quarta-feira, 9 de março de 2022

Na guerra de sanções, quem vai quebrar primeiro ? Russos já temem o regresso dos tempos da URSS !


O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, responde às sanções do ocidente com a proibição das exportações de produtos e matérias-primas. Uma decisão que surge depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter anunciado o fim das importações de petróleo e gás russo para os EUA.

Numa intervenção na Casa Branca, Biden revelou que “o petróleo russo não será aceite nos portos dos Estados Unidos”, reforçando o aumento das sanções impostas à Rússia para “dar outro forte golpe a Putin”.

A decisão foi tomada “em estreita coordenação” com os aliados dos Estados Unidos, precisou. “Não ajudaremos a subsidiar a guerra de Putin”, afirmou ainda Biden.

A Europa recusou, até agora, decretar um embargo às importações russas que dão resposta a 40% das suas necessidades em termos de gás natural e a 30% das de petróleo.

O Chanceler alemão, Olaf Scholz, já avisou que as importações de energia fóssil da Rússia são “essenciais” para a “vida diária dos cidadãos” europeus.
 
Os EUA, pelo contrário, são exportadores líquidos, ou seja, produzem mais petróleo e gás do que consomem.

“Nós podemos tomar esta decisão, enquanto outros não”, explicou Biden, notando que os EUA estão “a trabalhar em estreita colaboração” com os seus aliados europeus para desenvolver uma estratégia de longo prazo para reduzir a dependência da Europa da energia russa“.

O petróleo russo representa apenas 8% das importações norte-americanas e 4% do consumo de produtos petrolíferos nos EUA.
Reino Unido também trava importações de petróleo russo

Entretanto, o Reino Unido também anunciou que vai deixar de importar crude e produtos petrolíferos russos até ao final de 2022.

“Vamos parar de importar petróleo russo”, afirmou claramente o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

O Governo de Boris prevê implementar uma fase de “transição” para “dar ao mercado, empresas e cadeias de fornecimento mais tempo para substituírem as importações russas, que representam 8% da procura no Reino Unido“, escreveu o ministro da Economia e da Energia britânico, Kwasi Kwarteng, na rede social Twitter.

A ideia é “assegurar uma transição suave para que os consumidores não sejam afectados“, explicou Kwarteng.

Putin proíbe exportações de matérias-primas

Em resposta às sanções que têm sido impostas à Rússia, Putin anunciou “medidas especiais” com um decreto que proíbe “a exportação para fora da Federação Russa” de produtos e (ou) matérias-primas.

Estes produtos e os países alvo da proibição serão especificadas numa lista a ser aprovada pelo governo russo nos próximos dois dias.

O decreto nota ainda que esta medida não se aplica a “produtos e (ou) matérias-primas exportadas da Rússia e (ou) importadas para o país por cidadãos da Federação Russa, cidadãos estrangeiros e apátridas, para uso pessoal”.

O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, também avisou que a Rússia tem todo o direito de tomar acções, no caso de serem impostas sanções às suas exportações de energia, como determinar um embargo ao gás que chega à Europa através do gasoduto Nord Stream 1.

Novak acrescentou que com sanções mútuas em matéria de energia “ninguém ganha”, considerando que os políticos europeus, através das suas reivindicações e acusações, estão a empurrar a Rússia para estas medidas.

Economia russa à beira do colapso

As sanções ocidentais à Rússia já começam a fazer-se sentir na economia, com o valor do rublo a atingir recordes de desvalorização. Os russos já têm corrido aos multibancos para tentarem levantar o seu dinheiro antes que desvalorize ainda mais, para o trocarem por bens duráveis ou outras moedas.

Putin já decretou a proibição da transferência de dinheiro para o estrangeiro e o Banco Central da Rússia subiu as taxas de juro para níveis históricos.

Entretanto, a agência financeira Fitch Ratings voltou a baixar o rating da dívida soberana da Rússia para “C”, o que reflecte um risco iminente de não pagamento.

As estimativas dos especialistas económicos apontam que a economia russa pode encolher uns impressionantes 7%, devido às sanções, o que será quase o dobro do que aconteceu na altura da Grande Recessão nos EUA.

No horizonte, surgem, assim, tempos difíceis para os russos, com negócios a falir, o desemprego a disparar e a fome a afectar milhares de pessoas. É um antecipar de um regresso aos tempos da ex-União Soviética, com escassez de bens.

Mas, no ocidente, também já se vão sentindo os custos da guerra, com um aumento generalizado dos preços e, logo, do custo de vida.

Em países como Portugal, os combustíveis não páram de subir e isso vai ter efeitos em outros produtos. Também nos EUA, os combustíveis têm atingido máximos dos últimos anos.

Nesta guerra de sanções, e no arrastar da guerra militar na Ucrânia, falta saber quem vai quebrar primeiro.
Multinacionais suspendem vendas na Rússia

No meio das sanções decretadas pelos vários Governos, as mais conhecidas empresas multinacionais, como as norte-americanas McDonald’s, Pepsi, Coca-Cola e Starbucks, estão a suspender as suas vendas no mercado russo.

O caso do McDonald’s é especialmente simbólico, pois foi o primeiro restaurante estrangeiro a abrir em Moscovo, em 1990, ainda antes da dissolução da ex-URSS.

Essa abertura foi vista como uma “verdadeira revolução” e um sinal dos ventos de mudança. A suspensão dos serviços é, agora, pelo contrário, um sinal de retrocesso no tempo.

Os 850 restaurantes McDonald’s na Rússia vão suspender de forma temporária, fazendo “uma pausa nas operações”, segundo comunicado da empresa que vai continuar a pagar salários aos cerca de 62 mil empregados que tem no país.

A McDonald’s refere que também continua a pagar os salários aos trabalhadores que tem na Ucrânia, apesar de a guerra ter travado o negócio neste país.

A Shell também já anunciou que vai deixar de comprar gás e petróleo russo e fechar os postos de abastecimento no país, num comunicado em que também se desculpou por ter adquirido matéria-prima russa após a invasão da Ucrânia.

Os lucros do petróleo russo que a Shell ainda tem vão reverter para um fundo que visa ajudar vítimas da guerra, segundo a empresa.

O grupo editorial americano Condé Nast anunciou, igualmente, a suspensão da sua actividade na Rússia, onde publica, em particular, a revista de moda Vogue há mais de 20 anos.

“Continuamos chocados e horrorizados com a violência sem sentido e a trágica crise humanitária na Ucrânia e com a recente adopção pelo Governo russo de novas leis de censura”, avançam responsáveis do Condé Nast.

O grupo também publica na Rússia as revistas GQ, GQ Style, Tatler, Glamour e AD.

Muitas marcas de moda e luxo também anunciaram a interrupção das suas actividades no país, incluindo Chanel, Hermès, Prada e LVMH.

https://zap.aeiou.pt/guerra-de-sancoes-russia-466337


Carmilla inspirou Drácula - A primeira representação literária de um vampiro foi uma mulher !

Apesar de passar despercebido perante a popularidade de Drácula, o livro Carmilla do escritor irlandês Sheridan Le Fanu foi o primeiro a representar os vampiros na literatura — e a protagonista era uma mulher.

Foi em 1897, com a publicação de Drácula de Bram Stoker, que os vampiros se tornaram criaturas mais conhecidas entre os adeptos de literatura de terror. Mas contrariamente ao que se possa pensar e apesar de ser o mais conhecido, Drácula não foi o primeiro vampiro literário.

Na verdade, a primeira representação em livro destas criaturas sedentas de sangue foi no feminino, no livro Carmilla, do escritor irlandês Sheridan Le Fanu, que foi publicado em 1872. E além de ser uma vampira, Carmilla era também lésbica.

Escrito 26 anos antes de Drácula, Carmilla serviu claramente de inspiração a Stoker, que escolheu uma figura histórica — o famoso Vlad Drácula, o Empalador — e transformou-o num vampiro, recorda o Ancient Origins.

Carmilla é ao mesmo tempo uma obra revolucionária e com elementos comuns da era em que foi escrita. O seu estilo é típico da literatura gótica que era popular na altura, incluindo um castelo sombrio, um ambiente sinistro e elementos sobrenaturais.

Mas outros aspectos do livro foram pioneiros, notoriamente, a escolha de uma protagonista feminina que se sentia atraída pela sua vítima, uma jovem rapariga chamada Laura — e aparentemente, a atracção é recíproca, numa mistura de sentimentos de desejo e repulsão. No austero período Vitoriano, histórias com alusões ao lesbianismo eram inéditas.

A independência feminina era também um tema tabu nesta época, quando as mulheres eram apenas vistas como posses para os homens e não tinham autonomia própria. Além disto, as personagens masculinas do livro também desafiam o arquétipo do homem ideal que costumava protagonizar os livros da altura, sendo fracas e ingénuas em vez de fortes e sábias.

A inspiração histórica em Drácula é evidente, mas será que Le Fanu também se baseou em elementos verdadeiros para escreve o seu livro? De acordo com os estudiosos do assunto, o mais provável é que o autor irlandês se tenha inspirado nos trabalhos do francês Agostinho Calmet, especialmente a sua obra de 1746 — Dissertations sur les apparitions des anges, des démons et des esprits, et sur les revenants et vampires de Hongrie, de Bohême, de Moravie et de Silésie.

Este foi um dos primeiros trabalhos académicos que se debruçou sobre os vampiros, com várias teorias sobre estas criaturas e detalhes sobre os casos contemporâneos mais populares na Sérvia e na Hungria.

A palavra vampiro tem inclusivamente origem sérvia, de onde quase todos os mitos sobre estas criaturas são e onde até hoje ainda há uma crença generalizada de que os vampiros existem, sobretudo nas comunidades rurais.
O caso de Arnaut Pavle

O famoso caso de Arnaut Pavle pode ter sido a inspiração original para Le Fanu. Os habitantes da vila de Pavle afirmavam que o homem os assombrava depois de ter morrido e que em vida, teria sido assediado por um vampiro. Pavle ter-se-ia livrado desta maldição ao comer terra da cova do vampiro e sujar-se com o seu sangue.

No entanto, menos de um ano depois da sua morte, os habitantes da vila de Pavle reportavam casos de assombrações e doenças que estariam ligadas ao falecido, que se teria tornado ele mesmo num vampiro. Em Janeiro de 1726, 17 pessoas já teriam morrido devido a esta doença misteriosa.

A primeira vítima de Arnaut Pavle terá sido uma mulher que terá comido a carne de ovelhas que teriam sido mortas por Pavle. A mulher também se terá manchado com o sangue do vampiro, tendo assim continuado a onda de vampirismo na vila.

