Apenas três meses depois de casar consigo mesma, um modelo brasileira vai divorciar-se para ficar livre para um novo amor.
Foi em Setembro que Cris Galêra foi notícia em todos os cantos do mundo por ter anunciado que se ia casar. Até aqui, tudo normal, mas o detalhe insólito era de que não havia noivo ou noiva e que a mulher ia casar consigo mesma.
Em entrevista ao New York Post, a modelo brasileira de 31 anos explicou que a decisão se baseou no seu “amor próprio” por se amar tanto a si mesma que não era possível “sentir algo por outra pessoa”.
O “auto-casamento” casou um frenesim online, com a mulher a publicar fotos da cerimónia na igreja em São Paulo. “Não tive vergonha, fui para a igreja com determinação. Fiz a minha própria maquilhagem e cabelo e toda a gente estava a ver porque não tinha um noivo“, revelou.
A escolha da brasileira reavivou a sologamia, uma práctica em que os solteiros casam consigo mesmos para afirmarem a sua independência na busca da felicidade. “A maioria das pessoas adoraram e acharam interessante. Acham que eu estou a brincar, mas eu casei mesmo comigo mesma!”, exclamou.
Com planos de fazer uma lua-de-mel em Paris e Londres em Novembro, a
modelo de lingerie desvalorizou as críticas de quem considera o seu
auto-casamento uma tentativa de chamar a atenção ou um exemplo de narcisismo, dizendo que quando estamos felizes, “nada nos afecta”.
As muitas mensagens que recebe de homens interessados em meter-se no
meio do seu casamento consigo mesma não foram suficientes para dissuadir
Galêra, que não estava convencida da fidelidade dos seus pretendentes.
Mas as promessas românticas de auto-amor eterno mudaram quando a modelo conheceu “alguém especial“.
Três meses após as suas auto-núpcias e apesar de ter prometido que
nunca se ia divorciar de si mesma, Cris Galêra juntou-se aos milhares de
casais que voltam atrás nos votos e põem um ponto final no casamento.
“Cansei de ser sologâmica. Fui feliz enquanto durou. Comecei a acreditar no amor no momento em que conheci alguém especial”, concluiu a modelo ao Daily Mirror, sem revelar a identidade do novo amado.
Vendo do lado positivo, Galêra foi poupada à conversa constrangedora
com o seu parceiro sobre ter conhecido outra pessoa. Resta-nos fazer
figas que um eventual casamento de Cris com o seu novo amor dure mais do
que as suas auto-núpcias.
A crise política, económica e social na Venezuela está a forçar algumas mulheres “a usar o sexo” como mecanismo de sobrevivência, alertou, esta quinta-feira, a coordenadora local do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA).
As mulheres estão a ser obrigadas a recorrer a mecanismos negativos tais como o sexo por sobrevivência, a troca de sexo por comida, a fim de sobreviverem, para poderem alimentar os seus filhos”, disse Cristina Palácios.
A coordenadora local do Fundo das Nações Unidas para a População falava em Caracas, durante uma conferência de imprensa organizada pela União Europeia (UE) no âmbito de ações para sensibilizar a população para a violência de género, durante a qual a UE anunciou a 4.ª Corrida da União Europeia contra a Violência contra as Mulheres, que terá lugar no sábado.
Segundo a coordenadora da UNFPA, estes mecanismos a que as mulheres venezuelanas recorrem são determinantes para o trabalho da UNPFA: “definem o que temos de fazer, como temos de o fazer, como podemos ajudá-las“.
“O facto de vermos cada vez mais raparigas grávidas é um elemento para conhecer a gravidade, porque as gravidezes precoces são um grande fator e determinam que existe violência sexual contra as mulheres e contra as raparigas em particular”, frisou Palácios.
“Não dispomos de dados oficiais sobre a taxa de femicídios. Sabemos através da monitorização feita por diferentes organizações da sociedade civil que até agora este ano na Venezuela se registaram 200 femicídios. Este número é impactante”, acrescentou Cristina Palácios.
“O femicídio é a máxima expressão da violência de género. Temos de trabalhar para evitar que isso aconteça, na prevenção”, alertou.
Segundo a coordenadora local do UNFPA, “na Venezuela, mulheres e raparigas adolescentes (…) são afetadas por diferentes situações de crise, tanto a crise pandémica [de covid-19], como a crise económica e por várias formas de violência baseada no género”.
“Sabemos que existem, e estão a emergir cada vez mais, as redes de tráfico para exploração sexual envolvendo mulheres e adolescentes. Sabemos que as mulheres estão a sofrer elevados níveis de violência dos parceiros íntimos (…) A maioria dos perpetradores são pessoas conhecidas, membros familiares diretos”, explicou Palácios.
Para a UNFPA, “os números são úteis para compreender a dinâmica, mas não se conhecerá a magnitude, porque muitos casos de violência baseada no género não são denunciados”.
“Precisamos de trabalhar para que haja uma mudança de comportamento, de atitudes, para mudar as normas culturais que aceitam e naturalizam a violência contra mulheres e raparigas”, frisou.
Palácios disse ainda ter “provas” de que “principalmente as mulheres adolescentes são vítimas da violência machista em todo o mundo”, mas que “particularmente na Venezuela, a situação pode estar a ser exacerbada pela situação de crise no país”.
“Vemos o machismo a reinventar-se a si próprio. Na Venezuela, infelizmente, a situação que a maioria das mulheres e raparigas adolescentes estão a atravessar neste momento está principalmente relacionada com vulnerabilidades económicas“, vincou.
Cristina Palácios acrescentou ainda que “a covid-19 exacerbou ainda mais as vulnerabilidades de sofrer violência baseada no género” e que a pandemia “adicionou outros 20 anos” aos 200 anos que se previa necessários para reduzir a “brecha de género” mesmo nos países que se encontram mais avançados no combate à desigualdade e à violência contra as mulheres.
O Japão, que é o maior fabricante de chips do mundo, vai fornecer 5,2 mil milhões de dólares (cerca de 4,5 mil milhões de euros) para apoiar os fabricantes de chips semicondutores e tentar resolver a atual escassez mundial.
Embora os fundos se destinem a vários fabricantes de chips, o investimento mais notável é na Taiwan Semiconductor Manufacturing Co (TSMC), que irá construir uma nova fábrica de chips no Japão, num esforço conjunto com a Sony Group Corp, revela um relatório publicado esta terça-feira pela Nikkei.
O restante investimento do Japão será direcionado para a preparação de outras fábricas para múltiplos novos projetos, incluindo um em desenvolvimento pela empresa americana Micron Technology Inc, fabricante de chips de memória, e pela japonesa Kioxia Holdings.
Segundo a Interesting Engineering, o Japão é a maior indústria de fabrico de chips desde os anos 80, mas tem travado uma batalha difícil para manter a sua vantagem competitiva numa indústria cada vez mais apinhada, caindo num declínio constante nas últimas três décadas.
A escassez de chips tornou-se mais notória por causa da pandemia de covid-19 — com todo o mundo em confinamento, a única forma de interagir com os outros passou a ser através do uso de computadores, telemóveis e televisões.
Além disso, muita gente passou para o teletrabalho, o que aumentou a procura de e o uso diário de aparelhos eletrónicos que utilizam chips.
Enquanto o maior fabricante de chips de computador é a TSMC, o maior comprador de chips semicondutores é a Apple. Mas a Samsung foi o segundo maior produtor, em termos de vendas, escreve ainda a Interesting Engineering.
Uma vez que a Samsung ocupa tanto o lado da oferta como da procura da indústria de chips de computador, muitos imaginariam que esta fosse invulnerável a uma escassez. No entanto, em março de 2020, a Samsung disse que estava a considerar não lançar o smartphone Galaxy Note. Tudo devido à escassez de chips.
“Há um grave desequilíbrio na oferta e procura de chips no setor das IT a nível mundial”, disse o co-CEO da Mobile, Koh Dong-jin, em declarações à BBC.
Até agora, a Samsung ainda não lançou o novo produto e especialistas pensam que não acontecerá antes de 2022. Mas, com o Japão a alavancar o seu poderoso braço económico para alimentar alguns dos mais poderosos fabricantes de chips do mundo, a escassez global de aparelhos eletrónicos que funcionam com chips de computador, incluindo plataformas de jogos, telemóveis, smartwatches, computadores portáteis, e até mesmo carros, pode resolver-se em breve.
Novo presidente é acusado de tortura na Turquia e na França. A Presidente Comissão Europeia escreveu uma carta a opôr-se à escolha.
O major-general Ahmed Nasser Al Raisi, dos Emirados Árabes Unidos, foi eleito novo presidente da Interpol durante a assembleia do organismo internacional, apesar de já ter sido acusado de tortura em França e na Turquia.
A estrutura da Interpol funciona de forma a que seja o secretário-geral, actualmente o alemão Jürgen Stock que foi reeleito em 2019, a ser o verdadeiro dirigente da organização internacional de cooperação policial, tendo um mandato de cinco anos.
Assim, o presidente tem um papel mais representativo e honorário, só a tempo parcial e sem remuneração. O mandato tem a duração de quatro anos e é exercido a partir do país de origem.
“Ahmed Naser Al Raisi, dos Emirados Árabes Unidos, foi eleito para o cargo de presidente (para um período de quatro anos)”, anunciou a Interpol no Twitter.
Al Raisi derrotou Sárka Havránková, da República Checa, que tinha prometido “adequar o trabalho da Interpol ao espírito da Declaração Universal dos Direitos Humanos”.
Várias organizações internacionais já se tinham manifestado contra a candidatura de Al Raisi devido à sua influência nas forças policiais dos Emirados Árabes Unidos, que acusam de usar repressão contra os dissidentes políticos.
“Estamos convencidos de que a eleição do general Al Raisi afetaria a missão e a reputação da Interpol”, escreveram este mês a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e três deputados europeus, incluindo Marie Arena, presidente da subcomissão de Direitos Humanos do Parlamento Europeu.
