terça-feira, 15 de março de 2022

Documento secreto - Abramovich fez fortuna com corrupção e foi protegido pelo Kremlin !


Roman Abramovich terá viajado para Moscovo numa altura em que está a ser alvo de severas sanções, devido à invasão da Ucrânia pela Rússia. Um documento secreto confirma que parte da sua fortuna foi obtida com negócios corruptos e que só não foi julgado por ser protegido do Kremlin.

Abramovich está a ser alvo de sanções do Reino Unido, da União Europeia e da Austrália devido às suas ligações ao presidente russo, Vladimir Putin, numa altura em que aperta o cerco internacional à Rússia devido à invasão da Ucrânia.

O oligarca russo tens os bens congelados e foi removido da direcção do Chelsea, clube que colocou à venda e que está em risco de falência nesta altura.

O homem que já chegou a ser apontado como “testa-de-ferro” de Putin terá viajado para Moscovo num jacto privado, depois de ter passado por Israel e Turquia.

A agência Reuters divulgou imagens do milionário russo no aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv, Israel, na segunda-feira. Abramovich terá partido daí para Istambul, na Turquia, de onde terá seguido para Moscovo, de acordo com a mesma fonte.

Note-se que Abramovich tem as cidadanias israelita e portuguesa. No caso de Portugal, o processo de atribuição da nacionalidade está a ser investigado por suspeitas de corrupção.

Documento revela negócios corruptos e protecção de Yeltsin

Entretanto, uma investigação da BBC descobriu “novas provas sobre negócios corruptos que fizeram a fortuna de Roman Abramovich”, como aponta a estação britânica.

O ainda dono do Chelsea fez milhões depois de ter comprado a companhia de petróleo Sibneft ao Governo russo, em 1995. Pagou cerca de 250 milhões de dólares num leilão, mas, em 2005, voltou a vender a Sibneft ao Governo russo por 13 mil milhões de dólares.

Em 2012, Abramovich admitiu num tribunal britânico que fez “pagamentos corruptos” para ajudar a concretizar o negócio da Sibneft, como apurou a BBC.

O magnata russo estava a ser processado pelo antigo sócio Boris Berezovsky.

Abramovich ganhou o processo depois de ter dito que deu a Berezovsky 10 milhões de dólares para pagar a um responsável do Kremlin para intermediar a seu favor no negócio, conta a BBC.

A estação britânica alega que “obteve um documento que se acredita ter sido contrabandeado da Rússia” por uma “fonte confidencial” que garante que foi “secretamente copiado dos ficheiros sobre Abramovich” que estariam sediados em agências governamentais russas ligadas à Justiça.

O documento de cinco páginas realça que o Estado russo foi “enganado” em 2,7 mil milhões de dólares no negócio da Sibneft, vinca a BBC. Um dado que constará de uma investigação parlamentar russa de 1997 que alega também que as autoridades russas queriam processar Abramovich por fraude.

“Os investigadores do Departamento de Crimes Económicos chegaram à conclusão de que se Abramovich pudesse ser levado a julgamento, teria enfrentado acusações de fraude… por um grupo criminoso organizado“, aponta-se no documento.

O Procurador-chefe do Ministério Público russo da altura, Yuri Skuratov, não tinha conhecimento desse documento secreto, mas confirmou à BBC vários dos detalhes referidos.

“Basicamente, foi um esquema fraudulento, onde aqueles que participaram da privatização formaram um grupo criminoso que permitiu que Abramovich e Berezovsky enganassem o Governo e não pagassem o dinheiro que essa empresa realmente valia”, conta Skuratov ao canal britânico.

O documento ainda sugere que Abramovich foi protegido pelo antigo presidente russo, Boris Yeltsin. Assim, salienta que os ficheiros judiciais sobre Abramovich foram enviados para o Kremlin e que “a investigação foi travada pelo presidente Yeltsin” e que “Skuratov foi demitido do cargo”.

Em 1999, Skuratov foi despedido no seguimento da divulgação de uma sex-tape. O antigo procurador-chefe considera que foi alvo de uma armadilha para o desacreditarem e à sua investigação.

“Esta coisa toda foi, obviamente, política porque na minha investigação, fiquei muito perto da família de Boris Yeltsin, incluindo através desta investigação da privatização da Sibneft”, relata Skuratov à BBC.

Em 1999, Yeltsin designou Putin como primeiro-ministro, preparando a sua sucessão no poder, e Abramovich continuou a fazer parte do círculo próximo do Kremlin.

Outro negócio polémico com um rapto pelo meio

Além do negócio com a Sibneft, Abramovich está ainda envolvido noutra aquisição polémica relacionado com mais uma companhia petrolífera, a Slavneft.

O dono do Chelsea fez uma parceria para comprar a Slavneft que também estava a ser cobiçada por uma grande empresa chinesa, a CNPC, que oferecia o dobro do valor.

“Muitas pessoas poderosas” teriam perdido dinheiro se os chineses tivessem ganho o negócio, aponta a investigação da BBC.

O documento secreto obtido pelo canal refere que um elemento da empresa chinesa foi raptado à chegada a Moscovo, quando pretendia participar no leilão pela Slavneft, o que levou a CNPC a desistir da compra. Só depois disso, o executivo chinês foi libertado.

Fontes contactadas pela BBC, como o ministro da Energia da Rússia da altura que não conheciam o documento, asseguram que os responsáveis políticos “já tinham decidido que a parceria do senhor Abramovich ia ganhar o leilão”, mesmo com a proposta “a preço muito mais alto” da CNPC.

A BBC ressalva que o documento não indica que Abramovich tenha participado ou tido conhecimento do rapto. Os seus advogados asseguram à estação que “não teve conhecimento de tal incidente”.

Certo é que a parceria de Abramovich ficou com o controle da Slavneft “a um preço arrasador“, como constata a BBC

Os advogados do oligarca russo garantem ainda à BBC que este não obteve lucros com quaisquer práticas criminosas.

https://zap.aeiou.pt/documento-secreto-abramovich-corrupto-467441


“Não acreditem na propaganda”: Manifestante interrompe transmissão da televisão estatal russa !

Maria Ovsyannikova na televisão estatal russa, Canal 1

Maria Ovsyannikova interrompeu o principal programa de notícias da estação estatal russa Canal 1, onde trabalha, para denunciar a guerra russa contra a Ucrânia.

Uma manifestante antiguerra interrompeu esta segunda-feira o principal programa de notícias do Canal 1, uma estação televisiva estatal na Rússia, segundo o Público.

A mulher atrás da apresentadora em estúdio, a segurar um cartaz com uma mensagem que denunciava a guerra na Ucrânia.

“Não à guerra. Parem a guerra. Não acreditem na propaganda. Estão a mentir-vos aqui”, podia ler-se em inglês e russo. O cartaz tinha assinatura dos “Russos contra a guerra””.

Segundo o órgão de comunicação Kyiv Independent, a manifestante é Maria Ovsyannikova, que trabalha na estação televisiva. Entrou no estúdio a gritar as frases que empunhava no cartaz: “Parem a guerra. Não à guerra“.
 
A manifestante pôde ser vista e ouvida durante alguns segundos antes de o canal a retirar do ecrã, ao mesmo tempo que a jornalista subia o tom de voz para abafar Maria Ovsyannikova.

O momento do protesto foi partilhado nas redes sociais. Uma das pessoas que o fez foi Kira Yarmysh, a porta-voz de Alexei Navalny, na sua conta no Twitter. Acompanhou o vídeo com um curto elogio: “Uau, aquela rapariga é fixe”.

Maria gravou um vídeo antes de interromper a transmissão, no qual critica o Kremlin e denuncia o horror da guerra na Ucrânia. Manifesta também vergonha por trabalhar no Canal 1, que divulga “propaganda do Kremlin“.

“Lamentavelmente, durante alguns anos trabalhei no Canal 1 e na propaganda do Kremlin, estou muito envergonhada por isso neste momento. Envergonhada por me ter sido permitido contar mentiras a partir do ecrã da televisão. Envergonhada por ter permitido a ‘zombificação’ do povo russo. Ficámos em silêncio em 2014, quando isto estava apenas a começar. Não saímos para protestar quando o Kremlin envenenou Navalny”, disse Maria Ovsyannikova.

“Estamos apenas a observar silenciosamente este regime anti-humano. E agora o mundo afastou-se de nós e as próximas 10 gerações não serão capazes de se limparem da vergonha desta guerra fratricida”, continuou.

Com um colar azul e amarelo — cores da bandeira ucraniana — Ovsyannikova disse na sua declaração em vídeo que o seu pai é ucraniano e a sua mãe é russa.

“O que está a acontecer na Ucrânia é um crime e a Rússia é o agressor“, disse a manifestante. “A responsabilidade desta agressão recai sobre os ombros de apenas uma pessoa: Vladimir Putin”.

Apelou aos colegas russos para se juntarem aos protestos anti-guerra e pôr fim ao conflito. “Só nós temos o poder de parar toda esta loucura. Vão aos protestos. Não tenham medo de nada. Eles não podem prender-nos a todos“.

É a primeira vez que um trabalhador dos meios de comunicação estatais russos denuncia publicamente a guerra que a Rússia está a travar, numa altura em que o regime russo tem apertado na censura à comunicação sobre o conflito que continua a descrever como uma “operação militar especial”.

Segundo avança o jornal britânico The Guardian, outros programas de notícias que divulgaram os instantes do protesto desfocaram a mensagem do cartaz levado pela manifestante.

Segundo a agência de notícia russa TASS, Oysyannikova pode ser condenada segundo a legislação que proíbe atos públicos que “desacreditem o uso das forças armadas russas”.

Quem já reagiu ao gesto protagonizado por esta russa foi o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy.

“Sou grato aos russos que não param de tentar mostrar a verdade, que lutam contra a desinformação e contam os factos reais aos amigos e familiares”, disse.

“É importante continuar a protestar antes que a Rússia fique complemente fechada, transformando-se numa Coreia do Norte“, sublinhou, dando ainda conta que as negociações entre os representantes russos e ucranianos recomeçam esta terça-feira.

