segunda-feira, 2 de maio de 2022

Zelensky pede às tropas russas que se recusem a lutar !


O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu aos soldados da Rússia que se recusem a lutar na Ucrânia, dizendo que até os generais de Moscovo esperam que milhares de tropas russas morram nas próximas semanas.

No habitual discurso diário, divulgado em vídeo no sábado à noite, Zelensky dirigiu-se, em russo, diretamente aos soldados da Rússia.

O líder ucraniano disse que a Rússia está a recrutar novas tropas, “com pouca motivação e pouca experiência de combate”, para reforçar as unidades que sofreram perdas durante as primeiras semanas da invasão.

Após falhar a conquista da capital, Kiev, o exército tem-se concentrado numa nova ofensiva na região leste da Ucrânia, para tentar garantir o controlo total do Donbass e estabelecer um corredor terrestre com a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Volodymyr Zelensky disse que os líderes militares russos estão cientes que milhares de tropas poderão morrer e outros milhares poderão ser feridos nas próximas semanas.
 
“Os comandantes russos estão a mentir aos seus soldados quando lhes dizem que podem esperar ser seriamente responsabilizados por se recusarem a lutar”, disse Zelensky.

“Não lhes dizem, por exemplo, que o exército russo está a preparar camiões frigoríficos adicionais para armazenar os corpos. Eles não lhes contam sobre as novas perdas que os generais esperam”, disse o Presidente ucraniano.

“Cada soldado russo pode ainda salvar a sua própria vida. É melhor sobreviver na Rússia do que morrer na nossa terra”, disse Zelensky.

Segundo informações divulgadas no sábado pelos serviços secretos do Reino Unido, a Rússia continua com problemas de coordenação tática na Ucrânia e o seu apoio aéreo é inconsistente.

A Rússia espera retificar os problemas que têm limitado a invasão ao concentrar geograficamente o poder de combate, encurtando as linhas de abastecimento e simplificando o comando e o controlo, é acrescentado num relatório fornecido pelo Ministério da Defesa britânico.

A Rússia viu-se obrigada a fundir unidades que não conseguiram progredir no noroeste da Ucrânia, acrescenta a informação, observando que muitas dessas unidades podem estar moralmente debilitadas.

https://zap.aeiou.pt/zelensky-pede-as-tropas-russas-que-se-recusem-a-lutar-476389


domingo, 1 de maio de 2022

A Rússia está a usar golfinhos para proteger bases navais do mar Negro !


Animais são escolhidos por os sonares mais sofisticados de toda a fauna, sendo-lhes fácil detetar minas e outros objetos potencialmente perigosos.

A Rússia está a usar golfinhos para proteger a entrada de um porto importante do mar Negro, de forma a proteger uma base naval com grande importância para o regime de Vladimir Putin. As evidências foram recolhidas através de fotografias de satélite, observadas por um analista naval e fornecidas ao The Wasington Post.

Nelas é possível ver dois compartimentos com golfinhos na entrada do Porto de Sebastopol, na Crimeira. H. L. Sutton, responsável por fornecer a informação ao Instituto Naval dos Estados Unidos, acrescentou que os compartimentos foram lá colocados em fevereiro, na altura em que a invasão começou.

De acordo com o especialista, os golfinhos podem ser usados para neutralizar os mergulhadores ucranianos que tentassem entrar naquele espaço marítimo para sabotar os navios russos. A técnica não é nova, já que tanto Estados Unidos da América como a Rússia treinaram os animais para este efeito há décadas.

Tal como lembra o Público, desde a década de 1960 que a marinha norte-americana treina golfinhos e leões-marinhos para ajudarem a combater ameaças semelhantes. De acordo com os especialistas, os golfinhos têm os sonares mais sofisticados de toda a fauna, sendo-lhes fácil detetar minas e outros objetos potencialmente perigosos – que muitas vezes escapam aos sonares eletrónicos. 

O programa norte-americano foi conhecido na década de 1990, mas decorreu durante décadas em segredo – o que permitiu manter as operações em segredo e longe das críticas das organizações ambientais. Já a Rússia terá usado a base de Sebastopol para treinar golfinhos para fins militares, nomeadamente colocar explosivos em navios ou procurar minas.

Num e-mail endereçado ao The Washington Post pela Maxar Technologies, empresa que captou as imagens, esta confirma que concorda com a análise feita.

https://zap.aeiou.pt/a-russia-esta-a-usar-golfinhos-para-proteger-bases-navais-do-mar-negro-476202


Linguista tenta salvar idioma que é falado por 8 pessoas !


Kawésqar é uma língua indígena com origem incerta. É isolada, não tem classificação e está em risco de extinção.

O kawésqar é uma espécie em vias de extinção. Não, não é um animal. É um idioma utilizado por (muito) poucas pessoas no sul do Chile.

Este idioma é indígena, aglutinante e polissintética – tem expressões e frases que podem ser traduzidas com uma só palavra, no castelhano.

As explicações dadas pelo especialista Oscar Aguilera à BBC reforçam a ligação entre este idioma e Espanha.

O kawésqar era utilizado pelos colonos, num dos territórios ocupados por espanhóis, na “época dos descobrimentos”. Em algumas palavras, houve adaptações do castelhano.
 
Uma das particularidades relacionadas com este idioma é que os seus falantes tinham 32 formas de dizer “aqui”.

Há um factor cultural importante e curioso neste povo: “Se o kawésqar não tem certeza do que vai dizer, não diz. Utiliza sempre o condicional. Culturalmente, eles rejeitam a falta de veracidade, isso é sancionado pelo grupo. A pessoa que mente destaca-se negativamente entre eles”, contou Oscar Aguilera.

A origem do kawésqar é incerta, tal como muitas outras línguas indígenas. É uma língua “isolada”, sem classificação, porque não tem, nem ligação com qualquer família linguística, nem vínculos com qualquer outra língua viva.

É complicado descobrir, comprovar, de onde vêm as palavras, a estrutura e a gramática deste idioma.

A origem da população? Estima-se que tenha surgido nesta zona da Patagónia Ocidental há cerca de 10 mil anos – mas a primeira evidência conhecida só aparece registada no século XVII.

No século XIX terão existido cerca de quatro mil kawésqar, que falavam o seu idioma. Ainda no mesmo século, já à entrada para o século XX, os kawésqar quase desapareceram: 500 pessoas.

Hoje há…oito pessoas a falar kawésqar. Ainda vivem cerca de 250 kawésqar na região de Magallanes, no Chile, mas quase todos só falam castelhano, por necessidade, por causa do seu dia-a-dia. Quatro dos oito falantes são idosos, outros três estão a caminho ou já chegaram aos 60 anos.

Por isso, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) considera que este é um idioma em extinção. E os Governos do Chile pouco ou nada têm feito para manter este idioma.

“O problema é que, em linhas gerais, não é uma língua prática. É melhor aprender espanhol ou estudar inglês”, disse o linguista Aguilera.

Há 50 anos que Oscar Aguilera tem tentado evitar a extinção do kawésqar. Regista o vocabulário, faz gravações, documenta as palavras.

E recentemente passou a contar com uma ajuda ilustre: a parceira do presidente chileno, Irina Karamanos, que quer saber mais sobre o assunto.

Irina considera que os chilenos têm uma má relação com as suas comunidades e com os seus povos indígenas. Por isso, aprender a língua é uma forma de aproximação.

https://zap.aeiou.pt/idioma-8-pessoas-chile-476184


“O Método Jacarta” — Ou as incomensuráveis mortes com que os EUA ganharam a Guerra Fria !


“O Método Jacarta”, livro em que o norte-americano Vincent Bevins dá a conhecer a forma como as ações dos Estados Unidos durante a Guerra Fria causaram um número incomensurável de mortes, chegou às livrarias portuguesas.

Classificado um dos melhores livros de 2020 por publicações como o jornal britânico Financial Times ou a rádio norte-americana NPR, o livro lembra como, “em 1965, o Governo dos EUA ajudou as forças militares indonésias a matarem cerca de um milhão de civis inocentes”.

Segundo a sinopse da obra, o livro relata a forma como, sob o manto de uma campanha anticomunista, esse acontecimento “inspirou campanhas de terror semelhantes em países tão distantes como o Brasil e o Chile”, , agora editada em Portugal pela Temas e Debates.

Em entrevista à Lusa, o jornalista norte-americano afirmou que, ao crescer nos Estados Unidos, nas décadas de 1990 e 2000, era ensinada “uma narrativa absurdamente simplificada e branqueada da Guerra Fria”.

Era “uma luta entre o Bem e o Mal, em que o Bem ganha, e toda a gente vive feliz para sempre”, ou, de forma ainda mais resumida, “uma espécie de história da Disney em que os EUA são o herói.”

“Não era conhecimento corrente nos EUA que teríamos feito algo mau de todo, menos ainda o em que acredito agora, que a Guerra Fria serviu para os EUA formularem táticas neocoloniais para os países do Sul global, para tomarem o lugar da Europa Ocidental na maneira em que se relacionava, formalmente, com o Sul”, diz Bevins.

O jornalista cobriu o Brasil entre 2010 e 2017, ano em que se mudou para Jacarta, para fazer a cobertura da região para o Washington Post.

Quando chegou à Indonésia, apercebeu-se de que “a história da tragédia de 1965 era relevante para quase tudo o que estava a acontecer no presente”, mas que, não só era praticamente “tabu” discutir o tema naquele país, como os acontecimentos eram quase desconhecidos das pessoas com quem falava nos EUA.

“O que era de loucos, considerando que penso que foi um dos mais importantes momentos de viragem na história do século XX”, acrescenta Bevins, que sentiu uma “pesada responsabilidade moral” para levar a cabo este projeto.

Em “O Método Jacarta”, Bevins recorre às histórias de vários indivíduos que atravessaram esses momentos para contar o que se passou, não só na Indonésia, mas noutros países que também foram alvo de golpes de Estado por influência de Washington, como o Brasil.

“O que aconteceu no Brasil em 1964 e na Indonésia em 1965 poderão ter sido as mais importantes vitórias da Guerra Fria para o lado que, no fim, venceu — isto é, os Estados Unidos e o sistema económico global que agora opera”, considera Bevins.

