quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Novo trunfo militar dos EUA promete vigilância constante mais barata e polémicas sobre privacidade !

Balão estratosférico de vigilância da World View
Já desde 2019 que estão a ser feitos testes a balões de alta tecnologia que permitem vigiar grandes áreas durante vários dias. Mais barata e eficiente, esta alternativa pode levar à diminuição do uso dos drones.

Serão armas? Tanques? Submarinos? Drones? Não, o novo trunfo militar dos Estados Unidos são mesmo balões — e não do tipo que inspiram canções infantis ou a música de Manuela Bravo. Já desde 2019 que o exército norte-americano estava a fazer testes em grandes áreas onde punha à prova a capacidade de vigilância destes balões de alta altitude.

Na altura, falavam-se em até 25 balões movidos a energia solar que estavam a ser lançados desde as zonas rurais do estado da Dakota do Sul e que vigiavam uma área de 250 milhas que se estendia ao Minnesota, Iowa, Wisconsin, Missouri e Illinois.

Os drones furtivos já tinham sido usados para espionagem há muito, mas agora os balões estratosféricos estão a ser encarados como alternativas viáveis e mais baratas que passam despercebidas pelas defesas aéreas dos inimigos.

Durante vários anos, a fabricante de aeronaves militares Sierra Nevada Corporation forneceu o governo norte-americano com pequenas avionetas equipadas com sensores que custavam milhões de dólares para sobrevoarem o México, a Colômbia, o Panamá e o mar nas Caraíbas. Num relatório do Senado de 2019, concluiu-se que apenas 6% do tráfico de drogas na região foi interceptado, cita o The Guardian.

A fraca eficiência aliada às limitações no tempo de voo e a necessidade de uma equipa nos aviões também tornou este método menos apelativo. Por isso, a Sierra Nevada começou a mudar de estratégia e passou a dedicar-se à produção de balões cujo objectivo é “fornecer um sistema de vigilância persistente para localizar e deter o tráfico narcótico e ameaças à segurança interna”.

A vigilância de áreas de interesse geopolítico para os adversários russos e chineses também é um dos possíveis usos desta tecnologia, como por exemplo, no Mar do Sul da China.

Equipados com radares de alta tecnologia que podem simultaneamente localizar vários veículos tanto de dia como de noite independentemente das condições meteorológicas.

É também possível voltar atrás nas imagens que são registadas para se ver exactamente o que aconteceu e quem estava envolvido caso haja suspeitas de alguma actividade ilícita.

A flutuar a altitudes de até 60 mil e 80 mil pés, esta inovação aparentemente inofensiva do Pentágono pode atingir alvos tácticos, como bases de mísseis e radares de defesa aérea a uma distância superior a mil milhas. No entanto, são precisos batedores aéreos para apontar os alvos.

A alta tecnologia usada faz com que por vezes até sejam confundidos com OVNIs. Os balões que passaram na fase de testes estão aos poucos a passar a ser mesmo usados em operações militares. Para além do uso militar, a inovação pode também ajudar a detectar a formação de furacões ou tempestades solares.

Os actuais equipamentos militares aéreos, como os drones ou satélites, são bastante limitados relativamente ao tempo em que podem vigiar uma zona ou ao nível de detalhe conseguido.

O recurso a uma inovação muito mais barata como os Stratollites — nome dado aos balões pela World View Enterprises, que também produz para o Pentágono e para a NASA e é concorrente da Sierra Nevada — pode representar um enorme aumento na capacidade de recolha de informações da inteligência dos EUA.

Segundo escreve a Popular Mechanics, os Stratollites são aeronaves gigantes em forma de abóbora que podem ter um volume até 800 mil metros cúbicos. As suas gôndolas podem contem câmaras para a luz diurna, radares, câmaras térmicas, sensores de frequências de rádio e painéis solares.

A inclusão de sensores que avaliam os padrões do vento e o design que permite mudanças de voo rápidas e eficientes, um Stratollite pode também mudar de altitude, apanhar ventos e manter-se em posição dentro de um perímetro de 19 quilómetros do alvo durante quatro dias.

Está também já a ser desenvolvido o programa TRIPPWIRE que inclui uma experiência nas operações contra-estratosférias — ou seja, já prevê guerras entre balões. Para se destruir um destes balões o mais provável é ser preciso um golpe na gôndola.

Visto que as gôndolas não tem cockpits pressurizados, tanques de combustível, munições ou turbinas de alta velocidade, será mais difícil rebentar estes balões do que seria destruir um drone ou um avião pilotado.

Também será muito mais barato substituir os balões do que os outros equipamentos aéreos, pelo que o Pentágono pode recorrer a uma estratégia que combina o uso de balões e de drones.

Depois do anúncio de Biden de que a política externa militar dos EUA vai agora ser mais baseada em operações “além do horizonte” em que não há tropas no solo, o recurso a esta nova tecnologia pode até começar a substituir certos modelos de drones.
O que será feito com os dados recolhidos?

Até mesmo durante a fase de testes, o uso destes balões já levantou preocupações sobre a privacidade dos cidadãos que são vigiados, especialmente tendo em conta o histórico da inteligência norte-americana de espiar os seus próprios cidadãos, tal como revelou o denunciante Edward Snowden. Dado serem uma inovação recente, há também ainda poucas regulações sobre o uso de balões para a vigilância.

“Não achamos que as cidades americanas devam ser sujeitas a vigilância de grandes áreas onde todos os veículos podem ser acompanhados onde quer que vão. Mesmo só com testes, estão a recolher muitos dados sobre os americanos. Não devemos ir pelo caminho de permitir que isto seja usado nos Estados Unidos e é perturbador ouvir que estes testes estão a ser feitos, até pelo exército”, criticou Jay Stanley, analista da União Americana pelas Liberdades Civis.

Os documentos relativos aos testes em 2019 também não especificavam se estavam a ser feitos no âmbito de alguma investigação e se os dados recolhidos seriam apagados, guardados ou passados a outras autoridades federais ou locais.

“Gostaríamos de saber o que estão a fazer com esses dados, como os estão a arquivar, e se estão a contemplar usar os balões dentro dos Estados Unidos. Porque se decidirem que a tecnologia pode ser usada domesticamente, haverá uma enorme pressão para a implementarem”, reforça Stanley.

Já Ryan Hartman, CEO da World View, diz que as preocupações com a privacidade são tidas em conta pela empresa — apesar de já ter feito dezenas de testes para clientes cuja identidade não revelou e não clarificar que dados são recolhidos.

“Obviamente, há leis para proteger a privacidade das pessoas e nós respeitamos essas leis. Também entendemos a importância de trabalhar de forma ética para que se proteja ainda mais a privacidade das pessoas”, declarou ao The Guardian.

https://zap.aeiou.pt/baloes-trunfo-militar-eua-privacidade-444323




Fauci acredita que covid-19 se tornará endémica até à próxima primavera e aponta dois fatores cruciais !


Um dos principais peritos em doenças infecciosas da Casa Branca, Anthony Fauci, acredita que será possível controlar a pandemia. Para isso, aponta dois fatores cruciais.

Anthony Fauci crê que os Estados Unidos vão conseguir controlar a pandemia de covid-19 e começar a viver com o novo Sars-Cov-2 como endémico. Para isso, aponta, é preciso acelerar a vacinação e reforçar as terceiras doses.

Descartar completamente o vírus está fora de questão para o especialista. “Se queremos que se torne endémico temos que ter um nível de infeção tão baixo que faça com que não tenha qualquer impacto na sociedade, na nossa vida, na nossa economia”, explicou, citado pelo The Guardian.

“As pessoas vão continuar a ficar infetadas. Haverá ainda quem necessite de ser hospitalizado, mas o nível de infeção será tão baixo que não teremos de pensar nisto a toda a hora e não irá influenciar a nossa vida”, acrescentou.

Para isso, é preciso que mais pessoas comecem o esquema vacinal ou aceitem as doses de reforço, reforçou o consultor para a saúde na Casa Branca, num momento em que o país tem mais de 70% de adultos totalmente vacinados.

Atualmente, as doses de reforço estão disponíveis – pelo menos seis meses após a segunda toma – para os imunossuprimidos, maiores de 65 anos e pessoas com elevado risco de doença grave ou exposição frequente ao vírus.

Alguns estados norte-americanos e a cidade de Nova Iorque já expandiram a disponibilidade das doses de reforço.

Na próxima sexta-feira, um painel de especialistas que aconselha os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) irá discutir o alargamento da elegibilidade para as vacinas de reforço a todos os adultos, o que poderia tornar estas doses disponíveis já este fim de semana.

https://zap.aeiou.pt/fauci-covid-endemica-dois-fatores-445041

 

Bitcoin poderá colocar em risco a estabilidade financeira, avisa vice-governador do Banco de Inglaterra !


Os ativos criptográficos como a Bitcoin estão a evoluir tão rapidamente que se estão a tornar mais uma ameaça potencial para o sistema financeiro global, advertiu o vice-governador do Banco de Inglaterra, Jon Cunliffe.

“Sobre a questão da Bitcoin, e outros ativos criptográficos, e do seu valor, a minha opinião é que não são neste momento um risco para a estabilidade financeira“, disse Jon Cunliffe, em declarações à BBC Radio 4, esta segunda-feira.

“Mas [as criptomoedas] estão a crescer muito rapidamente e estão a tornar-se mais integradas no (…) sistema financeiro tradicional”, acrescentou.

“Portanto, o ponto em que representam um risco está a aproximar-se e penso que os reguladores e legisladores precisam de pensar muito bem sobre o assunto“, advertiu ainda.

De acordo com dados da CoinGecko, escreve o Markets Insider, os ativos criptográficos explodiram em popularidade e a sua capitalização total de mercado aumentou de 463,4 mil milhões de dólares, há um ano, para 2,8 triliões de dólares hoje em dia. Mas os reguladores ainda estão a trabalhar no desenvolvimento de regras para supervisionar o espaço em evolução.

Cunliffe já tinha alertado para o que poderia acontecer se a volatilidade tipicamente elevada das criptomoedas se repercutisse nos mercados tradicionais e, em outubro, disse ser plausível uma queda nos mercados criptográficos. No mesmo mês, o Fundo Monetário Internacional advertiu também sobre os perigos da especulação excessiva sobre ativos aparentemente estáveis.