Edgars Rinkēvičs, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Letónia, afirmou no Twitter: “Enquanto há pessoas corajosas como Maria Ovsyanikova, uma produtora no Canal 1 da Rússia, a protestar contra a guerra e propaganda da Rússia esta noite, ou manifestantes nas ruas, a Rússia ainda tem uma hipótese de um futuro melhor“.

https://zap.aeiou.pt/nao-acreditem-na-propaganda-estao-a-mentir-vos-manifestante-antiguerra-interrompe-transmissao-da-televisao-estatal-russa-467396


Musk desafiou Putin para uma luta - Quem ganhar decide o futuro da Ucrânia !

Elon Musk, o bilionário visionário fundador do PayPal, Tesla e SpaceX
Elon Musk, o homem mais rico do mundo, desafiou esta segunda-feira o Presidente russo Vladimir Putin para um combate.

O prémio em jogo é nada mais, nada menos que o destino da Ucrânia, cenário da invasão brutal de Moscovo, segundo a AFP.

O excêntrico bilionário e fundador da empresa aeroespacial SpaceX desafiou o líder russo no Twitter, para testar a sua coragem em pessoa, e não através das forças armadas da Rússia a lutar através da fronteira.

“Desafio por este meio Vladimir Putin a um combate único. A aposta é a Ucrânia“, publicou Elon Musk na rede social.

“Aceita este combate”, acrescentou Musk em russo, dirigindo-se diretamente à conta oficial do presidente de 69 anos no Twitter.

Quando um dos 77 milhões de seguidores de Musk escreveu que o fundador de Tesla poderia não ter pensado bem no seu desafio, Musk disse que ele estava a falar “absolutamente a sério“.

“Se Putin pudesse tão facilmente humilhar o Ocidente, então aceitaria o desafio. Mas ele não o fará”, acrescentou. Não houve reação até agora, por parte do Kremlin.

Elon Musk, de 50 anos, nascido na África do Sul, já tinha oferecido o seu apoio a Kiev, quando escreveu no Twitter “Aguenta forte Ucrânia” e ofereceu as sua “solidariedade ao grande povo da Rússia, que não quer esta” guerra.

O bilionários também respondeu a um apelo de Kiev para ativar o serviço de Internet Starlink na Ucrânia, e enviar equipamento para ajudar a ligação nas áreas atingidas por ataques militares russos.

Musk é conhecido pelas suas publicações ousadas no Twitter. Em fevereiro, acusou o regulador da bolsa de valores dos Estados Unidos, que impôs multas e restrições ao Musk e à Tesla, de tentar impedir a sua livre expressão.

Elon Musk também comparou o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, a Adolf Hitler, numa mensagem de apoio aos opositores das restrições governamentais para a covid-19. Mais tarde, apagou a publicação.

https://zap.aeiou.pt/elon-musk-desafiou-vladimir-putin-a-lutar-quem-ganhar-fica-com-a-ucrania-467409


Dois mortos em Kiev após ataque russo contra edifício residencial


Durante a madrugada foram ouvidas várias explosões na capital ucraniana. Até agora, foram registadas duas mortes.

Pelo menos duas pessoas morreram esta terça-feira num ataque russo contra um edifício residencial de 15 andares, no oeste de Kiev, disseram os serviços de emergência ucranianos.

“Dois cadáveres foram encontrados no local“, na sequência do ataque, e 27 pessoas foram retiradas ilesas do edifício, onde deflagrou um incêndio, indicaram os serviços, na rede social Facebook.

Um outro ataque atingiu um prédio de nove andares no noroeste da capital ucraniana, disseram os mesmos serviços.

O ataque causou um incêndio, que foi rapidamente extinto pelos bombeiros, e obrigou à hospitalização de um ferido, segundo a TSF.

A explosão destruiu todas as janelas do prédio e janelas de edifícios vizinhos, de acordo com um jornalista da agência de notícias France-Presse no local.

Ao início da manhã, várias pessoas estavam a atirar destroços pelas janelas dos apartamentos devastados do prédio.

Os serviços de emergência ucranianos disseram que um outro ataque causou um incêndio numa casa no distrito de Ossokorky, no sudeste de Kiev, sem causar vítimas.

A agência de notícias ucraniana Ukrinform mencionou pelo menos quatro explosões esta manhã em Kiev.

Os arredores da capital, uma cidade quase completamente cercada pelas forças russas, têm sido há vários dias palco de intensos combates. Mais de metade dos três milhões de habitantes deixaram Kiev desde o início da ofensiva russa.

De acordo com o canal de televisão Ucrânia 24, as sirenes de ataques aéreos foram também ouvidas esta manhã em Odessa, no sul do país, e em Uman, no centro.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil, e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/dois-mortos-em-ataque-russo-contra-edificio-residencial-de-kiev-467404


Já é possível praticar o despedimento de alguém em realidade virtual !


Barry tem um único objetivo na vida: ouvir pacientemente e protestar ou soluçar um pouco enquanto o despedem de um trabalho imaginário, através da realidade virtual.

A nova tecnologia foi criada pela Talespin, uma empresa que oferece formação em realidade virtual no local de trabalho, segundo a MIT Technology Review.

Barry e outras personagens na realidade virtual foram desenvolvidos para ajudar a ensinar às pessoas “soft skills” de gestão — tais como como despedir alguém sem causar uma cena.

Se for demasiado agressivo com Barry, ele vai colocar a cabeça nas mãos, e outros passos em falso vão fazer com que grite.

Pode parecer um método de aprendizagem um pouco bizarro, mas a realidade virtual está a ganhar terreno como ferramenta de treino.  

A tecnologia pode proporcionar um sentido de realismo acrescido, que auxilia o processo de aprendizagem, e permite que as pessoas pratiquem coisas que, de outra forma, seriam impossíveis.

A realidade virtual é utilizada para ensinar as pessoas a realizar tarefas de segurança, por exemplo. Mas também é cada vez mais utilizada para formar novos funcionários em locais como Walmart e Chipotle.

Esta tendência pode espalhar-se por vários escritórios nos próximos anos. “Estamos a assistir ao interesse repetido em criar produtos de formação relativos a competências de entrevista, conversas difíceis, venda consultiva, avaliações de desempenho, e melhores práticas de inclusão, para citar algumas”, sublinha Kyle Jackson, CEO da Talespin.

Computadores e algoritmos são por vezes utilizados para monitorizar a produção e o desempenho dos trabalhadores.

Mas embora seja comum pensar que as aptidões sociais e emocionais estão isentas desta automatização, Barry sugere o contrário.

“As soft skills estão classificadas como sendo das mais importantes para qualquer organização, quando discutem as suas necessidades para um trabalho futuro”, realça Jackson. “Não vemos isto a abrandar tão cedo“.

O problema de Barry e outras personagens virtuais é que a sua eficácia depende de quão convincentes eles são. Barry parece bastante realista para um avatar, mas Jackson diz que a personagem segue um guião definido — por isso não pode interagir de uma forma muito natural.

Os avatares comportam-se de forma mais natural se forem alimentados pela aprendizagem mecânica — mas vai demorar muito tempo até que estes personagens respondam à linguagem corporal de forma realista.

“Se não for capaz de escapar à noção de que não é uma pessoa real, não vai necessariamente ser transferida”, explica Danielle Levac, professora da Universidade Northeastern, especializada na utilização da realidade virtual.

https://zap.aeiou.pt/ja-e-possivel-praticar-o-despedimento-de-alguem-em-realidade-virtual-467380


Unidades hoteleiras têm tratamentos distintos para clientes negros e asiáticos, mostra estudo !


Investigadores contactaram hotéis, via email, utilizando nomes associados a cidadãos negros e asiáticos, tendo identificado diferenças nos tratamentos.

Com o verão quase ao virar da esquina e os números de casos de covid-19 a descerem, espera-se um ressurgir do setor do turismo a nível mundial, com muitos dos potenciais viajantes a fazerem marcações já de forma antecipada. Do lado dos prestadores de serviço, existe a preocupação de serem capazes de providenciar a melhor experiência possível, daí que alguns operadores tenham optado por investigar e tentado perceber se têm algum tipo de enviesamento racial nos seus protocolos.

Esta preocupação já originou, de resto, uma pesquisas na Universidade de Harvard, que concluíram que os funcionários de hotéis oferecem um melhor serviço a clientes brancos do que a negros e asiáticos. Num conjunto de estudos conduzidos entre 2016 e 2020, Alexandra Feldberg e Tami Kim contactaram mais de seis mil hotéis, no sentido de obterem recomendações relativas aos seus restaurantes. Nos e-mails que endereçaram, usaram nomes que sugeriam não só a diferentes raças e géneros, mas também níveis académicos (como Dr. ou Eng.).

As suas conclusões apontam que os funcionários dos hotéis respondem a 43% dos emails que recebem provenientes de potenciais clientes brancos, a 40% de clientes negros e a 36% de clientes asiáticos. A pesquisa foi ainda mais fundo, explorando, para além dos níveis de resposta, a qualidade da mesma. Por exemplo, os académicos encontraram diferenças na quantidade de informação disponibilizada e na facilidade com que os clientes eram encaminhados para outros estabelecimentos.

“Não deveriam existir diferenças no número de restaurantes recomendados, mas os nossos resultados mostram que os emails de resposta a “Mei Chen” continham menos recomendações do que os enviados a “Brad Andersen”, descrevem os investigadores. Os autores também explicaram que os nomes que expectavelmente pertenciam a pessoas brancas recebiam mais emails de respostas com cumprimentos ou saudações personalizadas, incluindo os seus nomes: 74% para os potenciais clientes brancos, 61% para os negros e 57% para os asiáticos.

“Se os gestores de hotéis estivessem apenas a verificar as taxas de resposta, não veriam quaisquer diferenças na forma como os seus representantes aos e-mails das pessoas”, disse Tami Kim à Harvard Business School. “Por isso, poderiam pensar: ‘Oh, os meus colaboradores estão a trabalhar muito bem. Não há nada que se possa melhorar aqui“. Mas o que os nossos resultados estão a mostrar é que é preciso ir além disso, porque, mesmo que estejam a responder a todos, isso não significa que todos estejam a ser tratados de forma igual”.

