quarta-feira, 20 de abril de 2022

Desfile de escravos em casamento no Peru gera polémica - São “os de cima a humilhar os de baixo” !


“É como lembrar o holocausto em festa de aniversário”, realça a ex-ministra peruana, sobre o casamento entre a filha do ex-candidato presidencial do país, com o neto de um conde espanhol.

No casamento da socialite peruana foi realizada uma dança indígena com homens amarrados entre si, e mulheres sentadas no chão com longas tranças, enquanto simulavam fazer artesanato, segundo o Observador.

Este foi o cenário do casamento de Belén Barnechea, filha do ex-candidato presidencial peruano Alfredo Barnechea, e Martín Cabello de los Cobos, neto do Conde de Fuenteblanca de Espanha.

Estas e outras performances do casamento estão a causar uma onda de indignação em vários quadrantes, desde historiadores até ao governo espanhol.

Após as críticas relativas ao casamento de 9 de abril em Trujillo, Belén Barnechea viu-se “obrigada” a responder e justificou o desfile como uma amostra “do quão maravilhoso e culturalmente rico” é o seu país.

Trome, o tabloide mais lido do Peru, fez do assunto a manchete do seu site e, com o passar das horas, vídeos espalharam-se nas redes sociais e tornaram-se virais.

“Somos um país cheio de diversidade, culturas e tradições diferentes que souberam conviver e unir-se num sincretismo único no mundo. Em todos os dias de celebração ensinamos com amor e respeito algo sobre o Peru, sobre a nossa cultura, sobre a minha cultura”, disse a recém-casada no Instagram, figura do jet set nacional.

“Vi que alguns meios de comunicação se referiram à representação Moche que fizemos como sendo de escravos, de mulheres indígenas, do vice-reinado. O que fizemos foi retratar a cultura Moche que se desenvolveu entre os séculos II e VII. Por isso, nunca se cruzou com os Incas nem com os espanhóis”, acrescentou a empresária, conhecida como “la repostera de la jet” devido à sua profissão e amizade com figuras de alta sociedade madrilena e europeia.

O gabinete antirracismo do Ministério da Cultura de Espanha pediu aos cidadãos que promovam a “diversidade cultural, expressa através da identidade, línguas e culturas”, para eliminar a discriminação étnico-racial, em comunicado, esta quinta-feira.

Barnechea assegurou que o cortejo nupcial “foi uma recriação da danza de la soga [dança da corda, em tradução livre], uma dança ancestral que não representa os escravos, mas sim um ritual dos guerreiros“.

José Ragas, historiador peruano, sublinhou que não se pode colocar o rótulo “ancestral” à famosa danza de la soga, em entrevista ao El País.

“Embora seja verdade que se trata da interpretação de uma aparente dança ancestral regional, o contexto em que ocorreu — uma boda de elite — com alguém da nobreza de um país como Espanha, pode levar a outras interpretações”, realça Ragas.

“É uma representação reinventada, não necessariamente fidedigna, e que pode terminar a ‘exotizar’ a população”, acrescentou o também professor da Universidade Católica do Chile, e investigador em estudos do colonialismo.

“Qual é a relevância de encenar a prática de exibir o vencido numa batalha? É um ato humilhante: a corda seria o instrumento de domínio e conquista com que o amarravam. Se quisesses mostrar-te orgulhosa, participarias na encenação, mas se não te comprometes com o outro ou não o incluis — na festa—, não sabes e acabas a fazer estas coisas: justificas-te, sem entender as objeções“, criticou Sonaly Tuesta, ex-vice-ministra de Património Cultural, citada também pelo jornal espanhol.

Para Tuesta, que passou 20 anos a documentar festividades tradicionais na televisão estatal, teria sido “interessante” se o casamento em vez de fazer do povo Moche “uma decoração”, tivesse tido um momento de partilha.

Barnechea explicou que as mulheres sentadas no chão “simbolizaram os trabalhos e as formas de cultivo da terra na época”, ainda na publicação do Instagram.

Mas Guillermo Rebaza, advogado e administrador cultural de Trujillo, cidade onde nasceu a mãe da noiva e onde existem elementos de arquitetura colonial, não entende isso da mesma forma.

“É impossível perder de vista as circunstâncias sociais e políticas em que vivemos, facto que por si só torna esta representação condenável, sobretudo porque vem de uma elite, a neo oligarquia nacional, que continua a olhar com acentuado desprezo para os setores populares”, insiste o advogado.

Chirapaq, a organização não governamental de defesa dos direitos dos povos andinos, salientou que a diversidade cultural é um valor “desde que os envolvidos interajam de igual para igual”.

“As personagens indígenas e afro-peruanos eram apenas decoração. Não falam, não bebem nem comem, não se divertem com os convidados, não vivem”, esclareceu a Chirapaq, numa publicação no Twitter.

“Há histórias que documentam de forma semelhante a entrada dos vice-reis em Lima e noutras partes da colónia: o público em submissão, a exibição de trajes, frutas, sementes, ouro e prata, e a pompa que seguia pelas ruas e pelas praças”, descreveu a ONG, com uma pintura da época do vice-reinado peruano (1540-1821).

A cantora peruana Susana Baca, três vezes vencedora do Grammy Latino, afirma que não compreende a relação entre “um infame facto histórico da humanidade que é a escravatura e a colónia vexatória com um ato de celebração supostamente de amor”.

O Governo espanhol já tinha alertado para “a banalização da História por alguns setores sociais”, enquanto era ministra da Cultura.

Baca lamenta que esta seja outra amostra do estado de “decadência política”, com “os de cima a humilhar os de baixo”, num texto publicado este sábado no Facebook. “É como relembrar o holocausto numa festa de aniversário“, lê-se.

“Mas, além disto, devo desejar a este casal que se une com amor muita felicidade”, acrescentou Baca, horas depois, através de outra publicação na mesma rede social.

Os noivos também dançaram “reggaetón” com “tocados” dourados, semelhantes aos encontrados nos túmulos do Senhor de Sipán e do Senhor de Sicán (descobertas arqueológicas dos anos 80 e 90). Assemelhavam-se aos dos antigos chefes Moche.

Este foi outro dos momentos polémicos da celebração do casamento, tal como se pode ver no vídeo da revista Hola, ao primeiro minuto e 30 segundos.

https://zap.aeiou.pt/desfile-de-escravos-em-casamento-no-peru-gera-polemica-sao-os-de-cima-a-humilhar-os-de-baixo-474220


Seis mortos em dois anos: Números chineses sobre covid são suspeitos !


Estatísticas oficiais estiveram mais de um ano sem registar mortos. Mas serão reais? Shanghai é o centro das novas dúvidas.

A COVID-19 está menos presente nas notícias desde o dia 24 de Fevereiro, quando a guerra na Ucrânia começou, mas continua a estar presente no planeta.

E voltou a ser notícia na China ao longo das últimas semanas. O país que viu “nascer” esta pandemia tinha passado mais de um ano sem registar qualquer morte associada ao coronavírus.

Em Março, 14 meses depois, os registos oficiais apresentaram dois falecimentos. E depois dessas duas mortes, passou quase um mês sem qualquer óbito nos documentos oficiais.

Nos últimos dias, Shanghai tem sido o centro das atenções. O número de casos aumentou muito, a grande cidade ficou confinada (cerca de 25 milhões de pessoas “presas” em casa), mas oficialmente continuava livre de falecimentos.

Até que, nesta segunda-feira, foram anunciadas oficialmente as primeiras mortes na cidade, neste novo surto da doença: três pessoas idosas, não vacinadas. Nesta terça-feira o boletim apresentou sete óbitos. 10 mortos em dois dias.

No entanto, os dados oficiais podem estar a enganar a população.

O jornal Folha de S. Paulo lembra uma reportagem que, no início de Abril, demonstrou que pelo menos 23 pessoas tinham morrido (12 delas em lares de idosos), por causa da pandemia.

Esse trabalho do portal Caixin não esteve disponível durante muito tempo. Foi apagado pouco depois da publicação e as autoridades chinesas nunca acrescentaram aquelas informações aos boletins oficiais.

No final de Março o The Wall Street Journal relatou que “muitas pessoas” morreram num hospital de idosos em Shanghai, em poucos dias, numa altura em que o próprio local estava afectado por um surto generalizado de COVID-19. No mesmo estabelecimento hospitalar terão sido retirados, de forma discreta, muitos cadáveres – que também não entraram na lista oficial de mortos.

As dúvidas acumulam-se quando olhamos para o número total de mortes associadas à pandemia, na China: no dia 17 de Abril de 2020 havia 4.632 mortos; no dia 17 de Abril de 2022 havia 4.638 mortos.

Apenas seis falecimentos em dois anos, num país com quase 1.5 mil milhões de habitantes.

“É muito difícil” acreditar em números como estes, admite Mauricio Santoro, professor de relações internacionais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro: “O Governo simplesmente não está preparado para admitir o número real de vítimas”.

https://zap.aeiou.pt/numeros-covid-china-474244


Hepatite infantil aguda de origem desconhecida já chegou a Espanha !


A Direcção Geral da Saúde está atenta depois do alerta do Centro Europeu de Controlo de Doenças e da Organização Mundial de Saúde para os casos de hepatites agudas, de origens desconhecidas, em crianças que se registaram em vários países. Em Espanha, avança-se que a causa pode ser um vírus que circula em animais roedores de todo o mundo.

Países como EUA, Dinamarca, Escócia, Países Baixos e Espanha têm registado casos de hepatites agudas em crianças sem que se conheçam as suas causas.

Até agora, ainda não foram registados casos em Portugal, mas o responsável pelo Programa Nacional para as Hepatites Virais da DGS, Rui Tato Marinho, revela à Rádio Renascença que os pediatras já foram alertados para a situação.

A DGS também está a acompanhar o caso perante hepatites agudas que provocam quadros de inflamação grave do fígado em crianças, algo que não é normal.

“Uma coisa que chama a atenção é o facto de terem surgido muitos casos em países diferentes e há uma pequena percentagem de casos que não evoluíram bem, em que o fígado falhou mesmo e tiveram de fazer transplante hepático“, nota Rui Tato Marinho.

