sexta-feira, 6 de maio de 2022

Ucrânia avisa: Parada militar russa planeada para Mariupol !


9 de Maio aparece novamente nos supostos planos da Rússia. Ministro russo diz que veículos da NATO poderão ser destruídos.

Há uma data que tem sido repetida em notícias sobre a guerra na Ucrânia: 9 de Maio. E nesta quarta-feira o cenário repete-se.

Ainda em Março, foi divulgada a possibilidade de as forças russas quererem terminar o conflito no dia 9 de Maio, que seria o dia de uma eventual vitória triunfal na Ucrânia.

No dia 9 de Maio de 1945, na fase final da II Guerra Mundial, o Exército Soviético da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas derrotou oficialmente a Alemanha, já sem Adolf Hitler no comando (cometeu suicídio uma semana antes).

Agora, o Serviço de Informações Militar da Ucrânia avança que o lado russo está a preparar uma parada militar para esse dia, no porto de Mariupol, cidade na zona sudeste da Ucrânia e que tem sido um dos locais-chave no conflito. Está controlada, quase na totalidade, pelos russos.

“Mariupol vai tornar-se um centro de celebrações. As principais avenidas da cidade serão urgentemente limpas e serão removidos detritos, corpos dos mortos e e munições que não explodiram”, informa o comunicado do Serviço de Informações Militar da Ucrânia.

A ideia de Vladimir Putin e seus aliados será transmitir uma ideia de “alegria” das pessoas que moram em Mariupol, que estariam felizes devido à chegada dos russos à cidade. “É uma campanha de propaganda em larga escala”.

O dia 9 de Maio já é, todos os anos, sinónimo de parada militar em diversas cidades na Rússia, com maior visibilidade na capital Moscovo.

Sergei Shoigu, ministro da Defesa da Rússia, não confirmou essa intenção. Mencionou números mas não mencionou Mariupol: “Neste ano serão realizados desfiles militares em 28 cidades russas. Serão mobilizadas cerca de 65 mil pessoas”, avançou o ministro.
Destruir veículos NATO

Shoigu não falou sobre Mariupol mas deixou outro aviso: as forças russas poderão destruir veículos da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a NATO.

Os veículos da NATO em causa serão destruídos caso tenham armas e munições para reforçar as forças ucranianas.

“Qualquer transporte da Aliança Atlântica, que chegue ao país com armas ou meios para as forças armadas ucranianas, será visto por nós como um alvo legítimo para ser destruído”, avisou o ministro da Defesa.

Na mesma reunião com outros chefes militares, Sergei Shoigu comentou que as forças russas “estão a tomar medidas para garantir a segurança da população” e estão também a prestar ajuda humanitária a civis.

De acordo com o ministro, nos “territórios libertados” na Ucrânia, está a ser recuperada a “vida normal”.

https://zap.aeiou.pt/parada-militar-mariupol-477063

Insegurança alimentar grave aumenta em todo o mundo — E “as perspetivas para o futuro não são boas” !


A insegurança alimentar atingia quase 200 milhões de pessoas em todo o mundo em 2021, mais quase 40 milhões do que no ano anterior, devido a conflitos e crises climáticas e económicas, avançou a ONU.

De acordo com um relatório publicado esta quarta-feira pelas Nações Unidas, no ano passado, 193 milhões de pessoas em 53 países estavam em situação de insegurança alimentar aguda, ou seja, precisavam de assistência urgente para sobreviver.

A classificação engloba os níveis entre 3 e 5 da escala internacional de segurança alimentar: “crise”, “emergência” e “desastre”.

O número de pessoas nesta situação tem aumentado todos os anos desde 2016, quando este relatório passou a ser publicado anualmente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa Alimentar Mundial e a União Europeia.

Como sublinha a ONU no documento, o relatório de 2021 não leva em conta a guerra na Ucrânia, que teve início em 24 de fevereiro deste ano e promete agravar as fragilidades de países altamente dependentes das exportações russas e ucranianas de cereais e fertilizantes, como por exemplo a Somália.  

As projeções para 2022, que nesta fase incluem apenas 42 dos 53 países em causa, estimam que entre 179 e 181,1 milhões de pessoas poderão sofrer de insegurança alimentar aguda.

“A guerra já mostrou a natureza interligada e a fragilidade dos sistemas alimentares”, sublinha a FAO, avisando que “as perspetivas para o futuro não são boas”.

