Milhares de polacos saíram às ruas, no último sábado, para protestar contra a lei do aborto atualmente em vigor no país, depois de uma grávida ter morrido por ter sido impedida de optar por esse procedimento.
De acordo com a agência Reuters, a mulher de 30 anos, que estava grávida de 22 semanas, dirigiu-se a um hospital em Pszczyna, no sul da Polónia, em setembro, quando as águas rebentaram. Exames feitos anteriormente já tinham mostrado que se tratava de um feto com malformações.
“O bebé pesa 485 gramas. Neste momento, por causa da lei do aborto, tenho que ficar de cama. E não há nada que eles possam fazer. Vão esperar que o feto morra ou que algo comece e, se nada acontecer, posso ter uma septicemia”, escreveu Izabela numa mensagem de texto enviada à mãe.
Quando um exame mostrou que o feto já estava morto, os médicos decidiram avançar para uma cesariana. A advogada da família, Jolanta Budzowska, contou que o coração de Izabela parou no momento em que estava a ser levada para a sala de operações e que acabou por falecer, apesar dos esforços da equipa médica para tentar reanimá-la.
Budzowska iniciou uma ação judicial contra o tratamento recebido no hospital, acusando os profissionais em questão de negligência. Na última sexta-feira, o hospital revelou que dois médicos foram suspensos e foi já aberta uma investigação sobre o caso.
O caso já aconteceu em setembro, mas só foi tornado público na semana passada, tendo ganhado a atenção do público depois de a advogada ter partilhado um tweet com a hashtag #anijednejwiecej (“nem uma mais” em Português) e no qual se lia: “Os médicos ficaram à espera que o feto morresse. O feto morreu, a paciente morreu. Choque séptico.”
Ativistas contra a lei do aborto atualmente em vigor dizem que esta foi a primeira morte provocada pela nova legislação. A nova lei, que entrou em vigor em janeiro depois de um acórdão do Tribunal Constitucional polaco, praticamente proíbe o aborto no país. Neste momento, a interrupção voluntária da gravidez só é permitida em casos de violação ou de incesto, ou quando a vida da mãe se encontra em perigo.
Este sábado, milhares de polacos saíram às ruas em várias cidades do país para protestar contra a lei, mas também para homenagear Izabela. “Nem uma mais!”, gritaram os manifestantes em Varsóvia, num protesto em que, segundo a Deutsche Welle, esteve presente Donald Tusk, antigo presidente do Conselho Europeu e agora líder da oposição polaca.
Ativistas consideram que, atualmente, os médicos na Polónia têm medo de recorrer ao aborto, temendo represálias na justiça, e que esta mulher ainda poderia estar viva se a legislação não fosse tão rígida.
No sentido inverso, o partido no poder, Lei e Justiça (PiS), rejeita as acusações de que a nova lei do aborto seja a culpada pela morte de Izabela, atribuindo-a à negligência da equipa médica.
“Quando se trata da vida e da saúde da mãe, se estiver em perigo, é possível interromper a gravidez e a decisão não muda nada”, disse o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki.
https://zap.aeiou.pt/morte-gravida-gera-protestos-lei-aborto-polonia-443156
“O bebé pesa 485 gramas. Neste momento, por causa da lei do aborto, tenho que ficar de cama. E não há nada que eles possam fazer. Vão esperar que o feto morra ou que algo comece e, se nada acontecer, posso ter uma septicemia”, escreveu Izabela numa mensagem de texto enviada à mãe.
Quando um exame mostrou que o feto já estava morto, os médicos decidiram avançar para uma cesariana. A advogada da família, Jolanta Budzowska, contou que o coração de Izabela parou no momento em que estava a ser levada para a sala de operações e que acabou por falecer, apesar dos esforços da equipa médica para tentar reanimá-la.
Budzowska iniciou uma ação judicial contra o tratamento recebido no hospital, acusando os profissionais em questão de negligência. Na última sexta-feira, o hospital revelou que dois médicos foram suspensos e foi já aberta uma investigação sobre o caso.
O caso já aconteceu em setembro, mas só foi tornado público na semana passada, tendo ganhado a atenção do público depois de a advogada ter partilhado um tweet com a hashtag #anijednejwiecej (“nem uma mais” em Português) e no qual se lia: “Os médicos ficaram à espera que o feto morresse. O feto morreu, a paciente morreu. Choque séptico.”
Ativistas contra a lei do aborto atualmente em vigor dizem que esta foi a primeira morte provocada pela nova legislação. A nova lei, que entrou em vigor em janeiro depois de um acórdão do Tribunal Constitucional polaco, praticamente proíbe o aborto no país. Neste momento, a interrupção voluntária da gravidez só é permitida em casos de violação ou de incesto, ou quando a vida da mãe se encontra em perigo.
Este sábado, milhares de polacos saíram às ruas em várias cidades do país para protestar contra a lei, mas também para homenagear Izabela. “Nem uma mais!”, gritaram os manifestantes em Varsóvia, num protesto em que, segundo a Deutsche Welle, esteve presente Donald Tusk, antigo presidente do Conselho Europeu e agora líder da oposição polaca.
Ativistas consideram que, atualmente, os médicos na Polónia têm medo de recorrer ao aborto, temendo represálias na justiça, e que esta mulher ainda poderia estar viva se a legislação não fosse tão rígida.
No sentido inverso, o partido no poder, Lei e Justiça (PiS), rejeita as acusações de que a nova lei do aborto seja a culpada pela morte de Izabela, atribuindo-a à negligência da equipa médica.
“Quando se trata da vida e da saúde da mãe, se estiver em perigo, é possível interromper a gravidez e a decisão não muda nada”, disse o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki.
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