O especialista realça que “os colegas da pediatria estão de sobreaviso” em Portugal depois de terem sido notificados casos “há três semanas no norte da Europa, Escócia, País de Gales e Espanha, em crianças muito pequeninas, entre os dois e os quatro anos”.

Rui Tato Marinho explica que “não se sabe qual é a causa” e realça que “as causas mais frequentes das hepatites que são os vírus A, B, C, D e E foram excluídas”.

Algumas das crianças com estas hepatites agudas, estavam infectadas com covid-19, mas não é certo que as situações possam estar relacionadas. Até porque “também há muitas crianças sem covid-19, por isso não se pode valorizar”, realça ainda Rui Tato Marinho.

“O que se pensa é que é um vírus que, entre outras coisas, afecta o fígado e provoca uma inflamação no fígado. Pode ser um novo vírus. Está tudo em aberto”, aponta o especialista português.

Estudo espanhol culpa novo vírus zootécnico

Investigadores espanhóis estimam que o vírus Orthohepevirus C estará por trás de 2% das hepatites agudas de origem desconhecida que se registaram em crianças na Europa, conforme um estudo divulgado pelo jornal El Mundo.

Em Hong Kong, já houve 17 casos com “vinculação directa” a este vírus que circula em animais roedores de todo o mundo, como salienta o mesmo jornal.

O primeiro caso de um paciente alvo de um transplante de fígado devido a uma hepatite crónica causada por este vírus zootécnico foi registado em Hong Kong, em 2018, como destaca o mesmo jornal.

no continente europeu, os primeiros casos de hepatites agudas provocadas pelo Orthohepevirus C foram, agora, registados num estudo de um centro de doenças infecciosas e do Instituto Maimonides de Investigação Biomédica de Córdoba (Imibic), em Espanha.

Os dados registado “sugerem uma nova causa emergente de hepatite aguda devido à prevalência detectada entre os pacientes acometidos pela infecção de origem desconhecida”, aponta o estudo publicado no Journal of Hepatology que foi coordenado pelo investigador espanhol Antonio Rivero da Unidade de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário Reina Sofía e do Imibic.

Os investigadores espanhóis partiram da ideia de que, “considerando que o vírus estava presente em roedores globalmente (incluindo em Espanha)”, poderia haver, “provavelmente”, casos a passarem “despercebidos” pelo facto de o “diagnóstico não ter sido implementado”, constata Rivero no El Mundo.

As pesquisas feitas sugerem que “o Orthohepevirus C é um novo agente zoonótico” com “alto impacto na saúde global devido à amplitude do seu reservatório animal”, aponta Rivero.

Cerca de 2% das hepatites agudas de origem desconhecida podem ser causadas por este vírus”, acrescenta o investigador.

A pesquisa efectuada em Espanha detectou a presença do RNA do Orthopevirus C em pacientes com hepatite aguda em vários hospitais do país.

Pode ter ocorrido transmissão idêntica à do coronavírus

Até o momento, o vírus da hepatite E (HEV) era o único membro da família Hepeviridae com potencial zootécnico.

A infecção por Orthopevirus C é “muito semelhante” à produzida pelo vírus da hepatite E, segundo Rivero, podendo provocar “hepatite aguda auto-limitada, hepatite fulminante e hepatite crónica em pacientes imunossuprimidos”, aponta o investigador ao El Mundo.

“Além disso, por apresentarem alta similaridade com o vírus da hepatite E, os marcadores sorológicos utilizados para o diagnóstico podem ter reacção cruzada com o Orthohepevirus C”, acrescenta Rivero, concluindo que, com base no estudo, “há uma proporção dos diagnosticados com HEV que, realmente, tem este novo vírus”.

Nenhum dos casos de Orthopevirus C identificados no estudo afirmou ter tido qualquer contacto directo com roedores. No caso de Hong Kong, apenas um paciente teve esse contacto de forma consciente.

Contudo, pode ter ocorrido “um contacto indirecto com estes animais“, vinca Rivero.

“Sabemos que o vírus é eliminado pelas fezes dos roedores, então o contacto com objectos contaminados pelas fezes desses animais pode ser uma possível via de transmissão”, explica o investigador, salientando que “estão a ser investigadas “outras vias” relacionadas com o contacto com “outras espécies animais que serviriam como hospedeiros intermediários“.

Neste caso, seria uma forma de transmissão semelhante à que se acredita ter ocorrido com o coronavírus causador da covid-19.

Os investigadores realçam que ainda é preciso estudar mais dados para tirar conclusões mais precisas e correctas. Até porque, “clinicamente, é indistinguível das hepatites agudas produzidas por outros vírus hepatotrópicos”, ou seja, que afectam especificamente o fígado, como aponta Rivero.

https://zap.aeiou.pt/hepatites-infantis-origem-desconhecida-virus-474236

 

terça-feira, 19 de abril de 2022

Medvedchuk, maior aliado de Putin na Ucrânia, apela à sua libertação em troca dos moradores de Mariupol !


Medvedchuk, apontado como o eleito de Putin para liderar a Ucrânia caso a Rússia vença a guerra, foi capturado no início do mês. O político ucraniano pede ao Kremlin que negoceie a sua libertação com uma troca pelos civis que vivem em Mariupol.

O Serviço de Segurança da Ucrânia divulgou esta segunda-feira um vídeo onde mostra Viktor Medvedchuk, um político ucraniano de 67 anos que é um aliado próximo de Vladimir Putin e foi capturado pelas forças ucranianas no início de Abril, apela ao Presidente russo que negoceie a sua libertação imediata.

Medvedchuk dirige-se directamente a Putin e pede que a sua libertação seja trocada pela evacuação dos civis de Mariupol e pela saída das tropas russas da cidade-mártir da guerra.

“Quero pedir ao Presidente russo, Vladimir Putin, e ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, que me troquem pelos defensores ucranianos e residentes de Mariupol. Os que ainda lá estão não têm a possibilidade de sair de forma segura pelos corredores humanitários”, apela o prisioneiro, citado pela AFP.

O político liderava o partido Plataforma de Oposição – For Life e serviu como ponte entre Kiev e Moscovo durante anos, tendo sido importante na intermediação com os separatistas pró-Rússia que proclamaram a independência nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país.

Medvedchuk é também uma das pessoas mais ricas da Ucrânia e tem ligações próximas a Putin, tendo até revelado que o Presidente russo é padrinho da sua filha mais nova, Darya, e afirmando que seria um “pecado” não usar a proximidade ao Kremlin nas suas ambições políticas. Especula-se que seria o eleito de Putin para substituir Zelenskyy na Presidência após uma eventual vitória russa na guerra.

Zelenskyy já tinha pedido ao Governo russo que a libertação de Medvedchuk fosse negociada em troca de “meninos e meninas presos no cativeiro russo”, mas o Kremlin recusou. Dado o estatuto de prisioneiro de Medvedchuk, é possível que as forças ucranianas o tenham coagido a fazer o apelo público dirigido a Putin.

O aliado de Putin estava a cumprir uma pena de prisão domiciliária desde Maio de 2021 depois de ser acusado de trair a pátria, mas desapareceu após o início da guerra, em Fevereiro. Foi capturado no início deste mês, envergando uma farda militar ucraniana enquanto estava a caminho da região separatista de Transnístria.

As autoridades ucranianas já se apropriaram de muitos dos bens de Medvedchuk desde a sua prisão, incluindo 23 casas, 32 apartamentos, 30 terrenos, 26 carros e um iate, segundo o Washington Post. A esposa do político tem repetidamente apelado ao Kremlin que negoceie a sua libertação com as forças ucranianas.

Numa publicação no Twitter que foi entretanto apagada por violar os termos da rede social, as autoridades ucranianas escreveram que as “algemas estão à espera” de Medvedchuk.

“Até pode ser um político pró-russo e ter trabalhado para o país agressor durante anos. Até pode ter estado escondido da Justiça nos últimos tempos. Pode até utilizar um uniforme militar ucraniano para se camuflar. Mas alguma vez isto o fará escapar da punição? De modo algum! As algemas estão à sua espera, e o mesmo vale para todos os outros traidores da Ucrânia”, lia-se no tweet.

https://zap.aeiou.pt/medvedchuk-libertacao-troca-mariupol-474119


Na ressaca do aperto de Biden contra as “armas fantasma”, os EUA foram palco de mais três tiroteios em massa !


Joe Biden anunciou na semana passada mais restrições contra as “armas fantasma” que não têm números de série, mas as propostas estão longe de ser consensuais.

Dois adolescentes perderam a vida e oito outras pessoas ficaram feridas num tiroteio numa festa em Pittsburgh, na Pensilvânia, no último domingo. Este foi apenas um de pelo menos três tiroteios em massa que tiveram lugar nos Estados Unidos no fim de semana de Páscoa.

A polícia revelou que um equipamento que detecta tiroteios levou os agentes até à rua onde pelo menos 10 pessoas foram baleadas por volta das 12h30 no domingo. Foram disparados pelo menos 50 tiros por várias pessoas envolvidas numa disputa. Estavam cerca de 200 convidados na festa e a maioria eram menores.

Para além dos ferimentos causados pelas balas, outras pessoas sofreram cortes e ficaram com ossos partidos ao saltarem das janelas para tentarem fugir. A casa onde decorreu o tiroteio foi arrendada através da Airbnb, que já emitiu um comunicado onde revela que a pessoa que arrendou a casa foi banida para sempre para usar o serviço.

Os outros dois tiroteios aconteceram no estado da Carolina do Sul e causaram 18 feridos. Um decorreu numa discoteca em Hampton e causou nove feridos, não havendo registo de mortos. Na cidade de Columbia houve mais um tiroteio, num centro comercial, que também causou nove feridos entre 15 e 73 anos, tendo um homem de 22 anos sido preso sob uma fiança de 25 mil dólares.

“Um terrorista pode ter uma arma em 30 minutos”

Esta escalada de tiroteios surge poucos dias depois de Joe Biden ter anunciado uma medida destinada a combater a prevalência das “armas fantasma” nos Estados Unidos, após ter prometido na campanha eleitoral um combate à violência armada.

As “armas fantasma” são armas difíceis de rastrear por não terem números de série e por serem criadas a partir de kits, sendo cada vez mais utilizadas em tiroteios e podendo ser vendidas a qualquer pessoa sem uma verificação dos antecedentes.

