quinta-feira, 28 de abril de 2022

Uber admite ter enganado australianos - Vai pagar multa de 19 milhões de dólares !


A empresa alegava que podia ser cobrada uma taxa de cancelamento e inflacionava as estimativas de preços de táxi.

A Uber concordou em pagar uma multa de 26 milhões de dólares australianos devido a condutores que avisavam falsamente que poderia ser cobrada uma taxa de cancelamento aos utilizadores da aplicação, bem como por inflacionar estimativas de viagens de táxi comparáveis.

A Uber B.V., uma subsidiária holandesa da Uber Technologies Inc., com sede em São Francisco, admitiu ter infringido o Direito do Consumidor australiano ao fazer declarações falsas ou enganosas na sua aplicação, revelou a Comissão Australiana da Concorrência e do Consumidor numa declaração.

A primeira infração deveu-se a uma política de cancelamento gratuito, que permite a um cliente cancelar uma reserva sem custos até cinco minutos após um condutor ter aceite a viagem.

Entre pelo menos dezembro de 2017 e setembro de 2021, mais de 2 milhões de clientes australianos que tentaram cancelar dentro desse período de cinco minutos foram avisados: “Poderá ser-lhe cobrada uma pequena taxa, uma vez que o seu motorista já está a caminho”.

A mensagem de cancelamento mudou desde então para: “Não lhe será cobrada uma taxa de cancelamento”, segundo noticia a ABC News.

“Uber admite ter enganado os utilizadores australianos durante vários anos e pode ter levado alguns deles a decidir não cancelar a sua boleia, após receberem o aviso de cancelamento”, admitiu Gina Cass-Gottlieb, presidente da Comissão.

A Uber sublinhou numa declaração que quase todos os utilizadores decidiram cancelar as suas viagens, apesar dos avisos de cancelamento.

A segunda infração dizia respeito às tarifas de táxi estimadas fornecidas pela aplicação aos clientes de Sidney, entre junho de 2018 e agosto de 2020, quando a opção de chamar de táxi foi abandonada.

O algoritmo utilizado para calcular os intervalos tarifários inflacionou as estimativas do táxi. A tarifa real de táxi era quase sempre mais barata do que a estimativa mais baixa da Uber, que não tinha garantido que o algoritmo fosse exato, referiu a comissão.

A Uber pediu desculpa aos utilizadores pela estimativa da tarifa de táxi “ser mais alta do que deveria ser”

A empresa afirmou que cooperou com a comissão e fez alterações à sua plataforma, com base nas preocupações levantadas pelos investigadores.

“Estamos empenhados em elevar continuamente a fasquia — para nós próprios, para a nossa indústria e, mais importante, para as pessoas que utilizam os nossos serviços”, realçou a Uber.

A Uber e a comissão concordaram em pedir conjuntamente ao Tribunal Federal que ordenasse a multa de 19 milhões de dólares (26 milhões de dólares australianos).

A coima máxima que a Uber poderia ter enfrentado é difícil de calcular, porque as penalidades aumentaram acentuadamente durante o período em questão.

https://zap.aeiou.pt/uber-admite-enganar-australianos-vai-pagar-19-milhoes-de-dolares-475723


“Musk defende que qualquer Trump deve poder dizer o que lhe apetecer” !


“Pelos vistos, não gosta que alguém ponha ordem no faroeste digital”. Mas a Comissão Europeia está mesmo a tentar colocar ordem.

Elon Musk será o novo dono do Twitter e esse assunto espalha-se pelo mundo.

Em diversos países, diversos espaços de informação ou debate, as questões multiplicam-se: qual será a real intenção do milionário? Como será o Twitter a partir de agora? Haverá reacções de outras plataformas de rede social?

Também já houve reacções dentro da Tesla, empresa dedicada a carros eléctricos que também pertence a Musk: as acções caíram mais de 22% e os investidores temem que a Tesla passe para segundo plano, na lista de prioridades do seu proprietário.

Por cá, as reacções também se multiplicam e, na manhã desta quarta-feira, Francisco Sena Santos começou por dizer que a internet tem sido um “mundo à parte, um faroeste sem lei, sem limites”.

Na rádio Antena 1, o jornalista destacou Donald Trump. O antigo presidente dos Estados Unidos da América utilizou as redes sociais para expor uma “catadupa de aldrabices”; e depois foi castigado nas eleições, quando perdeu para Joe Biden.

Pelo meio, a “atmosfera de ódio” que Trump criou foi fundamental para a invasão ao Capitólio, no início do ano passado.

Sena Santos fala de Donald Trump para fazer a ligação a Elon Musk: “Há uma criatura, Elon Musk, que diz ser um absolutista da liberdade de expressão. Defende que toda a gente deve poder dizer o que lhe apetecer, mesmo que isso que queira dizer seja uma mentira que faça parte de um plano de manipulação, de conspiração”.

“Ou seja”, continuou o cronista, Musk está entre os que defendem que “qualquer Trump deve poder dizer o que lhe apetecer, mesmo que isso seja manipular, espalhar falsidades, distorcer a realidade”.

O multimilionário “parte do facto de ser o homem mais rico do mundo para julgar que esse poder abre portas a todos os caprichos. Conseguiu, em três semanas, dar a volta aos diversos mecanismos de regulação e ampliar o poder que tem, ao comprar a plataforma mais utilizada no jornalismo e na polícia”, descreveu.

Sena Santos salienta que esta compra não é um negócio para ganhar dinheiro porque, segundo o próprio Musk, a prioridade é que o Twitter seja a praça pública, com absoluta liberdade de expressão, sem censuras.

“A questão é que Elon Musk confunde censura com moderação. Pelos vistos, não gosta que alguém ponha ordem no faroeste digital”, criticou Sena Santos, que se centrou depois na Comissão Europeia.

O documento intitulado Digital Services Act é um “arsenal legislativo” para combater os abusos radicais publicados na internet. Pretende que as plataformas eliminem conteúdos ilegais e perigosos, ou por incentivarem ódio, violência e racismo, ou por promoverem outros crimes.

“É um mecanismo de controlo que ainda será testado. Mas há quem já esteja contra, como Musk estará”, analisou Francisco Sena Santos, que também não quer cair no outro extremo, de “uma Rússia que prende a liberdade de expressão”.

SOS Racismo e Amnistia Internacional

A SOS Racismo também reagiu a este negócio e deixou um aviso: esta compra não está relacionada com liberdade de expressão; está relacionada com dinheiro, só.

“Não nos podemos deixar enganar em relação à suposta benignidade e quase altruísmo da sua motivação. Não nos enganemos, não nos está a tentar libertar da máquina da censura. Está a tentar ganhar dinheiro“, declarou a entidade, na CNN Portugal.

A Amnistia Internacional lançou outro alerta: “A última coisa que precisamos é que o Twitter feche os olhos a discursos violentos”.

https://zap.aeiou.pt/musk-trump-475627

 

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Meta vai abrir loja física, para mudar a opinião sobre o metaverso !


Meta, a empresa anteriormente conhecida como Facebook, vai abrir a sua primeira loja física a retalho no próximo mês.

A “Meta Store” abre a 9 de maio em Burlingame, na Califórnia, e pretende familiarizar os consumidores com a realidade virtual e o metaverso.

Meta é mais conhecida por ser proprietária da maior plataforma de meios de comunicação social do mundo, mas ultimamente tem vindo a centrar-se na construção de um metaverso,segundo o Gizmodo.

A empresa tem feito esforços para ser associada ao termo do metaverso, descrevendo-o como sendo um ambiente híbrido online, que funde os mundos físico e digital, através de tecnologias emergentes como a realidade aumentada e virtual.

Não está enganado se pensar que se parece muito com o famoso Second Life. Meta é um dos muitos gigantes da tecnologia que aposta em plataformas de realidade virtual, tornando-se o futuro do jogo, interação social e trabalho online.

Até agora, a quantidade de consumidores era relativamente baixa, devido a custos historicamente elevados e hardware volumoso e potencialmente confuso.

Mas a Meta é claramente das primeiras empresas a fazer este avanço, com os seus aclamados fones de ouvido Quest 2, a reclamar uma quota significativa de um mercado em rápido crescimento.

Vale a pena notar aqui que o Quest foi originalmente vendido sob o nome Oculus, sendo a Oculus a empresa de realidade virtual focada principalmente em jogos que a então Facebook comprou em 2014.

No entanto, a Meta procura apelar a uma gama mais vasta de pessoas, para além de jogadores, adotando um estilo acolhedor em madeira na sua loja.

“Depois de as pessoas experimentem a tecnologia, podem ganhar uma melhor apreciação por ela. Se fizemos bem o nosso trabalho, as pessoas devem sair e dizer aos seus amigos: ‘Têm de ir ver a Meta Store‘”, escreveu Martin Gilliard, chefe da Meta Store, num comunicado da empresa.

A loja da Meta espera mudar opiniões, dando aos clientes uma exposição prática das mais recentes tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada.

Na loja, encontra-se um ecrã LED de “parede a parede”, que exibe o que quer que esteja a ser mostrado nos fones Quest 2 da Meta.

As demonstrações na loja vão concentrar-se em jogos, e incluirão títulos populares como Beat Saber, GOLF+, Real VR Fishing ou Supernatural.

“A Meta Store vai ajudar as pessoas a fazer essa ligação à forma como os nossos produtos podem ser a porta de entrada para o metaverso no futuro. Não vamos vender o metaverso na nossa loja, mas esperamos que as pessoas entrem e saiam sabendo um pouco mais sobre como os nossos produtos os vão ajudar”, acrescentou ainda Gilliard.

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, realçou que a loja daria aos clientes uma “sensação do que está para vir enquanto construímos o metaverso” — que não envolve exclusivamente realidade virtual ou aumentada.

A Meta vai mostrar também o Portal, produtos de captura de vídeo de exposição inteligente, e Ray-Ban Stories, um par de óculos de sol inteligentes semelhantes aos Snap Spectacles, um lançamento para os próximos óculos de realidade aumentada.

Não há qualquer menção a estes produtos que não inclua uma nota de rodapé sobre o mau tratamento de dados pessoais dos utilizadores por parte da Meta.