As autoridades austríacas terão ainda testemunhado uma exumação dos habitantes da vila ao corpo de Arnaut Pavle, que teria “veias repletas de sangue fluído” e o seu corpo e caixão estariam completamente ensanguentados. A sua pele, unhas e cabelo teriam caído e nascido novamente e o seu corpo estaria vermelho.

Ao verem isto, as pessoas terão empalado o corpo com uma estaca de madeira e o cadáver terá reagido com um grito. Terão depois decapitado o corpo e queimado os seus restos mortais, chegando assim ao fim os relatos de assombrações na vila.

Não há forma termos certeza, mas é provável que Sheridan Le Fany se tenha inspirado nestes detalhes sombrios para escrever Carmilla, já que ambas as histórias têm em comum uma personagem feminina adolescente. Resta-nos especular.

https://zap.aeiou.pt/carmilla-dracula-literaria-vampiro-mulher-466200


Activistas aproveitam anúncios para dar informação verdadeira aos russos !


Facebook e notificações pop-up são alguns dos meios escolhidos para tentar enganar o controlo do lado russo.

A guerra na Ucrânia também passa pela comunicação social. Vladimir Putin tem repetido a ideia de que a Ucrânia é uma ameaça para a Rússia, entrando na guerra mediática.

O conflito passa igualmente pelas redes sociais, enquanto a TV Rain e a rádio Ekho Moskvy deixaram de emitir, alegadamente por interferência do Governo russo, por não conseguir controlar todas as informações divulgadas pela rádio; embora a versão do Kremiln indique que a decisão de encerrar a rádio partiu dos proprietários da própria Ekho Moskvy, por terem “violado a lei”.

Se o Governo liderado por Putin está a controlar – ou a tentar controlar – todas as notícias que chegam à Rússia ou que saem da Rússia, como se dá a volta a isso? Através de anúncios na internet, por exemplo.

A revista MIT Technology Review indica que há activistas que estão a utilizar anúncios no Facebook e notificações pop-up para a população russa receber informação (verdadeira) sobre o que está a acontecer na Ucrânia.

É uma tentativa de “quebrar o estrangulamento” de informações do Kremlin, disse Jack Pearson, especialista em comunicação de política externa, à revista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

A informação mais próxima da realidade terá de vir de outros países porque, dentro de fronteiras, a indicação é de que a invasão é uma forma de a Rússia se defender – pelo menos é o que a televisão estatal tem repetido.

BBC bloqueada, Voice of America bloqueada. Solução encontrada por um grupo de activistas? Anúncios e notificações.

Exemplos: na aplicação de uma farmácia russa, começaram a aparecer notificações que diziam aos russos “acordem”, avisando que Putin está a tirar a vida de muitos soldados russos e a tirar dinheiro à população russa. A farmácia admitiu que tinha sido vítima de um ataque informático.

Uma agência de web design conseguiu arranjar forma de colocar uma notificação pop-up em todos os sites que tenham um web script da plataforma GitHub; quem entrar nesses sites a partir de um computador na Rússia verá o aviso “o vosso Governo está a mentir-vos, pessoas inocentes e crianças estão a morrer”.

Os anúncios online, um parcial “faroeste”, são também aproveitados para mostrar aos russos ligações para fontes de notícias fidedignas. As autoridades russas apanham um anúncio mas os informáticos criam logo outro – ou outros.

A ideia foi aproveitar outros portais que, por não serem de informação e por não terem conteúdo que justificam censura russa, podem ser meios de transmissão de informações verdadeiras.

“Não somos fontes de notícias. São projectos divertidos. A maioria dos russos sabem que há algo suspeito, mas talvez alguns precisem de um empurrãozinho“, descreveu Kai Nicolaides, activista ligado à agência de web design.

https://zap.aeiou.pt/anuncios-informacao-verdadeira-russos-466272


O outro foco de deslocados: 80 mil na Austrália, em poucas horas !


Zona de Nova Gales do Sul está a ser afectada desde Fevereiro e já morreram 21 pessoas. Há mais de 250 mil pessoas a pedir ajuda.

A zona sudeste da Austrália, mais concretamente na região de Nova Gales do Sul, está a ser seriamente afectada por chuvas torrenciais.

As inundações começaram ainda no final de Fevereiro, tendo afectado primeiro o estado de Queensland, onde causaram pelo menos 12 mortes. Muitas casas ficaram submersas (mais de 20 mil pessoas tiveram de sair de sua casa) e diversos automóveis foram arrastados.

O governo de Queensland acredita que este fenómeno causará um prejuízo de cerca de 674 milhões de euros.

Na semana passada a tempestade chegou a Nova Gales do Sul, onde se situa a maior cidade australiana: Sidney.  

As autoridades locais elevaram para 21 o número de mortos relacionados com as chuvas fortes e indicou que, só desde a noite desta segunda-feira, já foram deslocadas 80 mil pessoas. A grande maioria (60 mil) foi retirada de 13 distritos da parte ocidental de Sydney.

As casas e as estradas estão inundadas, sobretudo na cidade de Camden e nas zonas ribeirinhas, também na parte ocidental de Sidney. Receiam-se novos deslizamentos de terra e inundações.

O cenário não vai melhorar nos próximos dias: as chuvas torrenciais e os ventos que podem chegar a 90 quilómetros por hora vão prolongar-se, no mínimo, até à próxima quinta-feira.

Cerca de 5 mil soldados australianos deverão reforçar os trabalhos de socorro e de limpeza em Nova Gales do Sul e em Queensland.

Mais de 250 mil pessoas já pediram ajuda extraordinária, devido a estas inundações.

https://zap.aeiou.pt/cheias-australia-deslocados-466191


A guerra na Ucrânia ameaça mergulhar a Europa na estagflação - O que é que isto significa ?


A subida nos preços da energia pode ter um efeito bola de neve e causar fazer disparar os preços de todos os outros produtos. Aliada ao desemprego e um reduzido crescimento económico, a inflação leva à estagflação.

Ainda antes do início da guerra na Ucrânia, o cenário já era temido, especialmente com as elevadas taxas de inflação que se registaram logo no início do ano e que levaram a que o Banco Central Europeu revisse em alta as taxas de juro. Mas afinal, o que é a estagflação?

Este fenómeno ocorre quando se atravessa um período de elevada inflação, como o que estamos a viver agora, ao mesmo tempo que a economia estagna ou entra em recessão, com taxas de desemprego elevadas.

O cenário já se verificou no final dos anos 70 e no início da década de 80 — com o boicote da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) aos países do Ocidente, que fez disparar os preços do petróleo — e pode voltar a repetir-se com o efeito de bola de neve causado pelas sanções impostas à Rússia, cujo impacto já de está a sentir nos preços da energia.

Mário Centeno já deixou avisos no início da semana sobre a possibilidade da Europa entrar neste ciclo. “Um cenário próximo da estagflação não está fora das possibilidades que podemos enfrentar“, alertou o governador do Banco de Portugal, aconselhando os responsáveis portugueses e europeus a preparem-se.

“A coisa mais importante é estarmos preparados e disponíveis para salvaguardar a estabilidade financeira”, afirmou o antigo Ministro das Finanças, que acredita que tudo depende da duração do conflito e da resposta “mais ou menos concertada” que a Europa decidir dar.

A Comissão Europeia também já está atenta e acredita que o cenário mais provável, pelo menos por enquanto, é apenas uma desaceleração das economias e não propriamente uma recessão, visto que os PIBs europeus estão ainda numa trajectória de crescimento devido à recuperação do impacto da pandemia.

Paolo Gentiloni, comissário europeu da economia, já avisou que para além da subida dos preços da energia, o efeito na confiança dos consumidores e empresários também não se pode negligenciar.

Isto acontece porque a estagflação funciona quase como uma profecia que se auto-concretiza, ou seja, os empresários e consumidores receiam que venha aí uma crise e começam a mais cautelosos e contidos nos investimentos e compras que fazem — algo que, por si só, pode levar à tão temida recessão.

O Ministro das Finanças também já avançou que as autoridades europeias estão a rever as previsões em baixa e que Portugal não é excepção, mas João Leão assegura que o nosso país vai ser um dos menos afectados.

Já Vítor Constâncio, antigo presidente do Banco Central Europeu e ex-governador do Banco de Portugal, considera que a possibilidade de estagflação é remota e também acredita que Portugal não vai ser dos mais afectados pela guerra na Ucrânia.

“A possibilidade de uma situação de estagflação, entendida como a simultaneidade de uma recessão e de inflação mais alta, é por enquanto remota no que respeita a uma recessão”, refere em declarações por escrito ao ECO.

Constâncio explica que o disparo nos preços da energia vai causar inflação e reduzir o poder de compra das famílias, causando uma quebra no crescimento na economia.

Mas mesmo que este cenário leve a uma redução de 1,5 pontos percentuais no crescimento da economia na zona euro, esta manteria uma “progressão da atividade económica de cerca de 2% a 2,5%”, escapando assim à recessão.

António Ascenção Costa, um dos economistas ouvidos pelo ECO, acredita que este cenário é agora possível devido ao impacto “potencialmente prolongado” da subida dos preços da energia, que leva a uma inflação geral.

Há ainda questões sobre o mercado de trabalho e sobre a “procura turística externa a maior prazo” já que a nossa economia se baseia bastante neste sector.

Já João Borges de Assunção acredita que “os ventos são muito adversos”, mas realça que é “ainda cedo para avaliar de onde virão os principais problemas para a economia portuguesa”.

https://zap.aeiou.pt/guerra-ucrania-europa-estagflacao-466273


Guerra na Ucrânia já mexeu com o mercado de vacinas !


Lituânia deveria enviar doses de vacinas para o Bangladesh. Mas uma decisão na ONU reverteu esse negócio.

A guerra na Ucrânia também já chegou ao mercado de vacinas contra a COVID-19.

A Rádio e Televisão Nacional da Lituânia informou que as autoridades daquele país europeu decidiram contrariar o que estava combinado e já não enviar doses de vacinas para o Bangladesh.

No início da semana passada ficou combinado que a próxima remessa iria envolver o envio de mais de 440 mil doses de vacinas para o Bangladesh. Mas esse envio foi cancelado.

Um porta-voz da primeira-ministra Ingrida Šimonytė declarou que a decisão de cancelar o envio das vacinas surgiu depois da decisão dos responsáveis do Bangladesh, numa votação na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas.

Na quarta-feira passada foi aprovada a condenação da invasão russa e foi reforçado o pedido do fim imediato das movimentações militares russas em solo ucraniano.

Entre os 193 estados-membros, 141 votaram a favor. Cinco votaram contra: Rússia, Bielorrússia, Coreia do Norte, Síria e Eritreia. Muitos mais preferiram a abstenção: 35, entre os quais o Bangladesh.