Segundo o vice-governador do Banco de Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), o banco central do Reino Unido começou a encontrar formas de gerir riscos em finanças descentralizadas, onde as transações entre pares na cadeia de bloqueio prestam serviços financeiros sem um intermediário entre banco ou corretor.

O BoE começou a falar com a indústria financeira e empresas de tecnologia para descobrir se deve emitir a sua própria moeda criptográfica, uma libra digital apelidada de “Britcoin”. Mas é pouco provável que a moeda digital do banco central seja lançada até 2025.

De qualquer forma, Cunliffe considera que a moeda digital do banco central poderia “ancorar e manter unido o nosso sistema monetário”.

“A forma como vivemos e a forma como fazemos as nossas transações está sempre a mudar. As nossas vidas estão a tornar-se mais digitais. E, à medida que isso acontece, a forma como utilizamos o dinheiro e o dinheiro que mantemos muda”, disse.

“A questão é se o público em geral — empresas, famílias — deveria realmente ter a opção de utilizar e ter o dinheiro mais seguro, que é o dinheiro do Banco de Inglaterra, na sua vida quotidiana”, continuou.

Cunliffe salientou ainda que os projetos de dinheiro digital de empresas como o Facebook, cuja libra estável é agora conhecida como Diem, ainda não são uma preocupação para os reguladores dos Estados Unidos.

“Há propostas de novos atores que não são bancos, incluindo algumas das grandes plataformas tecnológicas, para virem ao mundo e emitirem o seu próprio dinheiro”, disse.

“Mas penso que essas propostas ainda não existem em grande escala. Por isso, penso que não estamos aqui atrás da curva no que diz respeito à regulação e gestão dos ativos criptográficos”, concluiu.

https://zap.aeiou.pt/bitcoin-podera-colocar-em-risco-a-estabilidade-financeira-avisa-vice-governador-do-banco-de-inglaterra-445046


quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Exercícios para algo maior: PREPARE-SE PARA A GUERRA - ESTE NÃO É UM EXERCÍCIO !


A CIA Enlouqueceu D - Destruição M - Mutuamente A - assegurada Usando o pano de fundo de: 6 - b UILD 6 - b ACK 6 - b ETTER DESTRUIR TOTALMENTE E DAS CINZAS RECONSTRUIR UMA NOVA ORDEM MUNDIAL A Fênix - um pássaro mítico que pega fogo e eclode de novo Estes são os maçons e cavaleiros templários Eles são suicidamente insanos 


https://undhorizontenews2.blogspot.com/

Grupo de 1.200 fanáticos por criptomoedas quer comprar equipa da NBA !


A Krause House é uma organização de fanáticos por criptomoedas que está a tentar angariar dinheiro através de tokens para comprar uma equipa da NBA, a principal liga de basquetebol norte-americana.

O fundador, Flex Chapman — pseudónimo usado no mundo das criptomoedas —, idealiza uma equipa onde os adeptos têm voz em tudo, desde o aspeto dos equipamentos até aos reforços que a equipa contrata. A ideia é simples: comprar uma equipa da NBA através de criptomoedas.

“É a mais pura forma de uma situação benéfica para todos que uma liga como a NBA pode ter, que tem tanto poder e fez todas as coisas certas”, disse Chapman, citado pela Business Insider. “Esta é a maneira de subir de nível onde as pessoas podem verdadeiramente participar na liga que amaram durante décadas”.

Em vez de ser um bilionário árabe a deter o clube, como em alguns casos, a Krause House quer que os seus 1.200 membros giram a equipa em conjunto.

Os membros compram a sua adesão ao grupo através de tokens, recebendo depois o poder de voto de acordo com a percentagem que detêm. Embora Chapman não tenha revelado nomes de membros do seu grupo, sugeriu que inclui antigos jogadores e agentes da NBA. 

A Krause House ainda não lançou o seu token, mas deverá estar à venda na próxima sexta-feira.

Organizações autónomas descentralizadas, mais conhecidas pelo acrónimo em inglês DAO, estão a tomar o mundo por assalto. A ConstitutionDAO está a tentar comprar a Constituição dos Estados Unidos, por exemplo, enquanto a PleasrDAO comprou um álbum não lançado dos Wu-Tang Clan.

No futebol já há casos remotamente semelhantes de equipas geridas por adeptos. Em França, o Avant Garde Caennaise tinha uma aplicação que permitia aos seus 2 mil adeptos escolherem não só o onze inicial para os jogos, mas também a tática usada e as substituições feitas durante o jogo.

Este ano, os adeptos do AC Milan também passaram a ter uma voz mais ativa no clube. Recentemente, anunciaram o lançamento da $ACM, uma Fan Token na Socios, uma plataforma que permite aos seus membros escolher nomes de estádios, cores do equipamento, iniciativas solidárias e muito mais.

https://zap.aeiou.pt/grupo-criptomoedas-comprar-equipa-nba-444952


Exército europeu - UE dá primeiro passo para criação de força com 5 mil tropas até 2025 !


Os Ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros dos 27 estiveram reunidos durante dois dias para discutir a criação de uma força europeia. Gomes Cravinho fechou-se em copas e não deu detalhes sobre a posição portuguesa.

É uma ideia antiga que está mais perto de tornar realidade. Os Ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros dos 27, com a crise entre a Bielorrússia e a Polónia como pano de fundo, reuniram-se em Bruxelas para discutir a criação de uma força militar conjunta que pode ter até 5 mil tropas até 2025.

Este exército europeu pretender acabar com a dependência da UE dos Estados Unidos para a intervenção em crises e deve abranger forças na terra, mar e ar que podem ser trocadas dentro de cada força permanente, dependendo do problema que esteja em causa.

O alto representante para a Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, acredita que a UE precisa de tomar decisões “mais rapidamente, com maior robustez e flexibilidade” quando se trata da intervenção em situações como a actual na fronteira da Polónia ou a crise humanitária causada pela saída das tropas da NATO dos Estados Unidos em Agosto.

“Temos de poder responder a ameaças iminentes ou reagir rapidamente a situações de crise, por exemplo, uma missão de resgate e evacuação ou uma operação de estabilização num ambiente hostil. Aumentar as capacidades militares da União Europeia é uma forma de aumentar e reforçar a segurança global, o elo transatlântico, em complemento da NATO”, argumenta, citado pela Reuters. 

Foi precisamente por essas razões que a Comissão Europeia trouxe à discussão a “Bússola Estratégica“, um documento que deve orientar a política de defesa do bloco europeu e que já planta as sementes para a criação de um exército conjunto.

O plano começou a ser debatido na segunda-feira à noite, tendo também sido tema de discussão na terça-feira, espera-se que o documento final esteja pronto até Março de 2022.

A “Bússola Estratégica” seria uma versão europeia parecida com o “Conceito Estratégico” da NATO, que define os objectivos da aliança transatlântica.

Ainda nada está fechado, mas Borrell já se mostrou satisfeito com o progresso alcançado até agora na reunião, que conseguiu “um amplo apoio de ministros (da Defesa e dos Negócios Estrangeiros), que expressaram a sua prontidão para continuar a trabalhar activamente”.

A nova tentativa de avanço com um exército europeia surge 20 anos depois dos líderes da União Europeia terem concordado na criação de uma força com entre 50 mil e 60 mil tropas, os chamados “Battle Groups“. No entanto, a proposta não chegou a sair do papel e tornar-se operacional.

Há sinais mais animadores desta vez, com a Itália e a França, dois pesos pesados militares entre os 27, a mostrarem-se abertos à nova tentativa.

“O documento combina um ambição de alto nível mas também já tem propostas operacionais concretas. É um bom equilíbrio“, revelou a Ministra das Forças Armadas francesa, Florence Parly.

O seu homólogo italiano, Lorenzo Guerini, acredita que a força europeia complementaria o trabalho da NATO e reforçaria as relações transatlânticas. Resta saber ainda a posição da Alemanha, que deve ser anunciada em breve e pode ser decisiva.

A proposta não exige que todos os estados-membros participem no projecto, mas o envio das tropas exigiria consenso. Há agora 60 projectos militares conjuntos da UE para armamento e outras colaborações em desenvolvimento, tendo mais 14 sido aprovados na terça-feira, revelou Borrell.

Já sobre a posição portuguesa relativamente à proposta, nada se sabe. O Expresso avança que João Gomes Cravinho recusou falar com os jornalistas durante o encontro de dois dias em Bruxelas, dizendo que não tinha disponibilidade, numa altura em que a sua tutela do Ministério da Defesa está a ser criticada por não ter informado previamente António Costa ou Marcelo Rebele de Sousa das suspeitas de tráfico de diamantes e ouro de tropas portuguesas na República Centro-Africana.

https://zap.aeiou.pt/ue-criacao-forca-5-mil-tropas-ate-2025-445021


Rússia admite ter destruído satélite – Mas nega ter colocado os astronautas da EEI em perigo !


Depois de ser acusada de colocar os astronautas da EEI em perigo, a Rússia acusou os EUA de “hipocrisia”. O país nega ter como objetivo militarizar o espaço.

Esta terça-feira, a Rússia admitiu ter explodido um satélite num teste anti-míssil. Porém, o país nega ter colocado em risco a tripulação da Estação Espacial Internacional (EEI). As declarações surgem depois dos EUA terem condenado a ação.

A administração de Joe Biden, presidente dos EUA, qualificou como perigosa a operação, cujos destroços obrigaram os astronautas a abrigarem-se.

Após as críticas, o ministro da Defesa da Rússia, Sergey Shoygu, veio agora defender o país, dizendo que foi conduzido “com sucesso” um teste, que resultou na destruição da nave russa Tselina-D, inativa e em órbita desde 1982. O governante sublinhou ainda que os disparos usaram um sistema “promissor” que atingiu o alvo com “precisão”, cita o jornal britânico The Guardian.

Em conferência de imprensa, Lavrov frisou que a EEI não correu riscos e criticou a postura adotada pelas EUA. “Declarar que a Rússia cria riscos para o uso pacífico do espaço é, no mínimo, hipocrisia”, disse. 

Por sua vez, também os militares russos negaram que o ASAT tenha representado qualquer tipo de perigo para os tripulantes da EEI. Mas assumiram que estavam a realizar vários testes para fortalecer as suas capacidades de defesa.

Ainda assim, Yury Shvytkin, membro do comité de defesa do parlamento, negou a ideia de que a Rússia está a trabalhar no armamento do espaço. “Temos sido e somos contra a militarização do espaço”, referiu em declarações à agência de notícias Interfax.