A montra da Meta deverá mostrar um feedback dos clientes que experimentam estes produtos pessoalmente.

Se as pessoas começarem a aderir ao metaverso, a Meta poderá expandir significativamente a sua pegada.

Segundo o The New York Times, “pessoas com conhecimento do projeto” e documentos da empresa, relataram no ano passado que a empresa de Zuckerberg poderia abrir lojas de retalho em todo o mundo.

https://zap.aeiou.pt/meta-vai-abrir-loja-fisica-para-mudar-a-opiniao-sobre-o-metaverso-475550


Japão diz que as ilhas disputadas estão “ilegalmente ocupadas” pela Rússia !


O Japão afirmou que as quatro ilhas disputadas estavam “ilegalmente ocupadas” pela Rússia, pela primeira vez em quase duas décadas.

Na sexta-feira passada, o Japão azedou a sua relação com a Rússia, afirmando que as ilhas estavam a ser ocupadas ilegalmente pelo país liderado por Vladimir Putin.

As duas nações estão já há bastante tempo a tentar chegar a um acordo pós Segunda Guerra Mundial, mas as ilhas detidas por Moscovo e reivindicadas por Tóquio continuam a ser um ponto fulcral, segundo o The Moscow Times.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão utilizou pela última vez a expressão “ilegal” no seu relatório anual em 2003, para descrever as ilhas, que Moscovo chama Kurils e Tóquio denomina Territórios do Norte.

O relatório deste ano do Diplomatic Bluebook chega numa altura em que o Japão e os seus parceiros do G7 impõem sanções à Rússia, e antes de uma revisão fundamental da estratégia de segurança nacional do Japão, no final deste ano.
 
“A maior preocupação entre o Japão e a Rússia são os Territórios do Norte”, lê-se no relatório, chamando-lhes “territórios japoneses sobre os quais o Japão detém direitos soberanos, mas que estão atualmente a ser ocupados ilegalmente pela Rússia”.

Já tinha sido utilizada linguagem similar para descrever os territórios, em anos anteriores, mas sem a expressão “ocupada ilegalmente“.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão também realçou que a guerra na Ucrânia iria atrasar as suas conversações sobre o tratado com a Rússia.

Moscovo disse que abandonaria as conversações no mês passado, citando a “impossibilidade” de continuar as discussões “com um país que tomou uma posição abertamente hostil e se esforça por causar danos ao interesse do nosso país”.

Na sexta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as ilhas eram “território inalienável da Federação Russa”.

“Numa altura em que o Japão se tornou um país hostil e se juntou a toda uma série de ações hostis contra o nosso país, é realmente muito difícil falar sobre a continuação do processo de negociação”, sublinhou Peskov, na altura.

O relatório de sexta-feira tomou também um tom cauteloso sobre a China, apesar de o Japão ter anteriormente manifestado preocupação com o aumento das atividades marítimas de Pequim na região.

“É importante construir uma relação construtiva e estável Japão-China“, afirmou, reiterando ao mesmo tempo a preocupação com as “tentativas de Pequim de alterar o status quo pela força nos mares do Leste e do Sul da China”.

https://zap.aeiou.pt/japao-diz-que-as-ilhas-disputadas-estao-ilegalmente-ocupadas-pela-russia-475554


Covid: Risco de zona aumenta em infectados com mais de 50 anos !


Risco de desenvolver Herpes Zoster aumenta 15% em pessoas que já foram infectadas pelo coronavírus, revela estudo.

As pessoas com mais de 50 anos, que já foram contagiadas pela COVID-19, são mais vulneráveis à zona – o nome mais conhecido para a Herpes Zoster.

Um novo estudo observacional, realizado pela GSK, indica que os infectados pelo coronavírus, com mais de 50 anos, vêem o risco de zona aumentar 15%. A comparação é feita com pessoas que nunca tiveram COVID-19.

A percentagem aumentou para 21% quando foram analisados os doentes que foram hospitalizados por causa da pandemia.

O estudo foi publicado no Open Forum Infectious Diseases, da Sociedade de Doenças Infecciosas da América.  

Nesta análise, cada doente do grupo COVID-19 foi comparado aleatoriamente com quatro doentes do grupo não COVID-19 de entre um grupo de indivíduos que se enquadravam nos critérios. Nenhuma pessoa estava vacinada.

Os dados foram obtidos em duas grandes bases de dados dos EUA. O estudo mostrou ainda que o risco de desenvolver zona é mais elevado durante os primeiros seis meses depois de a pessoa ter sido infectada pelo coronavírus.

“Esta é a primeira evidência epidemiológica que liga a infecção anterior por COVID-19 ao aumento do risco de Herpes Zoster em adultos mais velhos, que já correm maior risco devido ao declínio da imunidade relacionado com a idade”, sublinhou o médico Temi Folaranmi, vice-presidente do departamento médico da multinacional biofarmacêutica.

A zona, visível essencialmente através de uma erupção cutânea, é uma infecção viral, normalmente composta por pequenas bolhas com líquido (vesículas). Normalmente é uma reactivação do mesmo vírus que causa a varicela; mesmo depois de curada, pode permanecer inactivo nas células nervosas. Esta reactivação é mais frequente em pessoas mais velhas.

https://zap.aeiou.pt/covid-zona-475490


EUA querem ver a “Rússia enfraquecida”: Ucranianos “podem ganhar” a guerra !


A Rússia infraestruturas rodoviárias na Ucrânia com mísseis, para travar a chegada de mais armamento estrangeiro ao país.

António Guterres, que esta terça-feira se encontrou com Putin, expressou apoio aos esforços diplomáticos de Erdogan, segundo o Diário de Notícias.

“Eles enfatizaram a necessidade urgente de acesso efetivo através de corredores humanitários para evacuar civis e fornecer assistência muito necessária às comunidades afetadas. O Presidente [Recep Tayyip Erdogan] e o secretário-geral [António Guterres] concordaram em manter contacto para acompanhar as iniciativas em andamento”, diz um comunicado publicado pelas Nações Unidas.

O “objetivo comum” de Erdogan e de Guterres, que expressou apoio aos esforços diplomáticos da Turquia, “é acabar com a guerra o mais rápido possível e criar condições para acabar com o sofrimento dos civis”.

De acordo com o comunicado, o impacto da guerra no panorama regional e global em setores como energia, alimentos e finanças também foi discutido.

Guterres visitou Moscovo esta terça-feira, para se encontrar com Putin. Teve antes uma reunião e um almoço com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.

Na quinta-feira está também anunciada uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano e com Zelenskyy.

A vice-primeira-ministra ucraniana apelou ontem a Guterres para que o o secretário-geral da ONU fosse o “iniciador e garante” de um corredor humanitário para fora de Azovstal, em Mariupol, e pediu que o pessoal da organização e da Cruz Vermelha que acompanhassem todas as pessoas retiradas do local.

Segundo as autoridades ucranianas, há mais de “mil civis, mulheres e crianças” e “centenas de feridos” escondidos em Azovstal, ao lado dos combatentes ucranianos que defendem o local dos ataques russos.

“Queremos ver a Rússia enfraquecida de modo a que não possa fazer o tipo de coisas como a invasão da Ucrânia. [Os russos] Já perderam muito da capacidade militar. Queremos que não tenham a capacidade de recuperar muito rapidamente essa capacidade”, apelou Lloyd Austin, secretário de Defesa norte-americano.

A frase foi dita aos jornalistas, numa zona de “localização não revelada”, junto à fronteira da Polónia com a Ucrânia, horas depois do encontro em Kiev com Zelenskyy.

“A primeira coisa para ganhar é acreditar que se pode ganhar. E eles [os ucranianos] estão convencidos de que podem ganhar. Podem ganhar se tiverem o equipamento certo, o apoio certo”, afirmou o chefe do Pentágono, que estava acompanhado do secretário de Estado, Antony Blinken.

Os Estados Unidos aprovaram um total de 661 milhões de euros em financiamento militar para a Ucrânia, bem como outros 15 países “aliados e parceiros.”

A Ucrânia, desde valor, irá receber mais de metade — 299 milhões de euros em “financiamento militar” e 153 milhões de euros em munições.

Os restantes 209 milhões serão entregues a países da NATO e outros que forneceram a Kiev apoio militar, desde o início da guerra.

Blinken e Austin revelaram que, por decisão de Joe Biden, foi ainda nomeada uma nova embaixadora para a Ucrânia. Os diplomatas que tinham saído do país, antes do início da guerra, vão também “começar a regressar na próxima semana“.

Bridget Brink, atual embaixadora na Eslováquia, “com profunda experiência na região”, foi a escolhida para reabrir “dentro de semanas, um par de semanas” a embaixada em Kiev que está sem titular diplomático desde maio de 2019.

Brink começou a carreira diplomática em 1996, fala inglês, russo, sérvio, francês e georgiano, e tem participado em várias funções na administração diplomática, na definição da política externa norte-americana na Turquia, Grécia, Chipre, Geórgia, Azerbeijão, Uzbequistão e Arménia.

Ben Wallace, secretário de Defesa britânico, anunciou também que vai seguir nos próximos dias um “pequeno número” de veículos lançadores de mísseis Stormer, mísseis antiaéreos Starstreak, mais de 5 mil NLAW (mísseis anti-tanque), 200 javelins e tanques Challenger 2, que ficarão “implantados” na Polónia.

“A intenção de Putin é a de apenas destruir, esmagar, exterminar os povos livres da Ucrânia (…) não podemos permitir que isto prevaleça”, afirmou.

“Se a Rússia parar de lutar, haverá paz. Se a Ucrânia parar de lutar, não haverá mais Ucrânia”, acrescenta ainda Wallace.

Para travar a chegada de armamento estrangeiro, a Rússia atacou, ontem, com mísseis, cinco infraestruturas ferroviárias no centro e no oeste da Ucrânia. Outras três linhas ferroviárias estão sem eletricidade por causa dos bombardeamentos.

“Estão a tentar destruir as rotas de abastecimento de assistência técnica militar dos estados parceiros”, admitiu o comando das forças armadas ucranianas.

https://zap.aeiou.pt/eua-querem-ver-a-russia-enfraquecida-ucranianos-podem-ganhar-a-guerra-475467


Marjorie Taylor Greene pediu a Mark Meadows que Trump invocasse a lei marcial para travar a confirmação de Biden !