“Se não se fizer alguma coisa para apoiar as áreas rurais, a magnitude dos danos ligados à fome e à deterioração dos padrões de vida serão dramáticos. É necessário uma ação humanitária urgente em grande escala”, refere a organização.

O aumento registado em 2021 de pessoas que não sabem se vão ter alimentos no seu futuro próximo decorre de uma “combinação tóxica de conflitos, eventos climáticos extremos e choques económicos”, explica a FAO no relatório.

Os conflitos são a causa das dificuldades de sobrevivência alimentar para 139 milhões de pessoas, principalmente em países que passam por crises políticas e humanitárias como a República Democrática do Congo (RDC), a Etiópia, o Afeganistão ou o Iémen, os mais afetados.

As dificuldades económicas ligadas à pandemia de covid-19 foram, em 2021, menos graves do que em 2020, mas constituíram a principal causa de fome aguda para 30,2 milhões de pessoas em todo o mundo.

A ONU ressalva, no entanto, que os números também aumentaram porque a organização ampliou a cobertura geográfica do seu estudo, passando a incluir novos Estados como a RDCongo.

De acordo com a FAO, seriam necessários cerca de 1,4 mil milhões de euros de ajuda financeira imediata para aproveitar a época de plantio de sementes que decorre com vista a aumentar a produção em regiões de risco.

O tema vai estar em debate numa reunião que a FAO convocou para hoje para discutir possíveis ações de combate à insegurança alimentar no mundo.

https://zap.aeiou.pt/inseguranca-alimentar-grave-aumenta-477017


A adesão à NATO da Finlândia e da Suécia pode não ser assim tão fácil — E a culpa é de uma disputa na Croácia !


O Presidente croata quer impedir a adesão da Suécia e da Finlândia à NATO enquanto que o primeiro-ministro é a favor e acusa o chefe de Estado de ser um agente russo. A entrada de novos países na aliança tem de ser aprovada por todos os estados-membros.

A guerra na Rússia tem aproximado a Suécia e a Finlândia da NATO, especialmente depois das ameaças do Kremlin. Mas a adesão à aliança atlântica pode não ser tão fácil como parecia inicialmente devido a um braço de ferro interno na Croácia que pode vir a pôr em causa todo o processo, já que a adesão tem de ser aprovada por unanimidade por todos os estados-membros.

O Presidente croata, Zoran Milanovi, afirmou no início desta semana que nenhum político no país vai aprovar a entrada dos dois países nórdicos na aliança antes do Ocidente apoiar os vizinhos na Bósnia e quem desafiar esta ordem arrisca-se a ser considerado um traidor.

Os comentários do chefe de Estado foram desafiados publicamente pelo primeiro-ministro Andrej Plenkovic. Na Croácia, tal como em Portugal, o primeiro-ministro tem o poder executivo enquanto que o Presidente da República tem um papel mais cerimonial, apesar de ser o chefe das forças armadas, escreve a Bloomberg.

A relação entre Milanovic e Plenkovic já é azeda há muito e o chefe do Governo acusou o Presidente de estar a servir os interesses da Rússia. “A posição de ser contra a expansão da NATO é uma posição pró-russa. Isto é uma catástrofe e muito danoso para a Croácia”, afirmou.

Esta disputa interna no país pode assim vir a pôr em causa as promessas que Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, tem feito à Suécia e à Finlândia de que as suas eventuais entradas na aliança aconteceriam sem percalços e de que os dois países seriam recebidos “de braços abertos”.

Historicamente neutros, os dois países têm tipicamente uma posição de desalinhamento militar, apesar de já terem alguma proximidade da aliança atlântica e fazerem exercícios conjuntos com as tropas da NATO nos seus países.

No entanto, a guerra na Ucrânia e as sucessivas ameaças de Moscovo têm feito o poder político e a opinião pública começar a olhar para uma possível adesão à aliança militar com outros olhos, na esperança de que a entrada da NATO dissuada quaisquer intenções russas de agressão militar.

Milanovic, que também já foi primeiro-ministro pelo partido Social-Democrata de centro-esquerda, continua a ser o político mais popular da Croácia. Condenou a invasão das tropas russas, mas também tem tecido críticas ao apoio incondicional que o Governo tem dado a Kiev e acusou a Ucrânia de ser um estado corrupto.

