sexta-feira, 10 de setembro de 2021

A maior central do mundo para extrair CO2 do ar começou a funcionar na Islândia !


A Orca, uma instalação construída pela empresa Climeworks na Islândia, começou a funcionar esta quarta-feira e vai capturar quatro mil toneladas métricas de dióxido de carbono por ano.

De acordo com o jornal Washington Post, a central, localizada num planalto de lava no sudoeste da Islândia, começou a funcionar esta quarta-feira e, segundo os especialistas, pode vir a desempenhar um papel importante na redução dos gases de efeito de estufa que estão a aquecer o nosso planeta.

A instalação, chamada Orca e cujo principal objetivo é extrair dióxido de carbono (CO2) do ar, é a maior do mundo no seu género, segundo a empresa que a construiu, a Climeworks, pois aumenta a capacidade global da tecnologia em mais de 40%.

Será capaz de eliminar quatro mil toneladas métricas de CO2 por ano, o que, na verdade, ainda se traduz numa ínfima parte daquilo que é necessário. Isto porque, segundo a Agência Internacional de Energia, em 2050, a Humanidade terá de conseguir capturar quase mil milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono da atmosfera, todos os anos, para atingir as metas.

Mas, apesar de ainda ser um grão no meio do deserto, a Climeworks está confiante de que esta tecnologia pode crescer rapidamente, à medida que a eficiência aumenta e os custos diminuem.

“Este é um mercado que ainda não existe, mas que precisa de ser construído com urgência. Esta central é, na verdade, o modelo para aumentar ainda mais a escala e industrializar esta tecnologia”, disse Christoph Gebald, engenheiro suíço que co-fundou a Climeworks.

Segundo o mesmo jornal, nesta central foram instalados ventiladores do tamanho de uma pessoa numa série de caixas. Estes são os responsáveis por sugar o dióxido de carbono do ar, capturando-o nuns filtros semelhantes a esponjas.

Os filtros são queimados, aproximadamente à mesma temperatura necessária para ferver água, o que liberta o gás. É então que este é misturado com água e bombeado em direção a cavernas de basalto subterrâneas, onde com o tempo vai acabando por arrefecer e se transformar numa pedra cinza escura.

Bombear o CO2 para as profundezas da terra é apenas uma das soluções, recorda o The Post. As empresas de energia podem misturá-lo com hidrogénio para produzir combustível. Os agricultores podem usá-lo para alimentar as suas plantas. Os fabricantes de refrigerantes podem usá-lo para fazer gás. Há mais do que uma opção.

Para já, o principal problema são os custos ainda elevados: cerca de 500 a 700 euros por tonelada métrica. “Se as pessoas ouvirem estes números pela primeira vez, é provável que pensem: ‘Uau, isto é caro’. Mas é sempre uma questão de com o que se está a  comparar”, explica Gebald.

O engenheiro exemplifica esta situação com o caso do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que subsidia carros elétricos em torno de 380 a 420 euros por tonelada de emissões de carbono economizadas ao longo da vida útil esperada do veículo.

A longo prazo, o suíço acredita que os preços podem baixar, tendo em vista que, em 2030, andem à volta dos 170 a 250 euros por tonelada. No final dessa década, Gebald acha que será metade disso.

https://zap.aeiou.pt/maior-central-mundo-para-eliminar-co2-ar-430470

 

Trump vai comentar combate de boxe no 20.º aniversário do ataque às Torres Gémeas !

O ex-presidente Donald Trump estará no sábado a comentar junto do ringue um combate de boxe em que participa o antigo campeão de pesos-pesados Evander Holyfield, de 58 anos.


No dia em que se celebram 20 anos sobre o ataque às Torres Gémeas, Trump terá a companhia do filho, Donald Jr., para comentar o combate a transmitir em quatro episódios e que estará disponível em formato “pay per view” no serviço de streaming da plataforma FITE.TV. O serviço tem um custo de 49,99 dólares e estará disponível através de aplicações móveis e Smart TV.

De início, o combate estava previsto para se realizar em Los Angeles assinalando o regresso de Oscar de La Hoya ao ringue para enfrentar Vitor Belfort, antigo campeão da Ultimate Fighting Championship (UFC), mas de La Hoya teve de desistir por ter sido hospitalizado com covid-19, o que fez com que fosse substituído por Holyfield.

O combate foi transferido para o Hard Rock Hotel and Casino, na Flórida, depois de a comissão atlética do estado da Califórnia ter ter recusado a aprovar a luta devido à idade de Evander Holyfield, antigo campeão de pesos pesados que cumprirá 59 anos em outubro e que não luta desde 2011.

O combate entre Holyfield e Belfort terá oito rounds de dois minutos.

Trump está desde há muito ligado ao boxe, tendo acolhido e promovido combates ao longo dos anos, a maioria dos quais realizados no casino de que era proprietário em Atantic City, no estado de Nova Jersey.

O ex-presidente norte-americano não tem mais compromissos marcados para 11 de setembro.

A FITE.TV, que foi adquirida pela Triller, tem historial de serviço de partilha de vídeos com celebridades convidadas para comentar boxe, entre as quais Snoop Dogg e Pete Davidson, comediante em “Saturday Night Live”.

Os outros episódios agendados são com Anderson Silva versus Tito Ortiz, David Haye versus Joe Fournier e Andy Vences versus Jono Carroll.

https://zap.aeiou.pt/trump-comentar-combate-torres-gemeas-430239

 

Reino Unido vai ordenar regresso ao mar dos migrantes que cheguem através do Canal da Mancha !

Forças britânicas estão a ser treinadas, há cerca de dois anos, para colocarem em prática técnicas de inversão de sentido dos barcos de migrantes, de forma a enviá-los novamente para território francês.


O Reino Unido está a preparar-se para devolver ao mar os barcos que cheguem à sua costa com migrantes provenientes de França. Num documento oficial do Home Office, equivalente ao ministério da Administração Interna, o Governo britânico fez saber que a guarda costeira está a ser treinada para aplicar técnicas de “turn-around”, ou seja, inversão de sentido, treinadas ao longo dos últimos dois anos, com o objetivo de devolver os migrantes a águas francesas.

Segundo o The Guardian, a proposta já foi rejeitada pelo Governo francês, que ontem, através de uma carta escrita pelo ministro do Interior, Gérald Darmanin, justifica a sua posição com a “salvaguarda de vidas humanas”, o qual consideram ser mais importante do que qualquer questão relacionada com políticas de nacionalidade, estatuto ou migrações. O responsável alertou ainda para a possibilidade de a cooperação entre os dois países sair afetada por esta por esta decisão.

“A posição francesa relativamente à intervenção marítima mantêm-se inalterável. A salvaguarda de vidas no mar prioriza-se às questões relacionadas com políticas de nacionalidade, estatuto e migração, em perfeito respeito e consonância com a lei internacional marítima que rege as operações de investigação e resgate no mar. No que respeita ao trânsito e condições para atravessar o Canal, França não tem outra solução que não passe por intervir com mais frequência apoiada pela lei internacional de operações de investigação e resgate no mar”, escreveu Darmanin.

O responsável fez ainda saber que chegou a acordo com as autoridades britânicas para duplicar o número de pessoal destacado para patrulhar o Canal da Mancha, com os britânicos a disponibilizarem um avião aos franceses para monitorizar a área. Darmanin também fez saber que recusou a proposta inglesa de formar uma força conjunta para impedir os contrabandistas de usar barcos.

Sobre estas últimas questões, Darmanin mostrou-se satisfeito com a atual relação das duas guardas costeiras. “A coordenação entre as nossas forças costeiras é, de acordo com as próprias equipas, boa e eficaz. Não é necessário criar uma nova estrutura, como foi proposto.”

Na declaração do Home Office, à responsabilidade de Priti Patel, foi assumida a intenção de devolver os migrantes a França, ao contrário do que seria de esperar. Entretanto, os membros da guarda costeira, que devem terminar os treinos nas próximas semanas, já informaram as autoridades que só colocaram em prática as técnicas aprendidas — desenvolvidas em colaboração com especialistas em assuntos marítimos  — quando sentirem que é seguro fazê-lo.

Mesmo assim, alguns dos deputados mais conservadores britânicos já lançaram apelos para que o ministro responsável pela Administração Interna emita diretivas contrárias ao direito internacional no sentido de enviar para França todos os migrantes ilegais que cheguem de França.

Segundo o Home Office, cerca de 785 pessoas atravessaram o Canal da Mancha em pequenos barcos só durante segunda-feira, um valor pouco abaixo do recorde diário de 828 migrantes. Ao longo do que já decorreu de 2021, estima-se que 13 mil migrantes já tenham feito a mesma travessia.

https://zap.aeiou.pt/reino-unido-regresso-mar-migrantes-canal-da-mancha-430272

 

Bolsonaro pode ser acusado de crime de responsabilidade - Bolsa brasileira perde milhões !