O chefe de Estado norte-americano revelou que a nova regra vai facilitar a localização destas armas ilegais por parte das autoridades policiais, ao ilegalizar a produção destes kits sem números de série. Os vendedores de armas com licenças têm também de verificar os antecedentes dos clientes.

“Vamos fazer tudo o que podemos para privar os criminosos da escolha destas armas e quando os encontrarmos, vamos prendê-los durante muito, muito tempo. Se cometerem crimes com uma arma fantasma, esperem uma acusação federal”, garantiu Joe Biden.

O Presidente anunciou ainda a nomeação do advogado Steve Dettelbach para liderar o Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF).

Em 2021, a ATF recebeu denúncias de 20 mil suspeitas de armas fantasma que foram recuperadas pela forças policiais — um número 10 vezes maior do que o reportado em 2016. Mesmo assim, a autoridade conseguiu localizar menos de 1% das armas fantasma denunciadas pela polícia.

“Meus caros, um criminoso, um terrorista, um abusador, pode passar de um kit para uma arma em apenas 30 minutos“, reforçou Biden, que sublinhou que a lei não é “extrema”, mas sim “senso comum básico”.

Apesar dos apelos às maiores restrições à aquisição de armas de fogo nos Estados Unidos, onde a violência e os tiroteios são recorrentes, as propostas de Biden continuam a dividir opiniões e foram criticadas pelo lobby, que se refugia na Segunda Emenda da Constituição.

“Biden reforçou a sua tentativa de colocar um defensor do controlo de armas à frente da agência responsável pela regulação da indústria de armas de fogo na América”, condenou a Associação Nacional de Armas.

Já Jessica Anderson, directora executiva da organização conservadora Heritage Action, acredita que o “ataque” de Biden vai deixar as comunidades mais em risco.

“Uma proibição das armas caseiras vai permitir à AFT continuar a expandir a sua definição de uma arma de fogo e sujeitar muitos donos de armas que respeitam a lei a regulações mais pesadas e verificações de antecedentes duplicadas. Estes esforços não vão evitar que os criminosos quebrem a lei“, criticou.

https://zap.aeiou.pt/aperto-biden-armas-fantasma-tiroteios-474086


Sanções ocidentais podem afetar 200 mil empregos em Moscovo !


O autarca de Moscovo adianta que as autoridades russas aprovaram um programa de ajuda aos trabalhadores afetados pelas sanções.

De acordo com o presidente da Câmara de Moscovo, o programa prevê a aplicação de três milhões de rublos (33 milhões de euros) do Orçamento do Estado.

O enceramento das empresas estrangeiras que abandonaram o mercado russo devido às sanções ocidentais pode provocar a perda de emprego de cerca de 200 mil pessoas, referiu a autarquia de Moscovo, esta segunda feira.

“De acordo com a nossa previsão, cerca de 200 mil pessoas encontram-se sob o risco de perder o emprego”, disse o presidente da Câmara de Moscovo, Serguei Sobianin, através do portal oficial da autarquia.

As autoridades aprovaram um programa de ajuda aos trabalhadores afetados, que prevê a aplicação de 33 milhões de euros do Orçamento de Estado, de acordo com o autarca da capital russa, noticia a LUSA.

No final do mês de março, Serguei Sobianin sublinhou que cerca de 300 empresas estrangeiras encerraram a atividade em Moscovo, após serem decretadas as restrições ocidentais contra a Rússia, por causa da invasão da Ucrânia.

Embaixada espanhola reabre em Kiev

Pedro Sánchez realçou que a decisão responde “ao compromisso do seu Governo e da sociedade espanhola para com o povo ucraniano”.

O primeiro-ministro espanhol anunciou esta segunda-feira que o Governo pretende reabrir a embaixada espanhola na capital ucraniana, “dentro de poucos dias“.

O chefe do executivo acrescentou ainda, numa entrevista à rádio espanhola Antena 3, que esta decisão respondia “ao compromisso do seu Governo e da sociedade espanhola para com o povo ucraniano”.

A Espanha encerrou a sua embaixada em Kiev, como resultado da escalada de violência da invasão russa à Ucrânia, e depois de ter evacuado os residentes espanhóis do país.

A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro, que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/sancoes-ocidentais-podem-afetar-200-mil-empregos-em-moscovo-474004

 

Atraso no envio de armas “dá permissão à Rússia para matar ucranianos” !


O Presidente ucraniano admite ter ficado desiludido com alguns países, mas realça que continua a acreditar na vitória da Ucrânia.

Volodymyr Zelenskyy, na habitual mensagem da noite, afirmou que a população ucraniana estava a ser retirada das áreas mais atingidas pela guerra.

O chefe de Estado da Ucrânia também garantiu que todos os deslocados iriam receber ajuda financeira, segundo a Renascença.

“As pessoas estão a ser retiradas das zonas atingidas pela guerra e o Governo providencia locais para alojamento temporário e ajudas especiais”, diz Zelenskyy.

O líder ucraniano acrescenta ainda que “todos os deslocados podem receber assistência financeira para poderem viver e podem candidatar-se a este apoio já a partir de quarta feira”.

O Presidente ucraniano admitiu, em entrevista à CNN Internacional, ter ficado desiludido com alguns países, mas continua a acreditar na vitória da Ucrânia.

Na mensagem, Zelenskyy voltou a pedir aos líderes políticos internacionais mais ajuda: “Se são nossos amigos ou parceiros deem-nos armas, deem-nos apoio, deem-nos dinheiro. Parem a Rússia. Vocês podem fazer isso”.

De acordo com o chefe de Estado da Ucrânia, o atraso no envio de armas “dá permissão à Rússia para matar ucranianos”.

Nas suas declarações habituais, o Presidente garantiu ser essencial manter a região de Donbass, nomeadamente por uma questão de soberania e segurança nacional.

“A Ucrânia e o seu povo são claros. Não temos qualquer reivindicação sobre o território de mais ninguém, mas não vamos abdicar do nosso“, sublinhou.

A guerra já causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, e matou quase dois mil civis, de acordo com os dados das Nações Unidas, que alertam para a possibilidade de o número real de vítimas ser muito maior.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/atraso-no-envio-de-armas-da-permissao-a-russia-para-matar-ucranianos-474007


Violentos protestos contra movimento de extrema-direita causam feridos no sul da Suécia !


A cidade de Malmo, no sul da Suécia, foi assolada por atos de violência durante a noite, na sequência de protestos contra um grupo de extrema-direita anti-imigração e anti-islâmico.

De acordo com a polícia sueca, citada pela AFP, houve confrontos em Norrköping, no sudoeste de Estocolmo, e “incêndios em vários locais durante a noite em Malmo“, tendo sido apresentadas várias queixas por vandalismo.

Os incidentes eclodiram após um comício do movimento “Linha dura”, liderado pelo dinamarquês-sueco Rasmus Paludan, que é contra a imigração e o islamismo.

Paludan organizou uma digressão pela Suécia que originou confrontos em várias cidades entre a polícia e manifestantes que se opõem ao “Linha Dura”, (Stram Kurs, na designação original).

Em Norrköping, três pessoas foram feridas a tiro este domingo, durante os confrontos entre forças policiais e manifestantes que protestavam contra um grupo de extrema-direita que anunciou uma queima do Corão.

“A polícia disparou vários tiros de advertência. Três pessoas parecem ter sido atingidas por ricochetes e estão, neste momento, a receber tratamento no hospital”, escreveu a polícia em comunicado.

Os três feridos, cujo estado de saúde se desconhece, encontram-se igualmente “detidos, suspeitos de crime”, precisou a polícia sueca.

Este foi o segundo episódio de confrontos deste tipo em quatro dias em Norrköping, sendo que, da primeira vez, os manifestantes protestavam contra a concentração do movimento e pequeno partido anti-imigração e anti-Islão “Linha Dura”.

Este domingo, manifestavam-se outra vez contra uma nova concentração desse movimento, da qual Paludan acabou por desistir.

https://zap.aeiou.pt/violentos-protestos-suecia-473976


segunda-feira, 18 de abril de 2022

China está a criar armas para destruir satélites, avisa o Pentágono !

A China está a desenvolver armas para combater os satélites norte-americanos, informou o Departamento de Defesa dos EUA.

O novo relatório não classificado do Departamento de Defesa dos EUA, “Challenges to Security in Space, 2022”, surge na sequência de um relatório semelhante que foi apresentado em 2019, noticiou a Bloomberg.

Embora o relatório dê atualizações sobre as mudanças que ocorreram neste último período de tempo, não contém qualquer informação que seja crucial na tomada de decisões no futuro, à medida que o Pentágono se prepara para apresentar a sua proposta orçamental para 2023, segundo a Interesting Engineering.

A incerteza geopolítica causada pela invasão russa pode também pesar no aumento dos orçamentos militares no próximo ano.

O relatório afirma que a China expandiu significativamente o número dos seus satélites de inteligência, vigilância, e reconhecimento (ISR) ao longo dos anos.
 
Entre o período dos dois relatórios, a China quase duplicou os seus satélites, aumentando o número dos seus sistemas operacionais para mais de 250, ficando apenas em segundo lugar em relação aos EUA.

Mais importante ainda, o Exército de Libertação Popular da China também controla mais de metade dos sistemas ISR mundiais, que podem ser utilizados para seguir as forças dos EUA e aliados em qualquer parte do mundo, incluindo a Península da Coreia, Oceano Índico, Mar do Sul da China, e Taiwan.

O relatório também alertou para os riscos das operações espaciais dos EUA, uma consequência do número crescente de lançamentos espaciais, especialmente aqueles com múltiplas cargas úteis, e os envolvidos em testes anti-satélite.

Citando a dependência dos EUA do espaço como o seu “calcanhar de Aquiles”, o relatório passou a afirmar que o antigo Estado soviético estava a trabalhar para utilizar armas a laser contra satélites dos EUA nesta década, como parte dos seus esforços para “combater” os serviços espaciais dos EUA.

Afirmava também que a China já estava na posse de sistemas laser terrestres, que podiam ser utilizados para danificar sensores de satélite.

Nos anos seguintes, a China pode colocar em campo sistemas de alta energia que seriam capazes de ameaçar até os satélites não óticos.