A resolução precisava de dois terços para ser aprovada; por isso, foi aprovada. Mas a Lituânia, que votou a favor (tal como Portugal), não se esqueceu da abstenção do Bangladesh.

O representante do país asiático na ONU disse que o Bangladesh quer a paz e espera que o conflito na Ucrânia termine. Mas preferiu abster-se porque a resolução “só atribui culpas e não tenta travar” a guerra.

Devido a essa decisão, a Lituânia já não vai enviar as próximas 440 mil doses de vacina contra o coronavírus.

No Bangladesh foram registados até agora mais de 2 milhões de casos positivos de COVID-19 e já morreram mais de 29 mil pessoas por causa da pandemia.

https://zap.aeiou.pt/guerra-ucrania-vacinas-covid-466304

 

UE anuncia plano para reduzir compra de gás russo em dois terços até ao fim do ano !


A Europa vai apostar na compra de gás a outros países e na produção de energias renováveis para reduzir a dependência da Rússia.

Numa conferência de imprensa no final da reunião do colégio de comissários europeus, Frans Timmermans, vice-presidente executivo da Comissão Europeia e responsável pela pasta da Acção Climática, avançou com a previsão de que os 27 vão cortar em 66% as compras de gás natural à Rússia ainda este ano.

A União Europeia quer assim apostar na compra de gás a outros países e no uso de energias renováveis, como o hidrogénio verde, como alternativa para poder reduzir a dependência energética de Moscovo.

“A guerra de Putin na Ucrânia veio demonstrar a urgência de resolver as nossas vulnerabilidades e acelerar a nossa transição para as energias limpas. Ficou perfeitamente claro que somos demasiados dependentes da Rússia para satisfazer as nossas necessidades energéticas”, avançou Timmermans.

O responsável admite que há dificuldades, mas que a Europa já tem um plano para conseguir substituir 100 mil milhões de metros cúbicos de gás natural que comprou à Rússia em 2021 — quase 70% do total — até ao fim de 2022.

“Com mais importações de gás natural liquefeito, podemos substituir 60 mil milhões de metros cúbicos de gás natural russo nos próximos doze meses. Com a duplicação da produção sustentável de biometano, podemos substituir mais 18 mil milhões de metros cúbicos, utilizando a Política Agrícola Comum para ajudar os agricultores a converterem-se em produtores de energia”, sublinhou.

A aposta na produção e importação de hidrogénio verde também é um factor-chave que vai exigir um desenvolvimento na infraestrutura de armazenamento e distribuição, que é ainda muito assimétrica entre os 27. “Vinte milhões de toneladas de hidrogénio verde podem substituir 50 mil milhões de metros cúbicos de gás russo”, afirmou o comissário europeu.

Até ao fim de 2022, quase 25% da produção energética na UE pode ser de origem solar, caso o bloco aposte na instalação de mais painéis fotovoltaicos nos telhados e com a instalação do dobro das bombas de calor.

Caso estes objectivos sejam cumpridos, serão já um grande passo para o corte total das compras de energia à Rússia que a UE quer fazer até 2030 e ajudarão também na transição energética para fontes mais limpas e renováveis. Recorde-se que o bloco europeu quer cortar as emissões de CO2 em 55% até 2030.

Actualmente, a Rússia é o principal fornecedor de combustíveis fósseis à União Europeia, sendo responsável pela venda de 45% do gás natural consumido pelos 27 e por 25% das importações de petróleo.

A comissária europeia para a energia, Kadri Simson, garante que a UE tem ainda reservas de gás natural suficientes para o que resta do Inverno sem haver nenhum risco de falhas no abastecimento, isto depois da Rússia já ter ameaçado cortar o fornecimento à Europa.

Mesmo assim, as autoridades já estão a criar planos de contingência e a aconselhar os países a ter reservas de 90% de gás natural até 1 de Outubro para se preparem já para o próximo Inverno.

EUA e Reino Unido boicotam gás russo

O Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou também hoje um embargo às importações de petróleo e gás russo para os Estados Unidos, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Numa intervenção na Casa Branca, Biden disse que tal “significa que o petróleo russo não será aceite nos portos dos Estados Unidos”. Segundo o Presidente dos Estados Unidos, o embargo foi decidido “em estreita coordenação” com os aliados.

O Reino Unido vai deixar seguir o mesmo exemplo e quer deixar de importar crude e produtos petrolíferos russos até ao final de 2022, anunciou hoje o ministro da Economia e da Energia, Kwasi Kwarteng.

“Esta transição vai dar ao mercado, empresas e cadeias de fornecimento mais tempo para substituírem as importações russas, que representam 8% da procura no Reino Unido”, escreveu o governante na plataforma Twitter.

Kwarteng acrescentou que as empresas devem utilizar este ano “para assegurar uma transição suave para que os consumidores não sejam afectados”.

O Ministro garantiu ainda que o Reino Unido é “um produtor significativo” de crude e produtos petrolíferos e que “a maioria das importações” é oriunda de parceiros como os Estados Unidos da América, os Países Baixos e o Golfo.

Afirmando ainda que o Reino Unido não é dependente do gás natural russo, o governante disse estar “a explorar opções” para evitar que se prolongue a utilização de um produto que representa 4% das necessidades britânicas.

https://zap.aeiou.pt/ue-plano-reduzir-compra-gas-russo-466308

 

“Não é sustentável”: EUA travam cedência de caças MIG-29 polacos à Ucrânia


Administração Biden e o representantes do Pentágono pareceram surpreendidos com a proposta de Varsóvia, que pressupunha a transferência das aeronaves para a base militar norte-americana na Alemanha.

Aos múltiplos apelos deixados por Volodymy Zelenskyy para que os membros da NATO fornecessem às Forças Armadas ucranianas aviões de combate, a Polónia respondeu positivamente, anunciado que estava disposta a entregar todos os seus caças MiG-29.

No entanto, tal não deverá efetivamente acontecer, já que os Estados Unidos não permitiram — ou não concordaram com — tal movimentação. De facto, o Pentágono parece até ter sido apanhado de surpresa com o anúncio e descreveu o plano como insustentável.

“Tanto quanto sei, não houve qualquer consulta connosco para a entrega destes aviões”, disse Victoria Nuland, subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos Estados Unidos durante uma audiência no Senado.

Em comunicado, as autoridades polacas diziam estar “prontas a deslocar, de modo imediato e sem custos, todos os seus aviões MiG para a base áerea de Ramstein — base norte-americana na Alemanha — e pô-los à disposição do Governo dos Estados Unidos da América”.

Em troca, Varsóvia receberia caças F-16, “aviões usados com capacidades operacionais correspondentes”. Trata-se de uma mudança de posição, depois da Polónia ter, numa fase inicial, rejeitado a possibilidade.

No entanto, o Pentágono veio expressar sérias preocupações para toda a NATO com a possibilidade de haver jatos “a voar sobre um espaço contestado pela Rússia sobre a Ucrânia”.

“Vamos continuar a consultar a Polónia e os nossos aliados sobre esta questão e os desafios logísticos que representa, mas não acreditamos que a proposta da Polónia seja sustentável”, escreveu John Kirby, porta-voz do Departamento da Defesa norte-americano.

Durante as suas declarações aos media internacionais e intervenções em câmaras como o Parlamento Europeu, o Congresso norte-americano ou a Câmara dos Comuns, no Reino Unido, apelou, num primeiro momento, à criação de uma zona de exclusão aérea pelos aliados da NATO, uma hipótese que foi prontamente afastada pelos países que integram a aliança.

Posteriormente, o presidente ucraniano passou a pedir que o Ocidente cedesse aeronaves que os militares ucranianos conseguissem pilotar, ou seja, de fabrico russo.

São estas aeronaves que a Polónia está disposta a ceder a Kiev, ainda que com os EUA como intermediários, uma função que os norte-americanos não parecem estar dispostos a assumir tal responsabilidade.

Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, estará em Varsóvia amanhã, onde se deverá reunir com representantes do governo polaco e tentar reparar alguns dos danos diplomáticos que resultaram do aparente mal-entendido entre as partes.

https://zap.aeiou.pt/nao-e-sustentavel-eua-recusam-cedencia-de-avioes-militares-polacos-a-ucrania-466350


Mais de um século depois, navio Endurance descoberto ao largo da Antártida !

O navio Endurance, de Ernest Shackleton.

O navio Endurance, de

O navio Endurance do explorador Ernest Shackleton, que naufragou em 1915, foi descoberto ao largo da Antártida, no Mar de Wedell a 3.000 metros de profundidade, segundo um anúncio desta quarta-feira.

“Estamos muito emocionados por termos localizado e capturado imagens do Endurance”, disse Mensun Bound, diretor da expedição de exploração organizada pela Falklands Maritime Heritage Trust.

O explorador disse que o navio está intacto no fundo do mar, “num estado de conservação fantástico”.

“Até se consegue ler o nome do Endurance inscrito num arco na popa”, contou, acrescentando que o navio foi descoberto a cerca de seis quilómetros do local do naufrágio.

A expedição de busca, que envolveu cerca de 100 pessoas, deixou a Cidade do Cabo em 5 de fevereiro a bordo de um quebra-gelo sul-africano, na esperança de encontrar os destroços antes do final do verão austral.

A expedição Endurance22 usou tecnologia de ponta, incluindo dois drones submarinos, para explorar a área, que Shackleton descreveu na altura como “a pior parte do pior mar do mundo” devido às suas condições de gelo.

Em 1914, o explorador anglo-irlandês Ernest Shackleton (1874-1922) embarcou no navio Endurance para a sua terceira viagem à Antártida e planeava atravessar a região via Pólo Sul.

Contudo, em 1915, o barco encalhou e afundou-se ao fim de dez meses, ao ser esmagado pelo gelo.

A expedição tornou-se lendária por causa das condições de sobrevivência da tripulação, ao todo eram 28 elementos e todos sobreviveram, que acampou por meses no gelo antes deste derreter. Ernest Shackleton e seus companheiros partiram em pequenas embarcações para a ilha Elefante, ao largo da Península Antártida.

Da ilha, o explorador e a sua equipa fizeram uma viagem traiçoeira de 1.300 quilómetros até à ilha de Geórgia do Sul, com o barco “James Caird”, tendo chegado ao seu destino 16 dias depois, corria o ano de 1916.

https://zap.aeiou.pt/navio-endurance-descoberto-466363


terça-feira, 8 de março de 2022

Quem quer guerra com a Rússia ? Os neocons e seus aliados podem estar fazendo isso acontecer !