No entanto, o analista militar russo Pavel Felgenhauer afirmou à Agence Frence-Press que “há muito se sabe que o país tem armas anti-mísseis e anti-espaciais e que as está a implementar”.

A preocupação com o sucedido não se ficou pelos Estados Unidos, sendo que também na Europa o teste anti-míssil causou agitação. O comissário com a pasta do Espaço, Thierry Berton, condenou “o risco” causado pela Rússia aos astronautas que vivem na EEI.

https://zap.aeiou.pt/russia-satelite-astronautas-eei-445065


Polónia dispersa migrantes na fronteira com canhões de água !


Esta terça-feira, as autoridades polacas usaram canhões de água para dispersar migrantes na fronteira, depois de terem avisado que usariam este meio se estes desobedecessem a ordens para não avançar.

A tensão não pára de aumentar na fronteira da Polónia com a Bielorrússia. Esta terça-feira, segundo imagens das autoridades polacas divulgadas através da TV estatal, as forças de segurança usaram canhões de água para dispersar um grupo de migrantes que tentava entrar no país.

Numa mensagem de altifalante, as autoridades avisavam: “Atenção, se não seguirem as ordens, será usada força contra vocês”. Segundo o jornal Público, as forças policiais dizem que usaram canhões de água depois de alguns migrantes terem atirado pedras.

A Polónia assegura que são as próprias autoridades bielorrussas a incentivar os migrantes a atravessar a fronteira. Quando lá chegam, não os deixam voltar para trás. 

O The New York Times noticia, inclusive, que alguns migrantes terão sido levados em autocarros militares até à zona da fronteira e recebido instruções e ferramentas para cortar o arame farpado.

No Twitter, o Ministério da Defesa da Polónia também garante que as autoridades bielorrussas deram aos migrantes granadas de som para atirar aos soldados e guardas fronteiriços polaco.

Milhares de imigrantes cruzaram ou tentaram cruzar a fronteira entre Polónia e Bielorrússia a partir deste verão. A Polónia respondeu ao fluxo de migrantes enviando milhares de soldados para a fronteira, onde implementou um estado de emergência bastante criticado.

A União Europeia (UE) acusa a Bielorrússia de levar a cabo um “ataque híbrido” para desestabilizar o bloco, em resposta a sanções que Bruxelas decidiu no período pós-eleitoral e após o desvio de um voo comercial pelas autoridades bielorrussas para deterem um jornalista.

Esta segunda-feira, a UE avançou com o quinto pacote de sanções ao país.

https://zap.aeiou.pt/polonia-dispersa-migrantes-canhoes-agua-445008


Macron mudou o azul da bandeira francesa !


O azul da bandeira francesa foi alterado há mais de um ano, mas ninguém parece ter reparado na ligeira mudança.

Em julho do ano passado, o Governo de Emmanuel Macron decidiu modificar a bandeira francesa, com o objetivo de ficar mais parecida com o que era após a Revolução Francesa, em 1793. Para tal, o azul da bandeira tricolor escureceu ligeiramente, ficando uma espécie de azul marinho, escreve o Le Parisien.

De acordo com o The Guardian, assessores presidenciais disseram que a mudança já tem mais de um ano, mas ninguém parece ter notado até agora.

O azul da bandeira francesa era azul marinho, mas na década de 1970, o Estado francês introduziu um tom mais claro de azul nas suas bandeiras.

A decisão de modificar a bandeira partiu do diretor de operações de Macron, Arnaud Jolens, e o conselheiro Bruno Roger-Petit. Segundo a rádio Europe 1, o azul marinho foi considerado “mais elegante”, mas também parecia “reconectar-se com um símbolo da Revolução Francesa”. 

Outros sugerem que a mudança pode ter tido outro objetivo: diferenciar-se do azul usado pela União Europeia, sinalizando uma cisão entre França e o bloco europeu. Assessores presidenciais negaram esta teoria. “Não existe uma ‘guerra azul’, é um absurdo”, explicaram.

O correspondente político da Europe 1, Louis de Raguenel, salientou que o Palácio do Eliseu está dividido quanto à mudança. “Nenhuma comunicação foi feita sobre esta mudança de cor, nenhuma instrução foi dada para mudar ou não todas as bandeiras oficiais”, escreveu De Raguenel.

“A comitiva de Emmanuel Macron não deseja dar a imagem de um presidente que toca os símbolos mais profundos do país, mesmo que no fundo, como pode imaginar, haja um significado por trás de tudo”, acrescentou.

https://zap.aeiou.pt/bandeira-franca-mudou-ninguem-reparou-444872


Arménia anuncia trégua com Azerbaijão após “mediação” russa !


A Arménia anunciou na tarde de hoje uma trégua com o Azerbaijão com “mediação” da Rússia, após um dia de confrontos entre forças dos dois países perto da disputada região do Nagorno-Karabakh.

“Foi concluído um acordo com mediação da parte russa para pôr termo aos disparos na fronteira oriental da Arménia a partir das 18:30” (14:30 em Lisboa), indicou em comunicado o Ministério das Defesa arménio.

“A situação está relativamente estabilizada”, assegurou, antes de indicar que um soldado arménio foi morto nos confrontos de hoje.

Previamente, a Arménia tinha anunciado diversas baixas militares nos combates de hoje com o Azerbaijão e que motivaram receios sobre um reinício da guerra que opôs no outono de 2020 os dois países rivais do Cáucaso.

As tensões voltaram a agravar-se nas últimas semanas entre a Arménia e o Azerbaijão, duas antigas repúblicas soviéticas, que no domingo já se tinham acusado mutuamente de disparos na fronteira comum. 

No outono de 2020, os dois países vizinhos do Cáucaso do sul envolveram-se num curto mas sangrento conflito em torno do enclave de Nagorno-Karabakh — já palco de uma primeira guerra no início da década de 1990 — e que provocou mais de 6.500 mortos.

Após um acordo de cessar-fogo foi estabelecido o envio de uma força militar russa de manutenção da paz.

Os combates implicaram uma pesada derrota da Arménia, forçada a ceder diversas regiões situadas em torno do enclave separatista de maioria arménia, em território do Azerbaijão, e agora mais expostas às eventuais ofensivas das forças militares azeris.

https://zap.aeiou.pt/armenia-anuncia-tregua-azerbaijao-444974


terça-feira, 16 de novembro de 2021

“Congelado no tempo” - Bunker da Primeira Guerra encontrado nos Alpes !

Uma equipa de investigadores encontrou um bunker da Primeira Guerra Mundial que estava escondido numa montanha dos Alpes. De acordo com os historiadores, este encontra-se em excelente estado de conservação como se estivesse “congelado no tempo”.

Dentro da caverna, escreve o The Washington Post, os historiadores encontraram munições, livros, ossos de animais, entre outros. No entanto, anteriormente, o local albergou as tropas austro-húngaras. Os soldados demarcaram o Monte Scorluzzo, que se encontra quase a 3.000 metros acima do nível do mar, na fronteira ítalo-suíça, agora parte do território do Parque Nacional Stelvio, em Itália.

“Estes lugares foram literalmente congelados no tempo”, disse Giovanni Cadioli, historiador e investigador de pós-doutoramento da Universidade de Pádua, em Itália, ao Washington Post.

O investigador destacou ainda um facto bastante relevante, referindo que as mudanças climáticas têm desempenhado um “papel fundamental” na descoberta de lugares escondidos que foram importantes ao longo das guerras do século passado. Isto porque com a subida das temperaturas, tem havido um derretimento de grandes icebergues que vêm a revelar locais como uma “cápsula do tempo”.

Durante a conferência sobre as mudanças climáticas, a COP26, que se realizou em Glasgow, na Escócia, Cadioli revelou que as descobertas tiveram um sabor agridoce, pois apesar das revelações históricas, estas só foram possíveis graças ao derretimento do gelo na zona. 

O jornal norte-americano refere que os bunkers da zona foram construídos em 1915, sendo transformados para abrigar centenas de soldados europeus. Os locais foram mantidos pelos soldados austro-húngaros que lutavam contra as tropas italianas. Estes abandonaram o seu cargo a 3 de novembro de 1918, em linha com as ordens de retirada, poucos dias antes do acordo de armistício, que encerrou a Primeira Guerra Mundial a 11 de novembro.

Em 2017, outro bunker foi encontrado na mesma montanha após o degelo, revelando uma super estrutura de madeira que foi desmontada e transportada, juntamente com cerca de 300 artefactos, para Bormio, na região da Lombardia, na Itália, onde será exposta num museu já a partir de 2022.

Neste bunker, os investigadores encontraram ainda montes de feno congelado, onde os soldados dormiam. Estes continham sementes que foram tão bem conservadas que foram postas ao sol para secar e depois serem plantadas.

Segundo Cadioli, é altamente provável que existam mais cavernas para descobrir, mas o clima rígido da região só permite que os investigadores tenham acesso aos locais de maio a outubro.

De 1915 a 1918, os soldados europeus estiveram sediados num terreno montanhoso extremamente difícil, enfrentando condições climáticas adversas durante todo o ano. Questões naturais, queimaduras, quedas e avalanches acabaram por tirar a vida a mais soldados do que propriamente o ataque inimigo.

https://zap.aeiou.pt/bunker-primeira-guerra-alpes-444662


“A América está a mexer-se outra vez" - Depois de negociações duras, Biden assina lei das infraestruturas na esperança de recuperar popularidade !


Perante uma grande quebra de popularidade nos últimos meses causada em parte pelos bloqueios à sua agenda no Congresso, Biden e os Democratas esperam que esta aprovação dê um novo fôlego às taxas de aprovação do Presidente.

Depois de meses de negociações sofridas e um impasse no Congresso, Joe Biden conseguiu finalmente garantir a aprovação da lei das infraestruturas que representa um investimento de 1.2 biliões de dólares em estradas, pontes ou portos.

“A minha mensagem para o povo americano é esta: a América está a mexer-se outra vez e as vossas vidas vão melhorar“, declarou o chefe de Estado depois da assinatura da lei.

A verdade é que o caminho para a aprovação deste pacote de medidas — que era uma das promessas eleitorais de Biden — foi recheado de percalços e dores de cabeça.

O valor inicial proposto por Joe Biden, que a ala progressista já considerava insuficiente para responder devido ao estado de degradação das infraestruturas dos Estados Unidos que receberam uma nota de C- da Sociedade Americana de Engenheiros Civis, era de 2.6 biliões de dólares.

