos cientistas, no final do século todos os plásticos associados à pandemia acabarão nos oceanos ou nas praias.

O estudo em causa aponta também que 46% do plástico em causa teve origem na Ásia, talvez devido ao maior uso de equipamentos de proteção individual por parte daquela população. Na tabela, segue-se a Europa (24%) e a América do Norte e do Sul (22%).

Os investigadores dizem que a partir da investigação é possível apontar que 87.4% dos resíduos provinha de hospitais, e não se uso individual – neste caso, os plásticos correspondem a apenas 7.6% do total. As embalagens constituem 4.7% e os testes de despiste 0.3%. “A maioria do plástico é proveniente de desperdícios resultante da atividade hospitalar, o qual anula a contribuição do equipamento de proteção individual e do material da embalagem. Isto constitui um problema duradouro para o ambiente oceânico, já que os resíduos ficam sobretudo acumulados nas praias e noutros sedimentos costeiros.”

A investigação sugere ainda que as milhares de toneladas de máscaras, luvas, testes e viseiras chegaram aos oceanos a partir de 369 grandes rios. Entre os principais canais de transporte de resíduos está o rio Shatt al-Arab, no sudeste do Iraque, o rio Indus, no oeste no Tibete, e o rio Yantze, na China. Entre os cursos de água europeus, destaca-se o Danúbio.

Para a totalidade de resíduos de plástico no mar, 73% teve origem em rios asiáticos, 11% em rios europeus, com os estantes continentes a representarem apenas contribuições minoritárias. “Estas conclusões destacam os rios mais complicados, assim como outros pontos que merecem especial atenção no que respeita à gestão dos resíduos de plástico” e onde é preciso intervir, avançam os autores.

“Descobrimos o impacto a longo prazo destes resíduos nos oceanos. No final do século, o modelo que desenhamos sugere que quase todo o plástico associado à pandemia vai terminar no leito do mar (28.8%) ou nas praias (70.5%), explicam os especialistas. Os autores afirmam ainda que as conclusões mostram ainda a necessidade de uma melhor gestão do lixo hospitalar nos epicentros da pandemia, sobretudo nos países mais desenvolvidos.

https://zap.aeiou.pt/cerca-de-8-4-milhoes-de-toneladas-de-plasticos-usados-no-combate-a-pandemia-foram-parar-aos-oceanos-443543


terça-feira, 9 de novembro de 2021

NATO X RÚSSIA-CRISE AGORA ENVOLVE MOVIMENTAÇÃO NO MAR NEGRO E UCRÂNIA !


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De fato e gravata, ministro de Tuvalu discursa com a água pelos joelhos para alertar para a subida do mar !


O ministro dos Negócios Estrangeiros de Tuvalu, uma ilha que se situa no Pacífico Sul, gravou um discurso onde se mostra a falar com a água pelos joelhos. O objetivo é mostrar como o país é vulnerável ao aquecimento global.

O discurso de Simon Kofe será apresentado esta terça-feira na COP26, que está a decorrer em Glasgow. Atrás de um púlpito, de fato e gravata, o governante discursa nas águas da capital do país, Funafuti.

De pé no mar, com as calças arregaçadas e a água pelos joelhos, a mensagem pretende mostrar como a sua nação insular do Pacífico está na linha da frente das alterações climáticas.

As imagens de Simon Kofe, de pé num estrado montado no mar e com as calças arregaçadas, foram amplamente partilhadas nos meios de comunicação social, chamando a atenção para a luta de Tuvalu contra a subida do nível do mar.

“A declaração destaca a atitude arrojada que Tuvalu está a tomar para abordar as muito prementes questões da mobilidade humana sob as alterações climáticas”, disse Kofe sobre a sua mensagem em vídeo.

O vídeo foi filmado pela emissora pública TVBC no extremo de Fongafale, o principal ilhéu da capital Funafuti, disse uma fonte do governo. Ao que se sabe, deverá ser exibido na cimeira sobre o clima na terça-feira, numa altura em que os líderes regionais pressionam para uma postura mais agressiva para limitar o impacto das alterações climáticas.

Alguns dos países mais poluidores prometeram intensificar os cortes de carbono nas próximas décadas, com alguns a assumirem o objetivo de atingirem a meta de zero emissões líquidas de carbono até 2050. No entanto, os líderes das ilhas do Pacífico exigiram uma ação imediata, salientando que está em jogo a própria sobrevivência dos seus países de baixa altitude.

Tuvalu é composta por nove pequenas ilhas e tem uma população de cerca de 12.000 pessoas. O seu site de turismo, Timeless Tuvalu, alerta que até ao final do século as ilhas podem ficar submersas.

Atualmente, os alunos das escolas já estão a aprender mais sobre os efeitos das mudanças climáticas para puderem ajudar a travar esta batalha, porém teme-se que esta possa ser “a última geração de crianças a crescer em Tuvalu”, refere o site, acrescentando que muitas pessoas já emigraram para a Nova Zelândia.

De acordo com o Banco Mundial, os níveis do oceano Pacífico ocidental aumentaram duas a três vezes mais rápido do que a média global. A previsão é que subam entre 0,5 e 1,1 metros antes do final do século, escreve a CNBC.

https://zap.aeiou.pt/ministro-tuvalu-discursa-agua-joelhos-443420


Casal denuncia clínica por troca de embriões, depois de descobrir que teve uma filha de outra família !


Na segunda-feira, um casal de Los Angeles apresentou uma denúncia contra uma clínica especializada em fertilização in vitro, após descobrir que dois óvulos fecundados foram trocados e que eles tiveram uma filha de outra família.

Quando Daphna e Alexander Cardinale viram o seu bebé recém-nascido pela primeira vez, em setembro de 2019, perceberam que a menina tinha a pele e o cabelo mais escuros do que a restante da família, descreveram os advogados do casal.

“Testes genéticos revelaram que o bebé que Alexander e Daphna criaram durante meses não tinha relação genética com o casal“, acrescentou o escritório Peiffer Wolf.

De acordo com o processo, aberto nesta segunda-feira num tribunal de Los Angeles, os embriões de dois casais foram trocados, supostamente por negligência. Após descobrirem o erro, os dois casais conheceram-se e decidiram recuperar a guarda dos seus filhos biológicos, numa troca formalizada pela Justiça.

O erro, no entanto, deixou marcas e causou sofrimento, argumenta o casal Cardinale na denúncia efetuada. “O nascimento da nossa filha deveria ter sido um dos momentos mais felizes da minha vida. Mas senti-me imediatamente abalado e confuso por não reconhecê-la“, descreveu Alexander Cardinale.

“Quando a verdade veio à tona, trocar as crianças foi ainda mais doloroso. Perder a criança que se conhece por uma criança que ainda não se conhece é um pesadelo impossível”, acrescentou.

https://zap.aeiou.pt/casal-denuncia-clinica-troca-embrioes-443436


Obama quer jovens “zangados” com a crise climática – Mas muitos jovens estão é zangados com ele !

Obama apelou à participação política dos jovens, mas muitos activistas lembraram as suas promessas quebradas sobre o combate às alterações climáticas.

Uma das intervenções mais marcantes na Cop26 até agora foi o discurso de Barack Obama esta segunda-feira. Durante a sua intervenção, o ex-Presidente norte-americano apelou à intervenção política dos jovens e deixou alfinetadas a Donald Trump, depois de Joe Biden já ter pedido desculpas pelo abandono do Acordo de Paris do anterior chefe de Estado.

Obama afirma que o mundo está longe de onde precisa de estar para evitar uma “futura catástrofe climática” e que “a maioria dos países falharam no cumprimento” dos objectivos definidos em 2015 e criticou a “hostilidade activa” contra a ciência do seu sucessor na Casa Branca.

O ex-Presidente reconhece também que o “progresso” dos EUA parou quando o seu sucessor “decidiu unilateralmente sair do Acordo de Paris no seu primeiro ano no cargo”. “Não fiquei muito feliz com isso“, criticou Obama.

“Eu reconheço que estamos a viver num momento em que a cooperação internacional está atrofiada — em parte por causa da pandemia, em parte por causa do crescimento do nacionalismo e de impulsos tribalistas pelo mundo, em parte por causa de uma falta de liderança da América durante quatro anos em muitos problemas multilaterais”, afirmou.

No entanto, apesar dos retrocessos da era Trump e do crescimento do nacionalismo, Obama ainda tem esperança, dizendo que “os norte-americanos cumpriram o seu compromisso original no Acordo de Paris”. “Não é só isso, mas o resto do mundo manteve-se no acordo. E agora com o Presidente Biden e a sua administração a reintegrar o acordo, o governo dos EUA está novamente envolvida e preparada para assumir um papel de liderança”, declarou.

A China e a Rússia também mereceram um raspanete do ex-chefe de Estado norte-americano, já que nem Xi Jinping nem Vladimir Putin marcaram presença na Cop26, algo que Obama considera “particularmente desencorajador“, visto que seus planos refletem uma “falta perigosa de urgência e uma tentativa de manter o status quo“. 
Mas os jovens activistas foram o principal foco da atenção de Obama. “Como tenho a certeza de que é verdade para todos vocês, há tempos em que me sinto desencorajado, quando o futuro parece desolador, quando tenho dúvidas de que a humanidade se recomponha antes que seja tarde demais. E as imagens da distopia começam a entrar nos meus sonhos. E no entanto, quando sinto esse desânimo, lembro-me que esse cinismo é o recurso dos cobardes. Não podemos suportar o desalento“, apelou.