O Centro de Direitos Humanos para o Golfo já tinha denunciado Al Raisi em França, acusando o general de estar envolvido na tortura do activista Ahmed Mansur nos Emirados Árabes Unidos. Um grupo de advogados da Turquia também já tinha feito queixa à procuradoria do país devido ao mesmo caso.
O ex-procurador britânico David Calvert-Smith publicou um relatório em Abril onde afirma que Al Raisi “coordenou o aumento da repressão contra os dissidentes” através da tortura e da manipulação do sistema judicial no país.
Dois cidadãos britânicos também apresentaram uma queixa contra Al Raisi por tortura. Um deles, Matthew Hedges, foi condenado a prisão perpétua nos EAU por suspeitas de espionagem e indultado e libertado há três anos
Um trabalhador da central nuclear de Ascó, Tarragona, em Espanha morreu e outros três ficaram feridos devido a uma fuga de dióxido de carbono (CO2) ocorrido ontem, quando realizavam trabalhos de manutenção nas instalações.
Segundo avançaram fontes dos Bombeiros da Generalitat, o acidente ocorreu às 18:55 locais num local não vinculado à atividade radiológica da central, numa zona onde os operários realizavam trabalhos de manutenção do sistema contra incêndios da instalação.
Os três feridos são de menor gravidade e foram transferidos para o Hospital de Mora d’Ebre, de acordo com informação do Sistema de Emergências Médicas (SEM), que deslocou quatro equipas para o local do acidente.
Sete bombeiros da Generalitat deslocaram-se ao local do incidente e foi aberta uma investigação para apurar as suas causas.
Os bombeiros sublinharam que, em conjunto com o pessoal da fábrica, foi restaurada a segurança das instalações.
A missão do AOIMSG, o “grupo de identificação e sincronização de gestão de objetos aéreos”, é estudar os OVNIs no espaço aéreo militar.
O Pentágono anunciou hoje a criação de um escritório para recolher e analisar todas as informações sobre Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) detetados pelos vários ramos das forças aramadas dos Estados Unidos.
O “grupo de identificação e sincronização de gestão de objetos aéreos” ou AOIMSG, segundo a sigla em inglês, substitui a “task force de fenómenos aéreos não identificados” criada em agosto de 2020 e então confiada à Marinha norte-americana, adiantou o Departamento de Defesa.
O novo escritório estará sob a alçada do subsecretário de Defesa encarregado de Inteligência e Segurança, um sinal de que para as forças norte-americanas os “fenómenos aéreos não identificados” não têm que ver com ficção científica, mas com adversários muito reais dos Estados Unidos.
Washington está particularmente preocupado com a capacidade de espionagem da China ao utilizar drones ou outros meios aéreos.
O futuro diretor da AOIMSG, ainda não nomeado, vai sincronizar as atividades nesta área e os serviços de inteligência dos Estados Unidos.
No ano passado, o Pentágono divulgou três vídeos feitos por pilotos da Marinha – um em novembro de 2004 e os outros dois em janeiro de 2015 – onde se vêm encontros com “fenómenos aéreos não identificados”.
Num deles, é possível observar um objeto oval a mover-se rapidamente e que, poucos segundos depois de ser detetado pelos sensores da aeronave da Marinha, desaparece após uma aceleração repentina.
Noutro vídeo, pode ver-se um objeto a pairar sobre as nuvens e o piloto questionar-se se se trata de um drone.
A nova variante, detetada no Botswana, está a preocupar a comunidade científica. Até ao momento, foram reportados dez casos da B.1.1.529.
A variante B.1.1.529, descoberta pela primeira vez no Botswana, tem um “número extremamente elevado” de mutações e pode colocar em risco a eficácia das vacinas contra a covid-19.
Se for capaz de contornar as defesas imunológicas do organismo, a nova variante pode causar novas vagas da doença. “É uma preocupação significante“, disse Ravi Gupta, professor de microbiologia clínica da Universidade de Cambridge, ao The Guardian.
A estirpe foi detetada no dia 11 de novembro no Botswana, onde há registo de três casos. Foram ainda reportados seis casos da mesma variante na África do Sul e um em Hong Kong.
Segundo o jornal britânico, apresenta 32 mutações na proteína spike, que podem potenciar a capacidade de o vírus infetar as células, assim como a sua transmissibilidade. Esta é a parte do vírus usada por muitas das vacinas para proteger as pessoas contra a doença.
Os cientistas temem que, com esta variante, o vírus consiga escapar à imunidade que se tem vindo a desenvolver junto das populações, mas salvaguardam que são necessários mais estudos para aferir se este coronavírus é mais perigoso para os humanos.
O elevado número de mutações pode ser preocupante, mas, no fim, poderá concluir-se que é apenas um “cluster estranho” e pouco transmissível, explicou Tom Peacock, virologista do Imperial College, em Londres. “Espero que seja o caso.”
François Balloux, diretor do Instituto Genético ICL, referiu que esta variante pode ter surgido numa “explosão”, ou seja, o vírus pode ter evoluído num organismo de uma pessoa com o sistema imunitário frágil, possivelmente alguém que sofra de HIV ou de SIDA.
A Skidmore, Owings & Merrill (SOM) revelou, durante a COP26, a sua proposta para a Urban Sequoia, uma rede de edifícios que absorvem o carbono da atmosfera.
Foi este mês, durante a cimeira do clima COP26, que a Skidmore, Owings & Merrill revelou, pela primeira vez, a sua proposta para o projeto Urban Sequoia, uma rede de arranha-céus que serão capazes de absorver o carbono presente na atmosfera.
Se este projeto foi bem sucedido, esta rede de edifícios pode trazer
significativas mudanças no ramo da construção, que é responsável por 40%
das emissões globais de carnobo.
Segundo o Interesting Engineering, o design da rede de edifícios nasceu de uma combinação de várias soluções já analisadas pela empresa, para tornar o projeto ainda mais sustentável.
Entre elas está a diminuição no uso de materiais, tecnologias de
captura de gás carbónico, uso de biomateriais e uma otimização no
processo de construção.
A redução de carbono ocorre, especialmente, por dois
motivos: os recursos usados na construção destes edifícios incluem
materiais inovadores – como tijolos biológicos, madeira e cimento amigo
do ambiente (biocrete) – que consomem muito menos carbono do que os materiais normalmente utilizados no ramo da construção, como o aço ou o cimento.
Mas o que torna estes edifícios ainda mais ecológicos é a absorção de carbono que ocorre depois de os arranha-céus serem construídos.
Na prática, isto significa que, além de não contribuírem para o
aumento das taxas de emissão de carbono, os edifícios são também uma
solução para as diminuir.
A empresa já deu o primeiro passo com a finalização da construção de um protótipo, um prédio muito alto que será utilizado para analisar qual o nível de eficácia deste novo projeto.
O comunicado da SOM revela que, ao mesmo tempo que reduz as emissões
de carbono por ter sido construído a partir de materiais naturais, o
protótipo absorve 1.000 toneladas de carbono anualmente, o que equivale a 48.500 árvores.
A absorção do carbono ocorre por causa da característica de captura de ar dos edifícios, que filtra o gás carbónico.
Em vários países da Ásia e de África, o branqueamento da pele continua a ser recorrente devido à estratificação social que reflecte o colorismo. Além do impacto na auto-estima, estes produtos têm também efeitos nefastos na saúde.
A nossa aparência é um dos factores que mais afecta a nossa vida, mesmo sem a podermos mudar de forma natural, e o tom de pele pode também ser decisivo no rumo que a vida de cada um de nós leva.
Se no Ocidente há agora uma tendência de blackfishing, em muitos países asiáticos, como a Índia, há indústrias multimilionárias inteiros baseadas numa premissa: quando mais clara a pele, mais longe se chegará na vida.
A indústria da moda é um dos principais exemplos. Uma reportagem da VICE mostra como as marcas que vendem saris e outros trajes tradicionais recorrem a modelos brancas e da Europa de leste para promover estes produtos às mulheres indianas.
A gigantesca indústria de Bollywood também influencia imenso a cultura indiana e nas indicações dos perfis das personagens para os filmes, a exigência da pele clara é uma constante entre as primeiras linhas dos anúncios das audições. A maquilhagem e a luz também são sempre pensadas para fazer os actores parecer ainda mais claros.
Mas a obsessão com a pele branca não é só um capricho vaidoso. Dado o sistema de castas na Índia, o casamento é uma das principais formas de ascensão social, e a preferência por parceiros, principalmente mulheres, com a pele clara reflecte-se na estratificação social.
No caso dos casamentos arranjados entre as famílias, é comum ver anúncios que procuram noivas onde o tom de pele claro é o primeiro requisito e muitos dotes das incluem cremes de branqueamento juntamente com os saris e as jóias.
A ansiedade pela pele branca não tardou a ter uma resposta de um mercado pronto para capitalizar nas inseguranças dos indianos, estando as gigantes ocidentais L’Oreál, Unilever ou Procter & Gamble — que promovem mensagens feministas e de amor próprio na Europa e América do Norte — na linha da frente da venda de produtos que prometem branquear a tez na Ásia e em África.
Cerca de 60% das mulheres indianas usam estes cremes, e a tendência está também a crescer entre os homens. O truque para garantir o sucesso de vendas? Usar actores de Bollywood na publicidade.
Kailash Surendranath é o cérebro por detrás de muitas destas campanhas publicitárias — incluindo do famoso creme Fair & Lovely, lançado em 1975 — e explica a mensagem dos anúncios.
“Há um casamento a ser arranjado entre as famílias. O rapaz vai visitar a rapariga e talvez a ache demasiado escura. Depois, a rapariga usa o Fair & Lovely e quando o rapaz a volta a visitar, decide casar com ela. Os guiões são muito iguais e estranhos. A ideia é sempre: “não vais conseguir um emprego se não se fores clara” ou “não te vais casar se não se fores clara”, revela à VICE News.
