quarta-feira, 6 de abril de 2022

Zelenskyy propõe retirar poder de veto à Rússia no Conselho de Segurança da ONU !

Reunião do Conselho de Segurança da ONU
Volodimir Zelenskyy denunciou às Nações Unidas que “não houve um único crime” que as forças russas não tenham cometido. “Os militares russos procuraram e mataram propositadamente qualquer pessoa que tenha servido o nosso país”, disse ao Conselho de Segurança da ONU, em Nova Iorque, numa intervenção por videoconferência.

“Dispararam e mataram mulheres fora de casa quando elas apenas tentavam chamar por alguém que estivesse vivo, mataram famílias inteiras, adultos e crianças, e tentaram queimar os corpos”, explicou Volodimir Zelenskyy.

O Presidente ucraniano disse que os militares russos atuaram “como terroristas”, acusando-os de”seguir uma política consistente de destruição da diversidade étnica e religiosa, depois inflamam guerras e conduzem-nas deliberadamente de forma a matar o máximo de civis”.

O governante acusou ainda a Rússia de “colonialismo“, por retirar “centenas de milhares” de ucranianos do seu país, criticando a passividade do Conselho de Segurança das Nações Unidas perante a ofensiva russa. “Querem transformar ucranianos em escravos silenciosos”, afirmou Zelenskyy perante o Conselho de Segurança da ONU.

O líder ucraniano pediu uma reforma imediata do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que permita ao organismo ser “realmente eficaz” e “garantir a paz”, sublinhando que “é hora de transformar a estrutura das Nações Unidas”.

“Temos de fazer tudo o que está nas nossas mãos para dar às futuras gerações uma ONU eficaz”, disse Zelenskyy.

A mensagem do Presidente da Ucrânia terminou com um pedido: “tirem o poder de veto à Rússia“.

“Podem fazer duas coisas: retirar a Rússia, como agressor e fonte de guerra, para que não possa bloquear decisões sobre a sua própria agressão, a sua própria guerra”, defendeu, destacando que a outra opção seria a ONU “dissolver-se por completo, desistirem”.

“Se isto continuar, os países só vão poder contar com o poder das suas armas para garantir a sua segurança, e não com a lei internacional, não com as instituições internacionais. As Nações Unidas podem simplesmente fechar. Senhoras e senhores, estão prontos a encerrar a ONU?”, questionou, citado pelo Observador.

“Acham que o tempo do direito internacional acabou? Se a vossa resposta for ‘não’ têm de agir imediatamente. O sistema da ONU tem de ser reformado imediatamente, de modo a que o poder de veto não seja um direito a morrer”, sublinhou.

Guterres fala em possíveis “crimes de guerra”

O secretário-geral das Nações Unidas falou em possíveis “crimes de guerra” na cidade ucraniana de Bucha e exortou o Conselho de Segurança “a fazer tudo o que estiver ao seu alcance” para travar o conflito.

“Jamais esquecerei as imagens horríveis de civis mortos em Bucha. Solicitei imediatamente uma investigação independente para garantir uma efetiva responsabilização. Também estou profundamente chocado com testemunhos pessoais de violações e violência sexual que agora estão a surgir”, disse António Guterres, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

“O Alto-Comissário para os Direitos Humanos falou de possíveis crimes de guerra, graves transgressões do direito internacional humanitário e sérias violações (…) dos direitos humanos”, acrescentou Guterres, numa declaração perante o Conselho de Segurança da ONU.

Centenas de civis mortos foram encontrados em Bucha, uma cidade a 60 quilómetros de Kiev, espalhados na rua, nalguns casos com as mãos amarradas atrás das costas e atirados para valas comuns, tendo as autoridades ucranianas e os seus aliados acusado os soldados russos de terem cometido esses crimes quando ocuparam a cidade.

Moscovo rejeitou qualquer responsabilidade e disse tratar-se de uma encenação de Kiev.

Além de referir as vítimas mortais e os danos nas infraestruturas da Ucrânia causados pela guerra, Guterres afirmou que ofensiva russa também levou ao deslocamento de mais de dez milhões de pessoas em apenas um mês, “o movimento populacional forçado mais rápido desde a Segunda Guerra Mundial”.

Também o impacto económico da ofensiva russa, visível na inflação dos preços dos alimentos, energia e fertilizantes, foi referido pelo secretário-geral das Nações Unidas, que frisou que as “pessoas apanhadas pela crise em todo o mundo não podem pagar o preço por esta guerra”.

“Como Secretário-Geral das Nações Unidas, é meu dever chamar a atenção do Conselho para os graves danos causados à economia global, particularmente para pessoas vulneráveis e países em desenvolvimento. (…) Já estamos a ver alguns países passarem da vulnerabilidade para a crise e sinais de grave agitação social”, alertou.

“No que diz respeito aos alimentos, pedimos a todos os países que mantenham os mercados abertos, resistam a ataques injustificados e restrições desnecessárias à exportação e disponibilizem reservas para países em risco de fome. Não é hora de protecionismo. (…) A nossa análise indica que 74 países em desenvolvimento, com uma população total de 1,2 mil milhões de pessoas, são particularmente vulneráveis ao aumento dos custos de alimentos, energia e fertilizantes”, salientou Guterres.

O ex-primeiro-ministro português pediu uma ação urgente do G20 e das instituições financeiras internacionais para aumentar a liquidez e o espaço fiscal para que os Governos possam fornecer redes de segurança para os mais pobres.

“As instituições financeiras internacionais devem entrar em modo de emergência. (…) A reforma que venho pedindo do sistema financeiro global está muito atrasada”, disse.

António Guterres lamentou ainda “profundamente (…) as divisões” que têm impedido o Conselho de Segurança de agir não apenas na Ucrânia, mas em relação a outras ameaças à paz e à segurança em todo o mundo.

“Exorto o Conselho a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para pôr fim à guerra e mitigar o seu impacto, tanto sobre o povo sofredor da Ucrânia, como sobre as pessoas vulneráveis e países em desenvolvimento ao redor do mundo”, concluiu.

A reunião de hoje do Conselho de Segurança da ONU contará com a presença do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que abordará o alegado massacre de civis por parte das forças russas em Bucha.

https://zap.aeiou.pt/zelenskyy-conselho-seguranca-onu-471712

 

“Nem Lisboa está segura ?” O sonho de Putin de “Eurásia unida” desde a capital lusa a Vladivostok !


O ex-presidente da Rússia e um dos homens de confiança de Vladimir Putin, Dmitry Medvedev, faz eco da propaganda política russa e apresenta a ideia antiga de construir uma “Eurásia unida desde Lisboa a Vladivostok” como uma das razões para a guerra na Ucrânia.

Esta declaração surge numa publicação de Medvedev no seu canal do Telegram e está a ser disseminada por vários órgãos de informação e pelas redes sociais.

O ex-presidente russo escreve que “mudar a consciência sangrenta e cheia de falsos mitos de uma parte dos ucranianos de hoje é o objectivo mais importante” desta guerra.

“O objectivo é a paz das futuras gerações de ucranianos e a oportunidade de finalmente construir uma Eurásia unida – de Lisboa a Vladivostok“, aponta ainda a terminar um texto que começa referindo-se a “falsidades” e à “verdadeira história”.

Medvedev fala do ataque a uma maternidade de Mariupol e do massacre em Bucha como casos “falsos” e produto “da cínica imaginação da propaganda ucraniana“.  

Segundo o ex-presidente russo, há Organizações Não-Governamentais e organizações governamentais geridas pelos “Governos ocidentais” a “cozinharem” estas alegadas mentiras por “grandes quantidades de dinheiro”. A sua intenção é “desumanizar a Rússia” e “denegrir” o país, defende.

Mas esta alegada desinformação também é uma prova de que o “ucranianismo profundo, alimentado pelo veneno anti-russo, é uma grande mentira”, refere Medvedev na publicação.

O homem de confiança de Putin fala em Otto von Bismarck e na Guerra Austro-Prussiana de 1866, bem como no “militarismo alemão” e no “monstro do nacional-socialismo” que “acabou por ser destruído apenas pelo Exército Vermelho em 1945”.

“O actual radical ucraniano cresceu atrás da bancada estudantil”, “com pensamentos de ódio por tudo o que é russo”, diz ainda.

“Em vez de se orgulhar das conquistas conjuntas de seus ancestrais, desde 1991, uma pseudo-história do estado ucraniano foi escrita em cima do joelho” e “a ideia de um único povo russo foi destruída” graças a uma galeria de “nazistas zoológicos, assassinos e colaboradores”, escreve também.

“Uma parte apaixonada de ucranianos tem orado pelo Terceiro Reich nos últimos 30 anos”, acrescenta, indo ao encontro da retórica russa que foi apresentada como pretexto para a invasão.

Medvedev salienta que “os símbolos nazistas são encontrados em quase todas as unidades militares da Ucrânia”, incluindo “até copos com suásticas”.

Assim, reforça “a meta de desmilitarização e desnazificação da Ucrânia” já anunciada por Putin. “Essas tarefas complexas não acontecem todas de uma vez” e “serão decididas não apenas nos campos de batalha”, aponta ainda.
“Então, agora nem Lisboa está segura?”

O antigo embaixador da Ucrânia na Áustria, Olexander Scherba, já reagiu às palavras de Medvedev, através do Twitter, com uma pergunta: “Então, agora nem Lisboa está segura?”.

Entretanto, o porta-voz da Agência de Segurança Interna da Polónia, Stanislaw Zaryn, também comentou a publicação de Medvedev, considerando que “é parte de uma mentira sistémica sobre as razões da guerra da Rússia contra a Ucrânia”.

“Ao mesmo tempo, o texto prova que para o Kremlin, a simples atitude dos ucranianos em relação à Rússia já é uma ameaça”, aponta Zaryn.

O responsável polaco também lembra que a ideia de uma “Eurásia unida” foi apresentada por Putin em 2010, num texto escrito para a imprensa alemã, onde falava da “criação de uma comunidade económica harmoniosa de Lisboa a Vladivostok“, cidade portuária russa junto à fronteira com a China e a Coreia do Norte.

Assim, prova-se “a continuidade da política imperial russa que visa outros países”, acrescenta Zaryn, considerando que é “cada vez mais agressiva”.

Mas a publicação de Medvedev “também deve ser vista como uma espécie de oferta política ao Ocidente para superar a guerra da Rússia contra a Ucrânia e voltar a fazer negócios com a Rússia”, destaca Zaryn.

Até porque “a propaganda russa vem pressionando o Ocidente desde o início da invasão, argumentando, entre outras coisas, que a política de sanções sobrecarrega principalmente os países ocidentais“, sublinha ainda, frisando que a publicação de Medvedev “está em conformidade com essas acções.

https://zap.aeiou.pt/putin-eurasia-lisboa-vladivostok-471668


Entretanto, também há guerra em Israel !


Outro tipo de guerra, mas já com 11 mortos em poucos dias. Há militares a patrulhar cidades. E há centenas de civis com armas, nas ruas.