Sobre a frustração de muitos dos mais novos, o ex-Presidente disse simplesmente que têm o direito de se sentirem assim — “Durante a maior parte das vossas vidas, vocês foram bombardeados com avisos sobre como o futuro será se não respondermos às alterações climáticas. E cresceram a ver muitos dos adultos que estão numa posição para fazer algo ou a fingir que o problema não existe ou a recusarem-se a adoptar as decisões necessárias para o resolver”.

“Votem como se a vossa vida dependesse disso. O facto duro e cru é que não vamos ter planos para as alterações climáticas mais ambiciosos a não ser que os governos os apoiem”, apelou Obama, num discurso no tom do que fez quando apoiou a campanha de Joe Biden, mas alerta de que os jovens têm de repensar na sua abordagem e mostrar-se dispostos a fazer concessões.

Os protestos e as campanhas nas redes sociais são “necessários para atrair atenção”, mas para construir uma coligação que defenda as mudanças “arrojadas” necessárias, é preciso “persuadir as pessoas que ou actualmente não concordam ou são indiferentes ao problema”. “Temos de ouvir mais. Não podemos simplesmente gritar com eles ou mandar-lhes tweets — não chega ser inconveniente ao bloquear o trânsito durante os protestos. Temos de ouvir das objecções e a hesitação das pessoas normais e entender a sua realidade”, pediu.

“Não têm de ficar felizes com isso, mas não podem ignorar isso. Não podem ser demasiado puros para a política. Para todos os jovens — quero que fiquem zangados. Quero que fiquem frustrados. Mas usem essa raiva. Aproveitem essa frustração. Continuem a puxar por mais e mais e preparem-se para uma maratona, não um sprint”, concluiu, lembrando que os jovens têm também uma responsabilidade de apoiar negócios sustentáveis com o seu poder de consumo.

Obama gabou-se de tornar os EUA os principais produtores de combustíveis fósseis

A intervenção de Barack Obama terminou com uma ovação em pé, mas muitos dos jovens activistas a quem o ex-chefe de Estado se dirigiu não ficaram convencidos com o seu apelo, sendo Obama um dos alvos da frustração dos mais novos. Pelos vistos, o ex-Presidente dos Estados Unidos precisa de ter a memória refrescada, visto ter sido um dos adultos que teve poder para fazer mais que referiu no seu discurso.

Uma das críticas apontadas é a promessa quebrada da sua administração de que os países desenvolvidos iriam doar 100 mil milhões de dólares, cerca de 86 mil milhões de euros, anuais a nações mais pobres para o combate às alterações climáticas.

A activista Vanessa Nakate também liderou um protesto na Sala de Acção sobre esta promessa quebrada. Acompanhada por quatro outros ativistas, cada um com uma palavra nas mãos que juntas formavam a frase “Show us the money” (Mostrem-nos o dinheiro), a jovem queniana criticou as palavras vazias dos líderes em Glasgow. “Continuamos à espera que cumpram a promessa dos 100 mil milhões de dólares, foram prometidos por líderes, como Obama em 2009. Continuamos à espera e agora dizem que devemos esperar até 2023”, condenou.

“Financiar a adaptação é critico. Não nos podemos adaptar à fome, à extinção, não nos podemos adaptar à perda de biodiversidade. Temos de pôr o pacote de perdas e danos no centro das negociações da Cop26. Um adiamento ou uma promessa quebrada só trazem mais perdas e danos”, afirmou e virou para Obama no final: “Mostre-nos o dinheiro”.

Muitos activistas também lembraram as palavras do ex-Presidente, quando em 2018 se gabou do boom na produção de combustíveis fósseis nos Estados Unidos. 
Muitos críticos, incluindo o Instituto Petrolífero Americano, argumentarem que esse crescimento ocorreu apesar das políticas de Obama, e não por causa delas. No entanto, Obama, que disse estar “extremamente orgulhoso do Acordo de Paris”, defendeu que o país precisa de energia produzida internamente.

Durante os dois mandatos de Obama, a produção de petróleo nos EUA subiu 88%, algo de que o anterior chefe de Estado se vangloriou e assumiu os créditos várias vezes.

“Nem sempre se soube isso, mas subiu todos os anos enquanto fui Presidente. Aquela conversa toda sobre de repente a América ser o maior produtor de petróleo e de gás, fui eu que fiz isso“, gabou-se Obama, sendo aplaudido durante uma gala em 2018.

https://zap.aeiou.pt/cop26-obama-jovens-zangados-climatica-443449


O novo homem forte das finanças alemãs é um liberal capaz de fazer t(r)emer meia Europa !


Christian Lindner é um liberal que cedo se afirmou na vida política alemã — fazendo, por vezes, uso dos desastres eleitorais do próprio partido. Gabam-lhe a exímia capacidade de ler o xadrez política, a qual poderá ter sido determinante, no pós eleições federais, para se posicionar ao lado dos Verdes e do SPD e começar a negociar uma nova solução governativa.

Os últimos anos do longo mandato de Angela Merkel ao leme dos destinos germânicos ficaram marcados marcados por políticas que a distanciaram da linha dura que adotou durante os tempos mais gravosos da crise do sistema financeiro mundial que se iniciou em 2008.

Nessa altura, a chanceler tornou-se um símbolo das medidas de austeridade impostas aos países mais frágeis e que se viram na necessidade de pedir ajuda internacional, não permitindo que estes se excedessem nos gastos internos e que cumprissem com as obrigações financeiras externas. A sua figura tornou-se altamente controversa em países como a Grécia, Portugal ou Espanha, com as populações a culpá-la — e às principais figuras europeias — pelos duros cortes orçamentais que os governos nacionais foram obrigados a implementar.

Anos mais tarde, perante uma nova crise, desta feita com origem no fluxo de refugiados que chegava às costas europeias, a postura de Merkel de abrir as fronteiras alemãs, em clara oposição às políticas adotadas por outros países, valeu-lhe muitas críticas internas — e alguns votos a menos nas eleições federais que se seguiram —, mas a chanceler manteve-se intransigente. Do exterior, paradoxalmente, chegavam elogios que sublinhavam o seu caráter humanista e solidário, em linha com os princípios fundadores da própria União Europeia. 

Anunciada a sua reforma da política — apesar de se manter no poder de forma interina —, é caso para dizer que da Alemanha pode chegar uma nova figura capaz de fazer tremer as pernas dos responsáveis políticos dos mesmos países referidos anteriormente, sobretudo num contexto pós-pandemia. O seu nome é Christian Lindner, líder dos liberais alemães (FDP), um dos partidos que integra as negociações, juntamente com o os sociais-democratas do SPD e dos Verdes, para o próximo governo alemão. O seu cargo provável? Ministro das Finanças — com tudo o que isso significa no contexto europeu.

Com apenas 16 anos, Lindner filiou-se no FDP e, em menos de um ano, já dirigia o grupo do partido na sua escola secundária, localizada no estado da Renânia do Norte-Vestfália, onde nasceu, bem perto da fronteira com a Bélgica e dos Países Baixos. A sua precocidade política não se fica por aqui. Aos 21 anos, tornou-se o deputado mais jovem de sempre a integrar o parlamento do seu estado — por essa altura adotou também a alcunha de Bambi, uma referência à histórica personagem da Disney.

Em 2009, novo avanço — precoce — na carreira de político: é eleito para o parlamento federal da Alemanha, tornando-se, aos 34 anos anos e poucos anos depois, líder do FDP. Curiosamente, foi no rescaldo de um dos piores resultados da história do partido — em grande parte devido às posições controversas que assumiu durante a crise financeira, alegando que os alemães não deveriam ter que suportar os erros dos restantes países europeus — que Lindner’s garantiu a sua ascensão, quer a nível partidário quer a nível nacional.

Em 2013, o FDP obteve menos de 5% da votação nas eleições federais, o que ditou o seu afastamento do parlamento alemão, algo inédito desde a função do partido e um resultado que deixava o partido à beira da irrelevância político. Um descalabro, disseram uns, uma oportunidade, viu Lindner. De facto, o meu resultado foi aproveitado para uma reconstrução interna, algo que os mais próximos de Christian lhe louvam. Gerhart Baum, um histórico do FDP, trabalhou com Lindner durante grande parte da carreira, pelo que, quando o intitula de “um dos dos talentosos jovens políticos da Alemanha” e com “capacidade de lançar luz sobre os assuntos mais complexos”, deve saber minimamente do que fala.

Baum, contudo, também aponta ao prodígio do FDP um defeito que lhe é especialmente caro: a facilidade com que pode perder o seu “compasso liberal“. Um exemplo? Quando, em 2015, se opôs à referida política de acolhimento de refugiados adotada por Angela Merkel, aponta Baum — um “verdadeiro liberal” aos olhos de muitos.

Após as eleições federais de setembro, Christian Lindner voltou a ler o livro diante dos seus olhos como ninguém. Enquanto muitos liberais estavam à espera de chegar a acordo com o seu tradicional parceiro de coligação, a CDU de Merkel, o habilidoso político estava de olhos postos num outro alvo, os Verdes, tradicionalmente longe da mesa de diálogo. A abordagem, notam admiradores e críticos, consiste no “típico Lindner”: repensar o equilíbrio de poder no cenário político alemão e concluir rapidamente que o único caminho para o FDP chegar ao poder seria através de uma coligação tripla, precisamente com os Verdes e com o SPD.