“Depois de 1964, com o golpe que depôs o presidente Goulart, no Brasil, e 1965, com a erradicação do Partido Comunista e a deposição do presidente Sukarno, muitos dos países vizinhos foram influenciados, direta ou indiretamente, pelos regimes anticomunistas dos maiores países da região”, argumenta Bevins.

No Chile de Salvador Allende, no começo da década de 1970, “alguém começou a pintar uma mensagem nas paredes”, com as frases “Jacarta vem” ou “Jacarta está a aproximar-se”, como forma de aterrorizar as forças de esquerda.

Em 11 de setembro de 1973, Allende morreu num golpe de Estado que instaura uma ditadura militar que causou milhares de mortos e desaparecidos.

“Com que tipo de mundo ficámos depois da Guerra Fria? Quem ganhou a guerra? Quem perdeu? Mais especificamente, como é que a cruzada anticomunista afeta, em concreto, as vidas de milhares de milhões de pessoas hoje?”, questiona Bevins no seu livro.

Colocada essa mesma questão a um dos sobreviventes do massacre de 1965, veio a resposta: “Os Estados Unidos ganharam. Aqui na Indonésia, tiveram o que queriam, e, à volta do mundo, tiveram o que queriam. A Guerra Fria foi um conflito entre o socialismo e o capitalismo e o capitalismo ganhou.”

“Como é que os EUA ganharam?”, pergunta Bevins a Winarso. “Mataram-nos”.

https://zap.aeiou.pt/o-metodo-jacarta-ou-as-incomensuraveis-mortes-com-que-os-eua-ganharam-a-guerra-fria-476339


Venceu o Euromilhões e o seu vício é dar dinheiro !


Frances Connolly e marido voltam a aparecer nas notícias porque continuam a ajudar os outros, com os seus 129 milhões de euros.

Janeiro de 2019. Frances e Patrick Connolly apostaram e ganharam: foram os vencedores do primeiro jackpot do Euromilhões daquele ano.

Cerca de 129 milhões de euros ganhos pelo casal da Irlanda do Norte, que nem festejou muito na altura.

“Não ficámos muito excitados. Dei um pequeno grito quando descobri que tínhamos a chave vencedora e depois celebramos com uma chávena de chá e com um abraço”, relatou Frances.

O casal na fase dos 50 anos, que está junto há mais de 30, já tinha dito logo em 2019 que a prioridade seria ajudar os seus amigos e a sua família.

Até já havia uma lista que Frances tinha, com cerca de 50 nomes de pessoas que a premiada sabia que queria ajudar com o seu dinheiro.

Disseram e cumpriram.

Em Dezembro do ano seguinte, o casal já havia surgido nas notícias locais porque já tinha cedido mais de metade do dinheiro que ganhou naquele dia.

As ofertas, as ajudas, continuam. Em entrevista à BBC, Frances Connolly explicou que continua a dar dinheiro porque é “viciada” em ajudar os outros.

“Ajudar as outras pessoas dá-te pica e é um vício. Estou viciada nisso agora”, revelou a vencedora do grande prémio.

Frances, que começou a ser voluntária quando ainda era criança, criou entretanto duas fundações de caridade. Além disso, ajuda pessoas em comunidades locais a conseguir emprego, e apoia refugiados e jovens.

Assim, o dinheiro ajudou-a na sua missão e não alterou a sua personalidade: “Se és estúpida antes de ganhares tanto dinheiro, vais continuar a ser estúpida depois. O dinheiro pode é libertar-te, permitir tu seres quem queres ser”.

Frances e Patrick tinham estabelecido um orçamento anual que seria gasto em gestos de altruísmo – mas em 2022 já gastaram o que seria suposto gastar até 2032.

A antiga professora acha que já gastou mais de 70 milhões de euros até agora, em doações ou ofertas.

Acha. Não faz as contas ao pormenor porque o marido poderia ficar preocupado com os números, se os visse.

Tem dinheiro e tem humor. E não tem carros de luxo ou iates.

https://zap.aeiou.pt/venceu-euromilhoes-vicio-dar-dinheiro-476016


Singapura (com crescente movimento contra a pena de morte) executou condenado com deficiência intelectual !


Singapura avançou com a execução de um malaio com deficiência intelectual, condenado por tráfico de droga, ignorando apelos à clemência e críticas das Nações Unidas e da União Europeia.

Nagaenthran Dharmalingam esteve no centro de um crescente movimento contra a pena de morte em Singapura, nos últimos meses. Muitos lamentaram a morte do malaio, de 34 anos, que foi executado na quarta-feira, depois de ter sido condenado por tráfico de droga.

“É inacreditável que Singapura tenha avançado com a execução, apesar dos apelos internacionais para poupar a sua vida”, disse a irmã Sarmila Dharmalingam, à agência France Presse. “Estamos extremamente tristes com a execução do nosso irmão e a nossa família está em choque.”

Singapura tem das leis mais duras do mundo sobre drogas, estipulando a pena de morte nos casos de tráfico a partir de 15 gramas de heroína. De acordo com a agência Lusa, o malaio foi detido em 2009 com 43 gramas de heroína amarradas à coxa quando entrou no país.

Nagaenthran deveria ser executado em novembro, mas a defesa apresentou um recurso final ao Tribunal da Relação, que acabou por ser rejeitado a 29 de março.

Na segunda-feira, o tribunal rejeitou uma moção, que considerou “frívola”, e que argumentava que o malaio podia não ter recebido um julgamento justo porque o juiz que decidiu sobre os seus recursos era procurador-geral na altura da condenação, em 2010.

Segundo a VICE, Dharmalingam tinha um QI de 69, um nível reconhecido como deficiente mental.

O caso suscitou vários apelos internacionais para que a justiça poupasse a sua vida, sob o mote de que o malaio não terá sido capaz de compreender as consequências das suas decisões, além de ser alcoólico na altura do crime.

“O nome de Nagaenthran Dharmalingam ficará na história como vítima de um trágico erro judiciário”, referiu Maya Foa, diretora da organização não-governamental (ONG) Reprieve.

“Enforcar um homem com deficiência intelectual e mentalmente doente porque foi coagido a carregar menos de três colheres de sopa de heroína é injustificável e uma violação flagrante das leis internacionais que Singapura optou por assinar”, acrescentou.

O caso acontece menos de um mês depois de um cidadão local, de 68 anos, ter sido enforcado na prisão de Changi, a 30 de março.

Grupos de direitos humanos estão preocupados com o retomar das execuções no país. É também o caso da ativista Kirsten Han, que afirma que “a pena de morte não faz o que o Governo de Singapura pensa que faz”.

“Temos visto como as minorias e as pessoas marginalizadas são desproporcionadamente as que estão no corredor da morte”, salientou.

O milionário Richard Branson também fez campanha pela clemência de Nagen, como parte do seu movimento “Business Leaders Against the Death Penalty” (Líderes Empresariais Contra a Pena de Morte).

“Tenho um enorme respeito por Singapura, mas esta política de continuar a enforcar e executar pessoas – e, em particular, de considerar enforcar e executar alguém com deficiência intelectual, o que é contra o direito internacional –, faz-me sentir que tinha de falar sobre isso”, disse o britânico.

https://zap.aeiou.pt/singapura-executou-condenado-476028




sábado, 30 de abril de 2022

“Quase me esqueci de como relaxar”: Epidemia de insónias varre a Coreia do Sul !


A cultura obcecada com o trabalho causa tanto stress na Coreia do Sul que grande parte da população sofre de insónias e recorre à medicação para conseguir dormir.

Ji-Eun começou a ter dificuldades para dormir quando a sua jornada de trabalho se tornou tão cansativa que simplesmente não conseguia relaxar.

Em média, trabalhava das 7h às 22h. Mas a jovem de 29 anos, que trabalha com relações públicas, às vezes ficava até 3h da manhã no escritório. O seu chefe chegava até a ligar no meio da noite a pedir que uma tarefa fosse feita na hora.

“Eu quase me esqueci de como relaxar”, explica. E não é um caso isolado. A Coreia do Sul é um dos países com os maiores índices de privação de sono do mundo, com enormes efeitos sobre sua população.

Na Clínica Dream Sleep, no bairro Gangnam, em Seul, Ji-hyeon Lee, psiquiatra especializada no sono, diz que é comum receber pacientes que tomam até 20 comprimidos para dormir diariamente.

“Geralmente leva um tempo para ficarmos com sono, mas os coreanos querem dormir rapidamente, então tomam medicamentos“, conta. O vício em comprimidos para dormir tornou-se uma epidemia nacional. Não há estatísticas oficiais, mas estima-se que o vício atinja 100 mil coreanos.

Sem conseguir dormir, muitos misturam álcool com a medicação – com consequências potencialmente perigosas.

“As pessoas tornam-se sonâmbulas. Vão até ao frigorífico, comem coisas de modo inconsciente, até comida crua”, diz Lee. “Houve casos de acidentes de carro em Seul causados por pacientes sonâmbulos.”

Lee está acostumada a receber pessoas com insónias crónicas que sofrem do que é conhecido como hiperexcitação (condição que activa o cérebro e nos impede de dormir bem). Alguns dos seus pacientes dizem que não dormem mais do que algumas horas por noite há décadas.

“Eles choram, mas ainda têm um fio de esperança (quando vêm à consulta). É uma situação muito triste”, diz a psicóloga.
Excesso de trabalho, stress e privação do sono

A Coreia do Sul é uma das nações com mais privação do sono do mundo. Também tem a maior taxa de suicídio entre os países desenvolvidos, o maior consumo de bebidas destiladas per capita e um grande número de pessoas a tomar antidepressivos.

Existem razões históricas que explicam essas estatísticas. Em apenas algumas décadas, o país passou de um dos mais pobres do mundo para um dos mais tecnologicamente avançados.

Além disso, por meio da sua crescente influência na cultura pop, exerce considerável “soft power” (termo usado nas relações internacionais para descrever a capacidade de influenciar ações ou interesses por meios culturais e ideológicos).

Nações com um histórico semelhante, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, podem explorar os seus recursos naturais, mas a Coreia não tem essa riqueza oculta. O país transformou-se pela pura dedicação de uma população movida por um nacionalismo coletivo que os impelia a trabalhar mais e mais rápido.