Biden queria também juntar a aprovação do pacote ao seu plano de investimentos sociais Build Back Better, mas a oposição não deixou. O valor da lei acabou por cair para 1.2 biliões, para descontentamento dos progressistas. As cedências foram necessárias para satisfazer os Republicanos e conseguir garantir a aprovação no Senado, que tem 50 Senadores para cada lado.

Depois de conseguir uma aprovação bipartidária histórica em Agosto no Senado, tendo 19 Republicanos votado a favor mesmo com as tentativas de sabotagem de Donald Trump no bastidores, o caminho na Câmara dos Representantes foi mais complicado.


O caucus progressista de 96 membros na Câmara dos Representantes fez um ultimato, mantendo a lei das infraestruturas refém da aprovação no Senado do pacote social Build Back Better. No entanto, os Senadores Democratas Kyrsten Sinema e Joe Manchin recusam-se a votar a favor do plano social.

As negociações para a aprovação do Build Back Better continuam num impasse, mas por agora Biden conseguiu garantir a aprovação da lei das infraestruturas na Câmara dos Representantes de forma peculiar: perante a resistência dos progressistas do seu partido, foram 13 Republicanos que votaram a favor e acabaram com o bloqueio.

A grande maioria dos representantes do caucus progressista, incluindo a líder Pramila Jayapal, também acabou por ceder, mas seis continuaram a votar contra, sendo eles os membros da “The Squad” — Ilhan Omar, Alexandra Ocasio-Cortez, Ayanna Pressley, Rashida Tlaib, Cori Bush e Jamaal Bowman.

“Passar a lei das infraestruturas sem passar sem o Build Back Better é um risco enorme. As pessoas vão apontar para os os investimentos pró-clima na lei das infraestruturas, mas as cedências ao petróleo e gás eliminam o seu progresso ou arriscam emissões piores. Passar o Build Back Better desbloqueia as vantagens climáticas da lei das infraestruturas”, justificou Ocasio-Cortez no Twitter.

Já o líder da minoria Republicana do Senado e ex-aliado próximo de Donald Trump que também votou a favor da lei, Mitch McConnell, congratulou o fim do impasse, dizendo que os EUA “precisam desesperadamente” de uma renovação nas infraestruturas.

A aprovação proposta bipartidária custou muitas cedências a Biden, que teve de pesar na balança os benefícios de acabar com o impasse e avançar com pelo menos parte da sua agenda política, ou do compromisso com as mudanças estruturais que prometeu na campanha eleitoral.

Caiem também nesta aprovação muitas das esperanças dos Democratas para as eleições intercalares, depois do impasse ter sido uma das causas da queda da popularidade do Presidente norte-americano, que geralmente se nota nas intercalares.

O partido espera agora usar esta aprovação como prova do sucesso do diálogo bipartidário e do poder conciliador de Biden no avanço do fornecimento de internet, da qualidade da água e da resposta à crise climática.

“Meus caros, muitas vezes em Washington a razão pela qual não fazemos nada é porque insistimos em conseguir tudo o que queremos. Tudo. Com esta lei, o nosso foco estava em conseguir fazer coisas. Concorri à Presidência porque a única forma de avançar no nosso país a meu ver é através dos compromissos e do consenso“, argumentou Biden.

O Presidente vai agora abandonar Washington para festejar esta vitória com os eleitores e tentar subir as suas taxas de aprovação. Os estados do New Hampshire e Michigan vão receber Biden nos próximos dias.

“Vemos isto como uma oportunidade porque sabemos que a agenda do Presidente é bastante popular“, explicou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, que espera que o contacto directo com os eleitores ajude a explicar como a lei “os vai ajudar”.

Apesar de considerarem a lei um avanço, muitos especialistas lembram que a legislação está longe de ser suficiente para enfrentar os desafios que as infraestruturas dos EUA enfrentam, especialmente no contexto de uma emergência climática.

https://zap.aeiou.pt/a-america-esta-a-mexer-se-outra-vez-depois-de-meses-de-negociacoes-e-impasse-biden-celebra-assinatura-da-lei-das-infraestruturas-444774


Reino Unido com nível “grave” de ameaça terrorista após explosão de táxi !

Esta segunda-feira, o Reino Unido elevou o nível de alerta de terrorismo para o segundo mais alto após a explosão de um táxi em Liverpool, que matou o passageiro e feriu o motorista do veículo.

A ministra do Interior, Priti Patel, anunciou que a ameaça terrorista foi alterada de “significativa” para “grave”, o que indica que um ataque terrorista no país é “muito provável”, cita a DW.

A governante lembrou ainda que este foi “o segundo [incidente] num mês” — o outro foi o assassínio à faca do deputado David Amess, em outubro.

Já o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sublinhou que o Reino Unido “não se deixará intimidar pelo terrorismo”. “Nunca cederemos àqueles que nos querem dividir com atos sem sentido”, referiu em declarações a jornalistas. 

A polícia britânica também acredita que a explosão de um táxi em Liverpool (apanhada em vídeo disponível no YouTube), neste domingo, foi um ataque terrorista, mas não tornou pública a identidade do suspeito.

O diretor da polícia antiterrorista, Russ Jackson, confirmou que o passageiro que morreu usou “um artefacto improvisado” que causou a explosão, informa a BBC.

O condutor do táxi, David Perry, sofreu ferimentos, mas estes “não constituem ameaça de morte”, escreve o Observador.

Joanne Anderson, presidente da câmara de Liverpool, frisou à rádio da BBC que o motorista evitou uma “enorme tragédia” com o seu heroísmo.

Segundo a responsável, o taxista terá conseguido sair do carro e trancou as portas antes da explosão, prendendo o passageiro dentro do veículo que ficou destruído.

Contudo, o chefe da polícia antiterrorista ainda não confirmou essa informação. Russ Jackson admite ter falado com o motorista, mas, por ainda estar abalado e ferido, ainda não conseguiu obter dele um relato mais pormenorizado.

Poucas horas depois de a explosão ter ocorrido, a polícia britânica prendeu três jovens, com 29, 26 e 21 anos em Kensington ao abrigo do Ato de Terrorismo.

https://zap.aeiou.pt/reino-unido-nivel-grave-ameaca-terrorista-444767


Xi Jinping avisa Biden para “não brincar com o fogo” – Mas este não se deixa intimidar !

O Presidente chinês alertou o homólogo norte-americano que trabalhar em prol da independência de Taiwan seria “brincar com o fogo”, à medida que a China aumenta a pressão militar sobre a ilha.

“As autoridades taiwanesas tentaram repetidamente contar com os Estados Unidos para alcançarem a independência e algumas [forças políticas] nos Estados Unidos estão a tentar usar Taiwan para conter a China”, observou Xi Jinping.

“É uma tendência muito perigosa, que equivale a brincar com o fogo”, frisou o chefe de Estado chinês, de acordo com um comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Joe Biden, por sua vez, advertiu Xi Jinping que os Estados Unidos “opõem-se veementemente” a qualquer “tentativa unilateral de mudar o ‘status quo’ ou minar a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan”, indicou um texto publicado pela Casa Branca, no final do encontro, por videoconferência.

O Presidente norte-americano reafirmou, recentemente, por duas vezes, o compromisso dos EUA em defender Taiwan, no caso de um ataque da China. 

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim ameaça utilizar a força para travar a independência formal do território.
Primeiro encontro entre líderes

Joe Biden e Xi Jinping realizaram a primeira reunião, por videoconferência, desde que o líder norte-americano assumiu o poder, no início do ano. O diálogo prolongou-se por três horas e meia, mais do que o originalmente programado.

A relação entre a China e os Estados Unidos atravessa o seu pior momento em várias décadas, marcada por disputas comerciais e tecnológicas, direitos humanos ou o estatuto de Taiwan e do mar do Sul da China. Funcionários chineses criticam frequentemente a Casa Branca por interferir no que consideram ser assuntos internos da China.

Joe Biden expressou as suas “preocupações sobre as práticas (da China) em Xinjiang, Tibete e Hong Kong, e os Direitos Humanos, no geral”, referiu o comunicado da Casa Branca, acrescentando que Biden classificou como injustas as práticas comerciais e económicas da China.

Estas declarações contrastam com a cordialidade demonstrada no início da reunião, em que os dois Presidentes se cumprimentaram, com um acenar de mãos, através dos ecrãs, de acordo com as imagens divulgadas.
“Melhorar a comunicação e cooperação”

Biden defendeu que a “competição entre os dois países não se deve transformar num conflito, seja de forma intencional ou não”.

“A China e os Estado Unidos devem melhorar a comunicação e cooperação”, frisou também Xi, que admitiu sentir-se feliz por voltar a ver o “velho amigo”.

As duas conversas anteriores entre os líderes foram realizadas por telefone.

A chegada de Joe Biden ao poder alterou o tom agressivo na Casa Branca em relação ao país asiático, cultivado pelo antecessor no cargo Donald Trump, mas a relação bilateral continua extremamente tensa.

A Casa Branca estabeleceu baixas expectativas para a reunião, que acabou sem nenhum anúncio importante ou até uma declaração conjunta.

Ainda assim, funcionários da Casa Branca citados pela agência de notícias Associated Press disseram que os dois líderes mantiveram um diálogo significativo, abordando assuntos regionais importantes, como Coreia do Norte, Afeganistão e Irão.

O aumento das tensões ocorre também numa altura em que os dois líderes enfrentam desafios internos crescentes.

Biden enfrenta a persistente pandemia da covid-19, uma inflação galopante e problemas nas cadeias de fornecimento, pelo que procura agora o equilíbrio nas questões de política externa mais importantes que enfrenta.

Xi enfrenta o ressurgimento de surtos da covid-19 no país, uma grave crise energética e o colapso de algumas das maiores construtoras da China, que pode ter repercussões nos mercados globais.

“A China e os Estados Unidos estão em estágios críticos de desenvolvimento e a humanidade vive numa aldeia global, pelo que enfrentamos vários desafios juntos”, disse Xi.

O Presidente dos Estados Unidos estava acompanhado, na sala Roosevelt, pelo Secretário de Estado, Antony Blinken, e vários assessores.

Por sua vez, Xi Jinping estava acompanhado, no salão Leste do Grande Palácio do Povo, pelo diretor do Gabinete do Partido Comunista Ding Xuexiang e vários conselheiros.