Nos últimos anos, com a maior consciencialização social sobre os problemas do racismo e colorismo, muitos actores têm-se manifestado publicamente contra a promoção destes produtos, como Bipasha Basu, Kangana Ranaut ou Swara Bhasker.
Outros, como é o caso de Priyanka Chopra, pediram desculpa por terem participado nestas campanhas publicitárias. Um estudo de 2012 mostrou que os casais que recorriam a barrigas de aluguer até estavam dispostos a pagar mais para que mulheres mais claras fossem escolhidas para terem os seus bebé, mesmo não estando o seu material genético presente na criança.
Uma contagem da CNN aos anúncios matrimoniais nas edições de domingo em Agosto de três dos maiores jornais em inglês na Índia — Times of India, The Telegraph e Hindustan Times — concluiu que os termos explicitamente relacionados com a pele branca apareceram em 22%, seja como um atractivo do anunciante ou uma exigência para os candidatos.
Mas além das dificuldades no casamento, o panorama é parecido no mercado laboral, com muitos anúncios de emprego a pedir candidatos claros, especialmente nos trabalhos de serviço ao público. Os perigos do branqueamento da pele
Seja através de misturas feitas em casa, cremes de branqueamento ou tratamentos estéticos que destroem a melanina e prometem tons mais claros, a indústria do branqueamento tem tido um enorme crescimento, chegando a um valor de mercado estimado em cerca de 270 mil milhões de rúpias (3,55 mil milhões de euros).
Além do impacto na saúde mental e na auto-estima das indianos, muitos destes tratamentos para clarear a pele têm também impactos na saúde física.
Numa nova série da CNN dedicada a esta indústria, há relatos de dependências de substâncias que começaram depois do uso de cremes de branqueamento.
Soma Banik, que tem um blog onde conta a sua experiência com estes produtos, foi transportada para a sua adolescência depois de receber uma mensagem de uma leitora que lhe pedia ajuda.
O relato da leitora Janet James revelava que há mais de dois anos que usava um creme com o esteroide betametasona e que estava a sofrer efeitos secundários. “Quando paro de o usar, a minha pele começa a fazer comichão e pequenas borbulhas surgem”, queixou-se
Banik, que tem agora 33 anos e trabalha para o governo indiano, respondeu imediatamente e sem dúvidas: “Pára de o usar agora“.
O betametasona é um corticosteróide potente usado em medicamentos para problemas de pele como a psoríase ou o eczema, mas que tem também como efeito secundário o aclareamento da pele. Apesar de só dever ser aplicado sob prescrição médica, na Índia o ingrediente é regularmente usado sem ser receitado.
Aos 14 anos, a mãe de Banik disse-lhe para usar um destes cremes, depois de uma vizinha ter dito que lhe iria branquear a pele. Nos primeiros tempos, os colegas de Banik elogiavam a sua “boa aparência”, mas dois meses depois de começar, a jovem começou a notar a pele a queimar-se quando estava ao Sol.
De início, Soma achou que era um sacrifício necessário, já que a beleza — ou neste caso, a pele branca — é dor. Mas numa manhã em que se esqueceu de aplicar o creme, uma borbulha apareceu-lhe no queixo.
Ao fim de algum tempo, Banik começou a sofrer com comichão e acne e começaram a aparecer-lhe pêlos na cara — sintomas de Rosto Dependente de Esteróides Tópicos (RDET), de acordo com dermatologistas.
O uso destes produtos sem controlo pode também causar pústulas, pele seca, sensibilidade ao Sol, hipopigmentação (branquear a pele) ou hiperpigmentação (escurecer a pele). Depois da pele ficar dependente do uso destes cremes, qualquer tentativa de para o uso vai causar borbulhas, vermelhidão e assaduras.
Perante o uso generalizado destes produtos na Índia, em 2018 o governo adicionou 14 cremes com esteroides à lista de medicamentos que só podem ser adquiridos com receita médica, mas seja pela pressão das farmacêuticas ou pela falta de controlo das autoridades, o acesso aos produtos continua fácil e livre.
A resistência contra o colorismo
A maior consciência social sobre o problema do racismo e do colorismo tem levado também ao surgimento de uma contra-cultura que luta contra a discriminação.
“Esta é uma crença que está enraizada nas nossas mentes. Faz parte da nossa cultura”, explica Kavitha Emmanuel, activista fundadora da campanha Dark is Beautiful, à VICE.
Entre a influência do colonialismo inglês, que representava o poder dos governantes com pele branca, e as crenças já próprias da cultura de castas na Índia, várias razões explicam esta obsessão no país, que se reflecte em no quotidiano.
“Quando um bebé nasce, a primeira coisa que as pessoas querem saber, depois do sexo, é a cor da pele. Desde o primeiro dia que os pais dizem coisas negativas sobre a cor dos bebés. Eu vi como isso afecta a confiança nas meninas“, revela.
Já activista feminista Reena Kukreja afirma à CNN que o desejo da pele clara também nasce da associação entre a pele escura e o trabalho feito nos campos ao Sol, que é “emblemática” do estatuto baixo nas castas.
Além de campanhas com o Dark is Beautiful, há também outros grupos que se dedicam a acabar com o estigma contra a pele escura, como o Kranti, que apoia filhas de trabalhadoras sexuais e as ajuda a reclamar a sua auto-estima.
“São as nossas famílias que começam a culpar-nos desde a infância. A minha mãe disse-me que sou tão escura que nunca vou arranjar um rapaz ou um emprego, faz este remédio caseiro, usa este creme e eu pergunto; porquê? Por que é que não me posso sentir bonita como sou?“, questiona uma integrante do Kranti.
Emmanuel remata lembrando a diversidade cultural da Índia. “Somos uma nação diversa, com línguas e etnias diversas, acho que temos de olhar em frente e pensar em por que é que continuamos a entreter esta crença tóxica“, conclui.
Um grupo de mexicanos diz estar a ser ameaçado por um gangue, depois de a creche dos seus filhos ter ganhado cerca de 840 mil euros numa lotaria.
De acordo com a BBC, a creche, que fica no pequeno município mexicano de Ocosingo, tem pouco mais de 20 crianças e foram os pais que ficaram encarregues de administrar o prémio de 20 milhões de pesos, cerca de 840 mil euros.
Assim que a sua vitória na lotaria foi anunciada, em setembro do ano passado, o grupo de encarregados de educação começou a receber ameaças de um gangue chamado “Los Petules”, que exigiu que o dinheiro fosse usado para lhes comprar armas, alegadamente para poderem atacar um grupo rival numa aldeia vizinha.
Inicialmente, os pais recusaram ceder às ameaças, tendo usado parte do dinheiro para construir um novo telhado para a creche. No entanto, as ameaças têm piorado este ano, sobretudo quando decidiram usar os restantes 14 milhões de pesos para fazer obras na aldeia.
Em março, um dos pais foi baleado por membros deste gangue, que exigiram que lhes entregasse o prémio. Ainda segundo a emissora britânica, no mês passado, o ambiente piorou e várias crianças e mulheres foram atacadas. Desde então, 28 famílias já fugiram de Ocosingo.
A China divulgou uma lista de 88 celebridades que colocou na lista negra por comportamento “ilegal e antiético”.
Em comunicado, a Associação Chinesa de Artes Cénicas anunciou que ia banir 88 artistas por violarem os padrões morais do país. Esta é a nona vez que esta associação bane celebridades.
Desta forma, estas celebridades ficam proibidas de entrar ou aparecer em plataformas de transmissão ao vivo, um meio bastante popular na China.
O comunicado citado pela Business Insider, o seu objetivo era “fortalecer a autodisciplina” na indústria do entretenimento e evitar “que artistas ilegais e antiéticos se mudassem para outras plataformas para recomeçar as suas carreiras”.
Uma das celebridades visadas é o antigo cantor de K-pop Kris Wu, que foi detido em julho, em Pequim, acusado de violação.
Também inclui Zheng Shuang, atriz que gerou polémica após ser acusada de fugir aos impostos e de abandonar os seus filhos de barriga de aluguer nos Estados Unidos.
Zhang Zhehan, ator e cantor criticado por visitar o Santuário Yasukuni, dedicados aos mortos de guerra do Japão, são vistos na China como apoio aos crimes de guerra nipónicos.
Guo Laoshi, influencer da rede social Douyin, a versão chinesa do TikTok, publicou vídeos a rejeitar ideias convencionais do feminismo chinês e também foi incluída na lista negra.
Pelo menos 31 migrantes morreram, esta quarta-feira, a tentar atravessar o Canal da Mancha, que liga França ao Reino Unido, na sequência do naufrágio de uma embarcação ao largo de Calais.
De acordo com a BBC, o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, que já se encontra em Calais, revelou que 31 pessoas morreram na sequência deste naufrágio e que entre as vítimas mortais estão cinco mulheres e uma menina.
O governante acrescentou que 33 pessoas estavam a bordo da embarcação e que duas foram resgatadas com vida. Entretanto, quatro pessoas foram detidas pela polícia francesa, confirmou.
Numa primeira reação, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, falou numa “tragédia”.
“Os meus pensamentos estão com os muitos desaparecidos e feridos, vítimas de passadores criminosos que exploram a sua angústia e miséria”, escreveu o governante no Twitter, assegurando estar a seguir a evolução da situação “em tempo real”.
O primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, também disse estar “chocado e profundamente triste” com esta notícia, cita a emissora britânica.
“Os meus pensamentos e condolências vão, antes de mais, para as vítimas e para as suas famílias. Mas também quero aproveitar para dizer que este desastre mostra o quão perigoso é cruzar o Canal da Mancha desta forma”, disse ainda.
Entretanto, Boris Johnson convocou o gabinete de crise. Em declarações aos jornalistas depois da reunião, o chefe do Governo inglês admitiu que os esforços para conter este fluxo de migrantes em pequenos barcos “não têm sido suficientes”.