O resultado é que os sul-coreanos estão sobrecarregados, stressados e privados de sono. Agora, toda uma indústria se formou em torno das pessoas incapazes de dormir – e, em 2019, a indústria tinha um valor estimado em 2,5 mil milhões de dólares.
Indústria em crescimento

Na capital Seul, as lojas de departamento são dedicadas a produtos para dormir, desde os lençóis perfeitos até à almofada ideal, enquanto que as farmácias oferecem prateleiras cheias de medicamentos herbais.

E há abordagens tecnológicas contra as insónias. Há cerca de dois anos, Daniel Tudor lançou uma aplicação de meditação – Kokkiri – focada em ajudar os jovens coreanos stressados a dormir.

Embora a Coreia do Sul seja historicamente um país budista, os jovens pensam que a meditação é um passatempo para os mais velhos, não algo que um funcionário de escritório em Seul possa fazer. Daniel diz que teve que reimportar e reembalar a meditação como uma ideia ocidental para que os jovens coreanos a achassem atraente. As instituições mais tradicionais também estão a entrar em ação.

Hyerang Sunim é um monge budista que ajuda a organizar retiros num templo fora de Seul, onde pessoas com privação de sono podem meditar e absorver os ensinamentos budistas.

No passado, esses tipos de mini-pausas eram reservados para aposentados que buscavam ensinamentos e oração. Agora, os participantes tendem a ser coreanos mais jovens em idade de trabalhar. Mas esses

“É claro que há preocupações. Mas acho que os benefícios as superam”, argumenta Hyerang Sunim. “Tradicionalmente, era raro ver jovens virem procurar os ensinamentos budistas. E eles têm agora muita interação com o templo.”
Mudanças fundamentais

Lee Hye-ri, que participou num destes retiros budistas quando a pressão no trabalho se tornou intolerável, diz que aprendeu a assumir a responsabilidade pelo seu stress.

”Tudo começa comigo; todos os meus problemas começam em mim. Foi o que aprendi aqui”, explica a jovem. Mas enquadrar a solução para o stress e a privação de sono como algo a ser tratado a nível individual pode ser problemático.

Aqueles que acreditam que o problema é causado por uma cultura de trabalho irracional e pressões sociais criticaram esta abordagem individualista, dizendo que isso equivale a culpar as vítimas.

Esses críticos dizem que a meditação ou o relaxamento são uma colcha de remendos e que soluções reais só podem surgir com mudanças fundamentais na sociedade. Ji-Eun acabou tão privada de sono e stressada que decidiu deixar o emprego.

Agora, trabalha horas muito mais razoáveis como freelancer e, devido à pandemia, pode trabalhar em casa. Também procurou ajuda profissional na clínica do sono de Lee para controlar as suas insónias.

“Qual é o sentido de trabalhar tanto agora que chegamos ao topo como país?” diz Ji-Eun. “Devemos ser capazes de relaxar.”

https://zap.aeiou.pt/esqueci-relaxar-insonias-coreia-sul-475988


“Depravação”, brutalidade e estado psicológico de Putin - John Kirby teve de conter as lágrimas !


O porta-voz do Pentágono, equivalente ao Ministério da Defesa nos países europeus, acusou esta sexta-feira o Presidente da Rússia de “depravação” e “brutalidade” pela maneira como as tropas russas estão a comportar-se na Ucrânia.

Questionado durante uma conferência de imprensa sobre o comportamento do líder russo, John Kirby afirmou que “é difícil olhar para algumas das imagens e imaginar um líder sério a fazer isso”, referindo-se às atrocidades de que as tropas russas têm sido acusadas de cometer na invasão à Ucrânia.

“É difícil olhar para o que ele está a fazer, para o que as suas tropas estão a fazer, e pensar que qualquer indivíduo ético, moral, pode justificar isso; é difícil olhar para as imagens… e imaginar que qualquer líder pensante, sério, maturo, faria isso”, acrescentou o porta-voz do Pentágono.

Kirby teve de interromper a frase para segurar as lágrimas. “Não posso falar sobre o seu estado psicológico, mas penso que todos percebemos a sua depravação“.

Kirby chamou “lixo” aos argumentos “bizarros” do líder do Kremlin, segundo os quais a guerra está a ser travada para proteger a minoria russa na Ucrânia do nazismo ucraniano.

O porta-voz do Kremlin argumentou que é “difícil conciliar essa retórica com o que ele está a fazer na Ucrânia a pessoas inocentes alvejadas na nuca, com as mãos atadas atrás das costas, a mulheres, mulheres grávidas mortas, hospitais bombardeados”.

“É simplesmente inconcebível”, concluiu Kirby, que se tornou uma das principais figuras do Governo dos EUA desde que a invasão começou, e que faz parte de uma lista de personalidades dos EUA sancionadas por Moscovo. 

Rússia pede à NATO que pare de armar Kiev

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, pediu à NATO e aos Estados Unidos que parem de entregar armas à Ucrânia, se “estiverem realmente interessados em resolver a crise ucraniana”.

Numa entrevista publicada hoje pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, Lavrov lembrou que “um fluxo contínuo de armas de todos os tipos tem entrado na Ucrânia através da Polónia e de outros países da NATO”.

“Se os Estados Unidos e a NATO estiverem realmente interessados em resolver a crise ucraniana, então, acima de tudo, devem acordar e parar de entregar armas e munições ao regime de Kiev”, acrescentou o chefe da diplomacia russa.

Na terça-feira, líderes militares de cerca de 40 países reuniram-se em Ramstein, na Alemanha, tendo decidido passar a encontrar-se mensalmente para discutir o fortalecimento das capacidades militares da Ucrânia contra a Rússia.

Na entrevista à Xinhua, Lavrov assegurou que “a invasão que começou em 24 de fevereiro está a seguir de acordo com o planeado”.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov

“Todos os objetivos da operação militar especial serão alcançados, apesar da obstrução dos nossos adversários”, acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reconheceu, na noite de sexta-feira, que a situação na região nordeste do país, onde as forças russas concentram a sua ofensiva, é “difícil”. “Mas os nossos militares estão a obter sucessos táticos”, acrescentou.

O Ministério da Defesa ucraniano deu como exemplo Rouska Lozova, uma localidade situada a norte de Kharkiv, que as forças russas estavam a usar para atacar a segunda maior cidade da Ucrânia.

Rouska Lozova foi recuperada pelos ucranianos após intensos combates e mais de 600 moradores foram retirados, avançou o ministério.

A 22 de abril, a União Europeia e os Estados Unidos manifestaram “preocupação com a repetida manipulação de informação por parte da China, inclusive através da difusão da desinformação de Moscovo”, sobre a guerra na Ucrânia.

Pequim tem-se recusado a condenar a invasão da Ucrânia e defende a sua amizade com Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/depravacao-brutalidade-e-estado-psicologico-de-putin-476314


Oceanos enfrentam um evento de extinção em massa !!!


Os oceanos da Terra podem estar perto de uma grande extinção, se o aquecimento global continuar a aumentar.

Se a humanidade não tomar medidas e o aquecimento global continuar sem diminuir, a vida nos oceanos da Terra poderá sofrer uma extinção em massa, uma perda de biodiversidade que poderá ultrapassar as grandes extinções anteriores do planeta.

Um novo estudo, publicado na Science a 28 de abril, afirma que a emissão de grandes volumes de gases humanos com efeito de estufa para a atmosfera está a alterar profundamente o sistema climático da Terra.

Estas mudanças sem precedentes estão a colocar muitas espécies em risco de extinção, de acordo com a Interesting Engineering.

Para desvendar a situação, os investigadores Justin Penn e Curtis Deutsch utilizaram um modelo ecofisiológico, que pesou os limites fisiológicos de uma espécie, em relação à temperatura marinha projetada, e às condições de oxigénio.

O objetivo era avaliar a probabilidade de extinção das espécies marinhas, em vários cenários de aquecimento climático.

Penn e Curtis descobriram que se as temperaturas globais continuarem a aumentar ao ritmo atual, é provável que os ecossistemas marinhos em todo o mundo sofram extinções em massa comparáveis ao tamanho e à gravidade da extinção da end-Permian, a famosa “Grande Morte”.

Esta extinção ocorreu há cerca de 250 milhões de anos e dizimou 57% das famílias biológicas, 83% dos géneros, 81% das espécies marinhas e 70% das espécies de vertebrados terrestres.

O consenso científico é de que as razões para a extinção da end-Permian foram as altas temperaturas, a anóxia oceânica, e a os ácidos causados pelos enormes volumes de dióxido de carbono de erupções vulcânicas.

A equipa de investigação também encontrou padrões em risco de extinção futura.

Prevê-se que os oceanos tropicais, por exemplo, percam a maioria das espécies devido às alterações climáticas, com muitas delas a deslocarem-se para latitudes mais elevadas e condições mais adequadas para sobreviver.

Por outro lado, as espécies polares são suscetíveis de se extinguirem, se os seus habitats desaparecerem por completo da Terra.

Para além do aquecimento da temperatura dos oceanos e do esgotamento do oxigénio devido ao clima, há também impactos humanos diretos, como a destruição de habitats, a pesca excessiva e a poluição costeira, que colocam as espécies marinhas em perigo.

Com o ritmo das alterações climáticas catastróficas, o futuro da vida oceânica tal como a conhecemos permanece desconhecido.

Contudo, há esperança, uma vez que o estudo também descobriu que a redução ou inversão das emissões de gases com efeito de estufa pode reduzir as taxas de extinção em até 70%.

Segundo um relatório do IPCC divulgado em abril, a altura é “agora ou nunca“. As emissões globais devem atingir o seu pico até 2025, a fim de cumprir o objetivo do Acordo de Paris de limitar os aumentos de temperatura a 1,5 graus Celsius.

Depois, devem baixar 43% até 2030, em relação aos níveis de 2019. Só então poderá haver esperança para a vida nos oceanos.

https://zap.aeiou.pt/oceanos-enfrentam-um-evento-de-extincao-em-massa-476273


Xangai regista 52 mortes e o maior número diário de infeções por COVID 19 !


As autoridades de saúde da China revelam ter registado 5.487 novos casos positivos e 9.545 casos assintomáticos em Xangai, cidade onde há cerca de um mês foi decretado um confinamento quase total.

A cidade de Xangai registou 52 novas mortes por covid-19, nas últimas 24 horas, e 5.487 novos casos positivos, o número mais elevado desde o início da pandemia, anunciaram esta sexta-feira as autoridades.

