segunda-feira, 21 de março de 2022

Europânico - UE vai reforçar compras de comprimidos de iodeto de potássio e de fatos de proteção nuclear !


Vários eurodeputados lembram como o mundo foi apanhado desprevenido pela covid-19 e acreditam que não podemos cometer o mesmo erro perante a ameaça da guerra na Ucrânia escalar até ser um conflito nuclear.

Segundo avança o Financial Times, fontes da Comissão Europeia está a encorajar os estados-membros a reforçarem a compra de comprimidos de iodeto de potássio e de fatos protetores para a eventualidade de um ataque nuclear.

“A Comissão Europeia está a trabalhar para assegurar que reforça a sua preparação na área das ameaças química, biológica, radiológica e nuclear, antes ainda da guerra na Ucrânia”, afirmou um porta-voz ao jornal britânico.

Vários estudos sugerem que a toma de iodeto de potássio previne a acumulação de iodo-131 — um isótopo radioativo que pode ser libertado com a explosão de bombas nucleares — na tiróide, tendo o medicamento um estatuto essencial para a Organização Mundial da Saúde.

Em 2011, as autoridades japonesas inclusivamente recomendaram à população que vivia nos arredores de Fukushima, onde houve o acidente com a central nuclear, que tomassem iodeto de potássio.

A União Europeia avançou com a criação da Autoridade de Preparação e Resposta a Emergências Sanitárias (HERA) em Setembro, depois do mundo ter sido apanhado de surpresa pela pandemia de covid-19, que expôs a falta de preparação e a escassez de materiais de proteção individual.

Já vários eurodeputados apelaram a que esta autoridade recém-criada se prepare também para uma possível crise causada pela guerra na Ucrânia. “Precisamos de tirar fortes lições da covid. São necessárias medidas específicas para instalações nucleares. Nós não estamos prontos. Não temos stocks”, apelou Véronique Trillet-Lenoir, deputada francesa do partido En Marche, de Emmanuel Macron.

Com o início do conflito entre a Ucrânia e a Rússia e a ordem de Putin para que as forças nucleares estivessem em alerta máximo, os comprimidos deste medicamento, que só deve ser tomado perante uma recomendação médica, voaram das prateleiras das farmácias em países como a Bulgária ou a Bélgica e também em menor escala em Portugal.

O facto da Ucrânia ter várias centrais nucleares e das tropas russas já terem tomado a maior central da Europa, em Zaporizhzhia, também alimentou este medo generalizado e o pânico que levou às compras.

https://zap.aeiou.pt/ue-iodeto-potassio-protecao-nuclear-468546

 

Avião com 133 pessoas a bordo cai no sudoeste da China !

Boeing-737 da China Eastern Airlines
Um avião da China Eastern Airlines que viajava entre as cidades chinesas de Kunming e Cantão caiu hoje com 133 pessoas a bordo, informou a televisão estatal CCTV.

O Boeing-737 caiu perto da cidade de Wuzhou, na região de Guangxi, e “causou um incêndio” nas montanhas, informou a CCTV, acrescentando que as equipas de resgate foram enviadas para o local.

Desconhece-se para já se há sobreviventes. As imagens divulgadas nas redes sociais mostram a queda praticamente a pique da aeronave. Outros vídeos mostram também o incêndio causado pelo impacto e destroços do avião.

O voo MU5735 da China Eastern Airlines descolou pouco depois das 13h00 locais (5h00 de Portugal Continental). De acordo com o portal FlightRadar24, o voo deixou de estar visível nos radares pelas 14:22 (6:22 em Lisboa).

Segundo o mesmo site, o avião, com seis anos de idade, terá descido de 29.100 pés (8.870m) para 3.225 pés (980m) em pouco mais de dois minutos. Não há mais registo do 737 depois disso.

O histórico de segurança do setor aéreo da China está entre os melhores do mundo na última década, nota a Reuters. O último acidente fatal na China foi em 2010, quando 44 das 96 pessoas a bordo morreram quando um Embraer E-190 da Henan Airlines caiu na aproximação ao aeroporto de Yichun.

https://zap.aeiou.pt/aviao-133-pessoas-cai-china-468528


“Muitas deixaram de falar e não se mexem”: Na Ucrânia, o trauma da guerra já se nota nas crianças !


Os especialistas notam que várias crianças que estão a fugir da guerra têm sintomas de traumas, mas não têm tempo de fazer diagnósticos devido aos movimentos rápidos da população.

Apenas dois dias depois do início da guerra na Ucrânia, a 26 de Fevereiro, a administração militar do país apelou à criação de um sistema de apoio psicológico na estação de comboio de Lviv. Os especialistas reportam que milhares de ucranianos estão a mostrar sinais de trauma — e as crianças não são exceção.

“Já vi crianças com sintomas catatónicos, em que ‘gelam’ e não reagem a nenhum estímulo exterior. Muitas delas deixaram de falar, outras não conseguem mexer as mãos ou os dedos. Ficam congeladas”, revela Viktor Balandin, psicólogo da organização não-governamental Osonnya.

De acordo com os dados do Governo ucraniano, já mais de 90 crianças morreram no conflito e a mudança súbita nas suas vidas, com a saída das escolas e em muitos casos, a fuga para outros países afetam a saúde mental dos mais novos. A ausência dos pais, que são obrigados a ficar a combater, também tem um impacto negativo.

“Para as crianças mais novas, até aos dois ou três anos, as suas condições mentais dependem nas condições dos pais, geralmente das mães. Se a mãe estiver estável, a criança fica também mais estável. Com os adolescentes é diferente, porque já entendem o que se passa. Os adolescentes já estão naturalmente a processar e aceitar os seus egos. Mas muitas mudanças nas suas vidas significam mais dificuldades para se adaptarem”, acrescenta Balandin.

A arte também pode ajudar a trazer algum alívio nestes momentos difíceis. Bohdan Tykholoz, director do Museu Franko em Lviv, acolhe 1000 crianças todos os dias no teatro que gere com uma equipa de pedopsicólogos, artistas e professores.

“A ideia nasceu quando os meus dois filhos e a minha mulher tiveram de deixar o país e foram para a Alemanha, logo depois do início do conflito”, revela ao The Guardian.

O director avança que a decidiu criar o projeto Fun for Courage quando a esposa fez uma lista das coisas de que precisava — e os papéis e lápis de cor eram as coisas mais urgentes, o que mostra que as crianças querem continuar a “criar e desenhar”.

“Disse a mim mesmo, ‘se não posso ajudar os meus filhos porque estão longe, posso ajudar outras crianças'”, acrescenta. A expressão criativa dos mais novos também não escapa ao contexto da guerra, com desenhos de bombas e tanques, mas há também alguns que mostram cenários mais otimistas e de paz.

De acordo com Orest Suvalo, psiquiatra e coordenador do centro, o fluxo rápido de pessoas não dá tempo aos especialistas para diagnosticarem doenças mentais, mas o trauma pode ser ultrapassado num contexto mais estável.

“Se olharmos para a história da Ucrânia nos séculos XX e XXI, está cheia de grandes traumas. As guerras mundiais, a ocupação soviética e as revoluções internas dos últimos dez anos e agora esta terrível invasão. No entanto, apesar da destruição, das bombas e das tragédias, apesar de tudo, estamos vivos“, remata.

https://zap.aeiou.pt/trauma-guerra-criancas-ucranianas-467995


Afegãos usam fisga gigante para atirar droga através da fronteira !


Um grupo de afegãos usa uma fisga gigante, rodeada por arbustos queimados pelo sol, para atirar droga para o outro lado da fronteira com o Irão. Os especialistas acreditam que os contrabandistas têm usado esta técnica há vários anos.

A fisga encontra-se na parte superior de uma trincheira e serve para catapultar pacotes de droga para o outro lado da fronteira do Afeganistão com o Irão. Analistas consultados pela VICE acreditam que esta técnica usada pelos traficantes de droga afegãos tem vindo a ser utilizada há já vários anos.

O especialista socioeconómico David Mansfield disse que estas “engenhocas” criativas de contrabando são feitas de metal. “Com cerca de 1,5 metros de altura, estas catapultas são inseridas numa base de betão e podem disparar um pacote de 1 kg a uma distância de até 300 metros.”

No sudoeste da província de Nimroz, uma das principais artérias do tráfico de droga do país, os contrabandistas usam uma variedade de métodos para passar pela segurança fronteiriça do Irão, que inclui barreiras de betão, vedações de arame farpado, valas profundas e patrulhas que disparam contra os invasores.  

Na cidade de Zaranj, émuito comum ver-se escadas improvisadas e catapultas rudimentares para enviar droga para o lado oposto da fronteira. Os traficantes aproveitam as tempestades de vento, conhecidas como “vento dos 120 dias”, no final da primavera e no verão, para contornar as medidas de vigilância fronteiriça.

Mansfield salientou que a utilização destas fisgas gigantes “tornou-se mais comum com a construção do muro ao longo da fronteira do Irão com o Afeganistão”. “Servem como forma de reduzir tanto os custos como os perigos do contrabando de droga”, explicou o especialista.

O Afeganistão é o maior fornecedor mundial de opiáceos ilícitos.

De acordo com o United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC), o país foi responsável por cerca de 85% da produção mundial em 2020. No relatório de 2021, o UNODC revelou que o rendimento dos opiáceos no Afeganistão ascendia a pelo menos 1,8 mil milhões de dólares.

https://zap.aeiou.pt/afegaos-fisga-gigante-para-atirar-droga-468006


Forças ucranianas recusam rendição de Mariupol, a cidade mártir da guerra !


Autoridades ucranianas recusaram a proposta russa que permitiria a abertura de corredores humanitários. Estima-se que 300 mil pessoas permaneçam na cidade, sem água, energia e alimentos.

A proposta surgiu durante a tarde de ontem, domingo: a Rússia ordenou às forças ucranianas que abandonassem a cidade de Mariupol e depusessem as armas até às 5h da manhã desta segunda-feira para que, em troca, fossem abertos corredores humanitários que possibilitassem a saída de civis de uma das cidades mais massacradas pelos ataques russos desde há 25 dias e onde há muito começaram a escassear bens essenciais.

Iriana Vereshuchuk, vice-primeira-ministra do país invadido, respondeu pouco depois, recusando a rendição. “Não se pode falar em rendição e deposição de armas. Já informámos o lado russo sobre isso. Eu escrevi: em vez de perderem tempo em oito páginas de cartas, abram o corredor“, disse, citada pelo Público.