Bem, o gênio está bem e verdadeiramente fora da garrafa e não há maneira fácil de incentivá-lo a retornar. Graças a um fluxo implacável de propaganda, o público americano está cada vez mais convencido de que os Estados Unidos “parecem fracos” e devem enfrentar Vladimir Putin . Richard Haass , do Conselho de Relações Exteriores, agora está pedindo “mudança de regime” na Rússia, enquanto o senador Robert Wicker e o congressista Adam Kinzinger , bem como vários ex-chefes de Estado-Maior Conjunto, exigem que os Estados Unidos estabeleçam uma “zona de exclusão aérea”.sobre a Ucrânia, o que exigiria a destruição dos EUA das capacidades de defesa aérea da Rússia e o abate de aviões russos, entre outras medidas. Se isso ocorresse, a guerra poderia rapidamente se tornar nuclear. Outros “especialistas” da mídia e do governo estão especulando que o presidente russo, Vladimir Putin, é insano, com muitas outras desinformações vindas de inimigos da Rússia, como Bill Browder e o ex-embaixador Michael McFaul . Mas o comentarista da FOX, Sean Hannity, possivelmente vence a corrida do ódio, pedindo o assassinato de Putin porque ele “perdeu seu direito de viver”, uma visão também compartilhada pela senadora Lindsey Graham.

O ex-vice-presidente do Partido Republicano, Mike Pence , pediu que qualquer um que apoie a Rússia seja expulso do partido, o que sem dúvida produzirá um expurgo de membros que estão relutantes em ir à guerra em nome de um país estrangeiro e nenhum aliado da Ucrânia. Enquanto isso, um senador completamente perturbado , Mitt Romney , descreveu qualquer um que defenda a Rússia como “quase traidor”, sugerindo que Romney se beneficiaria de procurar a definição de “traição” na Constituição dos EUA. E o televangelista completamente maluco Pat Robertson está alertando que a Rússia atacou a Ucrânia, mas o verdadeiro alvo é Israel, o que resultará em uma grande guerra e Armageddon levando ao “Fim dos Tempos”, quando o mundo terminará e todos os verdadeiros crentes serão arrebatados. até o céu.

Mas outras pessoas mais estáveis ​​estão apresentando dois argumentos básicos para justificar o crescente engajamento de Washington na luta. A primeira é a vaga afirmação de que Ucrânia versus Rússia é a manutenção da “liberdade e democracia” na Europa. Geralmente é assim que o presidente Joe Biden e outros políticos o descrevem, já que não requer mais explicações ou discussões. O outro argumento é mais uma elaboração disso, alegando que havia algum tipo de consenso pós-Segunda Guerra Mundial de que a guerra agressiva para adquirir a terra de outra pessoa deveria ser condenada por todas as nações e medidas deveriam ser tomadas para conter e reprimir qualquer atividade desse tipo. Isso levou à criação das Nações Unidas.

O problema é que nenhuma das justificativas para envolver os EUA em um conflito onde não estão realmente ameaçados requer algo mais substancial, dado o perigo de escalada dos combates ao ponto em que as duas principais potências nucleares do mundo se encontrariam frente a frente . E há a pequena questão da história a ser considerada, que nos diz que nem tudo que está acontecendo pode ser reduzido a termos tão simplistas para justificar a ação. O status quo na Europa Oriental é consequência do desmembramento da União Soviética em 1991-2 e, além disso, da configuração do Império Russo dos Czares que antecedeu o comunismo. A própria Ucrânia teve suas fronteiras ajustadas várias vezes.

Atualmente, o governo ucraniano do presidente Volodymyr Zelenskyy está buscando ampliar o conflito com a Rússia, tentando ingressar na União Europeia, ao mesmo tempo em que pede armas e intervenção militar direta da OTAN. Ele convocou voluntários para se juntarem à luta como uma “legião estrangeira” e também contatou o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett e sugeriu que Bennett persuadisse Putin a participar das negociações de paz em Jerusalém. Também tem havido um apelo menos conciliador ao judaísmo mundial para se juntar ao ataque dirigido contra a economia de Moscou. Em um vídeo circulou entre as organizações internacionais judaicas Zelenskyy disse: “Você não vê o que está acontecendo? É por isso que é muito importante que milhões de judeus em todo o mundo não fiquem em silêncio agora. O nazismo nasce em silêncio.”

Há também mais do que uma medida de hipocrisia no governo Biden que assume a liderança em punir a Rússia por agressão. Os Estados Unidos entraram em guerra com um Vietnã não ameaçador e destruíram governos e se envolveram em ocupações militares completamente ilegais no Afeganistão, Iraque, Somália, Líbia e Síria. Ele assassinou altos funcionários do Irã. Não foi punido por nenhuma dessas ações. Seu aliado Israel bombardeia a Síria quase diariamente, se envolve em assassinatos, mata crianças palestinas e anexa terras árabes que obteve à força nas Colinas de Golã e na Cisjordânia, desapropriando os habitantes originais. Quando isso acontece, o Congresso dos EUA e a Casa Branca fazem vista grossa.

Além disso, a Ucrânia não é uma democracia. O atual governo do país assumiu o poder após o golpe de 2014, planejado pelo Departamento de Estado do presidente Barack Obama, com um custo estimado de US$ 5 bilhões. A mudança de regime foi impulsionada pelo Departamento de Estado Russophobe Victoria Nuland com uma pequena ajuda do globalista internacional George Soros. Ele removeu o presidente democraticamente eleito Viktor Yanukovych, que infelizmente para ele era um amigo da Rússia. A Ucrânia é supostamente o país mais pobre e corrupto da Europa, como testemunha a saga de Hunter Biden. Zelenskyy, que é judeu e afirma ter vítimas do holocausto em sua árvore genealógica é um ex-comediante que venceu as eleições em 2019. Ele substituiu outro presidente judeu, Petro Poroshenko, depois de ser fortemente financiado e promovidopor outro colega judeu e o oligarca mais rico da Ucrânia, Ihor Kolomoyskyi, que também é cidadão israelense e vive em Israel. Como artista, um dos atos musicais de Zelenskyy consistia em tocar piano com seu pênis, sugerindo que o humor ucraniano tem algumas características únicas.

Após a eleição do novo modelo de governo ucraniano pós-golpe em 2014, os partidos da oposição foram declarados ilegais e alguns líderes foram presos por “traição”, a mídia foi censurada e o parlamento proibiu o russo, a língua de um terço da população, como uma língua oficial. Em seguida, o governo declarou guerra às províncias orientais predominantemente russas e, nos últimos oito anos, matou 14.000 pessoas.

Continuo me perguntando, por que os formuladores de políticas de Washington e a mídia, que deveriam saber melhor, se importam tanto com a Ucrânia? Não tem valor estratégico para os Estados Unidos e as exigências russas eram razoáveis ​​e negociáveis. Assim, as alegações de que a defesa da Ucrânia pretende manter a Europa democrática e livre é apenas uma fachada para justificar a guerra econômica contra a Rússia. E, de qualquer forma, a hipocrisia americana é claramente visível em relação à possível intenção do Kremlin de anexar algumas regiões ucranianas fortemente russas. Não é de forma alguma pior do que o que Israel tem feito em Jerusalém, na Cisjordânia e nas Colinas de Golã, todos endossados ​​por sucessivas administrações dos EUA. Então, o que é tudo isso realmente?

Depois de considerar os paralelos com Israel, então me ocorreu que talvez houvesse o ângulo usual, significando que era tudo sobre “proteger” os judeus, o argumento que tem sucesso em Washington onde tudo mais falha e faz com que os Bidens, Blinkens, Pelosis e Schumers se levanta e faz continência. Até mesmo um confuso Donald Trump viu a luz e agora está chamando a intervenção russa de “holocausto” e está brincando sobre a falsa bandeira dos caças F-22 dos EUA como chineses e “bombardeando a Rússia”. A mídia judaica também está elogiando Zelenskyy, referindo-se a ele como um genuíno “herói judeu”, um Macabeu moderno resistindo à opressão, um Davi contra Golias.T-shirts com sua imagem estão sendo vendidas com os dizeres “Resistindo aos tiranos desde o faraó”, enquanto a comunidade judaica de Nova York está arrecadando milhões de dólares para a ajuda ucraniana.

A Agência Telegráfica Judaica relata que uma “pesquisa demográfica de 2020 estimou que, além de uma população 'núcleo' de 43.000 judeus, cerca de 200.000 ucranianos são tecnicamente elegíveis para a cidadania israelense, o que significa que eles têm ascendência judaica identificável. O Congresso Judaico Europeu diz que esse número pode chegar a 400.000.” Se isso for verdade, é uma das maiores comunidades judaicas do mundo e inclui pelo menos 8.000 israelenses , muitos dos quais estão tentando retornar a Israel. Outros judeus ucranianos também estão fugindo do país.

Israel, com laços estreitos com ambas as nações através da diáspora judaica, vem tentando jogar em ambos os lados, oferecendo apoio à Ucrânia sem condenar a Rússia. Seu primeiro-ministro Naftali Bennett está desempenhando cada vez mais o papel de mediador entre os dois adversários, tendo se encontrado com Putin e falado várias vezes com Zelenskyy. Os judeus, alguns dos quais têm cidadania israelense, estão, de fato, desproporcionalmente representados entre os chamados oligarcas em ambos os países, controlando setores-chave das respectivas economias. Vários oligarcas judeus russos já fugiram em seus superiates para portos que oferecem não extradição na tentativa de preservar seus bens das sanções dos EUA e da Europa contra a economia de Moscou.

Portanto, parece haver uma história judaico/israelense que é parte integrante do que está acontecendo na Ucrânia. Há muito tempo é reconhecido por muitos que uma antipatia particular dirigida contra a Rússia permeia a visão de mundo neoconservadora. A maioria dos neocons são judeus e vários deles estão administrando o Departamento de Estado, ao mesmo tempo em que ocupam cargos de alto nível em outros lugares do governo Biden, bem como nos think tanks de política externa, incluindo Haass no influente Conselho de Relações Exteriores. Da mesma forma, os sites de mídia e redes sociais intensamente russófobos dos EUA e do Ocidente são desproporcionalmente judeus em sua propriedade e pessoal. Como as negociações EUA-Rússia que antecederam os combates atuais foram claramente projetadas para fracassar pelo governo Biden, é preciso se perguntar se essa guerra é em grande parte produto de um ódio étnico-religioso de longa data. Estou especulando, é claro, mas há até mesmo algumas evidências históricas para apoiar essa visão na invasão do Iraque e na hostilidade contra o Irã, que foram e continuam a ser impulsionadas por interesses israelenses, não pelos Estados Unidos. A Rússia é o inimigo um artifício semelhante? Tem que ser considerado…

The Unz Review .