“A nossa proposta é aumentar o nosso apoio, mas também trabalhar em conjunto com os nossos parceiros nas praias em causa, nos locais de lançamento destas embarcações.”
O Presidente francês, Emmanuel Macron, também já afirmou que “França não vai deixar que Calais se transforme num cemitério” e prometeu “encontrar e castigar os responsáveis” por esta tragédia.
Macron também apelou a que seja feita uma reunião de emergência entre os ministros europeus que “estão preocupados com o desafio da migração”.
Na segunda-feira, o Ministério do Interior britânico disse que o número de migrantes que atravessaram o Canal da Mancha para entrarem ilegalmente no Reino Unido ao longo deste ano é três vezes superior ao registado em 2020.
Os dados do ministério referem que 886 pessoas chegaram ao Reino Unido só no passado sábado, elevando o total desde o início deste ano a mais de 25.700. O ano passado foram identificados 8469 migrantes. No início deste mês registou-se um recorde de chegadas num só dia, com 1185 migrantes.
A líder dos sociais-democratas suecos, que tinha sido eleita primeira-ministra pelo Parlamento esta quarta-feira, demitiu-se horas depois da nomeação.
Magdalena Andersson, que ocupava o cargo de ministra das Finanças do Governo dirigido pelo demissionário Stefan Lofven, tinha sido eleita com os votos a favor de 117 deputados, os votos contra de 174 deputados e 57 abstenções.
Horas depois, a líder do Partido Social Democrata, que com esta nomeação se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra da Suécia, anunciou aos jornalistas que se tinha demitido.
Em causa está o facto de o seu parceiro de coligação (os Verdes) ter decidido abandonar o Governo e de a sua proposta de Orçamento ter sido rejeitada.
“Há uma prática constitucional que diz que um Governo de coligação deve renunciar quando um dos partido se demite. Não quero liderar um Governo cuja legitimidade possa ser questionada“, afirmou a primeira-ministra demissionária numa conferência de imprensa, citada pela BBC.
Andersson disse ainda aos jornalistas que tem esperança de poder tornar-se novamente primeira-ministra como chefe de um Executivo composto por um único partido.
Na noite de terça-feira, esta economista, de 54 anos, tinha garantido in extremis o apoio necessário para chegar ao poder, graças a um acordo de última hora com o partido da Esquerda, prometendo aumentar as pensões mais baixas, e ao lado do partido ambientalista.
Contudo, um outro partido relevante no Parlamento sueco, o Partido do Centro, insatisfeito com as concessões feitas à esquerda, retirou o seu apoio ao orçamento.
A consequência imediata foi que o mesmo Parlamento que a elegeu pela manhã deixou o seu Orçamento em minoria à tarde e aprovou o Orçamento da oposição de direita, que fora preparado anteriormente com a extrema-direita, do partido Democrata da Suécia.
Andersson começou por dizer que aceitava a situação, mas o seu aliado na coligação minoritária, o Partido da Esquerda, considerou inaceitável governar com uma lei de Finanças com a marca da extrema-direita.
Logo após a derrota do Orçamento no Parlamento, o partido ambientalista anunciou a sua saída do Governo, forçando Andersson a demitir-se.
A ideia era que Lofven se mantivesse formalmente em funções até que fosse anunciada a formação do novo Governo na sexta-feira. Com esta demissão, as coisas podem ter de mudar e, segundo a emissora britânica, o presidente do Parlamento vai agora entrar em contacto com todos os líderes partidários.
As próximas eleições gerais na Suécia vão realizar-se no dia 11 de setembro do próximo ano.
O Secretário-Geral da OTAN, Stoltenberg, reuniu-se com o Presidente Draghi em 17 de novembro em Roma para abordar “os atuais desafios de segurança” decorrentes do “aumento militar da Rússia na Ucrânia e ao redor dela”. Stoltenberg agradeceu à Itália porque “contribui para a nossa presença na região do Báltico com o policiamento aéreo e as tropas”. A Força Aérea Italiana - especifica o Ministério da Defesa - posicionou no aeroporto de Ämari na Letônia caças F-35A da 32ª Asa de Amendola e caças Eurofighter Typhoon da 4ª Asa de Grosseto, 36ª Asa de Gioia del Colle, 37ª Asa de Trapani e 51ª Asa de Istrana (Treviso). Quando os aviões russos voam para o espaço aéreo internacional sobre o Báltico, geralmente indo para o enclave russo de Kaliningrado, os caças italianos recebem uma ordem de decolagem imediata do comando da OTAN em alerta e em poucos minutos eles os interceptam. O objetivo oficial desta operação é “preservar o espaço aéreo aliado”. O verdadeiro objetivo é fazer a Rússia parecer uma potência ameaçadora que se prepara para atacar a Europa.
Isso está alimentando um clima de tensão crescente: os caças F-35A e Eurofighter Typhoon posicionados a poucos minutos do território russo são caças de capacidade dupla com capacidades convencionais e nucleares. O que aconteceria se caças de combate russos semelhantes fossem implantados na fronteira com os Estados Unidos?
O "policiamento aéreo" nas fronteiras da Rússia é parte da escalada militar frenética EUA-OTAN na Europa contra um inimigo inventado, a Rússia, em um grande jogo estratégico cada vez mais perigoso. Foi iniciado em 2014 com o golpe dirigido pelos EUA / OTAN na Ucrânia, apoiado pela UE, com o objetivo de provocar uma nova guerra fria na Europa para isolar a Rússia e fortalecer a influência e presença dos EUA na Europa. A Rússia foi acusada de anexar à força a Crimeia, ignorando que foram os russos da Crimeia que decidiram em um referendo se separar da Ucrânia e se juntar à Rússia para evitar serem atacados, como os russos em Donbass, por batalhões neonazistas de Kiev. Aqueles usados em 2014 como força de ataque no golpe de Estado da Praça Maidan, desencadeado por atiradores georgianos que dispararam contra manifestantes e policiais e em ações subsequentes: aldeias queimadas e espadas, ativistas queimados vivos na Câmara de Trabalho de Odessa, civis desarmados massacrados em Mariupol, bombardeado com fósforo branco em Donetsk e Lugansk. Stoltenberg e Draghi também abordaram a questão da “crise na fronteira da Bielo-Rússia com a Polônia, Letônia e Lituânia”. A OTAN acusa a Bielo-Rússia de usar, com o apoio da Rússia, “migrantes vulneráveis como ferramentas de táticas híbridas contra outros países, colocando suas vidas em risco”. Defendendo os migrantes, expressando medo por suas vidas, estão os mesmos líderes dos EUA e da OTAN, incluindo os governantes italianos, que nos últimos trinta anos lideraram a primeira guerra contra o Iraque, a guerra contra a Iugoslávia, a guerra no Afeganistão, a segunda guerra contra o Iraque, a guerra contra a Líbia, a guerra contra a Síria. Guerras que demoliram estados inteiros e destruíram sociedades inteiras, causando milhões de vítimas, forçando milhões de pessoas à emigração forçada. No dia seguinte ao encontro com Draghi, Stoltenberg compareceu ao 70º aniversário do Colégio de Defesa da OTAN, para o qual cerca de 15.000 militares e civis de 80 países membros e parceiros da Aliança se formaram em Roma desde 1951. Depois de ser educado em todos os aspectos da “Segurança internacional”, passaram a “ocupar os mais altos cargos civis e militares”, ou seja, cargos de responsabilidade nos governos e nas forças armadas dos países membros e parceiros da OTAN. Nesta universidade de guerra, onde as estratégias mais sofisticadas são ensinadas, o setor mais importante é dedicado à Rússia. Agora vai se juntar a outro. No seu discurso de comemoração, o Secretário-Geral da OTAN sublinhou de facto: “A Rússia e a China estão a liderar uma resistência autoritária contra a ordem internacional baseada em regras”. Stoltenberg, entretanto, se esqueceu de especificar que “a ordem internacional deve ser baseada em nossas regras”.
A sensação de "bem-estar" do encontro virtual de terça-feira entre o presidente Joe Biden e o presidente Xi Jinping sai da cúpula EUA-Rússia em Genebra, em junho.
As conversas de Biden com o presidente russo, Vladimir Putin, aparentemente buscaram criar uma relação "estável e previsível" com a Rússia, mas hoje se fala em guerra.