As ameaças de Bolsonaro ao poder judicial e ao Supremo podem incorrer num crime de responsabilidade, que pode também levar à destituição do Presidente, apesar de por enquanto parecer improvável.


Depois de voltar a ameaçar o poder judicial brasileiro e a oposição política durante as marchas do Dia da Independência, Jair Bolsonaro pode agora ser acusado do crime de responsabilidade.

Recorde-se que a 7 de Setembro, dia em o Brasil celebra a independência de Portugal, os Bolsonaristas marcaram marchas um pouco por todo o país para mostrarem o seu apoio ao Presidente. O contingente policial em Brasília chegou a ser reforçado por receios de uma possível insurreição.

Os apoiantes de Bolsonaro chegaram a conseguir derrubar a barreira policial para a Esplanada dos Ministérios, a parte central da capital brasileira onde estão concentradas as instituições do poder e tentaram também ocupar o Ministério da Saúde.

Nos discursos aos apoiantes, Bolsonaro deixou ameaças ao Supremo Tribunal. “Não mais aceitaremos que o Supremo ou qualquer autoridade usando a força do poder passe por cima da nossa Constituição. Nós também não podemos continuar a aceitar que uma pessoa especifica na região dos ‘três poderes’ continue a barbarizar a nossa população”, afirmou.

O chefe de Estado brasileiro acrescentou que a manifestação era também um “ultimato  para todos que estão na Praça dos Três Poderes“, inclusive o próprio Presidente da República e disse que não vai acatar decisões de Alexandre de Moraes, juiz que esta semana condenou dois apoiantes de Bolsonaro a prisão preventiva por estarem a organizar actos contra a democracia e por ameaçarem o Presidente do Supremo.

“A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais. Ou esse ministro se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas, turve a nossa liberdade. Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha”, disse.

O Presidente do Supremo Tribunal Federal foi claro na resposta ao chefe de Estado, dizendo que não cede a pressões. O STF “jamais aceitará ameaças à sua independência nem intimidações ao exercício regular de suas funções”, garantiu Luiz Fux no discurso de abertura da sessão do plenário do tribunal.

“O Supremo Tribunal Federal também não tolerará ameaças à autoridade de suas decisões. Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do chefe de qualquer dos poderes, essa atitude, além de apresentar um atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional”, reforçou o juiz.

Fux acrescenta que as meras críticas não podem ser confundidas com as “narrativas de descredibilização do Supremo Tribunal” que tem sido “gravemente difundidas pelo Chefe da Nação”. “Ofender a honra dos Ministros, incitar a população a propagar discursos de ódio contra a instituição do Supremo Tribunal Federal e incentivar o descumprimento de decisões judiciais são práticas antidemocráticas, ilícitas e intoleráveis”, remata.

Há juristas que também apontam para uma possível destituição do Presidente. Ao G1, o professor de direito Gustavo Binenbojm adiante que a ameaça de Bolsonaro de que não vai cumprir decisões judiciais é um “atentado à independência e harmonia entre os poderes” e pode ser vista como “um crime de responsabilidade“.

Este crime “pode resultar num impeachment e na perda dos seus direitos políticos por oito anos” do Presidente, “a juízo do Congresso Nacional, autorização da Câmara e decisão final do Senado”, explica o especialista.

Quase todos os partidos criticaram o discurso de Bolsonaro, incluindo os mais a direita que já tinham previamente apoiado o Presidente. Segundo escreve o Público, já chegaram à Câmara dos Deputados mais de 120 pedidos de impeachment contra Bolsonaro e espera-se agora uma nova onda de queixas.

No entanto, a abertura de um processo para afastar o Presidente do poder depende de Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados, que já apelou à “pacificação” e não se mostra aberto à possibilidade, apesar de criticar os “radicalismos e excessos”. O conhecido “centrão” – um grande grupo de deputados conhecidos mais pelo pragmatismo do que pela ideologia – também deve segurar Bolsonaro, que voltou a lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro e disse que “só Deus” o tira do Planalto.

Bolsa perde 31 mil milhões de euros

Os investidores mostraram-se também receosos com o clima de tensão política no Brasil e isso reflectiu-se na bolsa. As empresas brasileiras perderam 195,3 mil milhões de reais – o que equivale a 31 mil milhões de euros – em valor de mercado na quarta-feira.

As empresas mais afectadas foram a Petrobras, que perdeu 19,6 mil milhões de reais (3,13 mil milhões de euros), a Ambev (15,4 mil milhões de reais, ou 2,45 mil milhões de euros), a Itaú (14,3 mil milhões de reais, 2,27 mil milhões de euros) e a Bradesco (12,2 mil milhões de reais, 1,94 mil milhões de euros).

Durante a tarde de quarta-feira, a bolsa caía quase 4%, com o o Ibovespa, principal índice no Brasil, a cair 3,53% às 16h15, escreve o UOL. O índice acabou por encerrar com uma forte queda de 3,78% e ficou em 113.412 pontos, a maior queda diária desde 8 de Março deste ano.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-pode-ser-acusado-de-crime-de-responsabilidade-bolsa-brasileira-perde-milhoes-430249

 

Futebol nórdico bate o pé à organização do Mundial de 2022 !

O sentimento não é exclusivo do futebol nórdico, mas é de lá que têm vindo as mais variadas formas de contestação à realização do Mundial de 2022 no Qatar.


Não é para menos. Desde que o Qatar ganhou o direito a organizar o próximo Mundial, em dezembro de 2010, que 6.500 trabalhadores da Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka terão morrido neste pequeno país do Golfo Pérsico.

O internacional alemão Toni Kroos classificou como “inaceitáveis” as condições laborais em vigor no Qatar. “Os imigrantes são submetidos a jornadas de trabalho contínuas, sob temperaturas de 50.º graus, não são alimentados de forma condigna e não têm acesso a agua potável”, disse num podcast, em março deste ano.

No arranque da qualificação para o Campeonato do Mundo, jogadores da Noruega e da Alemanha exibiram t-shirts com mensagens de alerta para a situação vivida no país.

Esta semana, foi o internacional finlandês Tim Sparv a chamar a atenção para o que se está a passar. “Para qualquer pessoa que simplesmente se preocupa com os direitos humanos, continue a falar sobre o Campeonato do Mundo do Qatar”, lê-se na carta aberta publicada no The Players’ Tribune.

“Continue a discussão. Continue a expressar o seu apoio aos trabalhadores migrantes. Escreva, tweet sobre eles. Publique declarações. Fale. Coloque mais pressão sobre o Qatar e a FIFA”, prosseguiu.

Sparv diz que sabe que está a escrever esta mensagem tarde de mais e, que se o tivesse feito há mais anos, até “poderia ter salvado vidas”.

O seu colega de seleção Riku Riski até recusou participar num estágio com a Finlândia no Qatar, por razões éticas.

“Não sou um especialista, mas enquanto capitão da Finlândia eu sei que em breve poderei estar a jogar em estádios que custaram a vida a trabalhadores”, lamentou Sparv.

Agora, a federação sueca de futebol (SvFF), que costuma organizar um campo de treinos no Qatar durante o mês de janeiro, anunciou que este ano não o vai fazer.

Numa declaração no seu site oficial, a SvFF anunciou que após uma reunião com os treinadores da Allsvenskan, a principal divisão da Suécia, e com os representantes da liga, ficou “expressa a opinião unânime que o estágio não deve acontecer em Doha nos próximos anos”.

Sem o acordo dos clubes, não há jogadores dispensados para a seleção, realça a Tribuna Expresso.

https://zap.aeiou.pt/futebol-nordico-bate-o-pe-qatar-430270

 

Dinamarca quer obrigar imigrantes a trabalhar para manterem subsídios, nem que seja a apanhar beatas de cigarros !

O Governo da Dinamarca quer aprovar uma medida que obriga alguns imigrantes do país a trabalharem 37 horas por semana, pelo menos, para poderem continuar a receber os subsídios do Estado.


A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, do partido Social Democrata, explica que o principal foco da medida são as mulheres de “origens não ocidentais” que vivem de benefícios sociais.

A expectativa do Governo é que cerca de 20 mil imigrantes, sobretudo mulheres oriundas de países islâmicos, procurem empregos numa altura em que a Dinamarca enfrenta um sério problema de falta de mão de obra.

A alteração proposta pelo Executivo de Mette Frederiksen vai abranger os imigrantes que recebem apoios sociais há entre três e quatro anos e que ainda não conseguem falar bem a língua dinamarquesa.

A primeira-ministra alega que a medida visa ajudar os imigrantes a integrarem-se na sociedade dinamarquesa.

“Queremos introduzir uma nova lógica de trabalho em que as pessoas tenham o dever de contribuir e ser úteis e, se não conseguirem encontrar um emprego regular, terão de trabalhar pela sua mesada”, justifica Mette Frederiksen.