Isto traria o partido para um lugar que conhecera durante décadas, o de peça determinante no xadrez das coligações – muito frequentes – alemãs, tendo viabilizado acordos tanto com os sociais-democratas e com os democratas cristãos. Por isso, não deixou de ser surpreendente que, em 2017, Lindner tenha batido com a porta nas negociações para a formação de uma nova solução governativa. A justificação? O entendimento de que o seu partido não estava a ser tratado de forma justa – uma visão que não terá sido partilhada por muitos comentadores e analistas políticos que formaram um autêntico coro de críticas.

Se terá servido, ou não, como lição, nunca se saberá, mas a verdade é que Lindner está ciente de que as negociações que atualmente decorrem na Alemanha para a formação de um novo governo poderão ser a sua última oportunidade – não estando, por isso, em cima da mesa a hipótese de falhanço. Ao eleitorado, o líder dos liberais apresenta-se como um político reinventado, apostado numa imagem de progressista, determinado em modernizar a maior potência europeia.

Essa imagem passa-a também, por exemplo, através das indumentárias que escolha para as suas aparições durante a campanha eleitoral, onde se apresentava irrepreensivelmente vestido e acompanhado de apoiantes jovens, sobretudo homens. Não terá constituído, por isso, uma surpresa para muitos que o FDP, juntamente com os Verdes, tenham sido as duas forças partidárias que tenham conquistado mais jovens votantes.

Entre eles, Lindner é a principal estrela, seja através da imagem de indivíduo bem-sucedido, da facilidade com que se move nas redes sociais – mostrando alguns momentos da sua vida privada ou a fazer atividade física. Como se escreve na imprensa germânica, Lindner é “cool”.

No que respeita à governação, o político afirmou, de forma quase insistente, que não estava interessado num ministério só para si – algo que deverá sempre ser relativizado. Manifestou ainda que ficaria satisfeito por ver “um, dois ou três jovens” como ministros: “homens e mulheres”. Uma declaração que, no que respeita a Lindner, tem especial peso. Ao longo da sua carreira como líder partidário tem sido frequentemente acusado de negligenciar a promoção de mulheres para cargos importantes, nomeadamente em comissões parlamentares, mas também na esfera interna do partido, sobretudo em comparação com os outros principais partidos germânicos.

Gerhart Baum, elogia-lhe, ainda assim, os esforços para inverter a imagem de que o FDP se trata de um partido de um homem só. “Ele está a fazer o que pode para encorajar os membros mais novos do partido, sejam homens ou mulheres. Ele está determinado em dispersar a imagem de que o FDP é o partido de um homem”, apontou Baum.

Apesar das declarações de Lindner que davam conta da sua não intenção de ficar responsável por um ministério no governo alemão, tal deverá mesmo acontecer – durante a campanha referiu que a sua intenção, talvez a longo prazo, seria tornar-se Ministro das Finanças. Um cargo talvez demasiado exigente para alguém sem qualquer experiência na área dos negócios ou das finanças, mas também para alguém que nunca esteve à frente de um ministério.

Frank Decker, cientista político alemão, diz que é fácil perceber o porquê de Lindner querer arriscar em voos tão altos, numa fase tão inicial da sua carreira. “O cargo de ministro das Finanças é a posição mais importante do Governo alemão depois da chancelaria”, como tal, seria fácil para o líder dos liberais exercer a sua influência pelas mais diferentes áreas de governação. Simultaneamente, “é uma posição igualmente ideal para o FDP trazer para o Governo os seus principais quadros em áreas como a economia ou a política fiscal”.

Nas entrelinhas desta explicação está também um poder quase imensurável no que respeita às políticas económicas europeias.

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Seguidores de Musk votam para que o empresário venda 10% das suas ações da Tesla para pagar impostos !


Os seguidores de Elon Musk decidiram que o empresário deveria vender 10% das suas ações da Tesla, depois de este ter perguntado se o deveria fazer na rede social Twitter.

Elon Musk, presidente executivo da Tesla, pode estar prestes a vender 10% das suas ações. Tudo porque, no fim de semana, deixou uma votação na rede social Twitter sobre esse assunto e mais de metade das pessoas votou “sim”.

“Tem-se falado muito ultimamente sobre as mais-valias potenciais serem um meio de evasão fiscal, por isso, proponho vender 10% das minhas ações na Tesla. Concordam?”, questionou o multimilionário, comprometendo-se a fazer aquilo que a maioria escolhesse.

A votação durou 24 horas e, dos 3,5 milhões que responderam, 57,9% responderam que sim.

Num outro tweet, Musk explicou aos seus seguidores que só tem ações, não recebendo um salário em dinheiro ou bónus de qualquer sítio. O que significa que “a única forma de pagar os impostos pessoalmente é vendendo ações”, escreveu.

Mas, segundo a Business Insider, não especificou como é que os 10% seriam utilizados para pagar impostos.

“Eu estava preparado para aceitar qualquer um dos resultados”, disse Musk, após o encerramento da votação.

De acordo com a Reuters, a percentagem de ações que Musk pondera vender está avaliada em cerca de 21 mil milhões de dólares (cerca de 18 mil milhões de euros), com base no fecho de mercado da semana passada. Ao todo, o fundador da Tesla detém ações naquela empresa que, em conjunto, valem mais de 200 mil milhões de dólares.

A proposta de Musk surge na sequência de uma proposta dos democratas, que querem criar um imposto sobre os bilionários para aumentar os impostos sobre os mais ricos taxando as suas ações, que geralmente só são tributadas quando são vendidas.

Mas a atitude já levantou críticas por parte do Senado dos EUA, mais especificamente do presidente do Comité das Finanças, Ron Wyden, responsável pelo “imposto aos bilionários”.

“Se o homem mais rico do mundo paga ou não algum imposto, não deve depender dos resultados de uma pesquisa do Twitter”, disse Wyden.

Uma análise da Casa Branca concluiu que quando os ganhos não realizados são contabilizados como rendimento, os bilionários pagam uma média de apenas 8,2% em impostos sobre o rendimento, muito menos do que o americano médio.

Com as suas participações noutras empresas, como a Neuralink e a SpaceX, Musk tem uma fortuna estimada em mais de 338 mil milhões de dólares (292 mil milhões de euros), que o torna o homem mais rico do mundo.

Recorde-se que o diretor do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas disse, recentemente, que 2% da fortuna de Elon Musk, equivalente a cinco mil milhões de euros, poderia ajudar a acabar com a fome mundial. Em resposta, Musk afirmou estar preparado para doar esse valor, se a ONU conseguir provar que resolve o problema.

https://zap.aeiou.pt/seguidores-de-musk-votam-para-que-o-empresario-venda-10-das-suas-acoes-da-tesla-para-pagar-impostos-443145


Partido Comunista Chinês reúne-se para aprovar resolução e abrir caminho a um lugar na história para Xi Jinping !


Em 2018, o presidente da República Democrática da China pôs fim ao limite de mandatos, pelo que no final de 2022 entrará no seu terceiro.

O Partido Comunista Chinês iniciou esta segunda-feira uma histórica reunião, na qual analisará e aprovará uma resolução sobre as “principais conquistas e experiências históricas” dos primeiros 100 anos do partido. No entanto, esta reunião é distinta de todas as outras realizadas no seio do partido, já que pretende cimentar o papel de Xi Jinping como grande líder chinês, ao nível de Mao Tsetung e de Deng Xiaoping.

Estes foram, de resto, os únicos líderes chineses a usar o mesmo processo para reafirmar o seu poder, mas também para colocar um ponto final na contestação interna relativa ao rumo que o partido e o país deveriam seguir. No caso de Xi, trata-se sobretudo aprovar uma estratégia que rompe com o passado – sobretudo com as estratégias definidas pelos seus antecessores mais recentes –, mas também de se colocar no centro do partido e das reformas que pretende implementar no futuro. No que respeita à trajetória que país deverá seguir no futuro, não são esperadas muitas mudanças para além das anunciadas por Xi num passado recente.

As últimas semanas que antecederam a reunião foram marcadas por um aumento da propaganda do regime nos meios oficiais. Por exemplo, no Diário do Povo, o jornal oficial do partido, foi possível ler as conquistas feitas por Xi, foram marcadas por “escolhas cruciais”, ao mesmo tempo que o presidente chinês “planeava, concretizava e avançava pessoalmente” em políticas importantes. A luta contra o coronavírus também não foi esquecida. “Cada parecer científico, cada avaliação, cada decisão de reverter a situação – tudo precisava de grande coragem política e sabedoria. Ao deste navio pesado estava um homem.”

A aprovação da resolução não tem como objetivo clarificar a visão oficial do partido perante qualquer tipo de contestação interna, já que, ao longo dos últimos anos, Xi Jiping tratou de assegurar que esta não existe. A sua filosofia pessoal passou a estar presente na formulação de políticas, da política, no exército e até nas escolas, onde os manuais usados pelas crianças têm referências às suas ideias.

No entanto, o foco do dirigente parece estar não na implementação das suas visões à força, o que poderia despoletar movimentos de contestação, mas por via da construção de instituições partidárias em seu redor, mas também por via da lei. A ideia é construir um novo sistema jurídico em que as regras partidárias e as leis do Estado coexistam, escreve o jornal Público.