O conteúdo do relatório será também utilizado para enquadrar as decisões políticas dos EUA sobre as suas operações espaciais no futuro.

https://zap.aeiou.pt/china-esta-a-criar-armas-para-destruir-satelites-avisa-o-pentagono-473724


Falência do estado russo é uma “questão de tempo”, diz von der Leyen !


A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu que a entrada da Rússia em incumprimento é uma “questão de tempo”, devido às sanções ocidentais impostas por ter invadido a Ucrânia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu hoje que a entrada da Rússia em incumprimento é uma “questão de tempo” devido às sanções ocidentais impostas por ter invadido a Ucrânia.

“A falência do Estado russo é apenas uma questão de tempo”, disse Von der Leyen ao jornal alemão Bild am Sonntag, citada pela agência oficial russa TASS.

Von der Leyen disse que as sanções estão a afetar cada vez mais a economia russa, “semana após semana”, e que as “exportações de bens para a Rússia caíram 70%”.

“Centenas de grandes empresas e milhares de especialistas deixaram o país. O PIB [Produto Interno Bruto] na Rússia, de acordo com as previsões atuais, irá diminuir em 11%”, afirmou a política alemã.

De acordo com dados do Ministério das Finanças russo citados pela TASS, a dívida pública externa da Rússia ascende a 59.500 milhões de dólares (mais de 55.000 milhões de euros ao câmbio atual), correspondendo a 20% da dívida pública.

No total, a Federação Russa tem 15 empréstimos obrigacionistas ativos com vencimentos entre 2022 e 2047.

Em resposta às sanções, o Presidente russo, Vladimir Putin, autorizou a utilização da moeda nacional, o rublo, no pagamento de dívidas em moeda estrangeira a “países não amigos”, ou seja, os que impuseram sanções a Moscovo.

Segundo o decreto citado pela TASS, as empresas devedoras ou o próprio Estado podem abrir uma conta em bancos russos em nome de um credor estrangeiro e transferir os pagamentos em rublos à taxa de câmbio do Banco Central no dia do pagamento.

Os credores de países que não tenham imposto sanções podem receber pagamentos em euros ou dólares, se o devedor russo tiver uma autorização especial para o fazer.

O ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, reconheceu esta semana que o congelamento das contas do Estado russo em moeda estrangeira, decorrente das sanções internacionais, dificulta o cumprimento das obrigações da dívida.

“Existem dificuldades em cumprir as obrigações da dívida soberana apenas devido à falta de acesso às nossas contas em moeda estrangeira”, disse Siluanov numa carta enviada ao seu homólogo brasileiro, Paulo Guedes.

Na carta, divulgada pelo jornal brasileiro O Globo, Siluanov pediu o apoio diplomático do Brasil junto do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e do G20 para evitar “tentativas de discriminação em instituições financeiras internacionais e fóruns multilaterais”.

“Quase metade das reservas internacionais da Federação Russa foram congeladas, as transações de comércio exterior estão bloqueadas, incluindo aquelas com os nossos parceiros de economias de mercados emergentes”, explicou o ministro russo.

Siluanov disse anteriormente, segundo a TASS, que a Rússia só pagaria a sua dívida em moeda estrangeira se as suas contas no exterior fossem descongeladas.

Um país é considerado em incumprimento quando não é capaz de cumprir os compromissos que assumiu com os credores.

A 9 de abril, a agência de notação financeira S&P Global Ratings baixou a nota da Rússia para os seus pagamentos em moeda estrangeira para o nível de “incumprimento seletivo“, depois de Moscovo ter recorrido a rublos para pagar uma dívida em dólares.

Numa entrevista recente a um jornal russo, Siluanov disse que a Rússia recorrerá aos tribunais se for considerada em incumprimento pelo Ocidente, embora sem especificar a que instância jurídica se referia.

Na sequência da invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro, a Rússia foi alvo de sanções económicas e financeiras da UE e de países como os Estados Unidos, o Reino Unido, o Japão ou a tradicionalmente neutral Suíça.

https://zap.aeiou.pt/falencia-do-estado-russo-e-uma-questao-de-tempo-diz-von-der-leyen-473955




A melatonina não cura os problemas de sono — E a sua generalização está a preocupar cada vez mais os médicos !


Especialistas norte-americanos alertam para o facto de os rótulos nem sempre corresponderem ao conteúdo das embalagens.

Está presente numa grande variedade de produtos, mas a sua eficácia é limitada e temporária, pelo que os especialistas defendem formas alternativas de se conseguir um bom sono. A melatonina ressurgiu em força durante a pandemia, face às muitas dificuldades que os indivíduos estavam a sentir para adormecer face ao stress, à enxurrada de notícias negativas ou a menor atividade física.

Por isso, não é por acaso que as vendas da melatonina tenham aumentado drasticamente. De acordo com dados divulgados pela Nielsen, empresa global de recolha de números, em 2020, os americanos gastaram 826 milhões de dólares em suplementos de melatonina, um aumento de 43% face ao ano anterior.

Este crescimento tem preocupado os médicos, que alegam que os suplementos de melatonina não são regulados pela Food and Drug Administration (FDA), entidade equiparada ao Infarmed em Portugal. Como tal, não há garantias de que o que o rótulo corresponda, de forma fiel, ao conteúdo da embalagem.

“Trata-se do único suplemento hormonal que não é aprovado pela FDA”, aponta Jamie Zeitzer, professor de Psiquiatria e Saúde Comportamental na Universidade de Stanford.

Mas, afinal, o que é a melatonina?

A melatonina consiste numa hormona que o nosso corpo produz naturalmente durante o ciclo sono — ou aquilo a que os investigadores chamam o ritmo circadiano. À medida que se torna mais escura, a glândula pineal segrega a melatonina. O mecanismo molecular preciso pelo qual a melatonina afecta o sono não é claro, mas, a melatonina sintética é frequentemente utilizada eficazmente para tratar fenómenos como as insónias e jet lag.

Nos Estados Unidos, a melatonina sintética é vendida sem qualquer exigência, ao passo que no Reino Unido só está disponível mediante receita médica e apenas para problemas de sono de curto prazo (prescrita até 13 semanas).

Embora Zeitzer não acredite que seja necessária uma receita médica para a ingestão de melatonina, o especialista apela a que a venda dos produtos seja regulada pela FDA, à semelhança do que acontece com Tylenol ou outros medicamentos de venda livre. Avisa ainda as pessoas para que sejam muito cautelosas quando medicam as crianças.
O problema dos suplementos de melatonina

Tal como nota a Inverse, muitas vezes o que está no rótulo dos suplemento não regulados, incluindo a melatonina, nem sempre corresponde à composição real, com a qualidade e os ingredientes a variar muito.De facto, estudos recentes descobriram que a quantidade de melatonina nestes suplementos nem sempre reflecte o que o frasco diz, não sendo de descartar a existência de outros ingredientes potencialmente nocivos e cuja presença não foi identificada.

Um estudo de 2017 publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine descobriu que a quantidade de melatonina em vários suplementos pode variar entre 83% negativos e mais de 478% do que está no rótulo. Verificou-se ainda que 70% dos produtos testados tinham concentrações de melatonina inferiores ou iguais a 10 por cento do que foi inicialmente alegado. Pior: os autores escrevem, “o conteúdo de melatonina entre lotes de um mesmo produto variou até 465%”.

Por se tratar de hormona produzida naturalmente pelo organismo, os suplementos de melatonina são muitas vezes considerados “não-sedantes e não-vedantes“, ambos verdade. Estes termos implicam frequentemente um nível de segurança geral, no entanto, que simplesmente não é confirmado pela ciência.

Os investigadores ainda não testaram completamente os efeitos da toma de melatonina em doses elevadas nem a testaram durante um período de tempo prolongado, diz Roban. Doses mais elevadas (acima de 5 mg) são também mais susceptíveis de resultar em efeitos secundários negativos, um estudo de 2018 descobriu.

Os efeitos secundários negativos da melatonina

Os efeitos secundários negativos são uma preocupação real, considerando quantos produtos de venda livre – tanto de acordo com o rótulo como confirmados através de testes independentes – têm mais de 5 miligramas. “Se entrar na sua farmácia local, a maioria dos produtos de melatonina são 5 a 10 miligramas”, diz Roban.

“Foi demonstrado que qualquer coisa acima de 5 miligramas aumenta a probabilidade de efeitos secundários negativos como náuseas, aumento da ansiedade, e dores de cabeça. Os efeitos secundários de que mais ouço falar são sonhos e pesadelos muito reais“.

Embora o mecanismo preciso pelo qual a melatonina pode causar sonhos reais e pesadelos não seja conhecido, alguns médicos têm avançado com a hipótese de que a melatonina pode prolongar o chamado sono REM — o ciclo de sono em que os sonhos ocorrem — aumentando a probabilidade de se ter sonhos reais ou pesadelos. Isto pode ser particularmente problemático, por exemplo, quando os pais querem tratar a insónias dos seus filhos com melatonina.

Há também razões para manter o uso de melatonina a curto prazo. Para algumas pessoas, pode funcionar temporariamente, mas não se destina a ser usada a longo prazo. O que vai acontecer é que os seus problemas de sono vão voltar porque não se está a chegar à raiz do problema.
Como obter um sono melhor — sem tomar melatonina

Embora a melatonina possa parecer uma recurso fácil, existem alternativas. Talvez formas mais sustentáveis de obter uma noite de descanso adequada. A causa número um de problemas comportamentais do sono é o stress e a ansiedade, avançam os especialistas. Para os resolver, recomendam que se tente acalmar o corpo, bem como a mente.

Igualmente importante é o que não se faz antes de se tentar adormecer. Ver um espectáculo excitante ou intenso, fazer exercício ou olhar fixamente para o telefone ou computador, tudo isto faz a lista do que não se deve fazer antes de dormir. Se, por alguma razão, tiver de estar com o telefone ou a olhar para um ecrã antes de dormir, usar óculos de luz azul pode ajudar a compensar alguns dos efeitos estimulantes anti-melatonina dessa luz.

As famosas rotinas calmantes também podem ser um sinal para o cérebro de que está na hora de acalmar e ajudar a relaxar o corpo. “Parece óbvio, mas quando não estamos a fazer coisas que promovem o relaxamento e o sono, vai ser mais difícil relaxar e dormir”, diz Roban. “Tomar uma bebida estimulante do sono como leite morno ou chá de camomila enquanto se tenta dormir é uma grande rotina pré-cama”.