Na terça-feira, Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional de Biden, disse durante um briefing sobre a cúpula que os EUA e parceiros com ideias semelhantes escreveriam as “regras para promover seus interesses e valores” e reagiriam contra a China. Na quinta-feira, Biden revelou que está considerando um boicote diplomático às Olimpíadas de Inverno em Pequim. Na sexta-feira, o Departamento de Estado dos EUA anunciou que um Diálogo de Parceria para a Prosperidade Econômica EUA-Taiwan será realizado hoje para fortalecer a cooperação comercial e econômica, destacando que Taiwan continuará sendo um sério ponto de conflito nas relações EUA-China e que o governo Biden intensificará as forças armadas e cooperação tecnológica com Taipei. No sábado, o chefe do Comando Indo-Pacífico dos EUA, almirante John Aquilino, reafirmou o compromisso da América em alcançar uma região indo-pacífica livre e aberta e enfatizou aos aliados a urgência de abordar as tensões crescentes com a China e suas ações militares. Desde então, altos funcionários da Casa Branca instaram Pequim a obedecer "às regras da estrada", ou "regras de trânsito" alternadamente. Na sexta-feira, a China respondeu. Qin Gang, embaixador nos EUA, questionou abertamente o mandato dos EUA de afirmar que Pequim deveria obedecer às "regras de trânsito" estabelecidas pela Casa Branca e acusou os EUA de tentar erguer outro "Muro de Berlim" para conter a China. consulte Mais informação Em comparação, a cúpula Biden-Putin em Genebra teve mais vida útil. No entanto, os EUA agora estão alertando seus aliados de que a Rússia parece estar caminhando para uma guerra na Ucrânia. Fundamentalmente, no plano diplomático, o objetivo do governo Biden é criar "grades de proteção" para evitar que as tensões bilaterais se tornem um conflito com a China ou a Rússia. Na realidade, porém, esses "guarda-corpos" atuariam como uma restrição unilateral da parte da China e da Rússia vis-à-vis os interesses dos EUA. É uma receita para desconfiança e antagonismo. Sourabh Gupta, membro sênior do Instituto de Estudos China-América em Washington, apropriadamente enquadrou o paradigma como “transacionalismo à la carte” que evita a cooperação genuína. Obviamente, nem a China nem a Rússia se conformarão com uma coexistência tão confusa e administrada, uma vez que Taiwan e Ucrânia são questões existenciais. Eles vão pagar o blefe dos EUA em algum momento. As atuais tensões sobre a Ucrânia são emblemáticas disso. Os EUA estão adotando a tática do salame, que é cada vez mais provocativa e coloca Pequim e Moscou em testes de resistência. Ele continua cutucando incansavelmente suas “linhas vermelhas” para criar novos fatos no terreno. Um importante analista russo, o professor Glenn Diesen, escreveu na semana passada, “As linhas vermelhas são sobre dissuasão. O objetivo de atraí-los em primeiro lugar é comunicar interesses de segurança cruciais e as graves consequências que resultariam se eles fossem minados. Em essência, os ultimatos de Moscou têm como objetivo impedir o Ocidente de cometer um erro de cálculo perigoso. ” Ele explicou: “A dissuasão depende dos três Cs: capacidade, credibilidade e comunicação. A Rússia tem capacidade militar para agir se suas linhas vermelhas forem cruzadas, demonstrou credibilidade em termos de preparação para agir sob ameaças e sabe que os detalhes devem ser comunicados com clareza para evitar que o Ocidente cometa qualquer erro que exigiria uma ação violenta resposta. No entanto, o ponto fraco em suas linhas vermelhas é a atual falta de detalhes sobre o que aconteceria se outra nação desse um passo longe demais ”. O Prof. Diesen estava escrevendo em RT financiado pelo Kremlin logo após as declarações enérgicas do presidente Vladimir Putin em Moscou em 18 de novembro, sobre as "linhas vermelhas" na Ucrânia. consulte Mais informação O que os Estados Unidos estão fazendo em Taiwan é quase o mesmo que na Ucrânia. Tanto em Taiwan quanto na Ucrânia, os Estados Unidos colocaram “fios de disparo” na forma de desdobramento de forças especiais, ofuscando a “linha vermelha”. E, em ambos os casos, os Estados Unidos recorrem ao lento avanço das táticas do salame - “conquista por meio do corte de fatias finas. Nenhuma ação é tão ultrajante a ponto de servir de pretexto para a guerra, mas, um dia, você se vira e percebe quanto terreno perdeu ”, escreveu o Prof. Diesen. consulte Mais informação A paciência de Moscou está se esgotando. Quintessencialmente, Moscou não pode e não aceitará mais o apoio dos EUA ao abandono dos acordos de Minsk por parte de Kiev; o incentivo do Ocidente aos sentimentos revanchistas na Ucrânia; o roteiro do Ocidente para transformar a Ucrânia como um estado “anti-russo”; a intensificação do apoio militar à Ucrânia; destacamento das forças dos EUA na Ucrânia e no Mar Negro; e O envolvimento ativo da OTAN com a Ucrânia e a presença no Mar Negro. Putin esperava que Biden sentisse as preocupações da Rússia, mas não houve correção de curso e a abordagem antiga está sendo vigorosamente avançada. Do ponto de vista russo, a política dos Estados Unidos está tornando impossível para Moscou ter laços normais com Kiev e está inexoravelmente levando à criação de um Estado anti-russo bem em sua fronteira ocidental. Curiosamente, Putin também trouxe para seus comentários a centralidade da quase aliança sino-russa. Putin disse: “Alguns de nossos parceiros ocidentais estão tentando abertamente abrir uma barreira entre Moscou e Pequim. Estamos bem cientes disso. Junto com nossos amigos chineses, continuaremos respondendo a essas tentativas, expandindo nossa cooperação política, econômica e outras, e coordenando etapas na arena mundial. ” O Ministério das Relações Exteriores da China saudou os comentários de Putin. Em 19 de novembro, a China e a Rússia conduziram uma patrulha aérea estratégica conjunta no Mar do Japão e no Mar da China Oriental. Dois bombardeiros com capacidade nuclear, cada um dos lados russo e chinês, participaram da patrulha que durou mais de dez horas. Tass destacou que Putin foi informado disso. O comunicado de imprensa conjunto afirmava, inter alia, que a patrulha visava "atualizar o nível de coordenação estratégica e capacidades operacionais conjuntas dos dois lados e proteger conjuntamente a estabilidade estratégica global". consulte Mais informação Para China e Rússia, Taiwan e Ucrânia são questões existenciais. Pequim não pode permitir a metástase de Taiwan como componente de um cordon sanitaire liderado pelos EUA. Moscou também não pode se permitir uma eventualidade semelhante ao longo de suas fronteiras oeste e sul. (Na semana passada, o secretário-geral da OTAN falou abertamente sobre a implantação de armas nucleares na Europa Oriental.) Basta dizer que a Rússia não aceitará estoicamente as tendências atuais. O que acontece depois? O Kremlin alertou sobre a gravidade da situação em desenvolvimento. Na verdade, ninguém está falando aqui sobre qualquer “conluio” sino-russo. Nem é o caso de Moscou ou Pequim, a questão é simplesmente uma questão de ir à guerra ou não. Tanto a China quanto a Rússia ainda podem adotar uma abordagem proativa para promover seus objetivos. É possível que Pequim tenha medidas para lidar com as provocações das forças de independência de Taiwan. Também para Moscou, não há opções para uma invasão da Ucrânia. Basta dizer que ambos os países têm opções em sua caixa de ferramentas que ainda não foram usadas. No entanto, é um cenário inteiramente novo se uma simultaneidade aparece na síndrome “ação-reação” no Extremo Oriente e no Leste Europeu. Existem variáveis em jogo, mas um cenário de simultaneidade não pode ter um desfecho favorável geopoliticamente para os EUA no oeste do Pacífico e globalmente. Na verdade, o mundo pode ter uma aparência totalmente diferente. Se Pequim observasse passivamente enquanto a Rússia "perde" na Ucrânia, os EUA apenas se sentirão encorajados e a capacidade da China de resistir à hegemonia dos EUA ficará enfraquecida. Mais uma vez, se os EUA emergirem triunfantes no Extremo Oriente, Washington imporá à Rússia uma redefinição da estabilidade estratégica global em seus termos, não importa o que aconteça. Taiwan e Ucrânia estão realmente unidos e as apostas não poderiam ser maiores para a Rússia e a China.
O convite dos EUA a Taiwan irritou as autoridades chineses, que dizem que os EUA não estão a cumprir a sua política da China única. Ontem, um navio norte-americano voltou a atravessar o Estreito de Taiwan pela primeira vez desde a reunião de Biden com Xi Jinping.
A ilha de Taiwan foi incluída entre os mais de 100 países convidados pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para participar na cimeira virtual sobre democracia, gerando protestos por parte da China.
A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, Zhu Fenglian, disse que a inclusão de Taiwan é um “erro”.
Zhu reiterou que a China, que não foi convidada para a cimeira, “opõe-se veementemente” a qualquer contacto oficial dos EUA com a “região chinesa de Taiwan”.
“A nossa posição é clara e consistente. Apelamos aos EUA que cumpram o princípio de “uma China” e aos três comunicados conjuntos”, rematou.
Já um porta-voz da presidência de Taiwan agradeceu a Biden o convite e disse que Taipé é uma “força para o bem na sociedade internacional” e que o convite já estava a ser negociado com Washington desde a Agosto, para o território partilhar a sua “experiência democrática”.
“Taiwan vai cooperar firmemente com países da mesma opinião para proteger os valores universais da liberdade, democracia e direitos humanos, e para garantir a paz regional, estabilidade e desenvolvimento”, afirmou Xavier Chang.
Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça usar a força caso a ilha declare a independência. A política de “uma China” dos Estados Unidos confirma a reclamação chinesa do território, mas não a reconhece oficialmente.
Desde que assumiu a presidência, Joe Biden tem continuado a apoiar esta posição antiga dos EUA, que reconhece Pequim e não Taipé, mas reforça que os Estados Unidos também se opõem a “esforços unilaterais para mudar o status quo ou minar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”.
Nos últimos meses, a tensão entre a China e Taiwan tem aumentado bastante devido aos voos que Pequim tem feito sobre a zona de defesa militar de Taiwan.
A reunificação com a ilha é também uma das bandeiras do governo de Xi Jinping. Apesar de já ter ameaçado uma intervenção militar, o líder chinês afirmou recentemente que quer uma reunificação pacífica.
As palavras de Xi Jinping de nada serviram para acalmar o Ministro da Defesa de Taiwan, que acredita mesmo que a situação actual é a mais tensa dos últimos 40 anos e que até 2025, a China pode entrar em Taiwan e anexar o território.
Os Estados Unidos têm apelado à calma, mas a administração Biden já deixou claro que se compromete a defender Taiwan caso Pequim invada a ilha.
Na semana passada, o Presidente chinês, Xi Jinping, advertiu Joe Biden que encorajar a independência da ilha é “uma tendência muito perigosa que equivale a brincar com o fogo”.
Ontem, pela primeira vez desde a reunião com o líder chinês, um navio norte-americano equipado com mísseis atravessou o Estreito de Taiwan. A Sétima Frota dos EUA afirmou que foi uma deslocação de rotina.
Esta travessia “demonstra o compromisso dos Estados Unidos com um Indo-Pacífico livre e aberto”, revela num comunicado.