Parante estes resultados, os investigadores sugerem uma estratégia de três pontos para inverter a tendência acista e xenófoba. Primeiramente, o envio de questionários para os clientes de diferentes contextos para que seja possível avaliar a qualidade do apoio ao cliente. A dupla de investigadores sublinha ainda a importância de analisar desde os dados de como os trabalhadores na linha da frente tratam os clientes até à forma como são distribuídos os bónus, por exemplo, uma atualização para quartos com mais luxos.

Finalmente, os académicos também recomendam a realização de experiências como os próprios realizaram para se perceber como os empregados tratam os clientes de forma distinta, em função da sua raça ou origem. “Antes de fazer qualquer coisa, é preciso primeiro diagnosticar o problema“, explicou Feldberg. “Vemos frequentemente que as empresas não o fazem, embora seja provável que tenham muitas das ferramentas de que necessitam à sua disposição para tal.”

https://zap.aeiou.pt/unidades-hoteleiras-tem-tratamentos-distintos-para-clientes-negros-e-asiaticos-mostra-estudo-466961


Parlamento israelita aprova lei que proíbe a naturalização dos cônjuges palestinianos !


Membros do Knesset acreditam que a lei se destina a impedir o regresso dos refugiados palestinianos, que foram expulsos das suas casas com a ocupação de Israel, ao mesmo tempo que Israel se prepara para acolher milhares de refugiados ucranianos.

O parlamento de Israel aprovou na passada quinta-feira uma lei que nega a naturalização aos palestinianos da Cisjordânia ou de Gaza, casados com cidadãos israelitas, forçando milhares de famílias palestinianas a emigrar ou a viver separadas.

A chamada lei de cidadania foi aprovada pouco antes do Knesset ser dissolvido para um intervalo de férias, por uma maioria de 45-15 votos, que atravessou as linhas de oposição da coligação, segundo o The New Arab.

Substituiu uma ordem temporária semelhante, aprovada pela primeira vez em 2003, e renovada anualmente até ter expirado em julho do ano passado, quando o Knesset não conseguiu obter a maioria necessária para a sua prorrogação.

Alguns membros do Knesset disseram que o objetivo era impedir um regresso gradual dos refugiados palestinianos, que foram expulsos das suas casas, ou fugiram durante a guerra de 1948, altura da criação de Israel — tudo isto enquanto Israel se prepara para acolher milhares de refugiados ucranianos.

“O Estado de Israel é judeu e assim permanecerá”, afirmou Simcha Rothman do partido de extrema-direita Sionismo Religioso, membro da oposição que apresentou a lei ao Ministro do Interior Ayelet Shaked.

“Hoje, se Deus quiser, o escudo defensivo de Israel será significativamente reforçado”, realçou Rothman ao Knesset, horas antes da votação.

No entanto, os críticos dizem que a lei discrimina a minoria árabe de 21% de Israel, palestinianos por herança e israelitas por cidadania, ao impedi-los de estender os direitos de cidadania e residência permanente aos cônjuges palestinianos.

“Parece mais xenófobo ou racista (do que outras leis) porque não só dá direitos e privilégios adicionais ao povo judeu, mas também impede certos direitos básicos apenas da população árabe”, admitiu Reut Shaer, advogada da Associação dos Direitos Civis em Israel.

A lei também proíbe a unificação de cidadãos ou residentes e cônjuges israelitas de “Estados inimigos”, tais como o Líbano, a Síria e o Irão. Mas afeta sobretudo mulheres e crianças palestinianas, sublinhou Shaer.

É uma forma de “punição coletiva“, acrescentou, porque viola os direitos de toda uma população, com base no pressuposto racista de que todos eles são propensos ao terrorismo.

https://zap.aeiou.pt/parlamento-israelita-aprova-lei-que-proibe-a-naturalizacao-dos-conjuges-palestinianos-467377

 

Investigadores decifram glifos com 1.300 anos no México - Eram “figuras protetoras sobrenaturais” !


O relevo de calcário com cerca de 15 metros de comprimento contém um dos mais antigos exemplos de escrita Zapotec, no Vale de Oaxaca, no México.

Investigadores do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) decifraram um glifo antigo, em escrita Zapotec, no Vale de Oaxaca, segundo a Smithsonian Magazine.

Descoberto em 2018 num complexo chamado Casa del Sur, no antigo sítio arqueológico de Atzompa, em Monte Albán, os glifos de alto relevo ilustram algumas crenças dos Mixtecs e Zapotecs, duas das maiores culturas indígenas do México.

A iconografia sobre o friso de calcário, datada entre 650 e 850 E.C., inclui uma ave quetzal, macacos, onças-pintadas e figuras protetoras sobrenaturais.

Os investigadores descobriram representações figurativas e numéricas do ano do calendário Mixtec, bem como o quincunx — um desenho geométrico alusivo às quatro direções e ao centro do universo.

Um comunicado do INAH descreve os motivos como sendo “manifestações do mudo cósmico, às quais a construção da [Casa del Sur] deu resposta”.

“Em geral, os glifos são alusões ao poder na cidade, à proteção sobrenatural, e a um tempo sem tempo”, explica a investigadora principal, Nelly Robles García.

Agora Património Mundial da UNESCO, Monte Albán foi fundado entre os séculos VII e IX a.E.C.

Durante um período de 1.500 anos, a área foi habitada pelos Olmecs, Zapotecs e Mixtecs. Atzompa foi construída entre 650 e 850 a.C.E., como cidade satélite de Monte Albán, à medida que a civilização Zapotec se expandia na região, segundo o Heritage Daily.

Atzompa está situada numa colina com vista para o vale vizinho de Etla. As descobertas sugerem que a cidade serviu como percurso para o transporte das pedras extraída para construção em Monte Albán, e que a sua posição no topo da colina lhe permitiu servir de defesa contra o vizinho Mixtec.

Os investigadores estimam que o friso original tinha cerca de 30 metros de comprimento e teria decorado a fachada principal da Casa del Sur, segundo o The Art Newspaper. Robles García diz que os glifos transmitem uma “mensagem ou discurso de poder”.

Quando os Zapotecs abandonaram Atzompa por volta de 850 E.C., o friso foi parcialmente destruído.

Investigadores encontraram fragmentos de urnas funerárias nas proximidades do local, que podem ter servido como ofertas de sacrifício dos Zapotecs para “desmistificar o espaço”.

“Materiais como calcário requerem um alto grau de especialização para o seu manuseamento e restauração”, sublinha Robles García.

“O friso deve ser considerado um dos artefactos mais importantes, entre as prioridades de conservação da instituição”, conclui.

https://zap.aeiou.pt/investigadores-decifram-glifos-com-1-300-anos-no-mexico-eram-figuras-protetoras-sobrenaturais-467373


“Partido da Traição”: A relação polémica entre o Partido Republicano e Putin !


O Partido Republicano está a ser rotulado de “Partido da Traição”, devido a polémicas com tudo o que tem acontecido desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.

De acordo com a HuffPost, foi lançado um vídeo pelos Really American, um comité de ação política progressista (PAC).

O vídeo destaca o Dia da Independência de 2018, quando vários legisladores republicanos viajaram para Moscovo para visitar o Kremlin, segundo a Raw Story.

“Um dia após o Comité de Inteligência do Senado ter confirmado que a Rússia interferiu nas nossas eleições, 8 republicanos voaram para a Rússia para uma ‘photo-op’. Agora estão a culpar Biden pela invasão da Ucrânia enquanto repetem os pontos de conversa do Kremlin”, publicou o PAC no Twitter,

Embora a viagem se destinasse alegadamente a abordar a interferência russa, o vídeo assinala que o Senador Ron Johnson (R-Wis.), “minimizou a ameaça estabelecida apenas dias depois“.

O narrador do vídeo fez uma série de perguntas aos legisladores republicanos: “Porque é que os republicanos têm ‘tomado constantemente’ o lado do Presidente russo Vladimir Putin, entre outras coisas, votando para bloquear as leis de segurança eleitoral e apoiando Donald Trump por ameaçar reter a ajuda militar à Ucrânia em troca de podres sobre Joe Biden, conduta imprópria que levou ao primeiro impeachment do antigo presidente?”.

“Putin mostrou que o seu objetivo é desestabilizar a democracia ocidental da Ucrânia para os Estados Unidos. Não podemos permitir que as suas marionetas afundem mais as garras no nosso governo”, concluiu o narrador.

Em apenas um curto período de tempo, o vídeo tornou-se viral. Desde o seu lançamento a 10 de Março, já recebeu mais de 850.000 visualizações, sendo que continua a circular nas redes sociais.

https://zap.aeiou.pt/partido-da-traicao-a-relacao-polemica-entre-o-partido-republicano-e-putin-467368

 

Venezuela liberta dois americanos para melhorar relações com os EUA, a meio da crise energética !


A Venezuela libertou dois americanos presos, enquanto os dois países procuram melhorar as relações a meio de uma crise energética causada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Gustavo Cárdenas, um executivo da companhia petrolífera norte-americana Citgo, foi libertado a semana passada, juntamente com Jorge Fernández, detido no ano passado por acusações de terrorismo, segundo o The Guardian.

“Estes homens são pais que perderam tempo precioso com os seus filhos e todas as pessoas que amam, e as suas famílias sofreram todos os dias da sua ausência”, afirmou Joe Biden numa declaração.

Apesar de ter as maiores reservas petrolíferas do mundo, a Venezuela está mergulhada em crises políticas, económicas e sociais, com a escassez de alimentos e combustível generalizada.

O Presidente Nicolás Maduro tem prendido e torturado manifestantes e inimigos do governo, e tem sido acusado de manipular uma série de eleições.

Os EUA romperam laços diplomáticos com o governo de Maduro em 2019, reconhecendo o líder da oposição, Juan Guaidó, como o presidente legítimo do país sul-americano, ao mesmo tempo que nivelavam as sanções contra a Venezuela e o seu setor petrolífero controlado pelo Estado.

Mas a semana passada, representantes da Casa Branca visitaram Caracas para conversações — a primeira viagem deste tipo há mais de 20 anos — numa aparente tentativa de afastar a Venezuela da Rússia, após a invasão da Ucrânia.

