Em setembro, os veículos elétricos representavam 77,5% de todos os carros novos vendidos na Noruega. O sonho elétrico do país foi impulsionado por uma série de isenções fiscais e incentivos financeiros, que criaram um buraco na economia.
A boa notícia para o ambiente está a forçar uma forte consternação fiscal na Noruega.
O anterior Governo de centro-direita – que foi substituído em outubro por um Governo minoritário de centro-esquerda – estimou que a popularidade dos veículos elétricos estava a criar um buraco de 19,2 mil milhões de coroas norueguesas (2,32 mil milhões de dólares) nas receitas anuais do país.
No final dos anos 90 e início dos anos 2000, os elétricos ganharam um estatuto superior nas estradas norueguesas. Foram introduzidas regras que os isentava de todas as portagens e taxas de estacionamento, além de serem os únicos automóveis a poder usar faixas destinadas a autocarros para fugir ao trânsito.
Segundo a Wired, a aquisição de novos elétricos também ficou isenta de pesados impostos, nomeadamente o IVA.
O problema foi o facto de os noruegueses terem respondido tão bem a esta política, que acabou por erradicar uma importante fonte de rendimento para o Governo.
“É um choque de dois objetivos diferentes“, sintetiza Anette Berve, porta-voz da Federação Norueguesa de Automóveis.
Agora, o Executivo norueguês está a ponderar eliminar uma longa lista de incentivos como parte das negociações orçamentais em curso.
Ainda não se sabe que impostos serão reintroduzidos, mas as associações automobilísticas e grupos ambientalistas do país acreditam que os quatro mais propensos a regressar são os impostos para os híbridos plug-in, um imposto para as vendas de elétricos em segunda mão, um imposto para os “elétricos de luxo” que custam mais de 600 mil coroas norueguesas, e um imposto anual de propriedade.
Frode Jacobsen, deputado trabalhista, não comentou os passos que o Governo se prepara para dar, mas confirmou que as atuais propostas incluem um aumento dos impostos para alguns híbridos plug-in.
Já o imposto para “elétricos de luxo” não será incluído no orçamento do próximo ano, embora não seja excluído para os anos seguintes.
Curiosamente, os ambientalistas noruegueses não são contra a ideia de tributar os elétricos, desde que os impostos para carros movidos a combustíveis fósseis também se mantenham elevados.
https://zap.aeiou.pt/sonho-eletrico-da-noruega-consequencias-445696
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