Biden teria preferido reunir-se com Xi pessoalmente, mas o líder chinês não sai da China desde o início da pandemia da covid-19. A Casa Branca propôs uma reunião virtual como a segunda melhor opção para permitir uma conversa franca entre os dois líderes sobre uma ampla gama de tensões no relacionamento.

https://zap.aeiou.pt/xi-jinping-avisa-biden-taiwan-444759

Em Hōki, as fraldas dos idosos são o segredo para uma nova fonte de combustível !


Uma pequena cidade japonesa está a reciclar fraldas de idosos para produzir uma nova fonte de combustível que está a aquecer a água dos banhos públicos locais.

Em Hōki, uma cidade na província de Tottori, no Japão, a água dos banhos públicos é aquecida a cerca de 41 graus Celsius. O que muitos não sabem, escreve o The New York Times, é que a caldeira funciona com um combustível de uma origem caricata: pellets reciclados de fraldas sujas de adultos e idosos.

Os pellets são normalmente usados para aquecimento da casa, em salamandras, por exemplo. Regra geral, têm a forma de um granulado prensado e são feitos com restos de folhas, serradura e lascas de madeira. Mas este biocombustível renovável encontrou um novo formato nesta pequena cidade perto da costa ocidental do Japão.

A população japonesa está a envelhecer a um ritmo alucinante. O Japão lidera o ranking das nações mais envelhecidas do planeta: um em cada três japoneses tem hoje mais de 60 anos.

O envelhecimento da população é um dos grandes desafios para o Japão, com uma taxa de natalidade em constante declínio, suscitando preocupações sobre as perspetivas económicas e a mão-de-obra do país.

No Japão, mais fraldas são usadas por pessoas idosas e incontinentes do que por bebés. Hōki está a inovar ao reciclar estas fraldas, que representam cerca de um décimo do lixo total da cidade.

O lixo gerado pelas fraldas tem-se tornado um problema crescente. Enquanto a maioria das outras fontes de lixo está a diminuir em volume, os produtos para incontinência de idosos estão a crescer às toneladas, realça o jornal norte-americano.

“Quando você pensa sobre isso, é um grande e difícil problema”, disse Kosuke Kawai, investigador do Instituto Nacional de Estudos Ambientais. “O Japão e outros países desenvolvidos vão enfrentar problemas semelhantes no futuro”.

Cerca de 1,5 milhões de toneladas de fraldas para adultos entram todos os anos no fluxo de resíduos no Japão. A projeção é de um crescimento de mais 23% até 2030.

“Podemos eliminar facilmente palhinhas e guarda-chuvas em cima de cocktails”, disse Kremena Ionkova, especialista em desenvolvimento urbano do Banco Mundial. “Mas não podemos eliminar as fraldas”.

Hōki decidiu converter um dos dois incineradores da cidade numa central de reciclagem de fraldas e produzir combustível. O produto final ajuda a reduzir os custos de aquecimento a gás natural nos banhos públicos.

Os frequentadores dos banhos públicos não parecem incomodados com a origem da água e aplaudem o esforço de reciclagem.

As fraldas são esterilizadas e fermentadas durante 24 horas a 350 graus Celsius de temperatura. O produto resultante é depois processado por outra máquina e transformado em pellets de cinco centímetros de comprimento.

https://zap.aeiou.pt/japao-fraldas-idosos-segredo-combustivel-444722


“Exército” de escorpiões venenosos faz três mortos e centenas de feridos no Egito !

Um escorpião da espécie Androctonus australis.
Pelo menos três pessoas morreram e centenas ficaram feridas após tempestades terem retirado “hordas” de escorpiões venenosos dos seus esconderijos para as ruas de Aswan, no Egito.

O jornal estatal egípcio Al-Ahram escreve que chuva forte, tempestades de areia e neve fizeram com que escorpiões e cobras invadissem a cidade de Aswan, cidade no sul do país, a 950 quilómetros do Cairo.

Os relatos indicam que pelo menos três pessoas morreram e outras 450 ficaram feridas. A mesma fonte escreve que os que feridos estão a ser tratados com antiveneno em hospitais e centros de saúde nas imediações da cidade.

De acordo com a NPR, as autoridades de saúde viram-se até obrigadas a chamar de volta médicos que estavam de férias, de forma a lidar com o aumento do fluxo da pacientes.

Enquanto este “exército” de escorpiões venenosos anda pelas ruas, foi pedido aos habitantes de Aswan que se mantenham dentro das suas casas.
 
O autarca local, Ashraf Attia, também limitou o tráfego por um determinado período de tempo, fechando estradas para evitar acidentes devido às dificuldades causadas pela chuva.

O Androctonus australis, encontrado no norte de África, é um dos escorpiões mais mortais do mundo. Ainda assim, por mais fatal que seja o veneno deste animal, também tem os seus benefícios. Os cientistas estão a usar o veneno de escorpiões como este para tratar um tipo muito agressivo de cancro no cérebro.

Como outros escorpiões, esta espécie tem pinças grandes e uma longa cauda.

Onde está Peng Shuai ? Tenista chinesa denunciou abusos sexuais e agora está desaparecida !

A tenista chinesa de 35 anos, Peng Shuai.
Depois de ter acusado o antigo vice-presidente chinês Zhang Gaoli de abuso sexual, a tenista Peng Shuai está desaparecida e replicam-se os pedidos de investigação ao caso.

#WhereIsPengShuai [Onde está Peng Shuai?] é uma hashtag que se tem replicado pelo Twitter. A pergunta transpõe-se do mundo virtual para o mundo real, onde a tenista está desaparecida há dez dias. A chinesa, que chegou a ser a número um mundial na categoria de pares, denunciou abusos sexuais por parte de Zhang Gaoli, antigo vice-primeiro-ministro da China.

As acusações foram feitas dia 2 de novembro, através da popular rede social chinesa Weibo. A tenista de 35 anos disse que conheceu Zhang no início da sua carreira e teve um relacionamento consensual com ele. No entanto, alega que Zhang a agrediu sexualmente logo depois de ter deixado a política em 2017.

Tudo terá acontecido quando Zhang convidou Peng Shuai para jogar ténis com ele e a esposa, abusando depois sexualmente dela.

Peng escreveu ainda que não tinha provas para sustentar as suas acusações e sugeriu que Zhang tinha a intenção de manter o relacionamento deles em segredo, escreve o The New York Times. O Partido Comunista Chinês proíbe os seus membros de ter relacionamentos extraconjugais. 

“Nunca consenti nada naquela tarde. Chorei o tempo todo”, escreveu a chinesa. A publicação na rede social foi removida em apenas 30 minutos, e as pesquisas pelo seu nome foram bloqueadas. Desde que a publicação foi apagada, a tenista ainda não se manifestou publicamente.

Peng Shuai está desaparecida desde então. No entanto, as autoridades chinesas ainda não deram sinais de estar a investigar as acusações de abusos sexuais ou o próprio desaparecimento da tenista.

Este domingo, o diretor-executivo do circuito mundial feminino de ténis (WTA), Steve Simon, pediu que as autoridades chinesas investiguem as alegações de abuso sexual.

“Obviamente, ela demonstrou uma coragem tremenda ao vir a público”, disse Simon sobre Peng, citado pelo NY Times. “Agora, queremos ter a certeza de que estamos a avançar para um lugar onde uma investigação completa e transparente seja conduzida. Qualquer outra coisa, acho, é uma afronta não apenas para as nossas jogadoras, mas para todas as mulheres”.

“Se, no final do dia, não virmos os resultados adequados, estaremos preparados para dar esse passo e não operar os nossos negócios na China, se for esse o caso”, acrescentou. “Acho que certamente estamos, das jogadoras à diretoria e ao conselho, totalmente unidos de que a única abordagem aceitável é fazer o que é certo”.

Simon disse ainda que receberam confirmação de várias fontes — incluindo a Associação Chinesa de Ténis — de que Peng “está segura e não está sob qualquer ameaça física”. Ainda assim, ainda ninguém parece ter sido capaz de a contactar diretamente para confirmar.

Também Chris Evert, campeã do Grand Slam por 18 vezes, publicou no Twitter, classificando as alegações de Peng de “muito perturbadoras”.


PUBLICIDADE


“Eu conheço a Peng desde que ela tinha 14 anos; todos devemos estar preocupados; isto é sério; onde é que ela está? Está segura?”, lê-se na publicação.

O presidente da Associação de Tenistas Profissionais (ATP), Andrea Gaudenzi, manifestou-se “preocupado com a incerteza em torno da segurança e paradeiro” da tenista.

“Não há nada mais importante para nós do que a segurança da nossa comunidade do ténis. Estamos profundamente preocupados com a incerteza em torno da segurança imediata e do paradeiro da jogadora da WTA Peng Shuai”, referiu, em comunicado, Andrea Gaudenzi.

“Estamos animados com as recentes garantias recebidas pela WTA de que ela está segura. Separadamente, apoiamos totalmente o apelo da WTA por uma investigação completa, justa e transparente das alegações de agressão sexual contra Peng Shuai”, acrescentou.

Por sua vez, a francesa Alizé Cornet pediu que não fiquem em silêncio, enquanto o britânico Liam Broady questionou como é que isto ainda pode acontecer em pleno século XXI.

“Não tenho muita informação sobre o assunto, ouvi falar disso há uma semana e honestamente é chocante que Peng Shuai tenha desaparecido”, disse também o sérvio Novak Djokovic.

https://zap.aeiou.pt/onde-esta-peng-shuai-tenista-chinesa-444739


Novo método ensina robôs a interpretar humanos e a intervir apenas quando é necessário !


Investigadores criaram novo método que permite que os robôs interpretem dicas verbais e não-verbais, para saberem quando devem intervir em diversas situações.

Os robôs estão a tornar-se cada vez mais comuns, mas as suas capacidades de comunicação ainda não são muito avançadas, escreve a Interesting Engineering. Uma coisa que poderia melhorar as interações entre robôs e seres humanos seria se os robôs pudessem aprender a ler e a reagir às dicas emocionais. Assim, seriam capazes de interferir quando fosse realmente necessário, não perturbando durante o tempo restante.

Agora, investigadores do Franklin & Marshall College estão a trabalhar no sentido de fazer com que os robôs socialmente assistidos processem as pistas sociais dadas pelos humanos e reajam em conformidade, revela a TechXplore.