Os EUA querem, mas a Europa não alinha - Embargo ao petróleo russo abre fissuras no Ocidente !


Comissão europeia apresenta hoje, em Bruxelas, programa que visa diminuir a dependência do fornecimento de gás russo em 80%, no entanto, a medida não poderá ser implementada a tempo de representar algum tipo de pressão para Vladimir Putin.

A hipótese começou a ser discutida na Casa Branca, com Joe Biden a confirmar aos jornalistas que, no campo das sanções à Rússia, nada estava fora de hipótese. Mas, ao que parece, a mesma visão não é partida pelos países europeus, pelo menos no que respeita à proibição das importações de petróleo russo. Depois de diversas ações concertadas, este surge como o primeiro sinal de divisão entre os países do Ocidente.

De acordo com fontes internacionais, a primeira oposição terá surgido de Olaf Scholz, que se depara com o facto de o seu país ser altamente dependente do fornecimento de energia russa (sobretudo gás). “Isto não pode ser feito do dia para a noite”, disse o chanceler alemão, reconhecendo que sem a energia russa o fornecimento da Europa “não pode ser assegurado neste momento“.

Como forma de fazer face a esta realidade – ainda que não de forma imediata -, a Comissão Europeia apresenta hoje um programa que visa reduzir em 80% a dependência da importação de gás russo antes de 2030. As medidas visam, sobretudo, o aumento da eficiência energética e novas formas de abastecimento.

De facto, os mais dispostos a avançar são os que menos suscetíveis estão aos custos adicionais da medida. Por exemplo, Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, disse estar em “negociações muito ativas” com os países europeus para boicotar a importação de petróleo russo.

Boris Johnson seguiu o mesmo guião, afirmando, em conferência de imprensa em Downing Street, que a proibição “está claramente em cima da mesa”. No entanto, Scholz não está sozinho nesta luta. Mark Rutte, líder do Governo dos Países Baixos, após reunião com o primeiro-ministro britânico, explicou que a medida teria que ser “um processo passo a passo“.

“Temos de assegurar a redução da nossa dependência do gás russo, do petróleo russo, reconhecendo que, neste momento, essa dependência ainda existe até certo ponto”, adiantou. As declarações surgem numa altura em que é noticiado que os países da União Europeia pagam por dia 260 milhões de euros pelas importações de petróleo russo.

Perante essas reações, é provável que que os Estados Unidos avancem sozinhos, ou seja, sem o apoio dos países europeus, escreve o Público. Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca adiantou que o assunto está a ser “estudado internamente” e que “ainda não foi tomada qualquer decisão“.

A Administração Biden parece efetivamente comprometida com o esforço, ao ponto de ter enviado uma delegação a Caracas, com o objetivo de discutir uma eventual flexibilização das sanções impostas ao petróleo venezuelano.

https://zap.aeiou.pt/os-eua-querem-mas-a-europa-nao-alinha-embargo-ao-petroleo-russo-abre-fissuras-no-ocidente-466129

 

Donald Trump sugeriu colocar bandeiras chinesas em caças americanos e bombardear a Rússia !


Donald Trump, ex-Presidente dos Estados Unidos, sugeriu bombardear a Rússia com caças norte-americanos disfarçados com a bandeira da China.

O antigo Presidente norte-americano tem uma solução, no mínimo, criativa para travar os planos de Vladimir Putin. No sábado, durante um congresso republicano, Donald Trump sugeriu que os Estados Unidos deveriam bombardear a Rússia com caças americanos disfarçados com a bandeira da China.

Bastaria colocar uma bandeira chinesa em aviões militares F-22 e “bombardear toda a Rússia”, explicou. “[Após o ataque,] logo diremos: foi a China que o fez, não nós. E depois eles começam a lutar uns com os outros e nós recostamo-nos a ver.”

A sugestão motivou risos na plateia.

O Observador escreve que esta estratégia militar teria, à partida, dois problemas. Em primeiro lugar, o facto de os Lockheed Martin F-22 Raptor serem originalmente norte-americanos e nenhum deles estar nas mãos dos chineses, que têm os seus próprios caças de quinta geração, os J-20.

Em segundo lugar, o facto de violar as leis bélicas internacionais. “Usar a bandeira de um Estado neutro ou de qualquer Estado que não seja parte do conflito é proibido”, sublinhou a especialista Laurie R. Blank.

As declarações de Trump surgem numa gravação áudio, obtida pelo The Washington Post. O discurso de sábado, que durou mais de 80 minutos, foi dirigido a cerca de 250 dos principais financiadores do Partido Republicano e centrou-se essencialmente no tema da política externa.

Após ter sido criticado por elogiar Vladimir Putin, em fevereiro, Donald Trump mudou o seu discurso: o líder russo nunca teria invadido a Ucrânia se Trump ainda fosse Presidente.

“Eu conheço muito bem Putin. Ele não o teria feito. Jamais o teria feito!” Porquê? Porque quando Donald Trump era Presidente foi mais duro com Vladimir Putin do que qualquer outro líder norte-americano.

O problema, salientou, “não é que Putin seja inteligente – claramente ele é inteligente -, o problema é que os nossos líderes são burros e, até agora, deixaram-no avançar com essa farsa e ataque à Humanidade”.

https://zap.aeiou.pt/trump-bandeiras-china-cacas-russia-466149


Rússia é agora o país com mais sanções do mundo - Já ultrapassou o Irão !


A Suíça é o país que aplicou um maior número de sanções, seguido da União Europeia e da França. Desde 22 de fevereiro, o número de sanções aplicadas à Rússia duplicou.

Rússia passou a ser o país do mundo com mais sanções aplicadas. Assim, a nação liderada por Vladimir Putin ultrapassou o Irão, a Síria e a Coreia do Norte.

Segundo avança uma plataforma que analisa as sanções aplicadas, os países aliados aplicaram um total de 2.778 novas sanções, o que duplicou o número total de sanções aplicadas à Rússia.

De acordo com a Rádio Renascença, antes da invasão da Ucrânia a 22 de fevereiro, o país era alvo de 2.754 e passou para 5.530.

Com este aumento, a Rússia ultrapassou o Irão, que tem 3.616 sanções, a maioria devido ao programa nuclear e ao apoio ao terrorismo.

A maior parte das sanções aplicadas são contra indivíduos, havendo ainda 343 a entidades, como companhias ou agências governamentais.

A Suíça é o país que aplicou um maior número de sanções (568), seguido da União Europeia (518) e da França (512). Os Estados Unidos impuseram 243.

Antes da invasão da Ucrânia, a Rússia já era alvo de sanções devido à interferência nas eleições norte-americanas de 2016 e aos ataques contra dissidentes políticos tanto no território russo como no estrangeiro.

Mais de 1,7 milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, de acordo com o balanço divulgado esta segunda-feira pelas Nações Unidas.

Mais de mil civis já foram mortos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Segundo o relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR), que abrange o período das 4h de 24 de fevereiro à meia-noite de 4 de março, das "1.058 vítimas civis na Ucrânia, 351 foram mortas, incluindo 10 crianças".

O Papa Francisco enviou dois cardeais para tentar mediar o conflito. O cardeal Konrad Krajewski, responsável pelas obras de caridade do Papa, chegou segunda feira à fronteira da Polónia com a Ucrânia, e o cardeal Michael Czerny, do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, é aguardado amanhã na Hungria.

Entretanto, Portugal recebeu desde o início da invasão russa da Ucrânia 2.674 pedidos de proteção temporária, segundo uma atualização feita hoje pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

https://zap.aeiou.pt/russia-e-agora-o-pais-com-mais-sancoes-do-mundo-ja-ultrapassou-o-irao-466177


Supremo dos EUA rejeita tentativa republicana de reverter mapas eleitorais mais competitivos !


Em causa está o poder dos órgãos estaduais na criação dos novos mapas eleitorais, cujo desenho pode ser decisivo no resultado das eleições. A decisão é uma vitória para os Democratas, mas pode ser apenas temporária.

O Supremo Tribunal dos EUA rejeitou os pedidos dos Republicanos da Carolina do Norte e da Pensilvânia, que queriam reverter os novos mapas eleitorais que os Supremos Tribunais de ambos os estados impuseram e que acabavam com a prática de gerrymandering, tornando assim as eleições mais competitivas.

Seis dos nove juízes negaram o pedido relativo à Carolina do Norte na segunda-feira. No caso da Pensilvânia, todos os juízes estiveram de acordo e o caso vai agora para um painel de três juízes federais. Caso a decisão deste painel não lhes for favorável, os Republicanos poderão recorrer novamente ao Supremo.

Estas decisões são assim uma vitória política para os Democratas, dado que a prática do gerrymandering, apesar de ser usada por ambos os partidos quando controlam as legislaturas estaduais, é geralmente uma arma dos Republicanos e pode ser decisiva nas intercalares de Novembro.

O gerrymandering é uma prática polémica que é condenada há anos por grupos que defendem o direito ao voto. Consiste no enviesamento dos resultados eleitorais através da concentração ou divisão estratégica de certos grupos demográficos de acordo com as suas preferências partidárias.

Por exemplo, os eleitores negros tendem a votar mais nos Democratas. Posto isto, num estado em que os Republicanos estejam no poder e possam redesenhar os mapas eleitorais, podem optar por estrategicamente diluir o poder de decisão eleitoral dos negros ao concentrá-los todos num distrito ou ao dividi-los por vários distritos.

Em 2019, o Supremo dos EUA decidiu que os tribunais federais não podem policiar o gerrymandering partidário, deixando as decisões nas mãos do poder estadual.

“As provisões nas legislaturas e nas constituições estaduais podem criar os critérios e guias para os tribunais estaduais aplicarem”, lembrou o Supremo, que sugeriu também que “as emendas constituicionais que criam comissões com vários membros serão responsáveis total ou parcialmente pela criação e aprovação de mapas para o Congresso e para distritos para legislaturas estaduais”.

Desta forma, o Supremo da Carolina do Norte não permitiu a implementação de um novo mapa que em teoria daria uma vantagem aos Republicanos em 10 dos 14 distritos, num estado que nos últimos anos se tem tornado “roxo”, ou seja, mais competitivo.

O Supremo estadual decidiu assim substituí-lo por um mapa que equilibrava mais a balança e dava aos Republicanos a vantagem em apenas sete distritos e deixava um lugar bastante competitivo entre os dois partidos.

No caso da Pensilvânia, o Supremo estadual também escolheu um novo mapa congressional depois da legislatura estadual Republicana e do Governador Democrata não terem conseguido chegar a um acordo. O novo mapa dá uma vantagem de 8-6 para os Republicanos e deixa três distritos em aberto.