A Comissão Nacional de Saúde da China revelou que foram registados ainda 9.545 casos assintomáticos em Xangai, a capital financeira do país.

Um surto de Covid-19 em Xangai, no leste da China, levou as autoridades chinesas a impor um confinamento quase total da cidade, com cerca de 25 milhões de habitantes, há cerca de um mês.

Os moradores de Xangai ficaram sem acesso a comida e necessidades diárias, face ao encerramento de supermercados e farmácias, e dezenas de milhares de pessoas foram colocadas em centros de quarentena, onde as luzes estão sempre acesas, o lixo acumula-se e não existem chuveiros com água quente.

Qualquer pessoa com resultado positivo, mas que não tenha sintomas, deve passar uma semana numa destas instalações, e os restantes cumprem isolamento no hospital.

O fluxo de produtos industriais também foi interrompido pela suspensão do acesso a Xangai, onde fica o porto mais movimentado do mundo, e outras cidades industriais, incluindo Changchun e Jilin, no nordeste da China.

A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou que o país registou ainda 47 casos positivos e dois assintomáticos em Pequim.

A capital da China está a realizar testes à covid-19 para a maioria dos 21 milhões de habitantes da cidade.

Pequim encerrou também cinemas, bares de karaoke e outros locais de entretenimento e disse aos moradores para trabalharem a partir de casa e permanecerem nos bairros de residência ou numa área restrita.

A covid-19 causou mais de seis milhões de mortos em todo o mundo desde que a doença foi detetada, no final de 2019, em Wuhan, no centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

https://zap.aeiou.pt/xangai-regista-52-mortes-e-o-maior-numero-diario-de-infecoes-476268


Russos tentaram invadir edifício e estiveram a poucos metros de Zelenskyy !


Logo no primeiro dia da invasão à Ucrânia, as forças russas tentaram invadir o edifício onde estava o presidente e a sua família.

A guerra na Ucrânia começou no dia 24 de Fevereiro e, desde as primeiras horas, um dos assuntos mais comentados (e que mais criaram receio) foi a segurança, e mesmo a vida, do presidente Volodymyr Zelenskyy.

Surgiram diversos avisos de altos responsáveis, como do chefe da diplomacia de França, Jean-Yves Le Drian, que foi claro: “Acho que a segurança do presidente ucraniano é central. Estamos em condições de o ajudar, se necessário. Estou muito impressionado com a sua frieza e estou muito impressionado com a coragem do povo ucraniano”.

Zelenskyy terá mesmo revelado frieza quando, logo no dia 24 de Fevereiro, nas primeiras horas do conflito, o edifício onde estava foi alvo de uma tentativa de invasão por parte de militares russos.

A guerra já tinha começado nas ruas da capital Kiev e, no edifício onde o presidente e a sua família estavam, as forças ucranianas tentavam proteger o seu líder a todo o custo. Havia barreiras, placas, muitas armas e coletes à prova de bala para a comitiva do presidente, Zelenskyy incluído.

No entanto, naquele dia, os russos chegaram de pára-quedas à zona do edifício e tentaram invadir o edifício. Duas vezes.

“No escritório do presidente ouvia-se o tiroteio. Eles ficaram a poucos minutos de distância. Foi uma loucura completa, com armas automáticas para todos”, contou à revista Time o conselheiro presidencial Oleksiy Arestovich.

Também nessa altura, chegaram propostas dos Estados Unidos da América e do Reino Unido propostas para Volodymyr Zelenskyy deixar de imediato a Ucrânia, em segurança, para a Polónia. O presidente da Ucrânia não quis e ainda hoje está na Ucrânia.

“Achámos corajoso, mas muito arriscado“, comentou uma fonte dos EUA que participou no processo.

Zelenskyy continuou no edifício mas, no dia seguinte, a sua família saiu para um local mais seguro.

https://zap.aeiou.pt/russos-perto-zelenskyy-476221


sexta-feira, 29 de abril de 2022

“O cheiro é terrível”: Nuvens de espuma tóxica invadem ruas na Colômbia !


Nuvens de espuma com um cheiro desagradável infestaram casas, empresas e obrigaram os residentes de Mosquera a fugir da cidade. As autoridades aconselharam as pessoas a não se aproximarem muito.

Uma nuvem de espuma tóxica com mau cheiro transbordou um rio poluído perto da capital colombiana Bogotá, cobrindo casas e empresas, e obrigando os residentes a fugir e a desviar-se nas nas ruas.

“O cheiro é terrível — tivemos de suportar esta espuma durante muito tempo”, conta Luz Mariela Gómez, líder da comunidade, aos canais de televisão locais.

“Estamos a correr um risco. Alguém pode cair lá em baixo e nós não conseguiremos encontrá-los”, acrescenta Gómez, segundo o The Guardian.

Fotografias do subúrbio residencial de Mosquera mostram várias nuvens de espuma a soterrar pavimentos e a sobrevoar os residentes. Uma estrada que faz ligação a uma escola local teve mesmo de ser bloqueada.

As autoridades ambientais locais informaram que a espuma poluída — que tem sido vista na cidade várias vezes ao longo dos últimos anos — está a aumentar devido ao despejo de resíduos, produtos químicos e detergentes no sistema fluvial. As chuvas fortes vieram agravar o problema.

O gabinete do Presidente da Câmara de Mosquera partilhou no Twitter fotos da espuma tóxica, ao lado de habitantes da cidade.

Gian Gerometta, Presidente da Câmara de Mosquera, alegou que a acumulação de poluição se devia em parte a um bloqueio causado por plantas no rio. “Estamos conscientes dos riscos que podem surgir devido a este fenómeno”, explica.

As autoridades também alertaram os habitantes locais para não se aproximarem demasiado da espuma, que pode causar problemas respiratórios e irritações de pele.

“É importante que as crianças sejam mantidas afastadas, pois ainda não sabemos totalmente o que é este material”, sublinhou Edwin García, um especialista ambiental.

Acrescentou também que uma estação de tratamento na região tem estado a trabalhar para descontaminar o rio desde 2020. “Iremos monitorizar e limpar todo o rio para evitar que a espuma continue a aumentar“.

https://zap.aeiou.pt/o-cheiro-e-terrivel-nuvens-de-espuma-toxica-nas-ruas-de-bogota-476060

 

Com direito a manuais e materiais, a Apple deixa agora os clientes repararem o seu próprio iPhone !


O serviço abriu na quarta-feira nos Estados Unidos, mas deve chegar à Europa ainda este ano. Os kits incluem manuais e materiais necessários e ainda só existem para alguns modelos de iPhones.

Em vez de enviarem os telemóveis para o arranjo, os americanos que sejam donos de produtos da Apple avariados já vão poder optar pelo serviço de auto-reparação disponibilizado pela empresa a partir desta quarta-feira.

Os clientes aderentes têm direito a manuais e material para os consertos, que podem ser comprados ou alugados. O programa ainda só existe nos Estados Unidos, mas a Apple quer estendê-lo a outros países ainda este ano, escreve o Público. Por enquanto, o serviço está disponível só para os iPhones 12, 13 e SE, mas eventualmente vai abranger outros produtos da marca.

Os kits têm preços variantes. Por exemplo, quem comprar um para trocar a bateria do iPhone 12 terá de desembolsar à volta de 71 dólares, mas há a possibilidade de se ter um desconto caso se devolva a bateria avariada para que esta possa ser reciclada. O sistema de auto-reparação foi anunciado em Novembro do ano passado.

A iniciativa lançada pela Apple chega numa fase em que há cada vez mais movimentos e pressão política para que haja o “direito à reparação” em resposta à obsolescência planeada e ao desperdício ambiental.

Muitas empresas também prejudicavam os consumidores ao deliberadamente fazerem os seus produtos para que sejam difíceis de reparar, obrigando os clientes a ir aos postos específicos da marca, que podia assim cobrar preços mais caros. As leis querem garantir assim o direito do consumidor de poder reparar ou levar os aparelhos a um especialista da sua preferência que possa fazer o conserto.

https://zap.aeiou.pt/apple-clientes-repararem-iphone-475897

 

Oligarcas russos estão a aparecer mortos sem explicação !


Mais de uma mão cheia de oligarcas russos morreram desde o início deste ano. Entre alegados homicídios e suicídios, as circunstâncias levantam dúvidas.

Só desde o início deste ano já morreram seis oligarcas russos. Na semana passada, em 48 horas, dois multimilionários de Moscovo foram encontrados mortos, assim como as suas famílias. Em causa estão alegados homicídios ou suicídios sem explicação.

Antes de ser eleito, em 2000, Vladimir Putin prometeu tomar medidas contra a oligarquia russa. O seu problema não era uma elite que enriquecia à custa da privatização de antigas empresas estatais, mas sim uma oposição poderosa, salienta o jornal Público.

Acredita-se que Putin terá perseguido, morto e prendido vários magnatas. Aqueles que cederam à pressão, acabaram por financiar o Presidente russo.

A primeira morte foi a de Alexander Tyulyakov, o diretor-geral do Centro Unificado da Gazprom para a Segurança Cooperativa, um dia logo após o início da invasão da Ucrânia. Tyulyakov foi encontrado morto na garagem da sua casa de campo.

No final de Fevereiro, Mikhail​ Watford foi encontrado morto em casa no Reino Unido. O The Guardian escreve que a polícia diz que a morte do empresário, nascido na Ucrânia, que fez fortuna com o petróleo e o gás é inexplicável, mas não suspeita. A família de Watford estava em casa, mas não ficou ferida.

No final de março, Vasily Melnikov também foi encontrado morto no seu apartamento de luxo em Nizhni Novgorod, juntamente com a sua esposa e dois filhos de 4 e 10 anos. O jornal russo Kommersant fala em três homicídios e um suicídio.

O antigo diretor da empresa médica MedStom terá esfaqueado até à morte a mulher de 41 anos e os filhos. Depois, suicidou-se.

Já em abril, Vladislav ​Avayev, a esposa e a filha, de 13 anos, foram encontrados mortos num apartamento em Moscovo. Nos mesmos moldes que Melnikov, Avaiev foi encontrado com uma arma na mão, que terá usado para matar a família e depois cometer suicídio. O oligarca era antigo vice-presidente do Gazprombank, um dos maiores bancos da Rússia.

