Portugal continua a ser assombrado pela destruição sem
precedentes dos incêndios florestais. Agora é a hora de aproveitar as
nossas ferramentas tecnológicas e encontrar maneiras inovadoras de
ajudar a aliviar o problema e também evitar futuros desastres.
O mapeamento preditivo tem sido uma ferramenta vital num esforço contínuo para identificar áreas florestais em risco e saber proativamente os riscos de incêndio. Este método analisa imagens para ver aquilo que os olhos humanos nem sempre veem.
Agora, o progresso em tecnologias como Inteligência Artificial (IA),
drones e Internet das Coisas abriu novas formas de prevenir e responder
melhor aos incêndios florestais. Para isso, a chave é ter muitos dados relevantes para esse local.
Usar tecnologia para recolher e distribuir dados
Os dados cruciais necessários para o planeamento da
prevenção de incêndios florestais podem vir de várias fontes, incluindo
sensores da Internet das Coisas (IoT) que recolhem dados meteorológicos,
dados arquivados do passado, ferramentas de modelagem, imagens de
satélite e até redes sociais.
Estas tecnologias podem convergir para reunir uma gama diversificada
de dados, ajudando-nos a fazer previsões sobre a probabilidade de um
evento ocorrer num local específico com mais velocidade e precisão do
que nunca. Tais previsões fornecem informações oportunas e direcionadas que podem ajudar muito os serviços de emergência no desempenho das suas funções.
O objetivo agora deve ser integrar o uso destas tecnologias
emergentes nos sistemas existentes dos departamentos estatais de
serviços de emergência, que podem transmitir informações mais
estrategicamente direcionadas às autoridades locais. Isto pode ser
incorporado nos seus sistemas existentes.
As “redes mesh” — redes em malha — de próxima geração são uma
tecnologia emergente possibilitada pela convergência do 5G, Inteligência
artificial, milhões de sensores da Internet das Coisas (IoT) e
Realidade Virtual e Aumentada.
Enquanto as redes mais antigas são baseadas num número limitado de
pontos de acesso, nas redes em malha cada pessoa com um smartphone
habilitado para 5G é um nó capaz de se conectar com todos os outros.
Quando o serviço móvel 5G for lançado em Portugal, poderemos fazer isso.
Com esta tecnologia, as pessoas num incêndio florestal ou em outra área afetada por desastres podem criar uma “rede mesh” local através do seu smartphone.
Assim, poderiam contribuir gravando vídeos em 360 graus, fazendo
relatórios sobre eventos em desenvolvimento, tirando fotos etc., e
depois distribuí-los para a rede.
A Inteligência Artificial pode produzir informações confiáveis sobre
ambientes físicos, processando imagens capturadas. Ela integra os vídeos
para criar hologramas ao vivo em tempo real. Esta forma de Realidade
Virtual colocará os observadores no local, ajudando as autoridades fora
do local.
Com os olhos no futuro
Está na hora de usarmos soluções do século XXI para
enfrentar a crescente ameaça de incêndios florestais. Em muitas partes
de Portugal, a questão é quando é que o desastre ocorrerá e não se ele
ocorrerá.
Os socorristas que enfrentam um incêndio em avanço precisam de toda a
ajuda possível, e as informações estrategicamente recolhidas pelos
sistemas inteligentes darão aos bombeiros uma vantagem distinta.
As tecnologias discutidas acima são algumas das maneiras pelas quais
podemos enfrentar o desafio. Precisamos de criar formas mais fortes e
mais capazes de prevenir desastres sempre que possível, gerindo o
desastre enquanto ele acontece e identificando maneiras de nos tornarmos
mais resilientes a eles.
Fonte: https://zap.aeiou.pt/hologramas-combater-incendios-291524
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