Ambas as legislaturas estaduais recorreram dos novos mapas e pediram ao Supremo que os bloqueassem, argumentando que a Constituição deixa explicitamente nas mãos do poder estadual a decisão de desenhar os mapas e que o tribunais estaduais tinham abusado do seu poder ao se envolverem no processo eleitoral.

O Supremo dos EUA acabou por negar os pedidos dos Republicanos, mas não explicou as suas razões. O juiz Brett Kavanaugh já tinha adiantado que, dada a proximidade das eleições marcadas para Novembro, é já demasiado tarde para se criar novos mapas e há um caso semelhante ainda pendente relativo ao Wisconsin.

Democratas venceram a batalha, mas não venceram a guerra

Este argumento indica que é provável que esta vitória — que está a ser celebrada pelos activistas pelo direito ao voto — seja apenas temporária e que se aplique só às intercalares deste ano, devendo este tema voltar ao Supremo em breve.

Na antecipação das presidenciais de 2020, quatro dos nove juízes — Clarence Thomas, Samuel Alito, Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh — apoiaram alguma versão da doutrina das legislaturas estaduais.

No mesmo texto onde argumentou que as eleições são demasiado próximas para se redesenhar os mapas na Carolina do Norte, Kavanaugh também afirmou que os tribunais federais não devem interferir com a lei das eleições estaduais durante um ano em que há um sufrágio.

Alito não é adepto da versão mais radical da doutrina da legislatura estadual — que removeria completamente os Governadores e os tribunais do processo de preparação de actos eleitorais — mas defende que deve haver “algum limite na autoridade dos tribunais estaduais para contra-mandar as ações das legislaturas estaduais quando estão a criar regras para a conduta de eleições federais”.

Thomas e Gorsuch partilham da opinião de Alito, pelo que já se antecipa uma nova batalha futura sobre o direito ao voto no Supremo dos EUA.

https://zap.aeiou.pt/supremo-eua-reverter-mapas-eleitorais-466218

 

Rússia-Ucrânia: Terceira reunião, a primeira com alguns “desenvolvimentos positivos” !


Pelo menos segundo o lado ucraniano. Representante russo avisa que o “resultado final” também não vai chegar na quarta reunião.

Resolução da política interna, aspectos humanitários internacionais e resolução de questões militares: os três focos da terceira reunião entre responsáveis de Rússia e Ucrânia, desde que começou o conflito em solo ucraniano.

O encontro decorreu nesta segunda-feira, foi o mais curto de todos e trouxe “pequenos desenvolvimentos positivos”, de acordo com Mikhail Podolyak.

“Há pequenos desenvolvimentos positivos na melhoria da logística dos corredores humanitários. Serão feitas mudanças e será dada uma ajuda mais eficaz às pessoas que sofrem com a agressão da Federação Russa”, destacou o assessor do presidente Volodomyr Zelenskyy.

A previsão era de que, nesta terça-feira, fossem criados corredores humanitários para a evacuação de civis em Kiev, Kharkov, Chernigov, Sumy e Mariupol.

Na manhã seguinte, nesta terça-feira, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, informou que autocarros com civis iriam começar a sair de Mariupol-Zaporozhye e de Sumy.

Uma zona residencial em Sumy foi atacada na noite passada e terão morrido 21 pessoas, incluindo duas crianças.

Apesar deste avanço, Podolyak considera que a situação não melhorou muito: “Continuarão as consultas intensivas sobre a cessação das hostilidades. Até este momento, não há resultados que melhorem significativamente a situação”.

Já Vladimir Medinsky, que assegurou que os corredores humanitários não têm funcionado por causa das forças ucranianas, não ficou satisfeito com o desfecho da reunião.

“É muito cedo para falar de algo positivo. Não foi possível assinar nenhum documento. As nossas expectativas das negociações não se concretizaram. O diálogo continuará. Esperamos que da próxima vez possamos fazer avanços maiores”, comentou o elemento da delegação russa.

A próxima reunião acontecerá “num futuro muito próximo”, de acordo com o russo Leonid Slutsky. Mas nem aí haverá acordo, avisou: “Não nos vamos iludir e acreditar que na próxima ronda chegaremos ao resultado final”.

https://zap.aeiou.pt/russia-ucrania-terceira-reuniao-466165

 

“Z” de vitória - A origem do maior símbolo de apoio à guerra na Ucrânia !


Na internet, o “Z” branco que surgiu nos veículos militares russos e é agora uma marca da propaganda do Kremlin, já foi apelidado de “suástica de Putin”.

“Z” é o maior símbolo de apoio à invasão da Ucrânia e nem existe no alfabeto cirílico russo. O regime de Putin diz que vem de “za pobedu” — em português, “pela vitória”. Mas há outras teorias, segundo o Observador.

Cinco dias antes de as forças de Moscovo invadirem a Ucrânia e abriram guerra no país, os tanques e carrinhas militares russos colocados na fronteira entre os dois países exibiam uma letra, que nem sequer existe no alfabeto cirílico da Rússia.

Era um “Z” branco, com hastes largas e sem serifas — um símbolo que conquistaria a atenção dos analistas bélicos e tornar-se-ia num símbolo de apoio à investida russa.

De acordo com as Forças Armadas ucranianas, o “Z” tem um significado militar: é uma das cinco letras identificadas até agora no material bélico russo.

Sozinha, a letra “Z” rotula as forças vindas do distrito oriental da Federação Russa, mas se estiver emoldurada num quadrado branco identifica os militares da Rússia colocados na Crimeia, a região ucraniana anexada pela Rússia em 2014.

Existe também o “O” para as forças da Bielorrússia, o “V” utilizado pelos fuzileiros navais, o “X” para as forças vindas da Chechénia (a república na região do Cáucaso que tem sido palco de conflitos com Moscovo na luta pela independência) e o “A” exibido pelas forças especiais.

Utilizando estes símbolos, os militares garantem que não atacam os próprios companheiros — é fogo amigo.

Mas o “Z” e o “V” têm sido amplamente replicados por atletas olímpicos, instituições e artistas também como forma de apoio a Putin.

Numa fase inicial, julgava-se que o “Z” tinha sido adotado pelos militares russos como símbolo do apoio da Rússia à independência das regiões separatistas ucranianas de Donetsk e Lugansk, expressa a 22 de fevereiro de 2022 — apesar de, no alfabeto cirílico, o símbolo “Z” ser mais semelhante a um “3”.

Mas a letra já tinha sido detetada em tanques militares muito antes dessa data, quando as tropas de Putin se posicionaram na fronteira com a Ucrânia.

A resposta pode estar em duas publicações que o Ministério da Defesa russo, liderado por general Sergey Shoygu, colocou nas redes sociais e que atribui às duas letras outro simbolismo.

O “Z” vinha de “za pobedu”, que em português significa “pela vitória”, e o “V” surgiria de “sila v pravde” ou, em português, “o poder está na verdade”, como sugere a página governamental de Instagram.

O assunto não ficou fechado com as explicações vindas diretamente do governo de Putin, e há quem procure mais respostas nas entrelinhas.

Uma das teorias é que as duas letras foram escolhidas para recordar a Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, a tenacidade da Rússia na investida contra a Ucrânia. Há também quem teorize que o “Z” é uma mensagem de guerra ao Ocidente, palavra que em russo é “zapad”; e que o “V” é um sinal de apoio a Vladimir Putin.

As duas letras, mas sobretudo o “Z”, ganharam tanta importância que se tornaram verdadeiros símbolos da identidade nacional russa.

E o caso do ginasta russo Ivan Kuliak, que tinha um “Z” improvisado com o que parecia ser fita-cola no uniforme quando subiu ao pódio numa prova do campeonato mundial de ginástica artística no Qatar, não é o único.

Segundo o Expresso, a Federação Internacional de Ginástica anunciou que vai instaurar um processo disciplinar a Ivan Kuliak, que competia na Taça do Mundo em Doha.

Um pouco por toda a Rússia, mas também fora dela, circulam carros com o “Z” desenhados nas janelas e nas portas, explica Kamil Galeev, investigador com a bolsa Galina Starovoitova (dissidente russa que batalhou por reformas democráticas no país) pelos Direitos Humanos no Centro Wilson nos Estados Unidos e especialista em História Moderna, no Twitter.

Segundo ele, a expansão da letra como símbolo da ideologia de Putin está a ser tanta que há quem a compare a adoção da suástica pelos apoiantes do regime nazi.

Uma das imagens mais impressionantes partilhadas por Kamil Galeev é a de um “Z” composto por militares russos, com recurso aos distintivos de soldados ucranianos mortos em combate.

Outra é uma fotografia aérea de crianças com doenças terminais dispostas em “Z” numa rua coberta de neve, à porta do hospital onde estão internadas.

“Nas nossas mãos esquerdas, seguramos folhetos com as bandeiras da República Popular de Luhansk e Donetsk, Rússia e Tartaristão e fechamos a mão direita em punho”, explicou o presidente da instituição Vladimir Vavilov, citado pela Sky News.

https://zap.aeiou.pt/z-de-vitoria-a-origem-do-maior-simbolo-de-apoio-a-guerra-na-ucrania-466139


“Não tenho medo de ninguém”: Zelenskyy divulga vídeo em que revela a sua localização !


Num ato desafiador e garantindo não ter medo de ninguém, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy revelou a sua localização, num vídeo publicado esta segunda-feira.

O Presidente da Ucrânia estará numa das ruas mais centrais da capital, a rua Bankova, onde se localiza o escritório oficial do chefe de Estado.

“Fico em Kiev. Não tenho medo de ninguém. [Fico] até ganharmos esta guerra”, diz Volodymyr Zelenskyy, no vídeo publicado esta segunda-feira à noite no Telegram, citado pelo Observador.

Em relação à terceira ronda de negociações na Bielorrússia, o Presidente garante que a Ucrânia !vai insistir” na diplomacia e assegura aos cidadãos que irá ser encontrada uma “maneira” justa para “alcançar a paz”.

“Gostaríamos de dizer ‘terceira e última’, mas somos realistas”, afirma.

Realçando que os russos não esperavam uma “reação tão forte” por parte da Ucrânia, Zelenskyy ressalvou que os seus cidadãos “não têm medo de tanques, de armas”.

“O ódio que o inimigo trouxe com ele para as nossas cidades não vai ficar aqui. Não haverá sinal dele. O ódio não somos nós. Por isso, não haverá nada que reste para o inimigo. Vamos reconstruir tudo”, garante o Presidente.

Além de ter confirmado um ataque a uma “antiga fábrica de pão”, em Makarov, o líder ucraniano deu conta da destruição de uma igreja, em Zhytomyr, construída em 1862.