Há mais de um mês que as atenções de quase todo o mundo se centram na Ucrânia, desde que se iniciou a invasão russa no dia 24 de Fevereiro. Talvez por isso o cenário de violência em Israel esteja a preencher menos os noticiários do que aconteceria noutro contexto internacional.

Não há guerra entre países em solo israelita, tal como acontece na Ucrânia. Mas aquele país não atravessava uma série de atentados tão violentos desde 2015. Em menos de duas semanas já morreram pelo menos 11 pessoas.

A violência passou a ser constante, a insegurança aumentou e, pela primeira vez nos últimos anos, há ruas de Jerusalém repletas de militares. O exército local está a patrulhar o centro de Jerusalém nesta semana, com militares espalhados também por outras cidades israelitas.

Mas as armas não estão apenas na posse dos militares. Há centenas de civis que passeiam pelas ruas com armas na mão – recomendação do primeiro-ministro Naftali Bennett.

Seguidores do Estado Islâmico estarão por detrás destes atentados. A autoria estará centrada em árabes nascidos em Israel e em palestinos da Cisjordânia.

Este cenário violento é uma consequência dos meses de desestabilização do Governo local.

No ano passado, num pós-eleições prolongado e complexo, foi formado um Governo de coligação que não inclui o partido mais votado: o Likud, liderado por Benjamin Netanyahu, que só elegeu 30 deputados num total de 120.

As eleições foram em Março e só em Junho – mesmo em cima do fim do prazo para apresentações de soluções governavas – Naftali Bennett passou a liderar um Executivo nunca visto, formado por oito partidos.

Há conversadores, há centristas, há esquerda, há movimento islamita no Governo. Tudo junto nesta coligação inédita.

Com tanta mistura, surgem declarações e orientações muito distantes umas das outras, sublinha o jornal El País. Muitas delas “perigosas”, controversas, que podem incitar à violência, num território que já é palco de conflitos e de tensão há séculos.

É um Governo “traidor” e ligado ao “movimento islamita”, alega a oposição, agora liderada por Benjamin Netanyahu.

Um Governo que terá sido surpreendido por esta sequência de atentados, orientados por árabes israelitas que matam em nome do Estado Islâmico.

Um Governo que, nas palavras, tem tentado mostrar uma postura de moderação mas que, nas ruas, tem permitido uma resposta forte e bem evidente das forças de segurança.

Ainda na sexta-feira passada, os militares invadiram um campo de refugiados para deter suspeitos – o movimento terminou com dois palestinos mortos. Estavam armados. No dia seguinte, três jovens palestinos também foram abatidos – iriam cometer um atentado pouco depois, diz a versão oficial.

E entretanto começou o Ramadão. Cerca de 170 mil trabalhadores palestinos já terão entrado em Israel, pela Cisjordânia e pela faixa de Gaza.

E vem aí a Páscoa dos judeus, que vai decorrer em simultâneo com o Ramadão, na próxima semana.

Há o risco evidente de uma “onda” de violência ainda mais grave, especialmente em Jerusalém.

https://zap.aeiou.pt/guerra-israel-471659


Novas sanções: UE quer proibir importação de carvão russo e transações com quatro bancos !


A Comissão Europeia propôs esta terça-feira uma proibição de importação pela União Europeia (UE) de carvão russo, que vale à Rússia quatro mil milhões de euros por ano, e a expulsão de quatro bancos russos do mercado financeiro europeu.

Em causa está um novo pacote de sanções proposto pelo executivo comunitário e anunciado à imprensa em Bruxelas pela líder da instituição, Ursula von der Leyen, visando tornar estas medidas restritivas “mais amplas e mais severas” para a economia russa, nomeadamente após as alegadas execuções de civis cometidas pelas tropas russas.

“Os quatro pacotes de sanções [anteriormente adotados pela UE] atingiram duramente e limitaram as opções políticas e económicas do Kremlin. Estamos a ver resultados tangíveis, mas claramente, tendo em conta os acontecimentos, precisamos de aumentar ainda mais a nossa pressão e, por isso, hoje, propomos dar mais um passo nas nossas sanções”, explicou a responsável.

Segundo Ursula von der Leyen, as novas sanções – que terão de ter aval dos Estados-membros – incluem “uma proibição de importação de carvão proveniente da Rússia, no valor de quatro mil milhões de euros por ano”, com vista a “cortar outra importante fonte de receitas para a Rússia”.

A Rússia é responsável por cerca de 45% das importações de gás da UE, bem como por cerca de 25% das importações de petróleo e por 45% das importações de carvão europeias. 

Ursula von der Leyen revelou inclusive que a UE está já a “trabalhar em sanções adicionais, incluindo sobre importações de petróleo, e a refletir sobre algumas das ideias apresentadas pelos Estados-membros, tais como impostos ou canais de pagamento específicos, tais como uma conta caucionada”.

Além disso, depois de a UE ter excluído sete grandes bancos russos do sistema de internacional de comunicações bancárias SWIFT, num anterior pacote de sanções, a Comissão quer agora “uma proibição total de transações em quatro bancos-chave russos entre eles o VTB, o segundo maior banco russo”, instituições que representam 23% do setor bancário da Rússia.

O objetivo é, de acordo com a presidente da instituição, “enfraquecer ainda mais o sistema financeiro russo”.

Ainda no que toca às importações, são propostas “novas proibições específicas” em produtos desde a madeira ao cimento, dos frutos do mar ao licor, num valor de 5,5 mil milhões de euros, de forma a “cortar o fluxo de dinheiro da Rússia e dos seus oligarcas”, explicou Von der Leyen.

Outras medidas incluídas neste novo pacote de sanções referem-se à proibição de acesso aos portos da UE pelos navios russos e operados pela Rússia – prevendo-se isenções para produtos essenciais como agrícolas e alimentares, ajuda humanitária e energia -, e aos operadores de transporte rodoviário russos e bielorrussos.

São ainda abrangidas “mais proibições de exportação específicas, no valor de 10 mil milhões de euros, em áreas em que a Rússia é vulnerável”, anunciou Ursula von der Leyen, aludindo aos computadores quânticos, semicondutores avançados, maquinaria e equipamento de transporte sensível.

Ao mesmo tempo, está previsto um alargamento dos indivíduos incluídas na lista de sanções, bem como uma proibição geral na UE de participação de empresas russas em concursos públicos nos Estados-membros, “porque o dinheiro dos impostos europeus não deve ir para a Rússia, seja sob que forma for”, adiantou Von der Leyen.

Um dia depois de ter anunciado uma investigação da UE a alegados crimes cometidos em Bucha e noutras cidades ucranianas pelas tropas russas, a responsável anunciou hoje este pacote de sanções argumentando que “estas atrocidades não podem e não serão deixadas sem resposta”.

“É importante manter a máxima pressão sobre (o Presidente russo Vladimir) Putin e o governo russo neste ponto crítico”, concluiu Ursula von der Leyen.

A retirada das tropas russas do norte de Kiev permitiu ver indícios de alegadas execuções sumárias de várias centenas de civis no subúrbio de Bucha e noutras áreas.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

https://zap.aeiou.pt/ue-quer-proibir-importacao-carvao-russo-471642


terça-feira, 5 de abril de 2022

O Partido Comunista Chinês vai abrir uma escola no metaverso !


O Governo chinês também se deixou conquistar pelo metaverso. Recentemente, o Partido Comunista Chinês lançou uma escola no mundo virtual.

De acordo com o South China Morning Post, que cita o Governo chinês, a escola virtual será uma forma mais eficaz de educar os atuais e futuros camaradas a “construir o partido”.

A iniciativa é decorrente do crescente interesse no metaverso, “que explodiu durante a pandemia de covid-19, quando jogos como Fortnite, Roblox e Animal Crossing: New Horizons se tornaram destinos populares para interações pessoais” na China.

Como consequência, a Academia Chinesa de Governação – uma instituição dedicada à formação de funcionários públicos dentro da doutrina e princípios do Partido Comunista – acredita que um mundo virtual será “uma forma mais flexível e poderosa de fazer um trabalho de construção de partidos”.

Ainda não é claro quem serão os alunos desta escola. O comunicado de imprensa, publicado na rede social chinesa WeChat, refere apenas que será um mundo de realidade virtual acessível que transportará os estudantes para “atividades virtuais, incluindo palestras e lições de história“.  

“Os participantes aparecem como avatares digitais tridimensionais e podem estudar relíquias históricas e montar instalações, tudo em 3D”, lê-se.

Esta não é a primeira vez que o Partido Comunista Chinês adota a realidade virtual como uma forma de “evangelizar” as virtudes do pensamento de Mao e daqueles que o seguiram.

Segundo o diário, um ramo do partido numa cidade no leste da China utilizou realidade virtual para “reforçar a lealdade dos quadros ao partido“, pedindo às pessoas que colocassem óculos de RV “para responder a uma série de perguntas baseadas num documentário que lhes foi mostrado sobre os heróis comunistas”.

Esta experiência será ligeiramente diferente: a escola virtual será um mundo mais “persistente”, que tornará mais fácil doutrinar e ensinar os estudantes.

https://zap.aeiou.pt/china-escola-metaverso-471225


Elon Musk compra 9% do Twitter !

Proprietário da Tesla passa a ser um dos maiores accionistas no Twitter, poucos dias depois de ter criticado aquela rede social.


Elon Musk já mexeu no arranque da semana no mercado nos Estados Unidos da América, ao ser anunciado que o milionário tem 9,2% das acções do Twitter.

O documento foi divulgado nesta segunda-feira, uma informação oficial entregue à Comissão de Segurança e Câmbio local.

O proprietário da Tesla tem agora 73.486.938 ações do Twitter. Olhando para o valor do Twitter na sexta-feira passada, no fecho do mercado, isso corresponde a cerca de 2.6 mil milhões de euros.

É considerada uma participação passiva (embora significativa), mas mesmo assim as acções do Twitter subiram logo mais de 25% no pré-mercado de Nasdaq, em Nova Iorque.

Na CNBCm o analista Dan Ives avisou: “Musk poderá tentar adoptar uma postura mais agressiva no Twitter”.
https://www.cnbc.com/2022/04/04/twitter-shares-soar-more-than-25percent-after-elon-musk-takes-9percent-stake-in-social-media-company.html

Curiosamente, estes números surgem poucos dias depois de o próprio Elon Musk ter dito que estava a pensar “seriamente” sobre a criação de uma nova rede social.

Musk tinha perguntado aos seus seguidores acham o Twitter “rigoroso” no que diz respeito à liberdade de expressão – mais de 70% das pessoas que responderam disseram que não.

“O Twitter funciona como praça pública da cidade. Se falha em aderir ao princípio da liberdade de expressão, basicamente isso mina a democracia. O que deveria ser feito?”, questionou.

https://zap.aeiou.pt/elon-musk-compra-twitter-471292

 

Kiev afirma que Moscovo aceitou “oralmente” propostas ucranianas !


