Uma portuguesa foi, esta segunda-feira, condenada por um tribunal em Londres, Inglaterra, a dois anos de prisão por ter participado num casamento falso e colaborado na organização de outros quatro entre mulheres portuguesas e homens do Bangladesh.
Ao declarar a sentença no tribunal criminal de Snaresbrook, no norte da capital britânica, o juiz Inigo Bing considerou, todavia, que Maria Marques, de 47 anos, teve um "papel secundário por não falar inglês".
Ainda assim, considerou-a cúmplice de "exploração fraudulenta da lei de imigração britânica que permite aos homens do Bangladesh adquirir um visto de residência se casarem com cidadãos de países da União Europeia".
O "papel principal" na organização dos casamentos pertenceu ao marido, de 22 anos, também ele do Bangladesh, um "homem de negócios, experiente, bem-educado e persuasivo", descreveu o juiz.
Mohamed Tanin foi assim condenado a quatro anos de prisão, após os quais arrisca, segundo a legislação britânica, a ser deportado.
Ambos já cumpriram cerca de quatro meses de prisão preventiva, que irá contar para o tempo que irão passar na prisão, e podem pedir a liberdade condicional após concluída metade da sentença.
O caso remonta a Julho de 2010, quando Marques e Tanin levaram quatro mulheres portuguesas para o Reino Unido de propósito para casarem com quatro jovens do Bangladesh.
As autoridades britânicas desconfiaram das declarações para realizar o matrimónio porque tinham a mesma data, poucos dias antes de as portuguesas chegarem ao Reino Unido.
Os alegados noivos eram quatro jovens do Bangladesh com vistos de estudante prestes a expirar enquanto, das quatro mulheres, uma estava já numa gravidez avançada e outras duas eram "muito mais velhas".
A inabilidade na preparação dos documentos levou o juiz a classificar tudo como um "esquema ridículo" e mesmo os advogados de defesa admitiram que o processo estava destinado a fracassar.
São considerados casamentos falsos quando um imigrante não europeu casa com um nacional da União Europeia para tentar obter o direito de residência e trabalho no país europeu em causa, neste caso o Reino Unido.
As autoridades consulares portuguesas em Londres dizem ter registado um aumento crescente de portugueses envolvidos neste tipo de esquemas ilegais.
Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2229755&page=-1
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