Dois dias depois, Sergey ​Protosenya, a esposa e a filha, de 18 anos, foram encontrados mortos numa moradia em Espanha. As autoridades espanholas suspeitam que o ex-gestor da Novatek, gigante russa do gás natural, as tenha esfaqueado até à morte. Depois, Protosenya terá-se enforcado.

Leonid Shulman, diretor da Gazprom de 60 anos, também foi encontrado morto na casa de banho da sua residência, em São Petersburgo. No local foi encontrada uma carta escrita pelo próprio, o que levou as autoridades locais a acreditar em suicídio.

https://zap.aeiou.pt/oligarcas-russos-mortos-sem-explicacao-475822

 

Os sinais que nos dizem para conduzirmos com prudência provocam acidentes !


Mostrar sinais com avisos sobre as fatalidades na estrada pode distrair os condutores e causar mais acidentes.

De acordo com um novo estudo publicado na Science, os sinais nas auto-estradas que avisam os condutores sobre a mortalidade na estrada e aconselham a condução com cuidado devido ao trânsito ou às condições do piso podem acabar por ser contraproducentes.

Este tipo de sinais não é só mostrado em Portugal e estão presentes em 28 estados nos Estados Unidos.

Os autores analisaram as estatísticas relativas aos acidentes rodoviários no Texas, já que os sinais neste estado mostram os avisos relativos às fatalidades apenas uma semana durante cada mês, o que permite que sejam feitas comparações entre esta e as restantes semanas.

Quando os condutores passam pelos sinais com avisos sobre a mortalidade na estrada, têm uma percentagem 4,5% maior de estarem envolvidos num acidente nos 10 quilómetros seguintes, de acordo com o estudo. Isto pode traduzir-se, em média, em mais 2600 acidentes e 16 mortos nas estradas texanas anualmente.

Comparando os dados sobre os acidentes antes e depois do início da campanha que introduziu estes sinais, os investigadores notaram um impacto negativo imediato devido à distração que estes causavam aos condutores. O efeito equivale a que se circule com uma velocidade entre 4.8 e 8 quilómetros superior.

“Vemos o sinal e pensamos sobre ele, por isso não travamos tão rápido, e estes pequenos erros, 1 em cada 50 vezes, podem causar um acidente. As provas perfeitas seriam alcançadas com um teste aleatório de controlo. Mas acho que realmente temos provas muito, muito convincentes”, revela Jonathan Hall, autor do estudo.

O cientista sublinha que o impacto também depende do número de fatalidades mostrado, já que os números maiores são mais chocantes. No Texas, os valores eram recontados em Fevereiro e a equipa notou uma grande quebra nos acidentes em Fevereiro em comparação com Janeiro, nota a New Scientist.

Hall acrescenta que os autores do estudo escreveram aos responsáveis políticos de todos os estados norte-americanos para os alertarem sobre as conclusões do estudo e a pedirem que experimentem deixar de emitir estas mensagens e fazer as suas próprias comparações. No caso do Texas, o Departamento de Transportes já deixou de passar estes avisos nos sinais.

https://zap.aeiou.pt/sinais-conduzirmos-prudencia-475518


Escócia a caminho de ser o primeiro país “renaturalista” !


Reflorestar o território passou a ser a prioridade. 30% das terras públicas podem ser reflorestadas nos próximos oito anos.

Há muitos “desertos ecológicos” na Escócia. Mas esse cenário pode mudar em breve.

A expressão utilizada pela escritora Susan Wright é real. As paisagens verdes, com montanhas bonitas, existem realmente na Escócia. Mas há séculos que o território escocês tem sido desflorestado.

A revista Afar lembra que o abatimento de árvores em larga escala começou ainda no século XVIII. O verde passou a ser ocupado por casas, construções.

No século seguinte, a agricultura também foi motivo para derrubar mais árvores.

Já no século XX, verificou-se que só existia 1% do território total original da Floresta da Caledónia, a maior floresta do país integrado no Reino Unido.

Mas agora é altura de dar a volta à situação.

“Temos o espaço, a riqueza, a experiência e a responsabilidade global de voltarmos à natureza”.

A frase de Richard Bunting, porta-voz da organização sem fins lucrativos Trees for Life (árvores para a vida), resume a intenção de muitos escoceses.

Já desde os anos 60 do século XX que começaram a ser visíveis as tentativas de reflorestação local. Em cerca de 60 anos, mais de 15% da Escócia “natural” foi recuperada.

E a percentagem vai aumentar. Agora há dezenas de projectos, dezenas de instituições empenhadas nesse objectivo.

A Scottish Rewilding Alliance envolve 22 organizações – Trees for Life é uma delas – que querem chegar a um acordo com o Governo local: declarar a Escócia como primeiro “país renaturalista” em todo o mundo.

Em termos práticos, o objectivo é que, nos próximos oito anos, 30% das terras públicas seriam destinadas para reflorestação. Isso passa por recuperar espécies-chave de animais como castores, linces e ostras, ou criar uma zona costeira onde seriam proibidas a drenagem e a pesca de arrasto.

Há um factor psicológico no meio deste processo: tentar educar as pessoas sobre o valor da recuperação da natureza. Fazer com que os escoceses percebam que a natureza pode ajudar na qualidade de vida dos seres humanos – e pode criar empregos.

Para já, no início de 2023, vai ser inaugurado um centro de renaturalização, perto do famoso Loch Ness. Vai haver espaço para visitas, caminhadas, admirar paisagens, plantações, eventos, exposições e para a…educação.

https://zap.aeiou.pt/escocia-primeiro-pais-renaturalista-475756


quinta-feira, 28 de abril de 2022

Coreia do Norte utilizará armas nucleares “a qualquer momento” se for ameaçada !


O líder norte-coreano promete impulsionar o arsenal, principalmente como dissuasor, mas também contra forças que tentem “violar” os interesses da nação.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, prometeu avançar mais rapidamente no reforço das suas forças nucleares, e ameaçou utilizá-las se fosse provocado.

Kim Jong-un afirmou isto num discurso durante um desfile militar, em que estavam a ser apresentados sistemas de armas poderosos, que poderiam ser utilizados para atingir os rivais do país, segundo o The Guardian.

Os seus comentários sugerem que continuará a fazer testes de armas provocatórios, numa campanha de pressão, para obter concessões dos EUA e dos seus aliados.

O desfile de segunda-feira à noite marcou o 90º aniversário do exército da Coreia do Norte, enquanto a economia do país é atingida por dificuldades relacionadas com a pandemia, punindo as sanções lideradas pelos EUA e a sua própria má gestão.  

Fotografias dos meios de comunicação estatais mostraram Jong-un, vestido com um casaco cerimonial militar branco, a sorrir e acenar de uma varanda, juntamente com a sua esposa, Ri Sol-ju, e outros altos dignitários.

“[Nós] continuaremos a tomar medidas para continuar a desenvolver as forças nucleares do nosso Estado o mais rápido possível“, realçou Jong-un às suas tropas e à multidão reunida para o desfile, numa praça de Pyongyang, segundo a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA).

Repetiu uma mensagem anterior, segundo a qual a Coreia do Norte poderia utilizar antecipadamente as suas armas nucleares, quando ameaçada, e apelou a que as suas forças nucleares estivessem totalmente preparadas para “entrar em movimento a qualquer momento“.

“A missão fundamental das nossas forças nucleares é dissuadir uma guerra, mas as nossas armas nucleares nunca podem ser confinadas à única missão de dissuasão de guerra, mesmo numa altura em que uma situação de que não estamos nada desejosos é criada nesta terra”, disse Jong-un.

“Se quaisquer forças tentarem violar os interesses fundamentais do nosso Estado, as nossas forças nucleares terão de cumprir decisivamente a sua inesperada segunda missão”, o que deixaria “perecer” qualquer força invasora, disse ele.

Alguns mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) poderiam colocar os EUA bem dentro do alcance, e uma variedade de mísseis de curto alcance para combustíveis sólidos representam uma ameaça crescente para a Coreia do Sul e o Japão.

Uma das armas exibidas na Praça Kim Il-sung, com o nome do falecido avô e fundador do Estado do líder norte-coreano, foi o maior e mais recente ICBM da Coreia do Norte, o Hwasong-17.

A Coreia do Norte alegou ter testado aquele míssil com sucesso no mês passado, mas a Coreia do Sul concluiu que o lançamento foi do Hwasong-15 mais pequeno, tendo em conta que um lançamento do Hwasong-17 teria falhado.

Seja qual for a arma, o lançamento a 24 de março foi o seu primeiro teste de voo ICBM de alcance completo, em mais de quatro anos, e o míssil voou mais tempo e mais alto do que qualquer outro míssil que a Coreia do Norte lançou até agora.

KCNA afirmou que os espectadores no desfile aplaudiram em voz alta quando viram o Hwasong-17, que dizia mostrar “o poder absoluto de Juche [auto-suficiência], a Coreia e a posição estratégica da nossa república para o mundo”.

A Coreia do Norte comemora frequentemente os aniversários-chave do Estado, mobilizando enormes multidões para impulsionar a unidade interna.

O despacho de terça-feira da KCNA elogiou Jong-un por ter realizado “a grande causa histórica de completar as forças nucleares, fazendo uma longa jornada de devoção patriótica”, para tornar o seu povo livre da guerra.

Jong-un tem vindo a reavivar a capacidade nuclear, com o objetivo de forçar os EUA a aceitarem a Coreia do Norte como potência nuclear, e a remover sanções económicas paralisantes, explorando um ambiente favorável para fazer avançar o seu programa de armamento, uma vez que o Conselho de Segurança da ONU continua dividido sobre a guerra da Rússia na Ucrânia.

As negociações nucleares entre Washington e Pyongyang têm estado paradas desde 2019, devido a desacordos sobre a potencial flexibilização das sanções lideradas pelos EUA, em troca de medidas de desarmamento da Coreia do Norte.

Jong-un manteve-se fiel aos seus objetivos de desenvolver simultaneamente armas nucleares e a economia do país, face à pressão internacional, e não demonstrou qualquer vontade de entregar totalmente um arsenal nuclear que ele vê como a sua maior garantia de sobrevivência.

A Coreia do Norte efetuou 13 rondas de testes de armas este ano. Há também sinais de que a Coreia do Norte está a reconstruir túneis num campo de testes nucleares, que esteve ativo pela última vez em 2017, possivelmente em preparação para a explosão de um dispositivo nuclear.