“Não são pessoas”, atira. “Vamos fazer as nossas cidades que o ocupante destruiu melhores do que qualquer cidade na Rússia”, conclui, garantindo que, quando a invasão russa terminar, o país “vai reconstruir tudo”.

A declaração de Zelenskyy surge após o líder ucraniano ter evitado três tentativas de assassinato do Kremlin desde o início da invasão russa.

https://zap.aeiou.pt/zelenskyy-video-revela-localizacao-466131

Rublo perde 86% do seu valor desde início da invasão !


Bolsa russa continuará encerrada, pelo menos, até amanhã.

O rublo perdeu 86,1% do seu valor desde que no passado dia 24 de fevereiro a Rússia invadiu a Ucrânia e depois de países ocidentais terem impostos sanções financeiras a Moscovo. A moeda russa alcançou um novo mínimo histórico, ao depreciar-se para 152 rublos por um dólar. A 23 de fevereiro, na véspera da invasão, um dólar valia 82 rublos.

Esta segunda-feira, a moeda russa alcançou um novo mínimo histórico, ao depreciar-se para 152 rublos por um dólar e 164 rublos por um euro.

A nova desvalorização da moeda russa ocorre após os Estados Unidos terem anunciado que estão em curso conversações com a União Europeia para proibir a importação de petróleo da Rússia, como represália pela guerra na Ucrânia.

A agência de notação Moody’s também baixou a nota de solvência da dívida soberana russa, que já estava em ‘lixo’, de ‘B3’ para ‘Ca’ pela expectativa de que os controlos de capital do banco central russo limitem os pagamentos transfronteiriços, incluindo o serviço de dívida das obrigações do Governo.

https://zap.aeiou.pt/rublo-perde-86-do-seu-valor-desde-inicio-da-invasao-466127

 

Museu no Peru usa “huacos eróticos” para ensinar homens a despistar o cancro !

A iniciativa foi feita em parceria com a Liga Contra o Cancro peruana, depois desta ter notado que 45% dos diagnósticos oncológicos em homens em 2021 já foram tardios.

O Museu Larco, em Lima, tem uma das melhores coleções de esculturas da cultura Moche em todo o mundo, sendo que muitas delas são explícitas. Em vez de as esconder, o museu decidiu apostar numa função didática e usá-las para incentivar os homens a fazerem testes de despiste ao cancro da próstata e dos testículos.

De acordo com a Reuters, a exposição chama-se “Toque os Genitais da Mochica” e abriu a 25 de Fevereiro de 2022, e incentivou os homens a tocarem nas esculturas, que têm mais de 1000 anos.

As esculturas de argila mostram vários atos sexuais e deixaram alguns visitantes constrangidos, mas isso não deteve a direção do museu. “O objetivo é aproximar-mos o conhecimento dos nossos antepassados sobre o corpo humano, exprimido através destas esculturas de cerâmica a que chamamos ‘Huacos Eróticos‘”, revelou Ulla Holmquist, diretora do museu e antiga Ministra da Cultura do Peru.

A pandemia também teve dedo nesta iniciativa, já que o foco dos serviços de saúde no combate ao coronavírus levou a que os diagnósticos de cancro fossem adiados. As autoridades de saúde ficaram preocupadas quando os diagnósticos de cancro nos homens subiu da média de 8700 para mais de 10 000 em 2021.

O Museu Larco aliou-se ainda à Liga Contra o Cancro, uma empresa privada que avança que 45% destas diagnósticos já foram feitos demasiado tarde para serem curados, escreve o All That’s Interesting.

O diagnóstico atempado do cancro é assim essencial, mas é ainda raro nas doenças que afectam os homens, dado que muitos não sabem como o fazer. Os visitantes masculinos do museu foram assim incentivados a apalpar as estátuas em busca de nódulos ou partes mais ásperas.

A Liga Contra o Cancro aconselha ainda os homens a adoptarem esta práctica no seu dia a dia, devendo usar luvas e lubrificarem um dedo, que devem inserir no reto.

A cultura Moche viveu no norte do Peru desde 150 D.C. até ao fim do século VIII e a sua arte continua a ser fascinante. As esculturas e pinturas da civilização representavam atividades desde a pesca, a caça, os sacrifícios humanos e, no caso dos ‘huacos’, o foco era a sexualidade.

Tantos séculos depois, para além de serem ainda uma forma de sabermos mais sobre esta antiga civilização, estas esculturas são agora úteis na luta contra o cancro.

https://zap.aeiou.pt/museu-peru-huacos-eroticos-cancro-466109


Mila Kunis e Ashton Kutcher angariam mais de 15 milhões de dólares para a Ucrânia em dois dias !

A atriz nasceu na Ucrânia e apelou ao apoio ao país natal. O casal vai pessoalmente doar três milhões de dólares.

Os atores Mila Kunis e Ashton Kutcher já angariaram mais de 15 milhões de euros para a Ucrânia na plataforma de crowdfunding GoFundMe, mais de metade do objetivo estipulado. O casal vai pessoalmente contribuir com três milhões de dólares, cerca de 2,8 milhões de euros.

“As últimas 48 horas foram incríveis”, escreveu Mila Kunis, que tem ascendência ucraniana, numa atualização ​publicada na página de angariação de fundos GoFundMe​, citada pelo Público.

Os fundos recolhidos será dados à Flexport.org e à Airbnb.org, “duas organizações que estão activamente no terreno a prestar ajuda imediata àqueles que mais precisam”, explicam os atores.

O casal nota que a primeira “está a organizar envios de ajuda humanitária para centros de refugiados na Polónia, Roménia, Hungria, Eslováquia e Moldávia”, e a segunda trata de soluções de “alojamento gratuito de curto prazo para os refugiados que fogem da Ucrânia”.

A atriz também lembra as suas raízes ucranianas no vídeo da petição. “Hoje, sou uma ucraniana orgulhosa. A minha família veio para os Estados Unidos em 1991, mas nasci em Tchernivtsi​, Ucrânia, em 1983. Os ucranianos são pessoas orgulhosas e corajosas que merecem a nossa ajuda neste tempo de necessidade. Este ataque injusto à Ucrânia e à humanidade em geral é devastador e o povo ucraniano precisa do nosso apoio”, apela Mila Kunis.

O marido da atriz e também ator falou em seguida. “Enquanto vemos a coragem das pessoas do país onde ela nasceu, também somos testemunhas das necessidades daqueles que escolheram a segurança. Estamos a angariar fundos para um esforço de alívio que terá um impacto imediato no fornecimento de ajuda humanitária muito precisa para a área”, rematou Ashton Kutcher.

Já mais de 41 mil pessoas doaram para o fundo e outras estrelas de Hollywood, como a atriz Reese Witherspoon, incluem-se na lista

O conflito na Ucrânia começou a 24 de Fevereiro, com uma ofensiva militar da Rússia no país. Kiev afirma que já mais de 2000 civis morreram e a ONU aponta para que mais de 1,5 milhões de ucranianos tenham fugido para países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/mila-kunis-ashton-kutcher-15-milhoes-466091

 

Combustíveis: Filas de km por causa de um desconto que dura uma hora !


Instalada “loucura” numa cidade holandesa. Durante uma hora os valores de gasóleo e gasolina foram iguais a 2002.

As filas nas bombas de combustíveis começaram na sexta-feira passada, dia em que foi noticiado que os preços dos combustíveis iriam registar uma subida inédita: no mínimo 14 cêntimos por litro no gasóleo e 8 cêntimos por litro na gasolina. Isto, em Portugal.

Esta segunda-feira, no dia em que de facto os preços aumentaram muito nas estações de serviço portuguesas, ficou marcada por filas de quilómetros numa bomba de gasolina nos Países Baixos.

Mas, neste caso, não foi um anúncio de subida de preços que originou as filas. Foi um anúncio de descida de preços que originou as filas.

A empresa TinQ assinalou 20 anos de existência, nesta segunda-feira. E, para comemorar esse aniversário, decidiu que o gasóleo e a gasolina iriam custar o que custavam…há 20 anos.

Em termos concretos, em 2002, o litro da gasolina custava 1,17 euros e o litro do gasóleo ficava-se pelos 86 cêntimos por litro, de acordo com o jornal Algemeen Dagblad.

Menos de metade do que se paga em Portugal, em 2022, no caso do gasóleo.

Esse regresso aos preços de outros tempos só durou uma hora. O desconto só foi realizado entre as 13 e as 14 horas deste dia diferente.

Como se esperava, foi uma “loucura” na cidade Ospel. Uma fila de quilómetros (que se iniciou muito antes das 13 horas) causada por um pequeno desconto, que colocou os Países Baixos numa “turbulência”, escreve o jornal Het Nieuwsblad.

E os descontos não terminaram: a semana de aniversário prolonga-se até à próxima sexta-feira e, por isso, todos os dias haverá quatro postos com descontos consideráveis.

Mas não se sabe onde, até à véspera. Só às 19 horas do dia anterior serão anunciados os locais onde a “loucura” voltará.

A curiosidade é que a TinQ completou 20 anos…em 2021. Mais concretamente em Dezembro do ano passado. Mas as restrições associadas ao coronavírus adiaram a “festa”.

https://zap.aeiou.pt/combustiveis-filas-desconto-466116


Afogada em sanções, a Rússia tem na China um amigo “firme como uma rocha” — Mas a sua ajuda pode não chegar !


A China tem agora de ponderar se vale a pena arriscar ser igualmente ostracizada pelo Ocidente caso assuma uma aliança mais forte com Moscovo.

Ao contrário das grandes potências do Ocidente — que têm imposto pesadas sanções à Rússia no seguimento da invasão à Ucrânia — a China tem adoptado uma postura mais neutral que pode vir a ser a chave para a salvação da economia russa face ao bloqueio internacional que tem sofrido.

Por um lado, Pequim defendeu que a soberania de todos os países deve ser respeitada, mas afastou a imposição de sanções contra a Rússia e também teceu críticas à expansão da esfera de influência da NATO e da União Europeia para o leste da Europa, onde estão vários ex-membros da União Soviética.

Dado o seu isolamento económico, Moscovo pode mesmo ficar sem outras alternativas que não sejam Pequim, como nota o Público, face ao bloqueio do acesso de vários bancos russos ao sistema SWIFT, ao corte total das relações comerciais, e às alternativas que a UE já está a planear para reduzir a dependência energética da Rússia — que levaram ao crash do rublo e têm posto a economia russa em xeque.

O Kremlin tem respondido que há mais países para além dos Estados Unidos e dos estados europeus com os quais a Rússia pode fazer trocas comerciais, mas a verdade é que o único aliado que têm uma dimensão suficiente para ter um verdadeiro impacto na economia de Moscovo é a China.