Os navios de guerra dos EUA realizam periodicamente exercícios nestas águas, o que irrita a China, que, para além da ilha, reivindica as águas em redor de Taiwan.
Para além dos Estados Unidos, o Reino Unido, França, Canadá e Austrália também consideram estas águas internacionais e de livre passagem.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, condenou a travessia, apontando-a como uma “tentativa deliberada de interromper e minar a paz e a estabilidade regionais”.
“Os Estados Unidos deveriam corrigir imediatamente o seu erro”, avisou.
Taiwan é governada de forma autónoma desde 1949, quando os comunistas derrotaram os nacionalistas na guerra civil chinesa e estes se retiraram para a ilha. O território adoptou um sistema democrático na década de 90.
Em 1979, Washington rompeu as relações diplomáticas oficiais com Taipé, a favor de Pequim, embora tenha continuado a manter laços não oficiais com Taiwan.
Os Estados Unidos aprovaram a chamada Lei de Relações com Taiwan, que estabelece que Washington ajudará Taiwan em matéria de defesa, embora não garanta, nem exclua, que intervirá militarmente em caso de um ataque da China, numa linha política conhecida como “ambiguidade estratégica”.
A cimeira de dezembro será a primeira de duas sobre democracia que serão realizadas por Biden e visa uma “renovação democrática”, por meio de linhas de ação como a defesa contra o autoritarismo, o combate à corrupção ou o respeito pelos Direitos Humanos.
A Tiffany & Co. revelou este domingo a sua peça de ourivesaria mais cara de sempre: um conjunto de 180 quilates de diamantes em platina.
“The World’s Fair Necklace” é a nova peça da Tiffany e consiste num espantoso conjunto de 180 quilates de diamantes em platina.
O foco é um “Empire Diamond” oval de 80 quilates, de cor D (grau mais elevado e praticamente incolor), que foi eticamente obtido no Botswana, cortado e polido em Israel e colocado na oficina da Tiffany, em Nova Iorque.
A empresa, que revelou a nova peça no Dubai, disse que é a mais cara alguma vez criada e que, ao contrário do famoso “Tiffany Diamond Tiffany”, de 128.54 quilates – que nunca foi posto à venda por ter um valor “inestimável” -, já está disponível para venda.
A retalhista de luxo não atribuiu um valor ao “The World’s Fair Necklace”, mas os especialistas da indústria estimam que se situe entre os 20 milhões e os 30 milhões de dólares, escreve a CNN.
As joias de diamantes da Tiffany têm adornado celebridades ao longo de várias décadas, desde Audrey Hepburn até Beyoncé Knowles, que fez história por ser a primeira mulher negra a usar o icónico diamante Tiffany de 128.54 quilates para a nova campanha “Sobre o Amor” da Tiffany.
Segundo a Tiffany & Co., o design do “The World’s Fair Necklace” é inspirado num colar Tiffany feito para a Feira Mundial de 1939, realizada no Queens’ Flushing Meadow-Corona Park. O desenho apresentava uma pedra aquamarina de 200 quilates e mais de 400 diamantes.
A nova peça pode ser usada de uma forma inesperada: o “Empire Diamond” pode ser cuidadosamente retirado e ser usado num anel de platina, com a ajuda de um joalheiro Tiffany.
Todos os crustáceos decápodes e moluscos cefalópodes, como os polvos, as lulas, as lagostas e os caranguejos, vão passar a ser reconhecidos como animais sencientes na lei britânica.
Num comunicado publicado na semana passada, o Governo britânico anunciou que, no âmbito do projeto de lei sobre bem-estar animal (senciência), todos os crustáceos decápodes e moluscos cefalópodes vão passar a ser reconhecidos como seres sencientes.
O Executivo explicou que esta mudança acontece depois das conclusões de uma revisão independente feita pela Escola de Economia e Ciência Política de Londres, que concluiu que há fortes evidências científicas de que estes animais podem sentir.
Até agora, relembra o Governo, o mesmo projeto de lei já reconhecia todos os animais com espinha dorsal (vertebrados) como seres sencientes. No entanto, “ao contrário de alguns invertebrados (animais sem espinha dorsal), os crustáceos e os cefalópodes têm sistemas nervosos centrais complexos, que é uma das principais características da senciência”.
Apesar disso, esta novidade não vai afetar, para já, nenhuma da legislação em vigor ou as práticas de indústrias como a pesca e a restauração, assegurou-se no comunicado.
“O projeto de lei em causa dá a garantia crucial de que o bem-estar animal é corretamente considerado na hora de desenvolver novas leis. É agora claro que os decápodes e os cefalópodes podem sentir dor e, portanto, é justo que sejam abrangidos por esta peça vital da legislação”, afirmou, na mesma nota, Zac Goldsmith, ministro do Bem-Estar Animal.
Segundo o site IFLScience, vários outros países têm tomado medidas similares nos últimos anos. Por exemplo, a prática de ferver lagostas vivas sem as atordoar primeiro já é ilegal na Suíça, Noruega, Áustria e Nova Zelândia.
Em breve, os utilizadores da Uber Eats em Ontário, no Canadá, vão poder encomendar produtos de canábis através desta aplicação.
Esta segunda-feira, a Uber Canadá anunciou ter feito uma parceria com a rede de distribuição Tokyo Smoke para permitir que os seus clientes em Ontário possam encomendar canábis através da Uber Eats.
No entanto, como conta a BBC, a aplicação que presta serviços na área do transporte explicou que não vão ser os seus motoristas a fazer as entregas, ou seja, terão de ser na mesma os utilizadores a dirigir-se à loja para ir buscar os pedidos.
Os utilizadores da Uber Eats que estiverem interessados no serviço terão de fazer uma verificação da sua idade na aplicação e só depois poderão ir buscar as suas encomendas, disse ainda a empresa.
“Estamos a juntar-nos aos líderes desta indústria, como a Tokyo Smoke, para oferecer opções seguras e convenientes às pessoas de Ontário para comprarem canábis legal”, disse, num comunicado citado pela revista Vice, Lola Kassim, a principal responsável da Uber Eats Canadá.
Tal como explica a emissora britânica, embora o uso de canábis seja legal desde 2018 no Canadá, ainda é ilegal distribuí-la. Só a loja online administrada pelas autoridades locais, a Ontario Cannabis Store, pode fazê-lo, complementa a revista.
Ontário “fechou os olhos” a estas regras durante os primeiros tempos da pandemia, tendo deixado as lojas que vendem estes produtos fazer entregas. A medida acabou por ser suspensa em julho mas, de acordo com a Canadian Press, a província canadiana está a ponderar autorizá-lo de forma permanente.
De acordo com a BBC, o mercado da canábis no Canadá vale cerca de cinco mil milhões de dólares canadianos por ano, cerca de 3,5 mil milhões de euros.
Um raro manuscrito de Albert Einstein com notas sobre a Teoria da Relatividade foi leiloado em Paris, esta terça-feira, por um valor recorde de 11,6 milhões de euros.
De acordo com a agência France-Presse, o manuscrito tinha sido avaliado em cerca de dois a três milhões de euros, por isso, ter sido vendido por 11,6 milhões faz deste o valor mais alto alguma vez pago por um manuscrito do cientista alemão.
O documento contém trabalho preparatório sobre a Teoria da Relatividade, que foi publicada por Albert Einstein em 1915 e, segundo a Christie’s, que administrou a venda em nome da casa de leilões Aguttes, é “sem dúvida o manuscrito de Einstein mais valioso que já foi leiloado”.
O documento de 54 páginas foi escrito entre 1913 e 1914 em Zurique, na Suíça, pelas mãos do próprio Einstein, mas também pelas do seu amigo e engenheiro suíço Michele Besso.
A Christie’s revelou que foi graças a Besso que o manuscrito conseguiu ser preservado para a posteridade. Foi “quase um milagre”, já que Einstein dificilmente teria guardado o que considerava ser um simples documento de trabalho, acrescentou.
“Documentos científicos de Einstein deste período, e antes de 1919 no geral, são muito raros. Sendo um dos dois únicos manuscritos que documentam a génese da Teoria da Relatividade que conhecemos, é um testemunho extraordinário do trabalho de Einstein” e “permite-nos mergulhar na mente do maior cientista do século XX”, disse ainda a leiloeira.
A Comissão Europeia propôs, esta terça-feira, a criação de uma “lista negra” para transportadoras envolvidas em ações de “contrabando ou tráfico” de migrantes na fronteira da União Europeia (UE) com a Bielorrússia.
“Como parte da resposta unida da UE à instrumentalização de pessoas patrocinada pelo Estado [bielorrusso] na fronteira externa da União com a Bielorrússia, a Comissão e o Alto Representante propõem hoje medidas para prevenir e restringir as atividades dos operadores de transportes que se dedicam ou facilitam o contrabando ou o tráfico de pessoas para a UE”, indica o Executivo comunitário em comunicado.
Em causa está a tensão na fronteira bielorrussa-polaca, numa altura de forte pressão migratória na região e em que dezenas de migrantes já perderam a vida.
Argumentando que “os recentes acontecimentos na fronteira com a Bielorrússia não poderiam ter ocorrido sem a contribuição consciente ou inconsciente de certos operadores de transporte para a exploração das pessoas”, a Comissão Europeia propõe então ao Parlamento e ao Conselho um novo quadro jurídico que permita à UE adotar medidas específicas contra os operadores de transporte terrestre, aéreo, fluvial e marítimo que se dediquem ou facilitem o contrabando ou o tráfico de pessoas para o espaço comunitário.
Segundo a mesma nota, o Executivo europeu assegura que as medidas serão proporcionais e determinadas caso a caso, entre as quais estão, por exemplo, a limitação das operações no mercado europeu; a suspensão das licenças ou autorizações; a suspensão dos direitos de reabastecimento ou de manutenção dentro da UE e ainda a proibição de transitar ou sobrevoar a UE, fazer paragens técnicas ou escalas.