Reunião presencial com Zelenskyy e Putin pode acontecer na Turquia, apesar de ainda não haver uma data para o encontro.

O principal negociador da Ucrânia nas negociações de paz com a Rússia, David Arakhamia, disse este sábado que Moscovo aceitou “oralmente” as principais propostas ucranianas, acrescentando que Kiev aguarda agora confirmação por escrito.

Em declarações transmitidas pela televisão, David Arakhamia deu a entender que as negociações destinadas a acabar com as hostilidades fizeram progressos significativos.

“A Federação Russa deu uma resposta oficial a todas as posições [ucranianas], nomeadamente que as aceita, exceto no que diz respeito à questão da Crimeia“, anexada por Moscovo em 2014, assegurou Arakhamia. Embora “não haja confirmação oficial por escrito“, o lado russo aceitou “oralmente”, acrescentou.

O negociador também disse que se uma reunião entre os presidentes ucraniano, Volodymyr Zelensky, e russo, Vladimir Putin, acontecer, “provavelmente” na Turquia.

O chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan, que esta semana recebeu as delegações russa e ucraniana no seu país, “telefonou-nos e a Vladimir Putin” na sexta-feira, dizendo que acolheria tal reunião, disse.

“Não sabemos a data ou o local, mas pensamos que o local provavelmente será Ancara ou Istambul”, observou Arakhamia.

Desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, Zelenskyy pediu repetidamente conversas individuais com Putin.

O negociador ucraniano enfatizou que Moscovo concordou, durante as negociações, que um referendo sobre a neutralidade da Ucrânia seria “a única saída para esta situação”.

https://zap.aeiou.pt/kiev-afirma-que-moscovo-aceitou-oralmente-propostas-ucranianas-471150


Chuvas torrenciais provocam 14 vítimas mortais no Rio de Janeiro !


Cinco pessoas continuam desaparecidas. As fortes chuvas em todo o estado do Rio de Janeiro começaram na noite de quinta-feira, com casas e, por vezes, bairros inteiros inundados.

Pelo menos 14 pessoas, incluindo oito crianças, morreram devido a deslizamentos de terra e inundações causadas pelas chuvas torrenciais no estado brasileiro do Rio de Janeiro, informaram no sábado as autoridades locais. Cinco pessoas continuam desaparecidas. O balanço anterior feito pelas autoridades era de pelo menos oito mortos e uma dúzia de desaparecidos.

De acordo com os dados atualizados da Defesa Civil do Rio de Janeiro, sete das 14 mortes ocorreram na cidade turística de Paraty, no litoral do estado de São Paulo, seis em Angra dos Reis, e um em Mesquita.

O deslizamento de terra na paradisíaca praia de Ponta Negra, em Paraty, enterrou sete membros da mesma família, uma mãe e seus seis filhos. Um helicóptero foi enviado para o local, que não tem acesso nem por mar por causa das rochas que o cercam, nem por estrada.

Na vizinha Angra dos Reis, seis pessoas morreram, incluindo duas crianças, cinco ficaram feridas e outras cinco continuam desaparecidas devido a outro deslizamento de terras que soterrou quatro residências no bairro de Monsuaba, próximo ao litoral da parte continental do município, também formado por uma ilha.  

Em Mesquita, na região metropolitana do Rio de Janeiro, um homem foi electrocutado ao tentar resgatar uma pessoa que estava isolada numa residência inundada pelas chuvas. Outros municípios do estado de Rio de Janeiro, como Mangaratiba e Sacuarema, declararam situação de “alerta vermelho” porque a previsão do tempo indica chuva até segunda-feira.

As mortes e desaparecimentos ocorrem dois meses após a tragédia causada pelas tempestades de verão na região serrana do mesmo estado, que causou 233 mortos, a maioria na cidade de Petrópolis.

As fortes chuvas em todo o estado do Rio de Janeiro começaram na noite de quinta-feira e continuaram até à manhã de domingo, com casas e, por vezes, bairros inteiros inundados. Angra registou 800 mm de chuva em 48 horas, “níveis nunca antes registados”, segundo as autoridades municipais que mobilizaram todas as equipas para socorrer a população.

Especialistas alertam que a estação chuvosa no Brasil é agravada pelo fenómeno La Niña (o resfriamento cíclico do Oceano Pacífico) e pelo impacto das mudanças climáticas.

https://zap.aeiou.pt/chuvas-torrenciais-provocam-14-vitimas-mortais-no-rio-de-janeiro-471144


Rússia vai deixar de cooperar com a Estação Espacial Internacional !


Russos exigem levantamento de todas as “sanções ilegais” para reatar das relações de cooperação.

A agência espacial russa anunciou ontem que vai terminar a sua cooperação com a Estação Espacial Internacional (ISS), a Agência Espacial Europeia e a NASA, numa reação imposta pelos diversos países do ocidente em função da invasão da Rússia à Ucrânia. No Twitter, Dmitrii Rodozin, diretor da da agência espacial russa Roscosmos, explicou que o “o objetivo das sanções é aniquilar a economia russa, mergulhar o povo russo em desespero e na fome, e fazer com que o país caia de joelhos”. “É evidente que não o conseguirão fazer, mas as intenções são claras.”

O responsável prosseguiu, esclarecendo que as as relações que existiam anteriormente só poderão ser reestabelecidas quando as “sanções ilegais” forem levantadas na sua totalidade e de forma “incondicional”. Como consequência desta posição, as autoridades russas deverão divulgar brevemente “propostas de datas concretas para a conclusão da cooperação com as agências espaciais dos Estados Unidos, Canadá, União Europeia e Japão”.

Esta posição já era esperada, depois do diretor da agência russa, próximo de Vladimir Putin, ter anunciado que as sanções estavam a colocar em causa o desenvolvimento da Rosmos e que podiam levar à destruição da parceria entre a Rússia e a Estação Espacial Internacional, nascida em 1998 após 13 de negociações.

O jornal Público, que sita a agência noticiosa Efe, escreve que a Rosmos apresentara um ultimato à NASA, à Agência Espacial Europeia e à Agência Espacial Canadiense no sentido que estas levantassem até 31 de março as sanções que tinham imposto às duas organizações sob sua alçada: a TsNIIMash, um centro de investigação de engenharia mecânica, e o TsSKB-Progress, que desenvolve foguetes espaciais. 

A partir das respostas ficou perceptível a intransigência dos organismos ocidentais, com as autoridades russas a lerem a posição como um bloqueio económico.

De acordo com planos anteriormente anunciados, a Rússia deveria ficar na Estação Espacial Internacional até 2024, com a previsão do lançamento da sua própria estação após essa data. A separação foi acelerada pela invasão à Ucrânia e o isolamento que os países ocidentais estão a impôr à Rússia. Restam agora dúvidas quanto ao futuro da estrutura, com Rogozin a afirmar que esta fica condenada sem a Rússia, já que o país fornece não só o combustível como também elabora a previsão das colisões, por exemplo.

https://zap.aeiou.pt/russia-vai-deixar-de-cooperar-com-a-estacao-espacial-internacional-471142


segunda-feira, 4 de abril de 2022

Doença “zombie” está a matar veados no Canadá !


A Doença Emaciante Crónica (CWD, na sigla em inglês) pode ter impactos ecológicos e de conservação num futuro próximo.

A infeção, debilitante e altamente transmissível, está a espalhar-se pelas populações de veados no Oeste do Canadá.

“Há uma epidemia da Doença Emaciante Crónica em Alberta e em Saskatchewan – e já está em curso”, disse a especialista Margo Pybus, investigadora da Universidade de Alberta e colaboradora no Governo da cidade. “Esta epidemia está a assolar veados.”

No Canadá, a doença surgiu, pela primeira vez, em 1996, numa quinta de alces em Saskatchewan, tendo-se depois espalhado por populações selvagens. Alberta confirmou o seu primeiro caso em dezembro de 2005 num veado selvagem, um animal de caça apanhado perto da fronteira de Saskatchewan.

Segundo a VICE, a doença foi detetada através de uma amostra submetida no âmbito do programa de vigilância de caçadores, em que estes fornecem amostras de animais para verificar a existência desta patologia.

“Temos vindo a vigiar constantemente a doença desde 2005”, disse Pybus. “Agora, estamos a ver a CWD a invadir os limites do leste de Edmonton, Red Deer, e Calgary.” A maioria das infeções foi detetada em Alberta e Saskatchewan, mas Manitoba relatou o seu primeiro caso selvagem em finais de 2021.

A Doença Emaciante Crónica pertence a uma classe única de agentes patogénicos chamada priões, a mesma classe de doenças a que pertence a encefalopatia espongiforme bovina (BSE), mais comummente conhecida como doença das vacas loucas.

Ao contrário das bactérias e dos vírus que “sequestram” as células hospedeiras, não está envolvida qualquer informação genética numa infeção por CWD. Os priões não contêm genes – são compostos por aminoácidos como qualquer outra proteína.

Apesar de os veados serem o hospedeiro mais comum da doença na América do Norte, a patologia é capaz de infetar qualquer cervídeo.

Os animais infetados acabam por adoecer, ficando magros e muito fracos. Podem perder o medo de humanos e outros predadores, tropeçar devido à má coordenação, exibir sinais de depressão, mudanças de comportamento e paralisia. Estes sintomas levam muitas pessoas a referirem-se à CWD como “doença zombie“.

https://zap.aeiou.pt/doenca-zombie-esta-a-matar-veados-no-canada-470534


Ucrânia reconquista totalidade da região de Kiev - Manobra revela rasto de horror russo !


Chegada de jornalistas aos locais reconquistados revelou ao mundo algumas das atrocidades cometidas durante a ocupação russa.

As tropas ucranianas anunciaram ao fim do dia de ontem a reconquista da totalidade de Kiev, dando força aos relatos de que os soldados russos estão a recuar nas imediações da capital para um eventual reposicionamento. Uma notícia que poderia ser positiva para o regime de Zelenskyy, não fosse o rasto de horror deixado para trás pelos russos nas cidades que há semanas permaneciam sob seu controlo.

De acordo com o que os ucranianos vinham a dizer nos últimos dias, a reconquista permitiu a libertação de cerca de 30 cidades, mas tal não deveria levar a população sobrevivente a abandonar os territórios, já que nas estradas haviam sido deixadas minas terrestres.

“As casas estão minadas, o equipamento está minado, até os cadáveres” anunciou o presidente do país numa declaração feita ontem e citada pelo Público. Na aldeia de Dmitrivka, perto de Kiev, foram encontrados mais de 1500 engenhos, avançaram as autoridades locais.

As revelações da barbárie russa foi acontecendo ao longo do dia de ontem através das câmaras de jornalistas que avançaram pelos territórios reconquistados. Na cidade de Bucha, os correspondentes da AFP encontraram 20 cadáveres nas ruas, alguns dos quais haviam sido alvejados e mutilados. As imagens mostram ainda corpos com as mãos atadas, sugerindo execuções durante a ocupação russa.