Para trás, neste novo caminho que XI Jinping pretende traçar fica o modelo económico das últimas décadas, que tinha como objetivo fazer da sociedade chinesa uma sociedade “moderadamente próspera” – o líder chinês é da opinião que esta meta já foi atingida, com a pobreza extrema a ser erradicada por completo. Espera-se, assim, que ao nível da política económica, Xi Jinping continue a intervir na economia com medidas regulatórias e altamente politizadas, numa rutura com o pensamento de Deng.

No que respeita à união do território, dos planos do líder para atingir a “rejuvenescimento nacional” faz também parte Taiwan, a qual considera uma parte inevitável e crucial da China.

https://zap.aeiou.pt/partido-comunista-aprovar-resolucao-443228


segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Cop26 - O que foi alcançado até agora e as decisões que ainda estão pendentes !

Presidente dos EUA, Joe Biden, fala durante o evento Global Methane Pledge na COP26
Entre acordos sobre a desflorestação e redução de emissões do metano, já foram feitos alguns avanços na Cop26. No entanto, muitos activistas dizem que não chegam.

Com muitas expectativas de um lado e cepticismo do outro, os líderes mundiais já alcançaram alguns acordos na cimeira climática Cop26. A nível de compromissos com a redução das emissões de carbono, a Índia fez o anúncio mais ambicioso. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, comprometeu-se a gerar metade da electricidade para a Índia através de fontes renováveis até 2030 e conseguir chegar às zero emissões líquidas até 2070.

Esta segunda parte é bastante ambiciosa e, segundo a Nature, é mais provável que o plano indiano para chegar às zero emissões se refira apenas ao dióxido de carbono e não a todos os gases de efeito de estufa. A iniciativa da Índia vai muito além dos compromissos bem mais contidos de outros países, como a Rússia ou a Arábia Saudita, que são grandes poluidores.

Em relação ao metano, também já há desenvolvimentos. O dióxido de carbono é o principal responsável pelo aquecimento do planeta, mas o metano também é um importante gás com efeito de estufa que precisa de ser tido em conta, visto as suas emissões terem subido na última década e ser o causador de um terço da subida da temperatura causada pelas actividades humanas. 

Um grupo de 90 países que equivalem a dois terços da economia mundial, concordaram em reduzir as emissões de metano em pelo menos 30% relativamente aos níveis actuais até 2030. No entanto, a Rússia, a China e a Índia são três países grandes e importantes que ficaram de fora.

A iniciativa partiu dos Estados Unidos e da União Europeia. Segundo a Casa Branca, as indústrias do petróleo e gás são responsáveis por 30% das emissões de metano nos EUA, e as novas regulações mais apertadas vão ter estes sectores como alvo, com um maior controlo sobre vazamentos em oleodutos e gasodutos.

“Cortar nas emissões de metano é uma das coisas mais eficazes que podemos fazer para reduzir o aquecimento global a curto-prazo e mantê-lo a 1.5ºC”, afirmou a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Também já foi alcançado um acordo relativamente à desflorestação, visto que as florestas são os pulmões do planeta e essenciais para a absorção do dióxido de carbono. A desflorestação, que está a ocorrer a um ritmo de abate que equivale à destruição de um campo de futebol a cada minuto, deve acabar até 2030. Mais de 100 líderes mundiais assinaram este primeiro grande acordo da Cop26, incluindo o Brasil, onde a Amazónia tem sofrido bastante com a desflorestação para a agricultura e exploração pecuária.

Outros signatários incluem o Canadá, a Rússia, a China, a Indonésia, a República Democrática do Congo ou os Estados Unidos. No total, 85% das florestas mundiais localizam-se nos países que assinaram o compromisso. O acordo prevê também o investimento de 16.6 mil milhões de euros de fundos públicos e privados, sendo uma parte destinada à restauração de terras afectadas, ao combate a incêndios e ao apoio a comunidades indígenas em países em desenvolvimento.

Os especialistas elogiaram o progresso feito, mas lembraram que um acordo semelhante alcançado em 2014 não tem sido cumprido. Os governos de 28 países também se comprometeram a remover a desflorestação do comércio mundial de comida e outros produtos agrícolas, como o óleo de palma.

Já os gases emitidos pela queima de carvão são aqueles que individualmente contribuem mais para as alterações climáticas, sendo um corte drástico nestas emissões urgente para se limitar o aumento das temperaturas. “Acho que podemos dizer que o fim do carvão está à vista“, afirmou Alok Sharma, presidente britânico da Cop26, após o anúncio de que 46 países e várias instituições, incluindo bancos, tinham alcançado um compromisso para começar a abandonar o seu uso e cortar o financiamento.

Alguns dos principais utilizadores de carvão, como a Polónia, o Vietname ou o Chile, assinaram o acordo. No entanto, os Estados Unidos, a China, a Índia e a Austrália ficaram de fora, o que motivou críticas. “O ponto principal neste anúncio decepcionante é que o uso do carvão é basicamente deixado na mesma durante anos”, condenou Jamie Peters, director de campanhas na organização ambientalista Friends of the Earth.

Os signatários do acordo comprometeram-se a acabar com todos os investimentos na nova produção de energia gerada a carvão domesticamente e internacionalmente. A diminuição gradual do seu uso até 2030 para as maiores economias e 2040 para os países em desenvolvimento também ficou decidida. Num outro acordo à parte, 20 países, incluindo os EUA, garantiram que vão acabar com o financiamento público para projectos de combustíveis fósseis internacionais “que não diminuem” até ao fim de 2022.

Cerca de 37% da energia mundial em 2019 foi produzida usando carvão. O chefe da delegação da Greenpeace na Cop26 afirma que este acordo “fica aquém da ambição precisa” para cortar nos combustíveis fósseis “nesta década crítica”. “As letras pequenas aparentemente dão aos países uma margem enorme para escolherem a sua data de eliminação gradual, apesar das manchetes bonitas”, remata.

As instituições que detêm dois quintos dos activos financeiros mundiais, incluindo bancos, seguradoras e fundos de pensões, também assinaram um acordo para que até 2050 se consiga alcançar o objectivo de limitar as emissões e o aquecimento global até 1.5ºC. O plano define que estas instituições comecem a financiar projectos tecnológicos que diminuam ou erradiquem as emissões e que acabem com os investimentos no carvão, petróleo e gás natural.

Os compromissos alcançados até agora agradaram à Agência Energética Internacional. Faith Birol, director executivo da agência, afirmou que os acordos assinados limitariam o aquecimento até 1.8ºC. No entanto, essa ideia foi refutada por Selwin Hart, conselheiro sobre acção climática de António Guterres nas Nações Unidas, que refere que “o mundo está no caminho para um aumento de 2.7ºC“, o que seria “catastrófico”.
O que ainda falta decidir

Apesar de já ter havido alguns avanços, há ainda muita coisa por fazer. Os países mais pobres querem que as nações que ainda não têm planos nacionais para cortarem as emissões de gases com efeito de estufa para que se alcance o objectivo do 1.5ºC sejam obrigadas a negociar todos os anos a partir de agora.

Os cálculos da ONU apontam para um aumento de 2.7ºC — bastante acima dos 1.5ºC prometidos no Acordo de Paris. No entanto, os países signatários do Acordo de Paris apenas são obrigados a aumentar os seus compromissos, conhecidos como contribuições nacionais determinadas (NDC), a cada cinco anos, com o próxima data a cair em 2025. Os países em desenvolvimento afirmam que nessa altura, já será tarde demais.

“Os maiores poluidores têm de aumentar a sua acção climática agora, não em 2025, apoiada em passos concretos, como acabar com os subsídios a combustíveis fósseis nos próximos anos. O financiamento climático acessível e ampliado tem de acontecer agora para haver mais acções climáticas nos países em desenvolvimento, através de concessões e não de dívidas. Está na hora de trabalhar e concretizar-mos os nossos compromissos de concessões”, afirma Lia Nicholson, negociadora da Aliança de Pequenos Países Insulares, ao The Guardian.

Christiana Figueres, ex-chefe climática das Nações Unidas que supervisionou o Acordo de Paris, afirma que é possível os países terem de voltar às negociações todos os anos e que a Cop26 devia garantir esse compromisso. O Fórum Climático Vulnerável, que inclui 55 países pobres que vão sofrer com as crise climática, também quer que os países sejam obrigados a reportar anualmente a redução das suas emissões.

“Os países mais vulneráveis pediram um relatório anual sobre a ambição crescente de todos os governos, especialmente dos principais poluidores. Isto pode ser feito como um novo componente regular das Cops anuais e é permitido dentro do Acordo de Paris”, refere ao jornal britânico.

No entanto, já se antecipa muita resistência a esta iniciativa. A Greenpeace já acusou a Arábia Saudita de liderar os esforços para que o aumento da frequência dos relatórios sobre as emissões seja bloqueado.

A falta de compromissos e responsabilização legal para quem falha com eles também está a suscitar críticas entre os civis e activistas que protestam à porta da cimeira, em Glasgow. Sapna Agarwal é voluntária na Cimeira das Pessoas e acredita que tem havido “muito greenwashing” na Cop26. “Em Quioto fizeram-se compromissos obrigatórios, em Paris falava-se de promessas para serem revistas e agora é suposto haver essa revisão, mas o que vemos é que não há responsabilização [pelo que não foi feito]”, revela ao Público.

Estas preocupações também são partilhadas por Niklas Höhne, do Novo Instituto Climático. “Nenhum dos países que tem um objectivo de zero emissões tem implementado políticas suficientes a curto-prazo para essa trajectória. Agora é mais uma visão ou imaginação. E não coincide com a realidade“, critica.