A congressista está a ser alvo de um processo que pretende impedir a sua recandidatura devido ao seu alegado envolvimento no ataque ao Capitólio. Greene disse sob juramento que não se lembrava de ter pedido a imposição da lei marcial, mas as mensagens enviadas a Meadows confirmam que o fez.

Meros dias antes da cerimónia da inauguração de Joe Biden como novo Presidente dos Estados Unidos, a congressista republicana Marjorie Taylor Greene enviou uma mensagem ao então chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, onde lhe pediu que pressionasse Donald Trump a invocar a lei marcial e assim impedir que Biden assumisse a presidência.

“No nosso chat privado há vários membros a dizer que a única forma de salvarmos a República é se o Trump activar a lei marcial. Só quero que tu lhe digas. Eles roubaram esta eleição. Nós sabemos todos. Vão destruir o nosso país“, enviou Greene a Meadows, já duas semanas após o ataque ao Capitólio.

A notícia foi avançada pela CNN, que teve acesso a 2319 mensagens que Meadows recebeu entre o dia da eleição e a confirmação de Biden e que detalham os planos do círculo próximo de Trump para reverterem o resultado do sufrágio.

Os registos das mensagens incluem comunicações com políticos republicanos, responsáveis da Casa Branca e com os filhos de Trump e estão agora nas mãos do comité da Câmara dos Representantes que está a investigar a insurreição.
 
Meadows partilhou as mensagens voluntariamente no final de 2021, mas desde então que deixou de colaborar com o comité e avançou com processos para bloquear as duas intimações de que foi alvo por parte do Congresso.

Greene também enviou mensagens a Meadows ainda antes do ataque ao Capitólio de 6 de Janeiro onde lhe perguntava sobre os planos para as objecções à vitória de Biden na sessão de confirmação no Congresso.

“Bom dia Mark, estou cá em DC. Temos de nos organizar para dia 6. Gostava de me encontrar com Rudy Giuliani outra vez. Não falamos com ele há muito tempo. E com qualquer outra pessoa que possa ajudar. Estamos a angariar muitos membros“, escreveu Greene a 31 de Dezembro de 2020.

Esta notícia surge numa altura que Greene está a ser alvo de um processo por parte de um grupo de eleitores na Geórgia que pretende impedi-la de se recandidatar ao lugar na Câmara dos Representantes devido ao seu alegado envolvimento no motim no Capitólio, baseando-se uma provisão na 14.ª Emenda na Constituição que impede que políticos envolvidos em insurreições voltem a ocupar cargos públicos.

Na sexta-feira, a representante testemunhou sob juramento e afirmou que não se lembrava dos eventos e dos planos em torno de 6 de Janeiro mais de 50 vezes e especificamente disse não ter memória de ter defendido a activação da lei marcial.

O juiz estadual Charles Beaudrot, que presidiu à audição na semana passada, fará uma recomendação nas próximas semanas e a decisão final está nas mãos do Secretário do Estado da Geórgia, Brad Raffensperger. Qualquer que seja o veredicto, já se antecipam recursos.

Ron Feid, o advogado que representa o grupo de eleitores que quer remover Greene do boletim de voto, considera que as mensagens agora conhecidas mostram a sua “desonestidade sobre o seu apelo à lei marcial” e sugerem que a congressista “não foi uma testemunha credível” na audição.

https://zap.aeiou.pt/marjorie-taylor-greene-trump-lei-marcial-475413

terça-feira, 26 de abril de 2022

Programa de “educação patriótica” vai criar a próxima geração de fiéis a Putin !


A Rússia tem um programa de “educação patriótica” montado em várias frentes com o objetivo de criar a próxima geração de fiéis a Vladimir Putin.

À medida que a Rússia muda o foco da sua “operação militar especial” na Ucrânia para a região do Donbass, parece não haver fim à vista para os combates. O número de vítimas de ambos os lados está a aumentar.

Embora a Ucrânia possa convocar os seus cidadãos para ajudar a defender a sua pátria da agressão russa, a capacidade de Moscovo de reunir e manter o apoio a esta guerra entre os russos será crucial para sustentar o seu esforço militar.

O Kremlin considera as crianças e os jovens uma parte vital desse esforço. O governo lançou uma série de campanhas de educação patriótica voltadas para a juventude russa para incentivá-los a considerar a guerra na Ucrânia como uma continuação da Segunda Guerra Mundial e a sentir uma ligação pessoal com os soldados russos que lutam lá.

A propaganda direcionada aos jovens não é novidade na Rússia. Quando os bolcheviques tomaram o poder em 1917, introduziram a educação patriótico-militar para preparar a próxima geração para a guerra. Durante o período de Brezhnev, de 1964 a 1982, o foco das atenções voltou-se para a vitória da União Soviética sobre os nazis no que a Rússia ainda chama de “grande guerra patriótica”.  

Havia uma forte dimensão psicológica na educação patriótico-militar soviética durante a Guerra Fria. Histórias heroicas de auto-sacrifício durante a grande guerra patriótica foram usadas para desenvolver a devoção das crianças à pátria.

Seja através de atividades em grupos de jovens ou em ambientes educacionais mais formais, uma mensagem clara foi entregue aos jovens: eles tinham a responsabilidade de preservar a memória da vitória que os seus pais e avós alcançaram.

Desde o colapso da URSS, a memória da grande guerra patriótica tornou-se ainda mais importante para a educação na Rússia. Os jovens não apenas foram encarregados de preservar a versão da história do Estado, mas também devem estar vigilantes e denunciar os esforços de outros para “falsificar” e “diminuir” o papel histórico da Rússia no mundo.

A memória da grande guerra patriótica também é central para a forma como Moscovo está a justificar a sua guerra na Ucrânia para a sociedade russa. A alegação infundada de que a Rússia foi forçada a intervir para combater o crescente sentimento nazi na Ucrânia agora está a ser incorporada nas mensagens direcionadas aos jovens russos.

Um aspeto desta campanha foi o lançamento da iniciativa “A força está na verdade”. A cerimónia de abertura em Moscovo contou com a presença de alunos de várias regiões da Rússia, incluindo membros do Movimento Nacional do Exército Jovem criado em 2015.

No seu discurso na cerimónia, o ministro da Educação da Rússia, Sergey Kravtsov, disse que uma situação como a da Ucrânia nunca mais vai voltar a acontecer, porque “temos jovens maravilhosos… porque vocês acreditam na Rússia, no nosso país, nos nossos professores, nas nossas vitórias”.

Outra vertente desta campanha é o uso da memória do Holocausto para trazer as atrocidades nazis para a vanguarda da consciência da juventude e fazer associações com a guerra na Ucrânia.

No dia 19 de abril, o Museu da Vitória em Moscovo abriu uma exposição intitulada “Nazismo Comum”. A exposição destaca “as atrocidades dos nacionalistas ucranianos durante a Segunda Guerra Mundial, bem como os crimes em massa e o terror dos neonazis modernos contra os habitantes da Ucrânia em 2014-2022″.

O mesmo dia também foi marcado como o Dia da Ação Unida na Rússia em memória do genocídio do povo soviético que começou na Rússia pelos nazis e seus cúmplices. O evento envolveu concertos, exposições, comícios e apresentações em escolas e universidades em toda a Rússia.
Geração ‘Z’

Nas escolas de toda a Rússia, os professores estão a tentar encontrar formas adequadas à idade de conectar crianças e jovens com os soldados que lutam na Ucrânia.

As crianças mais novas recebem tarefas simples, como desenhar e colorir figuras da fita ‘Z’ ou ficar em formações para fazer a forma dessa letra. A letra tornou-se um símbolo da guerra e tornou-se uma espécie de distintivo para aqueles que a apoiam.

As crianças mais velhas escrevem cartas para soldados que servem na Ucrânia, especialmente soldados que são das suas cidades ou regiões. As escolas estão também a receber carteiras com imagens e detalhes biográficos de soldados ilustres inscritos nelas.

Estes esforços para entregar mensagens cuidadosamente construídas sobre a guerra na Ucrânia para crianças e jovens servem a vários propósitos.

Há benefícios de curto prazo, como encorajar uma atitude positiva em relação ao serviço militar em adolescentes mais velhos que serão elegíveis para o recrutamento num futuro próximo. Dado o número de soldados russos relatados como mortos até agora, o recrutamento continuará a ser uma parte crucial do esforço de guerra.

O trabalho de alcançar os jovens com estas mensagens também torna mais adultos russos cúmplices no apoio à narrativa do Kremlin. Alguns professores podem apoiar genuinamente a guerra, mas para muitos, esta será apenas mais uma maneira de mostrar aos seus chefes que estão a fazer bem o seu trabalho – e talvez mostrar ao estado que são cidadãos leais.

As consequências para aqueles que se recusam podem ser graves: há evidências de alunos a denunciar os seus professores por fazerem comentários desleais.

A longo prazo, a educação patriótica visa estabelecer um sentimento profundo e duradouro de patriotismo, dever e amor ao país na próxima geração de cidadãos russos, juntamente com um grande respeito pelos militares como instituição.

A criação de gerações futuras que podem ser facilmente moldadas para acreditar nas mensagens do Kremlin e cumprir as suas agendas é uma característica importante dos soldados-brinquedo de Putin.

https://zap.aeiou.pt/programa-de-educacao-patriotica-visa-criar-a-proxima-geracao-de-fieis-a-putin-474815


Moscovo anuncia cessar-fogo em Mariupol - Kiev denuncia campos de detenção e tortura !


A Rússia anunciou hoje um cessar-fogo sobre a cidade de Mariupol para permitir a retirada de civis do complexo industrial Azovstal.

Segundo a agência Lusa, a Rússia anunciou hoje um cessar-fogo sobre a cidade de Mariupol para permitir a retirada de civis do complexo industrial Azovstal, onde está o último bastião de resistência da cidade sitiada há várias semanas.