A libertação dos dois americanos aconteceu horas depois de Maduro ter comentado que tinha interesse em melhorar as relações com os Estados Unidos, sugerindo que estava disposto a retomar as negociações com a oposição.

Cárdenas, juntamente com outros cinco executivos da Citgo — conhecidos como os Seis Citgo — estavam detidos desde 2017, após terem sido atraídos a Caracas para uma reunião nos escritórios da PDVSA, a empresa petrolífera estatal da Venezuela da qual a Citgo é uma subsidiária. Os outros cinco continuam retidos.

Antony Blinken, o secretário de Estado norte-americano, confirmou que Cárdenas e Fernández estavam de volta aos Estados Unidos.

Os especialistas acreditam que a crise energética causada pela invasão russa da Ucrânia levou tanto a Casa Branca como Nicolás Maduro a investirem cautelosamente numa melhor relação.

“A libertação de ontem é uma notícia bem-vinda, assim como a decisão da administração Biden de se envolver diretamente com o Presidente Maduro, apesar de não ter tido relações diplomáticas formais nos últimos três anos”, afirmou Phil Gunson, um analista venezuelano do International Crisis Group.

“É evidente que o desencadeador deste compromisso é a crise energética enfrentada pelos EUA e seus aliados, agora impulsionada pela guerra na Ucrânia e pelo movimento de proibição das importações de petróleo e gás russo”, acrescentou.

“Enquanto Washington procura um acordo com Maduro que envolva o alívio das sanções em troca de aliviar o choque petrolífero, estará sob pressão para não deixar fora da equação a necessidade de progresso no restabelecimento do domínio institucional na Venezuela e na resolução da crise política e humanitária“, conclui.

https://zap.aeiou.pt/venezuela-liberta-dois-americanos-para-tentar-melhorar-as-relacoes-a-meio-da-crise-energetica-467337


Ucrânia: FMI alerta para possível recessão sem precedentes !


O Governo ucraniano continua funcional, o sistema bancário estável e a dívida viável a curto prazo, mas a guerra na Ucrânia pode levar a uma recessão sem precedentes, alertou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O conflito também põe em perigo a segurança alimentar mundial, segundo a instituição.

“No mínimo”, o Produto Interno Bruto (PIB) ucraniano registará uma contração de 10% em 2022, na hipótese de “uma resolução rápida” do conflito e contando com ajuda internacional “substancial”, de acordo com uma primeira estimativa do FMI.

Mas a incerteza quanto a previsões é “enorme” e, se o conflito se prolongar, tendo como base o que se passou em guerras anteriores no Líbano, no Iraque, na Síria e no Iémen, o PIB ucraniano pode afundar entre 25 e 35%, muito mais do que a contração de 10% registada em 2015, num contexto da ofensiva russa na Crimeia.

O crescimento na Ucrânia pode ter atingido no ano passado 3,2%, impulsionado pela procura interna e pelas exportações.

Mas desde a invasão do país pela Rússia, a 24 de fevereiro, a “economia ucraniana mudou radicalmente”, sublinhou Vladyslav Rashkovan, diretor-executivo do FMI que representa a Ucrânia, numa declaração de 9 de março e publicada hoje.

“No dia 6 de março, 202 escolas, 34 hospitais, mais de 1.500 habitações, dezenas de quilómetros de estradas e numerosas infraestruturas em várias cidades ucranianas foram total ou parcialmente destruídas pelas tropas russas“, indicou, com base em informações comunicadas pelo Governo ucraniano.

Os aeroportos e portos marítimos foram fechados devido à “destruição maciça” e desde essa data muitos outros danos foram causados.

A 10 de março, Oleg Ustenko, conselheiro económico do Presidente ucraniano, deu uma primeira estimativa dos danos de 100 mil milhões de dólares. Apesar dos importantes estragos, o Governo e o país continuaram até agora funcionar.

“Os bancos estão abertos e funcionam mesmo ao fim de semana”, assinalou Vladyslav Rashkovan, a 9 de março. No curto prazo, a viabilidade da dívida “não parece ameaçada”, segundo o FMI.

“Dados preliminares mostram que a 1 de março de 2022, as reservas internacionais da Ucrânia eram de 27,5 mil milhões de dólares, cobrindo 3,8 meses das atuais importações, valor suficiente para a Ucrânia cumprir os seus compromissos”, detalhou Rashkovan.

Além das perdas humanas e económicas, o FMI está preocupado com as consequências do conflito no mundo.

Em três semanas de conflito, os preços da energia, das matérias-primas e produtos agrícolas dispararam. No que diz respeito ao trigo, os efeitos podem ser ainda mais dramáticos, assinalou a instituição.

“As perturbações na temporada agrícola da primavera podem travar as exportações, bem como o crescimento e comprometer a segurança alimentar” mundial, segundo os autores do relatório.

Tanto a Ucrânia como a Rússia estão entre os maiores exportadores mundiais de trigo. A maior parte do trigo ucraniano é exportado no verão e no outono.

Quanto mais a guerra durar, mais as exportações ficarão comprometidas, com impacto nas reservas atuais e futuras.

“As perturbações nas exportações no Mar Negro têm efeitos imediatos para países como o Egito, que são fortemente dependentes das importações de cereais provenientes da Rússia e da Ucrânia”, destacou o Programa Mundial de Alimentos (PAM) num relatório divulgado na sexta-feira.

O impacto também será significativo em países como o Afeganistão, Etiópia, Síria e Iémen “devido à sua dependência do trigo”, apontou.

“A guerra na Ucrânia significa fome em África“, afirmou no domingo Kristalina Georgieva, diretora-geral do FMI, em declarações na CBS News.

https://zap.aeiou.pt/ucrania-fmi-alerta-para-possivel-recessao-sem-precedentes-467344


Boicote do gás e petróleo russos “pode causar pobreza na Alemanha” !


Ministro da economia e energia alemão avisa que uma paragem imediata dos abastecimentos pode prejudicar mais a população alemã do que Putin.

A Alemanha alertou que um boicote imediato ao fornecimento de gás e petróleo russo poderia prejudicar a população alemã, aumentando o desemprego e a pobreza.

“Se ligarmos imediatamente um interruptor, haverá escassez de abastecimento, mesmo paragens de abastecimento na Alemanha”, disse o ministro da economia e energia Robert Habeck, enquanto a maior economia da Europa procura intensamente diversificar o seu abastecimento energético a médio prazo.

O político do Partido Verde previu “desemprego em massa, pobreza, pessoas sem conseguir aquecer as suas casas e pessoas sem gasolina”, se o seu país deixasse de utilizar o petróleo e gás russo, segundo o The Guardian.

Habeck afirmou que o governo estava a trabalhar arduamente para garantir que a Alemanha estaria em condições de renunciar ao carvão russo até ao verão, e de eliminar gradualmente o petróleo russo até ao final do ano, mas que uma proibição a curto prazo do gás russo poderia deixar o seu país demasiado exposto.

“Com carvão, petróleo e mesmo gás, estamos passo a passo a tornar-nos independentes”, disse o antigo líder do Partido Verde.

Mas não o podemos fazer num instante. Isso não é uma coisa agradável de confessar moralmente, mas ainda não o podemos fazer”, acrescentou.

Os Estados Unidos, que importaram cerca de 8% de petróleo bruto da Rússia em 2021, anunciaram uma proibição do bem com efeito imediato na semana passada, enquanto o Reino Unido anunciou que iria eliminar gradualmente as importações de petróleo russo até ao final do ano.

Desde o início da guerra na Ucrânia, o chanceler alemão, Olaf Scholz, inverteu uma série de linhas vermelhas de política externa, concordando em entregar armas letais à Ucrânia, apoiando o corte da Rússia do sistema de pagamento SWIFT, e congelando o gasoduto Nord Stream 2, concluído mas ainda não funcional, sob o Mar Báltico.

Mas o líder de centro-esquerda realçou que está de mãos atadas quando se trata de proibir a energia russa.

“Atualmente não há outra forma de assegurar o abastecimento energético da Europa para gerar calor, para a mobilidade, para o fornecimento de energia e para a indústria”, sublinhou Scholz, na semana passada.

Dependendo das previsões de vários institutos económicos, uma paragem imediata no fornecimento de gás russo poderia reduzir o PIB da Alemanha em apenas 0,1 ou até 5,2 pontos percentuais.

Numa carta aberta, vários cientistas, escritores e ativistas alemães proeminentes apelaram ao governo a dar o passo ousado de se libertar da energia russa.

O partido da União Democrática Cristã da antiga chanceler Angela Merkel propôs o encerramento do gasoduto Nord Stream 1, permitindo simultaneamente a importação de gás através de outras rotas.

Entretanto, o governo liberal-esquerdo da Alemanha está a tentar ganhar tempo para encher as reservas de gás, que no ano passado, foram sub-abastecidas pelas empresas energéticas russas e estão em grande parte esgotadas no final do inverno.

Na sua procura por fontes alternativas de energia, também é difícil encontrar soluções a curto prazo. A simplificação do processo de autorização de novos parques eólicos e solares foi uma das promessas do acordo de coligação governamental “semáforo”, mas a construção por si só levará tempo.

A construção de terminais portuários para gás natural liquefeito (GNL), como a Alemanha prometeu agora fazer nas cidades de Brunsbüttel und Wilhelmshaven, leva pelo menos cinco anos.

“Não se pode fazer é uma declaração altamente problemática”, disse a especialista em energia Claudia Kemfert à ARD. “Porque o provável desafio que enfrentamos é que não temos outra escolha senão a de poder fazer”.

https://zap.aeiou.pt/boicote-do-gas-e-petroleo-russos-pode-causar-pobreza-na-alemanha-467324

 

segunda-feira, 14 de março de 2022

Escolas japonesas proíbem rabos de cavalo - Podem “excitar sexualmente” os homens !


Há escolas no Japão que adotam uma regra com mais de 150 anos que proíbe o uso de rabo de cavalo, porque podem “excitar sexualmente” os homens.