Depois dos acordos conseguidos na semana passada, espera-se que as regulações sobre as medidas usadas nos relatórios de cada país sejam debatidas esta semana. A possível troca de carvão e o seu impacto no alcance dos compromissos e os planos de adaptação à crise climática também vão estar em cima da mesa.

O Adaptation Gap Report do Programa das Nações Unidas para o Ambiente foi apresentado na semana passada e detalhou a diferenças nos planos de adaptação às alterações climáticas em diversos países. A conclusão foi de que “o crescimento dos impactos climáticos está a ultrapassar largamente os nossos esforços para nos adaptarmos a eles”.

No entanto, há alguns sinais promissores, tendo havido um crescimento de 7% em 2021 dos países que adoptaram pelo menos um instrumento com o objectivo de melhorar a adaptação a nível nacional. Desta forma, 79% já têm um plano, estratégia ou lei destinada a lidar com os efeitos da crise climática, enquanto que 9% dos que ainda não fizeram algo parecido estão a preparar algo neste momento.

“151 das NDC entregues incluem informações sobre adaptação. 126 de 154 países em vias de desenvolvimento estão a trabalhar nos seus planos nacionais de adaptação”​, referiu o representante na conferência de imprensa da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla inglesa), Ovais Samard. Antecipa-se assim que os planos de adaptação sejam o grande tópico de discussão no que ainda falta da Cop26.

https://zap.aeiou.pt/cop26-alcancado-decisoes-pendentes-443141


Morte de grávida gera protestos contra a lei do aborto na Polónia !


Milhares de polacos saíram às ruas, no último sábado, para protestar contra a lei do aborto atualmente em vigor no país, depois de uma grávida ter morrido por ter sido impedida de optar por esse procedimento.

De acordo com a agência Reuters, a mulher de 30 anos, que estava grávida de 22 semanas, dirigiu-se a um hospital em Pszczyna, no sul da Polónia, em setembro, quando as águas rebentaram. Exames feitos anteriormente já tinham mostrado que se tratava de um feto com malformações.

“O bebé pesa 485 gramas. Neste momento, por causa da lei do aborto, tenho que ficar de cama. E não há nada que eles possam fazer. Vão esperar que o feto morra ou que algo comece e, se nada acontecer, posso ter uma septicemia”, escreveu Izabela numa mensagem de texto enviada à mãe.

Quando um exame mostrou que o feto já estava morto, os médicos decidiram avançar para uma cesariana. A advogada da família, Jolanta Budzowska, contou que o coração de Izabela parou no momento em que estava a ser levada para a sala de operações e que acabou por falecer, apesar dos esforços da equipa médica para tentar reanimá-la.

Budzowska iniciou uma ação judicial contra o tratamento recebido no hospital, acusando os profissionais em questão de negligência. Na última sexta-feira, o hospital revelou que dois médicos foram suspensos e foi já aberta uma investigação sobre o caso.

O caso já aconteceu em setembro, mas só foi tornado público na semana passada, tendo ganhado a atenção do público depois de a advogada ter partilhado um tweet com a hashtag #anijednejwiecej (“nem uma mais” em Português) e no qual se lia: “Os médicos ficaram à espera que o feto morresse. O feto morreu, a paciente morreu. Choque séptico.”

Ativistas contra a lei do aborto atualmente em vigor dizem que esta foi a primeira morte provocada pela nova legislação. A nova lei, que entrou em vigor em janeiro depois de um acórdão do Tribunal Constitucional polaco, praticamente proíbe o aborto no país. Neste momento, a interrupção voluntária da gravidez só é permitida em casos de violação ou de incesto, ou quando a vida da mãe se encontra em perigo.

Este sábado, milhares de polacos saíram às ruas em várias cidades do país para protestar contra a lei, mas também para homenagear Izabela. “Nem uma mais!”, gritaram os manifestantes em Varsóvia, num protesto em que, segundo a Deutsche Welle, esteve presente Donald Tusk, antigo presidente do Conselho Europeu e agora líder da oposição polaca.

Ativistas consideram que, atualmente, os médicos na Polónia têm medo de recorrer ao aborto, temendo represálias na justiça, e que esta mulher ainda poderia estar viva se a legislação não fosse tão rígida.

No sentido inverso, o partido no poder, Lei e Justiça (PiS), rejeita as acusações de que a nova lei do aborto seja a culpada pela morte de Izabela, atribuindo-a à negligência da equipa médica.

“Quando se trata da vida e da saúde da mãe, se estiver em perigo, é possível interromper a gravidez e a decisão não muda nada”, disse o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki.

https://zap.aeiou.pt/morte-gravida-gera-protestos-lei-aborto-polonia-443156

Polícia esfaqueado em Cannes - Atacante disse ter agido “em nome do profeta” !


Um polícia foi esfaqueado na cidade francesa de Cannes, esta segunda-feira, tendo sobrevivido ao ataque. O autor do esfaqueamento foi neutralizado e disse ter agido “em nome do profeta”.

De acordo com a BFM TV, citada pela agência Reuters, o atacante abriu a porta de um carro da polícia que estava estacionado à frente de uma esquadra e esfaqueou o agente que estava ao volante. O suspeito também tentou atacar um outro polícia que estava dentro do automóvel, mas um terceiro conseguiu disparar contra o atacante, ferindo-o com gravidade.

O polícia sobreviveu ao esfaqueamento e escapou a ferimentos mais graves graças ao colete à prova de balas que vestia, disse o ministro do Interior, Gerald Darmanin, que confirmou que o agressor foi “neutralizado” por outros polícias.

Fonte policial adiantou ainda que o atacante, que será de nacionalidade argelina e terá uma autorização de residência italiana, disse ter agido “em nome do profeta”, o que leva a investigação a colocar em cima da mesa a hipótese de terrorismo. No entanto, para já, a investigação está nas mãos de um procurador local, e não do procurador nacional anti-terrorismo.
 

Darmanin informou na sua conta do Twitter que vai “imediatamente” para o local ainda esta manhã e que vai dar “todo o apoio à polícia nacional e à cidade de Cannes”.

https://zap.aeiou.pt/policia-esfaqueado-em-cannes-atacante-disse-ter-agido-em-nome-do-profeta-443148

Cientistas descobrem “sensor” que faz humanos ficarem mais altos a cada geração !

Três pessoas – duas mulheres e um homem – a passear na rua com máscara

O facto de os seres humanos serem cada vez mais altos e atingirem a puberdade mais cedo pode ser explicado por um “sensor” no cérebro, dizem cientistas.

A altura média das pessoas aumentou 10 centímetros no Reino Unido e até 20 centímetros noutros países durante o século 20, à medida em que a saúde nutricional melhorou.

Mas não se compreendia o porquê. Agora, investigadores do Reino Unido fizeram uma descoberta que, segundo os próprios, pode levar ao desenvolvimento de medicamentos para melhorar a massa muscular e tratar o crescimento tardio.

Sabe-se, há muito tempo, que o acesso a alimentos saudáveis tende a fazer com que as pessoas cresçam mais e amadureçam mais rapidamente. Isto porque os sinais da alimentação chegam a uma parte do cérebro chamada hipotálamo, informando sobre a saúde nutricional do corpo e desencadeando o crescimento.

Um novo estudo, publicado na revista Nature e liderado por investigadores da Universidade de Cambridge, descobriu o recetor cerebral por trás desse processo.Chama-se MC3R e é o elo crucial entre o desenvolvimento e o crescimento alimentar e sexual.

“[O MC3R] diz ao corpo que estamos ótimos, temos muita comida, então pode crescer rapidamente, passar logo pela puberdade e fazer muitos bebés”, disse Stephen O’Rahilly, autor do estudo e professor em Cambridge.

“Não é magia — nós temos o diagrama completo de como isso acontece”, continuou.

Quando o recetor do cérebro não funciona normalmente, os cientistas descobriram que as pessoas tendem a ser mais baixas e a começar a puberdade mais tarde.

A equipa analisou a composição genética de meio milhão de voluntários inscritos no UK Biobank, um enorme banco de dados de informações genéticas e de saúde, e descobriu que as crianças com mutações genéticas que afetam o recetor cerebral eram todas mais baixas e pesavam menos — o que mostra que o efeito começa cedo na vida.

Uma das pessoas tinha mutações em ambas as cópias do gene para MC3R, o que é extremamente raro e prejudicial, e, por isso, era muito baixa e começou a puberdade apenas depois dos 20 anos.

A descoberta pode ajudar crianças com graves atrasos no crescimento e na puberdade, assim como aquelas que se tornam frágeis por conta de doenças crónicas e precisam de desenvolver os seus músculos.

“Pesquisas futuras devem investigar se as drogas que ativam seletivamente o MC3R podem ajudar a redirecionar as calorias para os músculos e outros tecidos magros, com a perspetiva de melhorar a funcionalidade física desses pacientes”, disse O’Rahilly.

Os cientistas já identificaram um recetor cerebral que controla o apetite, chamado MC4R, e aqueles que não o têm costumam sofrer de obesidade.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-descobrem-sensor-que-faz-humanos-ficarem-mais-altos-a-cada-geracao-442831

 

Hackers estão a vender certificados de vacinação falsos !


Um grupo de piratas informáticos conseguiu obter a chave privada de encriptação usada pelo sistema europeu do passaporte contra a Covid-19 e está a vender certificados falsos para qualquer pessoa, incluindo já falecidos.