Segundo havia noticiado a agência de notícias espanhola EFE, Mikhail Mizintsev, chefe do centro de controlo da Defesa Nacional Russa, anunciou que todos os elementos do exército ucraniano poderiam abandonar a cidade entre as 10h e as 12h locais, assim como os “mercenários estrangeiros”.

Para além da falta de alimentos, água e energia, o cenário de total destruição Mariupol é visível em todas as imagens que surgem do território, com relatos de cadáveres espalhados pelas ruas e tiroteios em vários bairros.  

Em declarações à BBC, Yaroslav Zhelezniak, deputado ucraniano, descreveu que a sua cidade natal é atualmente “o inferno na terra” e que 300 mil pessoas estão impedidas de sair e subjugadas às condições de desumanas impostas pela guerra.

As últimas horas também ficaram marcadas por um escalar das tensões na capital Kiev, que havia sido poupada pelos russos nos últimos dias — o que pode indicar uma mudança de estratégia. De madrugada, um bombardeamento matou pelo menos seis pessoas que se encontravam recolhidas num centro comercial. O ataque atingiu o parque de estacionamento e provocou uma cratera de vários metros de largura.

Outra das notícias que está a marcar a atualidade relacionada com o conflito na Ucrânia tem que ver com a fuga de amoníaco da central química de Sumy. Na sequência do acidente, o governador da região, Dmytro Zhivitskii, apelou à população que procurasse “abrigos, caves e pisos baixos” e explicou que a fuga terá afetado uma área correspondente a cinco quilómetros.

De acordo com o Público, a dimensão e as causas do acidente ainda estão por apurar. O responsável local adiantou ainda que as equipas de emergência se deslocaram ao local e que a cidade vizinha de Sumykhum não corre perigo. Sumy fica a 350 quilómetros de Kiev e há semanas que tem sido de palco de vários confrontos.

https://zap.aeiou.pt/forcas-ucranianas-recusam-rendicao-mariupol-a-cidade-martir-da-guerra-468512


A “Ilha da Peste”, na Alemanha, é o lar dos vírus mais mortais do mundo !


Numa pequena e remota ilha nas águas geladas do Mar Báltico, encontra-se um local, quase completamente isolado do mundo, que guarda no seu interior alguns dos piores pesadelos da Humanidade: vírus.

Ao largo da costa da Alemanha, existe uma ilha que alberga alguns dos mais pequenos mas perigosos inimigos da Humanidade.

Conhecida como “ilha da peste“, a ilha de Riems, no norte da Alemanha, é a casa do Instituto Friedrich Loeffler (FLI), um dos 59 laboratórios de biossegurança de nível 4 (BSL-4) que estão autorizados a realizar experiências em alguns dos mais perigosos agentes patogénicos conhecidos pela Ciência.

Segundo o IFL Science, o instituto é um dos poucos laboratórios BSL-4 com autorização para realizar estudos em grande escala com animais, uma tarefa especialmente arriscada quando se lida com doenças zoonóticas que podem “saltar” de espécie para espécie.

Os animais são infetados com os vírus e utilizados para compreender melhor como se enraízam, se propagavam e como podem ser prevenidos vários tipos de doenças. As únicas outras duas instalações no mundo onde este tipo de investigação animal é possível encontram-se em Winnipeg, no Canadá, e em Geelong, na Austrália.

A ilha é inacessível ao público, mesmo apesar de algumas partes serem de baixo risco. Nos edifícios de alta segurança, os investigadores devem usar um fato HAZMAT de proteção total, com ar filtrado através de uma mangueira, e submeter-se a um duche desinfetante antes de entrar ou sair das instalações.

O edifício é totalmente selado do mundo exterior, com várias câmaras de ar, e mantido sob pressão negativa para assegurar que o ar flui para dentro e não para fora. Qualquer ar ou água que saia do edifício tem de ser submetido a uma intensa filtração e esterilização.

O complexo de laboratórios na ilha de Riems é uma das mais antigas instalações de investigação vírica deste género. O instituto foi fundado por Friedrich Loeffler em 1910 para estudar a febre aftosa, uma doença viral infecciosa que afeta o gado bovino, ovino, caprino e suíno.

Apesar de se ter tornado um dos principais pioneiros da investigação da febre aftosa no século XX, o instituto alargou o seu portefólio para estudar várias doenças mortais que afetam tanto animais não humanos como humanos, incluindo a febre aftosa, febre suína africana, Ébola, Nipah, febre do Vale do Rift, encefalopatia espongiforme bovina, febre catarral ovina, raiva, febre Q, gripe, peste de Yersinia e SARS-CoV-2.

Apesar de a tarefa ser bastante arriscada, compreender estes vírus pode ser fulcral para o nosso futuro. Com este conhecimento, o mundo poderá estar um pouco mais bem preparado para a próxima pandemia.

https://zap.aeiou.pt/a-ilha-da-peste-na-alemanha-467951

Na utilização das redes sociais, Zelenskyy já é o líder “mais poderoso” de sempre !


O maior “herói” da Ucrânia, que recusou fugir para os EUA, tem dominado a comunicação através das redes sociais.

Não se sabe se a Ucrânia sairá vencedora da guerra iniciada pelas tropas russas, no dia 24 de Fevereiro. Mas já se sabe que Volodymyr Zelenskyy é um vencedor para muita gente. Incluindo para os utilizadores das redes sociais e na utilização das redes sociais.

O canal Euronews sublinha o papel do presidente da Ucrânia nas plataformas de redes sociais, nas quais aparece em vídeos praticamente todos os dias. E, logo nas primeiras horas do conflito, Zelenskyy mostrou que continuou na Ucrânia, pronto para o conflito e para defender o país.

O presidente apelava aos seus compatriotas para fazerem o mesmo, já depois de ter recusado a proposta de Joe Biden – o presidente dos Estados Unidos da América terá oferecido ao homólogo ucraniano um avião privado para Zelenskyy fugir para os EUA. O líder da Ucrânia não quis. Ficou para combater.

O presidente da Ucrânia não quer ser visto como um herói. Mas é visto como um herói, não só dentro da Ucrânia, como em muitos outros países.

E este “herói”, um presidente em guerra, pode não ter o poder militar da Rússia, mas tem o poder da comunicação. Há especialistas que defendem que Zelenskyy é o primeiro líder a utilizar as redes sociais numa escala tão grande, e num momento tão importante.

Sempre que aparece em frente ao telemóvel, Volodymyr Zelenskyy sabe o que vai dizer: conta uma história, centra-se no sentimento, apela de forma emotiva e directa a acções imediatas – sobretudo ao exterior.

É considerado “o líder mais poderoso” de sempre na utilização das redes sociais.

Um “quase acordo”

Entretanto, Mevlut Çavusoglu, ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, comentou que Rússia e Ucrânia “quase concordam” em quatro dos seis pontos essenciais nas negociações entre os responsáveis dos dois países.

“Há convergência nas posições dos dois lados sobre questões importantes e críticas. Vemos, em particular, que eles quase concordam nos primeiros quatro pontos. Algumas questões precisam de ser decididas ao nível da liderança”, revelou o ministro, a um jornal turco.

https://zap.aeiou.pt/zelenskyy-redes-sociais-lider-468486

 

Subida de preços inevitável: “Acho que a minha geração nunca viu algo assim” !


Previsões negativas no Reino Unido. Em Portugal, os “custos loucos” estão a deixar em alerta as empresas de rações.

“Tudo o que é matéria-prima está a custar entre o dobro e triplo de há ano e meio para cá”, avisa Rafael Neves.

Rafael é administrador da Ovopor, uma empresa que focada na produção de ração e de ovos. E lembra que os “custos loucos” já começaram no ano passado, tendo chegado agora a extremos, por causa da guerra da Ucrânia.

Há pouco mais de um ano, no final de 2020, uma tonelada de milho custava 180 euros. Foi subindo até perto dos 300 euros, praticamente um ano depois.

“Com esta guerra louca que vivemos, tivemos um aumento dos 200 e muitos euros por tonelada, para agora estarmos no patamar de cada tonelada custar mais de 400 euros”, lamentou Rafael Neves, em declarações à agência Lusa.

Um dos maiores problemas no sector em Portugal é a forte dependência do país do milho e do trigo que vinham da Ucrânia.
“Nunca vimos isto”

No Reino Unido, a declaração é ainda mais forte: “Acho que as pessoas da minha geração nunca tinham visto algo assim”.

Michael Oakes é o presidente do conselho de laticínios da União Nacional dos Agricultores e, em entrevista à Sky News, avisou que vem aí um “grande desafio”, no que diz respeito ao preço da comida e à própria quantidade de comida disponíveis.

A subida de preços na comida é “inevitável”. Os custos de produção subiram muito desde o primeiro dia da invasão russa à Ucrânia e o impacto na agricultura é muito grande.

Tal como em Portugal, avisou Oakes, os preços da ração quase duplicaram nos últimos tempos; um cenário semelhante no preço dos fertilizantes.

Aliás, os fertilizantes estão caros que muitos agricultores poderão optar por deixar os seus terrenos vazios a partir de agora – pode ser mais barato do que plantar.

O panorama no Reino Unido já se tinha agravado por dois motivos: a pandemia e a saída da União Europeia. Mas com a guerra, esta trilogia representa uma ameaça para o seu negócio. Os custos nas rações aumentaram 60%.

Oakes teve mesmo de abater vacas, do seu rebanho, para pagar contas.

No final, vai “sobrar” para o consumidor: os comerciantes terão de pagar mais aos fornecedores e os consumidores terão de pagar mais aos comerciantes.

https://zap.aeiou.pt/subida-de-precos-inevitavel-468475


COVID-19 volta a estar associada a mortes… Na China

 
Mais de um ano depois dos últimos falecimentos, duas pessoas morreram em Jilin. Há números a subir noutros países, na Ásia e na Europa.

A China, país onde “nasceu” a pandemia que viria a mudar o mundo, esteve mais de um ano sem registar qualquer morte relacionada com a COVID-19. Desde Janeiro de 2021 até Março de 2022, zero óbitos nos registos. Mas o cenário mudou neste sábado.

As autoridades de saúde chinesas revelaram que, neste dia 19 de Março, duas pessoas morreram na província de Jilin, no nordeste chinês. As duas vítimas tinham outros problemas de saúde e terão morrido por causa desses outros problemas, apesar de apresentarem sintomas do coronavírus. Uma pessoa tinha 65 anos e a outra 87. Uma delas não estava vacinada contra a doença.

Mesmo antes destes falecimentos, a China já estava a atravessar o pior surto de COVID-19 precisamente desde o seu início, nas últimas semanas de 2019. Só neste mês, Março, foram contabilizados cerca de 29 mil casos e quase 30 milhões de pessoas ficaram confinadas ao longo desta semana.