O Japão é um país altamente avançado a nível económico e tecnológico, mas é também conhecido pela importância do respeito e da disciplina.

O país que se vê nas animes e mangas não é o mesmo que o real. Algumas das regras que as suas escolas impõe chocam-nos por parecerem descabidas aos olhos de um ocidental. A maioria das restrições afetam principalmente as mulheres.

As jovens não podem, entre outras coisas, usar maquilhagem, pintar as unhas ou depilar as pernas, por exemplo. E outras escolas têm uma regra ainda mais estranha: as meninas não podem usar rabo de cavalo porque expor a nuca pode “excitar sexualmente” os alunos.

Cerca de uma em cada dez escolas da região de Fukuoka proibiu o penteado, segundo um relatório de 2020. No entanto, há outras escolas no resto do país que também adotam esta regra.

Relações amorosas são estritamente proibidas nas escolas japonesas. De acordo com professores, os alunos japoneses são muito jovens para pensar sobre isso, conta o Japan Inside.

“Sempre critiquei estas regras, mas como há tanta falta de criticismo e tornou-se tão normalizado, os alunos não têm escolha a não ser aceitá-las”, disse o antigo professor Motoki Sugiyama à VICE.

Em junho do ano passado, depois de muitos pais e alunos terem criticado algumas das regras, o Governo japonês pediu aos agrupamentos que revissem as regras draconianas das escolas. Embora algumas regras tenham sido revertidas, outras perduram.

A proibição do rabo de cavalo, conhecida como buraku kosoku, remonta à década de 1870, quando o governo japonês estabeleceu a sua primeira regulamentação sistemática da educação.

Para Asao Naito, professor de Sociologia da Universidade de Meiji, no Japão, as regras dão a ideia de que “a sexualidade se torna não algo que pertence ao indivíduo, mas um bem ou coisa que pode ser controlada”.

https://zap.aeiou.pt/escolas-japonesas-proibem-rabos-de-cabalo-podem-excitar-sexualmente-os-homens-466687


Rússia terá pedido ajuda militar e económica à China, acusam os EUA, que deixam avisos a Pequim !


A inteligência norte-americana não avança com detalhes sobre o tipo de ajuda económica e militar que Putin terá pedido, mas já deixa avisos a Pequim sobre qualquer tentativa de ajudar da Rússia.

O Governo norte-americano acusa a Rússia de pedir ajuda no fornecimento de equipamentos militares e assistência económica à China, numa altura em que Moscovo está cada vez mais isolada da comunidade internacional devido às sanções impostas após a invasão à Ucrânia.

Os responsáveis norte-americanos falaram em condição de anonimato e não adiantaram mais detalhes sobre o tipo de armas ou apoios que a Rússia estará a pedir, argumentando que querem manter em segredo os métodos de recolha de informações de inteligência sobre a política interna russa. Os EUA também não esclarecem se sabem qual terá sido a resposta dada pela China.

O conselheiro da Casa Branca para a Segurança Nacional, Jake Sullivan, revelou à CNN que a administração Biden estava a “comunicar directamente, privadamente a Pequim, de que certamente haverá consequências” contra quaisquer tentativas chinesas de ajudar a Rússia a fugir ao impacto das sanções.

Sullivan tem ainda uma reunião marcada esta segunda-feira com Yang Jiechi, um membro da direção do Partido Comunista da China, em Roma, para avaliar a resposta de Pequim aos pedidos russos, escreve o The New York Times. Hoje estão ainda agendadas mais negociações diplomáticas entre a Ucrânia e a Rússia.  

“Não vamos permitir que isso vá em frente e permitir que haja um salva-vidas para a Rússia das sanções económicas de nenhum país, em qualquer lugar do mundo”, avisou o conselheiro de Biden. Sullivan afirma ainda que a China sabia que Putin estava a “planear algo” antes da invasão começar, mas acredita que é possível que o Presidente russo lhes tenha mentido, “da mesma maneira que mentiu aos europeus”.

Já Liu Pengyu, porta-voz da embaixada chinesa em Washington, negou ter conhecimento de qualquer pedido por parte da Rússia e sublinha que a prioridade de Pequim, que já se tinha oferecido para mediar o conflito, é chegar à paz e “evitar que esta situação tensa aumente e fique fora do controlo”, descrevendo a situação na Ucrânia como “desconcertante”.

A China tem mantido uma postura ambígua desde o início da guerra na Ucrânia, afirmando que a soberania de todos os países deve ser respeitada — uma mensagem que indica um apoio à resistência ucraniana —, mas opondo-se à imposição de sanções à Rússia e culpando a extensão da influência da NATO nos antigos territórios soviéticos pela escalada de tensão que eventualmente culminou no conflito armado.

Xi Jinping já se encontrou com Putin 38 vezes, mais do que com qualquer outro chefe de Estado. Tradicionalmente, a China é quem compra equipamentos militares à Rússia, mas Pequim tem à sua disposição tecnologia avançada de drones e mísseis que podem agora ser úteis a Moscovo.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, também já afirmou que a Rússia é o “parceiro estratégico mais importante” do país e que os dois estados têm uma das relações bilaterais “mais cruciais do mundo”.

“Não importa quão perigoso é o cenário internacional, vamos manter o nosso foco estratégico e promover o desenvolvimento de uma parceria abrangente China–Rússia na nova era. A amizade entre os dois povos é firme como uma rocha“, rematou.

Mesmo que a China dê a mão à Rússia, a ajuda pode não ser suficiente para Moscovo colmatar o impacto das sanções impostas a nível internacional, especialmente pela Europa, que é de longe o principal cliente da energia russa, cuja produção é um dos principais motores da economia de Moscovo.

Apesar dos laços diplomáticos estreitos entre os dois países dos últimos anos, a China tem ainda que ponderar se apoiar directamente a Rússia serve os seus interesses, já que, tal como os EUA estão a ameaçar, Pequim pode também ser alvo de sanções semelhantes.

Gina Raimondo, Secretária do Comércio dos Estados Unidos, já deixou avisos às empresas chinesas que desafiem as sanções norte-americanas contra as exportações para a Rússia, afirmando que Washington lhes deixará de fornecer equipamentos e software necessários para a sua produção.

No ano passado, o comércio da sino-russo chegou aos 146.9 mil milhões de dólares, mas esse valor é também menos de um décimo do total de 1.6 biliões alcançados com o comércio entre a China e os EUA e a União Europeia, pelo que uma aliança com Moscovo pode não se provar vantajosa para Pequim.

https://zap.aeiou.pt/russia-ajuda-militar-economica-china-eua-467191


Negociadores russos e ucranianos retomam conversas com expectativas de progressos nos próximos dias !


Representantes ucranianos já anunciaram não estarem disponíveis a fazer cedências.

Depois de um domingo que ficou marcado pelo bombardeamento de uma base militar ucraniana situada a apenas 50 quilómetros da fronteira com a Polónia — e onde, até há poucas semanas permaneciam forças da NATO a treinar os militares do país —, a semana começa com um clima de esperança em torno das negociações entre o país invadido e o invasor. Ontem, Mikhailo Podoliak, negociador ucraniano, mostrou acreditar que algum tipo de consenso pode ser atingido.

“Penso que vamos vamos alcançar alguns resultados numa questão, literalmente de dias”, avançou o responsável, citado pelo Público. Do lado russo, Leonid Slutski foi ainda mais longe. “De acordo com as minhas expectativas pessoas, o progresso [das negociações] pode evoluir nos próximos dias até a uma declaração conjunta das duas delegações, até a documentos para assinarmos.”

De acordo com a Reuters, o Kremlin anunciou uma nova ronda de conversações para esta segunda-feira, a qual deverá decorrer por videoconferência. Desde o início da guerra, esta é já a quarta vez que os representantes dos dois países negoceiam, apesar de as primeiras rondas não terem sido proveitosas: resultaram na realização de corredores humanitários que ambas as partes contestaram mais tarde, por violação do cessar-fogo acordado.

No entanto, persistem dúvidas quanto ao verdadeiro motivo do aparente otimismo e quanto ao que poderá resultar das negociações. Segundo o jornal russo Kommersant, Podoliak terá dito que os seus opositores “começaram, a falar de coisas concretas e deixaram de apenas lançar ultimatos“. “Não vamos ceder em princípio em nenhuma oposição. A Rússia já entendeu isto e está preparada para começar a falar construtivamente.”

Estes sinais, que não evidenciam qualquer disponibilidade para cedências, coloca em causa o sucesso que as negociações podem alcançar.

Nas primeiras horas desta segunda-feira, Mykhailo Podoliak, escreveu na sua conta do Twitter que as exigências ucranianas passarão pela “paz, cessar-fogo, retirada imediata de tropas e garantia de segurança”. Como tal, admite que será uma “discussão complicada“. “Apesar de a Rússia perceber que estas ações de agressão não fazem sentido, continua na ilusão que 10 dias de violência contra as cidades pacíficas da Ucrânia é a estratégia correta.”

https://zap.aeiou.pt/negociadores-russos-e-ucranianos-retomam-conversas-com-expectativas-de-progressos-nos-proximos-dias-467177

 

 

Vinath Oudomsine vai passar três anos na prisão por causa de uma carta Pokémon !


Um norte-americano, de 31 anos, foi condenado a 36 meses de prisão nos Estados Unidos por causa de uma valiosa carta Pokémon.

Segundo o The Washington Post, Vinath Oudomsine, residente na Geórgia, recebeu um empréstimo de 85 mil dólares (mais de 77 mil euros) por prejuízos económicos depois de alegar ser proprietário de uma pequena empresa.

A ajuda financeira no âmbito da pandemia de covid-19 destinava-se às empresas norte-americanas para pagarem rendas e salários de funcionários.

Depois de ter recebido o apoio, o norte-americano usou 57.789 dólares (mais de 52 mil euros) para comprar uma valiosa carta Pokémon, muito procurada entre os colecionadores.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acabou por condená-lo a três anos de prisão por recorrer ao apoio de emergência da covid-19 para comprar a carta.  

O juiz Dudley H. Bowen também condenou Oudomsine ao pagamento de quase 10 mil dólares, além dos 85 mil de restituição. Quanto à valiosa carta, teve que ser entregue aos procuradores da justiça responsáveis pelo caso, por motivos legais.