“Durante muitos anos, prestamos um péssimo serviço a muitas pessoas ao não lhes exigir nada”, diz ainda a primeira-ministra.

De acordo com dados do Governo, 6 em cada 10 mulheres do Médio Oriente, do Norte de África e da Turquia que vivem na Dinamarca não estão integradas no mercado de trabalho.

“É um problema quando temos uma economia tão forte, onde a comunidade empresarial exige mão de obra, e temos um grande grupo, principalmente de mulheres com origens não ocidentais, que não fazem parte do mercado de trabalho”, salienta Mette Frederiksen.

O ministro do Emprego, Peter Hummelgaard, já veio dizer que os imigrantes podem fazer todo o tipo de trabalhos, desde apanhar beatas de cigarros na rua até exercerem funções em empresas.

Mas os partidos da oposição são contra a nova medida e há quem considere que é uma espécie de “despejo social apoiado pelo Estado, enviando pessoas para empregos malucos”, como nota o porta-voz do partido de esquerda Unity List.

Entretanto, a imprensa dinamarquesa revela relatos de imigrantes que se queixam de que não conseguem encontrar emprego por causa das suas origens.

A Dinamarca tem apertado as políticas de imigração nos últimos anos, sendo, actualmente, um dos países mais rígidos da Europa neste âmbito.

Em Julho passado, causou polémica o facto de o Governo dinamarquês ter tentado devolver centenas de refugiados sírios ao seu país natal depois de um relatório ter considerado que há zonas da Síria onde a segurança melhorou.

https://zap.aeiou.pt/dinamarca-imigrantes-trabalhar-subsidios-430215

 

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Inflação dispara na Europa e Brasil caminha para ESTAGFLAÇÃO !


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EUA aumentam ameaças à soberania da Etiópia e da Eritreia !


O Enviado Especial dos EUA para o Chifre da África, Jeffrey Feltman, retornou recentemente de uma viagem à Etiópia, Djibouti e Emirados Árabes Unidos. Na segunda-feira seguinte, o Departamento de Estado dos EUA emitiu um comunicado que impôs sanções ao chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa da Eritreia, general Filipos Woldeyohannes. Vários dias depois, o Conselho de Segurança da ONU (CSNU) se reuniu novamente para discutir a guerra civil na Etiópia. Falei com o ativista americano da paz e justiça da Eritreia, Elias Amare, sobre esses acontecimentos. 
 
Ann Garrison: Elias, o que você aprendeu da reunião de 26 de agosto do Conselho de Segurança da ONU? Você ouviu algo que não ouvimos lá desde que a TPLF lançou a guerra em novembro passado? Elias Amare: Não houve nada de novo. Foi uma continuação do que os EUA vêm tentando fazer no Conselho de Segurança. Os EUA e seus aliados da Europa Ocidental têm tentado aprovar algum tipo de resolução censurando a Etiópia que levará a uma intervenção militar, mas até agora, eles não tiveram sucesso. Porque? Porque a China e a Rússia o têm bloqueado. Eles dizem que este é um assunto interno da Etiópia e não devemos nos envolver em qualquer interferência indevida. Todos estão dizendo a mesma coisa que sempre disseram. A única coisa nova que ouvi é que agora eles estão indo mais longe com o ângulo das “soluções africanas para os problemas africanos” de que tanto falam. A União Africana vai nomear o ex-presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, como Alto Representante para o Chifre da África para tentar algum tipo de mediação. Mas isso não é realmente novo. Quando o conflito começou, há nove meses, por exemplo, o presidente sul-africano tentou algum tipo de mediação, mas a Etiópia foi forte e inflexível de que se trata de um assunto interno. Então, o que Obasanjo realizará? Não muito, na minha opinião, mas veremos. AG: Eu ouvi alguns membros ocidentais do Conselho de Segurança pedir às tropas da Eritreia que se retirassem de Tigray, como de costume. Mas não ouvi ninguém dizer que se retirou. Eles ainda estão aí? Ou você sabe? EA: Não acho que as tropas da Eritreia estejam lá. Não estou no terreno, mas todas as informações são que eles se retiraram em junho. Eles estão, no entanto, continuando a monitorar a fronteira com o Tigray no caso de um ataque da TPLF. Você se lembra de como a TPLF começou isso atacando uma base do exército federal da Etiópia em novembro passado. Então, para alargar a guerra, eles lançaram ataques com foguetes contra a Eritreia. Não uma, não duas, não três vezes, mas 15 vezes. Eles dispararam 15 vezes contra alvos civis em Asmara, capital da Eritreia. Graças a Deus os foguetes não atingiram nenhuma população civil e nenhum dano foi feito. Mas eles tentaram e isso pressionou a Eritreia a tomar medidas para se proteger e neutralizar o armamento pesado nas mãos da TPLF. Cumprida essa missão, a Eritreia retirou-se, em junho. A última declaração do Departamento de Estado dos EUA diz que a Eritreia se retirou em junho, mas agora eles voltaram, mas olhe o que Samantha Power tem dito o tempo todo: a Eritreia deve se retirar! A Eritreia deve retirar-se! Então, como é que eles agora reconhecem que a Eritreia se retirou em junho e, ainda assim, nos últimos três meses, eles têm insistido nesta questão da retirada? Eu não acho que eles estão falando sério. Eles estão apenas criando um pretexto para punir a Eritreia.

AG: Eles têm exigido que a Eritreia se retire, mas agora eles estão alegando que a Eritreia se retirou em junho e está voltando. EA: Sim. AG: Há cerca de uma semana, o enviado especial dos EUA ao Chifre da África, Jeffrey Feltman, voltou de uma viagem à Etiópia, Djibouti e Emirados Árabes Unidos. Então, na segunda-feira seguinte, o Departamento de Estado anunciou que estava sancionando o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa da Eritréia, general Filipos Woldeyohannes. o que você fez disso? EA: É apenas outra tática de intimidação. Em última análise, o alvo é o governo etíope. Eles querem assustar o governo etíope para que aceite o TPLF como um igual e se sente para negociar com eles, então eles estão adicionando sanções à Eritreia primeiro. A UE já sancionou autoridades na Eritreia, mas agora os EUA também. Basicamente, a linguagem é: “Se você não obedecer, a mesma coisa acontecerá com você”. AG: Os EUA já sancionaram as autoridades etíopes. EA: Sim, mas esta é uma ameaça de que haverá mais sanções e talvez um embargo de armas. Quanto às consequências dessas sanções da Lei Magnitsky sobre o general Filipos Woldeyohannes, seu impacto imediato é nulo porque o general não tem ativos para congelar em bancos estrangeiros. Ele é um homem pobre, como todos os líderes da Eritreia, que vivem uma vida muito modesta, uma vida limpa e sem corrupção, com seus salários. AG: É difícil pensar em guerras que terminaram por negociações, em vez da vitória de um lado ou do outro. Você acha que essa pressão por negociações é real ou apenas outra forma de guerra e interferência dos EUA? EA: É uma intervenção ou rampa para uma intervenção militar humanitária, como eles chamam, preparando o pretexto para a guerra. Como a Etiópia pode negociar com uma força militar que a atacou internamente? Foi um ato de traição. O Parlamento etíope aprovou uma resolução condenando-o e designando a TPLF como organização terrorista. A TPLF é culpada de crimes hediondos e nenhuma nação ou sistema político toleraria um ataque a uma de suas bases do exército. A negociação tornaria a Etiópia vulnerável a mais atos terroristas de todos os cantos do país. A Etiópia está em transição. Está consolidando sua democracia nascente. A TPLF esteve no poder por 27 anos, de 1991 a 2018, e durante esses anos cometeu atrocidades em massa, crimes horrendos contra o povo até que, finalmente, o povo os tirou do poder. Agora, a TPLF está tentando retomar o poder e ampliar o conflito para envolver a Eritreia e outros países vizinhos. Isso abriria um precedente muito perigoso, não apenas para a Etiópia, mas também para todo o continente africano. Por que os EUA estão insistindo neste caminho está além de mim, mas seu objetivo imediato parece ser ressuscitar ou resgatar seu fantoche e procurador de longa data, a TPLF. Os TPLF são criminosos que devem ser levados à justiça. Muitos de seus líderes já foram presos, mas alguns permanecem em Tigray ou em outras frentes de batalha. As forças do governo se retiraram de Tigray e declararam um cessar-fogo humanitário unilateral em junho, mas a TPLF continuou a lutar e invadiu além de sua base nas regiões de Afar e Amhara. Eles continuam cometendo atrocidades contra a população civil. No Ocidente, os crimes da TPLF são ocultados ou encobertos, enquanto o governo e o exército etíope são alvos de uma campanha massiva de desinformação da mídia. A mídia corporativa ocidental é incrível, descarada na forma como continua a fabricar histórias de massacres e estupros e o que quer que seja, da mesma forma que fizeram na Líbia e na Síria, onde fabricaram os Capacetes Brancos, ataques de armas químicas e o que mais você já. O padrão é o mesmo e continua. AG: Você viu alguma evidência de que a TPLF realmente deseja negociar? EA: Por que deveriam? Eles estão sendo protegidos e mimados por seus apoiadores ocidentais, com Samantha Power na liderança. Seu exército está sendo sustentado por ajuda alimentar destinada aos necessitados. Suas tropas são encontradas com biscoitos de alta energia destinados a crianças desnutridas. Isso é ajuda alimentar que eles roubaram da população.