Não só a rotina sinalizará mentalmente ao seu cérebro que está na hora de se acalmar, como também se pensa que o leite quente também estimula os efeitos do triptofano no cérebro. Whitney Roban trabalha frequentemente com adolescentes e adultos que têm problemas de sono e diz que um tema comum entre ambos os grupos etários é a ansiedade por não serem capazes de adormecer. Isso pode desencadear um ciclo vicioso.

Como tal, diz que não se opõe à ideia de ajudas ao sono, só que não temos uma que tenha sido provada ser completamente segura e eficaz a longo prazo. Até lá, ela diz: “Só precisamos de dar prioridade ao sono. E a boa notícia é que existem formas muito simples e diretas de o fazer”.

https://zap.aeiou.pt/a-melatonina-473658


Marine Le Pen acusada de “desvio de fundos públicos” - Cerca de 600.000 euros !


A candidata presidencial francesa da extrema-direita Marine Le Pen e pessoas próximas dela são acusadas de ter desviado cerca de 600.000 euros de dinheiro público europeu durante os respetivos mandatos como eurodeputados.

A acusação provém do Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF), segundo um novo relatório divulgado no sábado pelo portal de informação francês Mediapart e enviado à justiça francesa.

Questionado pela agência de notícias francesa AFP, o Ministério Público de Paris confirmou ter recebido a 11 de março este relatório, que está agora a ser analisado.

“Estou espantado com o momento escolhido para a revelação” e a sua “instrumentalização”, reagiu Rodolphe Bosselut, o advogado de Marine Le Pen, que se encontra em campanha para a segunda volta das eleições presidenciais em França, que se realizará a 24 de abril, e em que enfrentará o atual chefe de Estado, o centrista Emmanuel Macron.

Bosselut declarou-se também “consternado com a forma como o OLAF está a atuar, sem contraditório” e em relação a “factos antigos, com mais de dez anos” em alguns casos.

Marine Le Pen “não foi intimada por qualquer autoridade judicial francesa”, acrescentou, lamentando ainda que nem ele nem a sua cliente tenham recebido o relatório final.

Segundo o advogado, a investigação do OLAF está em curso desde 2016 e Le Pen foi interrogada por correio em março de 2021.

O novo relatório do OLAF, do qual o Mediapart publicou excertos, diz respeito a ajudas que os grupos políticos podem utilizar no âmbito do seu mandato de deputados europeus e que Marine Le Pen e pessoas próximas dela terão utilizado para fins políticos nacionais, despesas pessoais e subsídios a empresas próximas do seu partido, então chamado Frente Nacional (FN, atualmente União Nacional), e do grupo parlamentar de extrema-direita Europa das Nações e das Liberdades (ENL).

O OLAF implica Marine Le Pen, outros três ex-eurodeputados franceses – o seu pai, Jean-Marie Le Pen, o seu antigo companheiro, Louis Aliot, e Bruno Gollnisch, membro do secretariado nacional da FN – e o ENL.

O organismo acusa-os de terem desviado cerca de 600.000 euros, cujo reembolso pretende que seja feito.

Segundo o relatório, a candidata da Frente Nacional terá pessoalmente desviado cerca de 137.000 euros de dinheiro público do Parlamento de Estrasburgo quando foi eurodeputada, entre 2004 e 2017.

Desde junho de 2017, Marine Le Pen é também perseguida judicialmente no âmbito do inquérito em curso em Paris sobre suspeitas de criar empregos fictícios no Parlamento Europeu para assistentes do partido.

Neste momento, está, portanto, indiciada por “desvio de fundos públicos” e “cumplicidade” no crime em causa neste inquérito.

https://zap.aeiou.pt/marine-le-pen-acusada-de-desvio-de-fundos-publicos-cerca-de-600-000-euros-473930


Aquela “pessoa” que o contactou do nada no LinkedIn pode ser uma conta falsa gerada por inteligência artificial !

Um telemóvel com redes sociais instaladas, como o Twitter e o LinkedIn
Várias empresas de marketing estão a criar perfis falsos com fotos geradas por Inteligência Artificial. O LinkedIn apagou 15 milhões de perfis falsos só nos primeiros seis meses de 2021.

Quase todas as pessoas com uma conta no LinkedIn já receberam pedidos de conexão ou mensagens de estranhos — muitas vezes a oferecer oportunidades de negócio “imperdíveis”. Mas é agora provável que a pessoa que nos contacta nem sequer uma pessoa seja, escreve o NPR.

Algumas empresas estão agora a usar contas falsas com fotografias geradas por sistemas de inteligência artificial na esperança de aumentarem as vendas.

Uma utilizadora do LinkedIn revelou que recebeu um inquérito de software no site e apesar da pessoa que lhe mandou a mensagem parecer real, depois de uma inspeção mais próxima, reparou que a foto de perfil mostrava uma mulher apenas com um brinco e com algumas mechas de cabelo a desaparecer e reaparecer — um sinal de que a foto foi criada com inteligência artificial.

Mas a utilizadora em questão não era uma qualquer. Renée DiResta é uma “investigadora veterana que estudou campanhas de desinformação russas e conspirações anti-vacina” e reparou logo nos sinais.

Este caso fez com que DiResta se aliasse a Josh Goldstein, que também trabalha no Observatório de Internet da Universidade de Stanford. Os dois lançaram uma investigação que descobriu mais de 1000 contas falsas semelhantes na plataforma.

Cerca de 70 empresas estavam referidas com empregadoras destas contas falsas. A equipa avisou-as deste facto e algumas revelaram que tinham contratado empresas de marketing externas para as ajudar com as vendas, mas que não tinham conhecimento ou aprovado o recurso a perfis criados com inteligência artificial.

Um CEO revelou que pensava que as contas eram simplesmente os verdadeiros funcionários da empresa de marketing que tinha contratado.

Apesar de não serem ilegais, o LinkedIn confirma que os perfis falsos vão contra os seus termos de serviço e que já os começou a apagar, tendo removido 15 milhões de contas no primeiro semestre de 2021.

No entanto, a evolução tecnológica tem dificultado cada vez a distinção entre os perfis verdadeiros e as fotos criadas com IA, especialmente com o surgimento das Deepfakes.

https://zap.aeiou.pt/pessoa-contactou-linkedin-conta-falsa-473686


domingo, 17 de abril de 2022

Bill Gates quer criar uma task force global contra novas pandemias !


Na conferencia anual do TED, em Vancouver, no Canadá, Bill Gates instou os líderes mundiais a criarem uma equipa de responsáveis que ajudaria a identificar e rastrear os vírus emergentes.

Bill Gates não está convencido de que a pandemia de covid-19 será a última que o mundo terá de enfrentar nos próximos anos. Para que os países estejam preparados contra o próximo agente infeccioso desconhecido, o fundador da Microsoft propõe a criação de uma task force internacional de vigilância.

A ideia da criação da equipa GERM (Global Epidemic Response and Mobilization) para resposta e mobilização global contra epidemias envolve um investimento de mil milhões de dólares por ano, além de investimentos em investigação para diagnósticos e em sistemas de saúde em todo o mundo.

De acordo com o Fast Company, a equipa seria composta por cerca de três mil pessoas, coordenadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cuja única prioridade seria prevenir pandemias.

A GERM seria constituída por vários especialistas, desde epidemiologistas e cientistas de dados a peritos em logística, assim como especialistas com capacidades de comunicação e diplomacia.

Gates espera que a ideia se materialize numa proposta real nos próximos meses. Apesar de admitir que será necessário um debate para descobrir como organizar e financiar esta task force, o filantropo defende que deviam ser os países mais ricos a fazê-lo.

“A missão é parar os surtos antes que se transformem em pandemias“, sublinhou Bill Gates durante a sua intervenção, frisando que a rapidez é crucial: se os governos tivessem sido capazes de impedir a propagação da covid-19 nos seus primeiros 100 dias, teria poupado “mais de 98% das vidas perdidas”.

“Quando a covid-19 atingiu, éramos como Roma antes de ter baldes de incêndio e bombeiros”, disse o empresário, numa analogia que serviu para lembrar que o que mundo viveu (e vive) nos últimos anos é como “um terrível incêndio”.

https://zap.aeiou.pt/bill-gates-task-force-contra-pandemias-473670


Pode ser difícil, mas não é impossível provar o genocídio na Ucrânia !


Deverão as atrocidades na Ucrânia ser chamadas crimes de guerra, limpeza étnica ou genocídio? Os termos, por vezes, podem ser difíceis de distinguir.

Os peritos dizem que distinguir os rótulos é crucial, quando se investiga os responsáveis e se procura justiça nos tribunais internacionais.

“Estamos definitivamente a ver provas de crimes contra a humanidade e crimes de guerra”, afirma Leila Sadat, perita em crimes de guerra e direito internacional na Universidade de Washington em St. Louis, segundo a NPR.

“O genocídio requer esta intenção especial, por isso temos de mostrar que estão a cometer todos estes crimes terríveis a fim de destruir, em parte ou no todo, um grupo em particular”, sublinha Sadat.

O genocídio pode assim ser extremamente difícil de provar perante o Tribunal Penal Internacional e o Tribunal Internacional de Justiça, explica a especialista.

Os procuradores têm de entrar na mente dos criminosos e mostrar que existe uma intenção específica. Alegações de crimes de guerra anteriores na Síria, na região de Darfur no Sudão e na ex-Jugoslávia mostram como pode ser difícil rotular corretamente os crimes, ao procurar justiça.

A comunidade internacional, segundo Sadat, acredita que, por vezes, a limpeza étnica pode ser uma forma de genocídio.

“E vimos isso nas primeiras decisões do Tribunal Penal Internacional, na situação que envolvia Darfur, onde o procurador acusou genocídio porque havia de facto um padrão de limpeza étnica, destruindo aldeias, expulsando pessoas das suas casas, aterrorizando uma população civil. Um padrão muito semelhante ao que vimos na ex-Jugoslávia. Ao que vimos em Darfur. E ao que estamos agora a ver na Ucrânia”, nota.