As imagens deverão integrar os registos ucranianos de crimes de guerra cometidos pelos russos e que serão entregues às autoridades internacionais tendo em vista a responsabilização dos seus oficiais e decisores políticos.

Há ainda relatos de que 280 corpos foram enterradas em “valas comuns” na mesma cidade por forças ucranianas, que dizem ser impossível fazê-lo nos três cemitérios do município, por estarem ao alcance dos militares russos.

“Em algumas ruas, pode-se ver 15 a 20 corpos no chão”, mas “não posso dizer quantos mais há nos quintais, atrás das vedações”, avançou o presidente da câmara Anatoly Fedoruk, por telefone, à agência AFP. “Enquanto os desminadores não os tiverem vindo verificar, não é aconselhável apanhá-los” porque podem estar armadilhados, disse.

É expectável que as forças russas se concentrem no Donbass, onde o país invasor pretende expandir e anexar o território controlado pelos rebeldes desde 2014. Ao contrário da versão partilhada pelas forças, que atribuem a mudança a questões táticas, os restantes países acreditam que o reposicionamento se deve a falhas na ofensiva russa, cujo plano inicial era chegar a Kiev e depor o Governo de Zelenskyy.

No entanto, passado mais de um mês da invasão, tal avanço nunca aconteceu.

As atenções da Ucrânia viram-se também para a frente Leste, onde, reconhece o presidente, os russos têm uma vantagem em termos de armamento e até de meios humanos. “Batalhas difíceis ainda nos esperam, não podemos pensar que já passámos por todos os testes”, realçou. É também expectável o reforço dos efetivos russos na região.

https://zap.aeiou.pt/ucrania-reconquista-totalidade-da-regiao-de-kiev-manobra-revela-rasto-de-horror-russo-471132


Musk revela equação para avaliar se uma ideia de negócio é viável !

Elon Musk, o bilionário visionário fundador do PayPal, Tesla e SpaceX

Elon Musk revelou as três perguntas a fazer de forma a tentar perceber se uma ideia de negócio é viável ou não. Tempo, recursos e matérias-primas estão na base.

Quando o assunto é inovação, Elon Musk é um verdadeiro mestre. Musk abriu em 2002 a sua primeira empresa, a Zip2. Vendeu-a à Compaq cinco anos mais tarde por 340 milhões de dólares, que usou para fundar o primeiro banco online do mundo. Este deu origem ao famoso PayPal, que vendeu ao eBay por 1,5 mil milhões de dólares. Além disso, fundou as já mundialmente conhecidas Tesla e SpaceX.

Como uma espécie de toque de Midas, Musk parece que consegue transformar qualquer ideia numa empresa viável.

Apesar das inúmeras empresas que ajudou a fundar e em que investiu, o controverso bilionário nascido na África do Sul não segue todas as ideias que lhe aparecem à frente. Em vez disso, escolhe-as criteriosamente através da sua “equação de inovação”, escreve a revista Inc.

“O que importa é o ritmo de inovação, acesso a recursos e matérias-primas”, disse Elon Musk em entrevista com Lex Fridman, investigador de Inteligência Artificial no MIT.

Seguem-se então três questões básicas:
Quanto tempo é que lhe vai demorar a construir?
Você tem acesso aos recursos certos?
Você consegue obter as matérias-primas necessárias?

Esta é a resposta de Musk ao chamado “O Dilema do Fundador”, livro da autoria de Noam Wasserman, da Harvard Business School.

Por outras palavras, a “equação de inovação” de Elon Musk pode traduzir-se por: tempo mais pessoas mais materiais é igual a capacidade de inovar.

https://zap.aeiou.pt/musk-equacao-avaliar-ideia-negocio-470525



Deputados russos perdem fortunas, casas e até família devido às sanções do Ocidente !

Duma, a câmara baixo do Parlamento russo.
Vários deputados russos vão perder as fortunas e as propriedades que têm no Ocidente — em alguns casos, até familiares — devido às sanções.

A União Europeia e os Estados Unidos impuseram sanções aos deputados da Duma, a câmara baixa do Parlamento russo, que aprovaram por unanimidade a invasão da Ucrânia.

Os Estados Unidos anunciaram novas sanções congelando ativos de deputados da Duma, elites e de 48 empresas do setor da defesa russa.

“O presidente Biden pretende anunciar as sanções a mais de 300 membros da Duma russa na quinta-feira, durante a sua viagem à Europa, onde se reunirá com aliados da NATO – Organização do Tratado do Atlântico Norte para formular os seus próximos passos”, escreveu o The Wall Street Journal, na semana passada.

Os deputados russos veem os seus bens e contas bancárias congeladas, e a sua entrada nesses países proibida. O site de jornalismo independente russo Insider escreve que isto revela-se um problema para muitos deputados que têm negócios, contas bancárias e até família no Ocidente.

Vladislav Reznik é um deles. O deputado propôs recentemente tornar confidenciais todos os dados sobre os funcionários do Governo sujeitos a sanções ocidentais, incluindo os seus familiares e as suas declarações oficiais de rendimentos e bens.

A proposta tem em conta os seus próprios interesses. Reznik tem vindo a ganhar quase 94 milhões de rublos por ano (cerca de 985 mil euros), tem uma casa de 2.765,9 metros quadrados e alguns carros Mercedes no Ocidente.

O filho mais novo do deputado, Daniel Vladislavovich Reznik, que tem autorização de residência estrangeira e dupla cidadania norte-americana.

Também a sua esposa, Diana Gindin, é portadora de documentos dos EUA, assim como proprietária de um apartamento em Miami, avaliado em 3,4 milhões de euros. Gindin tem ainda empresas registadas em seu nome na Rússia, sendo que uma delas está envolvida num escândalo de corrupção.

A proibição de viajar para os países que impuseram as sanções é algo que não agrada a Reznik. O seu recente historial mostra que o deputado viajava regularmente para Viena, Lyon, Madrid, Barcelona, Zagreb, Copenhaga, Paris, Florença e até mesmo Lisboa.

O seu filho mais velho, Alexander, estudou em Nova Iorque e viveu em Londres. Assim como o pai, viaja para Dubai, Grécia, República Checa, Itália, Alemanha e Países Baixos. No entanto, para já, os familiares dos deputados não são abrangidos pelas sanções do Ocidente.

Leonid Simanovsky é outros dos deputados largamente afetados pelas sanções.

Quando era candidato nas eleições à Duma, em setembro, Simanovsky tinha quase 5 mil milhões de euros nas suas contas. Este montante seria suficiente para pagar o seu salário de deputado durante mil anos. Ainda assim, o magnata recebe um salário 300 vezes superior à média da Duma.

Como acionista da Novatek, Simanovsky pressiona os interesses do maior produtor privado de gás do país no Parlamento russo.

De acordo com o Insider, Svetlana Simanovskaya, filha de 47 anos de Leonid, aparece no banco de dados de indivíduos com dupla cidadania e autorização de residência no estrangeiro. O oligarca enviou a sua filha para morar na Suíça há já vários anos.

https://zap.aeiou.pt/deputados-russos-fortunas-casas-familia-470546


É ilegal ser tatuador na Coreia do Sul - Artistas arriscam multas e prisão !


O Tribunal Constitucional de Seul, na Coreia do Sul, confirmou, esta quinta-feira, que continua a ser proibido tatuar no país.

Assim, as tatuagens continuam a ser consideradas um procedimento médico e só podem ser realizadas por profissionais de saúde. Isto é uma realidade desde 1992.

“O conhecimento médico limitado e as habilidades envolvidas na tatuagem não podem garantir os níveis de tratamento que os profissionais médicos podem fornecer, tratamento que pode ser necessário antes ou depois do procedimento”, concluiu o tribunal.

Durante centenas de anos, as tatuagens foram praticamente um tabu na Coreia do Sul. Hoje, embora se fale mais sobre isso, continuam a ser olhadas de lado. Apesar de a prática existir entre os coreanos há pelo menos 1.500 anos, a cultura neoconfucionista da Dinastia Joseon (1392-1910) acabou com ela.

As crenças culturais ditavam que os corpos não devem ser mutilados ou decorados de outra forma, uma vez que são presentes dos pais.

Além disso, as tatuagens tinham um sentido pejorativo. Criminosos tatuavam os seus crimes na pele e alguns escravos tinham os nomes dos seus senhores inscritos na pele.

Face ao recente veredito do Tribunal Constitucional de Seul, um sindicato de cerca de 650 tatuadores condenou a decisão, escreve a VICE. Os artistas consideram que esta é uma decisão “retrógrada”.

“É quase uma piada, farsa o suficiente para fazer as pessoas rirem”, disse o líder do sindicato e tatuador Kim Do-yoon. “Eles não convencem ninguém de que a tatuagem é uma atividade médica. Ninguém pensa assim”.

Todos os anos, milhares de tatuadores trabalham clandestinamente e arriscam não só multas, como também penas de prisão.

Desde abril do ano passado, pelo menos seis artistas foram condenados a cumprir uma pena de prisão, que normalmente ronda os dois anos.

“A lei não reflete a realidade. O número de pessoas que se tatuam está a crescer rapidamente. As pessoas querem ser tatuadas por tatuadores, não por médicos”, disse Lim Bo-lan, diretor da Korea Tattoo Federation.

https://zap.aeiou.pt/ilegal-ser-tatuador-na-coreia-do-sul-470964


domingo, 3 de abril de 2022

Papa Francisco está a considerar visitar Kiev e deixa duras críticas ao regime russo !


Pontífice referiu-se às atrocidades de guerra como eventos que se julgavam no passado e criticou a Rússia, um país apanhado em reivindicações anacrónicas de interesses nacionalistas.

O Papa Francisco admitiu a possibilidade de visitar Kiev e deixou críticas implícitas a Vladimir Putin e ao regime russo face à invasão da Ucrânia pelas forças russas. As declarações do chefe da igreja Católica foram feitas no âmbito da sua viagem a Malta, na qual admitiu estar a refletir sobre o convite que lhe foi endereçado por Volodymyr Zelenskyy, presidente da Ucrânia, e o autarca da capital, para que visite Kiev. Os líderes religiosos ucranianos também se juntaram ao convite.

Aquando da iniciativa, o Vaticano confirmou a recepção de uma carta e adiantou que o Papa estava a rezar pelo povo ucraniano, apesar de não fazer qualquer referência a planos futuros.

O pontífice foi confrontado pelos jornalistas acerca desdes desenvolvimentos a bordo do avião que o levou até Malta. “Sim, está em cima da mesa“, respondeu, sem adiantar mais detalhes. Mais tarde, num discurso onde teceu duras críticas políticas, Francisco tratou de questionar as dinâmicas da guerra. “Desde o leste da Europa, desde a guerra do nascer do Sol, as negras sombras da guerra espalham-se. Pensávamos que a invasão de outros países, combates de rua intensos e ameaças nucleares eram memórias de um passado distante”, começou por dizer.