Eles têm cobertura política e diplomática do Ocidente e da imprensa ocidental, então eles continuam seus ataques descarados e beligerantes. Eles podem dizer que querem negociar, mas que têm pré-condições. Pré-condições ultrajantes. Em seguida, eles se viram e dizem: "Vamos marchar até a capital, Addis Abeba, derrubar este regime e, em seguida, acertar as contas com a Eritreia." Eles levantaram um grande exército. Eles estão forçando as crianças a se alistarem, e o Ocidente está olhando para o outro lado. Portanto, esta é a última jogada deles. No mês passado, eles tentaram de tudo o que podiam, mas a maré está mudando agora. Eles estão fugindo. Ouvimos esses gritos de negociação, de respeito e proteção à TPLF, sempre que correm o risco de serem dizimadas. Em seguida, os intervencionistas humanitários pedem um cessar-fogo e negociações. Mas a TPLF está cometendo atrocidades horrendas e ninguém diz nada. Esses padrões duplos existem há nove meses, desde que a TPLF iniciou o conflito. AG: Você espera algum tipo de intervenção militar dos EUA ou proxy além do que já aconteceu? EA: Bem, todos os sinais estão lá. Não posso ignorar os sinais de alerta, a retórica parece caminhar nesse sentido, mas a população da Etiópia e da Eritreia está determinada e manteve-se unida. Após a derrocada do Afeganistão, a retirada desordenada, os EUA podem querer criar mais uma guerra. Os atores são os mesmos nessas guerras eternas que beneficiam apenas o complexo industrial militar. Portanto, com o fim do Afeganistão, eles podem estar olhando para todo o Chifre da África. Quem sabe? AG: O Afeganistão não parece ter terminado, embora possa ser uma guerra de drones em andamento. EA: Sim, você está certo. É um final que ainda não acabou. Isso pode torná-los hesitantes em se envolver demais em um novo conflito, mas, novamente, quem sabe? Acho que o público pode ter influência, mas a mídia corporativa não tem jeito. Antes das guerras no Iraque, Líbia, Síria e Iêmen, havia campanhas massivas de desinformação da mídia corporativa, mas nós, nos movimentos pela paz, temos que continuar expondo essas mentiras. Temos que levar a verdade adiante para tornar a paz possível. AG: Obrigado, Elias, por falar ao Black Agenda Report. EA: Obrigado. Estou feliz por podermos continuar o relacionamento com o Black Agenda Report. Por muitos anos, Glen Ford foi nosso único amigo na mídia dos EUA, como escrevi em “Farewell to Glen Ford, um verdadeiro amigo da Eritreia”. AG: Uma das últimas coisas que Glen me disse foi que ele estava feliz por eu estar cuidando disso porque ele estava doente demais, então estou feliz em continuar.

O americano da Eritreia Elias Amare é jornalista e ativista de paz e justiça de longa data que mora na área da baía de São Francisco. Ele e seu trabalho podem ser encontrados no Twitter, @eliasamare. Ann Garrison é editora colaboradora do Black Agenda Report e mora na área da baía de São Francisco. Em 2014, ela recebeu o Prêmio Victoire Ingabire Umuhoza para a Democracia e a Paz por promover a paz por meio de suas reportagens sobre o conflito na região dos Grandes Lagos africanos. Você pode apoiar o jornalismo independente dela no Patreon. Ela pode ser contatada no Twitter @AnnGarrison e em ann (at) anngarrison (ponto) com.

Fonte: BAR

Raisi do Irã se diz pronto para o reinicio das negociações nucleares, mas não sob 'coação' ocidental !

Anteriormente, após uma interrupção nas negociações após as eleições iranianas em junho, a França e a Alemanha encorajaram o Irã a retomar as negociações nucleares, com Paris pressionando por um reinício imediato em meio às preocupações ocidentais sobre a escalada das atividades nucleares de Teerã. O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, disse no sábado que Teerã está disposto a iniciar discussões com os países participantes para ressuscitar o acordo nuclear de 2015, mas não sob pressão do Ocidente. Raisi também destacou durante uma entrevista transmitida à agência de notícias IRNA que Teerã está buscando negociações que acabarão por levar ao alívio das sanções dos EUA. "Afirmei anteriormente que a questão das negociações será, é claro, central para nosso governo, mas não com a pressão que eles [os países ocidentais] estão aplicando [contra o Irã]. As negociações não terão sucesso se continuarem sob coação, "Raisi é citado como dizendo. "As negociações estão na ordem do dia ... Estamos buscando negociações voltadas para objetivos ... então as sanções ao povo iraniano são suspensas." No início do dia, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Saeed Khatibzadeh, criticou os EUA pela mais nova rodada de sanções impostas a cidadãos iranianos que Washington alegou serem "agentes de inteligência". Khatibzadeh enfatizou em seu discurso que "as atuais autoridades americanas estão perseguindo o caminho fracassado do governo anterior". 
 
Ebrahim Raisi, who assumed office as Iran's president this month, speaks during a news conference in Tehran, Iran June 21, 2021. - Sputnik International, 1920, 04.09.2021
No geral, mais de 1.500 pessoas, empresas, agências governamentais e grupos armados ligados ao Irã já foram sancionados pelos EUA. Na semana passada, de acordo com a agência de notícias nacional Mehr, o presidente emitiu uma proclamação selecionando Mohammad Eslami como o novo chefe da Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI). A administração do ex-presidente iraniano Hassan Rouhani escolheu Eslami como ministro das Estradas e Desenvolvimento Urbano. Ali Akbar Salehi liderava a AEOI na época.

No mês passado, França, Alemanha e Reino Unido expressaram "séria preocupação" com as avaliações de vigilância nuclear da ONU indicando que o Irã produziu urânio metálico enriquecido com 20% de pureza físsil pela primeira vez e aumentou sua capacidade de enriquecimento de urânio para 60%. Essas ações, alegaram os países, representaram "graves violações dos compromissos do Irã" no acordo nuclear de 2015, que limitou a pureza de refinamento de urânio de Teerã a 3,67%.

Além disso, as potências europeias puniram o Irã por restringir o acesso da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), retirando-se dos acordos de monitoramento nuclear. Por sua vez, o Irã insiste que seu programa nuclear é pacífico, que informou a AIEA sobre suas operações e que qualquer passo fora do acordo de 2015 seria revertido se os EUA voltassem ao acordo e revogassem as sanções. O Reino Unido, Alemanha, China, Rússia, EUA, França e Irã assinaram um Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA) em 2015. O acordo incluiu o levantamento das sanções em troca de limitar o programa nuclear do Irã como garantia do não desenvolvimento de Teerã de armas nucleares. No entanto, em maio de 2018, o então presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu retirar-se unilateralmente e restabelecer as sanções duras contra o Irã. Em resposta, o Irã anunciou uma redução gradual de suas obrigações sob o acordo, abandonando as restrições à pesquisa nuclear, centrífugas e ao nível de enriquecimento de urânio. As negociações estão em andamento em Viena para restaurar o JCPOA e suspender as sanções dos EUA ao Irã, com a sexta rodada terminando em 20 de junho. De acordo com o Representante Permanente da Rússia para organizações internacionais em Viena, Mikhail Ulyanov, o trabalho para restaurar o acordo foi concluído por quase 90%, mas as questões políticas relacionadas às obrigações dos EUA não foram resolvidas. As autoridades iranianas disseram que o novo governo, formado após a posse de Raisi em 5 de agosto, continuará as negociações para restaurar o acordo.

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Rússia construirá usinas nucleares na África !