As tropas russas “vão interromper unilateralmente quaisquer hostilidades a partir das 14.00 de Moscovo (12.00 em Lisboa) de 25 de abril para retirar unidades a uma distância segura e garantir a retirada” de civis, anunciou o Ministério da Defesa russo em comunicado.

Segundo a nota, os civis serão levados para o destino que escolherem e avisou que a Ucrânia deverá mostrar “prontidão” para iniciar a evacuação “levantando bandeiras brancas” em Azovstal.

O Ministério especifica que as pessoas autorizadas a sair são mulheres, crianças e pessoal de fábrica.

“Se ainda houver civis na fábrica metalúrgica, então exigimos expressamente que as autoridades de Kiev dêem aos comandantes das formações nacionalistas (ucranianas) a ordem de os libertar”, acrescentou o Ministério russo.

O Presidente russo, Vladimir Putin, tinha exigido a rendição dos últimos combatentes ucranianos em Mariupol, dando instruções ao exército para que sitiasse “a área de tal forma que não passasse uma única mosca“.

O Governo ucraniano anunciou entretanto que, ao contrário do anunciado pelos militares russos, não foi possível um cessar-fogo para permitir a retirada de civis do complexo metalúrgico Azovstal, na cidade sitiada de Mariupol.
Kiev denuncia campos de detenção e tortura

O exército russo está a desmantelar e a deslocar instalações industriais nas áreas ucranianas que ocupa e a convertê-las em campos de concentração e tortura, denunciou hoje o chefe da Administração Militar Regional de Kharkiv, Oleh Syniehubov.

A cidade de Kharkiv, a segunda maior do país e capital da região com o mesmo nome no leste da Ucrânia, foi sujeita nos últimos dias a bombardeamentos pesados pelas tropas russas, numa tentativa de ocupar as áreas de Donetsk e Lugansk.

“As tropas de ocupação russas deslocaram uma das fábricas da região de Kharkiv para a Rússia e instalaram um campo de concentração e uma câmara de tortura nas suas instalações”, disse Syniehubov numa reportagem transmitida pelos media ucranianos, conforme citado pela agência local Ukrinform.

O chefe da Administração Militar Regional de Kharkiv acrescentou que “nas instalações da fábrica criaram uma prisão, um verdadeiro campo de concentração onde as pessoas são sujeitas a tortura e obrigadas a cooperar para se juntarem às Forças Armadas russas”.

Segundo este oficial, o campo de concentração foi instalado numa das fábricas em Vovchansk, uma cidade na região de Kharkiv, a sul da fronteira russa.

Syniehubov explicou que as tropas russas recorreram a métodos semelhantes para “mobilizar” os residentes locais na área vizinha de Izyum, que tem sido ocupada pelos russos quase desde o início da invasão.

Anteriormente, o Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, denunciou que as forças russas mantêm cidadãos ucranianos nos chamados campos de filtragem nos territórios que ocupam e controlam, de onde são enviados para a Sibéria e para o Extremo Oriente da Rússia.

“A Rússia continua a apoiar as atividades dos chamados campos de filtração, incluindo perto de Mariupol. Embora o nome próprio seja na realidade diferente, são campos de concentração. Tal como as construídas pelos nazis no seu tempo“, disse Zelensky numa mensagem de vídeo relatada pelas agências Ukrinform e Unian.

https://zap.aeiou.pt/moscovo-anuncia-cessar-fogo-em-mariupol-kiev-denuncia-campos-de-detencao-e-tortura-475315


Da “grande proeza” de Le Pen à desilusão com o povo francês !


O professor de Ciências Políticas Jaime Nogueira Pinto destacou “a proeza” de Marine Le Pen, com mais de 40 por cento nas eleições presidenciais de domingo em França, e salientou que o “desenho institucional” até 2027 sairá das próximas legislativas.

“Saber qual vai ser a política que o Presidente (Macron) poderá seguir vai depender dos resultados das legislativas de junho”, afirmou Jaime Nogueira Pinto à Lusa, sublinhando que não pode ser ignorado o crescimento da linha política “chamada de extrema direita ou direita nacionalista”.

“Tem que se levar em conta a progressão muito grande” sustentou, olhando para os dados oficiais, parciais que mostravam que Marine Le Pen conseguiu mais de 12,9 milhões de votos, contra quase 17,29 milhões que votaram e reelegeram Emmanuel Macron como Presidente.

Em 2017, a primeira vez que os dois se enfrentaram nas eleições presidenciais, o centrista Emmanuel Macron venceu com 66,10% dos votos, contra 33,90% de Marine Le Pen, ou seja com uma vantagem significativamente mais clara do que nas eleições de domingo.

A vitória de Macron “não é uma grande surpresa, esteve sempre de pé”, declarou o politólogo, considerando que na verdade Le Pen conseguiu “uma proeza”.  

“Seria de facto extraordinário que a Marine le Pen, sobretudo com a propaganda adversa fortíssima contra ela, não só de franceses como internacionais, tivesse conseguido ganhar” as eleições presidenciais, considerou Nogueira Pinto.

Sobre a política que França seguirá, haverá “uma espécie de segunda volta, que são as eleições legislativas” e é daí, sublinhou, que “vai resultar o desenho institucional para os próximos cinco anos”.

“A França está dividida em três blocos” – o de Macron, o de Marine de Pen e Eric Zemmour e o de Jean-Luc Melanchon – cada um quase com a mesma força, “e nas legislativas se verá qual a linha política que terá maior força”, reforçou Nogueira Pinto.

Apoiantes “desiludidos” admitem deixar o país

Os apoiantes de Marine Le Pen que se encontravam no Pavilhão d’Armenonville, onde decorreu a noite eleitoral da candidata derrotada nas eleições presidenciais francesas, mostram-se “desiludidos com o povo francês” e alguns ponderam deixar o país.

Isabelle, de 42 anos, deslocou-se hoje da região de Pas-de-Calais, no norte de França, para poder assistir ao vivo à noite eleitoral de Marine Le Pen. Pouco depois de saber os resultados, mostra-se “profundamente desiludida com o povo francês”.

“Acho que a França é um país onde as pessoas são hipócritas. Ou têm medo da mudança, ou então são verdadeiramente hipócritas: reivindicam imensas coisas, mas, quando é preciso agir, já cá não está ninguém”, diz a francesa à Lusa.

“Não sei se é medo ou hipocrisia, mas há realmente uma exasperação que se sente, e depois ninguém, realmente, age”, sublinha.

Acompanhado da namorada, Jérémy, que se inscreveu na União Nacional em 2013 e tem atualmente 35 anos, também diz que está “desiludido” porque queria que a França “mudasse”.

Durante cinco anos, sofremos com Emmanuel Macron. Estou aqui com a minha namorada e temos medo de ter filhos, há uma grande insegurança. Foram cinco anos muito complicados – com o confinamento, etc . – e só espero que ele não faça pior nos próximos cinco”, diz.

Mais do que desilusão, Brigitte, de 63 anos, tem sobretudo raiva. Antes do anúncio dos resultados, tinha dito à Lusa que estava confiante na vitória de Le Pen porque Macron tinha mostrado “as suas cores” nos últimos cinco anos. Agora, considera que houve fraude eleitoral.

“Para mim, houve aldrabice, não corresponde absolutamente nada ao que nós, enquanto militantes, experienciámos”, diz.

“Fomos muito bem recebidos em meios profissionais muito diferentes, por pessoas de todas as raças, de todos meios, não corresponde absolutamente nada a este resultado”, frisa Brigitte, antes de considerar que, segundo os seus cálculos, é impossível que Macron tenha tido mais de 20% ou 22% dos votos.

Com um percurso que passou pelo Partido Cristão Democrata (PCD) e pelo partido de centro-direita UMP quando foi liderado pelo antigo Presidente Nicolas Sarkozy, Brigitte diz que, depois de ter conhecido o resultado das eleições, o marido lhe pediu para irem viver para o estrangeiro.

“Eu acho que devíamos continuar, pelo menos até às próximas legislativas. Mas, sinceramente, acho que hoje foi a França que perdeu, e não a Marine”, indica.

Valentin, de 22 anos, também está “muito desiludido” e “preocupado com o que vai acontecer nos próximos anos”: “Questiono-me: será que o meu lugar é na França nos próximos anos? Porque, apesar de ser um patriota fervoroso, o Emmanuel Macron diz que não há cultura francesa”.

Como o marido de Brigitte, também Valentin – que é coordenador regional dos Jovens com Marine na região de Champagne-Ardennes, no nordeste de França – está a equacionar deixar o país.

“É uma ideia em que vou pensar durante algum tempo. Após uma década com Macron no poder, acho que vai ser muito difícil conseguirmos levantarmo-nos. Por isso, acho que a ideia de ir para o estrangeiro é algo em que posso, de maneira legítima, pensar”, sublinha.

Entre os convidados estrangeiros que se deslocaram até Paris para assistir à noite eleitoral de Marine Le Pen, está o eurodeputado alemão do partido AfD Gunnar Beck, que reconhece que o resultado da candidata de extrema-direita não é “naturalmente o que esperava”.

“No entanto, temos que perceber que pelo menos 43% dos eleitores se opõem muito claramente às políticas de Macron e também à direção para que se encaminha a União Europeia (UE). O meu grande medo é que as opiniões de quase metade dos eleitores de um dos maiores países europeus venha a ser ignorada”, aponta.

Vice-presidente da família política europeia Identidade e Democracia (ID) – de que também faz parte o Chega, que também contou com três membros presentes na noite eleitoral de Le Pen, entre os quais o diretor de relações internacionais do partido, Ricardo Regalla Dias –, Beck culpa o “sistema” pelo resultado.

“Não conseguimos alcançar o que queríamos, isso é verdade. Mas acho que há diferentes razões para isso, e essas razões não estão ligadas às nossas políticas, mas porque é difícil lutar contra toda a maquinaria do sistema. (…) Agora, temos de continuar o combate”, sublinha.

https://zap.aeiou.pt/da-grande-proeza-de-le-pen-a-desilusao-com-o-povo-frances-475285

 

2022, um ano de surpresas !


As novidades nas nossas vidas já tinham começado em 2020 mas este ano reforçou a lista. E é complicado fazer previsões.

Uma doença que vai “fechar” o mundo? No século XXI? Nunca.