Para conseguir o apoio do Governo, designado Economic Injury Disaster Loan (EIDL), Oudomsine teve que declarar ser dono de uma pequena empresa que tinha a seu cargo 10 funcionários. No entanto, a compra da carta Pokémon foi rastreada e encontrada no site de leilões PWC, o que acabou por lhe estragar o esquema.

A carta, um Charizard, é referente à 1.ª edição do Pokémon, de 1999, numa versão holográfica e sem sombras, extremamente rara.

https://zap.aeiou.pt/vinath-oudomsine-prisao-carta-pokemon-466869


NFT avaliado em 1 milhão de dólares foi vendido acidentalmente por menos de 1 cêntimo !


Um colecionador vendeu, sem querer, um NFT por menos de um cêntimo, em vez de mais de 1 milhão de dólares, como inicialmente pretendia.

Um token não fungível — NFT, na sigla em inglês — é uma representação digital única, que certifica a autenticidade, registada numa base de dados digital de transações. Os NFT tornaram-se uma verdadeira sensação na internet, com alguns a venderem por milhões de dólares.

É precisamente esse o caso da EtherRock, uma coleção de 100 rochas de desenhos animados, todas baseadas em clipart grátis. Em agosto do ano passado, por exemplo, uma das rochas foi vendida 1,3 milhões de dólares. Menos de um mês antes, o vendedor tinha-a comprado por apenas 4.800 dólares.

Desta vez, os papeis inverteram-se: o NFT #44 da EtherRock foi acidentalmente vendido por menos de um cêntimo, quando a ideia era vendê-lo por mais de 1 milhão.

Tudo aconteceu depois de um colecionador acidentalmente ter listado o seu valioso NFT por 444 wei em vez de 444 ETH, conta a VICE.

Wei e Ethereum são duas criptomoedas, mas com um valor muito diferente, sendo que a segunda é uma das mais valiosas do mundo. Para se ter noção da diferença de valores, 1 ETH é equivalente a 1.000.000.000.000.000.000 wei. Isto significa que 444 wei é menos do que a fração de um cêntimo.

O NFT foi vendido instantes depois de ter sido listado, sem que o vendedor tivesse tempo de reverter o seu erro.

“Num clique, todo o meu património líquido de cerca de 1 milhão de dólares foi-se. Existe alguma esperança?”, escreveu o desastrado colecionador no Twitter.

O internauta diz que o NFT foi comprado por um bot programado para comprar NFTs valiosos abaixo de um determinado preço. “Podem os snipers mostrar misericórdia?”, perguntou.

De acordo com o site da EtherRock, o atual proprietário listou agora o NFT por 234 ETH, cerca de 600 mil dólares.

https://zap.aeiou.pt/nft-vendido-acidentalmente-centimo-466927


As multinacionais querem sair da Rússia, mas Putin não vai facilitar o seu trabalho !


Levantamento das patentes registadas em países considerados “hostis” pode permitir aos empresários russos replicar ideias cuja autoria é atribuída a marcas ocidentais, como é o caso da McDonals ou da Starbucks.

A invasão da Ucrânia pelas forças russas, numa total desrespeito pelas regras do direito internacional, levou a que muitas marcas internacionalmente conhecidas optassem por suspender as suas atividades no país invasor, como mostra da sua oposição às políticas de Vladimir Putin, sendo o caso do McDonals, s Starbucks ou a Ikea. No entanto, o presidente russo está empenhado em que os seus compatriotas não percam o acesso às marcas que existam no país antes de 25 de fevereiro, data em que ordenou a “operação militar especial“.

Como resposta aos anúncios que se têm vindo a suceder, a Rússia legalizou o que se pode interpretar como um “roubo” das patentes de qualquer pessoa ou marca com ligações a pessoas “não amigáveis” ao seu regime, declarando que a sua utilização, de forma não autorizada, não será compensada.

O decreto, emitido esta semana, constitui mais um episódio da “guerra comercial” que decorre entre o Ocidente e a Rússia. Nesta mesma linha, as autoridades russas não descartam a possibilidade de elas próprias aplicarem sanções às marcas que mantenham a sua atividade em território russos.

A suspensão das patentes, por sua vez, permite a continuidade das marcas que anunciaram a saída da Rússia. De acordo com os especialistas, a eficácia de cada medida pode variar consoante a empresa e do quão valiosa é a patente em questão. Segundo o The Washington Post, há muito que as autoridades norte-americanas alertavam para a violação dos direitos da propriedade intelectual no país, o que justificava a presença da Rússia na lista de países de “vigilância prioritária” por alegadas falhas na propriedade intelectual.

Perante as recentes alterações, o investimento ocidental na Rússia pode ser afetado, explicou Josh Gerben, advogado de propriedade intelectual à mesma fonte. As empresas que já antecipavam riscos nos negócios em território russo, parecem ter motivos para efetivamente se preocuparem. “É apenas mais um exemplo de como Putin mudou para sempre a relação que a Rússia terá com o mundo.”

Especificamente, o decreto russo retira as proteções aos detentores de patentes registadas em países considerados hostis, independentemente da área ou da sua nacionalidade. O Kremlin, por sua vez, não emitiu qualquer decreto relacionado com o tema, ficando o Ministério do Desenvolvimento Económico da Rússia responsável por anunciar que as autoridades estavam a considerar “remover as restrições à utilização da propriedade intelectual contida em certos bens cujo fornecimento à Rússia é restrito“.

O organismo afirmou que as medidas “atenuariam o impacto no mercado das quebras da cadeia de abastecimento, bem como a escassez de bens e serviços que surgiram devido às novas sanções dos países ocidentais”. Josh Gerben explicou que um decreto semelhante sobre marcas comerciais abriria o caminho para as empresas russas explorarem nomes de marcas norte-americanas que tenham suspendido os seus negócios na Rússia, sendo a McDonald’s, um dos melhores exemplos.

https://zap.aeiou.pt/as-multinacionais-querem-sair-da-russia-mas-putin-nao-vai-facilitar-o-seu-trabalho-466928


Ataque russo a caravana humanitária faz sete mortos perto de Kiev !


Sete civis ucranianos, incluindo uma criança, morreram após um bombardeamento russo de uma caravana humanitária de refugiados, disse hoje o Ministério da Defesa da Ucrânia.

Os sete mortos estavam entre centenas de pessoas que tentaram fugir da aldeia de Peremoha, 20 quilómetros a nordeste de Kiev. Um número desconhecido de pessoas foi ferido nos bombardeamentos, acrescenta-se no comunicado.

Moscovo prometeu estabelecer em segurança corredores humanitários para fora das zonas de conflito, mas autoridades ucranianas acusam a Rússia de disparar sobre civis.

O Presidente da Ucrânia afirmou que 12.729 pessoas conseguiram sair no sábado do país através de corredores humanitários.

A informação foi transmitida na rede social Telegram, onde Volodymyr Zelensky afirmou que os corredores humanitários de retirada de pessoas previstos para sábado funcionaram. Já a vice-primeira-ministra, Irina Vereshchuk, revelou que estiveram operacionais nove dos 14 corredores humanitários previstos.

O diretor do Centro de Controlo da Defesa Nacional russa, Mijail Mizintsev, acusou a Ucrânia de impedir a retirada de civis para a Rússia e que, mesmo assim, o Kremlin conseguiu retirar 10.000 pessoas de várias regiões, incluindo as pró-russas Donetsk e Luhansk.

Pelo menos nove mortos em ataque perto de Lviv

Pelo menos nove pessoas morreram hoje e 57 ficaram feridas num bombardeamento que visou uma base militar perto de Lviv, no oeste da Ucrânia, de acordo com um primeiro balanço das autoridades militares regionais ucranianas.

“Infelizmente, nove heróis morreram. 57 pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas”, indicou o governador militar da região de Lviv, Maxim Kozitsky, na plataforma Telegram.

O presidente da câmara municipal de Lviv, Andriy Sadovy, cuja cidade se situa a cerca de 40 quilómetros da base, adiantou, também no Telegram, o mesmo balanço do bombardeamento russo contra o Centro Internacional para a Manutenção da Paz e Segurança.

De acordo com informações preliminares, as forças russas dispararam oito mísseis, disse a administração regional de Lviv, num comunicado inicial.

Tropas russas nomeiam novo autarca em Meliotopol

As tropas russas nomearam um novo autarca da cidade ocupada de Melitopol, um dia após as autoridades ucranianas terem denunciado o rapto do autarca eleito, Ivan Fedorov, por um grupo militar da Rússia.

O presidente da Câmara de Melitopol foi raptado este sábado por soldados russos que ocuparam esta cidade do sul da Ucrânia, disseram vários responsáveis ucranianos.

O autarca foi detido quando estava no centro de crise da cidade, localizado a cerca de 120 km ao sul de Zaporizhzhia, para tratar de problemas de abastecimento.

“Em Melitopol, os ocupantes nomearam o seu ‘presidente da câmara’. É uma deputada da oposição do conselho municipal, Galina Danilchenko“, informou hoje a administração regional de Zaporizhzhia, à qual a cidade pertence.

Na televisão local, controlada pelas tropas russas, Danilchenko disse que a sua “tarefa principal” era devolver a cidade à “normalidade”.

Kiev já disse à autarca para se lembrar do destino de Nelly Shtepa, que em 2014 foi nomeada presidente da câmara da cidade de Slovyansk na autoproclamada República de Donetsk e mais tarde detida pelas autoridades ucranianas.

Enquanto o paradeiro do Presidente da Câmara eleito, Ivan Fedorov, permanece desconhecido, aproximadamente 2.000 residentes da cidade foram às ruas no sábado para pedir a sua libertação.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou também aos líderes de França e Alemanha, Emmanuel Macron e Olaf Scholz, para pressionarem o Presidente russo, Vladimir Putin, a libertar o presidente da Câmara “imediatamente”.