“Estou interessado em criar robôs que ajudem as pessoas em tarefas quotidianas, tais como cozinhar o jantar, aprender matemática, ou montar mobiliário da Ikea”, disse Jason R. Wilson, um dos investigadores.

“Não pretendo substituir as pessoas que ajudam nestas tarefas”, continuou, explicando que os robôs podem complementar a assistência humana, especialmente “nos casos em que não temos pessoas suficientes para ajudar”. 

O trabalho de Wilson foi publicado num artigo no arXiv e apresentado no simpósio AI-HRI (Inteligência Artificial para a Interação Humano-Robô) de 2021.

O documento mostra um novo método que faz com que os robôs detetem autonomamente quando é apropriado intervirem e ajudarem os seus homólogos humanos, mantendo a dignidade das pessoas.

O novo método baseia-se no facto de os humanos transmitirem que precisam de ajuda tanto verbal como não verbalmente. Os sinais verbais podem consistir numa simples frase, como “não tenho a certeza”, e os sinais não-verbais podem mesmo estar relacionados com o olhar humano.

Os testes iniciais da nova técnica revelaram-se muito promissores, o que significa que as capacidades dos robôs para detetar dicas verbais e não-verbais podem concretizar-se em breve.

https://zap.aeiou.pt/novo-metodo-ensina-robos-a-parar-de-serem-irritantes-444552


Polónia vai construir muro na fronteira e Bielorrússia será “bombardeada” com mais sanções !


Enquanto a União Europeia anuncia mais sanções para a Bielorrússia, a Polónia avisa que vai começar a construir um muro na fronteira em dezembro.

A Polónia anunciou esta segunda-feira que vai começar a construir um muro na fronteira com a Bielorrússia em dezembro. A construção do muro deverá ficar concluída no primeiro semestre de 2022, avança o ministro do Interior da Polónia, Mariusz Kaminski, citado pela AFP.

“O empreendimento que temos de fazer é absolutamente estratégico e é um investimento prioritário para a segurança da nação e dos cidadãos”, disse Kaminski.

“As obras serão realizadas simultaneamente por várias empresas em quatro segmentos, 24 horas por dia em três turnos”, esclareceu o ministro através da sua conta no Twitter.

O muro vai custar cerca de 355 milhões de euros e vai estender-se por 180 quilómetros — sensivelmente metade da extensão da fronteira entre os dois países.

Por sua vez, os países da União Europeia devem adotar novas sanções contra Bielorrússia “nos próximos dias”, avisou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell. O novo pacote de sanções incluirá “um número significativo” de cidadãos e de empresas bielorrussas por “facilitarem a passagem ilegal de fronteiras para a UE”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, disse ainda que uma hipótese a ser estudada é que companhias áreas envolvidas no transporte de migrantes possam ser banidas de aterrar na UE se não terminarem com os voos que levam migrantes para Minsk.

Milhares de imigrantes cruzaram ou tentaram cruzar a fronteira entre Polónia e Bielorrússia a partir deste verão. A Polónia respondeu ao fluxo de migrantes enviando milhares de soldados para a fronteira, onde implementou um estado de emergência bastante criticado.

https://zap.aeiou.pt/polonia-construir-muro-fronteira-444698

 

Peru tem a maior taxa de mortalidade por covid-19 do mundo - Qual a receita para o desastre ?


O peru tem a maior taxa de mortalidade por covid-19 per capita no mundo. Qual foi a receita para o desastre deste país sul-americano que, em papel, estava bem preparado?

Com 200.000 mortes por covid-19 numa população de menos de 33 milhões, o impacto da pandemia no Peru foi particularmente devastador: o país tem a maior taxa de mortalidade por covid-19 per capita em todo o mundo. Também se estima que tenha uma das piores taxas do mundo de crianças órfãs ou privadas dos seus cuidadores devido à pandemia.

Ainda assim, em comparação com muitos outros países, no papel, o Peru estava relativamente bem colocado para lidar com a covid-19. É um país de rendimento médio alto — e antes da pandemia tinha um bom desempenho económico. A esperança de vida estava a aumentar e a pobreza a diminuir, e tinha feito bons progressos na melhoria da saúde pública, com o acesso aos cuidados de saúde a aumentar.

O Peru também foi um dos primeiros países da América Latina a exigir que as pessoas fiquem em casa para impedir a propagação do vírus. Ao contrário de alguns outros países latino-americanos gravemente afetados, como Brasil ou México, as autoridades do Peru não negaram a ameaça da pandemia.

Então, como é que acabou numa situação tão má?

Não talhado para confinamentos

Em 15 de março de 2020, com 28 casos confirmados e nenhuma morte relatada, o Governo peruano declarou estado de emergência em todo o país.

Isso rapidamente introduziu uma série de fortes medidas de controlo, que incluíam o encerramento das fronteiras, restringindo a liberdade de movimento em todo o país e proibindo a aglomeração de multidões. Escolas, universidades e igrejas foram fechadas. Em geral, todas as atividades ou serviços não essenciais eram restritos, incluindo cuidados primários não-emergentes.

Mas, infelizmente, a adoção antecipada dessas medidas não foi suficiente para diminuir o impacto da pandemia. Os casos imediatamente começaram a subir.

O Governo reconheceu que seria difícil adotar um confinamento estrito. O Peru tem uma grande força de trabalho informal e um sistema de segurança social bastante limitado — o que significa que ficar em casa, sem trabalhar, seria difícil para muitos. Portanto, o Governo anunciou uma série de medidas políticas, como subsídios, para tentar proteger o sustento das pessoas, enquanto lhes pedia que ficassem em casa.

Mas o Estado não tinha capacidade para entregar dinheiro e alimentos de uma forma que impedisse os cidadãos de se aventurarem. As pessoas ainda tinham que sair e formar longas filas nos bancos para receber os subsídios. Muitos também ainda precisavam de viajar diariamente para os mercados de alimentos. Ambos tornaram-se pontos potenciais de infeção.
Fraqueza dos cuidados de saúde

O aumento de casos revelou fragilidades estruturais no sistema de saúde peruano. Apesar do recente crescimento económico e das melhorias gerais na saúde pública, a infraestrutura geral de saúde do país ainda era precária antes da pandemia.

Em janeiro de 2020, de acordo com o ministério da saúde, 78% dos centros de saúde apresentavam capacidade inadequada de atendimento, o que incluía equipamentos obsoletos, inoperantes ou insuficientes. No início de 2021, tinha aumentado para 97% dos serviços primários.

Da mesma forma, antes da pandemia, o Peru tinha 29 camas de cuidados intensivos por milhão de pessoas, abaixo de outros países da região, como Brasil (206), Colômbia (105), Chile (73) e Equador (69). Os níveis de pessoal também eram insuficientes para permitir que muitas unidades de saúde funcionassem adequadamente. Tudo isto prejudicou a capacidade do Peru de responder com eficácia a uma situação de crise.

O sistema de saúde também é altamente fragmentado, o que tornou a coordenação da resposta à covid-19 em todo o país um desafio, comprometendo a sua eficácia na proteção dos mais vulneráveis. E, além disso, também existem desigualdades persistentes dentro do sistema, com o acesso à saúde muitas vezes determinado por riqueza, género, etnia e geografia.

Por exemplo, os povos indígenas da região amazónica peruana estão entre os que mais sofreram com a epidemia. A falta de acesso aos serviços de saúde, água e saneamento, bem como os elevados índices de pobreza e desnutrição infantil, colocam estes grupos étnicos em situação de maior vulnerabilidade.
Um sistema caro

Apesar do Peru ter feito alguns progressos no sentido de fornecer saúde universal gratuita, estima-se que entre 10% e 20% da população ainda não tem acesso a qualquer cobertura de saúde. Mesmo aqueles que podem ter acesso a cuidados através de unidades de saúde pública têm que pagar algumas taxas — e antes da pandemia, esses gastos diretos com saúde estavam a aumentar.

A pandemia expôs o quão drasticamente caro isso poderia acabar por ser. E para aqueles que não têm seguro privado ou acesso a bons cuidados prestados pelo Estado, os custos podem ser ainda mais elevados, com medicamentos e cuidados cobrados a taxas muito inflacionadas em alguns hospitais privados. O rendimento é outra barreira para o acesso aos cuidados.

O problema é que há pouca regulamentação do setor da saúde no Peru. A mesma empresa privada pode acabar por fornecer seguro de saúde, serviços de saúde e medicamentos e fornecimentos médicos sem nenhum mecanismo de controlo de preços.

O setor privado também teve uma influência negativa noutros lugares. O Peru também sofreu uma escassez de oxigénio medicinal, o que foi agravado durante os primeiros estágios da pandemia pela história do país de fabricação de oxigénio numa concentração mais alta do que o padrão internacional (o que significa que havia menos para circular).

A autoridade de concorrência do Peru concluiu há quase uma década que não havia uma boa razão científica para fazer isso — e que a norma foi adotada simplesmente para beneficiar os interesses de vários fabricantes privados de oxigénio no país. Algo que caiu com a crise de oxigénio no país.

Como os níveis de vacinação a aumentarem de meados de 2021 em diante, os casos e mortes no Peru caíram e estabilizaram num nível baixo. No entanto, a crise revelou a suscetibilidade do sistema de saúde do país e, em particular, a influência potencialmente negativa do setor privado. A capacidade e acessibilidade do sistema de saúde do Peru precisam de ser muito melhores — caso contrário, desastres como este podem acontecer novamente.

https://zap.aeiou.pt/peru-receita-para-o-desastre-444970


segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Reino Unido prepara-se para enviar tropas à Ucrânia ante 'invasão iminenente !


 https://undhorizontenews2.blogspot.com/

No meio de escândalos de má conduta nos Conservadores, Jonhson diz que o Reino Unido não é um país corrupto - Será verdade ?


O caso de Owen Paterson rapidamente suscitou um debate público no Reino Unido sobre a acumulação de empregos dos deputados, principalmente dos membros do Partido Conservador.

Não têm sido dias fáceis para Boris Johnson. O primeiro-ministro britânico está debaixo de fogo devido a várias suspeitas de corrupção e má conduta dentro do seu próprio partido. No entanto, apesar de até ter o seu nome envolvido em acusações, Johnson considera que o Reino Unido não é um país sistematicamente corrupto.

“Acredito genuinamente que o Reino Unido não é um país remotamente corrupto e acho genuinamente que as nossas instituições não são corruptas“, respondeu o primeiro-ministro quando questionado sobre as preocupações dos eleitores sobre a má conduta nos Conservadores.