Por mais de duas décadas, a Rússia apoiou a África a superar seu déficit de energia, com pouco sucesso. Mas agora, com o apoio financeiro da União Europeia (UE), duas organizações internacionais foram escolhidas como parceiras de modelo para o desenvolvimento do Plano Diretor de Sistemas de Energia Continentais da África (CMP). As duas organizações liderarão o desenvolvimento de um plano mestre de eletricidade que promova o acesso a suprimentos de eletricidade acessíveis, confiáveis ​​e sustentáveis ​​em todo o continente. Como esperado, as partes interessadas africanas desempenharão papéis na identificação de regiões / países com superávit e déficit, em termos de geração e demanda de eletricidade, bem como as formas mais econômicas de expandir a geração de eletricidade limpa e infraestrutura de transmissão em toda a África. Os ministros da energia africanos encarregaram a Agência de Desenvolvimento da União Africana (AUDA-NEPAD) de liderar o desenvolvimento do plano diretor. Após um processo de consulta de dois anos coordenado pelo Fundo de Assistência Técnica da UE (TAF) para Energia Sustentável. A África Oriental e Austral são regiões vastas e geograficamente diversas, com populações em rápido crescimento e demandas crescentes de energia. De acordo com o plano diretor, existem dois grupos regionais de energia. Um novo estudo intitulado Planejamento e Perspectivas para Energia Renovável: África Oriental e Austral, avalia os planos de energia de longo prazo para os dois grupos de energia regionais (conhecidos como Pools de Energia da África Oriental e Austral), e encontra a região bem dotada de alta recursos eólicos e solares de qualidade, com boa relação custo-benefício, mas subutilizados. Em termos práticos, os africanos estão em busca de alternativas energéticas para embarcar na próxima rodada de industrialização. A diplomacia de energia nuclear da Rússia na África está em uma encruzilhada nas últimas duas décadas, desde o colapso da era soviética. A fim de encontrar soluções duradouras para a escassez crônica de energia, os líderes e governos africanos, que mostraram interesse em adotar a energia nuclear russa, assinaram os documentos legais necessários, mas não tinham os fundos necessários para uma implementação imediata e realização final. As aspirações da Rússia e da África nesta esfera da cooperação nuclear apresentam muitos desafios. Em Ruanda e em muitos outros países africanos, a primeira questão é finanças. “O orçamento anual de Ruanda é de US $ 3 bilhões, enquanto a construção da usina nuclear custaria não menos que US $ 9 bilhões, o que equivale a todo o produto interno bruto de Ruanda”, David Himbara, professor ruandês-canadense de Desenvolvimento Internacional no Centennial College do Canadá , escreveu em uma entrevista por e-mail. Ele disse que o presidente de Ruanda, Paul Kagame, sempre acreditou que deveria validar sua liderança supostamente visionária e inovadora, declarando grandes projetos que raramente se materializavam. Atualmente, todos os países africanos têm graves crises de energia. Mais de 620 milhões na África Subsaariana de 1,3 bilhão de pessoas não têm eletricidade. É neste contexto que vários países africanos estão a explorar a energia nuclear como parte da solução. Existe apenas uma usina nuclear em todo o continente africano, a saber, a usina nuclear Koeberg na África do Sul. Comissionado em 1984, Koeberg fornece quase 2.000 megawatts, o que é cerca de 5% da geração de eletricidade instalada na África do Sul. De acordo com Himbara, “De todos os países africanos que demonstraram interesse na energia nuclear, nenhum foi até agora além da fase de estudo de viabilidade preliminar, custeio do projeto e modelos de financiamento, exceto a África do Sul.” Mas, o acordo da África do Sul de US $ 76 bilhões com os russos para construir uma usina nuclear desmoronou junto com o governo de Jacob Zuma que negociou o acordo em segredo, na verdade quando tais projetos corporativos têm que ser discutidos e aprovados pelo parlamento e necessariamente tem que passar por processo de licitação internacional. A Rússia e a África do Sul concluíram um acordo intergovernamental sobre parceria estratégica na esfera nuclear em 2014. O acordo previa, em particular, a construção de até oito centrais nucleares. “O lixo nuclear vai se acumular, e onde eles vão colocá-lo? O Sahara? Os EUA estão sempre tentando forçar o depósito de lixo nuclear em alguma comunidade pobre ou indígena e quando isso falha, o lixo continua se acumulando nos locais dos reatores, criando riscos ambientais cada vez maiores ”, segundo Himbara.
Ele ressaltou o fato de que “gerenciar o lixo nuclear e sua segurança é universalmente complexo e perigoso. O desastre de Chernobyl na Ucrânia e Fukushima no Japão lembram ao mundo os custos humanos e ambientais dos acidentes com energia nuclear. Milhões de pessoas ainda sofrem de radiação e doenças relacionadas à radiação até hoje. ” O ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, em uma entrevista à revista Hommes d’Afrique em março de 2018, descreveu a África como rica em recursos de matérias-primas, incluindo aqueles que são necessários para alta tecnologia e para a mudança para um novo padrão tecnológico. Além da mineração, Rússia e países africanos estão cooperando em alta tecnologia. O que foi mais importante para o setor de energia da África quando ele informou que a Rosatom está considerando uma série de projetos que são do interesse dos africanos, por exemplo, a criação de um centro de pesquisa e tecnologia nuclear na Zâmbia. A Nigéria tem um projeto semelhante. Existem boas perspectivas de cooperação com Gana, Tanzânia e Etiópia. As conversações continuam sobre a construção de usinas nucleares na África do Sul. Shadreck Luwita, Embaixador da Zâmbia na Federação Russa, informou que os processos de concepção, estudo de viabilidade e aprovações relativos ao projecto foram concluídos, no caso, com a Zâmbia. O local do projeto foi designado e está previsto que a construção comece, para valer, o mais tardar no segundo semestre de 2018. Essa construção continua a ser um sonho monumental. Além disso, ele afirmou que os russos vislumbram a transferência de tecnologia no desenvolvimento deste grande projeto por meio de capacidade de desenvolvimento de mão de obra. Por enquanto, existem alguns cidadãos zambianos que estão estudando ciência nuclear na Rússia. As esperanças lucrativas do governo da Zâmbia são de que, após o comissionamento deste projeto, o excesso de energia gerada a partir desta usina possa ser disponibilizado para exportação para países vizinhos sob o acordo de estrutura do Pool de Energia da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral. Os zambianos ainda estão preocupados com a promessa da Rússia de usinas nucleares estimadas em US $ 10 bilhões. Em fevereiro de 2020, a Presidente do Conselho da Federação (Câmara Alta ou Senado), Valentina Matviyenko, chefiou uma delegação russa em uma visita recíproca de três dias com o objetivo de fortalecer a diplomacia parlamentar com a Namíbia e Zâmbia. Durante uma reunião na Zâmbia com o presidente e outros legisladores de alto escalão, ela lamentou o atraso da construção de um centro de ciência e tecnologia nuclear devido a questões financeiras. O pedido financeiro submetido ao presidente russo precisava ser cuidadosamente considerado pelos ministérios e departamentos relevantes. No entanto, ela esperava que a Rússia e a Zâmbia encontrassem, em conjunto, opções para promover o financiamento para lançar a construção de um centro de ciência e tecnologia nuclear. Esse nao é um caso isolado. Ao que tudo indica, a Rússia quer transformar a energia nuclear em uma grande indústria de exportação. Assinou acordos com países africanos, muitos sem tradição nuclear, incluindo Ruanda e Zâmbia. Além disso, a Rússia está preparada para construir grandes usinas nucleares no Egito que poderiam servir a região do Magrebe. Curiosamente, os sonhos do Egito de construir usinas nucleares se estenderam com um acordo que foi assinado (em março de 2008) durante a visita oficial ao Kremlin pelo presidente deposto Hosni Mubarak, e novamente com o ex-líder egípcio Mohammed Morsi, que discutiu a mesma questão nuclear projeto com Vladimir Putin em abril de 2013 em Sochi, sul da Rússia.
Durante o amanhecer de uma nova era na cúpula de Sochi, Vladimir Putin e Abdel Fattah Al Sisi assinaram um acordo para instalar quatro usinas nucleares em El Dabaa, na costa mediterrânea a oeste da cidade portuária de Alexandria, onde ficava um reator de pesquisa por anos. O acordo foi assinado na esteira das negociações mantidas entre Putin e Al Sisi, onde ambos expressaram grande esperança de que a Rússia ajudasse a construir a primeira instalação nuclear do país. O Egito iniciou seu programa nuclear em 1954 e, em 1961, adquiriu um reator de pesquisa de 2 megawatts, construído pela União Soviética. No entanto, os planos para expandir o local levaram décadas para que a Rosatom fornecesse seu combustível, treinamento de pessoal e construísse a infraestrutura necessária. Os quatro blocos da usina nuclear custarão cerca de US $ 20 bilhões. O diretor Anton Khlopkov e o pesquisador associado Dmitry Konukhov do Centro de Estudos de Energia e Segurança, foram coautores de um relatório para o Valdai Discussion Club, de que o sucesso do projeto nuclear do Egito depende de três fatores-chave. Estes são a estabilidade política e a situação de segurança no Egito, um mecanismo de financiamento viável que reflete a situação econômica do país, e a capacidade do governo de garantir apoio para o projeto entre os residentes locais de El Dabaa, o local escolhido para a primeira usina nuclear do Egito em década de 1980. Na realidade, Gana tem sonhos e contos de fadas sem fim semelhantes sobre a posse de usinas nucleares. O acordo foi re-assinado em 2 de junho de 2015. O reator russo, planta de 1000 MW, custará no mínimo US $ 4,2 bilhões. O esquema de financiamento não foi finalizado pelo parlamento. E levará cerca de oito a dez anos desde os estudos de viabilidade do local até o comissionamento da primeira unidade, de acordo com a Comissão de Energia Atômica de Gana. Conforme relatado pela mídia local, a busca de Gana para se industrializar para o crescimento econômico e o desenvolvimento acelerou os planos de estabelecer a energia nuclear no país na próxima década, ou seja, até 2029 e exportar o excesso de energia para outros países da sub-região da África Ocidental. Com "Um Distrito, Uma Fábrica" ​​- a agenda de industrialização de Gana pode não ser realizada sob a administração de Nana Addo Dankwa Akufo-Addo com base no roteiro do programa de energia nuclear para iniciar a construção em 2023 e injetar energia nuclear nas garras até 2030. Os memorandos de entendimento e acordos dos países africanos com a Rosatom, incluindo África do Sul, Nigéria, Gana, Quênia, Ruanda, Tanzânia, Zâmbia e o resto, são, muito provavelmente, empilhados. Quase três décadas após o colapso soviético, nem uma única fábrica foi concluída na África. Alguns ainda defendem o fornecimento de energia alternativa. Gabby Asare Otchere-Darko, fundadora e diretora executiva do Danquah Institute, uma organização sem fins lucrativos que promove iniciativas de políticas e defende o desenvolvimento da África, escreveu em um e-mail que “a África precisa de experiência, transferência de conhecimento e o tipo de importação de capital que pode ajudar África para desenvolver sua infraestrutura física, agregar valor a dois de seus recursos principais: recursos naturais e capital humano. ” A Rússia tem experiência respeitável em uma área-chave para a África: o desenvolvimento de energia.
“Mas, a Rússia tem coragem, por exemplo, de assumir o projeto hidrelétrico Inga 3 estagnado de $ 8- $ 10 bilhões no rio Congo? Este é o tipo de projeto de desenvolvimento que pode enviar vividamente um sinal claro aos líderes e governos africanos de que a Rússia está, de fato, pronta para o negócio ”, disse ele. O potencial de energia renovável é enorme na África, citando a Grande Barragem de Inga na República Democrática do Congo. Grand Inga é o maior projeto hidrelétrico proposto no mundo. É uma grande visão desenvolver um sistema de energia em todo o continente. Grand Inga 3, deverá ter uma capacidade de geração de eletricidade de cerca de 40.000 megawatts - o que é quase o dobro das 20 maiores usinas nucleares. Ryan Collyer, o Representante Regional da Rosatom para a África Subsaariana, me disse em uma entrevista em abril de 2021, que além da pobreza energética, a energia nuclear pode ser usada para resolver outros problemas do continente, desde a baixa industrialização até os avanços na ciência, saúde e agricultura, impulsionando assim o continente para o plano diretor da Agenda 2063 da União Africana. “Ele prevê a transformação de África na potência global do futuro, por isso estamos defendendo uma matriz energética diversificada que utiliza todos os recursos disponíveis, incluindo energias renováveis ​​e nucleares, para garantir resiliência climática e segurança ambiental, igualdade social e segurança de abastecimento”, disse Collyer. . Alguns pesquisadores e especialistas acreditam fortemente e ainda estimam que o custo de construção de energia nuclear, especialmente seus altos riscos associados, não faz nenhum sentido quando comparado ao custo de construção de energias renováveis ​​ou outras fontes de energia para resolver a escassez de energia na África. De acordo com o perfil da empresa, a Rosatom oferece uma gama completa de produtos e serviços de energia nuclear, desde o fornecimento de combustível nuclear, serviços técnicos e modernização até o treinamento de pessoal e estabelecimento de infraestrutura nuclear. Com 70 anos de experiência, a empresa é líder mundial em soluções de alto desempenho para todos os tipos de usinas nucleares. A Rosatom construiu mais de 120 reatores de pesquisa na Rússia e no exterior.