Uma guerra entre dois países na Europa, em 2022? Nunca.

Se calhar…

As surpresas a nível global já arrancaram em 2020. Para muitos chineses, ainda no final de 2019, quando o senhor coronavírus começou a matar muitas pessoas. E as que ficaram vivas, ou ficaram doentes, ou viram-se fechadas em casa durante muito tempo. Na China e em dezenas de países.

Por cá também sentimos isso e por cá também reinou uma primeira reacção de surpresa.

Com tantos avanços na medicina, na higiene e nos cuidados de saúde pública, ninguém imaginava que um vírus iria alterar o dia-a-dia dos terrestres. Ninguém pensava nisso. Excluindo Bill Gates.

A pandemia não foi embora mas suavizou. Em 2022 o panorama já era claramente mais animador, menos alarmista. Era e é.

Guerra

Até que, no dia 24 de Fevereiro, começou a guerra na Ucrânia.

Um choque para muita gente. Um choque para a maioria dos políticos alemães, sublinha a Deutsche Welle. Na Alemanha acreditava-se que as múltiplas relações económicas com os russos seriam sinónimo de paz eterna. Não eram.

Afinal, Vladimir Putin ordenou mesmo que a Ucrânia fosse invadida e, agora, as cadeias de produção e de distribuição estão a ser seriamente afectadas. “Temos que repensar toda a estrutura de comércio e cooperação internacional construída durante as últimas décadas”, escreve Thomas Milz.

Mas há mais: poderá haver novo “choque” chamado China.

Uma nova realidade que, por outro lado, originou um novo espírito de unidade e de cooperação na Europa e energiza a cooperação. A União Europeia está mais jovem.

Eleições

Poderão surgir mais surpresas em breve, a nível político, em França, no Brasil e nos Estados Unidos da América.

Emmanuel Macron e Marine Le Pen são os candidatos à presidência de França. Macron venceu a primeira volta mas o duelo na segunda volta, daqui a pouco mais de uma semana, deverá ser renhido; e Le Pen poderá surpreender e vencer.

Em Outubro será a vez de se realizar um acto eleitoral no Brasil. Lula da Silva ou Jair Bolsonaro? É difícil prever, num acto eleitoral que até poderá ter observadores da União Europeia. E Lula ainda nem é candidato presidencial, oficialmente…

Mais à frente, perto do final do ano, nos EUA haverá as habituais eleições a meio de um mandato presidencial, para escolher os novos elementos na Câmara dos Representantes e no Senado – os dois órgãos legislativos que compõem o Congresso dos EUA. Poderá haver vitória do Partido Republicano (o partido de Donald Trump).

Economia e futebol

Num ano em que se previa estabilização na economia, a inflação em Portugal registou em Março números que não se viam desde 1994. E, pela primeira vez nos últimos seis anos, a taxa Euribor a 12 meses está acima de zero.

O desporto, mais concretamente o futebol, não foge da lista de possíveis surpresas. O artigo de Thomas Milz fecha com o surpreendente afastamento precoce do Bayern Munique da Liga dos Campeões e já se lança o Mundial 2022: teremos (nova) surpresa?

https://zap.aeiou.pt/2022-ano-surpresas-473731

 

A UE está a construir um túnel de 11 mil milhões de dólares que liga a Escandinávia ao Mediterrâneo !


O Corredor Escandinavo-Mediterrâneo será o quinto dos nove eixos prioritários da Rede Transeuropeia de Transportes.

O gigantesco túnel de mais de 4.000 quilómetros tem um preço estimado de 11 mil milhões de dólares. Será o o quinto dos nove eixos prioritários da Rede Transeuropeia de Transportes, um conjunto de redes de transporte concebido para facilitar a comunicação de pessoas e mercadorias em toda a União Europeia (UE).

Segundo o Interesting Engineering, estende-se desde a Finlândia e Suécia, no norte, até à ilha de Malta, no sul, passando pela Dinamarca, Alemanha, zonas industriais do norte de Itália e portos do sul de Itália.

O maior problema a resolver são os Alpes suíços, uma vez que a cordilheira entre Munique e Verona representa um importante ponto de engarrafamento para o corredor.

Programado para ficar operacional em 2028, o túnel ferroviário tem como objetivo aliviar o tráfego, ao mesmo tempo que atinge os objetivos ambientais estabelecidos pela UE, assegurando a transferência modal da estrada para o caminho-de-ferro.

Segundo o canal de Youtube B1M, a linha férrea do Brenner “é a passagem mais baixa pelos Alpes e pode ser utilizada durante todo o ano“. Foi construída em 1867 e, nos anos 70, foi-lhe acrescentada a auto-estrada E45, criando assim uma importante via de circulação de mercadorias do Mar do Norte para o Mediterrâneo e vice-versa.

Atualmente, a passagem do Brenner transporta 40% de todas as mercadorias sobre os Alpes. No entanto, as inclinações acentuadas e o impacto que tem na redução da velocidade dos comboios estão a prejudicar o transporte férreo. Resultado: mais de dois terços das mercadorias viajam por estrada.

Além disso, o mercado de lazer naquela região tornou a área propícia a engarrafamentos, ruído e má qualidade do ar.

Estima-se que este grande projeto de engenharia esteja concluído entre 2026 e 2028. O túnel, que começa em Innsbruck, na Áustria, percorre 55 quilómetros até chegar a Fortezza, em Itália. Uma vez concluído, ligar-se-á aos túneis de desvio de Innsbruck, resultando na mais longa ligação ferroviária subterrânea do mundo, percorrendo um total de 64 quilómetros.

https://zap.aeiou.pt/ue-tunel-escandinavia-ao-mediterraneo-473653


segunda-feira, 25 de abril de 2022

Macron vence eleições em França com 58,2% dos votos !


Emmanuel Macron venceu as eleições presidenciais em França, de acordo com as primeiras projeções. Le Pen: “Macron vai destruir França”.

O Presidente francês renova o mandato após derrotar a candidata Marine Le Pen. As projeções da Ipsos-Sopra Steria para a France Télévisions, Radio France e France24 indicam que Macron soma 58,2% dos votos dos eleitores. Le Pen fica-se pelos 41,8%.

Macron repete o feito de 2017, já que também tinha derrotado Le Pen na altura em que venceu as suas primeiras eleições presidenciais. Na altura, a vitória foi mais confortável, tendo somado 66,1% dos votos.

Sondagens à boca das urnas preparadas por institutos de opinião franceses e divulgadas na Bélgica já davam conta da vitória de Emmanuel Macron.

A participação na segunda volta das presidenciais francesas era de 63,23% às 17:00 locais, a duas horas do encerramento das primeiras assembleias de voto, quase dois pontos abaixo da primeira volta. A abstenção ficou pelos 28,2%.
 
Na primeira volta das presidenciais, realizada há duas semanas, Macron, o Presidente cessante, obteve 27,85% dos votos, contra os 23,15% de Le Pen.

Os militantes da União Nacional que começaram a convergir para o Pavilhão d’Armenonville, onde é organizada a noite eleitoral de Marine Le Pen, acreditavam na vitória da candidata, porque Emmanuel Macron “mostrou as suas cores” neste mandato.

Entretanto, a política de extrema-direita já reconheceu a derrota, no seu discurso, disse não ter “qualquer vergonha ou arrependimento”.

Le Pen de olhos nas legislativas

“Quero dizer a todos os que queriam ver o nosso partido desaparecer, que vejo uma nova forma de esperança”, disse Le Pen. “Os resultados que obtivemos mostram que os líderes de França e da Europa vão ter de enfrentar uma grande desconfiança das pessoas. Há grandes ventos de mudança a chegar”.

Anteriormente, Marine Le Pen, que está na sua terceira corrida presidencial e pela segunda vez na segunda volta, anunciou aos jornais que, caso perdesse esta noite, não voltaria a concorrer às eleições presidenciais.

Fomos, ainda assim, vitoriosos. Milhões dos nossos cidadãos escolheram votar no nosso partido. Quero agradecer a todas essas pessoas”, atirou ainda. “Um vento de liberdade podia ter-se erguido no país”.

Já no final do discurso, a líder do Reagrupamento Nacional lançou um aviso: “Queremos mudar o sistema, porque o que pudemos ver na campanha de Macron é que ele vai destruir França, vai destruir as suas instituições”.

Marine Le Pen já está de olhos postos nas eleições legislativas, que decorrem em junho deste ano.

“Nós estaremos lá. Nós seremos o partido que vai defender os vossos interesses. Vemo-nos na próxima batalha”, disse Le Pen antes de cantar La Marseillaise.

Macron, one more time

Depois de conhecida a vitória de Macron, ouviu-se “One More Time”, dos Daft Punk, para alegria dos cerca de 3 mil apoiantes que marcaram presença em Champ-de-Mars.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, deu os parabéns a Macron e acrescentou que, com este resultado, a Europa pode contar com a França por mais cinco anos.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também congratulou Emmanuel Macron pela vitória.

“Caro Emmanuel Macron, as minhas felicitações pela sua reeleição para a Presidência da República. Estou desejosa de continuar a nossa excelente cooperação. Juntos, faremos avançar a França e a Europa”, escreveu, em francês, através do Twitter.

Já no seu discurso de vitória, Macron agradeceu aos eleitores por este segundo mandato, algo que não acontecia há 20 anos em França.

“Depois de cinco anos de transformação difícil, uma maioria de nós escolheu confiar em mim para liderar a República anos próximos cinco anos”, começou por dizer o Presidente reeleito. “Agradeço a todos os franceses, homens e mulheres, que na primeira e segunda volta destas presidenciais, confiaram em mim”.

Ao referir os eleitores que votaram em Le Pen, ouviu-se assobios dos seus apoiantes. Macron rapidamente interrompeu. “Não, não assobiem”, clamou. “Desde o princípio que disse que não quero ver esse comportamento. Porque a partir de agora não sou candidato de um partido, mas sou o Presidente de todos”.

https://zap.aeiou.pt/macron-vence-eleicoes-em-franca-475246

 

Criança morreu vítima da hepatite aguda de origem desconhecida !


Uma criança morreu vítima do misterioso surto de doença hepáticas que está a afetar crianças na Europa e nos Estados Unidos, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS), sem revelar em que país ocorreu a morte.