E parece que Pequim não vai abandonar a Rússia. Esta segunda-feira, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, afirmou que a Rússia é o “parceiro estratégico mais importante” do país e que os dois estados têm uma das relações bilaterais “mais cruciais do mundo”.

“Não importa quão perigoso é o cenário internacional, vamos manter o nosso foco estratégico e promover o desenvolvimento de uma parceria abrangente China – Rússia na nova era. A amizade entre os dois povos é firme como uma rocha“, sublinhou Yi, que se ofereceu para mediar o conflito com a Ucrânia.

Já vários sinais apontavam para uma maior proximidade entre os dois países. Vladimir Putin fez questão de visitar a China durante os Jogos Olímpicos de Inverno, tendo a visita também dado frutos em forma de 15 acordos de cooperação económica e financeira assinados entre Pequim e Moscovo.

Dada a dependência da economia russa na exportação de energia, os novos contratos de fornecimento da Gazprom e da Rosneft à China foram particularmente importantes. As restrições de vendas de cereais russos a Pequim também acabaram.

Os laços entre Putin e Xi Jinping são tão estreitos que, alegadamente, o líder chinês terá pedido ao homólogo russo que não avançasse com uma invasão à Ucrânia antes do fim do evento desportivo. A informação foi avançada pela inteligência norte-americana, como nota o The New York Times, nas não foi confirmada oficialmente.

A Rússia tem também dado a mão à China durante a recente escalada de tensão com Taiwan, reconhecendo que a ilha é uma “parte inalienável” do território chinês, numa altura em que há receios de que estale uma guerra devido ao grande número de voos que Pequim tem feito no espaço aéreo de Taiwan.

Rússia em apuros com as vendas de energia

Apesar dos sinais de proximidade, o comércio com a China dificilmente será suficiente para colmatar os boicotes ocidentais à Rússia, especialmente se a Europa puxar a ficha às compras de gás natural a Moscovo, como está a planear.

De acordo com os dados da Gazprom, a maior empresa energética russa e maior exportadora de gás natural no mundo, 78% das suas vendas tiveram como destino a Europa Ocidental e a Turquia em 2020 e 22% foram para países da Europa Central. Os maiores compradores foram a Alemanha, a Itália, a Áustria, a Turquia e a França.

Em Janeiro, a empresa anunciou que vai construir um novo gasoduto através da Sibéria — Power Siberia 2 — que servirá para reforçar o comércio com a China e permitirá que a Rússia envie 50 milhares de milhões de metros cúbicos de de gás natural por ano.

No entanto o projecto só deve estar pronto em 2025 e não será suficiente para substituir a importância da Europa para a economia russa, especialmente depois da Alemanha ter suspendido o acordo que tinha com Moscovo para o Nord Stream 2, que duplicaria a venda de gás natural russo para a União Europeia.

Yang Jiang, investigadora do Instituto Dinamarquês de Estudos Internacionais, nota que “em comparação, a Rússia exporta entre 150 e 190 milhares de milhões de metros cúbicos de gás natural para a Europa todos os anos”. Assim, caso a Europa deixe de comprar gás russo, Moscovo teria de encontrar mais parceiros para além da China para prevenir o rombo na sua economia.

Para além disto, Pequim também não está muito interessada em ficar dependente da compra de energia a longo prazo e tem apostado na produção interna — com um foco especial na energia nuclear como uma alternativa menos poluente.

No âmbito da cimeira climática Cop26, a China revelou que nos próximos 15 anos quer criar mais 150 reactores, mais do que o resto do mundo construiu nos últimos 35 anos, como escreveu a Bloomberg.

O investimento deve custar à volta de 440 mil milhões de dólares — 405 mil milhões de euros — e caso se concretize, levará a que a China se torne o maior produtor de energia nuclear, ultrapassando os Estados Unidos.
Apoio financeiro chinês à vista?

Para além do comércio de energia, o sector financeiro está agora também a dar dores de cabeça a Vladimir Putin. De momento, a Rússia tem dificuldades em encontrar divisas estrangeiras suficientes para fazer importações e defender o valor do rublo e os bancos foram bloqueados do sistema SWIFT, o que dificulta os pagamentos.

A China pode mostrar-se útil neste contexto, ao permitir que o comércio com a Rússia passe a ser feito totalmente com o yuan. Assim, Moscovo passaria a ter na divisa chinesa o principal activo nas suas reservas.

Actualmente, 32,3% dos activos do banco central russo estão em euros, o dólar representa 16,4% e o yuan fica-se pelos 13,1%. No entanto, o yuan não é uma divisa totalmente convertível nos mercados internacionais e representa apenas 3% dos pagamentos feitos globalmente, não sendo uma alternativa à altura para a Rússia.

O bloqueio dos bancos russos ao SWIFT pode ser colmatado com a adesão ao CIPS, um sistema semelhante que a China criou, mas novamente, a sua escala é bastante menor — o CIPS tem apenas 75 participantes directos contra 11 mil do SWIFT.
China pesa as opções na balança

Já falamos do que a Rússia pode ter a ganhar com o estreitamento das relações com a China, mas será que o mesmo pode ser dito de Pequim? Uma aliança forte entre os dois países pode não ser do interesse da China, que se arrisca a ser sancionada pelo Ocidente e sofrer danos colaterais do conflito da Ucrânia.

Pequim pode beneficiar das trocas comerciais de energia caso a Rússia faça descontos, especialmente com o disparo nos preços do petróleo que se tem vivido nos últimos tempos.

Os problemas surgem se a proximidade a Moscovo começar a afectar negativamente as relações chinesas com a Europa e o EUA. No ano passado, o comércio da sino-russo chegou aos 146.9 mil milhões de dólares — mas esse valor é menos de um décimo do total de 1.6 mil milhões alcançados com o comércio entre a China e os EUA e a União Europeia.

Assim, a China terá assim de avaliar cuidadosamente os riscos e benefícios da sua decisão, podendo ser esta a razão por detrás da sua postura mais ambígua no início do conflito na Ucrânia.

https://zap.aeiou.pt/russia-china-amigo-firme-rocha-466043


Cientistas russos temem pela vida de colegas !


Academia de Ciências da Rússia lembra os “muitos anos” de confrontos na Ucrânia e pede uma resolução imediata do conflito.

Muitos russos têm-se manifestado contra a invasão à Ucrânia, logo desde o primeiro dia do conflito. Agora também a comunidade científica pede o final imediato da guerra.

A Academia de Ciências da Rússia lançou o apelo, num comunicado oficial, afirmando que o cessar-fogo é “extremamente importante” e que todas as partes devem chegar a uma solução pacífica, através de negociações.

A entidade indica que este conflito militar “agudo” é a consequência de “muitos anos” de confrontos na Ucrânia, que originaram a morte de muitos civis.

Os membros da Academia estão “seriamente preocupados” com a saúde e mesmo com a vida das pessoas, incluindo os colegas cientistas que estão na zona de guerra, quer na região de Donbass, quer na Ucrânia no geral.  

Por isso, pede-se uma “resolução imediata” da questão humanitária: garantir a segurança e condições de vida para os civis, além de assegurar a segurança das instituições científicas, educativas e culturais, e dos monumentos do património histórico.

E outro ponto é destacado: evitar a destruição de centrais nucleares, de objectos da indústria química e de outras instalações de infra-estrutura crítica.

A Academia de Ciências da Rússia pede também a todos os cientistas e a todas as associações e academias para que se abstenham de posições e de acções políticas, nesta altura.

São também condenadas eventuais “tentativas de pressão política” sobre investigadores, professores e estudantes com base na sua nacionalidade ou na sua cidadania.

“Consideramos necessário intensificar a diplomacia científica e fortalecer o movimento de cientistas pela paz, pela segurança internacional, pela resolução de conflitos, pela redução da tensão militar e pela prevenção da ameaça de guerra nuclear”, finaliza o comunicado.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-russos-temem-pela-vida-de-colegas-466100


segunda-feira, 7 de março de 2022

Putin pondera mobilização em massa para impulsionar seus objetivos na Ucrânia !


Os possíveis mediadores de paz da Ucrânia nas últimas 48 horas, incluindo o primeiro-ministro Naftali Bennett, ficaram impressionados com a determinação do presidente Vladimir Putin de continuar com a guerra na Ucrânia até que seu objetivo seja alcançado. Ele foi relatado preparando as bases para a mobilização em massa e o recrutamento – até mesmo a lei marcial, se necessário – para reforçar seu esforço militar, que ainda está aquém de seus objetivos após 12 dias de violentos combates. Os preços crescentes do petróleo – agora chegando a US$ 139 o barril – estão gerando lucros para financiar seu esforço de guerra. No campo de batalha, enquanto bombardeava cidades ucranianas, o exército russo desacelerou seu avanço para se reagrupar e receber mais mão de obra, combustível, munição e outros suprimentos. Eles estão se preparando para a próxima rodada de ataques violentos para tomar Kiev, Kharkiv e Mikolayiv. O Comando Geral da Ucrânia relata uma grande força russa se concentrando a oeste de Khrakiv – aparentemente pronta para uma ampla viagem ao sudoeste em direção ao rio Dnieper. De acordo com relatos anteriores, Moscou recrutou e mobilizou combatentes sírios com experiência em combate urbano para ajudar a tomar a força Kiev e esmagar a resistência. No domingo, ataques com mísseis russos destruíram o porto internacional de Vinnytsia, perto de Uman, um potencial ponto de entrada para ajuda militar à Ucrânia. Putin, por enquanto, parece ter a intenção de vencer a guerra que lançou contra a Ucrânia e não está demonstrando qualquer disposição de diminuir as hostilidades ou considerar termos que seriam aceitáveis ​​para o Ocidente ou a Ucrânia. Ainda assim, uma delegação russa partiu para a Bielorrússia nesta segunda-feira, 7 de março, para uma terceira rodada de negociações com uma delegação ucraniana. O governo Biden já está considerando seriamente atacar a Rússia com um embargo total de petróleo para privar o esforço de guerra de Putin e isolá-lo ainda mais. O Brent novamente atingiu o pico de US$ 139 o barril - um salto de quase US$ 40 desde a invasão de 24 de fevereiro e o maior desde 2008. Mas os primeiros suprimentos devem ser garantidos para o mercado mundial, disse o secretário de Estado Antony Blinken a um entrevistador da CNN. Para este fim, o presidente Joe Biden está buscando acordos com inimigos ricos em petróleo de Washington como o venezuelano Nicalos Maduras – ou mesmo o príncipe herdeiro saudita Muhammed bin Sultan, que tem sido sistematicamente evitado pelo governo Biden após ser acusado da captura e assassinato de Jamal Khashoggi.

https://www.debka.com

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