O principal epidemiologista do Governo dos Estados Unidos, Anthony Fauci, declarou este domingo em Washington que a segunda dose da vacina contra a covid-19 não deverá ser atrasada, ao contrário do que têm opinado alguns especialistas.
Numa entrevista à cadeia de televisão norte-americana NBC News, o assessor médico do Presidente norte-americano Joe Biden reconheceu, no entanto, que atualmente “a procura de vacinas claramente supera o abastecimento“.
“Temos de nos orientar com os dados científicos que acumulámos, e é um conhecimento muito sólido. Sabemos que com cada uma das doses, as pessoas podem ser vacinadas num espaço de 21 ou 28 dias”, apontou, defendendo que o calendário deve ser mantido.
Embora admita que existe uma “clara discrepância entre a procura e a oferta”, Anthony Fauci estima que essa falha deverá “ser melhorada ao longo de fevereiro e março”.
Perante o lento desenrolar da campanha de vacinação, alguns países, como o Reino Unido, decidiram atrasar a administração da segunda dose da vacina até 12 semanas, justificando que “a primeira dose dá uma grande parte da proteção” contra o vírus, enquanto a seguinte serve para “completar e estender” a imunidade, segundo o conselheiro médico do país, Chris Whitty.
A Organização Mundial de Saúde tem alertado que não há provas definitivas, mas aceita atrasar a segunda dose até às seis semanas em circunstâncias excecionais, um atraso máximo semelhante ao aconselhado pela Agência Europeia do Medicamento (EMA).
Israel sai gradualmente do seu terceiro confinamento
Cabeleireiros reabertos, clientes de volta às lojas e passeios que podem exceder um quilómetro de distância de casa: Israel começou este domingo a sair do seu terceiro confinamento desde o início da pandemia do novo coronavírus.
No contexto de uma ofensiva de vacinação, o governo israelita anunciou um alívio nas restrições do confinamento iniciado em dezembro para travar uma nova vaga de contágios, depois das da primavera e do fim do verão.
Desde meados de dezembro foram vacinadas mais de 3,4 milhões de pessoas (perto de 40% da população), das quais mais de dois milhões também já receberam a segunda dose da vacina.
Apesar do confinamento e da campanha de imunização, o mês de janeiro foi o mais mortífero desde o início da pandemia de covid-19 em Israel, com mais de mil mortos.
Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, o país de nove milhões de habitantes conta no total com mais de 686 mil infetados, incluindo 5.074 mortos.
O Estado hebreu regista atualmente uma média de cerca de 6.500 casos diariamente, contra à volta de 8 mil em meados de janeiro.
Como a vacina leva algum tempo a mostrar eficácia, as autoridades esperam que o número de casos e sobretudo de hospitalizações diminua nas próximas semanas.
“As vacinas são eficazes, permitem-nos salvar numerosas vidas (…) Vão-se vacinar”, aconselhou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, na rede social Twitter, depois de nos últimos dias ter apelado às pessoas com mais de 50 anos que ainda não foram vacinadas a fazê-lo.
O governo também permitiu a reabertura das reservas e parques naturais, enquanto os restaurantes voltaram a ser autorizados a vender em take away.
As fronteiras terrestres estão fechadas e os voos internacionais estão suspensos até 20 de fevereiro, mas a ministra dos Transportes, Miri Regev, disse este domingo à rádio militar que o governo vai permitir que os israelitas retidos no estrangeiro regressem em aviões especiais antes daquela data.
Escolas reabrem na Jordânia quase um ano depois
Centenas de milhares de alunos voltaram às escolas na Jordânia, encerradas há quase um ano devido à pandemia de covid-19, numa altura em que diminuem os casos de infeção no país.
Segundo o porta-voz do Ministério da Educação jordano, mais de 773 mil alunos regressam esta semana às escolas, fechadas em março de 2020 para controlar a propagação da pandemia provocada pelo novo coronavírus.
Os alunos das creches e escolas do ensino básico recomeçaram este domingo as aulas, assim como os 28 mil alunos da agência da ONU para os refugiados palestinianos, seguindo-se, na segunda-feira, os das escolas cristãs.
Num regresso por etapas, mais 1,4 milhões de alunos regressarão às aulas até 7 de março, segundo os ministérios da Educação e da Saúde.
A Jordânia registou, no sábado, 865 novos casos de infeção e sete mortes, confirmando a descida progressiva dos números registada desde o pico de 91 mortes diárias atingido em meados de novembro.
O país, de 9,9 milhões de habitantes, registou desde o início da pandemia 333.855 casos e 4.369 mortes e iniciou a vacinação a 13 de janeiro, tendo até ao momento administrado a primeira dose da vacina a mais de 40 mil pessoas.
“Estou muito contente porque voltei a ver as minhas amigas e o meu professor. Tivemos aula, falámos, brincámos e comemos juntas”, disse à agência France-Presse Mecca, de 7 anos, aluna no colégio científico muçulmano para raparigas de Jabal Amman, no centro da capital jordana.
“Em casa aborrecia-me, estar na escola é bem melhor”, acrescentou.
A comissão nacional de epidemiologia jordana foi encarregada de avaliar, dentro de duas semanas, o impacto do regresso às aulas, para decidir se o processo de reabertura das escolas pode prosseguir, segundo explicou à agência um dos membros da comissão, Bassam Hijjawi.
“A descida da curva contribuiu para fazer regressar ao normal a vida escolar, com medidas sanitárias estritas”, afirmou.
Para Fadi Ismail, professor na escola Choukri Chacha, em Amã, a educação presencial é importante porque é na sala de aula que um professor “vê imediatamente se o aluno está a acompanhar”.
“Na sala de aula, há trocas constantes, o aluno pode fazer perguntas. É muito diferente de estudar através de uma plataforma”, defendeu.
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