A agência de saúde das Nações Unidas adiantou que recebeu até agora relatos de pelo menos 169 casos de “hepatite aguda de origem desconhecida” de uma dezena de países e foi reportada, pelo menos, uma morte.

Os casos foram relatados em crianças com idades entre um mês e os 16 anos, segundo a agência de notícias AP, adiantando que 17 das que adoeceram necessitaram de transplantes hepáticos.

Os primeiros casos foram detetados no Reino Unido, onde 114 crianças ficaram doentes, e os casos já chegaram a Espanha.

Até agora, não foram registados casos em Portugal, mas a DGS está a acompanhar a situação.

“Ainda não é claro se houve um aumento dos casos de hepatite, ou um aumento da consciencialização dos casos de hepatite, que ocorrem ao ritmo esperado, mas que não são detetados”, salienta a OMS em comunicado, citado pela AP.

Os especialistas dizem que os casos podem estar ligados a um vírus geralmente associado a constipações, mas estão em curso investigações. “Embora o adenovírus seja uma hipótese possível, estão em curso investigações para o agente causal”, refere a OMS, notando que o vírus foi detetado em pelo menos 74 dos casos.

A OMS disse que os países afetados estão a intensificar a vigilância dos casos de hepatite em crianças.

O surto “de origem desconhecido”, que foi anunciado pela OMS a 15 de abril, causa inflamação do fígado e “em muitos casos”, sintomas gastrointestinais como dores abdominais, diarreia e vómitos, e elevação das enzimas do fígado.

No Reino Unido, onde foram detetados 114 casos, regista-se “um aumento significativo em infeções na comunidade por adenovírus*, tal como nos Países Baixos, nota a OMS.

Contudo, a prevalência do adenovírus “não explica por completo a gravidade do quadro clínico”, uma vez que a variante, designada por tipo 41, não se destaca por provocar casos tão graves de hepatite, mas antes doenças respiratórias, gastroenterites, conjuntivites ou infeções da bexiga.

A OMS descarta para já que se possa tratar de efeitos secundários da vacina da covid-19, uma vez que “a larga maioria das crianças afetadas não foi vacinada“.

“Uma coisa que chama a atenção é o facto de haver muitos casos em países diferentes e há uma pequena percentagem de casos que não evoluíram bem, em que o fígado falhou mesmo e tiveram de fazer transplante hepático“, nota o responsável pelo Programa Nacional para as Hepatites Virais da DGS, Rui Tato Marinho.

A OMS apurou casos em Espanha (13), Israel (12), Estados Unidos (nove), Dinamarca (seis), Irlanda (cinco), Países Baixos (quatro), Noruega (dois), França (dois), Roménia (um) e Bélgica (um).

“É muito provável que sejam detetados mais casos antes de ser confirmada uma causa para o surto e serem aplicadas medidas de prevenção”, destaca a agência das Nações Unidas, que aponta “lavagem regular das mãos e higiene respiratória” como formas de prevenir a transmissão de adenovírus.

A OMS não recomenda qualquer restrição nas viagens ou trocas comerciais com o Reino Unido ou qualquer outro dos países onde estão a ser registados casos deste surto de hepatite aguda.

https://zap.aeiou.pt/crianca-morreu-vitima-da-hepatite-aguda-de-origem-desconhecida-475287


Tribo da Califórnia foi erroneamente declarada “extinta” há 100 anos !


Novas descobertas de uma análise de ADN provam que a tribo Muwekma Ohlone, da Califórnia, foi erroneamente declarada extinta há 100 anos.

Antes de os conquistadores espanhóis chegarem, a Califórnia estava repleta com mais de um milhão de nativos americanos. A população indígena entrou em decadência e, na década de 1920, havia menos de 20 mil. Muitas tribos, como a tribo Muwekma Ohlone, foram oficialmente declaradas “extintas”.

O antropólogo Alfred Kroeber declarou o povo Ohlone “extinto no que diz respeito a todos os propósitos práticos”, observando que apenas “alguns indivíduos dispersos sobrevivem”.

No entanto, uma nova análise de ADN mostra que as raízes dos Muwekma Ohlone são muito mais antigas do que se pensava. Especialistas escavaram os restos mortais de 12 pessoas enterradas na região há 2.000 anos e encontraram ligações genéticas com membros modernos da tribo.

Embora apenas 500 Muwekma Ohlone permaneçam vivos hoje em dia, esta descoberta pode finalmente garantir-lhes o reconhecimento federal pelo qual lutam, desta o All That’s Interesting.

Durante décadas, os Muwekma tentaram recuperar o estatuto reconhecido pelo Governo federal, que perderam após terem sido declarados “extintos”.

Especialistas sugeriam que o povo Ohlone migrou para lá de 1.500 a 1.000 anos atrás. Mas, segundo o The New York Times, a tribo há muito alega que a sua presença na região é mais antiga.

O novo estudo, publicado recentemente na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, revela que a ligação dos Muwekma à área da baía da Califórnia remonta a pelo menos 2.000 anos.

“Validação, finalmente”, disse Monica Arellano, vice-presidente da tribo e coautora do estudo. “A isto ajuda todas as informações que divulgamos, anos a compilar e a fazer pesquisas para provar quem somos”.

Já depois de ficarem sem as suas terras, os membros da tribo começaram a solicitar novamente o reconhecimento federal do governo dos Estados Unidos — sem sucesso. Mas este novo estudo pode finalmente inverter a maré das coisas. 
 


Escavações no sítio arqueológico de Síi Túupentak.

Em 2014, com obras iminentes a ameaçar destruir antigas terras tribais, os membros da tribo moderna solicitaram a ajuda da empresa de consultoria Far Western Anthropological Research Group.

“Quando você é um estudante a fazer o seu trabalho, não é comum ter este tipo de ligação direta com as pessoas que são ‘os dados’ com os quais você está a trabalhar”, disse a autora principal do estudo, Alissa Severson. “Temos que ter esse diálogo, onde poderíamos discutir o que estamos a fazer e o que encontramos, e como isso faz sentido com a história deles. Eu senti-me muito sortuda por estar a trabalhar neste projeto”.

https://zap.aeiou.pt/tribo-da-california-foi-erroneamente-declarada-extinta-ha-100-anos-474616


Maquinista sofreu corte salarial por atraso de 1 minuto - Só recebeu dinheiro de volta já depois de morto !


Hirofumi Wada sofreu um corte salarial por se ter atrasado um minuto. Já depois de morto, o tribunal deu-lhe razão e devolveu-lhe 40 cêntimos.

Um maquinista japonês sofreu um corte salarial depois de ter provocado um atraso de um minuto na linha. Sentindo-se injustiçado com a decisão, Hirofumi Wada decidiu avançar para tribunal, acusando a empresa de ter cortado injustamente o seu salário.

O tribunal acabou por lhe dar razão, embora a decisão apenas tenhas surgido já semanas depois de o homem ter morrido. Wada vai agora receber 56 ienes — 40 cêntimos — de volta.

Tudo aconteceu em junho de 2020. Wada tinha de conduzir um comboio vazio até outra estação, mas antes de fazê-lo, enganou-se na plataforma e, como tal, saiu da estação um minuto depois do que estava previsto.

A sua empregadora, a West Japan Railway, argumentou que o maquinista não trabalhou durante aquele minuto e reduziu o seu salário, conta a VICE.

O tribunal de Okayama ditou a decisão esta semana, um ano depois de Wada interpor a sua ação judicial. Mas o pior é que a decisão foi tomada já depois de o maquinista de 59 anos falecer.

O tribunal ordenou que a West Japan Railway deveria, assim, devolver os 40 cêntimos que tinha deduzido ao seu trabalhador. Por outro lado, rejeitou a reivindicação adicional de 2,2 milhões de ienes (15.883 euros) em compensação por sofrimento emocional.

Os sindicatos comemoraram a vitória em tribunal e veem a decisão como um passo para melhorar os direitos laborais.

“Ficou muito claro que Wada ainda estava a trabalhar durante aquele minuto controverso”, disse Goto Maekawa, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da West Japan Railway, à VICE.

As empresas ferroviárias japonesas orgulham-se da sua pontualidade, embora os direitos do trabalhadores nem sempre sejam os melhores de forma a garantir a chamada pontualidade britânica — ou, neste caso, japonesa.

“É uma maneira de vigiar constantemente os seus funcionários e, se eles cometerem um erro, aplicariam punições bastante severas, como cortes salariais ou demissões, até mesmo fazer você escrever relatórios para dizer que nunca mais cometerá esse erro”, disse Maekawa quanto à punição pelo atraso de um minuto.

https://zap.aeiou.pt/maquinista-corte-salarial-atraso-1-minuto-474602


Água potável a partir de ar e luz do sol ? Uma empresa norte-americana já o conseguiu !


Empresa Source Global criou hidropanéis utilizam energia solar para condensar a água potável limpa e sem de poluentes do ar.

A finitude dos recursos hídricos é uma das maiores preocupações dos ambientalistas, que tentam sensibilizar os cidadãos para a importância de poupar água potável. De facto, a crescente escassez de água exacerbada pelas alterações climáticas catastróficas, assim como a promessa de fácil acesso a água limpa e potável soa como um sonho que não está próximo a realidade.

Para ilustrar este cenário, é importante referir que as mudanças constantes nos padrões do ciclo da água e os aumentos drásticos na extração para uso humano estão a tornar mais difícil o acesso a água potável segura. Segundo um relatório da UNICEF e da Organização Mundial de Saúde, uma em cada três pessoas no mundo não tem acesso a água potável segura. As catástrofes naturais podem também destruir ou contaminar o abastecimento de água, tornando as comunidades periféricas mais susceptíveis a doenças como a cólera e a febre tifoide.

A UNICEF também aponta que, todos os dias, mais de 700 crianças com menos de cinco anos morrem de diarreia como consequência do consumo de água inadequada, saneamento e higiene.

Outra das consequências do aumento do stress hídrico origina uma maior competição por água. Isto, por sua vez, pode levar a conflitos. A guerra civil da Síria, em grande medida, tem estado ligada a uma seca severa – a título de exemplo.