Em 2017, a Coreia do Norte afirmou ter adquirido a capacidade de lançar ataques nucleares no continente americano, após uma tórrida série de testes nucleares e de mísseis. A Coreia do Norte tinha suspendido testes de alto nível, antes de entrar para a agora alegada diplomacia com os EUA.

O impulso militar agressivo de Jong-un pode ser motivado pela política interna, uma vez que, de outra forma, o líder norte-coreano não tem realizações significativas a mostrar ao seu povo, ao assinalar uma década no poder.

Não conseguiu vencer o alívio das sanções, tão necessário, da sua diplomacia com o então Presidente Donald Trump, e a pandemia de covid-19 desencadeou novos choques na economia falida do país, forçando-o a reconhecer no ano passado que a Coreia do Norte estava a enfrentar a “pior situação de sempre“.

https://zap.aeiou.pt/coreia-do-norte-utilizara-armas-nucleares-em-qualquer-altura-se-for-ameacada-475766


Old Enough está a criar um efeito curioso nos EUA !


Mães e pais adoram o programa japonês, que já é um fenómeno – mas “nunca” haverá um programa do género nos EUA.

Já descrevemos aqui o Old Enough, o programa televisivo japonês que há muito tempo deixou de ser um fenómeno só no Japão. Por causa da Netflix.

Neste programa, há crianças entre dois e seis anos de idade a fazerem recados, quais adultos, sozinhas nas ruas.

Num episódio, por exemplo, uma criança pequena vai sozinha ao supermercado. Os pequenos são “largados” nas ruas para cumprir tarefas sozinhos (embora, obviamente, sejam sempre seguidas pela família e pela produção e haja sempre uma preparação cuidada para cada aventura).

O conceito surgiu já em 1991 mas somente agora atingiu popularidade mundial. E é muito popular nos Estados Unidos da América.

As cenas que a Netflix reproduz têm sido muito comentadas entre pais norte-americanos, que estão “empolgados” com o programa, lê-se no portal Salon.

Como sempre, há uma mistura de críticas, perplexidade e inspiração. Sim, há pais nos EUA que se sentem inspirados por este programa.

Perry Valentine, como pai, está entusiasmado: “O que me surpreendeu e espantou foi a forma como os pais japoneses confiam realmente na comunidade para que os seus filhos possam aprender a realizar sozinhos tarefas simples”.

Há um motivo forte para uma atracção geral nos EUA: é que um programa destes seria impensável no país americano. Por vários motivos.

Um deles é a insegurança que reina em muitas cidades nos EUA, dominadas por episódios de violência e por diversos tipos de crime. Aliás, tem havido conversas, reflexões, sobre o facto de as cidades norte-americanas não serem “amigáveis” para as crianças.

Outro é a rotina centrada no automóvel que reina no país (as próprias estruturas dos EUA acabam por se focar nas pessoas que conduzem e não nas pessoas que andam mais a pé). Estima-se que apenas 10% das crianças vão a pé para a escola.

E outro motivo: as recomendações oficiais são claras. A Academia de Pediatria indica que as crianças até aos 10 anos não devem caminhar sem supervisão.

Pelo contrário, o Japão é visto como um dos países mais seguros do mundo. E basta comparar o número de peões que morrem devido a acidentes rodoviários: no Japão morreram 1.434 pessoas em 2019, o mesmo ano em que, nos EUA, morreram….36 mil peões.

Os pais nos EUA ficaram fascinados com este programa porque mostra “o espectro oposto da paternidade a que estamos habituados”, explicou Devon Kuntzman, especialista em paternidade.

Mas este programa, avisa o artigo, “nunca poderia ser replicado” nos EUA, onde reina a “paternidade de helicóptero” – expressão utilizada par descrever os pais que estão sempre a controlar os filhos.

O “helicóptero” pode criar problemas nas crianças; mas continua a ser o estilo mais popular entre os pais norte-americanos. Há pouca confiança (e percebe-se porquê).

Entretanto, no Reino Unido, já estarão a filmar uma versão própria do Old Enough.

https://zap.aeiou.pt/old-enough-eua-475785


Putin afirma ter descoberto uma conspiração ocidental para matar um jornalista russo !


A Tass relata uma “detenção de membros do grupo neonazi”, que alegadamente conspiram para matar um apresentador às ordens da Ucrânia.

Vladimir Putin afirmou que a agência de espionagem do Serviço Federal de Segurança do seu país (FSB) descobriu o que afirma ser um plano ocidental para matar um jornalista russo, segundo o The Guardian.

“Esta manhã, o Serviço Federal de Segurança parou as atividades de um grupo terrorista que planeava atacar e matar um famoso jornalista de televisão russo. Temos factos incontestáveis”, revelou o presidente russo, durante uma reunião com os principais procuradores do seu país.

“Depois de ter vivido um fiasco de informação na Rússia, o Ocidente voltou-se agora para as tentativas de matar jornalistas russos“, acrescentou Putin, sem fornecer provas que apoiassem a sua acusação.

Pouco depois das declarações de Putin, a agência noticiosa russa Tass realçou que os serviços de segurança tinham prendido membros de um grupo neonazi chamado National Socialism/White Power que, alegadamente, conspirava para matar o popular apresentador de TV estatal pró-Kremlin Vladimir Solovyev, por ordem da Ucrânia.
 
Tass referiu que os serviços de segurança apreenderam várias armas, bem como oito cocktails molotov e seis pistolas, durante a detenção do grupo.

A FSB também divulgou uma série de imagens contendo o que alegavam ser artigos apreendidos do grupo durante a rusga, que incluíam passaportes ucranianos, vários símbolos nazis, um retrato de Adolf Hitler e, ainda mais bizarro, três discos com o famoso videojogo Sims.

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) negou rapidamente as alegações russas, salientando numa declaração que “não tem planos para assassinar V. Solovyev“.

A agência noticiosa estatal russa RIA Novosti informou mais tarde que seis membros do grupo neonazi tinham sido detidos.

Citando o FSB, a RIA Novosti disse que o grupo estava também a discutir ataques à chefe da rede noticiosa da RT, Margarita Simonyan, e ao apresentador de televisão pró-Kremlin Dmitry Kiselyov, bem como a outros jornalistas estatais conhecidos.

O FSB afirma frequentemente descobrir atos terroristas, pelo que diz serem grupos de extrema-direita que atuam em nome da Ucrânia, sem fornecer muitas provas para apoiar as alegações.

Dias antes da invasão da Ucrânia por Moscovo, os serviços de segurança russos também acusaram Kiev de uma série de ataques em território russo e Donbass, detido pelos separatistas, alegações que mais tarde foram desmascaradas por jornalistas independentes.

Putin sublinhou ainda na segunda-feira que o Ocidente estava a tentar destruir a Rússia a partir de dentro.

“A tarefa de dividir a sociedade russa, destruindo o país a partir de dentro, veio à tona do Ocidente, mas os seus esforços vão falhar“, alertou Putin, acrescentando que a sociedade russa “nunca esteve tão unida”.

Putin também acusou o Ocidente de utilizar organizações de comunicação social estrangeiras e meios de comunicação social para organizar “provocações” contra as forças armadas russas.

https://zap.aeiou.pt/conspiracao-ocidental-matar-jornalista-russo-475795




Uber admite ter enganado australianos - Vai pagar multa de 19 milhões de dólares !


A empresa alegava que podia ser cobrada uma taxa de cancelamento e inflacionava as estimativas de preços de táxi.

A Uber concordou em pagar uma multa de 26 milhões de dólares australianos devido a condutores que avisavam falsamente que poderia ser cobrada uma taxa de cancelamento aos utilizadores da aplicação, bem como por inflacionar estimativas de viagens de táxi comparáveis.

A Uber B.V., uma subsidiária holandesa da Uber Technologies Inc., com sede em São Francisco, admitiu ter infringido o Direito do Consumidor australiano ao fazer declarações falsas ou enganosas na sua aplicação, revelou a Comissão Australiana da Concorrência e do Consumidor numa declaração.

A primeira infração deveu-se a uma política de cancelamento gratuito, que permite a um cliente cancelar uma reserva sem custos até cinco minutos após um condutor ter aceite a viagem.

Entre pelo menos dezembro de 2017 e setembro de 2021, mais de 2 milhões de clientes australianos que tentaram cancelar dentro desse período de cinco minutos foram avisados: “Poderá ser-lhe cobrada uma pequena taxa, uma vez que o seu motorista já está a caminho”.

A mensagem de cancelamento mudou desde então para: “Não lhe será cobrada uma taxa de cancelamento”, segundo noticia a ABC News.

“Uber admite ter enganado os utilizadores australianos durante vários anos e pode ter levado alguns deles a decidir não cancelar a sua boleia, após receberem o aviso de cancelamento”, admitiu Gina Cass-Gottlieb, presidente da Comissão.

A Uber sublinhou numa declaração que quase todos os utilizadores decidiram cancelar as suas viagens, apesar dos avisos de cancelamento.

A segunda infração dizia respeito às tarifas de táxi estimadas fornecidas pela aplicação aos clientes de Sidney, entre junho de 2018 e agosto de 2020, quando a opção de chamar de táxi foi abandonada.

O algoritmo utilizado para calcular os intervalos tarifários inflacionou as estimativas do táxi. A tarifa real de táxi era quase sempre mais barata do que a estimativa mais baixa da Uber, que não tinha garantido que o algoritmo fosse exato, referiu a comissão.

A Uber pediu desculpa aos utilizadores pela estimativa da tarifa de táxi “ser mais alta do que deveria ser”

A empresa afirmou que cooperou com a comissão e fez alterações à sua plataforma, com base nas preocupações levantadas pelos investigadores.

“Estamos empenhados em elevar continuamente a fasquia — para nós próprios, para a nossa indústria e, mais importante, para as pessoas que utilizam os nossos serviços”, realçou a Uber.

A Uber e a comissão concordaram em pedir conjuntamente ao Tribunal Federal que ordenasse a multa de 19 milhões de dólares (26 milhões de dólares australianos).

A coima máxima que a Uber poderia ter enfrentado é difícil de calcular, porque as penalidades aumentaram acentuadamente durante o período em questão.

https://zap.aeiou.pt/uber-admite-enganar-australianos-vai-pagar-19-milhoes-de-dolares-475723


“Musk defende que qualquer Trump deve poder dizer o que lhe apetecer” !