Bruxelas explica que, para isso, irá “acrescentar um novo instrumento à caixa de ferramentas da UE para apoiar os Estados-membros afetados por tais ataques híbridos” por parte do regime bielorrusso, como a Lituânia e a Letónia.
“Outras formas de apoio, nomeadamente a assistência humanitária, deverão acompanhar quaisquer medidas tomadas ao abrigo deste instrumento”, adiantou a instituição, que vai mobilizar 700 mil euros para a assistência dos migrantes que se encontram na fronteira.
O anúncio surge depois de, na semana passada, o Conselho da UE ter alterado o seu regime de sanções à Bielorrússia, alargando os critérios de listagem a cooperantes do regime, para responder à instrumentalização de migrantes e aos ataques híbridos de Minsk.
Com o alargamento dos critérios, as sanções da UE podem agora “visar indivíduos e entidades que organizam ou contribuem para atividades do regime de Lukashenko, que facilitam a passagem ilegal das fronteiras externas” para o bloco comunitário.
Após esta alteração, a UE pode então incluir as pessoas e empresas, como companhia aéreas, que colaboram com a Bielorrússia na condução de migrantes para as fronteiras com a União, nomeadamente a da Polónia.
A decisão seguiu-se às conclusões do Conselho Europeu de 21 e 22 de outubro, nas quais os líderes comunitários declararam que não aceitariam qualquer tentativa de países terceiros de instrumentalizar os migrantes para fins políticos, condenaram todos os ataques híbridos nas fronteiras da UE e afirmaram que responderiam em conformidade.
As sanções à Bielorrússia têm sido ampliadas progressivamente, desde outubro de 2020, acompanhando a situação no país, depois de terem sido adotadas em resposta às eleições presidenciais de agosto do ano passado, que a UE considera terem sido fraudulentas e manipuladas, não reconhecendo a reeleição de Lukashenko.
Citada pela nota hoje divulgada, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vincou também que “as tentativas de desestabilizar a UE através da instrumentalização das pessoas não vão funcionar” e que a União Europeia “nunca vai aceitar a exploração de seres humanos para fins políticos”.
Esta noite, um acidente com um autocarro fez pelo menos 45 mortos na Bulgária. Só sete passageiros conseguiram fugir às chamas.
Pelo menos 45 pessoas morreram esta madrugada na Bulgária, num acidente de autocarro que transportava cidadãos da Macedónia do Norte.
“Morreram 45 ou 46 pessoas” no acidente, que ocorreu na autoestrada perto da aldeia de Bosnek, 40 quilómetros a sul de Sófia, disse o comissário Nikolay Nikolov, chefe do serviço de controlo de catástrofes, na televisão estatal BNT.
“Sete passageiros foram resgatados” e transportados para um hospital na capital, acrescentou.
De acordo com o canal bTV, 12 crianças seguiam no autocarro, que vinha de Istambul em direção a Skopje.
A causa do acidente ainda não foi determinada. A agência Reuters informa, contudo, que o autocarro incendiou na sequência do acidente.
As autoridades búlgaras revelaram que o autocarro aparenta ter atingido uma barreira de segurança na auto-estrada antes ou depois de ter incendiado.
“Isto é uma tragédia. Não sabemos se todas as vítimas são da Macedónia do Norte, mas assumimos que sim porque o autocarro está registado no país”, disse o primeiro-ministro da Macedónia do Norte, Zoran Zaev, numa entrevista à Nova TV.
Ser o criador de uma invenção única que pode ter grande peso na história da humanidade deve ser uma das maiores satisfações que alguém pode sentir. Mas nem todas as invenções possuem fins exclusivamente benéficos para o mundo. Existem algumas que, na verdade, deixaram consequências trágicas. Alguns dos criadores dessas invenções acabaram por viver atormentados pelas suas próprias descobertas.
É o caso de quatro inventores que, muitas vezes sem avaliar o poder destrutivo das suas criações, acabaram por dar origem a algumas das armas mais letais da história. Robert Oppenheimer, o “pai da bomba atómica”
Nenhum outro cientista esteve tão ligado à criação e ao uso das bombas atómicas durante a Segunda Guerra Mundial como Robert Oppenheimer. O físico norte-americano foi o diretor do Projeto Manhattan, que conseguiu desenvolver a primeira bomba atómica da história.
A bomba foi detonada no deserto do Novo México (Estados Unidos) – numa operação denominada “Trinity” – a 16 de julho de 1945, menos de um mês antes do lançamento das bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão, que se estima que tenham causado a morte de cerca de 200 mil pessoas.
Oppenheimer, uma figura complexa e carismática, tinha-se dedicado a estudar os processos energéticos das partículas subatómicas, incluindo os eletrões, os positrões e os raios cósmicos. Mas o conflito bélico vivido na época fez com que a sua vida profissional tomasse outro rumo.
Depois de Albert Einstein enviar uma carta para o então presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, alertando sobre o perigo que ameaçava toda a humanidade se os nazis fossem os primeiros a fabricar uma bomba atómica, a ideia de criar uma arma nuclear tornou-se numa prioridade para o governo americano. Foi neste momento que Oppenheimer ganhou grande destaque junto da liderança desse processo.
Rapidamente, o físico começou a pesquisar um processo de separação do urânio-235 do urânio natural e a determinar a massa crítica necessária para a fabricação da bomba. Entre outras coisas, Oppenheimer recebeu instruções para estabelecer e administrar um laboratório para realizar essa tarefa. Para esse efeito, o cientista escolheu o planalto de Los Alamos, no Novo México, em 1943.
“Oppenheimer ocupou um cargo de imensa responsabilidade e foi levado ao seu limite”, revela Alex Wellerstein, historiador especialista em armas nucleares, à BBC.
“Ele envolveu-se em decisões fundamentais sobre o projeto das bombas atómicas e esteve pessoalmente relacionado com as decisões sobre como essas bombas seriam utilizadas. Determinou ainda que estas fossem usadas contra cidades inteiras e estava na liderança do comité que decidiu onde é que estas seriam lançadas”, acrescenta o especialista.
Posteriormente, Oppenheimer veio a expressar, em diversas ocasiões, o seu pesar pelo falecimento de milhares de vítimas em Hiroshima e Nagasaki. O cientistas renunciou ao cargo dois meses depois da explosão das bombas.
Entre 1947 e 1952, Oppenheimer foi assessor da Comissão de Energia Atómica dos Estados Unidos, quando defendeu o controlo internacional do poder nuclear, para evitar a proliferação dos armamentos nucleares e amenizar a corrida armamentista entre os Estados Unidos e a União Soviética.
Além disso, apresentou uma forte oposição ao desenvolvimento da bomba de hidrogénio. Mas os seus esforços não tiveram sucesso. Devido às suas polémicas declarações públicas – que resultaram em vários inimigos – as suas credenciais de segurança foram cessadas e o físico acabou por perder a sua influência política.
“No final da década de 1950 e no início dos anos 1960, Oppenheimer estava muito amargurado e lamentava muitas coisas. A razão do seu arrependimento sempre se concentrou nestes fracassos do pós-guerra. O cientista lamentou não ter tido sucesso nas suas ambições de controlo de armas e de não ter sido incapaz de amenizar o aumento dos grandes arsenais”, explica Wellerstein.
Depois da explosão das bombas, Oppenheimer disse que vieram à sua mente as palavras do texto sagrado hindu Bhagavad Gita: “Agora eu tornei-me a morte, a destruidora de mundos”.
Muitos historiadores interpretam estas palavras como um sentimento de culpa com relação à sua criação letal. Mas, para outros, como Wellerstein, estas estão relacionadas com o assombro perante algo “além deste mundo”, como são as armas nucleares. Arthur Galston e o agente laranja
O fisiologista e botânico norte-americano Arthur Galston nunca pensou que estivesse a criar algo que poderia ser utilizado como arma: o agente laranja. A sua área de estudos concentrava-se nas hormonas vegetais e nos efeitos da luz sobre o desenvolvimento das plantas.
Durante as suas pesquisas, o cientista fez experiências com um regulador do crescimento das plantas, chamado ácido tri-iodobenzoico (TIBA, da sigla em inglês). O fisiologista descobriu que esse componente poderia estimular a floração da soja e fazê-la crescer com mais rapidez. Também advertiu que, se fosse aplicado em excesso, o composto faria com que a planta perdesse as suas folhas.
Mas as descobertas de Galston não foram restritas ao mundo vegetal.
No contexto da Guerra do Vietname – ocorrida entre os anos de 1955 e 1975 – outros cientistas utilizaram as suas descobertas para criar o agente laranja, um herbicida poderoso que tinha como objetivo eliminar florestas e colheitas.
Entre 1962 e 1970, as tropas norte-americanas libertaram cerca de 75 milhões de litros do herbicida para destruir campos e expor as posições e rotas de movimentação dos seus inimigos.
Ao saber disto, Galston ficou profundamente abalado e alertou as autoridades sobre os enormes danos ambientais causados pelo agente laranja. Em seguida, afirmou que o herbicida também representava riscos para os seres humanos.
O componente mais perigoso do agente laranja é a dioxina, pois pode permanecer no meio ambiente ao longo de várias décadas e, entre outras consequências, pode causar cancro, má-formação fetal, problemas de infertilidade e atacar o sistema nervoso e imunológico.
As advertências de Galston e de outros cientistas fizeram com que o governo norte-americano encomendasse um estudo toxicológico. À luz dos resultados, o então presidente Richard Nixon ordenou a suspensão dos lançamentos do agente laranja.
Posteriormente, o botânico referiu que: “Eu costumava pensar que seria possível evitar envolver-se nas consequências antissociais da ciência simplesmente não trabalhando em nenhum projeto que pudesse ter fins malignos ou destrutivos. Aprendi que as coisas não são tão simples e que quase todas as descobertas científicas podem ser pervertidas ou deformadas”.