“Felizmente, a Ucrânia declarou que o estatuto do Tribunal Penal Internacional (TPI) era aplicável ao seu território em 2014 e 2015. Assim, ao contrário do Assad na Síria, que nunca, nunca aceitaria a jurisdição do TPI, o presidente e o parlamento ucraniano fizeram-no. E por isso o TPI tem aqui jurisdição”, acrescenta.

De acordo com a especialista, “os crimes contra a humanidade são tão graves como o genocídio” e, nesse aspeto, “não há hierarquia“.

Um exemplo de crimes contra a humanidade é “aquilo de que os nazis foram acusados pelo Holocausto”, explica.

“E por isso sei que a comunidade internacional e os grupos de vítimas tendem a agarrar-se a este conceito de genocídio porque temos um tratado sobre o mesmo e ainda não temos o tratado sobre crimes contra a humanidade”, continua.

“Por isso, parece que são menos importantes. Não são menos importantes. São crimes absolutamente horríveis que envolvem ataques a uma população civil e a desumanização do espírito humano e dos seres humanos. Portanto, é realmente importante notar que esta ideia de limpeza étnica e crimes contra a humanidade é um crime muito, muito grave”, sublinha Sadat.

Sadet foi questionada sobre se é hipócrita que os EUA prometam ajudar a investigar possíveis crimes de guerra russos, quando não são membros do TPI, e não parecem querer ser responsabilizados pelos seus próprios alegados crimes de guerra.

“É hipócrita, e no entanto é uma coisa realmente boa”, responde a especialista. “A administração Biden está a considerar seriamente o desmantelamento de alguns dos obstáculos à cooperação com o Tribunal Penal Internacional, porque pode ver que este é exatamente o tipo de situação que o TPI foi criado para resolver“, explica.

“Já temos um procurador com jurisdição. Temos juízes todos prontos para aprovar mandados de captura e ouvir casos de confirmação. Não temos de recrutar pessoal e contratar novas pessoas e descobrir que lei deve ser aplicada”, relata Sadet.

“Temos um tribunal pronto e disposto a fazer o trabalho, e aqueles de nós que estiveram envolvidos com o Tribunal Penal Internacional durante 20 anos têm vindo a apresentar este argumento há 20 anos”, acrescenta.

“Então, os Estados Unidos estão a chegar um dia atrasados à festa? Sem dúvida que sim, e penso que é ótimo que estejam finalmente a chegar lá“, conclui Sadet.

https://zap.aeiou.pt/pode-ser-dificil-mas-nao-e-impossivel-provar-o-genocidio-na-ucrania-473691


Homem mais rico da Ucrânia promete ajudar a reconstruir Mariupol !


O dono dos complexos industriais Azovstal e Illich em Mariupol, fábricas de aço e ferro, comprometeu-se a ajudar a reconstruir Mariupol.

“A minha ambição é regressar a uma Mariupol ucraniana e implementar os nossos planos para que o aço ali produzido possa competir nos mercados globais como antes”, sublinhou o empresário, segundo o Observador.

Rinat Akhmetov é dono dos complexos industriais Azovstal e Illich em Mariupol e o homem mais rico da Ucrânia.

Em respostas enviadas por escrito à agência Reuters, o empresários promete ajudar a reconstruir a cidade assim que for possível. A fábrica Azovstal é atualmente um dos últimos redutos da resistência em Mariupol.

“Acredito que os nossos corajosos soldados defenderão a cidade, embora perceba o quão difícil é para eles”, afirmou Akhmetov.

Na sexta-feira, a siderurgia Metinvest disse que não deixaria as suas fábricas, Azovstal e Illich, operarem sob ocupação russa.

” minha ambição é regressar a uma Mariupol ucraniana e implementar os nossos planos para que o aço ali produzido possa competir nos mercados globais como antes”. Akhmetov regressou definitivamente ao seu país a 23 de fevereiro, um dia antes do início da guerra, mas não revela o seu paradeiro.

“Mariupol é uma tragédia global e um exemplo global de heroísmo. Para mim, Mariupol foi e sempre será uma cidade ucraniana”, realçou à Reuters.

“Para nós, a guerra rebentou em 2014. Perdemos todos os nossos ativos na Crimeia e no território temporariamente ocupado de Donbass”, refeiu, frisando que perder os negócios os tornou mais fortes.

“Estou confiante de que, como maior empresa privada do país, o Grupo SCM desempenhará um papel fundamental na reconstrução da Ucrânia no pós-guerra”, salientou. “Precisaremos de um programa de reconstrução internacional sem precedentes, um Plano Marshall para a Ucrânia“.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/homem-mais-rico-da-ucrania-promete-ajudar-a-reconstruir-mariupol-473882


Boris Johnson proibido de entrar na Rússia !


O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está proibido de entrar na Rússia, como resposta às sanções impostas por Londres à invasão militar da Ucrânia, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

Segundo avançou o ministério liderado por Serguei Lavrov em comunicado, a proibição de entrada no país estende-se também a outros altos responsáveis britânicos, incluindo vários membros do Governo de Boris Johnson.

“Esta medida foi tomada em resposta à campanha política e mediática desenfreada destinada a isolar a Rússia internacionalmente e criar as condições para (…) estrangular a economia nacional”, justificou a diplomacia russa.

De acordo com Moscovo, o Governo britânico “agrava propositadamente a situação em torno da Ucrânia, enchendo o regime de Kiev de armas letais e coordenando esforços semelhantes por parte da NATO”.

“A política russofóbica das autoridades britânicas, que se encarregaram de promover uma atitude negativa em relação ao nosso país e de congelar laços bilaterais em praticamente todas as áreas, prejudica o bem-estar e os interesses dos habitantes da própria Grã-Bretanha”, sublinharam os Negócios Estrangeiros.
 
Além de Boris Johnson, a proibição de entrada na Rússia abrange também o vice-primeiro-ministro Dominic Raab, a ministra dos Negócios Estrangeiros Liz Truss, o ministro da Defesa Ben Wallace, a ex-primeira-ministra e agora deputada Theresa May e a primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon, adianta a agência France-Presse.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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Zelenskyy: “No sul e no leste do país, a situação ainda é muito difícil” !


Zelenskyy alerta que sul e leste do país ainda estão longe da recuperação, que noutras zonas do país estão a ser feitos esforços de reconstrução.

O Presidente da Ucrânia descreveu, na habitual mensagem gravada, que a situação no sul e no leste do país está “ainda muito difícil”. Nesses locais, a Ucrânia está “longe” de poder falar em “recuperação”.

“No sul e no leste do país, a situação ainda é muito difícil, longe de podermos falar em recuperação”, defendeu, na noite desta sexta-feira.

Nos distritos ocupados das regiões de Kherson e Zaporíjia, “os militares russos continuam a aterrorizar civis”. “Estão à procura de qualquer pessoa que tenha estado associada ao exército ucraniano ou às agências governamentais”, denuncia.

“Os ocupantes pensam que isso vai de alguma forma facilitar-lhes o controlo do território. Mas estão errados”, acrescenta, segundo o Observador.
 
Zelenskyy sublinha também que a Rússia está cada vez mais isolada. “A Rússia perdeu a Ucrânia para sempre. Aliás, perdeu todo o mundo. Não será aceite em lado nenhum nunca mais”.

O presidente da Ucrânia aponta ainda a “crueldade” com que as tropas russas estão “a tentar conquistar” as regiões perto do Mar de Azov, Donbass e Kharkiv, mas dá conta dos esforços de reconstrução noutras zonas do país.

De acordo com o líder ucraniano, 918 povoações “já foram desocupadas”, as forças do país estão a desminar o território, a restaurar o fornecimento de eletricidade, água e gás, e a reconstruir estradas e caminhos de ferro.

Por exemplo, a partir de sábado, a ligação entre Chernihiv e Nizhyn será restabelecida, além de que há já comboios a sair das cidades da região de Sumy, que foi alvo de bombardeamentos.

“Estamos a fazer o que conseguimos para salvar as nossas pessoas“, realça ainda o Presidente ucraniano, sobre Mariupol.
Empresas retomam atividade

Volodymyr Zelenskyy informa ainda que teve esta sexta-feira uma reunião com representantes do governo, na qual tomou nota que quatro em cinco empresas ucranianas voltaram ao trabalho em áreas seguras, o que inclui sobretudo empresas de indústria pesada.

Além disso, as redes de transporte estão a ser reconstruídas e o comércio e os serviços mostram um “bom desempenho”. O Presidente ucraniano agradeceu aos empresários e trabalhadores que continuam a trabalhar.

“Não importa o que aconteça, em todas as cidades e comunidades onde não há ocupantes nem hostilidades, é necessário restaurar a economia ao máximo”, apela.

O discurso é também dirigido aos parceiros internacionais. Diz que as forças armadas estão a “repelir os ataques dos invasores” e a levar a cabo contra-ataques.

“O sucesso dos nossos militares no campo de batalha é muito significativo. Historicamente significativo. Mas ainda não é suficiente para limpar a nossa terra dos invasores”, salienta.

Zelenskyy voltou a pedir um reforço das sanções, que, embora reconheça que sejam “significativas”, “ainda não são suficientes” para parar a “máquina militar russa”.

“Se alguém pergunta [se a guerra vai durar] um ano ou anos, eu respondo: vocês podem encurtar a guerra. Quanto mais e mais cedo conseguirmos todas as armas que pedimos, mais forte a nossa posição será e mais cedo chega a paz”, nota, apelando a mais ajuda financeira, um “embargo ao petróleo” russo e o “bloqueio completo do setor financeiro” do país.

Quanto ao pedido de adesão à UE, indica que o “trabalho está quase completo”. “Iremos em breve dar respostas aos representantes da UE”, indica, depois de a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leye, ter entregue ao país um questionário que têm de preencher para o processo adesão.

https://zap.aeiou.pt/zelenskyy-no-sul-e-no-leste-do-pais-a-situacao-ainda-e-muito-dificil-473856


Mais de 900 corpos de civis encontrados em Kiev, após retirada russa !


Mais de 900 corpos de civis foram descobertos na região de Kiev, após a retirada das forças russas, admitiu hoje o chefe de polícia regional.