“Pelos vistos, não gosta que alguém ponha ordem no faroeste digital”. Mas a Comissão Europeia está mesmo a tentar colocar ordem.

Elon Musk será o novo dono do Twitter e esse assunto espalha-se pelo mundo.

Em diversos países, diversos espaços de informação ou debate, as questões multiplicam-se: qual será a real intenção do milionário? Como será o Twitter a partir de agora? Haverá reacções de outras plataformas de rede social?

Também já houve reacções dentro da Tesla, empresa dedicada a carros eléctricos que também pertence a Musk: as acções caíram mais de 22% e os investidores temem que a Tesla passe para segundo plano, na lista de prioridades do seu proprietário.

Por cá, as reacções também se multiplicam e, na manhã desta quarta-feira, Francisco Sena Santos começou por dizer que a internet tem sido um “mundo à parte, um faroeste sem lei, sem limites”.

Na rádio Antena 1, o jornalista destacou Donald Trump. O antigo presidente dos Estados Unidos da América utilizou as redes sociais para expor uma “catadupa de aldrabices”; e depois foi castigado nas eleições, quando perdeu para Joe Biden.

Pelo meio, a “atmosfera de ódio” que Trump criou foi fundamental para a invasão ao Capitólio, no início do ano passado.

Sena Santos fala de Donald Trump para fazer a ligação a Elon Musk: “Há uma criatura, Elon Musk, que diz ser um absolutista da liberdade de expressão. Defende que toda a gente deve poder dizer o que lhe apetecer, mesmo que isso que queira dizer seja uma mentira que faça parte de um plano de manipulação, de conspiração”.

“Ou seja”, continuou o cronista, Musk está entre os que defendem que “qualquer Trump deve poder dizer o que lhe apetecer, mesmo que isso seja manipular, espalhar falsidades, distorcer a realidade”.

O multimilionário “parte do facto de ser o homem mais rico do mundo para julgar que esse poder abre portas a todos os caprichos. Conseguiu, em três semanas, dar a volta aos diversos mecanismos de regulação e ampliar o poder que tem, ao comprar a plataforma mais utilizada no jornalismo e na polícia”, descreveu.

Sena Santos salienta que esta compra não é um negócio para ganhar dinheiro porque, segundo o próprio Musk, a prioridade é que o Twitter seja a praça pública, com absoluta liberdade de expressão, sem censuras.

“A questão é que Elon Musk confunde censura com moderação. Pelos vistos, não gosta que alguém ponha ordem no faroeste digital”, criticou Sena Santos, que se centrou depois na Comissão Europeia.

O documento intitulado Digital Services Act é um “arsenal legislativo” para combater os abusos radicais publicados na internet. Pretende que as plataformas eliminem conteúdos ilegais e perigosos, ou por incentivarem ódio, violência e racismo, ou por promoverem outros crimes.

“É um mecanismo de controlo que ainda será testado. Mas há quem já esteja contra, como Musk estará”, analisou Francisco Sena Santos, que também não quer cair no outro extremo, de “uma Rússia que prende a liberdade de expressão”.

SOS Racismo e Amnistia Internacional

A SOS Racismo também reagiu a este negócio e deixou um aviso: esta compra não está relacionada com liberdade de expressão; está relacionada com dinheiro, só.

“Não nos podemos deixar enganar em relação à suposta benignidade e quase altruísmo da sua motivação. Não nos enganemos, não nos está a tentar libertar da máquina da censura. Está a tentar ganhar dinheiro“, declarou a entidade, na CNN Portugal.

A Amnistia Internacional lançou outro alerta: “A última coisa que precisamos é que o Twitter feche os olhos a discursos violentos”.

https://zap.aeiou.pt/musk-trump-475627

 

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Meta vai abrir loja física, para mudar a opinião sobre o metaverso !


Meta, a empresa anteriormente conhecida como Facebook, vai abrir a sua primeira loja física a retalho no próximo mês.

A “Meta Store” abre a 9 de maio em Burlingame, na Califórnia, e pretende familiarizar os consumidores com a realidade virtual e o metaverso.

Meta é mais conhecida por ser proprietária da maior plataforma de meios de comunicação social do mundo, mas ultimamente tem vindo a centrar-se na construção de um metaverso,segundo o Gizmodo.

A empresa tem feito esforços para ser associada ao termo do metaverso, descrevendo-o como sendo um ambiente híbrido online, que funde os mundos físico e digital, através de tecnologias emergentes como a realidade aumentada e virtual.

Não está enganado se pensar que se parece muito com o famoso Second Life. Meta é um dos muitos gigantes da tecnologia que aposta em plataformas de realidade virtual, tornando-se o futuro do jogo, interação social e trabalho online.

Até agora, a quantidade de consumidores era relativamente baixa, devido a custos historicamente elevados e hardware volumoso e potencialmente confuso.

Mas a Meta é claramente das primeiras empresas a fazer este avanço, com os seus aclamados fones de ouvido Quest 2, a reclamar uma quota significativa de um mercado em rápido crescimento.

Vale a pena notar aqui que o Quest foi originalmente vendido sob o nome Oculus, sendo a Oculus a empresa de realidade virtual focada principalmente em jogos que a então Facebook comprou em 2014.

No entanto, a Meta procura apelar a uma gama mais vasta de pessoas, para além de jogadores, adotando um estilo acolhedor em madeira na sua loja.

“Depois de as pessoas experimentem a tecnologia, podem ganhar uma melhor apreciação por ela. Se fizemos bem o nosso trabalho, as pessoas devem sair e dizer aos seus amigos: ‘Têm de ir ver a Meta Store‘”, escreveu Martin Gilliard, chefe da Meta Store, num comunicado da empresa.

A loja da Meta espera mudar opiniões, dando aos clientes uma exposição prática das mais recentes tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada.

Na loja, encontra-se um ecrã LED de “parede a parede”, que exibe o que quer que esteja a ser mostrado nos fones Quest 2 da Meta.

As demonstrações na loja vão concentrar-se em jogos, e incluirão títulos populares como Beat Saber, GOLF+, Real VR Fishing ou Supernatural.

“A Meta Store vai ajudar as pessoas a fazer essa ligação à forma como os nossos produtos podem ser a porta de entrada para o metaverso no futuro. Não vamos vender o metaverso na nossa loja, mas esperamos que as pessoas entrem e saiam sabendo um pouco mais sobre como os nossos produtos os vão ajudar”, acrescentou ainda Gilliard.

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, realçou que a loja daria aos clientes uma “sensação do que está para vir enquanto construímos o metaverso” — que não envolve exclusivamente realidade virtual ou aumentada.

A Meta vai mostrar também o Portal, produtos de captura de vídeo de exposição inteligente, e Ray-Ban Stories, um par de óculos de sol inteligentes semelhantes aos Snap Spectacles, um lançamento para os próximos óculos de realidade aumentada.

Não há qualquer menção a estes produtos que não inclua uma nota de rodapé sobre o mau tratamento de dados pessoais dos utilizadores por parte da Meta.

A montra da Meta deverá mostrar um feedback dos clientes que experimentam estes produtos pessoalmente.

Se as pessoas começarem a aderir ao metaverso, a Meta poderá expandir significativamente a sua pegada.

Segundo o The New York Times, “pessoas com conhecimento do projeto” e documentos da empresa, relataram no ano passado que a empresa de Zuckerberg poderia abrir lojas de retalho em todo o mundo.

https://zap.aeiou.pt/meta-vai-abrir-loja-fisica-para-mudar-a-opiniao-sobre-o-metaverso-475550


Japão diz que as ilhas disputadas estão “ilegalmente ocupadas” pela Rússia !


O Japão afirmou que as quatro ilhas disputadas estavam “ilegalmente ocupadas” pela Rússia, pela primeira vez em quase duas décadas.

Na sexta-feira passada, o Japão azedou a sua relação com a Rússia, afirmando que as ilhas estavam a ser ocupadas ilegalmente pelo país liderado por Vladimir Putin.

As duas nações estão já há bastante tempo a tentar chegar a um acordo pós Segunda Guerra Mundial, mas as ilhas detidas por Moscovo e reivindicadas por Tóquio continuam a ser um ponto fulcral, segundo o The Moscow Times.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão utilizou pela última vez a expressão “ilegal” no seu relatório anual em 2003, para descrever as ilhas, que Moscovo chama Kurils e Tóquio denomina Territórios do Norte.

O relatório deste ano do Diplomatic Bluebook chega numa altura em que o Japão e os seus parceiros do G7 impõem sanções à Rússia, e antes de uma revisão fundamental da estratégia de segurança nacional do Japão, no final deste ano.
 
“A maior preocupação entre o Japão e a Rússia são os Territórios do Norte”, lê-se no relatório, chamando-lhes “territórios japoneses sobre os quais o Japão detém direitos soberanos, mas que estão atualmente a ser ocupados ilegalmente pela Rússia”.

Já tinha sido utilizada linguagem similar para descrever os territórios, em anos anteriores, mas sem a expressão “ocupada ilegalmente“.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão também realçou que a guerra na Ucrânia iria atrasar as suas conversações sobre o tratado com a Rússia.

Moscovo disse que abandonaria as conversações no mês passado, citando a “impossibilidade” de continuar as discussões “com um país que tomou uma posição abertamente hostil e se esforça por causar danos ao interesse do nosso país”.

Na sexta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as ilhas eram “território inalienável da Federação Russa”.

“Numa altura em que o Japão se tornou um país hostil e se juntou a toda uma série de ações hostis contra o nosso país, é realmente muito difícil falar sobre a continuação do processo de negociação”, sublinhou Peskov, na altura.

O relatório de sexta-feira tomou também um tom cauteloso sobre a China, apesar de o Japão ter anteriormente manifestado preocupação com o aumento das atividades marítimas de Pequim na região.

“É importante construir uma relação construtiva e estável Japão-China“, afirmou, reiterando ao mesmo tempo a preocupação com as “tentativas de Pequim de alterar o status quo pela força nos mares do Leste e do Sul da China”.

https://zap.aeiou.pt/japao-diz-que-as-ilhas-disputadas-estao-ilegalmente-ocupadas-pela-russia-475554


Covid: Risco de zona aumenta em infectados com mais de 50 anos !


Risco de desenvolver Herpes Zoster aumenta 15% em pessoas que já foram infectadas pelo coronavírus, revela estudo.