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Tensão entre Chile e Argentina cresce por disputa marítima !

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El Salvador tornou-se o primeiro país a reconhecer a Bitcoin como moeda legal !

Esta terça-feira, El Salvador tornou-se o primeiro país do mundo a reconhecer a criptomoeda Bitcoin como moeda legal.


Em junho, a Assembleia Legislativa de El Salvador aprovou a chamada Lei Bitcoin, que reconhece esta criptomoeda como uma moeda legal. Tornou-se o primeiro país do mundo a fazê-lo e, esta terça-feira, a legislação entrou finalmente em vigor.

Na véspera, o Presidente deste país da América Central, Nayib Bukele, anunciou que o Estado tinha comprado algumas Bitcoins, ficando com um total de 550, para se preparar para o que chamou de “Bitcoin Day”.

“Amanhã, pela primeira vez na história, todos os olhos estarão postos em El Salvador. A Bitcoin conseguiu isso”, tinha também afirmado o chefe de Estado num comunicado.

Agora, além de os salvadorenhos poderem pagar os seus impostos com esta famosa criptomoeda, todos os “agentes económicos” do país terão de a aceitar como forma de pagamento.

A população também terá a possibilidade de a converter em dinheiro de forma imediata, através de uma plataforma criada pelo Governo chamada Chivo Wallet. Para incentivar o download da sua aplicação, estão a ser dados 30 dólares em Bitcoin aos novos utilizadores.

No dia D, conta a CNN, a verdade é que a Bitcoin afundou mais de 10% por breves momentos. Segundo analistas financeiros, foi o chamado efeito “buy the rumor, sell the news” (“compra o rumor, vende as notícias”).

A medida de Bukele, populista de direita que chegou ao poder em 2019, tem recebido algumas críticas não só em El Salvador, mas também no contexto internacional.

“O país precisa de um sistema monetário estável e de um sistema de pagamentos eficiente”, disse à estação norte-americana Will Cong, professor de Finanças da Universidade Cornell, nos Estados Unidos.

O dólar americano ainda é a moeda oficial de El Salvador, que tem cerca de um quarto dos seus cidadãos a viver em território norte-americano. Em 2020, enviaram para o país mais de seis mil milhões de dólares (cerca de 4,9 mil milhões de euros) em remessas.

https://zap.aeiou.pt/el-salvador-primeiro-pais-reconhecer-bitcoin-moeda-430207

 

Espanhola trocada na maternidade pede indemnização de 3 milhões de euros !

Uma espanhola está a pedir uma indemnização de 3 milhões de euros a um departamento regional de saúde no norte da país, após descobrir que foi trocada na maternidade por outra recém-nascida, há duas décadas.


Este incidente na maternidade, relatou o Guardian, ocorreu devido a um “erro humano” e foi descoberto por acaso, após um teste de ADN, informaram as autoridades sanitárias da região de La Rioja.

As duas mulheres nasceram com cinco horas de intervalo, num hospital em La Rioja, em 2002, e foram colocados em incubadoras porque estavam abaixo do peso. Uma foi morar com os pais, enquanto a outra foi criada pela avó.

Contudo, há quatro anos, a avó desta última se queixou de que o pai não estava a cumprir com as suas responsabilidades. A queixa envolveu um teste de ADN, através do qual se constatou que não era o pai. Um segundo teste de ADN mostrou que não era filha da mulher que pensava ser a sua mãe.

A descoberta levou a uma investigação da autoridade regional de saúde, que concluiu que havia apenas outro bebé com quem aquela poderia ter sido acidentalmente trocada.

“Foi um erro humano e não conseguimos descobrir quem foi o culpado”, disse Sara Alba, chefe regional de saúde de La Rioja, na terça-feira. “Os sistemas daquela época eram diferentes e não tão informatizados como agora”, acrescentou.

O advogado da queixosa, José Sáez Morga, disse que a sua cliente, de 19 anos, está a pedir 3 milhões de euros de indemnização por negligência.

https://zap.aeiou.pt/espanhola-trocada-na-maternidade-busca-indemnizacao-de-3-milhoes-de-euros-430066

 

Dismorfia do Zoom. Há um efeito secundário da pandemia menos óbvio – O aumento das cirurgias plásticas !

Depois de um ano e meio a fazer videoconferências regularmente, a obsessão com a imagem tem aumentado e as corridas aos consultórios cirúrgicos também. Um estudo mostra que os impactos na auto-estima podem não ser passageiros.


Muito se fala dos efeitos da pandemia de covid-19 na saúde, tanto física como mental, mas há uma consequência menos falada com que estamos a dar, literalmente, de caras – o aumento das cirurgias plásticas.