Os dados mais recentes mostram que, nesta sexta-feira, a grande maioria dos casos (quase 80%) surgiu precisamente em Jilin, onde morreram as duas pessoas. Jilin situa-se no nordeste da China, perto das fronteiras com Rússia e Coreia do Norte.

Mas a pandemia também está a alterar rotinas noutras zonas: os autocarros e o metro em Shenzhen foram suspensos; os táxis só abrem portas para quem apresentar teste negativo realizado menos de 24 horas antes.

Preocupação noutros países

Ainda na Ásia, ali ao lado, em Hong Kong, só neste sábado foram registados cerca de 16.500 casos em 24 horas. É a fase com mais casos da COVID-19, onde já mais de um milhão de pessoas foi contagiada.

Também perto, na Coreia do Sul, outro recorde de casos, com mais de 621 mil no total – embora a alta taxa de vacinação permita alívio nas restrições.

Na Europa, mais de 10 países viram aumentar o número de casos, com uma subida média de 4,6% no continente, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças.

Um dos países que mais tem “dançado” entre medidas é a Áustria. Nesta sexta-feira o governo austríaco anunciou que, afinal, a partir da próxima quarta-feira será novamente obrigatório utilizar máscaras em espaços fechados. Os números pioraram e a situação nos hospitais é preocupante.

https://zap.aeiou.pt/covid-china-468452

 

Iémen é a vítima silenciosa da guerra na Ucrânia !


O mundo está de atenções viradas aquilo que está a acontecer na Ucrânia, mas no Iémen, a crise humanitária está pior do que nunca.

Desde 2015, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, apoiados pelos Estados Unidos, têm travado uma guerra no Iémen, numa tentativa de restabelecer o Governo pró-saudita derrubado por uma revolução popular. O grupo rebelde houthi, que Riade acusa de ser apoiado pelo Irão, tem tentado resistir aos árabes.

A Organização das Nações Unidas descreveu a situação vivida no Iémen como a maior catástrofe humanitária do mundo. O Programa Alimentar Mundial estima que metade das crianças do país com menos de cinco anos correm o risco de desnutrição aguda, com 400.000 em risco de morrer se não receberem tratamento.

Como o The Intercept realça, desde o presidente Barack Obama, sucessivas administrações americanas apoiaram a Arábia Saudita na sua guerra no Iémen.

A presidência de Joe Biden veio alegadamente mudar isso, com o líder norte-americano a prometer travar o conflito e acabar com “o ‘cheque em branco’ de Donald Trump pelos abusos dos direitos humanos da Arábia Saudita”.

Cerca de um ano depois, a promessa eleitoral de Biden parece ter sido em vão. A crise humanitária no Iémen nunca esteve pior, nem durante o Governo de Trump.

No ano passado, a Arábia Saudita reforçou um bloqueio de combustível, travando as importações iemenitas. As importações de combustível permitidas pelos sauditas rondam, em média, as 45 mil toneladas por mês, menos de um décimo das necessidades do país antes do conflito.

As consequências não tardaram e registaram-se quebras generalizadas de energia em hospitais. Além disso, os preços dos alimentos subiram em áreas controladas pelos houthis, agravando a crise de fome no país.

David Beasley, diretor-executivo do Programa Alimentar Mundial, visitou Saná, Áden e Amrãn, no Iémen, e realçou que a situação “é pior do que qualquer um pode imaginar”.

“O Iémen voltou ao mesmo desde 2018, quando tivemos que lutar contra a fome, mas o risco hoje é mais real do que nunca”, disse Beasley.

“E quando pensa que não pode piorar, o mundo acorda com um conflito na Ucrânia que provavelmente causará deterioração económica em todo o mundo, especialmente para países como o Iémen, dependentes das importações de trigo da Ucrânia e da Rússia. Os preços vão subir, agravando uma situação já terrível”, acrescentou.

https://zap.aeiou.pt/iemen-vitima-silenciosa-guerra-ucrania-467767

 

“A ilha mais poluída do mundo” estava no lugar errado do mapa há 85 anos !


A Marinha Real Britânica descobriu que a Ilha Henderson, completamente isolada e desabitada no Oceano Pacífico, tem sido mal colocada nos mapas durante 85 anos.

Uma equipa da Marinha Real Britânica passou pelo local onde se encontra a Ilha Henderson com o objetivo de tornar as cartas de navegação à volta dos Territórios Ultramarinos Britânicos mais precisas, mas acabou por descobrir que surge mal representada nos mapas há cerca de 85 anos.

O grupo, a bordo do navio patrulha HMS Spey, cruzou a localização do local apresentada nos mapas com dados de radar e chegou à conclusão de que a ilha está 1,6 quilómetros mais a sul do que o representado nas cartas marítimas.

Segundo o IFL Science, o primeiro registo cartográfico da ilha foi realizado em 1937, a partir de fotografias aéreas. Estas novas observações sugerem que a aeronave que fez as imagens errou nos seus cálculos.

A ilha Henderson, que tem 37,3 quilómetros quadrados, é uma das quatro ilhas do arquipélago de Pitcairn e é conhecida pela poluição extrema. Localizada no meio do Pacífico, a ilha é constantemente bombardeada por materiais plásticos trazido pelas correntes marítimas. 

Atualmente, alberga cerca de 40 milhões de pedaços de plástico. O próximo objetivo dos cientistas é procurar saber um pouco mais sobre a área isolada e o impacto da Humanidade sobre a mesma.

“Os cientistas no Reino Unido têm muito poucos dados sobre o oceano nesta localização – a sua salinidade, temperatura, pressão da água e afins”, explicou o Tenente Michael Royle. “Eles estão interessados em compreender as alterações climáticas na região.”

https://zap.aeiou.pt/ilha-mais-poluida-mundo-lugar-errado-467974


sábado, 19 de março de 2022

Por que uma 'zona de exclusão aérea' na Ucrânia significaria o fim do mundo ... Literalmente !


Com bombardeiros russos causando destruição em cidades ucranianas, o apelo para estabelecer uma “zona de exclusão aérea” sobre o país pode parecer à primeira vista um acéfalo. Se a força aérea de Putin puder ser mantida fora dos céus, os ucranianos poderão ser poupados do terror da morte vinda de cima, certo?

A proposta de uma zona de exclusão aérea está recebendo muita atenção agora. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky está fazendo o lance para um cada vez que ele tem a atenção de políticos ocidentais. Muitas manifestações anti-guerra em todo o mundo apresentam cartazes e cartazes exigindo isso. Repórteres constantemente apimentam a Casa Branca com perguntas sobre por que não está se movendo para fechar os céus da Ucrânia.

E pesquisas de opinião mostram que 72% dos cidadãos norte-americanos — sem dúvida indignados com as baixas civis em lugares como Kherson e Mariupol transmitidos em suas televisões todos os dias — são a favor do aterramento de aviões russos.

Embora possa parecer uma coisa nobre de se fazer em abstrato, uma zona de exclusão aérea imposta pela OTAN sobre a Ucrânia é, na verdade, uma ideia muito, muito ruim. Isso quase garantiria o início da Terceira Guerra Mundial e a aniquilação nuclear da vida neste planeta.

O que é uma zona de exclusão aérea?

Muitos comentaristas de política externa e porta-vozes do governo ucraniano estão falando sobre uma zona de exclusão aérea como se fosse algo que pode ser declarado, como se fosse uma questão administrativa a ser decidida pelos estados ocidentais.

Zelensky tem sido direto em seus apelos para que o governo dos EUA interfira. Invocando estranhamente a memória do discurso "Eu tenho um sonho" do Dr. Martin Luther King Jr., o presidente ucraniano disse ao Congresso dos EUA na quarta-feira que sonhava em uma zona de exclusão aérea.

“É pedir muito, criar uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia para salvar as pessoas? É pedir demais, uma zona de exclusão aérea humanitária, [para] que a Rússia não seja capaz de aterrorizar nossas cidades livres?”

No dia anterior, falando com legisladores canadenses , Zelensky implorou: “Por favor, fechem o céu, fechem o espaço aéreo, por favor, pare o bombardeio…. Quantos mísseis de cruzeiro mais terão que cair em nossas cidades até que você faça isso acontecer?”

Zelensky teve praticamente todos os membros do Congresso aplaudindo de pé, com a presidente Nancy Pelosi aplaudindo o grito de guerra da direita, “Slava Ukraini!” Mas apenas um punhado de políticos norte-americanos parecia convencido da ideia de uma zona de exclusão aérea. O senador da Flórida Rick Scott foi um deles; ele disse que o presidente Joe Biden é “insensível e ignorante” se não “fechar os céus ucranianos para ataques russos”.

Zelensky quer nos fazer acreditar que Washington ou Ottawa podem simplesmente emitir uma declaração dizendo que os céus da Ucrânia estão fechados e então, como mágica, os militares russos interromperão seu ataque aéreo. O senador Scott diz que qualquer um que se oponha é ignorante. Mas são os defensores de uma zona de exclusão aérea que são os ignorantes.


A realidade é que impor uma zona de exclusão aérea significaria literalmente que aviões de guerra e mísseis da OTAN (que basicamente implica nos EUA) estariam derrubando aviões russos – militares americanos matando militares russos.

Isso significaria guerra — guerra imediata entre a Rússia e as 30 nações da aliança da OTAN dominada pelos EUA. E uma guerra entre a Rússia e os Estados Unidos poderia facilmente evoluir para um confronto nuclear total. A Rússia já colocou suas forças nucleares em alerta máximo antes da invasão da Ucrânia e alertou outros para ficarem de fora, e os mísseis dos EUA estão sempre prontos para serem lançados a qualquer momento.

Ninguém deve subestimar as consequências em jogo.

Uma guerra nuclear entre a Rússia e os Estados Unidos significaria centenas de milhões de pessoas mortas em poucas horas, ou mesmo minutos. Washington, Nova York, Los Angeles, Chicago, Moscou, São Petersburgo, Kiev, Londres, Paris, Berlim e tantas outras cidades seriam varridas do mapa. Em tal troca nuclear, provavelmente também seria difícil impedir que outras potências nucleares fossem arrastadas, então Pequim, Xangai, Taipei e várias metrópoles distantes da zona de guerra também poderiam ser vaporizadas.

Algumas vozes na mídia, bem cientes do risco de uma zona de exclusão aérea, estão dispostas a apostar o futuro da humanidade. Sam Bowman, editor da publicação Works in Progress e ex-diretor executivo do Adam Smith Institute, um think tank capitalista, escreveu no Twitter em 14 de março:

“Minha opinião é basicamente que vale a pena arriscar uma guerra nuclear por algumas coisas, como manter o máximo possível da Europa livre e independente da Rússia. Mas acho que é uma posição difícil de manter se você acha que a extinção da humanidade é tão ruim que evitá-la supera todo o resto.”