Melitopol encontra-se atualmente sob ocupação pelas forças russas. Fedorov, segundo a agência de notícias ucraniana UNIAN, tinha-se recusado a cooperar com os russos, mantendo a bandeira ucraniana na Câmara Municipal da cidade.

https://zap.aeiou.pt/ataque-russo-a-caravana-humanitaria-faz-sete-mortos-perto-de-kiev-467117

Cientistas defendem que limpar o plástico do oceano não vale a pena !


As iniciativas que visam eliminar o lixo plástico dos oceanos podem ser mais prejudiciais para o planeta do que benéficas: em primeiro lugar, porque não adianta limpar oceanos se continua a haver um grande fluxo de lixo a ser atirado ao mar; e depois porque os navios envolvidos na recolha usam toneladas de combustível fóssil.

Em fevereiro, Clark Richards notou algo estranho num vídeo da organização sem fins lucrativos The Ocean Cleanup, que registava a iniciativa de limpeza oceânica na Grande Mancha de Lixo do Pacífico, um gigantesco deserto de plástico numa espiral rotativa de correntes oceânicas entre a Califórnia e o Havai.

“Este é provavelmente um vídeo encenado“, escreveu o oceanógrafo do Bedford Institute of Oceanography, no Twitter, sugerindo que o material não passou mais de uma hora a flutuar no oceano por parecer muito limpo.

Segundo o Futurism, a The Ocean Cleanup respondeu, alegando que essa região do oceano não tem nutrientes ou oxigénio suficientes para que a vida marinha cresça no lixo plástico.

O mais interessante é que este debate levantou outra questão ainda maior: a eliminação desse lixo dos oceanos é realmente eficiente?

Há especialistas que defendem que limpar grandes extensões de água é um esforço inútil e até mesmo prejudicial, isto porque os navios usados por iniciativas como a The Ocean Cleanup poluem muito ao consumir toneladas de combustível fóssil.

Além disso, as redes de limpeza acabam por apanhar e causar a morte a vários animais, nomeadamente tartarugas marinhas, que outras iniciativas tentam proteger.

Os especialistas também consideram que não vale a pena limpar todo o plástico do oceano enquanto continuamos a despejar várias toneladas. A medida mais eficiente, pelo menos até ao momento, é a reciclagem.

A The Ocean Cleanup foi fundada em 2013 por Boyan Slat, então com 19 anos, com uma missão ambiciosa – livrar os oceanos do planeta dos plásticos flutuantes. Em 2018, a organização admitiu que o resultado do seu sistema para retirar lixo do Oceano Pacífico estava muito aquém das expetativas.

https://zap.aeiou.pt/tirar-plastico-do-oceano-nao-vale-a-pena-466473


Henry “Box” Brown fugiu da escravatura ao enviar-se pelo correio numa caixa de 90×60 centímetros !

Momento em que Henry Brown emerge da caixa em que viajou desde a Virgínia até à Pensilvânia.

Henry Brown escapou da escravatura em 1849. Decidiu acomodar-se no interior de uma caixa de madeira com 90×60 centímetros e, 27 horas e 560 quilómetros depois, chegou à casa de um barbeiro da Filadélfia.

A história de Henry Brown é contada pelo The National Geographic, que conta que foi nesta altura que os abolicionistas perceberam o potencial do serviço postal norte-americano.

Foi no meio deste período tumultuoso que a Adams Express, uma empresa de transportes privada, entregou Henry Brown na casa de William Johnson.

O escravo, que passou 35 anos enquanto propriedade do dono de uma plantação na Virgínia, chegou a casa e descobriu que a sua esposa e os seus três filhos tinham sido vendidos. Segundo o seu relato, quando começou a orar por ajuda, ouviu as palavras: “Pega numa caixa e mete-te lá dentro.” E assim o fez.

Sem querer, Henry “Box” Brown tornou-se o melhor exemplo do poder da entrega de correspondência nos Estados Unidos, segundo Hollis Robbins, estudiosa da literatura afro-americana.

A agora reitora da Escola de Artes e Humanidade da Universidade de Sonoma, na Califórnia, considera que foram os avanços na entrega de correspondência que possibilitaram a fuga de Brown. O serviço postal acabou por ser uma ferramenta para acabar com o reduto da escravatura.

A caixa de madeira feita para Henry Brown tinha 90 centímetros de comprimento, 60 centímetros de largura e três orifícios de ventilação. O escravo dobrou-se na caixa com um recipiente com água, algumas bolachas e uma ferramenta afiada para fazer mais furos para respirar.

A caixa foi transportada por vagões de comboio, barcos a vapor e carroças e, apesar de conter o aviso “Cuidado: Este lado para cima”, a caixa foi invertida durante o transporte.

A 12 anos de os Estados Unidos abolirem a escravatura, a fuga de Henry Brown foi elogiada como um milagre dos tempos modernos. O sinal de que a rede de transportes era capaz de entregar um homem em pouco mais de um dia animava os mais reticentes.

No mesmo ano em que Henry Brown escapou, a penitenciária de Richmond adicionou um crime à sua lista: “Incitar escravos a fugir em caixas”. Um dos prisioneiros detidos foi Samuel Alexander Smith, o homem que enviou Brown, por ter sido apanhado a tentar enviar mais escravos. Acabou condenado a seis anos de prisão.

https://zap.aeiou.pt/henry-box-brown-fugiu-da-escravatura-466502

 

O que é que vai acabar com a guerra na Ucrânia ? Eis o que a investigação académica mostra !


O que é que vai acabar com a guerra na Ucrânia? Há vários cenários possíveis, mas o mais provável é que a guerra se prolongue.

Numa questão de dias, a invasão da Ucrânia pela Rússia transformou-se num dos maiores conflitos militares na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A névoa da guerra pode obscurecer a nossa visão de quem está a ganhar, quem está a perder e quanto tempo tudo isto vai durar.

Embora ninguém possa oferecer respostas definitivas, a investigação académica sobre a guerra dá-nos alguns detalhes sobre como o conflito na Ucrânia pode desenrolar-se.

A investigação sugere que o caminho para a guerra assemelha-se a um jogo de negociações, onde os países competem por questões desde território e recursos ao patriotismo ou ao estilo de governação.

Em vez de ir para guerra, que é muito cara, os Estados concorrentes preferem resolver essas divergências pacificamente. Idealmente, os dois lados fazem isso com base nas suas probabilidades relativas de vencer uma guerra hipotética. Às vezes isso não é possível e a guerra acontece.

A guerra é, geralmente, o resultado de um de três problemas. Primeiro, os Estados podem não ter informações suficientes para avaliar as suas probabilidades relativas de sucesso.

Em segundo lugar, os dois lados podem não confiar que um acordo feito hoje será honrado amanhã. Finalmente, os países podem não conseguir resolver a questão controversa, especialmente quando estão envolvidas tensões étnicas, religiosas ou ideológicas.

De acordo com esta abordagem, as guerras terminarão quando o problema que causou a guerra for resolvido no campo de batalha. Quanto tempo a luta vai durar e a forma que ela toma depende da extensão e do tipo do problema.

No caso da Ucrânia, parece que os dois lados não tinham informações precisas sobre as suas probabilidades relativas de sucesso. O sucesso na guerra é produto de dois fatores críticos: a capacidade de lutar e a disposição de arcar com os custos.

Era em grande parte aparente que o exército da Rússia era e é muito superior ao da Ucrânia em termos de stock de armas e número de combatentes. No entanto, o que não era aparente para a Rússia até ao início da guerra é que o povo ucraniano está muito mais disposto a lutar do que esperava.

A Rússia agora sabe que calculou mal a vontade do povo ucraniano, mas até que ponto ainda não se sabe. O problema é que é difícil para a Ucrânia demonstrar a extensão da sua disposição de arcar com os custos, e a Rússia provavelmente desconfiará de qualquer tentativa de comunicar isso, antecipando que a Ucrânia exagerará para obter um acordo mais favorável.

Isto sugere que os dois lados terão dificuldade em resolver o problema da informação. Quando isso acontece, os países geralmente acabam por travar guerras de desgaste que duram até que um lado desista.

As guerras exigem a aprovação tácita e o apoio dos que estão na frente interna. Independentemente do estilo de governo de um país, um líder ainda depende do apoio de um grupo de pessoas, ou coligação, para permanecer no poder.

Vladimir Putin depende dos oligarcas, da máfia russa e dos militares para a sua sobrevivência. Embora Putin tenha tentado construir um baluarte financeiro que lhe permitisse proteger os interesses dos oligarcas, as sanções impostas pelo Ocidente deitaram por terra a maior parte dos seus esforços.

A guerra já se tornou muito cara para os oligarcas e esses custos só aumentarão com o tempo. Quando um número suficiente da coligação de Putin se voltar contra a guerra, isso pressionará Putin a acabar com o conflito ou arriscar a sua posição de poder.

No entanto, onde está essa linha e se existem alternativas viáveis que melhor atendam aos interesses dessa coligação é questionável.

Custos da guerra

Em menor grau, Putin depende do apoio da população em geral. O povo está a arcar com os custos da guerra na forma de inflação, declínio económico e mortes no campo de batalha.

Até agora, Putin protegeu-se destes custos de três maneiras: primeiro, emprega um sistema seletivo de conscrição, que o protege dos custos totais das mortes no campo de batalha.

Em segundo lugar, controla o aparato da media estatal e censurou outras organizações de media, limitando a informação disponível ao público em geral. Terceiro, uma vez que não há eleições livres e justas, não há outra maneira senão a mobilização em massa e a revolução para o povo russo derrubar Putin.

O cálculo para a Ucrânia é muito mais simples. A Ucrânia é um país democrático que procura agressivamente a integração europeia. Isto significa que a disposição da população em geral em sofrer diante dos altos custos é de extrema importância.

Sem uma massa crítica de apoio, a resistência aos militares russos desmoronará e a Ucrânia perderá a guerra. A determinação feroz do povo ucraniano até este ponto sugere que isso não ocorrerá tão cedo.

À medida que as táticas russas se tornam mais agressivas, o povo ucraniano está a pagar custos cada vez mais altos. Para este fim, os governos ocidentais intensificaram a ajuda humanitária e defensiva à Ucrânia, a fim de garantir que o apoio ucraniano à guerra perdura.