Com o aumento do uso de plataformas de videoconferência como o Zoom, muitos de nós passam agora horas a fio por dia a olhar para a própria cara, o que alimenta inseguranças na imagem que levam as pessoas a ir bater à porta dos cirurgiões plásticos.

O fenómeno foi apelidado de dismorfia do Zoom – em referência ao transtorno dismórfico corporal, que consiste numa obsessão com defeitos na aparência – pela dermatologista e professora de Harvard Shadi Kourosh, que notou um aumento nas consultas por problemas cosméticos durante a pandemia.

“Estava preocupada que o tempo que se passa em frente às câmaras tenham efeitos negativos nas pessoas sobre a sua aparência. As pessoas não estão a olhar para um verdadeiro reflexo de como são. Não percebem que é um espelho distorcido“, afirma ao The Guardian e acrescenta que a proximidade do rosto à câmara e o ângulo interferem com a imagem mostrada.

Kourosh explica que a “preocupação das pessoas com a ideia da sua aparência” lhe parecia estranha, especialmente numa altura em que estavam a ser encorajadas a ficar em casa e evitar riscos para a saúde. O aumento nos pedidos para rinoplastias e para atenuar as rugas na testa fez a dermatologista começar a ligar o fenómeno ao uso do Zoom.

“As pessoas estavam a queixar-se da pele descaída na parte de baixo da cara e no pescoço. Começámos a pensar se isso não seria um efeito de segurarem os telemóveis em ângulos estranhos quando estavam a olhar para baixo”, afirma.

A verdade é que aquilo que as câmaras mostram não corresponde totalmente à realidade e há muitas pessoas a tomar decisões sobre cirurgias tendo por base imagens que não reflectem a sua aparência real.

Conhecido como o efeito de mera exposição, este é um conceito que explica que reagimos mais favoravelmente às coisas com que estamos familiarizados. Ora, estamos habituados a ver a nossa imagem ao espelho, que é uma inversão da realidade. Quando nos vemos em câmara e sem essa inversão, costumamos estranhar a nossa imagem.

“Vemo-nos ao espelho a toda a hora – a lavar os dentes, a fazer a barba, a aplicar maquilhagem. Olhar para nós próprios no espelho torna-se uma impressão firme. Temos essa familiaridade e a familiaridade cria afeição e estabelece a preferência para essa aparência do nosso rosto”, explica Pamela Rutledge, directora do Centro de Psicologia Mediática à The Atlantic.

A distorção da câmara é outro problema. A maior proximidade do rosto às câmaras causa a distorção de algumas características e fá-las parecer maiores do que realmente são, enquanto mostra uma versão 2D das nossas caras.

Apesar disto, os cirurgiões plásticos no Reino Unido reportaram um aumento de 70% nas consultas. Segundo aponta a SIC, a rinoplastia e o lifting foram os procedimentos que aumentaram mais durante a pandemia e um maior período de repouso e a possibilidade de recuperar longe dos olhares de colegas de trabalho também contribuem para o aumento. As cirurgias faciais e corporais aumentaram cerca de 15%.

Um novo estudo da Universidade de Harvard aponta também que, apesar de podermos desligar as videochamadas, não podemos desligar as inseguranças que estas estão a exacerbar e que os efeitos podem ser duradouros. A investigação baseou-se num inquérito a 7000 pessoas.

“O transtorno dismórfico corporal nas mulheres está a crescer durante a pandemia e piorou com o maior uso das videoconferências. O aumento do tempo nas videoconferências, usando as redes sociais e filtros destas plataformas durante a pandemia levou a um agravamento da auto-percepção e da saúde mental, especialmente em mulheres jovens”, escrevem os autores.

A investigação concluiu que 71% das pessoas mostra-se ansiosa com o regresso a actividades presenciais e que 64% tinham procurado apoio mental. Já três em cada dez afirmaram que vão investir na sua aparência para lidar com o stress dos eventos presenciais. Preocupações com o aumento de peso, rugas e acne estavam no cimo da lista.

Ao Wired, Shadi Kourosh, uma das autoras do estudo, explica que muita gente está a sofrer os impactos negativos na saúde mental da dismorfia em silêncio. Já antes da covid-19, os cirurgiões plásticos estavam a notar um aumento na procura com exigências que eram “irrealistas” devido à dismorfia do Snapchat que cresceu em 2015.

Na altura, muitos utilizadores começaram a recorrer cirurgias para alcançarem o look que tinham com os filtros da aplicação, que aumentam o tamanho dos olhos, suavizam a textura da pele e tornam os lábios maiores. Mas a dismorfia do Zoom é diferente.

“Com a dismorfia do Snapchat, os pacientes vinham com uma fotografia de si mesmos com filtros pesados, mas ainda tinham uma noção da sua própria dismorfia. Com o Zoom, é inconsciente. As pessoas não sabem da distorção que acontece nas câmaras”, remata.

https://zap.aeiou.pt/efeito-pandemia-aumento-plasticas-429878

 

Estátua simbólica do passado esclavagista dos EUA retirada da Virginia !

Após vários anos de tensões centradas no passado esclavagista dos Estados Unidos, o mais importante monumento apontado como um símbolo racista no país foi retirado, esta quarta-feira, da Virginia.


Após um reinado de mais de 130 anos sobre o seu pedestal com 12 metros de altura, a gigantesca estátua do general Robert E. Lee, comandante dos sulistas, foi lentamente desmantelada por uma grua, em Richmond, a antiga capital dos secessionistas durante a guerra civil americana (1861-1865).

Centenas de pessoas concentraram-se à distância para assistir ao acontecimento. Algumas ergueram o punho, outras lançaram piadas ou emitiram gritos quando a imponente peça de bronze, de 12 toneladas e da altura de um edifício de seis andares, obra do artista francês Antonin Mercié, foi arrancada do seu pedestal.

O principal líder militar dos confederados lutou com os Estados do Sul contra os do Norte, que tinham abolido a escravatura.

A retirada da estátua “apaga uma nódoa na história da Virginia e na história da América”, segundo um responsável associativo local, Muhammad Abdul-Rahman.

Enquanto muitos monumentos confederados por todo o país foram recentemente desmontados pela calada – por vezes, a meio da noite – sob a pressão do movimento “Black Lives Matter”, o governador democrata do Estado da Virginia, Ralph Northam, quis dar à retirada desta estátua visibilidade nacional.

Os monumentos celebrando Robert Lee e as outras figuras dos estados sulistas são hoje consideradas símbolos racistas por uma boa parte dos cidadãos norte-americanos, ao passo que outros consideram, pelo contrário, que fazem parte do seu património histórico.

O governador Northam tinha anunciado a intenção de retirar a estátua do general confederado em junho de 2020, dez dias após a morte, em Minneapolis, de George Floyd.

O homicídio deste cidadão afro-norte-americano desencadeou um movimento à escala planetária de denúncia e condenação da discriminação racial e reacendeu com vigor o debate sobre o passado esclavagista do país.

Uma guerrilha judicial iniciada por apoiantes da manutenção no local da estátua confederada – a maior do país – atrasou o seu desmantelamento, finalmente validado, na semana passada, por uma decisão do Supremo Tribunal da Virginia.

Esta semana, ficou também a saber-se que a estátua de Cristóvão Colombo, que foi removida no ano passado da sua posição na via principal da Cidade do México, não será devolvida ao local.

Em vez disso, a mesma será substituída por uma estátua de uma mulher indígena, em reconhecimento às contribuições dos povos nativos do México. A estátua de Colombo será transferida para o Parque América, na mesma cidade.

https://zap.aeiou.pt/estatua-simbolica-passado-esclavagista-retirada-430204

 

Começou o julgamento dos atentados de Paris, o maior da história de França !

Começou esta quarta-feira, seis anos depois, no Palácio de Justiça de Paris, o julgamento dos atentados que vitimaram 130 pessoas, em novembro de 2015, na capital francesa.


Esta quarta-feira, começou a ser julgado Salah Abdeslam, o único terrorista dos atentados de Paris que sobreviveu. “Não há Deus além de Alá e Maomé é o seu mensageiro”. Foram estas as suas primeiras palavras.

Questionado pelo tribunal, avança a rádio TSF, o belga, de origem marroquina, disse ter desistido de todas as profissões para se tornar um “combatente do Estado Islâmico”. Entretanto, a primeira sessão do julgamento foi suspensa porque um dos arguidos se sentiu indisposto.

De acordo com a rádio, em causa estão 20 arguidos suspeitos de envolvimento nestes atentados, sendo que 12 enfrentam a prisão perpétua. No Palácio de Justiça estarão presentes apenas 14, uma vez que os outros seis estão desaparecidos e serão julgados à revelia.

O processo vai durar pelo menos oito meses, devendo o veredicto ser conhecido apenas em maio de 2022. Trata-se do maior julgamento da história moderna deste país. Segundo o semanário Expresso, o processo conta com um milhão de páginas de investigação e provas, que foram distribuídas em 542 volumes.