Andriy Nebytov, chefe da força policial regional de Kiev, adiantou numa entrevista que os corpos foram abandonados nas ruas ou enterrados provisoriamente. Sublinhou ainda que 95% morreram por ferimentos de bala.

“Consequentemente, entendemos que sob a ocupação (russa) as pessoas foram simplesmente executadas nas ruas“, afirmou Nebytov, citado pela AP.

Estão a ser encontrados cada vez mais corpos todos os dias, sob escombros e em valas comuns, acrescentou o responsável, segundo o Jornal de Notícias.

Segundo o chefe da força policial, “a maioria das vítimas foi encontrada em Bucha, onde há mais de 350 cadáveres“.
 
O Ministério da Defesa da Rússia prometeu hoje aumentar os ataques com mísseis à capital ucraniana, como resposta à alegada agressão da Ucrânia ao território russo, uma ameaça que se seguiu à relevante perda do navio russo Moskva no Mar Negro.

Dias antes, Moscovo acusou Kiev de ferir sete pessoas e danificar cerca de 100 prédios de habitação com ataques aéreos em Bryansk, localidade russa próxima da fronteira com a Ucrânia.

Autoridades ucranianas não confirmaram alvos de ataque na Rússia e as informações não puderam ser verificadas de forma independente.

“O número e a escalada de ataques de mísseis contra objetivos em Kiev irão aumentar em resposta ao regime nacionalista de Kiev que comete qualquer ataque terrorista ou desvio no território russo”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão ​​​​​​​russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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sábado, 16 de abril de 2022

Comandante do Moskva morreu a bordo do navio: “Rússia vai retaliar” !


Segundo o conselheiro do Ministério dos Assuntos Internos da Ucrânia, Anton Gerashchenko, o capitão do navio de guerra russo ‘Moskva’, Anton Kuprin, morreu na sequência do ataque com mísseis Neptuno ucranianos que afundou o navio almirante da frota russa no Mar Negro.

O comandante do cruzador Moskva, que se afundou esta quinta-feira após o que os ucranianos dizem ter sido um “um corajoso ataque ucraniano” com dois mísseis Neptuno fabricados no país, terá morrido a bordo do navio.

Segundo uma nota publicada através do Telegram pelo conselheiro do Ministério dos Assuntos Internos da Ucrânia, Anton Gerashchenko, o comandante Anton Kuprin morreu após uma “explosão e incêndio a bordo”, quando o navio estava a ser rebocado para a base naval de Sevastopol, na Crimeia.

A Rússia desmente que o navio se tenha afundado na sequência de um ataque ucraniano, sustentando que o afundamento terá sido causado por um incêncio a bordo após uma explosão no paiol da embarcação.

“Durante o reboque do cruzador Moskva para o porto de designação, o navio perdeu estabilidade devido a danos no casco, sofridos durante a detonação de munições por causa de um incêndio. Em plena forte tempestade, o navio afundou”, disse o Ministério da Defesa russo, citado pela agência noticiosa TASS.

Segundo adiantou esta sexta-feira, um alto responsável do Pentágono, o cruzador russo Moskva foi afundado por dois mísseis ucranianos, no que considerou “um grande golpe para a Rússia“.

“Pensamos que eles o atingiram com dois Neptune”, indicou o responsável do Departamento da Defesa norte-americano, citado pela AFP a coberto do anonimato, desmentindo assim a versão de Moscovo segundo a qual o seu navio-almirante no teatro de guerra ucraniano foi “gravemente danificado por um incêndio”.

O responsável não confirmou, contudo, as informações de que o exército ucraniano terá distraído a defesa do Moskva com um ‘drone’ de um lado do navio, enquanto os Neptune, mísseis de cruzeiro antinavio ucranianos, o atingiam do outro lado.
Rússia “vai retaliar”

As forças militares ucranianas estão “plenamente conscientes” de que a Rússia não vai perdoar o ataque ao cruzador Moskva, “símbolo das ambições imperialistas” russas, afirmou hoje uma porta-voz militar, adiantando que não foi possível resgatar a tripulação.

“Estamos plenamente conscientes de que não seremos perdoados” pelo ataque ao Moskva, afirmou, em conferência de imprensa, a porta-voz do comando militar da região sul da Ucrânia, Natalia Goumeniouk, citada pela AFP.

Goumeniouk referiu que o ataque ao Moskva, que se afundou na quinta-feira no Mar Negro depois de ter sido atacado pela Ucrânia com mísseis Neptuno, “não atingiu apenas o navio, atingiu as ambições imperiais do inimigo“.

“Vimos navios a tentar ajudar o Moskva, mas até as forças da natureza estavam do lado da Ucrânia, uma tempestade impediu que o navio fosse salvo e que a tripulação fosse resgatada”, explicou a militar.

A responsável disse contudo não estar em condições de dar pormenores sobre o que ocorreu com a tripulação por falta de “dados fiáveis”.

Na quinta-feira, o Ministério da Defesa russo afirmou que a tripulação, composta por mais de 500 pessoas, tinha sido “resgatada para outros navios da Frota do Mar Negro que estavam nas proximidades”, sem especificar se houve baixas.

O Moskva acabou por se afundar enquanto era rebocado para a base nava de Sevastopol, porto mais próximo e centro de operações da frota russa no Mar negro.

Do lado da Ucrânia, explicou Goumeniouk, espera-se retaliação por parte da Rússia, que ainda na quinta-feira atingiu uma fábrica de armas a sudoeste da capital ucraniana, onde estariam a ser produzidos mísseis Neptuno, e ameaçou intensificar os ataques contra Kiev.

“Estamos conscientes de que os ataques contra nós irão intensificar-se, que o inimigo se vingará, que haverá ataques de mísseis e bombardeamentos de artilharia. Estamos prontos, iremos ripostar”, garantiu.

Novos ataques em Kiev

As forças russas destruíram este sábado uma fábrica de armamento que produz tanques nos subúrbios de Kiev e oficinas de reparação de equipamento militar em Mykolaiv (sul), anunciou o Ministério da Defesa russo.

Os ataques ocorreram um dia depois de a Rússia ter avisado que iria intensificar os ataques contra Kiev, na sequência de incursões ucranianas no seu território.

“Armas de alta precisão de longo alcance ar-terra destruíram os edifícios de produção de uma fábrica de armas em Kiev e uma oficina de reparação de equipamento militar em Nikolaev [nome russo de Mykolaiv]”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, citado pela agência oficial russa TASS.

O porta-voz disse que as forças russas destruíram 16 alvos inimigos com mísseis de alta precisão, incluindo equipamento militar, armazéns e bases de armazenamento de armas.

Um grande número de militares e agentes da polícia estava presente no local pouco depois do ataque, impedindo o acesso ao complexo, de onde se erguia uma nuvem de fumo, segundo a agência AFP.

O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, escreveu na rede social Facebook que não dispunha ainda de qualquer informação sobre potenciais vítimas.

“Pela manhã, Kiev foi bombardeada. Explosões deflagraram no distrito de Darnytsky, nos arredores da cidade. Os socorristas e médicos estão atualmente a trabalhar no local”, escreveu o autarca.

Klitschko apelou novamente às pessoas que saíram de Kiev para que não regressassem e permanecessem num “lugar seguro”.

Os ataques na região de Kiev tinham-se tornado menos frequentes desde o final de março, quando a Rússia retirou as suas tropas da capital e anunciou que iria concentrar a sua ofensiva no leste da Ucrânia.

No entanto, na sexta-feira, Moscovo ameaçou intensificar os ataques a Kiev depois de ter acusado a Ucrânia de bombardear aldeias em território russo perto da fronteira ucraniana.

https://zap.aeiou.pt/comandante-do-moskva-morreu-a-bordo-do-navio-russia-vai-retaliar-473822


Não, não é uma ilusão óptica - No lago Berryessa, a água rodopia e cai num estranho buraco à superfície !

O “Buraco da Glória” foi criado nos anos 50 para escoar a água em excesso quando chove e desde então que se tornou uma atração turística.

Se o nível da água no lago Berryessa, na barragem Monticello, na Califórnia, subir demasiado, a água em excesso começa a criar um redemoinho num grande buraco, aparentemente talhado na superfície do lago.

Conhecido pela população local como o “Buraco da Glória“, este não é um portal para o Inferno, apesar do seu vórtice assim parecer. O buraco é, na verdade, um vertedouro criado pelos engenheiros nos anos 50, que nasceu como alternativa a uma típica calha lateral que controle o fluxo da barragem — que, no local apertado entre os precipícios onde a barragem está, não teria espaço.

Este tipo de estruturas já foi criado noutras barragens, mas o Glory Hole é um dos mais famosos em todo o mundo. Durante um ano particularmente chuvoso, em 2017, centenas de pessoas iam para o local para verem o aparente abismo, e o mesmo aconteceu em 2019, relata o Science Alert.

Nesse mesmo ano, um pequeno corvo-marinho foi filmado a nadar sem saber em direção ao buraco, com alguns relatos a afirmarem que o animal sobreviveu.

A probabilidade da mesma coisa acontecer com uma pessoa é bastante reduzida, já que o lago proíbe a natação. Mesmo que alguém lá caia, a corrente não é forte o suficiente para puxar quem nade no sentido oposto.

A cada segundo, o buraco com 22 metros de diâmetro engole 1360 metros cúbicos de água. Depois da queda inicial na entrada do buraco, a água entra num tubo mais fino com mais de meio quilómetro que a leva para o riacho Putah.

Apenas é conhecido um caso de um acidente em 1997, em que uma mulher acabou por morrer depois de cair ao lago. Hoje em dia, a segurança está ainda mais reforçada para se evitar mais situações destas.

Os engenheiros que criaram o buraco acreditavam que este só seria usado em cenários extremos, mas desde 2000 que este já teve de ajudar a escoar a água em excesso três vezes.

https://zap.aeiou.pt/lago-berryessa-agua-rodopia-buraco-473141


 

Peça de arte invisível vendida por mais de um milhão — O antepassado dos NFT’s !

Uma obra de arte invisível do artista francês Yves Klein foi vendida por mais de 1 milhão de dólares na Sotheby’s, em Paris.

A venda foi realizada através de um recibo de papel para uma “Zone de sensibilité picturale immatérielle”, ou uma “zonas de sensibilidade pictórica imaterial”, criação do artista, de 1959.