Deus salve o livre mercado, tudo o mais que se dane — assim segue a lógica aparentemente.

Felizmente, Biden, outros líderes da OTAN e a maioria no Congresso dos EUA reconhecem a realidade de que, se houver uma guerra nuclear, não haverá mais Europa, mercados livres, humanidade ou qualquer outra coisa – e assim eles continuam a resistir pede uma zona de exclusão aérea, até agora.

Quando muitas pessoas ouvem falar de uma zona de exclusão aérea, talvez tenham lembranças do Iraque na década de 1990 ou da guerra da Bósnia em meio à dissolução da Iugoslávia naquela mesma década. Deixando de lado a legalidade dessas guerras por enquanto, as situações nesses lugares não são comparáveis ​​ao que está acontecendo na Ucrânia agora. Nesses casos, os EUA tinham uma vantagem militar total em comparação com Saddam Hussein ou os sérvios bósnios.

Nenhum dos adversários dos EUA naqueles conflitos da década de 1990 poderia igualá-lo em armamento, e nenhum deles possuía capacidade nuclear. Se um avião iraquiano ou sérvio fosse abatido, ou vice-versa, se um avião americano fosse abatido, havia pouca probabilidade de que essas guerras ficassem automática e drasticamente fora de controle em outros países.

Destruição Mutuamente Assegurada

Em contraste, um confronto direto entre pilotos americanos e russos sobre a Ucrânia, ou a destruição de um bombardeiro russo por um míssil americano, imediatamente nos arrastaria para uma guerra muito mais ampla que ninguém poderia vencer.

Durante a Guerra Fria, tanto a URSS quanto os Estados Unidos reconheceram que ambos os países seriam destruídos se algum deles iniciasse uma guerra nuclear. Essa consciência foi chamada de MAD – Destruição Mutuamente Assegurada – e manteve o mundo seguro, embora tenha havido mais do que algumas ligações ao longo dos anos.

O presidente dos EUA Ronald Reagan e o líder soviético Mikhail Gorbachev se encontraram em 1985 e declararam ao mundo: “Uma guerra nuclear não pode ser vencida e nunca deve ser travada”. Esse princípio deve ser central para todas as discussões sobre uma zona de exclusão aérea no momento, e deve acabar com qualquer noção de que ela deve ser aplicada.

A invasão da Ucrânia pela Rússia, as pesadas baixas civis que está causando e a ordem de Putin de colocar as forças nucleares de seu país em alerta máximo tornaram este um momento perigoso. Mas os Estados Unidos também deram muitos passos provocativos que nos levaram a este precipício.

Em 2002, revertendo décadas de progresso no controle de armas nucleares, o presidente George W. Bush retirou os EUA do histórico Tratado de Mísseis Antibalísticos de 1972. Seu sucessor, Barack Obama, seguiu dois caminhos, negociando um Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Novo START) com a Rússia, ao mesmo tempo em que gastava bilhões atualizando as capacidades do arsenal nuclear dos EUA. Então, sob Donald Trump, os EUA deixaram o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) de 1987. Hoje, mísseis dos EUA são implantados na Polônia e na República Tcheca, não muito longe da fronteira russa.

O progresso que foi feito anteriormente para reduzir o perigo da guerra nuclear foi erodido. Esta é uma parte importante do contexto através do qual os pedidos de uma zona de exclusão aérea na Ucrânia devem ser avaliados. Muitas das barreiras para evitar a destruição nuclear global já foram removidas, então não podemos correr nenhum risco.

Negociações agora, não aniquilação nuclear

O povo da Ucrânia está agora no meio de um conflito entre grandes potências. Eles estão pagando o custo mais imediato dessa luta, com milhares perdendo suas vidas. O resto do globo também está agora sujeito ao risco de uma nova guerra mundial.

O imperialismo dos EUA, determinado a cercar a Rússia e consolidar seu domínio na Europa, ajudou a derrubar o governo da Ucrânia em um golpe em 2014 e agitou a perspectiva de que o país seria trazido para a aliança militar anti-Rússia da OTAN. O golpe fortaleceu a extrema direita na Ucrânia e ajudou a desencadear uma guerra civil no leste que durou mais de oito anos.

A camarilha dominante em torno de Putin certamente foi provocada por muitos anos de crescentes ameaças dos EUA à segurança russa, mas também tem sua própria agenda. Sonhos de um novo império russo que trará velhos súditos de volta ao domínio de Moscou e reverter as aberturas da era soviética para a autodeterminação nacional são uma motivação chave, a julgar pelo próprio discurso do presidente russo na véspera da invasão da Ucrânia.

A antiga Rússia czarista, antes da revolução comunista de 1917, era conhecida como a “prisão das nações”. É esse passado que Putin parece determinado a ressuscitar.

A Rússia deve interromper sua ofensiva e reconhecer o direito da Ucrânia de existir. As autoridades ucranianas devem iniciar um diálogo sério sobre as questões de neutralidade militar e resolução da guerra civil nas regiões de Donbass de Donetsk e Lugansk, incluindo o controle de elementos fascistas e neonazistas nas forças armadas. A OTAN deve se comprometer a não buscar expansão para a Ucrânia. E os EUA devem parar de encher a região de armas e tropas.

Para salvar o povo da Ucrânia e salvar o mundo de uma guerra global, a negociação é o único caminho realista à frente. Uma zona de exclusão aérea, por mais nobre que alguns possam achar que soa, não é a solução para os terrores que estão sendo lançados sobre os ucranianos. De fato, uma zona de exclusão aérea é a maneira mais rápida de garantir a extinção da Ucrânia – e do resto de nós – da face da Terra.

CJ Atkins é o editor-chefe do People's World. Ele tem um Ph.D. em ciência política pela York University em Toronto e tem experiência em pesquisa e ensino em economia política e nas políticas e ideias da esquerda americana. Além de seu trabalho no People's World, CJ atualmente atua como Diretor Executivo Adjunto da ProudPolitics.

Imagem em destaque: A primeira explosão nuclear do mundo – o teste atômico 'Trinity' dos EUA no Novo México, 16 de julho de 1945. Se uma guerra nuclear estourar hoje, a devastação causada pelas armas nucleares modernas faria o poder de Trinity parecer pequeno em comparação. A maior parte da vida na Terra provavelmente seria exterminada. | Departamento de Energia dos EUA

People's World

Ucrânia: Proposta de zona de exclusão aérea rejeitada pelos americanos !

Um dos temas mais debatidos nos últimos dias, relacionado ao conflito na Ucrânia, é a questão da “zona de exclusão aérea”. A medida foi proposta inicialmente por Kiev para estabelecer uma resposta agressiva à Rússia, mas tem sido tratada com alguma resistência pela própria OTAN, embora receba aprovação absoluta da mídia ocidental. Na prática, a criação de tal zona significa apenas dar a Kiev e ao Ocidente o “direito” de abater aviões e helicópteros russos, o que significaria o início de uma nova guerra mundial. Esses fatores tornam a medida irresponsável e desnecessária, mas a mídia hegemônica continua ignorando isso e apontando a ideia como o caminho correto a seguir. Por outro lado, pesquisas recentes indicam que o projeto não é popular, recebendo forte reprovação entre as pessoas comuns.

Desde o início, o governo dos EUA e a OTAN rejeitaram o projeto ucraniano de criar uma zona de exclusão aérea para permitir o disparo de aviões russos. Esse tipo de escalada soa muito agressivo até mesmo para os governos ocidentais, que temem que o conflito na Ucrânia desencadeie uma guerra mundial – que prejudicaria todos os lados sem distinção. A posição não é compartilhada pelas principais agências de mídia, que insistem que a criação da zona é uma medida urgente e necessária, apesar de todos os riscos que acarreta. E, nesse sentido, um dos principais argumentos de tais agências é afirmar que há um forte apoio popular à medida.

De fato, nas principais pesquisas, quando perguntados se apoiam ou não a formação de uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, a maioria dos americanos respondeu “sim”. Mas um fato curioso foi revelado em uma pesquisa mais recente do YouGov: a maioria das pessoas simplesmente não parece saber o que uma zona de exclusão aérea significa na prática. Nesta pesquisa, os agentes da YouGov fizeram duas perguntas às pessoas. No primeiro, eles simplesmente perguntaram: “Você apoiaria ou se oporia aos EUA que impõem uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia?”. E no segundo, eles perguntaram de forma mais ampla: “Você apoiaria ou se oporia aos EUA impondo uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, o que significaria que os militares dos EUA derrubariam aviões militares russos sobrevoando a Ucrânia, possivelmente desencadeando uma guerra entre os EUA? e Rússia?”

Para quem sabe o que significa uma zona de exclusão aérea, essas perguntas significam absolutamente a mesma coisa. Mas, surpreendentemente, houve uma discrepância nos resultados. Para a primeira pergunta, 40% dos entrevistados afirmaram que apoiariam uma zona de exclusão aérea imposta pelos EUA, enquanto apenas 25% se opuseram e outros 35% responderam que não tinham certeza sobre o assunto. Por outro lado, para a segunda pergunta, 23% dos entrevistados disseram que apoiariam tal zona. 43% por cento se opuseram, com 34% inseguros.

O resultado nos traz uma série de reflexões interessantes. Em primeiro lugar, é possível concluir que o apoio popular à criação da zona de exclusão aérea é uma grande farsa. O que acontece é que a opinião pública, influenciada pelo discurso da mídia ocidental, tende a apoiar a existência de medidas anti-russas. E a partir do momento que as agências de mídia dizem que é preciso criar uma zona de exclusão aérea, as pessoas tendem a concordar automaticamente. Mas, na direção oposta, os cidadãos americanos temem o surgimento de um novo conflito, o que é natural para um povo tão acostumado a guerras como o americano, que há décadas sofre as consequências da política intervencionista de Washington. Ao tomarem conhecimento de que uma zona de exclusão aérea seria o gatilho para um novo conflito, os americanos param de apoiar a medida,

Quando as agências de mídia ocidentais afirmam que há apoio popular para a criação da zona de exclusão aérea, estão simplesmente mentindo de forma irresponsável, tentando pressionar o governo a implementar uma medida bélica, que possivelmente gerará uma guerra mundial, com base em um argumento falacioso que foi “confirmado” com pesquisas tendenciosas e falhas. De fato, não há apoio real do povo americano para qualquer passo que possa culminar em uma guerra.