“No entanto, os ventos frios da guerra, que apenas trazem morte, destruição e ódio no seu rasto, varreram fortemente a vida de muitas pessoas e afetaram-nos a todos”, prosseguiu, citado pelo The Guardian. “Novamente, uma potência, tristemente apanhada em reivindicações anacrónicas de interesses nacionalistas, está a provocar e a fomentar conflitos, enquanto as pessoas comuns sentem a necessidade de construir um novo futuro que ou será partilhado, ou não será de todo”.

Anteriormente, Francisco já havia descrito a guerra na Ucrânia como uma “agressão injustificada“, tendo também denunciado as “atrocidades” que estão a ser cometidas naquele território. Estrategicamente, escolheu não mencionar a Rússia ou atribuir ao país responsabilidades pelo conflito.

Caso a viagem de chefe da igreja Católica se confirme será a terceira de líderes políticos a solo ucraniano desde que a guerra teve início. Os primeiros-ministros da Polónia, República Checa e Eslovénia foram os primeiros a fazê-lo, a 16 de março, com o objetivo de mostrar solidariedade com a população ucraniana. Mais recentemente, Roberta Metsola, presidente do parlamento europeu, também visitou Kiev, onde se reuniu com Zelenskyy e prometeu ajudar a reconstruir o país.

Francisco tem 85 anos e na sua viagem a Malta usou pela primeira vez uma plataforma elevatória para sair do avião que o transportou – tendo permanecido sentado durante algumas partes do seu percurso no papamóvel. O Vaticano anunciou no passado que o também chefe de Estado sofre de dor ciática e inflamações no joelhos, as quais já duram há meses.

https://zap.aeiou.pt/papa-francisco-esta-a-considerar-visitar-kiev-e-deixa-duras-criticas-ao-regime-russo-471119


Bósnia pode ficar sem televisão pública !


Contas bancárias da emissora pública da Bósnia-Herzegovina estão bloqueadas. Responsáveis deixaram apelo urgente ao Governo.

Os sinais já tinham sido noticiados no ano passado: em Junho, pouco depois do Festival Eurovisão da Canção 2021, a emissora pública da Bósnia-Herzegovina admitiu que dificilmente iria regressar ao evento em breve.

A última participação de artistas bósnios no Festival Eurovisão decorreu em 2016, quando ficaram “à porta” da final: 11.º lugar na primeira meia-final, quando passaram 10 comitivas. Foi a primeira vez que a Bósnia falhou a presença na final.

O melhor resultado da Bósnia-Herzegovina na Eurovisão foi um terceiro lugar, em 2006. Mas esses tempos já pertencem a outro contexto.

A Radio-televizija Bosne i Hercegovine (BHRT) admitiu no Verão passado que as dívidas à União Europeia de Radiodifusão e a falta de meios financeiros para participar no evento iriam continuar a manter o país longe do festival.  

“Ainda hoje, e nos próximos anos, a BHRT tem à sua disposição uma equipa de profissionais, produção e capacidades técnicas. Mas, infelizmente, a BHRT não possui os meios para financiar a participação neste programa de televisão espectacular e caro”, comentou um responsável pela estação.

A BHRT “sobrevive” graças a uma taxa de licença. Mas essa receita não é suficiente para o canal que tem acumulado um prejuízo de dezenas de milhões de euros.

Agora, meses depois, a BHRT poderá mesmo fechar. O portal ESC Portugal indica que as sanções impostas pela União Europeia de Radiodifusão colocam esse cenário como provável.

A estação continua com problemas financeiros graves e as suas contas bancárias comerciais foram bloqueadas pelos bancos locais.

Os responsáveis pela BHRT pediram ao Governo bósnio uma intervenção urgente para que não feche portas, nomeadamente o pagamento da receita proveniente da taxa de audiovisual cobrada pelo Estado.

A emissora considera que a Rádio Televisão da Republika Srpska – também estatal – não cedeu as receitas da taxa obtidas naquela região da Bósnia-Herzegovina.

https://zap.aeiou.pt/bosnia-pode-ficar-sem-televisao-publica-470171


O que é mais perigoso: Rússia derrotada ou Rússia humilhada ?


Major-general Arnaut Moreira vê um impasse militar, explica porque as negociações se prolongam e pede contenção a Joe Biden.

Ao fim de um mês de guerra na Ucrânia, os dois lados têm que cair na realidade: há um impasse militar.

A conclusão, que não é nova, foi comentada pelo major-general Arnaut Moreira, num programa da rádio Observador.

As forças russas acusam um “certo desgaste” e os seus objectivos, sobretudo os que foram traçados pelos militares que saíram da Bielorrússia e do nordeste da Rússia, “não produziram os efeitos desejados”.

Há pequenos avanços e pequenos recuos, “como se ambas as partes estivessem à espera de um reforço extra para poder desbloquear a situação militar”.
 
As negociações não têm chegado a um desfecho positivo “também porque não há uma linha muito clara sobre possíveis sucessos militares imediatos. Ambas as partes não querem chegar a um compromisso político sem haver uma vantagem militar sustentada. As negociações arrastam-se”, analisou.

As negociações arrastam-se, a guerra também, e o major-general sublinha dois factores importantes.

O prolongamento da guerra e de imagens de tragédia começou a “anestesiar” a opinião pública ocidental. “A opinião pública já se começa a distanciar, começam a aparecer outras notícias que também suscitam interesse. Para Zelenskyy era importante manter o foco na guerra”.

Por outro lado, as forças russas – com excepção da região Sul – têm tido grandes dificuldades. “Andam à procura de reforços militares e isso tem implicações políticas a nível interno, na Rússia”, descreveu.

Arnaut Moreira foi questionado sobre a alegada intenção de Vladimir Putin, presidente da Rússia, de dividir a Ucrânia em duas nações.

“A Rússia quis preparar a criação de repúblicas separatistas no Sul da Ucrânia, que servissem de tampão entre a Ucrânia que restasse e a Crimeia. Seria para não haver fronteiras directas entre Ucrânia e Crimeia. Mas estão a reivindicar mais territórios do que aqueles que realmente conquistam no terreno”, analisou.

Além disso, a luta das populações ucranianas tem evidenciado que “não há simpatia com os russos”.

Oeste e Biden

No terreno, a Rússia continua com capacidade para conseguir várias vitórias militares no Leste da Ucrânia.

Já no Oeste, a Rússia sabe que as forças ucranianas estão a ser reabastecidas pelo Ocidente – por isso, continuará a haver bombardeamentos a cidades no Oeste que tenham depósitos. “Mas não se vê um conjunto de forças russas suficiente para dominar o Oeste da Ucrânia”, acredita.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos da América, não se tem controlado nos discursos públicos e já disse que Putin é um “carniceiro”.

O major-general sugere contenção: “Biden tem mostrado mais sentimentos pessoais e não enquanto presidente”.

“Biden preocupa-se com a tragédia mas deve ser suficientemente racional para encontrar uma saída – que respeite os grandes objectivos da Ucrânia e que permita também ao Kremlin uma saída desta aventura”, acrescentou.

Por fim, e ainda na sequência de palavras como estas, Arnaut Moreira deixou um alerta: “Não sei o que é mais perigoso: uma derrota militar da Rússia na Ucrânia ou uma Rússia que saia, sem derrota militar, mas com uma humilhação”.

https://zap.aeiou.pt/russia-derrotada-humilhada-470159


Roman Abramovich e dois negociadores ucranianos terão sido envenenados !


Milionário russo com sintomas de envenenamento, tal como negociadores ucranianos. Ideia não era matar os três homens.

Três negociadores, dois ucranianos e um russo, que participam nos diálogos entre Rússia e Ucrânia na tentativa de estabelecer um acordo de paz, apresentaram sinais de envenenamento.

O negociador russo em causa é Roman Abramovich, o milionário que até há poucos dias era proprietário do Chelsea.

A indicação surgiu nesta segunda-feira no jornal The Wall Street Journal, que revela que a aparente tentativa de envenenamento decorreu no início de Março, em Kiev, depois de um encontro na capital da Ucrânia.

Fontes próximas contaram ao jornal que os visados apresentaram olhos vermelhos, lacrimejar constante e doloroso, descamação da pele na cara e nas mãos.

O portal Bellingcat adiantou pormenores: houve elementos químicos nesta tentativa de envenenamento, que se verificou na madrugada de 4 de Março.

Os três negociadores saíram da reunião, foram para um apartamento em Kiev e foi aí que começaram a sentir os sintomas, que se prolongaram durante toda a madrugada.

Roman Abramovich ficou sem ver durante algumas horas, revelou fonte próxima ao jornalista Shaun Walker, do jornal The Guardian.

Os três homens terão apenas comido chocolate e bebido água, nas horas anteriores.

Os sintomas foram desaparecendo ao longo da semana seguinte e os visados estão bem.

As análises realizadas por especialistas confirmam que esta foi uma tentativa intencional de envenenamento, utilizando um elemento químico não identificado; embora também haja a hipótese – menos provável – de tentativa de irradiação de micro-ondas.

A quantidade de veneno não era suficiente para matar. O objectivo dos criminosos seria “assustar” os negociadores.

O portal Bellingcat indica que já sabia deste episódio mas não o divulgou mais cedo por causa da segurança das vítimas. Em breve vai publicar uma investigação sobre este caso.

https://zap.aeiou.pt/roman-abramovich-envenenado-470115


Rússia protagoniza novo “ataque à liberdade de imprensa” !


Deutsche Welle já tinha ficado com site bloqueado e foi obrigada a fechar posto em Moscovo. Agora é um “agente estrangeiro”.

A Deutsche Welle passou a estar na lista de “agentes estrangeiros” do Ministério da Justiça da Rússia, a partir desta segunda-feira.

Na Rússia, um “agente estrangeiro” é obrigado a submeter a revisão qualquer artigo que publique, mesmo que seja numa plataforma de redes sociais, e também tem de apresentar relatórios semestrais.

A lista existe desde 2012 e centra-se, não só em meios de comunicação social, mas também em organizações sem fins lucrativos que recebem financiamento de um país estrangeiro. E foca-se em instituições ligadas à política ou que informam sobre corrupção.

A Amnistia Internacional e o Observatório dos Direitos Humanos são duas das entidades que constam na lista russa. 

A Deutsche Welle, empresa pública de rádio e televisão da Alemanha, já tinha visto o seu site ser bloqueado e teve de fechar o seu posto em Moscovo.

Agora é “agente estrangeiro” com base “nos documentos recebidos das autoridades estatais competentes”, explicou o ministério da Justiça, em comunicado.

Peter Limbourg, director-geral da Deutsche Welle, já reagiu e disse que esta decisão já era expectável mas é “mais um ataque à liberdade de imprensa e uma nova tentativa de privar a população russa de jornalismo livre e independente”.

https://zap.aeiou.pt/russia-ataque-liberdade-imprensa-470084


sábado, 2 de abril de 2022

Com a esquerda a espreitar e Macron a chegar-se à direita, adivinha-se uma repetição do duelo de 2017 em França !