Entre 1959 e sua morte, em 1962, Yves Klein vendia essas “zonas de sensibilidade pictórica imaterial” em troca de barras ouro, de acordo com a Smithsonian.

Na conclusão das transações, o artista entregava um recibo ao comprador, que depois queimava o papel, enquanto Klein deitava metade do ouro no Rio Sena. Segundo o artista, o ato “reequilibra a ordem natural” entre comprador e vendedor.

Klein foi uma das figuras mais importantes do movimento do nouveau réalisme (Novo Realismo) — um pioneiro da arte conceptual.
 
Agora, seis décadas depois, um dos recibos anteriormente trocadas por barras de ouro foi vendida por mais de um milhão de dólares, em leilão.

Embora Klein tenha vendido bastantes recibos para “zonas de sensibilidade pictórica imaterial”, sobraram poucas até hoje, porque o artista encorajava os compradores a queimá-las — parte de um ritual em que os compradores se afirmavam como os “donos definitivos” da sua “zona” comprada.

Jacques Kugel era o proprietário original do recibo leiloado, e acredita-se ser um dos poucos que não queimou as provas da sua compra, segundo a Artnet.

O recibo foi exibido nas principais instituições culturais europeias, como a Hayward Gallery de Londres e o Centre Pompidou de Paris.

O antigo dono da galeria, Loïc Malle, acabou por comprar a peça, colocou-a depois em leilão, juntamente com mais de 100 artigos da sua coleção privada.

A CNN relata que o recibo, com menos de 20 centímetros de largura, foi criado para se assemelhar a um cheque bancário.

Assinado por Klein com a data de 7 de dezembro de 1959, o pedaço de papel dá ao destinatário a propriedade de uma “zona de sensibilidade pictórica imaterial” — quase como se fosse um NFT da antiguidade.

“Alguns comparam a transferência de uma zona de sensibilidade e a invenção de recibos como antepassado da NFT, que por sua vez permite a troca de obras imateriais”, escreveu a Sotheby’s no seu catálogo de leilões.

“Se virmos que Klein manteve um registo dos sucessivos proprietários das ‘zonas’, é fácil encontrar aqui outro conceito revolucionário — a blockchain“, acrescenta.

Para prestar homenagem a essa associação, a Sotheby’s aceitou, pela primeira vez, pagamentos em criptomoedas pela obra de arte.

A venda ultrapassou, de longe, o intervalo inicial, estimado entre 300 mil e 550 mil dólares. Incluindo os impostos, o comprador vai pagar 1,2 milhões de dólares.

Segundo a Sotheby’s, o comprador era um “colecionador europeu privado” e é “demasiado cedo para dizer” se pagará ou não em criptograma.

Yves Klein deu bom uso ao ouro que não foi atirado para o Sena, e utilizou algum na sua série Monogolds. Deu também uma parte proveniente das primeiras quatro vendas a um santuário dedicado a Santa Rita, a padroeira das causas perdidas.

Ofereceu a oferta às freiras de um convento italiano dedicado à santa. As freiras mantiveram a obra de arte anónima, até que um terramoto em 1979 destruiu os frescos históricos do convento. Quando mostraram o santuário e o ouro dentro dele a um pintor, ele identificou logo a obra como sendo de Klein.

O artista francês é também bastante famoso pelas suas pinturas monocromáticas azuis e pela sua obra “Anthropométries”, de 1958.

A obra foi pintada por modelos nuas que se pressionava contra a tela, consoante as orientações do artista. Membro do grupo Nouveaux Réalistes com Arman, Raysse, Spoerri, Tinguely, Pierre Restany e outros 1960, Klein morreu em Paris de ataque cardíaco, aos 34 anos de idade.

Klein é também conhecido pela sua fotografia de 1960, “Leap into the Void“, uma composição de duas imagens separadas, que mostravam o artista a cair de um muro alto, testando os limites de perceção de realidade.

Os seus recibos de “zonas imateriais” eram uma continuação de um trabalho anterior a que chamou “The Void” — uma sala branca e vazia, numa galeria parisiense.

“Desejava criar, estabelecer e apresentar ao público um estado pictórico sensato dentro dos limites de uma galeria de imagens”, afirmou o artista, em 1959.

“Por outras palavras, procurei criar um ambiente, um clima pictórico que é invisível mas presente”, sublinhou Klein.

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François Hollande apela ao voto em Macron: “Está em causa o questionamento dos nossos valores” !


Socialista destacou as ligações de Marine Le Pen ao regime de Vladimir Putin. Apelo junta-se ao de Sarkozy, feito na terça-feira.

O antigo presidente francês François Hollande apelou ao voto em Emmanuel Macron na segunda volta das eleições presidenciais, nas quais o incumbente vai defrontar Marine Le Pen, candidata da extrema-direita. Em entrevista ao canal de televisão TF1, o antigo chefe de Estado começou por ressalvar que não pretende “dar uma lição de moral e dizer aos franceses em quem devem votar”, mas afirmou que “é o voto em Macron que permite que Marine Le Pen não vença“.

“Sou um ex-presidente e sei que numa eleição como esta o importante é a França. E é por isso que peço aos franceses, diante do que está em jogo, que votem em Emmanuel Macron”, disse o antigo presidente socialista.

Hollande chamou a atenção para os desafios que o país enfrentaria caso Le Pen vencesse e se tornasse presidente. “O primeiro é o questionamento dos nossos princípios, dos nossos valores. Ela quer mudar um quarto da Constituição francesa em questões de imigração”, começou por enumerar. O segundo desafio, citado pelo Expresso, tem que ver com a “manutenção da França na União Europeia” e o terceiro é “o sistema de alianças” proposto por Le Pen, cujo partido recebeu financiamento do Kremlin e até há um mês e meio era visto como um aliado.

“Todos os presidentes mantiveram a França na NATO. Agora, se ela liderar o país, planeia deixar o comando integrado [da Aliança] e considera a Rússia de Vladimir Putin um possível aliado“, aponta Hollande. Quanto a Macron, o socialista espera “sentido de diálogo”.  

O apelo ao voto em Emmanuel Macron por parte de François Hollande segue-se a outro já feito por Nicolas Sarkozy, na terça-feira. “Votarei em Emmanuel Macron porque acredito que tem a experiência necessária diante de uma grave crise internacional mais complexa do que nunca, porque o seu projeto económico coloca a promoção do trabalho no centro de todas as suas prioridades e porque o seu compromisso europeu é claro e inequívoco”, escreveu na sua página de Facebook.

“A lealdade aos valores da direita republicana e à nossa cultura de Governo deve levar-nos a responder ao apelo de união de Emmanuel Macron com vista às eleições presidenciais. Ele é, no atual estado das coisas, o único em situação de agir. O interesse da França deve ser o nosso único guia”, pode ler-se na publicação.

https://zap.aeiou.pt/francois-hollande-apela-ao-voto-em-macron-esta-em-causa-o-questionamento-dos-nossos-valores-473776


Spray de fungos pode ajudar a capital mais poluída do mundo !


Nova Deli é uma cidade muito marcada pela poluição. Mas uma novidade pode tornar o ambiente um pouco mais suportável.

Irritação da pele e dos olhos, doenças neurológicas, cardiovasculares e respiratórias graves, asma, doença pulmonar obstrutiva crónica, bronquite, perda de capacidade pulmonar, cancro…

A lista poderia continuar.

Estas são as possíveis consequências para a saúde da poluição do ar. Uma poluição muito visível e muito sentida em Nova Deli, que há quatro anos consecutivos é considerada a capital mais poluída do mundo.

A névoa escura e constante que paira sobre a capital da Índia origina perturbações na sociedade, como encerramento de escolas (as máscaras já eram frequentes pelas ruas muito antes da COVID-19) e origina sobretudo muitas mortes. Estima-se que, todos os anos, morra mais de um milhão de pessoas na Índia por causa da poluição do ar.

Os relatórios sobre este panorama indicam que a poluição industrial e os carros são factores importantes mas, no início do Outono de cada ano, a poluição aumenta devido aos incêndios agrícolas – que, só em Nova Deli, originam quase metade da poluição do ar.

Há sete anos que as queimadas são proibidas na cidade, são mesmo consideradas crime. Mas, mesmo assim, essa rotina não foi travada substancialmente e a poluição mantém-se.

No entanto, a poluição poderá diminuir consideravelmente nas zonas agrícolas da capital da Índia. O responsável chama-se Dhruv Sawhney.

Dhruv apresentou no ano passado um novo método de limpeza de resíduos agrícolas que permite rentabilizar mais o trabalho agrícola e melhorar a qualidade do solo. A BBC relata que, no início, houve reacções negativas. “Tens a certeza de que isso funciona? Prefiro incendiar os meus campos e pronto”.

O “isso” é um novo spray microbiano orgânico, desenvolvido pelo Instituto Indiano de Pesquisa Agrícola de Nova Deli.

O spray chama-se Pusa Decomposer e é composto por sete espécies diferentes de fungos naturalmente presentes no solo. Essas sete espécies de fungos são muito eficazes na decomposição dos resíduos para obter energia e nutrientes.

Assim, o Pusa Decomposer consegue rapidamente decompor os resíduos dos campos após a colheita do arrozal. As experiências mostraram ainda que, três semanas depois, os resíduos integraram-se no solo e funcionaram como fertilizante para a época de cultivo seguinte.

A solução, baseada numa pulverização microbiana, enriquece o solo; enquanto queimar os resíduos da colheita faz com que a temperatura da camada superior do solo suba para 42 graus centígrados, matando todos os micróbios benéficos do solo. Por isso, o spray tenta melhorar a poluição e a saúde do solo.

Este spray baseado em fungos tenta ser uma solução, após tentativas frustradas. Em 2006, por exemplo, surgiu uma máquina projectada para semear e que também conseguia remover os resíduos, triturá-los e espalhá-los pelo campo. Mas é uma alternativa cara e poderia causar problemas de germinação.

Ainda é cedo para fazer uma análise ao impacto do spray nos níveis de poluição em Nova Deli; mas acredita-se que, se a pulverização do solo atingir uma escala grande, a diferença pode ser bastante significativa, especialmente no Outono.

https://zap.aeiou.pt/spray-fungos-poluicao-india-nova-deli-473660


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