É necessário que toda a população dos países ocidentais esteja ciente de que “zona de exclusão aérea” significa um espaço aéreo de voos proibidos ou restritos pelo Estado local, com o direito – e às vezes a obrigação – das forças locais de abater aeronaves que voar para lá. Criar tal situação em um cenário de conflito no ambiente estratégico russo significa fazer a OTAN abater aeronaves militares russas, o que certamente não será aceito passivamente, gerando uma guerra entre a Rússia e a OTAN.

Então, com as pessoas conhecendo todas as consequências de tal zona, não haverá suporte para esse tipo de medida irresponsável. É um projeto que só agrada ao próprio governo ucraniano e a outros estados com alto grau de nacionalismo anti-russo – como Lituânia, Estônia e Eslovênia, que apoiam oficialmente a zona. Não há espaço para defender esse tipo de ideia nas democracias americanas e ocidentais.

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Rússia usou mísseis hipersónicos na Ucrânia !

Veículos militares a transportar o míssil balístico hipersónico DF-17.

Depósito de armas destruído pelos mísseis. Mais de 100 crianças já morreram e Zelenskyy reforça: chegou a altura de haver um encontro com Putin.

A Rússia utilizou, pela primeira vez, mísseis ar-terra hipersónicos na guerra na Ucrânia. Na sexta-feira as forças russas destruíram dessa forma um depósito de armas subterrâneo, nesta sexta-feira.

A novidade foi dada neste sábado pelo Ministério da Defesa da Rússia, que descreveu o míssil Kinjal como altamente manobrável e que “desafia todos os sistemas de defesa antiaérea”.

A maioria dos sistemas anti-mísseis, segundo o Governo de Moscovo, não consegue captar este míssil, porque o Kinjal é realmente rápido (hipersónico) e consegue voar a baixas altitudes. E também conseguirá carregar ogivas nucleares.

Mais civis mortos

Enquanto se anuncia mais um cessar-fogo para se criar um corredor humanitário para evacuar civis, agora em Lugansk, foi precisamente em Lugansk que mais quatro pessoas morreram e 10 ficaram feridas, após bombardeamentos em Severodonetsk e Rubizhne.

O chefe da administração militar regional de Lugansk indicou que esses ataques decorreram na sexta-feira e atingiram 19 edifícios residenciais e 19 casas particulares, além de centros de saúde.

Já na manhã deste sábado, em Zaporizhzhya, pelo menos nove pessoas morreram e 17 ficaram feridas, na sequência de um ataque russo nos subúrbios dessa cidade.

A capital Kiev mantém constantes sirenes de alerta mas o exército ucraniano revelou que conseguiu travar a marcha do exército russo em direcção a Kiev.

Presidente da Ucrânia pede encontro

A guerra na Ucrânia começou há mais de três semanas e, segundo as autoridades locais, já morreram 112 crianças desde o dia da invasão russa.

Volodymyr Zelenskyy, presidente da Ucrânia, divulgou uma mensagem na noite passada, na qual reforçou a sua disponibilidade para uma reunião directa com o presidente da Rússia, Vladimir Putin: “Chegou a altura de haver um encontro, de haver um diálogo.”

https://zap.aeiou.pt/russia-usou-misseis-hipersonicos-na-ucrania-468414

 

Tuvalu, a minúscula nação do Pacífico que faz uma fortuna com o domínio “.tv” !


A pequena nação de Tuvalu recebe cerca de 10 milhões de euros por ano devido ao licenciamento do domínio .tv — uma verdadeira fortuna para o país.

Tuvalu é uma pequena ilha no meio do Pacífico, com cerca de 11 mil habitantes, e cuja área territorial não supera os 30 quilómetros quadrados.

O turismo é muito precário, apenas existindo um hotel no país, localizado em Funafuti, a capital do país. Segundo a Far & Wide, Tuvalu é o país menos visitado do mundo, recebendo cerca de 2 mil visitantes anualmente.

A sua economia é muito limitada e as exportações são escassas. Ainda assim, o país é conhecido pelas suas atividades económicas bizarras, que garantem algum rendimento extra.

Por exemplo, Tuvalu amealha receitas com a venda da sua bandeira para barcos internacionais e com as emissões de selos para colecionadores.

Ainda assim, esta não é a sua fonte de rendimento mais curiosa. Uma grande parte da fortuna do arquipélago vem do licenciamento do domínio de internet “.tv”.

Tudo começou na década de 1990, quando a União Internacional de Telecomunicações atribuiu aos países uma sequência de caracteres para colocar no final dos seus endereços de web. Enquanto Portugal, por exemplo, ficou com o domínio “.pt”, Tuvalu recebeu o domínio “.tv”.

Quis o destino que a pequena e humilde nação recebesse um domínio que acabou por se revelar bastante útil, já que é a abreviação universal de “televisão”. Como tal, o país decidiu capitalizar com isso.

O domínio de Tuvalu é um dos recursos mais valiosos da nação insular. Graças à crescente popularidade do live streaming e dos videojogos competitivos, Tuvalu ganha cerca de 1/12 do seu PIB com o licenciamento do domínio para gigantes da tecnologia como a plataforma de streaming Twitch, da Amazon.

A Twitch.tv tem o domínio desde 2011 e, atualmente, atrai cerca de 100 milhões de utilizadores por mês. E de acordo com o Domain Tools, .tv está licenciado para 458.168 sites.

A empresa norte-americana Verisign pagava a Tuvalu cerca de 5 milhões de dólares por ano pelos direitos. Entretanto, o contrato terminou no ano passado e, no início de 2022, a GoDaddy passou a deter os direitos.

A Tuvalu Telecommunications Corporation não divulgou o valor negociado, escreve a ABC Australia, mas o portal The World avança que a cifra deve rondar o dobro do acordo anterior: 10 milhões de dólares.

Para um país que fatura cerca de 67 milhões de euros por ano, este é um negócio incrivelmente valioso para o Estado da Polinésia.

“Essencialmente, é como ter terras e arrendar essas terras para outras pessoas”, disse George Siosi Samuels, diretor administrativo da Faiā, uma consultoria de tecnologia que liderou as negociações.

Em novembro do ano passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Tuvalu gravou um discurso onde se mostra a falar com a água pelos joelhos. O objetivo era mostrar como o país é vulnerável ao aquecimento global. Crê-se que seja um dos primeiro países a desaparecer com a subida do nível da água do mar.

https://zap.aeiou.pt/tuvalu-faz-fortuna-dominio-tv-468227


Instagram bloqueado na Rússia: “Era a minha vida ! Não sei como vou ter dinheiro agora” !


Reacções de vários profissionais que praticamente dependiam dessa rede social, no seu negócio: “Vamos perder 90% do nosso público”.

O Instagram foi bloqueado na Rússia, nesta segunda-feira. A decisão partiu do Roskomnadzor – Serviço Federal de Supervisão de Comunicações, Tecnologia da Informação e Meios de Comunicação de Massa.

Os responsáveis pelo Roskomnadzor alegam que o Instagram foi bloqueado porque está repleto de “apelos a acções violentas contra cidadãos e militares russos” – na semana passada a Meta, detentora de Instagram e Facebook, avisou que iria aliviar as regras sobre conteúdos violentos ou mensagens de ódio contra o Exército e dirigentes russos.

O procurador-geral da Rússia pediu que a Meta, empresa que detém o Instagram, seja colocada na lista negra de organizações, sendo classificada como “organização extremista”.

O portal Meduza recolheu reacções de vários russos, que moram em diversas cidades. E há quem tenha o negócio completamente estragado por causa deste bloqueio.

Zoya é especialista em tatuagens: “O Instagram era a minha principal página profissional. Publicava fotografias do meu trabalho e era através dessa rede que conseguia a maioria dos meus clientes. Vou perder dinheiro e contactos“.

Ekaterina, directora de marketing, não tem muitas ilusões: “Gastámos anos a conseguir chegar ao nosso público no Instagram, que tem crescido muito. Mas, agora, vamos perder para sempre 90 por cento desse público“.

Uma especialista em marketing nas redes sociais, Liza, não acreditava que o Instagram iria ser mesmo bloqueado: “Agora vou ter de encontrar novas soluções para os meus clientes, noutras redes sociais. Preciso de reconstruir completamente a imagem das empresas, reaprender os públicos e o alcance das publicações. Bloquear o Instagram anula completamente os meus sete anos de experiência profissional”.

Alexey é proprietário de uma estância turística e também não tem dúvidas: “92% dos nossos clientes vinham do Instagram. Tínhamos sempre lotação esgotada, mesmo em dias de semana. Agora não vamos conseguir nenhum cliente, aparentemente. Estamos vazios“.

O contexto da fotógrafa Nastya parece ser ainda mais delicado: “O Instagram é a minha vida inteira, mesmo a nível financeiro. E dele dependem as pessoas de quem cuido. Não sei como vou cuidar deles agora, sem o meu blogue. Estou a tentar não pensar nisso, nestes dias”.

Inna, guia turístico, admite que a proibição do Instagram é sinónimo de perda do salário: “Isto destrói os meus cinco anos de trabalho duro. É um golpe terrível”.

Os relatos de vida profissional arruinada repetem-se ao longo do artigo. Pessoas choraram, outras não sabem o que vão fazer agora. E uma proprietária de um abrigo para animais até classifica esta decisão como uma “crise humanitária”.

Também há três relatos diferentes, que deixamos para o final.

Um é de Nastya, que conta que há 10 anos um homem viu uma fotografia sua no Instagram e ficou interessado – hoje esse homem é o seu marido.

Outro é de Viktor, reformado, que não será afectado porque nem tem conta no Instagram. Mas sente-se aborrecido devido a tantos bloqueios na Rússia: “Acho que, um dia, a Rússia será livre!“.

Por fim, a confissão de Anton, programador informático: “Duvido de que o Meduza publique isto: eu utilizava muito o Instagram e considerava a rede um sítio importante para socializar e ler as notícias mais recentes; mas, a partir do momento em que mudaram as regras sobre mensagens de ódio contra os russos, passei a ser a favor da proibição do Instagram”.

Muitos russos têm agora tentado angariar seguidores no Telegram e no VKontakte (o Facebook da Rússia).

https://zap.aeiou.pt/instagram-bloqueado-russia-468050


Fortuna escondida - Putin terá vários imóveis de luxo na Alemanha !


O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem vários imóveis de luxo em Berlim e em Munique, na Alemanha, de acordo com o jornal alemão Bild.

Segundo este órgão de comunicação social, Putin adquiriu há poucos anos o “Palácio da Ópera” de Munique, avaliado em 300 milhões de euros, assim como o edifício do Hotel Sofitel, também na capital da Bavária.