A chave privada de encriptação usada pelas autoridades europeias para autenticar os certificados digitais de vacinação contra a covid-19 na União Europeia está a ser usada por hackers para vender certificados a qualquer pessoa.

Para provar que tinham mesmo esta capacidade, os piratas geraram certificados para Adolf Hitler, para o rato Mickey e para o SpongeBob.

De acordo com a Bleeping Computer, estes certificados falsos apareciam como validados e os hackers pedem cerca de 300 dólares para cada certificado falsificado. 

Esta encriptação é aplicada nos certificados digitais verificados nos países da União Europeia para atestar que os viajantes estão vacinados. A emissão do certificado está a cargo de agências de saúde, centros de testagem e muitas outras entidades, pelo que ainda não é claro onde está a fuga que fez chegar a chave aos hackers.

A Comissão Europeia indica que o passe digital tem um código QR com uma assinatura digital que pretende evitar falsificações. Confrontada com esta situação, fonte da Comissão reforça que os certificados foram criados por “pessoas com credenciais válidas para acesso aos sistemas de TI nacionais ou por pessoas a fazer mau uso destas credenciais”, sublinhando que o episódio é causado por “atividades ilegais” e não por falha técnica.

Segundo os dados do código QR analisados pelo Bleeping Computer, os certificados falsos que circulam online foram emitidos em diferentes países, como é o caso de França, Alemanha, Itália, Holanda, Macedónia do Norte, ou Polónia, o que indica um problema que pode afetar toda a comunidade europeia.

O impacto desta situação pode ser expressivo, permitindo que pessoas não vacinadas circulem livremente e colocando em risco a saúde nas comunidades locais. Em situações limite, a fuga pode mesmo levar os governos a perder a confiança na legitimidade de todo o mecanismo.

“Em vários grupos (principalmente no Telegram) estão a circular vários certificados falsos com assinatura válida. Existe a possibilidade de que o banco de dados de chaves privadas esteja comprometido e isso pode gerar uma quebra da cadeia de confiança”, referiu o utilizador do GitHub, Emanuele Laface, citado pela Bleeping Computer.

https://zap.aeiou.pt/hackers-certificados-vacinacao-falsos-442926


“A imagem da bruxa é um dos primeiros exemplos da propaganda contra mulheres” - Aliado ao feminismo e ao TikTok, cresce o fascínio com o oculto !


As marchas das mulheres fazem repetidas referências às bruxas que foram perseguidas como símbolos feministas. O TikTok tem também alimentado o fascínio com a magia.

O dia das bruxas até já pode ter passado, mas, para alguns, todos os dias são dias para celebrar as rainhas do oculto. Com o crescimento nos últimos anos do movimento Me Too, muitas mulheres também têm reclamado a sua identidade enquanto mestres da magia e têm aumentado as referências a caças às bruxas em protestos.

Recentemente, nas manifestações nos Estados Unidos contra a lei do aborto no Texas, também se têm multiplicado os cartazes onde se pode ler: “Somos as bisnetas das bruxas que não conseguiram queimar“.

Mas afinal, qual é a ligação entre a exaltação da bruxaria e o feminismo? Para a fotógrafa e autora do livro Major Arcana: Portraits of Witches in America, publicado em 2020, Frances F. Denny, esta relação não tem nada de coincidência. 

“Se olharmos para a história do feminismo nos ano 60 e 70 e a história da feitiçaria moderna, andam de mãos dadas. As ondas acontecem ao mesmo tempo”, explica ao The Independent. Apesar de poder ser praticada por pessoas de todas as identidades de género, os enlaces históricos entre a bruxaria e a feminilidade são difíceis de ignorar. As “bruxas” eram muitas vezes apenas mulheres que não se enquadravam nos critérios da época, sejam esses sociais, religiosos ou médicos.

A luta contra o genocídio cultural dos rituais religiosos de povos colonizados, como o hoodoo e voodoo, também está intimamente ligada à história das caças às bruxas, com muitas destas tradições a serem associadas até aos dias de hoje á feitiçaria e ao oculto.

Enquanto fazia pesquisas para o seu primeiro livro em 2014, Denny descobriu que um dos seus antepassados tinha sido um juiz durante os julgamentos das bruxas em Salem, no Massachusetts, onde este tipo de julgamentos foi recorrentes em 1692.

A tradição de caça às bruxas em Salem até acabou por ser um atracção turística na vila. Mais de 200 pessoas foram acusadas, tendo 30 sido condenadas. Destas, 19 foram enforcadas, sendo a maioria mulheres.

Os julgamentos marcaram uma das eras mais tenebrosas das então colónias britânicas nos EUA, com o pânico puritano a ser alimentado por condições precárias de higiene e saúde — com um surto de varíola, um Inverno muito frio e instabilidade política local — que aumentaram ainda mais a paranóia sobre a mão do bruxedo nas dificuldades vividas.

Mas esta paranóia ainda persiste nos tempos modernos. Vários estados norte-americanos continuavam a punir judicialmente a bruxaria na década de 70. Uma das mulheres fotografadas por Denny, Zsuzanna Budapest, foi até presa na Califórnia por ler cartas de tarot em 1975 a uma agente de polícia à paisana. Depois de nove anos em lutas legais, conseguiu reverter a sentença com base na liberdade religiosa.

Uma das acusadas, Mary Bliss Parsons, também era uma familiar de Frances F. Denny. Apesar de não ter sido condenada, a acusação e as suspeitas acompanharam-na para o resto da vida. Foram estas descobertas que motivaram a fotógrafa a fazer uma viagem pelos EUA em busca das bruxas da idade moderna, entre os 20 e 85 anos.

Os retratos estão agora expostos em Salem, no Peabody Essex Museum, que é casa de muitas relíquias dos julgamentos do século XVII, como mandados de busca, cartas e até um vestido do estilista Alexander McQueen feito em honra da sua antepassada que também foi executada.

Outra das protagonistas do livro e da exposição em Salem é Shine Blackhawk, uma bruxa de Los Angeles que aprendeu as artes do oculto com a sua avó, uma mulher chamada Carlyn A Grande. Na casa dos 20 anos, a feiticeira conformou-se com a sua bruxaria “eclética”. “Sabia que tinha este poder desde criança. Apesar de não usar a palavra “bruxa” na altura, eu sabia que pertencia a algo diferente, um outro mundo. E passei muito tempo nesse mundo diferente”, confessa.

“Ter estas bruxas modernas ali para todas as mulheres cujas vozes foram roubadas há 300 anos é uma das coisas mais importantes de que já fiz parte. Os julgamentos foram uma parte muito difícil da nossa história, mas sermos entrelaçadas e ligadas juntas; é quase como se essas mulheres continuassem a respirar, a viver, a dançar e mexer-se através de nós. É épico fazer pare disso” considera Blackhawk sobre a exposição em Salem.

A introdução de Major Arcana refere também que “a imagem da bruxa é um dos primeiros exemplos da propaganda generalizada contra as mulheres”. “Algumas disseram-me que viram a sua identidade enquanto bruxas usada contra elas em processos de divórcio pelos ex-maridos. Essa foi a maior chamada para eu perceber que ainda há muito a perder com este projecto, com esta palavra. Ainda é tabu. Ainda é perigosa“, explica Denny ao jornal britânico.
A ascensão do WitchTok

A identificação com a feitiçaria tem crescido a pique nos últimos anos nos EUA, mas a reivindicação feminista do termo já não é de agora. Há 53 anos, um grupo de manifestantes autointituladas W.I.T.C.H. criaram um “feitiço” no Halloween contra Wall Street.

Vestidas a rigor todas de preto e com chapéus em bico, as mulheres esgueiraram-se entre as ruas apertadas de Manhattan durante a noite para entrarem na bolsa de Nova Iorque, onde espalharam cola nas trancas das portas. Na manhã seguinte, os bolsistas não conseguiam entrar e o índice caiu 13 pontos.

“Não nos considerávamos bruxas verdadeiras, mas usamos o termo por causa daquilo que representava: uma mulher poderosa“, afirmou Robin Morgan, uma das organizadoras da manifestação, que explica ao The New York Times que o acrónimo W.I.T.C.H. significava Women’s International Terrorist Conspiracy From Hell — Conspiração Terrorista Internacional do Inferno de Mulheres.

Já nos últimos anos, a popularidade das bruxas tem subido, seja com a obsessão millennial com o tarot ou a divulgação de podcasts e painéis de discussão sobre a feitiçaria, e já vários estudos, se debruçaram sobre o tema. Em 2014, o Pew Research Center concluiu que a identificação formal com a bruxaria está a crescer imenso nos EUA, com quase 1,5 milhões de feiticeiros.

Mas as redes sociais, especialmente o TikTok, também são um grande factor na recente explosão no fascínio com bruxas. A hashtag #WitchTok conta já com mais de 20.7 mil milhões de visualizações. Como termo de comparação, a hashtag #Biden tem apenas 13.8 mil milhões de visualizações.

Com vídeos curtos, o formato favorece conteúdo com um ritmo rápido e visualmente apelativo. Através de velas, garrafas, incenso, cristais, ervas, e roupas e maquilhagem dramáticas, cria-se um ambiente apropriado para pequenos tutoriais de feitiços que podem ser facilmente imitados pelos espectadores. Os alvos mais comuns dos feitiços parecem ser a busca pelo amor, o dinheiro, a saúde ou a vingança.

Os vídeos interactivos, onde os tabuleiros Ouija, as cartas de tarot, ou os pêndulos respondem a uma questão feita por quem vê são também muito populares, explorando o algoritmo ao máximo ao encorajar à participação da audiência.