Embora as técnicas de condensação da água do ar sejam utilizadas há décadas, a maioria dos condensadores modernos concebidos para produzir grandes quantidades de água precisam de ser ligados à rede eléctrica, substituindo um problema por outro, sobretudo de considerarmos os territórios mais pobres. Mas, e se houvesse uma solução? E se for possível retirar água do ar sem utilizar carbono adicional ou existir a necessidade de rede elétrica?

Os hidropanéis da Source Global propõem-se a fazer exatamente isso, com a tecnologia a ser mais ciência do que ficção. Na realidade, os hidropanéis utilizam energia solar para condensar a água potável limpa e sem de poluentes do ar. O reservatório de água incorporado também pode ser canalizado para as casas, diretamente para a torneira de água potável. Posteriormente, o sistema começa a mineralizar a água para a tornar mais dura e o seu sabor mais forte, com isto a resultar na alta qualidade prontamente disponível.

Os hidropanos da Source já chegaram a casas de 52 países. Analisando esta conquista, Thomas Borns, gestor de vendas da Source Global, lembrou que “as raparigas e as mulheres passam em média 200 milhões de horas diárias a recolher água”. Foi, precisamente, essa a principal motivação da empresa para chegar a esta invenção. Para Cody Friesen, fundador, este trabalho e obrigação já não faz qualquer sentido aos dias de hoje, daí ter começado a procurar uma forma alternativa de explorar este recurso ilimitado, chegando assim vapor de água no ar.

Tal como nota o Interesting Engineering, o Hydropanel pode ser uma bênção para as pessoas com fraco acesso a água potável, que têm de se deslocar durante horas para a ir buscar e não possuem acesso a uma fonte de energia fiável. Em todo o mundo, o peso desta responsabilidade recai prioritariamente sobre as mulheres, o que as impede de prosseguir a educação, de se dedicarem a atividades recreativas e desportivas, e de saírem da pobreza.

Naturalmente, esta questão global não afeta apenas as nações em desenvolvimento ou as pessoas que vivem nelas. Infraestruturas deficientes, a falta de transparência na origem da água, segurança e custo são também problemas persistentes nas nações desenvolvidas.

“O impacto mais importante dos hidropanéis pôde ser visto apenas em algumas horas da nossa empresa: na Navajo Nation, no norte do Arizona. Ali, apesar das águas subterrâneas terem sido contaminada em grande parte por minas de urânio empobrecido na área, a instalação de hidropanéis fez-se de imediato, diz Borns.

Ou seja, o impacto da tecnologia pode ser sentido até em territórios como os Estados Unidos. “Acho que é importante para as pessoas compreenderem que a água não é um assunto específico do mundo em desenvolvimento. É um problema nos Estados Unidos hoje em dia”, explicou Borns.

https://zap.aeiou.pt/agua-potavel-a-partir-de-ar-e-luz-do-sol-uma-empresa-norte-americana-ja-o-conseguiu-475096


domingo, 24 de abril de 2022

Rússia vai instalar mísseis nucleares até ao outono - Têm capacidade para atacar os EUA !


Depois do teste bem sucedido dos mísseis intercontinentais balísticos Sarmat, o chefe da Roscosmos garante que serão instalados até ao outono.

Esta quarta-feira, a Rússia testou com sucesso os seus mísseis intercontinentais balísticos Sarmat. Como tal, o chefe da agência espacial russa Roscosmos, Dmitri Rogozin, adiantou que há planos para instalá-los até ao outono.

Embora o primeiro teste de lançamento tenha sido um sucesso, especialistas ocidentais argumentam que serão precisos mais testes antes de o míssil ser posicionado. Como tal, o objetivo definido por Rogozin mostra ser algo ambicioso.

Segundo a agência Reuters, os Sarmat têm “capacidade para transportar dez ou mais ogivas nucleares e engodos” e “atingir alvos a milhares de quilómetros de distância”, como os Estados Unidos ou a Europa.

Os Sarmat serão instalados nos silos dos Voevoda, os mísseis do tempo soviético que vão substituir. Os silos estão localizados na região siberiana de Krasnoiarsk, cerca de 3 mil quilómetros a leste de Moscovo.  

A notícia chega numa altura em que se teme o recuso a armas nucleares dada a tensão crescente da guerra na Ucrânia.

O novo míssil Sarmat Satan II “tem as mais altas características tácticas e técnicas e é capaz de superar todos os meios modernos de defesa anti-mísseis”, sublinhou Putin sobre o teste bem-sucedido, salientando que “não tem análogos no mundo” e que “não terá por muito tempo”.

“Esta arma verdadeiramente única fortalecerá o potencial de combate das nossas Forças Armadas, garantirá de maneira confiável a segurança da Rússia contra ameaças externas e dará o que pensar àqueles que, no calor da retórica agressiva frenética, tentam ameaçar o nosso país”, acrescentou ainda Putin.

Com mais de 200 toneladas, o Sarmat é considerado mais eficaz que o seu antecessor, o míssil Voievoda, com um alcance de 11.000 quilómetros.

https://zap.aeiou.pt/russia-instalar-misseis-nucleares-outono-475214


Rússia quer chegar até à Transnístria - Moldávia acelera adesão à UE !


Um comandante russo revelou que o plano da Rússia é ocupar todo o sul da Ucrânia até à Transnístria. Em reação, a Moldávia acelerou o processo de adesão à União Europeia.

Nos últimos dias, a Rússia anunciou que assumiu o controlo de Mariupol, e a região do Donbass está em destaque, com relatos de que é o principal alvo dos russos.

No entanto, um alto comandante militar russo adianta que o plano de Moscovo prevê a ocupação de todo o sul do território ucraniano até à Transnístria, uma região separatista moldava.

O objetivo, conta Rustam Minnekaiev, comandante do distrito central militar, é ligar a Transnístria à Crimeia e deixar Kiev sem acesso ao mar.

“O controlo do sul da Ucrânia também inclui um corredor em direção à Transnístria, onde também se registam casos de opressão da população russófona”, disse o comandante russo, citado pelo The Guardian.
 
Minnekaiev falou da importância de estabelecer “um corredor terrestre” entre a Crimeia e a Transnístria, ao mesmo tempo que “se afetam objetos vitais da economia ucraniana, os portos do Mar Negro, através dos quais os produtos agrícolas e metalúrgicos são exportados”.

Estas declarações suscitaram inquietação entre as autoridades moldavas, por ter sido este um dos argumentos que Moscovo esgrimiu para justificar a sua invasão da Ucrânia, ao também acusar o Governo de Kiev de perseguição às populações russófonas.

A Moldávia exprimiu “profunda preocupação” junto do embaixador devido às declarações do general russo, indicou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros moldavo.

A Moldávia “considera estas declarações como infundadas e contraditórias com o apoio da Rússia à soberania e integridade territorial do nosso país”, prosseguiu o ministério. “A Moldávia é um país neutral” e apela a Moscovo que “respeite esse princípio”, acrescentou.

Em reação, o país do leste europeu assinou o primeiro questionário para entrar na União Europeia, escreve o Observador. O feito foi anunciado no Twitter por Nicu Popescu, o ministro dos Negócios Estrangeiros do país.

“Sempre disse, em discussões com líderes europeus, que o nosso país é um Estado europeu. Temos um passado europeu, a nossa língua romena é uma das línguas oficiais da UE”, afirmou o ministro à agência moldava IPN, garantindo que “o lugar da Moldávia é na União Europeia”.

As complexas relações entre a Rússia e a Moldávia, uma ex-república soviética de 2,6 milhões de habitantes situada entre a Roménia e a Ucrânia, agravaram-se após a eleição em 2020 de Maia Sandu, uma Presidente pró-europeia.

A Transnístria, que declarou a secessão da Moldávia após uma curta guerra civil no decurso da desintegração da União Soviética, possui cerca de 500.000 habitantes e é apoiada económica e militarmente por Moscovo. Nesta região está instalada uma base militar russa.

Este território, atravessado pelo rio Dniestre, não é reconhecido como Estado pelas instâncias internacionais.

https://zap.aeiou.pt/russia-quer-chegar-ate-transnistria-475167


Flórida censura 54 livros de matemática !


Em causa estão referências a assuntos proibidos. Há alegadas referências à Teoria Crítica do Racismo, assunto delicado nos EUA.

É um título estranho, é um assunto estranho, mas aconteceu: nesta semana o departamento de educação da Florida, nos Estados Unidos da América, anunciou que censurou livros de matemática.

Foram analisados 132 livros da disciplina e, na segunda-feira, as autoridades locais informaram que rejeitaram quase metade: 54 livros.

Não foi publicado qualquer exemplo dos “assuntos proibidos” incluídos nos manuais. E não foi publicada a lista dos livros recusados.

No entanto, alegadamente, os livros têm referências à Teoria Crítica do Racismo, que estuda o racismo estrutural nos EUA – e que é um assunto constante e muito delicado no país.
 
O departamento explicou em comunicado que os livros não cumprem os padrões de conteúdo do Estado: “A maioria dos livros rejeitados destinava-se aos níveis do infantário ao quinto ano; e uns alarmantes 71% dos livros não estavam alinhados com as regras da Flórida ou incluíam assuntos proibidos”.

Entre esses assuntos proibidos, é referida a Teoria Crítica do Racismo: “21% dos livros foram proibidos porque incorporam conteúdo de tópicos proibidos ou estratégias não solicitadas, incluindo a Teoria Crítica do Racismo”.

Essa teoria é ensinada e partilhada sobretudo a nível académico e tenta estudar o racismo e o seu impacto na sociedade dos EUA; analisa-se a discriminação racial no acesso à educação, ao mercado da habitação e ao apoio jurídico.

“O governador da Flórida está a tentar transformar as salas de aula num campo de batalha político. E isto é apenas o começo”, avisou o congressista Carlos Smith, dirigindo-se ao governador republicano Ron DeSantis.

DeSantis deu os parabéns ao departamento de educação por esta medida e acusou alguns editores de livros escolares de “doutrinar” crianças com “conceitos como essencialismo racial, especialmente entre alunos do ensino fundamental”.