Macron é o grande favorito numa altura de grande incerteza na Europa, notando-se uma aproximação do chefe de Estado francês à direita.

Com a primeira ida às urnas marcada para 10 de Abril, Emmanuel Macron é o grande favorito para a reeleição nas presidenciais francesas, com as sondagens a apontarem para que o actual chefe de Estado recolha 30% das intenções de voto.

As sondagens antecipam que haja uma segunda volta e uma repetição das eleições de 2017, que colocaram Macron frente a frente com a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, que tem 20% das intenções de voto nos inquéritos.

Apesar do burburinho inicial em torno de Éric Zemmour — um candidato também de extrema-direita e que foi muitas vezes comparado a Donald Trump — este não tem passado dos 10% das intenções de voto.

Le Pen e Zemmour têm posições semelhantes em vários temas, mas a primeira tem apostado na conquista dos eleitores da classe trabalhadora ao defender uma maior intervenção do Estado na economia, com um foco especial na luta contra a inflação e na defesa do poder de compra dos franceses.
 
Mais liberal, Zemmour defende uma luta contra o “Estado obeso”, mas, por enquanto, a retórica de Le Pen parece estar a ter mais resultados nas intenções de voto. O candidato também sofreu com o início da guerra na Ucrânia, devido à sua aparente proximidade a Putin, e, ao contrário de Le Pen (que contestou o acolhimento de sírios de 2017), defende limitações no acolhimento de refugiados ucranianos.

Perante uma esquerda que tem perdido gás nos últimos anos no panorama político francês, Jean-Luc Melénchon é a grande aposta nestas eleições e tem, aos poucos, subido nas sondagens, rondando agora os 15%, ainda com esperança de ultrapassar Le Pen e ser o adversário de Macron na segunda volta.

O partido França Insubmissa, de Melénchon, espera assim conseguir recentrar o debate em temas mais queridos da esquerda, como a distribuição de riqueza e o sindicalismo, num país onde o debate político está a ser ditado pela direita e pela extrema-direita e focado mais em questões como a imigração.
Macron chega-se à direita

Ao longo do seu mandato, Macron tem também adoptado políticas mais à direita, sejam elas a proposta de reestruturação do sistema nacional de pensões (que foi um dos motivos que alimentou a contestação nos protestos dos coletes amarelos) ou o maior aperto contra os muçulmanos, por exemplo, com a proibição do uso dos véus islâmicos em público.

Esta virada tem-lhe valido votos do eleitorado partido de direita mais tradicional, os Republicanos, tendo Macron sugado muitos eleitores a Valérie Pécresse, com uma sondagem do Le Monde a apontar que 40% dos membros deste partido já preferem o actual presidente.

Pécresse, que já foi alvo de críticas no próprio partido devido à sua simpatia pela facção mais radical dos Republicanos, também já saiu ao ataque e acusou Macron de ter copiado o seu programa eleitoral, especialmente com a proposta que obriga quem recebe o rendimento mínimo a cumprir 15 a 20 de horas de trabalho por semana.

Macron tem-se também afirmado como grande favorito devido ao contexto político. Perante uma guerra sem fim anunciado, uma pandemia que ainda não acabou e uma inflação que ameaça causar uma nova crise económica, os franceses preferem apostar num Presidente com o qual já sabem com o que contar do que arriscarem um agravamento da instabilidade ao elegerem um novo chefe de Estado.

Para além disto, já se antecipa uma elevada abstenção. De acordo com a sondagem do Le Monde, cerca de 30% dos eleitores podem não ir às urnas, sendo que este valor costuma rondar os 20% nas eleições presidenciais em França, tendo-se ficado pelos 22% em 2017.

A recusa de Macron em participar em debates com os adversários também não tem ajudado a suscitar mais interesse nos franceses, com o chefe de Estado a argumentar que nunca nenhum Presidente em funções participou nestes debates.

A primeira vez que um debate nestes moldes ocorreu foi antes da primeira volta em 2017, sendo que na altura o então Presidente François Hollande tinha anunciado que não ia ser candidato a um segundo mandato.

https://zap.aeiou.pt/esquerda-macron-direita-abstencao-469968


Putin terá planos para dividir Ucrânia em duas — Ao estilo das “Coreias” !


O líder dos serviços de informações da Ucrânia, Kyrylo Budanov, alegou que Vladimir Putin terá planos para dividir a Ucrânia em duas, numa situação semelhante à Coreia do Sul e Coreia do Norte.

Os dois países asiáticos costumavam ser um só, mas depois da Segunda Guerra Mundial dividiram-se em dois: a Coreia do Sul sob influência capitalista dos EUA e a Coreia do Norte sob influência socialista da antiga União Soviética.

“Na verdade, isto é uma tentativa de criar uma Coreia do Norte e uma Coreia do Sul na Ucrânia”, disse Budanov, citado pelo Observador, adiantando que “vai começar em breve” uma fase de combates de guerrilha nas cidades ucranianas. “Aí, só haverá um cenário relevante para os russos: como sobreviver”.

A Rússia mantém o controlo de algumas cidades da região oriental da Ucrânia, mas ainda não conseguiu conquistar nenhuma cidade decisiva. As dificuldades sentidas podem ter contribuído para este plano de última instância do Presidente russo.

Enquanto isso, o líder da autoproclamada República Popular de Luhansk disse que poderá realizar um referendo para se tornar parte da Rússia.  

“Acho que num futuro próximo um referendo será realizado no território da república, durante o qual as pessoas vão expressar as suas opiniões sobre aderir à Federação Russa”, disse Leonid Pasechnik, citado pelas agências noticiosas russas.

“Falsos referendos nas zonas ocupadas da Ucrânia são nulos e sem efeito. Nenhum país do mundo irá alguma vez reconhecer a mudança pela força das fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia”, escreveu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Oleg Nikolenko, no Twitter.

Delegações da Rússia e da Ucrânia vão encontrar-se de novo na Turquia entre segunda-feira e quarta-feira, numa nova ronda de negociações presenciais, anunciou David Arakhamia, um dos negociadores ucranianos.

O chefe da equipa de negociadores russos, Vladimir Medinski também confirmou, citado pelas agências noticiosas do país, uma nova ronda de conversações mas disse que iriam decorrer entre terça-feira e quarta-feira, sem precisar o local.

“No decurso das discussões de hoje por videoconferência, foi decidido realizar a próxima ronda presencial na Turquia de 28 a 30 de março”, indicou David Arakhamia na sua página Facebook.

Uma sessão de negociações russo-ucranianas na presença das duas partes já decorreu em 10 de março em Antália, na Turquia, a nível dos ministros dos Negócios Estrangeiros e por convite de Ancara, mas sem resultados concretos, e que se seguiu a um primeiro contacto na Bielorrússia.

As discussões prosseguiram depois por videoconferência, definidas como “difíceis” pelas duas partes.

“O processo de negociação é muito difícil”, reconheceu na sexta-feira o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba.

O ministro negou qualquer “consenso” com Moscovo, enquanto o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan assegurava previamente que a Rússia e a Ucrânia estavam de acordo em quatro dos seis pontos de negociação.

“Não existe consenso com a Rússia sobre os quatro pontos mencionados pelo Presidente da Turquia”, afirmou Kuleba, apesar de elogiar os “esforços diplomáticos” de Ancara para pôr termo à guerra.

Na sexta-feira, Medinski também considerou que as conversações estavam “bloqueadas” nos pontos principais.

“As posições convergem nos pontos secundários. Mas nas principais [questões] políticas, estamos bloqueados”, declarou, citado pelas agências noticiosas russas.

O negociador russo acrescentou que Moscovo insiste na assinatura de um “tratado exaustivo” que inclua as exigências de neutralidade, desmilitarização e “desnazificação” da Ucrânia, e ainda o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia e a independência das duas repúblicas separatistas russófonas da região de Donbass.

https://zap.aeiou.pt/putin-planos-dividir-ucrania-em-duas-469942


Startup norte-americana quer lançar internet de alta velocidade na Lua até 2024 !

Impressão artística do asteróide Kamo'oalewa, perto do sistema Terra-Lua
Sistema iria permitir a identificação de potenciais ameaças à integridade da Terra, nomeadamente asteroides em rota de colisão.

A startup Aquarian Space anunciou um financiamento na ordem dos 650 mil dólares para trabalhar no desenvolvimento de uma ligação à Internet de banda larga que ligaria a Terra, a Lua, e talvez Marte. O dinheiro proveio da Draper Associates, que pretende ajudar a empresa a implementar o seu primeiro sistema lunar em 2024, de acordo com um relatório da Space.

No seu site oficial, a Aquarian Space explica que embora os humanos gastem milhares de milhões para lançar missões espaciais para fins científicos, há “capacidades limitadas de comunicação no espaço interplanetário” que fazem com que “só seja possível transferir uma fração desses dados científicos vitais que recolhemos dos satélites existentes”. Como tal, apontam, podemos fazer melhor do que isto”.

A Aquarian pretende criar um sistema chamado Solnet, através de redes de satélite de alta velocidade com 100 megabits por segundo. São poucas as informações adiantadas, mas a empresa disse que está atualmente a realizar revisões técnicas com parceiros norte-americanos, alguns dos quais pertencentes a programas da NASA.

“Em 2021 havia 13 objetos em torno da lua“, apontou Kelly Larson, CEO do Aquarian Space, numa declaração. “Até 2030, teremos cerca de 200, o que pressupõe a criação de uma economia lunar multibilionária. No entanto, isto não pode acontecer sem comunicações sólidas e fiáveis Terra-Lua”, continuou.

No entanto, a Aquarian não é a única empresa atualmente focada em construir infraestruturas de comunicação para o espaço. A gigante SpaceX recebeu recentemente críticas muito positivas pela disponibilização dos seus satélities de internet Starlink às tropas ucranianas a propósito da invasão do país pelas forças russas. Essa mesma rede de satélites será brevemente testada ao nível da comunicação espacial pelos civis que integrarão a missão Polaris Dawn, prevista para o final do ano.

No entanto, a NASA já alertou para o facto de a mega constelação Starlink ter tornado mais difícil para os astrónomos a deteção de asteroides potencialmente catastróficos por estarem em rota de colisão com a Terra. Contrariamente, a Aquarian Space especifica no seu site que os satélites por ela produzidos serão capazes de fornecer dados de defesa planetária, nomeadamente a identificação de asteroides.

De acordo com o Interesting Engineering, a Aquarian Space terá que se esforçar para se diferenciar da Starlink e da SpaceX, a principal parceira da NASA nos últimos anos. Ajudar a prevenir a destruição da civilização da Terra parece ser uma boa maneira de começar.

https://zap.aeiou.pt/startup-internet-na-lua-ate-2024-469206


Artista mostra como ficariam monumentos famosos num apocalipse climático !