A investigação de 2021 apelidada de “Pandora Papers” tinha revelado que o palacete em Munique estava vinculado a uma empresa ‘fantasma’ sediadas nas Ilhas Virgens.

A empresa estará associada, de acordo com uma investigação conjunta de vários órgãos de comunicação social alemães, ao empresário russo Ruslan Yevgenevich Goriujin, por sua vez associado ao milionário Arkadi Rotenberg, que pertence ao círculo mais restrito de amizades de Putin.

As notícias publicadas pelo Bild avançam que o Presidente russo também é o proprietário de 33 imóveis na Avenida Kurfürstendamm e de uma moradia de luxo de 1.850 metros quadrados em Berlim.

Mais uma vez, os imóveis aparecem como propriedade de Arkadi Rotenberg e do seu irmão, Boris, ambos submetidos às sanções dos EUA e do Reino Unido, pelo vínculo das suas empresas com a invasão à Ucrânia.

Este mês, as autoridades da Alemanha apreenderam num estaleiro em Hamburgo vários iates pertencentes a oligarcas russos sancionados.

No entanto, ainda não há registos de que alguma propriedade tenha sido confiscada. Isto porque há dificuldades em determinar quem é o verdadeiro proprietário destes bens luxuosos, pois, na maior parte das vezes, estão registados em empresas sediadas em paraísos fiscais.

Putin tem sido associada a vários oligarcas russos, incluindo Roman Abramovich. O empresário sobretudo conhecido como dono do Chelsea chegou a ser apontado como um eventual “testa-de-ferro” de Putin, já que poderia estar à frente de investimentos feitos em parceria com dinheiro do presidente russo.

https://zap.aeiou.pt/fortuna-putin-imoveis-alemanha-468445


Inaugurada a maior ponte suspensa do mundo !


Ponte está na Turquia e liga dois continentes: Europa e Ásia. Vão entre pilares prolonga-se por mais de dois quilómetros.

A Turquia inaugurou nesta sexta-feira uma ponte suspensa que une dois continentes: Europa e Ásia. É a maior do género, no planeta.

São mais de quatro quilómetros de extensão, sendo que o vão entre pilares prolonga-se por pouco mais de dois quilómetros – é maior do que a ponte Akashi Kaikyo, no Japão, que era a maior ponte suspensa do mundo.

A ponte situa-se no estreito de Dardanelos, uma fronteira natural entre a Europa e a Ásia – parte do território da Turquia situa-se no continente europeu e a outra parte no continente asiático.

É a quarta ponte que une os dois continentes. Neste caso, liga Gallipoli (Europa) a Lapseki (Ásia). Situa-se relativamente perto das fronteiras com Grécia e Bulgária.  

Custou pouco mais de 3 mil milhões de euros e foi concluída um ano e meio antes do previsto.

Chama-se Ponte Çanakkale 1915 e foi inaugurada no dia 18 de Março: uma homenagem à vitória do então Império Otomano sobre os aliados na batalha naval de Çanakkale, no dia 18 de março de 1915, durante a I Guerra Mundial. Também a altura da estrutura (318 metros) recorda essa data: 18/3.

E o vão de 2.023 metros antecipa o ano 2023, quando a República da Turquia completar 100 anos de existência, após a dissolução do Império Otomano.

https://zap.aeiou.pt/inaugurada-a-maior-ponte-suspensa-do-mundo-468429




A guerra na Ucrânia pode representar uma oportunidade de ouro para a gigante Boeing renascer !


Diversificação da caderneta de fornecedores após a invasão da Crimeia parece ter sido um passo certo por parte da empresa norte-americana que se coloca em superioridade face às suas concorrentes.

Os últimos anos têm sido particularmente fáceis para a gigante Boeing. Depois de dois acidentes dramáticos com o modelo 737 Max que vitimaram 346 pessoas, a empresa norte-americana foi criticada pela “lenta” e “defensiva” gestão da crise, que acabou por motivar a suspensão de atividade de quase 400 aeronaves durante 20 meses após diretivas das autoridades norte-americanas. A fábrica situada no estado da Carolina do Sul também parece ser uma fonte de problemas.

No entanto, a Boeing parece também ter feito algumas escolhas acertadas e a guerra na Ucrânia pode vir a prová-lo.

Tal como descreve o The Conversation, as novas aeronaves dependem fortemente de materiais leves, nomeadamente titânio – o qual tem características determinantes como a alta resistência ao calor, o que o torna ideal para a utilização no corpo do avião, nas partes que mantêm a estrutura unida, nas rodas e no trem de aterragem. No encanto, o titânio é escasso e 16% do seu fornecimento provém da Rússia e da Ucrânia.

Após a crise da Crimeia, em 2014, a Boeing começou a armazenar titânio e a diversificar a sua carteira de clientes respeitante ao abastecimento de metais. Numa declaração oficial publicada a 7 de março, a empresa tratou de tranquilizar todos os que com ela têm negócios, esclarecendo o seu posicionamento em relação a matérias-primas.  

“O nosso inventário e diversidade de fontes de titânio proporcionaram um abastecimento suficiente para a produção de aviões, e continuaremos a tomar as medidas certas para assegurar a continuidade a longo prazo.”

A Boeing suspendeu a compra de titânio à Rússia no início de março, apesar de as sanções impostas pelos Estados Unidos à Rússia não cobrirem a compra de metais. O armazenamento de titânio pela empresa não a impede, ainda assim, de continuar a depender da Rússia para questões de fornecimento, citando para tal o cumprimento das sanções da União Europeia.

Como resultado da diversificação de fornecedores, a Boeing depende agora da Rússia para 35% dos materiais que usa na construção das suas aeronaves, ao passo que a Airbus, por exemplo, tem um nível de dependência na ordem dos 50% a 65%. A dependência é ainda maior para os fabricantes mais pequenos, como é o caso da brasileira Embraer, que depende da Rússia a 100%.

A invasão russa à Ucrânia originou quedas nas ações da Airbus cotadas em bolsa, na perspetiva de uma diminuição da procura de aeronaves nos mercados afetados e a perturbações nos acordos de financiamento. Simultaneamente, a Boing teve um desempenho marginalmente melhor. Num cenário de imposição de sanções às importações de metais russos, também se antecipa que a Airbus e outros fabricantes fossem mais afetados, ao passo que para a Boeing a ameaça é menor significativa.

https://zap.aeiou.pt/a-guerra-na-ucrania-pode-representar-uma-oportunidade-de-ouro-para-a-gigante-boeing-renascer-468168


Após protesto em direto, televisões russas deparam-se com onda de demissões de jornalistas !


Há vários anos que os jornalistas russos lidam com as limitações à liberdade de expressão e de imprensa no país, no entanto, a ideia de que podem estar a participar no branqueamento da guerra na Ucrânia e na instrumentalização da opinião pública.

Quando no início desta semana Marina Ovsyannikova decidiu intrometer-se no cenário da transmissão televisiva do estatal Channel One exibindo um cartaz a denunciar invasão russa à Ucrânia e apelar ao fim do conflito, estava longe de adivinhar o que se seguiria. A própria jornalista reconheceu, mais tarde, que antes do gesto não havia refletido bem sobre as consequências que dele resultaria, já que a sua prioridade era contestar o conflito, no qual a sua própria se recusa a acreditar.

A ação da jornalista ganhou dimensão mundial, com muitos a elogiar-lhe a coragem e valentia. O próprio presente ucraniano Volodymyr Zelenskyy agradeceu-lhe, para além de pedir a todos os que trabalham para o que chamou de ‘sistema de propaganda russo’ que se demitam das suas funções. Foi ainda mais longe, dizendo que aqueles que trabalham para o quarto ramo do poder arrisca-se a ser alvo de sanções e investigações por parte dos tribunais internacionais por envolvimento nos “crimes de guerra”.

De facto, alguns dos apoiantes mais próximos do presidente russo que trabalham nos canais de televisão estatais já foram alvo de sanções, nomeadamente Vladimir Solovyov, que apresenta um talk show num dos canais mais vistos, e Margarita Simonyan que afirmou que todos os seus compatriotas com vergonha de serem russos é porque “realmente não o são”.

Neste contexto de completa limitação da liberdade de expressão e imprensa, em que os meios de comunicação são obrigados a seguir a cartilha imposta pelo governo, a demissão pode ser mesmo o único caminho para os profissionais que não concordam com as suas opções, nomeadamente a invasão da Ucrânia. E o incidente com Ovsyannikova parece ter incentivado alguns a fazê-lo.

Nas horas que se seguiram ao protesto, três demissões sonantes aconteceram. Também no Channel One, a jornalista Zhanna Agalakova deixou as suas funções como correspondente europeia, ao passo que dois outros jornalistas abandonaram a rival NTV. Lilia Gildeyeva trabalhava na estação como apresentadora desde 2006 e Vadim Glusker era funcionário do canal há quase 30. Na imprensa internacional correm rumores de demissões entre jornalistas do grupo VGTRK, também controlada pelo Kremlin.

Roman Super jornalista da Vesti, anunciou que os funcionários estavam a sair “em massa”, apesar de tal afirmação ainda não ter sido oficialmente confirmada. Na RT (Russia Today), órgão russo com predominância em todo o mundo e que acabou banido na Europa por decisão da União Europeia como consequência da guerra na Ucrânia, a demissão mais proeminente foi a de Maria Baronova. Em declarações à BBC, a antiga editora-executiva afirmou que o presidente russo havia destruído a reputação do país e que a economia estava morta.

Para além de Baronova, a onda de demissões na RT vai além dos jornalistas com nacionalidade russa. Shadia Edwards-Dashti anunciou o cessar de funções enquanto correspondente em Londres no dia da invasão à Ucrânia, sem que avançar qualquer justificação. Jonny Tickle, com nacionalidade inglesa mas a trabalhar em Moscovo, também apresentou a demissão “à luz dos eventos recentes”.

Já Frédéric Taddei, apresentador francês na RT do seu país, anunciou que iria deixar de apresentar o seu programa já que França estava “em conflito” com a Rússia, o que impedia de prosseguir as suas funções habituais “por lealdade” ao seu país. De acordo com a Reuters, a agência de notícias estatal russa com sede na Alemanha, a Ruptly, viu muitos dos seus quadros baterem com a porta.

Também os meios de comunicação social russos sem ligações ao Kremlin têm sido alvo de ataques repetidos durante os últimos anos, pelo que muitos estão habituados a trabalhar sob a ameaça – daí não estarem surpreendidos pela atual colheita de demissões. De facto, alguns foram rotulados como agentes estrangeiros, em linha com o que acontecia na era soviética.