Em última análise, parece que esta guerra não terminará rapidamente, pois levará um tempo considerável para que um dos lados faça o outro desistir.

Ou a transição dos militares russos para o bombardeamento indiscriminado de alvos civis consegue erodir a resistência ucraniana, ou as baixas no campo de batalha e os problemas económicos domésticos conseguem derrotar a vontade da Rússia de lutar.

Nenhum dos resultados é provável nas próximas semanas e meses, o que significa que as pessoas terão de continuar a assistir aos horrores da guerra e esperar.

https://zap.aeiou.pt/o-que-e-que-vai-acabar-com-a-guerra-na-ucrania-eis-o-que-a-investigacao-academica-mostra-466522

 

sábado, 12 de março de 2022

Facebook permite elogiar batalhão ucraniano neo nazi se combater invasão russa !


A reversão levanta questões sobre a moderação de conteúdo baseada em lista negra do Facebook, que os críticos dizem carecer de nuances e contexto.

O Facebook permitirá temporariamente que seus bilhões de usuários elogiem o Azov Battalion, uma unidade militar neonazista ucraniana anteriormente proibida de ser discutida livremente sob a política de Indivíduos e Organizações Perigosas da empresa, apurou o The Intercept.

A mudança de política, feita esta semana, está atrelada à invasão russa em curso da Ucrânia e às escaladas militares anteriores. O Batalhão Azov, que funciona como um braço armado do movimento nacionalista branco ucraniano Azov , começou como uma milícia voluntária anti-Rússia antes de ingressar formalmente na Guarda Nacional Ucraniana em 2014; o regimento é conhecido por seu ultranacionalismo de extrema-direita e pela ideologia neonazista difundida entre seus membros. Embora nos últimos anos tenha minimizado suas simpatias neonazistas , as afinidades do grupo não são sutis: soldados Azov marcham e treinam vestindo uniformes com ícones do Terceiro Reich; sua liderança teria cortejado elementos da alt-right e neonazistas americanos; e em 2010, o primeiro comandante do batalhão e um ex-parlamentar ucraniano, Andriy Biletsky, afirmou que o propósito nacional da Ucrânia era “liderar as raças brancas do mundo em uma cruzada final … contra Untermenschen [sub-humanos] liderados por semitas”. Com as forças russas se movendo rapidamente contra alvos em toda a Ucrânia, a abordagem contundente e baseada em listas do Facebook para a moderação coloca a empresa em um beco sem saída: o que acontece quando um grupo que você considera perigoso demais para discutir livremente está defendendo seu país contra um ataque em grande escala assalto?

De acordo com os materiais de política interna analisados ​​pelo The Intercept, o Facebook “permitirá elogios ao Batalhão Azov ao elogiar explícita e exclusivamente seu papel na defesa da Ucrânia OU seu papel como parte da Guarda Nacional da Ucrânia”. Exemplos de discursos publicados internamente que o Facebook agora considera aceitável incluem “Os voluntários do movimento Azov são verdadeiros heróis, eles são um apoio muito necessário para nossa guarda nacional”; “Estamos sob ataque. Azov tem defendido corajosamente nossa cidade nas últimas 6 horas”; e “Acho que Azov está desempenhando um papel patriótico durante esta crise”.

Os materiais estipulam que Azov ainda não pode usar as plataformas do Facebook para fins de recrutamento ou para publicar suas próprias declarações e que os uniformes e faixas do regimento permanecerão como imagens proibidas de símbolo de ódio, mesmo que os soldados Azov possam lutar usando e exibindo-os. Em um reconhecimento tácito da ideologia do grupo, o memorando fornece dois exemplos de postagens que não seriam permitidas sob a nova política: “Goebbels, o Fuhrer e Azov, todos são grandes modelos de sacrifício e heroísmo nacional” e “Parabéns Azov por protegendo a Ucrânia e sua herança nacionalista branca”.

Em um comunicado ao The Intercept, a porta-voz da empresa Erica Sackin confirmou a decisão, mas se recusou a responder perguntas sobre a nova política.

A proibição formal do Azov no Facebook começou em 2019 , e o regimento, juntamente com vários indivíduos associados como Biletsky, foi designado sob a proibição da empresa contra grupos de ódio, sujeito às suas restrições mais duras de “Nível 1” que impedem os usuários de se envolverem em “elogios, apoio, ou representação” de entidades na lista negra nas plataformas da empresa. A lista anteriormente secreta de grupos e pessoas banidos do Facebook, publicada pelo The Intercept no ano passado, categorizou o Azov Battalion ao lado de grupos como o Estado Islâmico e a Ku Klux Klan, todos grupos de Nível 1 por causa de sua propensão a “graves danos offline” e “ violência contra civis”. De fato, um relatório de 2016pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos descobriu que soldados Azov haviam estuprado e torturado civis durante a invasão russa da Ucrânia em 2014.

A isenção sem dúvida criará confusão para os moderadores do Facebook, encarregados de interpretar as regras de censura confusas e às vezes contraditórias da empresa sob condições exaustivas. Embora os usuários do Facebook agora possam elogiar qualquer ação futura no campo de batalha dos soldados Azov contra a Rússia, a nova política observa que “qualquer elogio à violência” cometido pelo grupo ainda é proibido; não está claro que tipo de guerra não-violenta a empresa prevê.

A nova postura do Facebook sobre o Azov é “absurda” no contexto de suas proibições contra a violência offline, disse Dia Kayyali, pesquisador especializado nos efeitos reais da moderação de conteúdo na organização sem fins lucrativos Mnemonic .. “É típico do Facebook”, acrescentou Kayyali, observando que, embora a isenção permita que os ucranianos comuns discutam mais livremente uma catástrofe que se desenrola em torno deles que poderia ser censurada, o fato de que esses ajustes de política são necessários reflete o estado disfuncional da lista negra secreta do Facebook. política de Indivíduos e Organizações Perigosas. “Suas avaliações do que é uma organização perigosa devem sempre ser contextuais; não deve haver alguma exclusão especial para um grupo que de outra forma se encaixaria na política apenas por causa de um momento específico no tempo. Eles deveriam ter esse nível de análise o tempo todo.”

Embora a mudança possa ser uma notícia bem-vinda para os críticos que dizem que a ampla e secreta política de Indivíduos e Organizações Perigosas pode sufocar a liberdade de expressão online, ela também oferece mais evidências de que o Facebook determina qual discurso é permitido com base nos julgamentos de política externa dos Estados Unidos . Estados. No verão passado, por exemplo, o Motherboard informou que o Facebook também criou uma exceção às suas políticas de censura no Irã, permitindo temporariamente que os usuários postassem “Morte a Khamenei” por um período de duas semanas. “Acho que é uma resposta direta à política externa dos EUA”, disse Kayyali sobre a isenção do Azov. “Sempre foi assim que a... lista funciona.”

The Intercept

Usuários do Facebook na Ucrânia agora podem postar 'Morte a Putin' depois que Meta relaxa suas regras sobre discurso de ódio contra a Rússia !


A Meta relaxou suas políticas de discurso de ódio para permitir que usuários do Facebook e Instagram em certos países pedissem violência contra a Rússia e seus militares na quinta-feira, enquanto o presidente Vladimir Putin continua a guerra do país contra a Ucrânia.

Em um memorando enviado aos funcionários e visto pela Reuters , Meta disse que também permitiria alguns posts que pedem a morte de Putin ou do presidente bielorrusso Alexander Lukashenko – um dos aliados estrangeiros mais próximos de Putin, que ajudou na guerra da Rússia na Ucrânia.

“Como resultado da invasão russa da Ucrânia, temporariamente permitimos formas de expressão política que normalmente violariam nossas regras, como discurso violento como 'morte aos invasores russos'. Ainda não permitiremos apelos credíveis à violência contra civis russos”, disse um porta-voz do Meta à Reuters em comunicado.

A Reuters relata que o Meta ainda bloqueará postagens pedindo a morte de Putin ou Lukashenko se as mensagens incluírem dois indicadores de credibilidade, como detalhes sobre como ou onde matá-los. Meta não respondeu ao pedido de comentário da Fortune .

Os países que Meta agora permite pedir a morte de Putin são principalmente vizinhos da Rússia. A lista permitida abrange Armênia, Azerbaijão, Estônia, Geórgia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia, Rússia, Eslováquia e Ucrânia.

De acordo com o Intercept , o Meta também está permitindo temporariamente que os usuários postem mensagens em apoio ao Batalhão Azov, um grupo paramilitar neonazista ucraniano, desde que as postagens elogiem explicitamente a milícia de extrema-direita por resistir à invasão da Rússia.

A medida da Meta para aumentar sua tolerância ao discurso de ódio – que ocorre depois que a Rússia bloqueou o acesso ao Facebook em retaliação à plataforma que supostamente censura a mídia estatal russa – pode ser a primeira vez para a plataforma de mídia social, que já foi acusada de impor suas políticas de forma muito rígida. grupos marginalizados.

Durante os protestos do Black Lives Matter que varreram os EUA em 2020, por exemplo, ativistas alegaram que as políticas do Facebook censuravam postagens que denunciavam o racismo e a supremacia branca. O Facebook disse que quaisquer instâncias de tal censura foram “erros, e certamente não foram intencionais”.

Por outro lado, o Facebook em outros momentos falhou em proteger grupos marginalizados por não censurar ou conter discursos de ódio o suficiente.

No ano passado, um tesouro de documentos internos vazados por um denunciante e apelidados de Documentos do Facebook mostrou como o discurso de ódio correu desenfreado no Facebook na Índia – particularmente quando visava as minorias muçulmanas do país. De acordo com os documentos, alguns funcionários do Facebook estavam preocupados com o fato de a empresa não estar fazendo mais para censurar os pedidos de violência contra os muçulmanos indianos.

Em 2018, depois que os militares birmaneses lideraram um genocídio contra a minoria muçulmana do país, o Facebook admitiu que não conseguiu impedir que o discurso de ódio circulasse em Mianmar . O fracasso do Facebook levou a plataforma a ser usada para “fomentar a divisão e incitar a violência offline” contra a população minoritária rohingya local, disse a empresa.

Fortune

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