O arcebispo sul-africano Thabo Cecil Makgoba diz que a escassez de vacinas contra a covid-19 na África do Sul faz lembrar o apartheid e pede ajuda a Joe Biden.
O programa de vacinação da África do Sul previa que se usasse a vacina da Oxford/AstraZeneca. No entanto, a sua administração foi suspensa no país na semana passada, uma vez que mostrou oferecer proteção mínima contra a variante sul-africana, que representa 90% dos casos do país.
Assim, na África do Sul, quase ninguém foi vacinado até ao momento, embora seja um dos países com a maior taxa de letalidade pela covid-19.
“Esta crise realmente faz-me lembrar o apartheid”, atirou o arcebispo sul-africano Thabo Cecil Makgoba. “Estas vacinas que estão disponíveis para o norte global e para o ocidente e disponibilizadas pela Moderna lembram-me que estamos a dizer, como o apartheid, ‘Ei, vocês não são humanos o suficiente. Esperem um pouco'”.
O apartheid foi um regime de segregação racial implementado na África do Sul em 1948 pelo pastor protestante Daniel François Malan — então primeiro-ministro —, e adotado até 1994 pelos sucessivos governos do Partido Nacional, no qual os direitos da maioria dos habitantes foram restringidos pela minoria branca no poder.
Thabo Cecil Makgoba aconselha o Presidente dos EUA, Joe Biden, a usar a imensa riqueza e poder do país para garantir que a África do Sul e outros países que precisam desesperadamente de uma vacina eficaz contra o coronavírus tenham acesso a ela.
“Eu diria ao presidente Biden: você tem uma oportunidade incrível de ser uma força do bem no mundo”, disse Makgoba ao The Intercept. “Portanto, estamos a apelar para que olhem para aqueles que estão a sofrer e garantam que haja acesso, especialmente no sul global, a esta vacina que salva vidas”.
https://zap.aeiou.pt/apartheid-vacina-covid-19-380455
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