A Dozhd (TV Rain), que foi forçada a abandonar a transmissão tradicional em 2014, teve de suspender as suas emissões online devido à invasão da Ucrânia e alguns dos seus jornalistas fugiram da Rússia de forma a garantir a segurança. A Rádio Ekho Moskvy também foi retirada do ar como consequência da nova legislação russa sobre a chamada falsa informação. A BBC russa está também entre os vários meios ocidentais que foram proibidos, enquanto os jornalistas que trabalham para a Meduza, sediada na Letónia, foram forçados a sair da Rússia.

https://zap.aeiou.pt/apos-protesto-em-direto-televisoes-russas-deparam-se-com-onda-de-demissoes-de-jornalistas-468163


Televisão estatal russa interrompe discurso de Putin !


Estádio Luzhniki estava cheio para ouvir o presidente da Rússia. Funcionários públicos obrigados a ir ao evento.

Vladimir Putin quis, em plena guerra na Ucrânia, assinalar os oito anos da oficialização da anexação da Crimeia por parte da Rússia.

No dia 18 de Março de 2014, o presidente da Rússia esteve com o líder da Republica da Crimeia, Vladimir Konstantinov , e com Aleksei Chaly, líder da maior cidade local, Sevastopol. Os três assinaram o acordo.

Oito anos depois, em Moscovo, Putin apareceu num Estádio Luzhniki cheio – tem capacidade para mais de 80 mil pessoas nas bancadas e ainda ficaram muitas no exterior. A BBC indica que os funcionários públicos foram obrigados a ir ao estádio. E, nas escolas, tem havido aulas especiais sobre a Crimeia.

Putin aproveitou a data para dizer mais uma vez que a invasão à Ucrânia tem como prioridade proteger os habitantes de Donbass dos “ultranacionalistas e neonazis” ucranianos.  

O presidente alega que a Rússia está a evitar um genocídio na Ucrânia: “Eles também não concordaram com este golpe de Estado. Organizaram imediatamente operações militares punitivas contra eles, e não apenas uma. Colocaram-nos sob cerco e sujeitaram-nos a tiros sistemáticos de canhão e ataques aéreos. Isto é o que se chama genocídio – salvar as pessoas do sofrimento deste genocídio é a principal razão, o motivo e o objetivo da operação militar”.

O evento foi uma autêntica festa patriótica, de exaltação da Rússia. Ouviram-se músicas no palco, além das palavras do presidente.

O discurso de Putin estava a ser exibido pela televisão estatal russa, que alegadamente estava a transmitir todo o evento em directo. Mas, de repente, a transmissão do discurso foi interrompida, sendo substituída por parte de um concerto.

Não se sabe bem o que aconteceu mas há dúvidas em relação à transmissão: se realmente era em directo. “Foi um problema técnico”, justificou o assessor Dmitry Peskov.

https://zap.aeiou.pt/televisao-interrompe-discurso-de-putin-468300


sexta-feira, 18 de março de 2022

EUA ameaçam guerra nuclear ou sanções !


Uma mudança sísmica está enviando ondas de choque pela economia global.

A bem estabelecida desordem capitalista, dominada pelo imperialismo dos EUA e em vigor desde a Segunda Guerra Mundial, está em terreno instável. Sanções econômicas extremas impostas à Rússia estão arrastando o mundo inteiro para uma guerra que começou muito antes da intervenção russa na Ucrânia em 24 de fevereiro.

Um grande cálculo é quais países serão forçados a aceitar as onerosas sanções econômicas impostas à Rússia pelos EUA. Os países que representam a maioria da população mundial não estão dispostos a vincular sua soberania ao controle total de Wall Street. Para o choque dos estrategistas de guerra dos EUA, quase toda a América Latina, Caribe, muitos países da África e a maior parte da Ásia rejeitaram as sanções à Rússia.

O desafio aberto de tantos países e grandes blocos comerciais é uma confirmação impressionante do enfraquecimento do poder econômico dos EUA.
Domínio dos EUA desafiado

É bem reconhecido que o domínio econômico dos EUA na Europa, e globalmente, foi desafiado pelo aumento do comércio da União Europeia com a Rússia e a China. A crescente integração do bloco de países da Eurásia, que se estende desde a China e o Sul da Ásia, passando pela Ásia Central e Rússia até a Europa, confere uma enorme vantagem econômica aos países envolvidos.

A crescente integração do comércio e investimento da UE com a Rússia e a China ameaça tanto a dominação do poder corporativo dos EUA na Europa quanto a hegemonia global dos EUA. É do interesse do poder corporativo nos EUA provocar cinicamente um conflito onde é menos afetado, mas fazê-lo em uma região onde seus rivais capitalistas na UE carregarão o fardo mais pesado.
EUA ameaçam guerra nuclear para obter sanções

Os EUA instigaram uma crise cercando a Rússia com bases da OTAN, organizando operações militares constantes e fornecendo armas pesadas à Ucrânia para atirar nas fronteiras da Rússia.

Os Estados Unidos são o único país que já usou armas nucleares. Ele incinerou duas cidades inteiras – Hiroshima e Nagasaki – em 1945. É o único país que se recusa a concordar com uma política nuclear de “No First Use”.

Ao colocar armas nucleares na Europa e instalar armamento com capacidade nuclear nas fronteiras da Rússia, está provocando abertamente a Rússia a atacar em legítima defesa. Os EUA usaram a ameaça nuclear não apenas contra a Rússia, mas para impelir a União Europeia a impor duras sanções à Rússia, embora fosse contra os interesses da UE cortar os laços econômicos com Moscou.

Com a UE, e especialmente a Alemanha, relutantes em impor sanções que romperiam todas as relações com a Rússia, os EUA jogaram duro. O presidente Joe Biden ameaçou a UE em 26 de fevereiro, dois dias depois de a Rússia iniciar sua operação militar na Ucrânia, que a única alternativa para seguir as sanções dos EUA “seria a Terceira Guerra Mundial”.

“Você tem duas opções. Iniciar uma Terceira Guerra Mundial, ir à guerra com a Rússia, fisicamente. Ou, dois, certifique-se de que o país que age de forma tão contrária ao direito internacional acabe pagando um preço por tê-lo feito. . . . Eu sei que essas sanções são as sanções mais amplas da história, sanções econômicas e sanções políticas”.

Em entrevista ao blogueiro Brian Tyler Cohen, Biden disse que seu “objetivo desde o início” era manter a OTAN e a União Europeia “na mesma página”. (Veja isso )

A UE, um bloco de economias capitalistas dominado pela Alemanha, é incapaz e não quer desafiar diretamente a hegemonia dos EUA, especialmente quando eles são ameaçados com uma guerra nuclear na Europa se não cumprirem. A UE impôs todas as sanções exigidas pelos EUA. Suas sanções refletem as impostas por Washington. No entanto, eles ainda podem comprar gás da Rússia, com base em um acordo com os EUA

Sanções foram impostas à Rússia em 2014, depois que a maioria da população russa na Crimeia votou para se juntar à Rússia. Isso ocorreu após um golpe fascista apoiado pelos EUA na capital ucraniana de Kiev. Naquela época, duas regiões do leste da Ucrânia – Donetsk e as Repúblicas Populares de Lugansk – se separaram das gangues fascistas em Kiev.

Desde o bombardeio dos EUA/OTAN à Iugoslávia em 1999, e apesar dos constantes alertas de perigo até mesmo de seus próprios estrategistas políticos, a política do governo dos EUA tem sido continuar absorvendo mais países do Leste Europeu na OTAN, construindo bases da OTAN em torno da Rússia, recrutando e treinando soldados e mercenários, criando provocações na fronteira russa e usando a Ucrânia como peão para desestabilizar toda a região.


Esses anos de constantes ataques econômicos e militares à Rússia estão escondidos do público nos EUA e na UE.
O que está por trás da política de guerra dos EUA?

Por que o comércio e a integração UE/Rússia são tão ameaçadores para o imperialismo dos EUA?

A UE é o maior investidor na Rússia. Um novo e maior gasoduto duplo, chamado Nord Stream 2, foi construído para transportar gás natural barato da Rússia através do Mar Báltico até a Europa. Deveria fornecer combustível para as indústrias da UE e calor para milhões de casas, evitando a dependência de carvão e petróleo altamente poluentes. O chanceler alemão Olaf Scholz suspendeu o projeto em 22 de fevereiro.

A energia representa 62% das importações da UE da Rússia. Custa muito menos do que o gás dos EUA, que é o maior exportador de gás GNL fraccionado. Este é um desafio para a abertura de novos mercados. Com a guerra e as sanções, as empresas de gás e petróleo dos EUA lucrarão imediatamente com os preços vertiginosos do combustível e garantirão seu controle futuro do mercado europeu.

O embate é maior do que apenas um gasoduto. A economia dos EUA está focada na produção militar. É o maior exportador de sistemas de armas. Mas o imperialismo dos EUA é incapaz de igualar os planos de desenvolvimento do Cinturão e Rota da China. Mais de 138 países assinaram novos portos, ferrovias, centros industriais e empréstimos a juros baixos.

Os empréstimos de desenvolvimento do Cinturão e Rota da China são muito mais atraentes do que os sistemas de armas dos EUA e os duros planos de austeridade associados aos empréstimos do FMI e do Banco Mundial.

O capital financeiro dos EUA está alarmado com o fato de dois terços dos países membros da União Européia terem assinado como membros formais dos projetos de Desenvolvimento do Cinturão e Rota da China. As cidades portuárias da Grécia, Itália, Portugal e Hungria estão sendo reconstruídas. Novos projetos de energia estão em andamento. O comércio da Europa com a China agora excede seu comércio com os Estados Unidos. (Veja isso )

Na luta para manter sua posição dominante, o imperialismo dos EUA tem apenas uma ferramenta contra essas relações econômicas em rápido desenvolvimento e fortemente concorrentes: a guerra. Tanto a guerra militar quanto a guerra econômica de sanções.
Sanções são guerra

As sanções não são um impedimento à guerra ou um substituto para a guerra. Eles são de fato uma escalada da guerra.

Usando o papel dominante do dólar na economia mundial, Washington impôs mais de 5.500 sanções à Rússia e está forçando outros países a reconfigurar suas economias para cumprir essas penalidades econômicas extremas. As sanções contra a Rússia são as medidas de guerra econômica mais extremas do mundo. (Veja isso )

As sanções criam hiperinflação, fomes artificiais, convulsões sociais e crises de saúde que punem as populações civis. Tão mortais quanto bombas, as sanções são um ato de guerra. Eles são corretamente rotulados como um Crime Contra a Humanidade.