Galston também declarou que o agente laranja teve um “mau uso da ciência”, alegando que “a ciência destina-se a melhorar o progresso da humanidade e não a reduzi-lo. O seu uso como arma militar pareceu-me desaconselhável”. Mikhail Kalashnikov, criador do fuzil AK-47
Mikhail Kalashnikov foi o criador de uma das armas mais conhecidas do planeta: o fuzil semiautomático AK-47.
Em 1947, o engenheiro militar russo criou este fuzil simples, resistente e confiável que se tornou a principal arma dos exércitos soviético e russo, bem como de dezenas de outros países.
O AK-47 foi também símbolo de revolução em todo o mundo e esteve em ação nos campos de batalha de Angola, Vietname, Argélia e Afeganistão. Também foi usado por exércitos rebeldes na América Latina, como os das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do ELN (Exército de Libertação Nacional), na Colômbia. Por outro lado, grupos palestinos também utilizaram a arma com frequência.
A relativa simplicidade do projeto fez com que a sua fabricação fosse barata e sua manutenção no campo de batalha fosse simples. Assim, a arma tornou-se o fuzil de assalto mais utilizado no mundo. Calcula-se que o AK-47 seja responsável por mais mortes acumuladas do que as bombas atómicas.
Embora, ao longo da sua vida, Mikhail Kalashnikov tenha expressado poucos remorsos pela sua invenção mortal, o cientista confessou pouco antes da sua morte que sentia uma “dor espiritual insuportável”.
Numa carta dirigida ao líder da igreja ortodoxa russa, da qual fazia parte, Kalashnikov disse que se sentia responsável pelos milhões de mortes causadas pelo seu fuzil revolucionário.
“A minha dor espiritual é insuportável. Faço seguidamente a mesma pergunta sem resposta. Se o meu fuzil tirou a vida das pessoas, será que eu, cristão e crente ortodoxo, sou culpado pelas suas mortes?”, perguntou-se.
“Quanto mais tempo vivo, mais essa pergunta não me sai da cabeça e mais me pergunto por que Deus permitiu que o homem tivesse os desejos diabólicos da inveja, da cobiça e da agressão”, escreveu ainda na carta.
Alfred Nobel e a dinamite
Em dezembro de 1896, dois jovens engenheiros suecos tiveram a surpresa das suas vidas quando abriram o testamento de Alfred Nobel, que os encarregou de empregar a maior parte da sua fortuna com o propósito de criar uma entidade para celebrar o progresso da humanidade.
Seguindo as instruções do seu mestre, Ragnar Sohlman e Rudolf Lilljequist criaram a Fundação Nobel, que estabeleceu prémios anuais pelos méritos alcançados na Física, Química, Medicina e Fisiologia, Literatura e Paz Mundial. Em 1969, adicionou-se a Economia.
Este último desejo de Nobel não veio ao acaso e existe uma razão contundente por trás dele. Afirma-se que, nos seus últimos dias, a ideia da morte e da destruição geradas pela aplicação das suas criações o atormentava. Por isso, o cientista decidiu doar grande parte da sua fortuna para a criação da fundação.
Isto porque décadas antes, o químico, engenheiro, escritor e inventor sueco tinha inventado a dinamite.
Nascido numa família de engenheiros, Nobel trabalhou com o seu pai na fabricação de explosivos. Mas, em 1864, viveu uma experiência trágica que marcou a sua vida, quando o seu irmão mais novo e quatro outras pessoas morreram numa explosão de nitroglicerina.
Dois anos depois, em 1866, Nobel desenvolveu um método que permitiria manusear o instável explosivo líquido com segurança. Para reduzir a sua volatilidade, o cientista misturou nitroglicerina com um material poroso absorvente, criando a dinamite.
Esta invenção deu fama e riqueza ao seu inventor e iniciou uma nova era na construção, mas também na destruição. Isto porque não demorou muito para que esta começasse a ser utilizada com fins bélicos.
A dinamite foi empregada como conteúdo explosivo dos projéteis de artilharia e cargas de demolição militares, causando centenas de milhares de mortes.
Nobel morreu a 10 de dezembro de 1896, na sua casa em San Remo, em Itália, depois de assinar o seu testamento que definiu as bases para o que se tornaria no prémio internacional de maior prestígio em prol do progresso humano.
O Presidente de El Salvador anunciou, no último sábado, que o país poderá vir a albergar a primeira “cidade Bitcoin” do mundo.
No início de setembro, El Salvador foi notícia em todo o mundo por se ter tornado o primeiro país do mundo a reconhecer a Bitcoin como moeda legal. Ou seja, além de os salvadorenhos poderem pagar os seus impostos com esta criptomoeda, todos os agentes económicos do país têm de a aceitar como forma de pagamento.
Agora, este país da América Central volta a dar que falar, e também por causa das criptomoedas. No último sábado, conta a BBC, o Presidente Nayib Bukele anunciou que o país pretende construir a primeira “cidade Bitcoin” do mundo.
O chefe de Estado explicou que a ideia é construir esta cidade – que será circular para representar a forma de uma grande moeda – na região sudeste de La Unión, num local em que se poderá aproveitar a energia geotérmica do vulcão Conchagua para a mineração desta criptomoeda.
Segundo Bukele, de 40 anos, o projeto será financiado (como seria de esperar) com Bitcoin e disse ainda que esta nova cidade “terá de tudo”.
“Zonas residenciais, áreas comerciais, serviços, museus,
entretenimento, bares, restaurantes, um aeroporto, um porto e uma linha
ferroviária – tudo dedicado à Bitcoin”, explicou.
Além disso, o Presidente prometeu que por lá não serão cobrados
quaisquer impostos, exceto o Imposto de Valor Acrescentado (IVA), e que
metade da receita obtida seria usada para “construir a cidade”, enquanto
o resto seria para manter as ruas “organizadas e limpas”.
Bukele, que recentemente se auto-apelidou
de “ditador mais cool do mundo mundial”, ainda não deu datas para o
início de construção ou para a conclusão do projeto, mas estimou que
grande parte das infraestruturas públicas necessárias custariam cerca de 300 mil Bitcoins (atualmente, uma Bitcoin vale cerca de 50 mil euros).
A subida dos preços dos combustíveis tem afectado a popularidade de Joe Biden. Os EUA querem agora colaborar com países asiáticos para aumentarem juntos a produção de petróleo e controlar a inflação.
Segundo avança a Reuters, os Estados Unidos devem anunciar esta terça-feira um empréstimo de petróleo em bruto das suas reservas de emergência como parte de um acordo com vários países com o objectivo de baixar os preços da energia.
Este acordo surge depois dos EUA e de outros países terem apelado aos países produtores que integram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) a aumentar a exploração rapidamente para que a oferta responda à procura.
Até agora, a China, a Índia, a Coreia do Sul e o Japão já foram contactados por Joe Biden para também libertarem quantidades de petróleo estratégicas ao mesmo tempo que os EUA. As autoridades japanesas e indianas estão a ponderar como avançar.
A quantidade de petróleo que vai ser retirada das reservas não foi especificada pela fonte da Reuters. Esta decisão é também uma resposta às criticas que Biden tem recebido devido aos aumentos dos preços dos combustíveis e da inflação generalizada nos EUA, que tem feito estragos na sua popularidade.
O acordo inédito entre os Estados Unidos e os países asiáticos serve também como aviso para os principais produtores que devem aumentar a produção para se controlar a subida dos preços da energia.
De acordo com um analista, o impacto deste acordo depende da quantidade de petróleo em causa, mais uma libertação coordenada de cerca de 60 milhões de barris num período de 30 dias seria visto como o mercado produtor como algo “muito negativo para os preços”.
A OPEP+. que inclui os membros da OPEP e os seus aliados, como a Rússia, vai reunir-se a 2 de Dezembro para discutir a sua política de produção.
Nelson Castro escreveu um livro, intitulado A saúde de Diego: a verdadeira história, no qual alega que El Pibe foi enterrado sem coração.
Numa entrevista ao programa Almorzando con Mirtha Legran, do canal El Trece, médico e jornalista Nelson Castro apresentou o seu novo livro e fez algumas revelações surpreendentes sobre a estrela argentina.
De acordo com a versão do médico e jornalista, revelada na obra, Maradona foi “enterrado sem coração” para evitar que o corpo fosse profanado.
“Houve um grupo de adeptos que planeava extrair-lhe o coração. Não chegou a acontecer porque era um ato de uma ousadia enorme. Mas soube-se que podia suceder”, disse durante a promoção do livro.
“O seu coração foi extraído, também para ser estudado porque o coração é um órgão muito importante para determinar a causa do falecimento de Maradona. Evidentemente, a informação é que está enterrado sem o coração”, acrescentou, citado pelo Diário de Notícias.
O médico foi ainda mais longe, revelando algumas características do órgão. “O coração dele pesava meio quilo, quando o normal são 300 gramas. Tinha um coração grande por outras razões, como a insuficiência cardíaca e a patologia de que padecia.”
No que toca à resistência, Diego Maradona tinha “um corpo privilegiado”, revelou Nelson Castro, depois de ter acesso a arquivos secretos e documentos inéditos.
Na obra, lê-se que El Pibe revelou “uma personalidade aditiva desde muito cedo”, tendo começado a consumir drogas ainda no Boca Juniors, além de ser viciado em sexo.
“Tinha uma voracidade sexual impressionante, como se viu quando esteve em Cuba. Estava sempre rodeado por mulheres, o que foi um pesadelo para a Claudia Villafañe [a sua primeira mulher]”, sustentou o médico.
O astro morreu em casa, onde se encontrava a recuperar de uma cirurgia à cabeça quando sofreu uma paragem cardiorrespiratória. A autópsia revelou que o argentino morreu devido a um edema agudo no pulmão e uma paragem cardíaca.