O artista francês Fabien Barrau re-imaginou como seriam alguns marcos arquitetónicos famosos depois de um apocalipse climático.

Para alguns, crise climática é um termo abstrato, que ouvem replicado várias vezes pelos políticos, ativistas e comunicação social. Já dizia o filósofo chinês Confúcio que uma imagem vale mais do que mil palavras.

Foi com isto em mente que o fotógrafo e artista digital francês Fabien Barrau criou “News From The Future”, uma série de imagens de como ficariam alguns marcos arquitetónicos famosos depois de um apocalipse climático.

Criadas com a ajuda de um drone e com as suas habilidades de Photoshop à mistura, as imagens mostram o estado de monumentos como o Coliseu de Roma e o Arco do Triunfo depois de afetados pelo extremo da crise climática.

“Estou convencido de que uma simples imagem pode ter mais impacto nas pessoas, especialmente nos mais jovens, para entender as consequências da inação”, disse Barrau à VICE.

“Esta série é um trabalho pessoal de antecipação das consequências das alterações climáticas”, explicou o artista francês. “Não é um trabalho científico, mas um trabalho artístico onde me inspiro nas probabilidades dos dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)”.

Segundo um relatório do IPCC, de agosto do ano passado, todas as regiões habitadas da Terra já são afetadas pelas alterações climáticas e o limite de 1,5º C será atingido mesmo no melhor dos cenários nos próximos 20 anos. Eventos climáticos extremos serão mais frequentes e intensos e algumas das alterações são “irreversíveis”.

Para visualizar as consequências catastróficas, Barrau retocou digitalmente fotografias de bancos de imagens e fotos capturadas por drone.

É possível ver a Torre Eiffel, em plena Paris, no meio de um deserto de areia, ou a Estátua da Liberdade, em Nova Iorque, com água pela cintura.

O artista inspirou-se em grande parte na ficção, nomeadamente nos filmes Planeta dos Macacos, Mad Max, Akira e o documentário da National Geographic Aftermath: Population Zero.

“Gosto de fazer fotografia de paisagem e arquitetura e tive a oportunidade de viajar para vários países para fotografar ambientes fabulosos”, disse à VICE. “Mas, ao longo dos anos, tenho sentido cada vez mais os efeitos devastadores desta crise climática na biodiversidade, nas paisagens e nas pessoas. Parece-me difícil continuar a fingir que nada mudou”.

https://zap.aeiou.pt/artista-monumentos-apocalipse-climatico-469713


Gangsta rapper expõe o lado negro da Suécia que ninguém quer ver !

 Capa do segundo álbum do rapper sueco Yasin.

Visto como um país próspero e com igualdade social, a Suécia está a ser desmascarada por um jovem rapper que destaca a pobreza e o crime.

“O mais procurado da Suécia”, canta o polémico artista Yasin na faixa “20 Talet”. As letras do rapper são sem filtro, diretas, cruas, nascidas num ambiente marginalizado e muitas vezes criminal, retratando um lado da Suécia que pode ser irreconhecível para muitos.

Quando as pessoas pensam na Suécia, provavelmente pensam em igualdade social e prosperidade, não em pobreza e crime. É provável que pensem nos grooves alegres dos ABBA e não nas batidas arrojadas de Yasin.

No entanto, tem havido uma onda crescente de gangsta rap liderada por nomes como Yasin. Vindo do subúrbio multiétnico de Estocolmo, Rinkeby, o rapper sueco-somali é representante de uma onda de rap sueco que expõe a dura realidade de ser um sueco de minoria étnica ou imigrante a crescer nos subúrbios marginalizados do país escandinavo aparentemente tão equalitário.

Junto com gangsta rappers como Jaffar Byn, 1.Cuz, 23, e Dree Low, Yasin pinta um quadro difícil salpicado de criminalidade e violência de gangues. A sua música muitas vezes fala sobre as dificuldades de sobreviver financeira e socialmente na sociedade sueca, mas mais recentemente também sobre o custo mental e emocional que isso exige.

Estas músicas expõem uma realidade que muitos não querem pensar, principalmente na Suécia, uma nação que se orgulha de proporcionar uma alta qualidade de vida e que se preocupa com os direitos humanos e a liberdade individual. Como tal, certas fações da sociedade sueca estão a usar estas músicas para reforçar os sentimentos anti-imigrantes.

Nos últimos 30 anos, o hip-hop sueco surgiu e assumiu as paradas do país. Deu aos artistas, que muitas vezes vêm de áreas multiétnicas e segregadas, os meios para expressar as suas opiniões sobre a sociedade e refletir sobre o que está a acontecer ao seu redor.

A Suécia tornou-se uma sociedade multicultural – mas a noção daquilo o que é sueco permaneceu atolada no passado. Embora os grupos minoritários estejam a aumentar em tamanho e só se espere que cresçam, ser sueco ainda tem uma forte ligação com ser branco.

Nos primeiros dias do hip-hop sueco na década de 1990, The Latin Kings descreveram as desigualdades estruturais, violência e segregação em bairros tão desfavorecidos de maneira semelhante aos rappers de hoje. Mas eles fizeram isso de uma perspetiva observacional e com um toque de esperança para o futuro.

Os rappers de hoje, por outro lado, estão mais inseridos na violência e tendem a ter uma opinião mais niilista do seu futuro.

Veja-se a música “Adressen” do artista 23. Ele quer que a sua mãe saiba que não é culpa dela que ele tenha sido afetado pelo ambiente criminal e seja estigmatizado pelo bairro de onde vem:

A recente onda de gangsta rap foi o resultado da degradação da dinâmica da sociedade. Muitos bairros como Rinkeby, que são predominantemente multiétnicos, foram categorizados como social e economicamente “vulneráveis”, sofrendo com desigualdades estruturais, falta de investimento e desemprego acima da média, o que levou a altos índices de pobreza e criminalidade.

Estas estatísticas de pobreza e criminalidade ecoam regularmente nos media e nos discursos políticos, o que levou a uma maior estigmatização desses bairros e das minorias étnicas que lá vivem.

As letras violentas do gangsta rap sobre esses bairros também são usadas para reforçar a retórica nacionalista e anti-imigrante. Juntos, são usados para criar uma narrativa que promove a ideia de que esses lugares são diferentes da grande parte da Suécia e as pessoas que vivem lá, incluindo esses rappers, não são como os suecos.

Nem todo o hip-hop está errado aos olhos da maioria dos suecos. Mas o estilo gangsta rap contemporâneo colocou as pessoas no limite porque o associam a tiroteios e criminalidade de gangues. Um aumento de incidentes violentos e criminais na Suécia nos últimos anos é associado por alguns à imagem retratada por estes rappers suecos e o seu ambiente.

Yasin, com as suas raízes somalis, ligações ao gangue local Shottaz e condenações criminais, é facilmente julgado de antemão pelo público, que não consegue separar a sua arte atual das suas atividades passadas.

Yasin expressou isso na capa do seu último álbum, Del Två (Parte Dois), que mostra o passaporte sueco de Yasin carimbado com Dömd på förhand, que significa “condenado antecipadamente”. Yasin sabe que não é reconhecido como sueco.

O artista de hip-hop Timbuktu é um defensor assumido de que as minorias sejam aceites como suecas, legal e simbolicamente. Em 2013 foi convidado para o Parlamento, onde falou e ergueu o passaporte no ar, mostrando que é sueco.

Mais recentemente, no talk show Efter Fem, argumentou que pessoas como ele com origem imigrante não deveriam precisar de pedir permissão para fazer parte da história sueca – elas são e têm sido há já algum tempo.

A tendência atual do gangsta rap expõe um lado bastante destrutivo da Suécia. Sim, expõe a criminalidade e a pobreza, mas também expõe uma sociedade que é resistente à mudança, ou simplesmente não muda rápido o suficiente.

https://zap.aeiou.pt/gangsta-rapper-expoe-lado-negro-suecia-469195

sexta-feira, 1 de abril de 2022

“Obrigado, corpo. Obrigado, Terra. Aqui tens algum alimento”: Colorado estreia-se na compostagem humana !

O estado norte-americano legalizou este processo no ano passado, que é mais amigo do ambiente em comparação com outros rituais fúnebres.

Depois da legalização do processo no ano passado, uma agência funerária no Colorado depositou os primeiros restos mortais humanos compostados, avança o órgão local 9News.

“É um tempo muito especial. É a primeira vez que acontece no Colorado”, anunciou Ben Martin da agência The Natural Funeral, aos participantes na cerimónia.

A The Natural Funeral é uma agência holística que também oferece serviços de cremação e foi a primeira a oferecer o serviço de compostagem dos corpos humanos, que descreve como “redução natural”, nota a Smithsonian Mag.

Os cadáveres são compostados num processo semelhante ao de outros materiais orgânicos, com o corpo a ser colocado num recipiente de madeira com camadas de lascas de madeira, alfalfa e palha que ajudam na decomposição.

“Começamos com lascas de madeira na base”, explica Seth Viddal, da funerária, num webinar. “Há muita atividade microbiana a acontecer dentro destas lascas, estão inoculadas com certos tipos de bactérias, certas enzimas e certos fungos”.

Depois, uma camada de alfalfa é colocada nas lascas de madeira, o que dá calor aos micróbios, seguindo-se uma camada de palha. O corpo é depois colocado no recipiente, com outra camada de palha, alfalfa e lascas de madeira por cima.

“Não estamos a usar fluídos tóxicos de embalsamento ou qualquer coisa que possa ser prejudicial à Terra. Estamos a honrá-la e a dizer obrigado. Obrigado, corpo. Obrigado, Terra. Aqui tens algum alimento”, revelou Martin.

Depois da compostagem estar completa, o solo em questão é devolvido à família ou doado a quintas, com a lei do Colorado a proibir que este seja usado para a plantação de comida para o consumo humano.

O corpo do primeiro homem a passar por este processo no Colorado foi colocado no recipiente em Setembro. Viddal acreditava que o processo demoraria cerca de um ano, mas acha agora que pode ficar concluído em cerca de três meses.

Já várias outras empresas funerárias com métodos mais amigos do ambiente sublinharam as vantagens das alternativas aos funerais ou cremações típicos, já que não emitem tantos gases com efeito de estuda na atmosfera.

https://zap.aeiou.pt/colorado-compostagem-corpo-humano-469205


Toalhetes podem estar por trás de um surto que infetou mais de 200 pessoas na Noruega !


Os toalhetes húmidos são o principal suspeito de um surto de uma doença invulgar que se está a espalhar pelos hospitais noruegueses. Já foram infetadas mais de 200 pessoas.

Segundo o IFL Science, pelo menos 239 pessoas em 33 hospitais em toda a Noruega adoeceram após terem sido infetadas com a bactéria Pseudomonas aeruginosa.

De acordo com o Instituto Norueguês de Saúde Pública (NIPH), o surto foi detetado em novembro de 2020, num hospital em Tromsø. Após vários meses, a estirpe da bactéria responsável pelo surto foi encontrada no interior de uma embalagem de toalhetes, fabricados pela empresa britânica Vernacare.