As pessoas com mais de 50 anos, que já foram contagiadas pela COVID-19, são mais vulneráveis à zona – o nome mais conhecido para a Herpes Zoster.

Um novo estudo observacional, realizado pela GSK, indica que os infectados pelo coronavírus, com mais de 50 anos, vêem o risco de zona aumentar 15%. A comparação é feita com pessoas que nunca tiveram COVID-19.

A percentagem aumentou para 21% quando foram analisados os doentes que foram hospitalizados por causa da pandemia.

O estudo foi publicado no Open Forum Infectious Diseases, da Sociedade de Doenças Infecciosas da América.  

Nesta análise, cada doente do grupo COVID-19 foi comparado aleatoriamente com quatro doentes do grupo não COVID-19 de entre um grupo de indivíduos que se enquadravam nos critérios. Nenhuma pessoa estava vacinada.

Os dados foram obtidos em duas grandes bases de dados dos EUA. O estudo mostrou ainda que o risco de desenvolver zona é mais elevado durante os primeiros seis meses depois de a pessoa ter sido infectada pelo coronavírus.

“Esta é a primeira evidência epidemiológica que liga a infecção anterior por COVID-19 ao aumento do risco de Herpes Zoster em adultos mais velhos, que já correm maior risco devido ao declínio da imunidade relacionado com a idade”, sublinhou o médico Temi Folaranmi, vice-presidente do departamento médico da multinacional biofarmacêutica.

A zona, visível essencialmente através de uma erupção cutânea, é uma infecção viral, normalmente composta por pequenas bolhas com líquido (vesículas). Normalmente é uma reactivação do mesmo vírus que causa a varicela; mesmo depois de curada, pode permanecer inactivo nas células nervosas. Esta reactivação é mais frequente em pessoas mais velhas.

https://zap.aeiou.pt/covid-zona-475490


EUA querem ver a “Rússia enfraquecida”: Ucranianos “podem ganhar” a guerra !


A Rússia infraestruturas rodoviárias na Ucrânia com mísseis, para travar a chegada de mais armamento estrangeiro ao país.

António Guterres, que esta terça-feira se encontrou com Putin, expressou apoio aos esforços diplomáticos de Erdogan, segundo o Diário de Notícias.

“Eles enfatizaram a necessidade urgente de acesso efetivo através de corredores humanitários para evacuar civis e fornecer assistência muito necessária às comunidades afetadas. O Presidente [Recep Tayyip Erdogan] e o secretário-geral [António Guterres] concordaram em manter contacto para acompanhar as iniciativas em andamento”, diz um comunicado publicado pelas Nações Unidas.

O “objetivo comum” de Erdogan e de Guterres, que expressou apoio aos esforços diplomáticos da Turquia, “é acabar com a guerra o mais rápido possível e criar condições para acabar com o sofrimento dos civis”.

De acordo com o comunicado, o impacto da guerra no panorama regional e global em setores como energia, alimentos e finanças também foi discutido.

Guterres visitou Moscovo esta terça-feira, para se encontrar com Putin. Teve antes uma reunião e um almoço com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.

Na quinta-feira está também anunciada uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano e com Zelenskyy.

A vice-primeira-ministra ucraniana apelou ontem a Guterres para que o o secretário-geral da ONU fosse o “iniciador e garante” de um corredor humanitário para fora de Azovstal, em Mariupol, e pediu que o pessoal da organização e da Cruz Vermelha que acompanhassem todas as pessoas retiradas do local.

Segundo as autoridades ucranianas, há mais de “mil civis, mulheres e crianças” e “centenas de feridos” escondidos em Azovstal, ao lado dos combatentes ucranianos que defendem o local dos ataques russos.

“Queremos ver a Rússia enfraquecida de modo a que não possa fazer o tipo de coisas como a invasão da Ucrânia. [Os russos] Já perderam muito da capacidade militar. Queremos que não tenham a capacidade de recuperar muito rapidamente essa capacidade”, apelou Lloyd Austin, secretário de Defesa norte-americano.

A frase foi dita aos jornalistas, numa zona de “localização não revelada”, junto à fronteira da Polónia com a Ucrânia, horas depois do encontro em Kiev com Zelenskyy.

“A primeira coisa para ganhar é acreditar que se pode ganhar. E eles [os ucranianos] estão convencidos de que podem ganhar. Podem ganhar se tiverem o equipamento certo, o apoio certo”, afirmou o chefe do Pentágono, que estava acompanhado do secretário de Estado, Antony Blinken.

Os Estados Unidos aprovaram um total de 661 milhões de euros em financiamento militar para a Ucrânia, bem como outros 15 países “aliados e parceiros.”

A Ucrânia, desde valor, irá receber mais de metade — 299 milhões de euros em “financiamento militar” e 153 milhões de euros em munições.

Os restantes 209 milhões serão entregues a países da NATO e outros que forneceram a Kiev apoio militar, desde o início da guerra.

Blinken e Austin revelaram que, por decisão de Joe Biden, foi ainda nomeada uma nova embaixadora para a Ucrânia. Os diplomatas que tinham saído do país, antes do início da guerra, vão também “começar a regressar na próxima semana“.

Bridget Brink, atual embaixadora na Eslováquia, “com profunda experiência na região”, foi a escolhida para reabrir “dentro de semanas, um par de semanas” a embaixada em Kiev que está sem titular diplomático desde maio de 2019.

Brink começou a carreira diplomática em 1996, fala inglês, russo, sérvio, francês e georgiano, e tem participado em várias funções na administração diplomática, na definição da política externa norte-americana na Turquia, Grécia, Chipre, Geórgia, Azerbeijão, Uzbequistão e Arménia.

Ben Wallace, secretário de Defesa britânico, anunciou também que vai seguir nos próximos dias um “pequeno número” de veículos lançadores de mísseis Stormer, mísseis antiaéreos Starstreak, mais de 5 mil NLAW (mísseis anti-tanque), 200 javelins e tanques Challenger 2, que ficarão “implantados” na Polónia.

“A intenção de Putin é a de apenas destruir, esmagar, exterminar os povos livres da Ucrânia (…) não podemos permitir que isto prevaleça”, afirmou.

“Se a Rússia parar de lutar, haverá paz. Se a Ucrânia parar de lutar, não haverá mais Ucrânia”, acrescenta ainda Wallace.

Para travar a chegada de armamento estrangeiro, a Rússia atacou, ontem, com mísseis, cinco infraestruturas ferroviárias no centro e no oeste da Ucrânia. Outras três linhas ferroviárias estão sem eletricidade por causa dos bombardeamentos.

“Estão a tentar destruir as rotas de abastecimento de assistência técnica militar dos estados parceiros”, admitiu o comando das forças armadas ucranianas.

https://zap.aeiou.pt/eua-querem-ver-a-russia-enfraquecida-ucranianos-podem-ganhar-a-guerra-475467


Marjorie Taylor Greene pediu a Mark Meadows que Trump invocasse a lei marcial para travar a confirmação de Biden !


A congressista está a ser alvo de um processo que pretende impedir a sua recandidatura devido ao seu alegado envolvimento no ataque ao Capitólio. Greene disse sob juramento que não se lembrava de ter pedido a imposição da lei marcial, mas as mensagens enviadas a Meadows confirmam que o fez.

Meros dias antes da cerimónia da inauguração de Joe Biden como novo Presidente dos Estados Unidos, a congressista republicana Marjorie Taylor Greene enviou uma mensagem ao então chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, onde lhe pediu que pressionasse Donald Trump a invocar a lei marcial e assim impedir que Biden assumisse a presidência.

“No nosso chat privado há vários membros a dizer que a única forma de salvarmos a República é se o Trump activar a lei marcial. Só quero que tu lhe digas. Eles roubaram esta eleição. Nós sabemos todos. Vão destruir o nosso país“, enviou Greene a Meadows, já duas semanas após o ataque ao Capitólio.

A notícia foi avançada pela CNN, que teve acesso a 2319 mensagens que Meadows recebeu entre o dia da eleição e a confirmação de Biden e que detalham os planos do círculo próximo de Trump para reverterem o resultado do sufrágio.

Os registos das mensagens incluem comunicações com políticos republicanos, responsáveis da Casa Branca e com os filhos de Trump e estão agora nas mãos do comité da Câmara dos Representantes que está a investigar a insurreição.
 
Meadows partilhou as mensagens voluntariamente no final de 2021, mas desde então que deixou de colaborar com o comité e avançou com processos para bloquear as duas intimações de que foi alvo por parte do Congresso.

Greene também enviou mensagens a Meadows ainda antes do ataque ao Capitólio de 6 de Janeiro onde lhe perguntava sobre os planos para as objecções à vitória de Biden na sessão de confirmação no Congresso.

“Bom dia Mark, estou cá em DC. Temos de nos organizar para dia 6. Gostava de me encontrar com Rudy Giuliani outra vez. Não falamos com ele há muito tempo. E com qualquer outra pessoa que possa ajudar. Estamos a angariar muitos membros“, escreveu Greene a 31 de Dezembro de 2020.

Esta notícia surge numa altura que Greene está a ser alvo de um processo por parte de um grupo de eleitores na Geórgia que pretende impedi-la de se recandidatar ao lugar na Câmara dos Representantes devido ao seu alegado envolvimento no motim no Capitólio, baseando-se uma provisão na 14.ª Emenda na Constituição que impede que políticos envolvidos em insurreições voltem a ocupar cargos públicos.

Na sexta-feira, a representante testemunhou sob juramento e afirmou que não se lembrava dos eventos e dos planos em torno de 6 de Janeiro mais de 50 vezes e especificamente disse não ter memória de ter defendido a activação da lei marcial.

O juiz estadual Charles Beaudrot, que presidiu à audição na semana passada, fará uma recomendação nas próximas semanas e a decisão final está nas mãos do Secretário do Estado da Geórgia, Brad Raffensperger. Qualquer que seja o veredicto, já se antecipam recursos.

Ron Feid, o advogado que representa o grupo de eleitores que quer remover Greene do boletim de voto, considera que as mensagens agora conhecidas mostram a sua “desonestidade sobre o seu apelo à lei marcial” e sugerem que a congressista “não foi uma testemunha credível” na audição.

https://zap.aeiou.pt/marjorie-taylor-greene-trump-lei-marcial-475413

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