No entanto, nem todos são fãs ou crentes no oculto. Há também utilizadores, geralmente cristãos, que partilham vídeos onde se mostram indignados contra os males da magia. Mas enquanto os mais religiosos acreditam que a feitiçaria é tão poderosa que vai valer às bruxas um lugar eterno no Inferno, há outros TikTokers mais cépticos, que se dedicam à desmistificação dos vídeos publicados por feiticeiros auto-intitulados.

Mas há ainda um terceiro grupo – as feiticeiras mais experientes que levam o culto da magia a sério e como uma carreira e que se dedicam ao estudo da teoria, história e complexidade dos rituais e dos feitiços.

O seu conteúdo mais educativo e longo já não é tão apetecível para a audiência do TikTok, mas ocasionalmente as mestres da magia tornam-se virais quando corrigem e educam as “bruxas bebés”, por vezes mostrando a sua frustração com questões sociais gerais que também se aplicam à feitiçaria, como a apropriação cultural.

A bruxa Georgina Rose tenta fazer a ponte entre o conteúdo educativo e o humor típico dos seus contemporâneos da geração Z, tanto no TikTok, como no Twitter e no YouTube, para lutar contra o “crescimento do anti-intelectualismo” entre os jovens nos “espaços ocultos online”, com a hashtag #DefendOccultBooks. O objectivo é atrair novos interessados no mundo da magia.

A tradição já existe há séculos e ainda persiste com a tecnologia, não havendo nenhum sinal de abrandamento na popularidade do bruxedo. De mãos dadas, a luta feminista alia-se à feitiçaria e continua em busca da igualdade para as mulheres, tanto bruxas como as comuns das mortais.

https://zap.aeiou.pt/bruxa-propaganda-mulheres-tiktok-442426


Franco, o ditador espanhol, era também colunista num jornal !


Francisco Franco, o ditador que governou Espanha de 1939 a 1975, escreveu artigos sob um pseudónimo num jornal estatal, Arriba.

De acordo com o The Independent, Francisco Franco usou três pseudónimos para escrever sobre assuntos atuais no Arriba.

O nome Hispanicus era utilizado para escrever sobre assuntos nacionais e Jakin Boor para dar a sua opinião sobre os Maçons, um grupo ao qual se opôs.

Mas os assuntos internacionais também estiveram debaixo de olho do ditador, quando Franco usou o pseudónimo Macaulay, que se acredita ser uma referência a Thomas Macaulay, um político Whig do século XIX.

O diário escreve que, em 1947, Franco voltou a sua atenção para as dificuldades económicas do pós-II Guerra Mundial na Grã-Bretanha. Apesar da oposição do Partido Trabalhista ao regime franquista, o ditador espanhol disse que não atribuía toda a culpa pela situação da Grã-Bretanha ao Governo de esquerda, chefiado por Clement Attlee.

“Fingir atribuir aos trabalhistas todos os erros [e] infortúnios da nação britânica constitui para nós uma injustiça e um erro lamentável, nem as fórmulas conservadoras servirão qualquer propósito, nem é a ordem capitalista que pode salvar a Grã-Bretanha na hora do seu infortúnio”, escreveu o colunista.

Após a vitória dos Aliados, em 1945, a economia britânica estava um caos, com indústrias-chave, como os transportes e o carvão, carentes de equipamento. O país não tinha nada para exportar, nem forma de pagar as importações.

O regime de empréstimos com os Estados Unidos, do qual a Grã-Bretanha dependia, terminou em 1945, e Londres viu-se obrigada a negociar um novo empréstimo de 3,75 mil milhões de dólares de Washington.

A Grã-Bretanha estava falida.

Enrique de Aguinaga, um antigo jornalista, descobriu cópias dos artigos de Franco datados de 1947, no qual abordava assuntos relacionados com a Grã-Bretanha.

Num artigo datado de 26 de agosto, os parágrafos sobre os Trabalhistas apareciam censurados, possivelmente devido à oposição do partido ao regime franquista em Espanha.

Durante o seu Governo, Franco censurou livros de George Orwell e Ernest Hemingway, letras de músicas e até os famosos filmes de James Bond.

https://zap.aeiou.pt/franco-era-colunista-num-jornal-442838


domingo, 7 de novembro de 2021

Polícia russa investiga jovens que tiram fotos sexualmente sugestivas em frente a locais históricos !


O país tem aumentado o controlo das redes sociais e este tipo de conteúdo é considerado ofensivo. Já há casos de pessoas condenadas.

A polícia russa está a investigar vários jovens que nas últimas semanas têm tirado fotografias ousadas perto de locais históricos do país. Segundo o jornal britânico The Guardian, as fotos são de pessoas parcialmente nuas ou têm conteúdo sexualmente sugestivo.

O mesmo jornal indica que foram relatados pelo menos quatro casos, o que tem levado a polícia russa a investigar, e até mesmo a deter, pessoas que partilharam nas redes sociais fotografias onde se mostram parcialmente nus ou em poses sexuais em frente a monumentos de grande relevância nacional, como é o caso do Kremlin, Catedral de São Basílio, Catedral de Santo Isaac em São Petersburgo e uma “chama eterna” dedicada à história da segunda guerra mundial.

Um exemplo foi um casal que foi condenado a dez meses de prisão depois da polícia ter descoberto uma fotografia sugestiva de sexo oral. A imagem foi captada mesmo em frente às cúpulas da Catedral de São Basílio em Moscovo.

Ruslan Bobiev e Anastasia Chistova, que na fotografia estavam a usar um casaco da polícia, foram, na semana passada, acusados por “insultar os sentimentos dos crentes”. A condenação marca a primeira vez que este tipo de acusação leva alguém a ser preso. Por sua vez, Bobiev, um influencer do Tajiquistão, também será deportado da Rússia.

O jornal The Guardian dá ainda conta de outras mulheres que foram detidas por registarem fotografias a mostrar as nádegas e os seios em frente a locais públicos em várias cidades. Ainda assim, e perante as acusações, alguns dos jovens admitem ter tirado as fotografias, mas negam ter colocado ​​o material online.

Os casos, que têm sido alvo de críticas ​​por parte de ativistas conservadores que fazem queixas à polícia, marcam mais um passo no controlo que a Rússia está a fazer nas redes sociais. Grande parte dos casos investigados são motivados por uma maior atenção às contas do Instagram usadas por cidadãos russos.

https://zap.aeiou.pt/policia-russa-jovens-fotos-sugestivas-442916


Arábia Saudita vai converter uma plataforma petrolífera num parque de diversões !


A Arábia Saudita anunciou, em outubro, que pretende converter uma plataforma petrolífera localizada no Golfo Pérsico num complexo com vários hotéis, restaurantes e um parque de diversões.

Em comunicado, o Fundo de Investimento Público (PIF) saudita, responsável pelo financiamento do projeto, anunciou o The Rig como o “primeiro destino turístico do mundo inspirado nas plataformas petrolíferas”.

A ideia é converter uma dessas plataformas localizada no Golfo Pérsico, que abrange uma área com mais de 150 mil metros quadrados, num complexo com três hotéis, onze restaurantes e uma espécie de parque de diversões com várias atrações e atividades, como parques aquáticos, montanhas-russas, bungee jumping e paraquedismo.

“Este projeto é uma atração turística única, que esperamos que possa atrair turistas de todo o mundo”, disse o PIF, embora sem referir quando é que a construção fica pronta.

No mesmo comunicado pode ler-se que este complexo está em linha com a estratégia definida por este fundo até 2025, que visa “impulsionar a inovação nos setores do turismo e entretenimento da Arábia Saudita”, através de “oportunidades de desenvolvimento promissoras” para a economia do país.

De acordo com a cadeia televisiva CNN, a Arábia Saudita está determinada em conseguir reposicionar-se como um destino turístico a nível global, que poderá competir no futuro com locais vizinhos como o Dubai, Abu Dhabi e Omã. O seu objetivo é atrair 100 milhões de turistas, todos os anos, até ao final da década.

No início deste ano, recorda a estação norte-americana, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman confirmou os planos do reino saudita de investir numa segunda companhia aérea nacional, para além da já existente Saudia, e de investir 127 mil milhões de euros em transporte e logística ao longo de nove anos.

Em fevereiro, o país também anunciou que vai ser a casa de uma montanha-russa que vai bater todos os recordes, a propósito do parque de diversões Six Flags Qiddiya, que tem data de abertura prevista para 2023.

https://zap.aeiou.pt/arabia-saudita-plataforma-petrolifera-parque-diversoes-442928


Primeiro-ministro iraquiano escapa de ataque de drone com uma bomba !


O primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kadhimi, escapou ileso este domingo de um ataque com um drone com uma bomba à sua residência no centro de Bagdade, disseram as autoridades.

Houve “uma tentativa falhada de assassinato do primeiro-ministro, o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, por um drone com explosivos, lançado na sua residência na Zona Verde em Bagdade”, explicou a Célula de Informação de Segurança, citado pela agência noticiosa oficial iraquiana, INA.

Al-Kadhimi “não foi ferido e está de boa saúde”, acrescentou.

O próprio primeiro-ministro confirmou na sua conta do Twitter que está bem e apelou à população para permanecer calma face à tentativa de assassinato.

“Estou bem, louvo a Deus, entre o meu povo, e peço calma e moderação a todos, para o bem do Iraque”, escreveu.