Além do grande e visível reforço de segurança neste Palácio de Justiça, com dezenas de carrinhas da polícia e ruas cortadas, destacam-se as milhares de pessoas envolvidas, entre testemunhas, advogados, juízes, jornalistas e familiares das vítimas mortais.

As suas instalações tiveram mesmo de ser remodeladas para conseguir acolher, como se espera, cerca de três mil pessoas por dia, escreve o Observador, que acrescenta que teve de ser construída uma nova sala de audiência.

Os primeiros dias da audiência vão servir apenas para enumerar as vítimas, cerca de 1800 pessoas. Os primeiros testemunhos serão a partir de dia 13 de setembro e as vítimas começam a ser ouvidas no dia 28 do mesmo mês.

Durante cinco semanas, as pessoas tocadas diretamente por estes atentados vão contar o terror vivido no Stade de France, na sala de espetáculos Bataclan e nos cafés do 11.º bairro parisiense.

https://zap.aeiou.pt/comecou-julgamento-atentados-paris-430150

 

Supremo Tribunal do México descriminaliza o aborto !

O Supremo Tribunal do México decidiu na terça-feira, por unanimidade, que penalizar o aborto é inconstitucional, seguindo o exemplo da Argentina, país que despenalizou o procedimento no início deste ano.

Arturo Zaldivar, presidente do Supremo Tribunal mexicano, citado pela agência Reuters, classificou a decisão como “um momento decisivo” para todas as mulheres, especialmente as mais vulneráveis.

O México é o segundo país mais católico do mundo, a seguir ao Brasil. A Igreja Católica se opõe a todas as formas de aborto. Ao longo dos anos, centenas de mexicanas, na sua maioria pobres, foram processadas por aborto, enquanto dezenas continuam presas.

Vários estados norte-americanos tomaram medidas para restringir o acesso ao aborto, principalmente o Texas, que faz fronteira com o México. Na semana passada, o Texas decretou uma proibição ao procedimento após as primeiras seis semanas de gravidez. O Supremo Tribunal dos Estados Unidos se recusa a intervir.

Em julho, o estado de Veracruz se tornou a quarta das 32 regiões do México a descriminalizar o aborto.

O Presidente mexicano, Andres Manuel Lopez Obrador, evitou tomar posição sobre o assunto. Durante a campanha eleitoral de 2018, formou aliança com um partido político fundado por conservadores cristãos, conhecido pela forte oposição ao aborto.

Em contraste, o ministro das Relações Externas do país, Marcelo Ebrard, presidente da câmara da Cidade do México quando a capital legalizou o aborto em 2007, celebrou a decisão do tribunal como um “grande dia para os direitos das mulheres”.

https://zap.aeiou.pt/supremo-tribunal-mexico-descriminaliza-aborto-430019

 

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Mergulhadores afirmam ter encontrado avião dos EUA que caiu em 1945 no Triângulo das Bermudas !

Poucos meses depois do fim da Segunda Guerra Mundial, seis aviões-torpedeiros Grumman TBF Avenger voaram sobre o Triângulo das Bermudas – e todos desapareceram misteriosamente.


Investigadores nos Estados Unidos encontraram no Triângulo das Bermudas o que podem ser os restos de um avião norte-americano da Segunda Guerra Mundial, avançou um vídeo do canal History no YouTube.

Segundo o trailer, que relata alguns dos resultados da investigação incluída no documentário, a equipa de biólogos marinhos esteve no fundo do mar, onde encontrou uma asa, a hélice e um motor de duplo eixo, e um sistema de artilharia como um painel de vidro à prova de balas. Encontraram ainda o trem de aterragem “único ao Avenger”, diz Laurence Fishburne, o narrador.

O Grumman TBF Avenger é um avião-torpedeiro que foi criado pelos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, onde teve grande influência e foi muito usado. Poucos meses depois do seu fim, a 5 de Dezembro de 1945, partiu do estado da Flórida, EUA, para um voo de treino, chamado Voo 19, uma frota de cinco dessas aeronaves.

Todos os 14 homens a bordo desapareceram depois de perderem o contacto de rádio com o Fort Lauderdale. Horas mais tarde foi enviado um avião de pesquisa, que também desapareceu com os 13 homens a bordo.

Com a câmara a comparar as partes encontradas no fundo do Triângulo das Bermudas e fotos do Avenger, os especialistas entrevistados no vídeo, liderados por Mike Barnette, biólogo marinho e mergulhador, mostram bastantes certezas que se trata de um dos aviões desse incidente. A data num dos computadores portáteis da equipa indica ser 14 de Setembro de 2020.

Fishburne expressa esperança de que conseguirão ao fim de 75 anos verificar se se trata realmente de um dos aviões relacionados com Voo 19.

https://zap.aeiou.pt/mergulhadores-encontrado-aviao-eua-caiu-1945-triangulo-das-bermudas-429831

 

Bolsonaro ameaça não sair do Planalto: “Só Deus me tira de lá” !

O Presidente brasileiro desafiou mais uma vez a justiça, esta terça-feira, ao afirmar que só deixa o poder “preso, morto ou com a vitória”, para dizer logo de seguida que “nunca será preso”.


Referindo-se ao juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que tem determinado investigações contra aliados do Presidente, como “canalha”, Jair Bolsonaro instou o magistrado a “enquadrar-se” ou a “pedir para sair”.

“Ou esse juiz se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas turve a nossa liberdade. Dizer a esse juiz que ele tem tempo ainda para se redimir, tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha. Deixa de oprimir o povo brasileiro, deixe de censurar o povo”, disse Bolsonaro, num discurso perante milhares de apoiantes em São Paulo.

“Nós devemos sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Alexandre de Moraes, este Presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou”, acrescentou o mandatário na Avenida Paulista, onde compareceu nos protestos organizados pelos seus apoiantes para este 7 de setembro, data comemorativa da Independência do Brasil.

Moraes foi o responsável por decisões recentes contra ‘bolsonaristas’ que organizavam atos antidemocráticas e difundiam ‘fake news’. Contudo, o magistrado tem atuado a partir de pedidos da própria Procuradoria-Geral da República, sob o comando de Augusto Aras, indicado para o cargo por Bolsonaro, e da Polícia Federal.

“Não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continuem a açoitar a nossa democracia e a desrespeitar a nossa Constituição. Ele teve todas as oportunidades de agir com respeito a todos nós, mas não agiu dessa maneira, como continua a não agir”, disse ainda o chefe de Estado.

Horas antes, em Brasília, Bolsonaro discursou para milhares de pessoas que se concentraram na Esplanada dos Ministérios, num pronunciamento repleto de ameaças aos juízes do STF. Contudo, Bolsonaro já havia avisado que as suas declarações em São Paulo seriam mais incisivas.

Numa manifesta intenção de concorrer novamente à Presidência, em 2022, Bolsonaro afirmou que só deixa o poder “preso, morto ou com a vitória”, para logo em seguida declarar que “nunca será preso”.

“Nesse momento, eu quero mais uma vez agradecer a todos vocês. Agradecer a Deus, pela minha vida e pela missão, e dizer aqueles que querem me tornar inelegível em Brasília que só Deus me tira de lá. Só saio preso, morto ou com a vitoria, mas quero dizer aos canalhas que nunca serei preso”, frisou.

O discurso de Bolsonaro, em tom de ameaça, voltou a ser direcionado para o voto impresso, modalidade que o chefe de Estado acusa, sem provas, de ser alvo de fraudes e a qual defende amplamente, em substituição da atual urna eletrónica, que oferece resposta no mesmo dia e que é usado há mais de 20 anos no Brasil.

“Nós queremos eleições limpas, democráticas, com voto auditável e contagem pública de votos. (…) Não posso participar de uma farsa patrocinada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral”, afirmou, em referência ao juiz Luís Roberto Barroso, presidente do órgão máximo da Justiça Eleitoral brasileira.

Bolsonaro também criticou governadores e prefeitos por causa das medidas adotadas durante a pandemia, as quais sempre se mostrou contra.

“Vocês passaram momentos difíceis com o vírus, mas pior do que a pandemia foram as ações de alguns governadores e prefeitos, que ignoraram a nossa Constituição. Proibiram-vos de trabalhar e de frequentar templos e igrejas para a sua oração. A vossa indignação foi crescendo”, discursou para uma plateia com muitos apoiantes sem máscara de proteção contra a covid-19.

O Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB) já anunciou que vai reunir-se de urgência, esta quarta-feira, para discutir um possível processo de impeachment do Presidente. Em causa estão as “gravíssimas declarações do Presidente da República no dia de hoje”.


 https://zap.aeiou.pt/so-deus-me-tira-de-la-bolsonaro-429946

 

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