“Temos um sistema muito, muito duro de escrutínio e democracia parlamentares, e dos media também. Acho que temos casos onde, infelizmente, os deputados quebraram as regras no passado e podem ser culpados de quebrar as regras agora. O que quero é vê-los a enfrentar castigos apropriados“, afirmou.

Sobre a acumulação de empregos dos deputados, Johnson refere que essa possibilidade já existe “há centenas de anos” e que esta práctica no geral tem fortalecido a democracia britânica ao dar aos políticos “alguma experiência no mundo“. 

Afinal, o que está em causa? Tudo começou nas últimas semanas, quando foi noticiado que Owen Paterson, que foi deputado pelos Conservadores durante 24 anos, terá quebrado as regras dos lobbys durante o seu trabalho no sector privado, onde recebia mais de 100 mil libras por ano, segundo uma investigação independente de um comité do parlamento.

Paterson terá usado a sua influência como deputado numa agência pública responsável pela comida para beneficiar a empresa de diagnósticos Randox e a distribuidora de carne Lynn’s Country Foods, para as quais trabalhou.

Apesar de os deputados britânicos não serem obrigados a trabalhar em exclusividade, as regras sobre lobbys impedem que usem o seu poder político para beneficiar as empresas às quais estão ligados.

O deputado também terá usado o seu escritório parlamentar para se reunir com clientes privados e enviado cartas em nome das empresas usando os papéis identificados como vindos da Câmara dos Comuns, algo que não é permitido.

Os conservadores apoiados por Johnson aprovaram uma moção que definiu que a suspensão de um mês para Paterson recomendada pelo comité independente fosse ignorada, o que motivou muitas críticas e acusações de que o partido estava a proteger o deputado e a ser cúmplice no escândalo de corrupção.

No âmbito das críticas, o governou mudou de postura no dia seguinte, menos de 15 horas depois do voto, prometendo que ia levar a suspensão de novo a votação. No entanto, apenas algumas horas depois, Paterson anunciou a sua demissão, reforçando que as acusações eram infundadas.

Boris Johnson ficou “muito triste” com o seu afastamento depois de uma “carreira distinta”, isto depois do seu governo ter planeado mudar as regras sobre lobbys para proteger Paterson.

A resposta dos Conversadores suscitou uma discussão sobre a corrupção no Reino Unido, com Johnson a ser acusado de “fugir com medo” ao escrutínio parlamentar, até por deputados dentro do seu partido, com Mark Harper a dizer que “se o capitão da equipa está errado, acho que devia pedir desculpa ao público e a esta Câmara”.

Keir Starmer, líder dos Trabalhistas chegou a dizer que Johnson deu “luz verde à corrupção” ao tentar mudar as regras parlamentares para salvar Paterson e que o primeiro-ministro tinha escolhido “encolher-se” em vez de enfrentar as críticas e pedir desculpa.

O Partido Nacional Escocês até submeteu um pedido formal à Polícia Metropolitana para investigarem criminalmente Johnson e o Partido Conservador depois de terem sido dados títulos nobres a nove antigos tesoureiros do partido que tinham dado pelo menos 3 milhões de libras aos Conservadores.
Os esqueletos no armário dos Conservadores

O primeiro-ministro já tinha sido acusado de nepotismo e favorecimentos com a atribuição de títulos ao seu próprio irmão, o também deputado Jo Johnson, e a vários ex-colegas e amigos, como Evgeny Lebedev. Johnson também foi contra os conselhos oficiais quando escolheu o doador dos Conservadores Peter Cruddas para receber um título.

Depois do escândalo com Paterson, foi a vez do deputado e antigo procurador-geral Geoffrey Cox ser o centro das atenções. Os Trabalhistas exigiram uma investigação depois de se saber que o político conservador ganhou cerca de 900 mil libras no ano passado pelo seu trabalho como advogado, incluindo viagens até ao paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas para ser conselheiro num inquérito governamental sobre corrupção, revelou o Daily Mail.

Cox terá ficado lá durante semanas e feito trabalho de deputado, incluindo votar, remotamente, e também pode ter quebrado as regras do parlamento ao participar de uma videoconferência com um cliente a partir do seu escritório na Câmara dos Comuns. O deputado negou ter desrespeitado as regras.

A trabalhista Anneliese Dodds acusou Cox de “se aproveitar” das proibições trazidas pela pandemia para trabalhar a partir das Caraíbas. Downing Street respondeu que os deputados têm de “ser visíveis” nas comunidades que representam e que “se não estão a fazer isso, não estão a fazer o seu trabalho”.

Mas Paterson e Cox estão longe de ser os únicos. Segundo o The Guardian, 30 políticos do Partido Conservador, incluindo ex-líderes partidários acumulam trabalhos como consultores com salários milionários, o que tem posto em causa a credibilidade do partido. Um deputado dos Liberais Democratas e um Trabalhista também estão na lista.

Apesar das regras parlamentares não impedirem que os deputados acumulem outros trabalhos, sendo que alguns até têm trabalhado parcialmente como médicos ou enfermeiros durante a pandemia, a maioria dos que têm segundos empregos — incluindo Keir Starmer — trabalham como advogados.

O debate actual é principalmente à volta dos políticos que trabalham como consultores, já que isso pode facilmente levar a suspeitas de sleaze — um termo que é usado no Reino Unido para descrever todos os tipos de má conduta política, desde a ética à sexual.

A acumulação de empregos em si até já foi vista como algo positivo, já que a experiência laboral dos deputados poderia ser útil para um melhor serviço dos cidadãos, tal como defendeu Boris Johnson, mas as polémicas e os valores milionários que muitos políticos auferem nos segundos empregos têm levado a apelos a que as regras sejam revistas para que sejam evitados conflitos de interesse.

Para além das supeitas de favorecimento, o nome de Johnson também veio à baila devido à sua relação com a família de um membro da Câmara dos Lordes suspeita de evasão fiscal. Segundo avançou o The Guardian, a vila de luxo em Espanha onde Boris Johnson passou férias também está ligada a propriedades detidas pela família de Zac Goldsmith, que está envolvida num esquema de fuga aos impostos.

Os documentos do tribunal revelam que os investigadores ordenaram que as empresas detidas pelos Goldsmith pagassem 20 milhões de libras (24 milhões de euros) de impostos e multas que ainda não tinham sido pagos relativos a negócios com propriedades suspeitos. Johnson recusa-se a revelar o custo destas férias.

Esta não é a primeira vez que as férias do primeiro-ministro são escrutinadas, depois de ter sido criticado este ano devido à opacidade dos detalhes sobre uma viagem às Caraíbas que foi financiada por um doador dos Conservadores.

Também não se sabe de onde veio o dinheiro para pagar as renovações ao apartamento de Johnson em Downing Street, que alegadamente custaram 200 mil libras. O doador Conservador Lord Brownlow terá ajudado a financiar as obras.

As acusações de que o governo quer interferir no comité independente que investigou Paterson também fazem Johnson ficar mal na fotografia. Desde que o escândalo rebentou que Downing Street argumentou duas vezes que a actual comissária, Kathryn Stone, não devia poder examinar dois assuntos ligados especificamente ao primeiro-ministro, nomeadamente as suas férias gratuitas na vila de Goldsmith em Espanha e quem pagou as renovações ao seu apartamento.

O primeiro-ministro estará também a tentar colocar o antigo editor do Daily Mail, Paul Dacre, a liderar a entidade que fiscaliza os meios de comunicação no país. Dacre é um aliado de Johnson e teve um papel importante na campanha do Brexit como editor de um dos maiores tablóides britiânicos. Depois de ter sido inicialmente rejeitado para o cargo, os ministros reabriram o processo com uma mudança na descrição do trabalho para tentarem melhorar as probabilidades de Dacre.

O desrespeito aos tratados internacionais e a conduta do governo britânico no protocolo da Irlanda do Norte, que o ex-conselheiro de Johnson — Dominic Cummings — revelou que o executivo nunca teve intenção de cumprir também tem sido outra das críticas apontadas, especialmente depois de se falar que o país vai activar o artigo 16 para unilateralmente mudar o acordo com a União Europeia.

https://zap.aeiou.pt/escandalos-ma-conduta-conservadores-443709


Os confinamentos estão de regresso à Europa - Como e que regras estão a ser implementadas ?

Três pessoas – duas mulheres e um homem – a passear na rua com máscara
A Europa é novamente o epicentro da pandemia, depois de nas últimas semanas ter registado aumentos tanto no número de infeções como no de óbitos, sendo o único continente em que tal aconteceu.

Perante o aumento de casos de covid-19, a Europa prepara-se para enfrentar o final de 2021 de uma forma que dificilmente imaginaria no início do ano ou quando a distribuição e administração de vacinas começou a acelerar. Em muitos países, as máscaras — que tinham caído por altura do verão — voltaram a assumir um papel de destaque nas caras dos cidadãos e as liberdades são novamente restringidas, de forma a limitar a circulação dos cidadãos e, com eles, do vírus.

No sábado, os Países Baixos iniciaram um novo confinamento, ainda que de forma mais subtil face aos anteriores. As lojas não essenciais e os restaurantes encerrarão mais cedo e estão de volta os limites aos ajuntamentos em casa.

A Alemanha, que nos últimos dias tem registado de forma sucessiva recordes diários de infeções, prepara o regresso ao teletrabalho quando os responsáveis dos serviços de saúde mais afetados apelam a que se volte a controlar os grandes ajuntamentos. Para já, em Berlim, apenas as pessoas vacinadas serão permitidas em restaurantes, cinemas e cabeleireiros. Jens Spahn, ministro federal da saúde, já admitiu a possibilidade de regras semelhantes serem adotadas em eventos públicos.

No país, as pessoas não vacinadas ficarão impedidas de aceder a determinados espaços ou eventos, com as autoridades de saúde do país a “aconselhar vivamente” os empregadores a pedirem ou testes ou vacinas a quem não quer continuar em teletrabalho — modalidade que neste momento é a defendida pelas autoridades. 

O diário alemão Bild escreve na sua edição de hoje, citando o primeiro-ministro do Estado Federal da Saxónia, Micharl Krestschmer, que “a vaga que aí vem vai eclipsar todas as vagas anteriores“.

Na Áustria, um dos países que mais cedo acabou com os confinamentos face ao diminuto número de casos mas que apresenta atualmente uma das mais baixas taxas de vacinação da Europa (62.8%), os não vacinados ficarão também sujeitos a um confinamento.