Os Estados Unidos já reagiram ao ataque, através do porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price: “Estamos aliviados por saber que o primeiro-ministro não está ferido. Este aparente acto de terrorismo, que condenamos veementemente, visava o coração do Estado iraquiano”, frisou, numa declaração.

Os Estados Unidos, garantiu, já ofereceram ajuda na investigação deste ataque e estão em “estreito contacto com as forças de segurança iraquianas encarregadas de defender a soberania e independência do Iraque”.

A Zona Verde, onde a residência do primeiro-ministro foi atacada hoje de madrugada, é uma área fortificada no centro de Bagdade, que também contém uma série de edifícios governamentais e embaixadas estrangeiras.

Este ataque surge num momento de tensão no Iraque, após violentos confrontos entre manifestantes e polícias durante uma manifestação na passada sexta-feira em Bagdade, em frente da própria Zona Verde, contra os resultados das eleições legislativas de 10 de outubro.

Os confrontos deixaram duas pessoas mortas e mais de uma centena feridas, muitas delas polícias.

Vários partidos iraquianos consideram os resultados eleitorais oficiais fraudulentos, especialmente os que representam as milícias que compõem a Multidão Popular, na sua maioria xiitas e pró-iranianos, pois sofreram uma grande perda de votos em comparação com as eleições de 2018.

Os seus apoiantes mantêm um campo de protesto em frente à Zona Verde há quase duas semanas.

Além disso, a área tem sido alvo de uma série de ataques com foguetes nos últimos dois anos, visando principalmente a embaixada dos EUA, na sequência do assassinato do poderoso comandante iraniano Qasem Soleimaní, em janeiro de 2020, num bombardeamento com um alvo específico em Bagdade.

https://zap.aeiou.pt/primeiro-ministro-iraquiano-atacado-drone-443080


Este aeroporto na Alemanha parece ter sido vítima de uma maldição !


O Aeroporto Internacional Berlin-Brandenburg (BER) deveria ter sido inaugurado em 2011, mas os problemas na construção fizeram com que esta data fosse arrastada para 2020.

A inauguração do aeroporto foi adiada sete vezes o que gerou um aumento dos custos da construção da infraestrutura. Inicialmente foram calculados custos de 2.000 milhões de euros, mas, após sucessivos atrasos, devido a várias falhas de construção, o preço final aumentou 225%, ou seja, para 6.500 milhões de euros.

Na altura em que estava programada a primeira data da inauguração, os inspetores detetaram cerca de 120 mil falhas técnicas, que incluíam problemas de segurança e cerca de 170 mil quilómetros de cabos que estavam indevidamente ligados.

Com tantos problemas em mãos, os engenheiros responsáveis tiveram de fazer várias alterações – o que prolongou ainda mais as obras.

Mesmo depois da inauguração, a obra continuou a gerar controvérsia devido ao aparecimento de novos problemas: infiltrações de água, alguns tubos para o abastecimento dos aviões não se encaixavam, faltavam vários metros de corrimões em algumas escadas, não havia uma conexão estável de internet com o corpo de bombeiros, entre outros.

O site Aeroin também noticiou em janeiro deste ano que, desde a inauguração, 60 funcionários da área de segurança denunciaram ter recebido descargas elétricas enquanto atendiam os passageiros nos canais de inspeção. Em apenas um dia, 11 operadores foram vítimas de choques, e quatro deles precisaram mesmo de ser hospitalizados. A maior parte dos casos ocorreu durante a verificação de segurança das malas de mão no terminal 1.

Estas e outras falhas técnicas têm gerado grande controvérsia e, de acordo com a professora Genia Kostka, da Universidade Livre de Berlim, deveram-se ao facto do “conselho supervisor estar cheio de políticos que não faziam ideia de como supervisionar o projeto”. A especialista acredita que a inexperiência por parte destes responsáveis foi um dos pontos fulcrais para atrasar as obras por tanto tempo.
“Museu do capitalismo fóssil”

Ainda assim, muitos defendem que o projeto já estava condenado desde o início. Tudo começou em 1990 e arrastou-se ao longo de mais seis anos, uma vez que as autoridades responsáveis não estavam a conseguir chegar a um consenso sobre o local onde o aeroporto iria ser construído.

À medida que iam surgindo mais problemas, alguns investidores privados acabaram ainda por abandonar o projeto, deixando o Estado sozinho a financiar e supervisionar a construção. Por outro lado, a crise financeira global de 2008 também dificultou a tarefa de atrair um empreiteiro para construir e financiar o aeroporto.

Segundo o Interesting Engineering, na altura, o projeto deveria ter sido suspenso, mas os políticos seguiram em frente e usaram dinheiro público. Isso fez com que a abertura oficial fosse adiada repetidas vezes.

Foram precisos quase dez anos para resolver os problemas do aeroporto e, em outubro de 2020, as autoridades responsáveis anunciaram que a infraestrutura estava pronta para receber voos e passageiros. Contudo, o anúncio da inauguração veio numa altura em que também a aviação estava a passar por um mau momento devido à pandemia de covid-19. As circunstâncias fizeram com que as viagens diminuíssem e com isso o aeroporto acabou por permanecer vazio.

No momento da inauguração, o aeroporto ainda foi vítima de mais críticas. Um grupo de manifestantes mascarou-se de pinguins para protestar contra o papel do tráfego aéreo no aquecimento global. Em alguns cartazes, o aeroporto foi descrito como um “museu do capitalismo fóssil” e grupos de habitantes vizinhos também exigiram melhor proteção contra o ruído que o novo aeroporto vai gerar, escreveu o Dinheiro Vivo.

Com o regresso às viagens, e depois de tantas batalhas, espera-se agora que aeroporto se torne o terceiro mais movimentado da Alemanha, superando o aeroporto de Düsseldorf.

https://zap.aeiou.pt/aeroporto-alemanha-maldicao-442894


E se os barcos que limpam o lixo dos oceanos se alimentassem desse mesmo lixo ?


Um projeto de investigadores ingleses, o Ocean Cleanup Project, sugere avança com a possibilidade de os barcos usados na recolha de lixo oceânico serem também usados para transformar esse mesmo lixo em combustível para os alimentar.

Se é verdade que o lixo que atualmente vive nos oceanos é o reflexo dos comportamentos humanos, a maneira como este será eliminado também poderá ser o reflexo desses mesmos comportamentos, mas sobretudo do avanço que o Homem tem vindo a fazer ao nível tecnológico. Um novo projeto científico, por exemplo, avançou com a possibilidade de os barcos que percorrem os oceanos na tentativa de apanhar o referido lixo podem, na verdade, alimentar-se dele, ou seja, utilizá-lo como fonte de energia, o que pouparia muitas das viagens à costa.

Estas embarcações, numa primeira fase, ficavam simplesmente à tona, tirando partido da força das correntes marinhas que traziam até elas o lixo, no entanto, as últimas versões já se alimentam de combustíveis para funcionarem como autênticas rebocadoras para empurrarem as barreiras de lixo. Essas operações podem decorrer ao longo de vários quilómetros até à costa mais próxima, dando origem a mais emissões de dióxido de carbono e invertendo o propósito para o qual aqueles barcos foram inicialmente criados.

A ideia de transformar o lixo em energia tem vindo a ser explorada há algum tempo, com alguns projetos interessantes a surgirem. No caso específico deste projeto, o objetivo era provar que o lixo poderia ser usado da mesma forma que os combustíveis fósseis no que respeita à alimentação de transportes, com a transformação a acontecer nesses mesmo transportes através de reatores móveis, em vez das tradicionais fábricas de grandes dimensões.

A última grande investigação sobre o tema integrou cientistas, por exemplo, da Universidade de Harvard, que se centraram na liquefação hidrotérmica, uma técnica que pressupõe o aquecimento do plástico a temperaturas entre os 300º e os 550ºC e sujeitá-los a pressões cerca de 250 a 300 vezes superiores às registadas ao nível da água do mar. Isto faz com que o material se reduza a óleos que podem atuar como “diesel azul“, isto é, um combustível que, segundo os especialistas, tem uma densidade energética similar ao diesel marítimo.

Para testar a fiabilidade do modelo de transformação criado pelos cientistas, foram usadas como referência as barreiras colocadas a 25km de distância da Grande Mancha de Lixo do Pacífico, que os cientistas afirma ter uma ótima eficiência no que respeita ao recolher de lixo. À medida que as embarcações a atravessavam, o lixo recolhido estava a ser transportado para um processador através de um tapete rolante. Antes de chegar ao seu destino, ao lixo seriam removidas as suas impurezas e sais para que, posteriormente, não constituíssem um entrave à transformação. Desta forma, a inovação apresentada pelo novo projeto configura uma nova vantagem face aos métodos anteriores, os quais tinham trabalhadores a depositar manualmente o lixo em sacos.

De acordo com os investigadores, e no melhor dos cenários, este método conseguiria originar não só combustível suficiente para alimentar as embarcações e a liquefação hidrotérmica, mas também gerar um excedente de 480%, o qual poderá ser armazenado a bordo e usado nas viagens de regresso à costa.

Apesar do cenário azul traçado pelos investigadores, eles também notam que o consumo do “diesel azul” também resultará em emissões de gases com efeito de estufa, apesar de estimarem que num período de 10 anos isto representaria 0,02% do chamado orçamento global de carbono.

https://zap.aeiou.pt/barcos-limpam-lixo-oceanos-alimentassem-442683


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