As sanções conseguirão restaurar a posição do imperialismo norte-americano? Esse é claramente o cálculo.

A vice-diretora-gerente sênior do Fundo Monetário Internacional, Gita Gopinath , deu uma visão oficial dessa expectativa de que as sanções financeiras levarão a Rússia a uma "recessão profunda" e "mudarão a ordem econômica global". . . . Tem implicações para a ordem econômica global como a conhecemos.” (Veja isto ) Outros artigos de notícias preveem que a economia russa está “descendo pela calha de gelo”, vai “cair”, “entrar em queda livre” etc.

Vários economistas alertam que isso impactará a economia global. Para os banqueiros e financistas, a dor de milhões, mesmo dentro dos EUA, não é motivo de preocupação, desde que eles possam juntar os pedaços depois.

Especuladores preveem que indústrias de “defesa” e empresas de energia irão prosperar. Todas as previsões financeiras nos EUA e na Europa são de que isso afetará muito mais a economia europeia.
Terceiro mundo sancionado

Hoje mais de 40 países, abrangendo um terço da população mundial, já sofrem com as medidas econômicas impostas por Washington. Os EUA sancionaram Cuba, Venezuela, Nicarágua, China, Irã, Iraque, Síria, Palestina, Afeganistão, Zimbábue, Etiópia, Sudão e outros. Os países que negociam com alvos de sanções dos EUA enfrentam multas pesadas. Essa forma mortal de guerra econômica afeta todos os países vizinhos e destrói o desenvolvimento regional.

Muitos desses países, no entanto, estão encontrando maneiras de sobreviver por meio de programas complexos de troca e troca que estão se desenvolvendo à medida que o número de países sancionados cresce.

Quase todos os países atingidos por essas duras medidas desestabilizadoras dos EUA e sanções de confisco de ativos assinaram os programas de desenvolvimento da Iniciativa do Cinturão e Rota da China. Muitos dos países sancionados, incluindo Venezuela, Cuba e Síria, recebem remessas confiáveis ​​de combustível e grãos necessários da Rússia. Essas novas formas de troca, desenvolvidas por necessidade, começam a enfraquecer o estrangulamento econômico pretendido. A Rússia ainda tem um mercado forte para suas exportações além do alcance das sanções dos EUA.

A Rússia também é membro da Organização de Cooperação de Xangai. Esta é uma aliança econômica e de segurança que é a maior organização regional do mundo, cobrindo aproximadamente 60% da área da Eurásia, 40% da população mundial e mais de 20% do produto interno bruto (PIB) global. Dos 14 membros desse bloco comercial, seis já estão sob sanções dos EUA, mas mantêm relações econômicas normais.
Os países se recusam a cumprir

Para o choque dos estrategistas de guerra de Washington, muitos países que não estão atualmente sob sanções dos EUA estão se recusando a cumprir as sanções dos EUA e da UE impostas à Rússia. Até o momento, Índia, Paquistão, Bangladesh, Indonésia, África do Sul, Quênia, Tanzânia, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar, Brasil, Argentina, Bolívia, México e outros países com economias menores se recusaram a cumprir as medidas dos EUA que prejudicar suas próprias relações comerciais.

São nações com economias em crescimento e grandes populações. Vários países que anteriormente faziam parte da União Soviética e agora fazem parte da União Econômica da Eurásia (EAEU) – Bielorrússia, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão – provavelmente não cumprirão.

Vários países, não dispostos a enfrentar abertamente a ira econômica dos EUA, afirmaram vagamente que apenas cumpririam as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, onde um veto russo ou chinês tornaria tal votação improvável.

A pressão econômica e política dos EUA para que todos esses países cumpram se intensificará no próximo período.
Ameaçando a China

O principal regulador bancário da China, Guo Shuqing, diz: “Não participaremos de tais sanções e continuamos a manter as trocas econômicas, comerciais e financeiras normais com as partes relevantes”. (New York Times, 11 de março) Depois que Mastercard e Visa interromperam suas operações, os bancos russos recorreram ao UnionPay da China, que oferece opções de pagamento em 180 países.

A China ainda não deu assistência econômica ou militar à Rússia. Simplesmente se recusou a cortar suas relações econômicas normais. Isso está enfurecendo o governo Biden.

Os EUA ameaçaram publicamente a China por ajudar a Rússia a evitar sanções. A China foi lembrada de que dois de seus maiores parceiros comerciais são os EUA e a União Européia. A China precisa de acesso a esses mercados.

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan , ameaçou a China diretamente, afirmando:

“Estamos comunicando direta e privadamente a Pequim que haverá absolutamente consequências” se a China ajudar a Rússia a “preencher” suas perdas com as sanções. “Não permitiremos que isso avance e que haja uma tábua de salvação para a Rússia dessas sanções econômicas de qualquer país em qualquer lugar do mundo.”

Sullivan disse que a China e todos os países estão cientes de que não podem “basicamente resgatar a Rússia. . . dar à Rússia uma solução alternativa para as sanções”, com impunidade. (Veja isso )

Se ameaças tão descaradas e ofensivas estão sendo feitas abertamente à China, ameaças mais duras estão sendo feitas a outros países.

Novas formas de comércio e troca desafiam o poder de hegemonia do dólar americano. Mas medidas extremas impostas à Rússia criarão intensa dor econômica de inflação e desemprego em escala global.

A classe dominante dos EUA, o Congresso dos EUA e a mídia corporativa dos EUA são neste momento unanimemente a favor de uma guerra econômica e até mesmo de um confronto militar, independentemente de quão destrutivos sejam para a vida humana, desde que abram novos mercados e destruir seus rivais.

Os democratas rapidamente abandonaram as promessas do Build Back Better e um pacote de saúde COVID-19 para saturar a Ucrânia com armas. Os trabalhadores nos EUA e na Europa pagarão o preço.

O perigo crescente é que uma guerra imperialista dos EUA nessa escala, combinada com a exigência de que o mundo inteiro participe, possa escalar perigosamente.

Workers World .

Posição da China “determinante” para futuro das relações com EUA !


Os analistas norte-americanos consideram que a posição que os chineses tomarem em relação ao conflito na Ucrânia vai ter um peso importante para o futuro das relações entre os dois países.

A posição da China face à invasão russa da Ucrânia vai ser “determinante” para o futuro das relações entre Pequim e Washington, segundo analistas norte-americanos, na véspera de os líderes chinês e norte-americano falarem por telefone.

Presidente norte-americano Joe Biden quer transmitir ao líder chinês, Xi Jinping, que a China corre o risco de causar “danos irreversíveis” às relações com Washington.

A declaração foi confirmada por Evan Medeiros, especialista em assuntos da Ásia do governo de Barack Obama, durante um seminário virtual organizado pelo ‘think tank’ German Marshall Fund, segundo a LUSA.

“Não são apenas os custos muito altos de cruzar esses limites — fornecer assistência militar, campanhas conjuntas de desinformação — mas, (…) uma vez ultrapassados, não há volta atrás”, sublinhou Medeiros.

“A mensagem para os chineses agora é que há, basicamente, uma variedade de opções futuras para o relacionamento. Algumas muito sombrias, outras mais moderadas”, acrescentou o especialista.

Biden e Xi vão falar hoje por telefone, numa altura em que os Estados Unidos tentam impedir a China de prestar apoio, militar ou económico, à Rússia.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse na quinta-feira que Biden “deixará claro que a China será responsabilizada por quaisquer ações que tome em apoio à agressão da Rússia”.

“Estamos preocupados com o facto de eles estarem a equacionar ajudar diretamente a Rússia com equipamento militar que será utilizado na Ucrânia. O Presidente Biden vai falar com o Presidente Xi e vai dizer-lhe claramente que a China será responsável por qualquer ato que vise apoiar a agressão russa, e que nós não hesitaremos em impor-lhe o preço”, disse Blinken, em conferência de imprensa.

O chefe da diplomacia norte-americana reiterou que a China tem a “responsabilidade de fazer uso da sua influência junto do Presidente [russo, Vladimir] Putin, e de defender as regras e os princípios internacionais que afirma apoiar”.

“Mas, pelo contrário, parece que a China está a ir na direção oposta, ao recusar-se a condenar esta agressão, enquanto tenta apresentar-se como um árbitro neutro”, lamentou Blinken.

Akio Takahara, professor da Universidade de Tóquio e antigo diplomata em Pequim, considerou que um fator-chave é entender se Xi está plenamente ciente da profundidade da indignação global e do
“O grau de responsabilidade está a aumentar a cada dia. Se [Putin] recorrer ao uso de armas químicas ou até armas nucleares, subirá ainda mais”, disse Takahara, durante o seminário da German Marshall Fund.

“Não sei se as pessoas ao redor [de Xi] lhe estão a dizer a verdade sobre a situação internacional, essa é uma grande preocupação que temos”, acrescentou o académico.

“Espero que [Xi] perceba a situação real por meio de conversas com líderes internacionais, como o presidente Biden”, apontou.

Poucas semanas antes da invasão, Xi e Putin emitiram uma declaração conjunta que delineou a visão para uma nova ordem mundial. Pequim negou que soubesse então dos planos de invasão de Putin.

Para a liderança chinesa, dizem os analistas de política externa, os EUA são o seu maior rival estratégico e manter a Rússia como parceiro dá a Pequim alguma vantagem nas negociações com Washington.

Os analistas acreditam que a China deverá manter os laços económicos com a Rússia, mas que continuará a abster-se de ajudar Moscovo a contornar as sanções impostas pelo Ocidente.

Hu Wei, uma analista chinês que presta aconselhamento ao Governo central, afirmou esta semana que a China deve “distanciar-se” da Rússia o “mais rápido possível”, apontando o conflito na Ucrânia como o evento geopolítico mais significativo desde a Segunda Guerra Mundial.

“A China só pode salvaguardar os seus próprios interesses ao escolher o menor de dois males, afastando-se da Rússia o mais rápido possível“, notou Hu Wei, num documento publicado em chinês, e a que a agência LUSA teve acesso.

Pequim “deve evitar jogar com os dois lados, abdicar da neutralidade e escolher a posição dominante no mundo”, acrescentou Hu, que é vice-presidente do Centro de Pesquisa de Políticas Públicas do Gabinete do Conselho de Estado.

“Para demonstrar o papel da China como uma grande potência responsável, a China não apenas não pode apoiar Putin, como também deve tomar ações concretas para evitar” que o conflito escale, concluiu Hu.

https://zap.aeiou.pt/posicao-da-china-determinante-para-futuro-das-relacoes-com-eua-468083


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