O Brasil aprovou a venda de medicamentos à base de canábis. A entrada do
produto no país tem de ser feita por pontos específicos e este tem de
ser importado "semielaborado".
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) brasileira, vinculada ao Ministério da Saúde, aprovou esta
terça-feira o registo e venda em farmácias de produtos à base de canábis
para uso medicinal.
A decisão da Anvisa entrará em vigor no prazo
de 90 dias a partir da sua publicação no Diário Oficial da União, e
estará sujeita a revisão após três anos. O objetivo da medida é
“encontrar uma maneira de garantir o acesso [a canábis], por via de
assistência farmacêutica” e “assegurar um mínimo de garantias para os
usuários dos produtos”, afirmou a Anvisa, em comunicado.
A nova norma regulatória cria, assim, uma nova classe de produtos:
“produtos à base de canábis”, que estarão sujeitos a vigilância
sanitária, e deverão ser vendidos unicamente em farmácias, além de serem
prescritos por um médico. O regulamento especifica os procedimentos
para a obtenção de diferentes permissões da Anvisa “para a fabricação e
importação” desse tipo de fármacos, assim como estabelece os “requisitos
para a sua comercialização, prescrição e controlo”.
A Anvisa
frisou ainda que as empresas devem continuar as investigações para “a
comprovação da eficácia e segurança das suas fórmulas”. O regulamento
aprovado também exige que as empresas interessadas em fabricar esses
medicamentos à base de canábis obtenham um certificado de boas práticas
de fabricação, emitido pela Anvisa.
Quem optar por importar o
substrato de canábis para a fabricação do produto deve, segundo as
autoridades brasileiras, “importar a matéria-prima semielaborada”, ou
seja, não poderá “importar a planta ou parte dela”. Para uma melhor
vigilância dos lotes de fármacos derivados da canábis, o Brasil limitou
os “pontos de entrada” dos produtos no seu território. A legislação
brasileira proíbe a plantação, colheita e exploração de canábis, exceto
em casos específicos para fins medicinais e científicos que, além disso,
precisam do aval da Justiça.
Paralelamente, a Anvisa ainda
analisa a possibilidade de autorizar o cultivo de canábis destinado a
investigar e produzir medicamentos elaborados a partir da planta. Até
agora, os pacientes que exigiam esse tipo de fármacos atendiam a essa
necessidade através do uso de óleos e extratos à base de canabidiol,
substância encontrada na canábis, conhecida pelos seus efeitos
terapêuticos, e necessitavam do aval da Anvisa para importá-los.
Fonte: https://observador.pt/2019/12/03/brasil-aprova-venda-de-medicamentos-a-base-de-canabis/
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