Suspeita-se de que os toalhetes sejam os responsáveis pelas infeções. Assim que a possível ligação se tornou conhecida, os panos humedecidos, que estavam a ser utilizados nos hospitais para dar banho a doentes críticos que estão demasiado doentes ou fracos para se lavarem, foram retirados de circulação.

“Os serviços de saúde têm estado envolvidos numa extensa investigação de surtos em que, entre outras coisas, o mapeamento dos doentes infetados e o exame dos produtos e equipamentos com os quais têm estado em contacto tem sido uma prioridade. Será agora importante encontrar a extensão da contaminação no produto suspeito”, disse Kirsten Gravningen, responsável do NIPH.

A P. aeruginosa é tipicamente inofensiva para pessoas saudáveis, mas pode causar infeções graves em doentes com sistemas imunitários enfraquecidos.

A bactéria pode ser encontrada em muitos ambientes naturais, como solo húmido e água, mas é frequentemente encontrada em hospitais e lares devido à sua capacidade de infetar doentes imunocomprometidos.

Curiosamente, estas bactérias têm a capacidade de decompor o petróleo bruto, o que significa que poderiam ser uma ferramenta útil contra os derrames de petróleo.

https://zap.aeiou.pt/toalhetes-podem-estar-por-tras-de-surto-469718


Um mundo livre de carne até 2035 é “totalmente possível” !


A notar uma mudança nas tendências do mercado, já várias produtoras de carne começaram a apostar também na criação de produtos alternativos.

O CEO da Impossible Foods, que cria alternativas à carne e está por detrás do conhecido hambúrguer vegetariano Impossible Burger, acredita que é possível o mundo já não consumir carne em 2035.

De acordo com o Freethink, a Impossible Foods já é avaliada em quatro mil milhões de dólares, com Patrick O. Brown a explicar que o objetivo da empresa é proteger o mundo das duas “maiores ameaças ambientais que a humanidade alguma vez enfrentou”, sendo estas as alterações climáticas e a perda de biodiversidade.

“De longe o maior factor nestes problemas é o uso de animais como uma tecnologia de comida, globalmente. É de longe a tecnologia mais destrutiva na história humana”, afirmou Brown na Web Summit em 2020.

Brown acredita que é “fazível” substituir completamente o consumo de carne animal até 2025 e para isso quer apelar às mudanças não com argumentos ambientalistas, mas sim com a criação de produtos que tenham o mesmo sabor que a carne, mas sejam mais saudáveis e amigos do ambiente.

As estimativas sugerem que há agora 15 vezes mais animais a ser criados para o consumo humano do que animais selvagens, com uma proporção de 15 para 1. Juntos, a carne e lacticínios são responsáveis por quase 15% das emissões globais.

Os dados da Impossible Foods revelam que o seu hambúrguer precise de 87% menos água e 96% menos terra em comparação com um hambúrguer típico e que a sua produção emita 89% menos gases, lembra o Interesting Engineering.

Para além da Impossible Foods, a Beyond Meat é também outra grande empresa que tem crescido nos últimos anos e oferece alternativas à carne, prometendo o mesmo sabor e textura.

Este ano, a cadeia de restaurantes de fast-food Burger King juntou-se à Impossible Foods no lançamento do Impossible Whopper, que tornou bastante mais acessível o primeiro contacto com este tipo de produtos.

Uma indústria que já está a dar conta desta mudança nas tendências de mercado é a própria produção de carne, com grandes empresas como a Tyson, Smithfield ou Perdue a começarem elas mesmas a oferecer alternativas aos consumidores.

“A procura está a aumentar. Seria parvo se não prestássemos atenção” revela John Pauley, chefe comercial da Smithfield, ao The New York Times.

O avanço das tecnologias na impressão de carne, que permitem copiar não só o aspecto mas também o comportamento da carne, é outro ponto a favor do argumento de Brown, apesar destes dispositivos ainda serem caros e pouco acessíveis.

Brown também já tem planos para além dos produtos baseados apenas na cópia da carne verdadeira, com a empresa a ponderar criar alimentos em base em plantas completamente diferentes.

“Isso é algo em que internamente e na nossa equipa de pesquisa e desenvolvimento, adoramos pensar. Depois de substituirmos completamente os animais enquanto uma tecnologia para a comida, então tiramos as luxas. Há todo um tipo de novos sabores e texturas de carne que podemos criar e estamos ansiosos”, remata.

https://zap.aeiou.pt/mundo-livre-carne-2035-possivel-468940


Nenhum país cumpriu os padrões de qualidade do ar definidos pela OMS !


Nenhum país conseguiu cumprir os padrões de qualidade do ar em 2021, definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo um levantamento de dados de poluição em 6.475 cidades, nenhum país foi capaz de cumprir os requisitos da Organização Mundial de Saúde.

Segundo a Reuters, a OMS recomenda que as leituras médias anuais de partículas pequenas e perigosas transportadas pelo ar, conhecidas como PM2,5, não devem ser superiores a 5 microgramas por metro cúbico.

Estas após diretrizes foram alteradas no ano passado, afirmando que mesmo as concentrações baixas causavam riscos significativos para a saúde.

Apenas 3,4% das cidades inquiridas cumpriram a norma em 2021, de acordo com dados da IQAir, uma empresa suíça de tecnologia que estuda a poluição e monitoriza a qualidade do ar.

De acordo com esses mesmos dados, 93 cidades registaram 10 vezes mais o nível de PM2,5 recomendado.

“Há muitos países que estão a fazer grandes progressos na redução”, disse Christi Schroeder, gerente do departamento de qualidade do ar da IQAir.

“A China começou com alguns números muito grandes e têm vindo a diminuir com o tempo. Mas também há lugares no mundo onde está a ficar significativamente pior”, acrescenta ainda a especialista.

Os níveis globais de poluição da Índia pioraram em 2021, e Nova Deli continuou a ser o capital mais poluída do mundo.

Verificou-se também que o Bangladesh era o país mais poluído, também sem alterações em relação ao ano anterior, enquanto que o Chade ficou em segundo lugar após a inclusão, pela primeira vez, dos dados do país africano.

A China, que tem estado a lutar contra a poluição desde 2014, caiu para a 22ª posição no ranking das PM2,5 em 2021.

Desceu do 14º lugar, onde se encontrava um ano antes, com as leituras médias a melhorar ligeiramente ao longo do ano para 32,6 microgramas, disse o IQAir.

Hotan, na região noroeste de Xinjiang, foi a cidade com pior desempenho da China, com leituras médias de PM2,5 de mais de 100 microgramas, em grande parte causadas por tempestades de areia.

Hotan caiu para terceiro na lista das cidades mais poluídas do mundo, depois de ter sido ultrapassada por Bhiwadi e Ghaziabad, ambas na Índia.

https://zap.aeiou.pt/nenhum-pais-cumpriu-os-padroes-de-qualidade-do-ar-definidos-pela-oms-469227


Basta uma hora para os utilizadores do TikTok serem expostos a informação falsa sobre a guerra na Ucrânia !


Investigadores sublinham a incapacidade da rede social em não conseguir diferenciar a informação credível e transmitir esse verdito aos utilizadores.

Um novo utilizador do TikTok será confrontado com conteúdo falso sobre a guerra na Ucrânia apenas minutos após estes acederam à plataforma, aponta uma investigação do NewsGuard, um meio especializado em combater a desinformação. A empresa conduziu um conjunto de testes para monitorizar e avaliar a forma como a rede social trata a informação relativa ao conflito.

Uma das conclusões foi que uma conta recém criada, apenas num movimento normal de scroll através da página designada como “Para Si”, com conteúdos escolhidos pelo algoritmo da rede social, mostraria conteúdos falsos ou enganosos dentro do intervalo temporal de 40 minutos.

“Perto do fim da experiência de 45 minutos, os feeds dos analistas foram preenchidos quase exclusivamente com conteúdos verdadeiros e falsos sobre o conflito na Ucrânia, apesar de não haver distinção entre a informação credível ou não“, justificou a equipa, citada pelo The Guardian. “Numa altura em que as falsas narrativas sobre a guerra proliferam na internet, nenhum dos vídeos fornecidos anos nossos analistas pelo algoritmo do TikTok continha qualquer informação sobre a fiabilidade das fontes, avisos ou verificação dos factos.”

Entre as informações falsas apresentavas constavam a da existência de laboratórios bioquímicos na Ucrânia apoiados pelos Estados Unidos e a acusação de que a imagem de Putin foi alvo de manipulação quando esta pertencia a uma conferência de imprensa dada no início de Março. Existiam também vídeos a afirmar que imagens falsas eram reais e o contrário. Algumas das imagens foram mesmo retiradas de jogos, ao passo que as verdadeiras com rútulo de “falsas” eram recorrentes nas contas pró-Rússia.

“Alguns dos mitos presentes nos vídeos que o algoritmo do TikTok transmite foram previamente identificados como propaganda do Kremlin“, resumiram os investigadores.

Os testes efetuados tinham uma filosofia simples: a criação de contas novas e passar 45 minutos a fazer scroll pela página de conteúdos selecionados pela rede social de acordo com as preferências mostradas. Durante este período de tempo, todos os vídeos relacionados com a guerra na Ucrânia foram vistos na totalidade.

Apesar de o TikTok não fornecer uma descrição detalhada de como o seu algoritmo avalia as preferências dos utilizadores, a empresa diz ter em conta o tempo gasto a ver vários vídeos, assim como outros sinais, incluindo gostos, comentários e as contas qye um utilizador segue ou bloqueou. Ao assistirem a todos os vídeos da guerra que apareceram na sua página, os investigadores terão “treinado” o algoritmo para mostrar o conteúdo das novas contas sobre o conflito.

Um porta-voz da TikTok advertiu que a experiência só pode oferecer conclusões limitadas sobre a forma como a aplicação funciona no mundo real, uma vez que não consegue imitar o comportamento padrão de visualização.

“Continuamos a responder à guerra na Ucrânia com mais recursos de segurança e proteção, à medida que trabalhamos para remover a desinformação prejudicial e ajudar a proteger uma experiência segura no TikTok”, acrescentaram eles. “Também estabelecemos parcerias com organizações independentes de verificação de factos para apoiar os nossos esforços no sentido de ajudar a TikTok a permanecer um lugar seguro e autêntico“.

A aplicação de partilha de vídeos teve um grande aumento no conteúdo relacionado com a guerra, com vídeos marcados #Ucrânia a receber mais de 30 mil milhões de visualizações até ao final da semana passada. Um relatório do New York Times descobriu que, proporcionalmente, o conteúdo ucraniano no TikTok ultrapassa em mais do dobro o seu tamanho nas plataformas.

https://zap.aeiou.pt/basta-uma-hora-para-os-utilizadores-do-tiktok-serem-expostos-a-informacao-falsa-sobre-a-guerra-na-ucrania-468947


LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...