Já no ano passado, o conselho de educação da Flórida decidiu proibir o ensino da Teoria Crítica do Racismo nas escolas públicas.

https://zap.aeiou.pt/florida-censura-livros-matematica-474923


Coronavírus: 6 perguntas ainda sem resposta !


Quase dois anos e meio depois do primeiro caso de COVID-19, ainda há “mistérios” que os especialistas estão a tentar perceber.

Novembro de 2019. Surge o primeiro caso, pelo menos conhecido, de COVID-19. Em Wuhan, na China.

Abril de 2022. A pandemia continua por aí, embora mais suave do que noutros tempos, e continua a haver “mistérios” por resolver.

O portal Stat, dedicado a notícias sobre saúde, elaborou nesta semana uma lista de seis perguntas ainda sem resposta consensual, quase dois anos e meio depois do aparecimento do coronavírus.

Evolução

A primeira é talvez a principal: como vai evoluir o vírus SARS-CoV-2?

As variantes Delta e Ómicron foram as mais comentadas. Mas o alfabeto grego deverá continuar a ser explorado, nos próximos tempos.

Os especialistas são cautelosos quando o assunto é a evolução do vírus. O princípio básico e orientador é: o vírus quer sempre replicar-se, espalhar-se. Continuará a ser contagioso e continuará a procurar variantes novas, mutações diferentes, que consigam “fugir” da imunidade dos humanos – sim, há a probabilidade de actualização de vacinas (já vamos lá).

Também há por exemplo o cenário provável de novos casos de “vírus recombinantes”, ou seja, casos de fusão de duas variantes existentes (quando dois vírus infectam a mesma célula).

Resumindo: os vírus podem assumir mutações aleatórias e ser mais – ou menos – perigosos para os humanos. É arriscado fazer previsões; mas há a noção de que é possível surgir uma “combinação desastrosa” numa variante que, ao mesmo tempo, seja muito eficaz no contágio e apresente consequências negativas para a saúde.

Vagas

Segunda pergunta: como serão as novas vagas?

Volta a ser arriscado fazer previsões mas não é arriscado afirmar que a pandemia não acabou. Ainda nem passou para endemia, segundo a Organização Mundial da Saúde

Por isso, pode haver medidas que deixem de ser obrigatórias – tivemos nesta quinta-feira o caso português, em relação às máscaras – mas essas posturas continuam a ser altamente recomendadas.

Não há certezas em relação a novas vagas – sazonais ou não, por exemplo – mas há (praticamente) a certeza de que, quanto maior for o número de pessoas infectadas e/ou vacinadas, maior é a imunidade a nível global. E menor é a probabilidade de casos graves: a maioria das pessoas que têm morrido nos últimos meses não estava vacinada.

Resumindo: o vírus passará a ser um “incómodo” global em vez de crise global.

Estreantes

Terceira questão: quem nunca foi infectado deve estar mais preocupado?

Talvez não. Por um lado, a evidência científica indica-nos que as pessoas que já registaram casos de COVID-19 ganham imunidade maior, sobretudo se também tiverem recebido a vacinação completa.

Por outro lado, a tendência é que a pessoa nunca infectada tenha uma vantagem: a variante que a “apanhar” – se apanhar – será mais leve, com menos sintomas graves.

Transmissão

Quarto ponto: como é transmitido o vírus entre humanos?

Para trás ficaram as “paranóias” de limpar até o corrimão do prédio e de não tocar em campainhas, com receio de contágio. É muito raro uma superfície ser contagiosa.

Está visto que o coronavírus se transmite essencialmente através de fluxos de partículas invisíveis, que circulam pelo ar quando falamos, cantamos, espirramos, tossimos, ou simplesmente quando respiramos.

No entanto, ainda continua a ser difícil definir o processo exacto de contágio. Por exemplo: estão duas pessoas a conversar e uma contagiou a outra – quando? Porque se tocaram? Foi por causa de falarem perto uma da outra? Foi porque a infectada estava a…respirar? Como funcionam os aerossóis?

Descobrir estes pormenores importantes é caro, é “tecnologicamente assustador” e é “eticamente complicado”, avisa o artigo.

Combate

Quinta questão: vem aí uma geração superior de testes, vacinas e terapias?

É quase certo que está para chegar ferramentas de combate mais avançadas, tecnologicamente – mas depois entra o aspecto financeiro e muitas dessas novidades podem nem chegar ao mercado.

Os testes que se vão utilizar deverão ser os que já estão a ser utilizados.

As vacinas poderão ser actualizadas mas aí entra novamente o contexto financeiro: quantas farmacêuticas estão disponíveis a fazer novos ensaios que custam milhões de euros? E quantas pessoas estariam agora disponíveis para esses ensaios? A probabilidade maior é: surgirão novas e melhores vacinas, mas não para já. E não para todos.

Já as terapias devem ter o futuro mais animador, entre este trio. Há medicamentos a surgir, há novas formas de combate a serem desenvolvidas, tratamentos orais que já mostraram que são eficazes.

COVID longa

Última pergunta: até quando vamos procurar explicações sobre a COVID longa?

Ainda se sabe pouco sobre a long COVID, os casos em que a doença persiste no ser humano.

Estão a ser estudados os sintomas, fazem-se comparações com o VIH, vírus da SIDA, estudam-se os problemas cognitivos e físicos em clínicas de reabilitação, procuram-se respostas nas inflamações crónicas, na persistência do vírus.

No fundo, muitos cientistas atravessam uma fase de medicina experimental. O progresso tem sido assinalável mas não há resposta exacta para a pergunta ali acima.

https://zap.aeiou.pt/coronavirus-perguntas-resposta-474885

 

Rússia diz que a Europa não agunta uma semana sem gás russo !


Enquanto o FMI diz que a União Europeia aguentaria seis meses sem o gás natural russo, Moscovo argumenta que a Europa não duraria “nem uma semana”.

Apesar dos vários pacotes de sanções da União Europeia à Rússia, o gás natural continua a ser um recurso que fica esquecido. A Europa sabe da importância deste combustível fóssil e a sua dependência dos russos deixa o Velho Continente muito limitado na sua ação.

Se, de facto, a Europa interrompesse a torneira de gás russo, quanto tempo poderia sobreviver? O Ocidente e a Rússia tem duas respostas completamente diferentes — ainda que nenhum dos cenários seja animador.

Esta sexta-feira, o chefe do Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que a Europa seria capaz de aguentar, sem grandes consequências, durante seis meses.

“Ao longo dos primeiros seis meses a Europa consegue lidar com tal embargo, tendo alternativas de fornecimento e usando o stock existente”, explicou Alfred Kammer em declarações à AFP.

“Se o embargo durasse até ao inverno, e durante esse período, isso teria efeitos significativos”, realçou Kammer.

No entanto, há alternativas que podem ser tomadas, como reduzir o consumo ou até reunir mais reservas.

Ora, Moscovo tem uma opinião diferente e acredita que a Europa não duraria nem uma semana sem o gás natural proveniente da Rússia.

“Vamos ser sérios, não durariam uma semana”, disse o vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa, Dmitry Medvedev, citado pela agência estatal russa TASS.

Um documento da Comissão Europeia deu conta que as empresas europeias vão poder continuar a comprar gás natural russo em euros e dólares sem quebrarem as sanções em vigor. Medvedev reagiu com ironia nas redes sociais.

“A Comissão Europeia permitiu o pagamento do gás natural em rublos e acredita que o decreto do presidente da Rússia ainda pode ser aplicado nos negócios europeus. Apreciamos a consistência e a integridade dos nossos parceiros europeus”, escreveu Medvedev, no Instagram.

Entre os 27 Estados-membros da UE, Portugal é o terceiro país onde as exportações para a Rússia são menores, apenas atrás da Malta e da Grécia. Portugal será um dos países da União Europeia que menos deve sofrer com o conflito na Ucrânia e as consequentes sanções impostas a Moscovo.

“A nossa dependência em relação à Rússia é residual no domínio do gás. Portugal tem uma dependência mínima face à Rússia”, disse o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, no passado mês de março.

https://zap.aeiou.pt/quanto-aguenta-europa-sem-gas-russo-475209


sábado, 23 de abril de 2022

Putin e líder checheno tinham plano para assassinar Zelenskyy !

Vladimir Putin e Ramzan Kadyrov.
O Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder checheno, Ramzan Kadyrov, tinham preparado três grupos de soldados para assassinar Volodymyr Zelenskyy.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, já sobreviveu a, pelo menos, mais de uma dúzia de tentativas de assassinato desde o início da invasão russa. Isto de acordo com os relatos do seu chefe de gabinete, Mikhail Podolyak, no início do mês passado.

Uma delas envolve Ramzan Kadyrov. O líder checheno terá recebido um plano para assassinar os principais líderes da Ucrânia durante a sua reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, no dia 3 de fevereiro, ainda antes da invasão da Ucrânia.

A informação foi avançada esta quinta-feira pelo secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Oleksiy Danilov, em declarações à Rádio NV, citado pela Ukrinform.

O plano para assassinar o presidente foi acordado nessa reunião entre Putin e Kadyrov, com o último a comprometer-se a que a sua unidade completasse a missão. O líder checheno prometeu ao Presidente russo que iria contratar três grupos para levar a cabo o assassinato.  

Os serviços secretos ucranianos tinham conhecimento deste plano da Rússia, que acabou por falhar, detalhou Danilov.

“Estávamos a monitorizar os três grupos. Um deles foi eliminado pelos nossos militares. Os outros dois mais tarde foram retirados do nosso país. Um está agora na região de Donetsk, o outro está na cidade de Mariupol, mas eles não estão na linha da frente”, disse Danilov.

Os planos originais da Rússia contavam que Kiev caísse apenas ao fim de três dias. Como tal, os grupos de militares chechenos esperavam um “corredor verde” para conseguir chegar à capital ucraniana em segurança para matar o Presidente ucraniano.

Danilov realçou que não sabe onde está atualmente Kadyrov. “Posso dizer com certeza que ele nunca esteve aqui. Todas essas fotos encenadas presumindo que ele estava na zona de guerra são um disparate total”, atirou.

https://zap.aeiou.pt/putin-lider-checheno-assassinar-zelenskyy-474956


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