Tal como escreve o Expresso, as medidas impostas pelos Países Baixos podem ser uma antevisão daquilo que pode acontecer nos restantes países europeus ao longo das próximas semanas — as mesmas que antecederão o Natal e que no território europeu são marcadas por compras, mercados e ajuntamentos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a Europa é, de novo, o epicentro da pandemia. Ao longo da última semana, as infeções aumentaram 7% e as mortes 10% — o que faz da Europa o único continente onde há aumentos nestes dois indicadores. Num contexto mundial, dois terços das infeções registadas também aconteceram na Europa.

Mesmo assim, convém notar, o grosso dos novos casos registaram-se nos países de leste da Europa (Bulgária, Servia ou Roménia), os quais têm taxas de vacinação muito baixas, sobretudo quando comparadas com as de países como Portugal, Espanha e Malta. Nestes, os casos, os internamentos e as mortes apresentam uma clara tendência de subida, ainda que de forma lenta e gradual.

Para alguns dos governantes dos países de leste — os quais são acusados pelos especialistas de não publicitarem devidamente a campanha de vacinação—, o regresso aos confinamentos é um cenário que não se coloca verdadeiramente face à oferta de vacinas, mesmo que as populações insistam em recusá-las.

https://zap.aeiou.pt/confinamentos-regresso-europa-regras-444515


“Soybean Car”. Henry Ford foi também pai de um “carro verde” que nunca chegou a ser comercializado !


Henry Ford é conhecido por ter popularizado a utilização de automóveis, com a criação do primeiro carro produzido em massa, o Ford T. O que ninguém sabe é que foi também o pai de um “automóvel ecológico”.

Nos anos 30, a Ford foi uma das primeiras indústrias a fabricar o que atualmente chamamos de bioplástico: um plástico feito de plantas que, ao contrário do tradicional feito de hidrocarbonetos, é biodegradável.

Segundo a BBC, Henry Ford chegou a criar um carro com este material: o Soybean Auto (“carro de soja”), que apresentou ao público em 1941.

Convencido de que este material verde era dez vezes mais resistente do que o aço, Ford atirou um machado contra um painel de metal e um de plástico para demonstrar que só o metal tinha amassado.

No entanto, apesar de o próprio ter previsto que “dezenas de milhares de artigos e peças para automóveis atualmente feitos de metal” seriam feitos de “plástico criado a partir de materiais recolhidos da terra”, o protótipo nunca se tornou um produto.

O modelo do “carro de soja” foi destruído e, atualmente, não existe sequer uma réplica.

O Benson Ford Research Center reconhece que muito pouca informação foi preservada sobre esta invenção original. Uma das grandes incógnitas são os detalhes sobre o material com que o carro foi feito.

Os ingredientes exatos dos painéis de plástico são desconhecidos, uma vez que não existe qualquer registo da fórmula. Contudo, uma reportagem do The New York Times garantia que “um dos plásticos desenvolvidos pelos químicos da Ford é um material composto de 70% de fibra de celulose e 30% de aglutinante de resina“.

“A fibra de celulose é composta por 50% de fibras de pinho, 30% de palha, 10% de cânhamo e 10% de rami, material usado pelos antigos egípcios para as múmias”, detalha o jornal norte-americano.

Contudo, Lowell E. Overly, o homem encarregado de criar o automóvel verde, deu uma versão muito diferente numa outra entrevista, na qual afirmou que o carro era feito de “fibra de soja en uma resina fenólica com formaldeído“.

O mistério prevalece até hoje.

Ainda assim, está documentado que Soybean Car foi, de facto, projetado e montado. Além de mais resistente a impactos, o plástico fazia com que o carro fosse muito mais leve, pesando menos de uma tonelada.

O projeto só não prosseguiu por ter coincidido com uma altura em que toda a produção automóvel nos Estados Unidos foi estagnada, devido à entrada do país na II Guerra Mundial, em 1941, depois do ataque japonês a Pearl Harbor.

No final da guerra, a ideia de um carro de plástico desmoronou.

https://zap.aeiou.pt/soybean-car-henry-ford-444262


Bolsonaro já fala em eleições fraudulentas - Trump & Co. podem ajudar a vender a história !


As sondagens não são animadoras e paira o risco de Jair Bolsonaro não ser reconduzido para um segundo mandato. O Presidente brasileiro já fala em fraude eleitoral e pode contar com a ajuda de Donald Trump e dos seus apoiantes para vender esta história.

A popularidade de Jair Bolsonaro está em decadência. A mais recente sondagem da Genial/Quaest, citada pela revista Veja, dá conta que o Presidente brasileiro vive o seu pior momento eleitoral.

A rejeição ao Governo subiu de 45% para 56% entre os meses de agosto e novembro. Por sua vez, a aprovação caiu de 26% para 19% no mesmo período. A sondagem revela ainda que 69% dos brasileiros acreditam que Bolsonaro não merece continuar a ser Presidente.

As eleições presidenciais de 2022 aproximam-se e há outros dois nomes — além de Lula da Silva — que começam a ganhar força. Ciro Gomes, que já confirmou a sua intenção de disputar o cargo, e Sergio Moro, que se filiou ao Podemos esta semana.

“Chega de corrupção, mensalão, petrolão, rachadinha e orçamento secreto”, disse Moro, acrescentando querer “proteger a família brasileira contra a violência, a desagregação e as drogas que ameaçam as nossas crianças, jovens e adultos”. 

Enquanto isso, o ex-Presidente dos EUA Donald Trump e os seus aliados estão a exportar a sua estratégia para o Brasil, trabalhando para apoiar a candidatura de Bolsonaro e ajudando a semear a dúvida no processo eleitoral caso este perca, avança o The New York Times.

O jornal norte-americano diz que estão a rotular os seus rivais políticos de criminosos e comunistas, a construir novas redes sociais onde possam fugir à “censura” que se dizem alvo, e a ampliar as suas alegações de que as eleições no Brasil serão fraudulentas.

O Brasil é de interesse dos EUA pela sua abundância em recursos naturais e por ser um mercado cativo para a nova rede social de Donald Trump. Do outro lado, Bolsonaro recebe de braços abertos o apoio dos apoiantes de Trump, que partilham a sua ideologia nacionalista.

“O Bolsonaro já está a pôr na cabeça das pessoas que não aceitará a eleição se perder”, disse David Nemer, professor brasileiro da Universidade da Virgínia, nos EUA. “No Brasil,isto pode ficar fora de controlo”.

Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente brasileiro, insiste que as eleições brasileiras foram fraudulentas, contrariando conclusões de autoridades e investigadores. “Dizem que não posso provar que houve fraude. Tudo bem, mas vocês não podem provar que não houve”, atirou.

Nos Estados Unidos, a nova rede social de Trump é parcialmente financiada por um deputado brasileiro com ligações a Jair Bolsonaro. No Brasil, grupos de WhatsApp de apoiantes de Bolsonaro fazem circular vídeos de Tucker Carlson, o apresentador da FOX que apoiou o ataque ao Capitólio, no dia 6 de janeiro.

É uma espécie de quid pro quo que mostra a relação entre Trump e Bolsonaro e como esta pode afetar o xadrez político no país sul-americano.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-eleicoes-fraudulentas-trump-444233


“Seis Triplo Oito” - O batalhão de afro-americanas que salvou o moral das tropas na 2.ª Guerra Mundial !

6888.º Batalhão do Diretório Postal Central

Conhecido como “Seis Triplo Oito”, o 6888.º Batalhão do Diretório Postal Central foi responsável por entregar a correspondência aos soldados norte-americanos na Europa durante a 2.ª Guerra Mundial.

Durante a 2.ª Guerra Mundial, as tropas norte-americanas que estavam a combater na Europa não conseguiam receber a correspondência das suas famílias. Uma imensidão de cartas carregadas de mensagens de força e saudade empilhavam-se sem chegar ao seu desejado destino.

Ou era este o cenário até chegarem as mulheres do 6888.º Batalhão do Diretório Postal Central, apelidado de “Seis Triplo Oito”. Este batalhão do Corpo do Exército Feminino dos Estados Unidos contava com 855 mulheres afro-americanas, sendo o único que era totalmente composto por mulheres.

A sua história é ainda hoje pouco conhecida, mas a sua missão não era fácil: entregar a correspondência aos soldados norte-americanos. O seu lema era “sem correio, moral baixo”.

Em apenas três meses, estas mulheres conseguiram entregar cartas e encomendas que se acumularam ao longo de quase três anos. O “Seis Triplo Oito” precisou apenas de metade do prazo de seis meses que os líderes do Exército norte-americano tinham estabelecido.

Agora, escreve a CBS News, mais de 75 anos depois de completarem a sua missão, estas mulheres estão perto de receber a Medalha de Ouro do Congresso, uma das maiores honras civis do país. Um projeto de lei para conceder a Medalha de Ouro do Congresso foi aprovado no Senado e precisa de mais 32 votos na Câmara dos Representantes.

A confirmar-se, esta é uma vitória para estas guerreiras esquecidas e oprimidas. A vitória é para todas, embora apenas sete das 855 combatentes estejam hoje vivas.

As mulheres do 6888.º batalhão trabalharam entre racismo e sexismo para entregar a correspondência. A missão foi um sucesso, mas quando regressaram a casa, não houve nenhum desfile nem multidão para as receber.

A líder do batalhão, Charity Adams Earley, morreu em 2002. O seu filho, Stanley Earley, disse à CBS News que a sua mãe sempre se orgulhou do papel que desempenhou com as suas compatriotas durante a Segunda Guerra Mundial.

“Elas precisavam de ter sucesso porque a tarefa era crítica e porque elas eram o único batalhão negro enviado para o estrangeiro, e era importante que provassem que as pessoas estavam erradas”, sublinhou Earley.

As mulheres trabalharam nos hangares gelados do aeroporto de Birmingham, em Inglaterra, em turnos de oito horas, separando uma média de 65.000 cartas e encomendas por turno.

O ritmo era tão alto que até chegaram a rejeitar que um general inspecionasse o batalhão porque abrandaria a sua produtividade. O general ameaçou enviar um “primeiro-tenente branco” para lhe mostrar como comandar a unidade. “Só por cima do meu cadáver”, atirou Adams Earley.

https://zap.aeiou.pt/batalhao-salvou-moral-tropas-guerra-444244

 

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...