Por sua vez, o primeiro-ministro, que é de centro-direita, pediu desculpas à Ucrânia em nome do país e tem acusado o Presidente de ser um agente russo. O conflito entre os dois pode ainda trazer mais instabilidade a uma nação que é o mais recente membro da União Europeia e pode aderir ao euro e ao espaço Schengen já no início do próximo ano.

https://zap.aeiou.pt/nato-finlandia-suecia-disputa-croacia-477013


Comissão Europeia avança com embargo total ao petróleo russo !


Presidente da Comissão Europeia ressalvou que haverá um regime de exceção para os países mais dependentes do petróleo russo.

Após semanas de discussão entre as instâncias centrais europeias e os Estados-membros, a Comissão Europeia apresentou esta manhã um novo pacote de sanções contra a Rússia que inclui a proibição total das importações de petróleo, seja ele marítimo e oleoduto, bruto e refinado. O anúncio foi feito esta manhã por Ursula von der Leyen, que especificou que o embargo será implementado de “forma progressiva e ordenada”, de modo a que os países e os seus parceiros europeus possam “assegurar rotas de abastecimento alternativas” e “minimizar o impacto nos mercados globais”.

“Iremos eliminar gradualmente o fornecimento russo de petróleo bruto no prazo de seis meses, e de produtos refinados até ao final do ano. Assim, maximizamos a pressão sobre a Rússia, ao mesmo tempo que minimizamos os danos colaterais para nós e para os nossos parceiros em todo o mundo”, disse a presidente da Comissão.

A responsável foi a própria a admitir que a medida terá um enorme impacto, mas a sua implementação está repleta de desafios, sobretudo para os países que apresentam níveis de dependência mais elevados. “Sejamos claros: não será fácil. Alguns países estão fortemente dependentes do abastecimento russo”, reconheceu. Este será o caso da Eslováquia e da Hungria. É, por isso, expectável que estes países beneficiem de um regime de exceção, que Von der Leyen classificou como um “tolerância”.

“Com estes passos, estamos a privar a economia russa da sua capacidade para se diversificar e modernizar”, afirmou a presidente da Comissão Europeia. Para além desta medida, Ursula von der Leyen anunciou ainda a exclusão do maior banco comercial da Rússia, o Sberbank, do sistema internacional de pagamento SWIFT, assim como outras duas instituições bancárias do país. De acordo com a responsável, estes bancos são “sistematicamente críticos para o sistema financeiro russo”.

Outra das medidas tem que ver com a proibição da difusão de três emissoras estatais russas de rádio e televisão que a Comissão categoriza como agentes de difusão de propaganda do Kremlin e desinformação. “Deixará de lhes ser permitido distribuir o seu conteúdo na União Europeia, sob qualquer forma ou formato, seja por cabo, via satélite, Internet ou através de aplicações para smartphones“.

A Comissão Europeia também fez saber que vai acrescentar à lista de indivíduos e entidades sujeitos ao congelamento de bens e entrada na União Europeia os nomes de “oficiais militares de alta patente e outros indivíduos que cometeram crimes de guerra em Bucha e são responsáveis pelo desumano cerco à cidade de Mariupol”.

Ursula von der Leyen acrescentou ainda que a Comissão Europeia está apostada na recuperação e reconstrução da Ucrânia assim que o conflito termine. “A escala de destruição é impressionante. Hospitais e escolas, casas, estradas, pontes, caminhos-de-ferro, teatros e fábricas — tudo tem de ser reconstruído”.

https://zap.aeiou.pt/bruxelas-avanca-com-embargo-total-ao-petroleo-russo-476974


quarta-feira, 4 de maio de 2022

Crescem rumores de um golpe de Estado na Rússia para matar Putin e acabar com a guerra !


Crescem os rumores de um golpe de Estado na Rússia, levado a cabo por ex-agentes da KGB, para matar Vladimir Putin e acabar com a guerra na Ucrânia.

O Kremlin tem garantido que Vladimir Putin não tem qualquer problema de saúde, mas o presidente da Rússia deverá ser operado em breve, segundo relatos do canal de Telegram General SVR. A justificação é que o Presidente russo está a lutar contra um cancro.

Novos rumores sugerem agora que vários ex-generais e funcionários da KGB estão a preparar-se para derrubar Vladimir Putin e acabar com a guerra na Ucrânia. Um golpe de Estado parece-lhes ser a melhor solução numa altura em que começam a ver a invasão da Ucrânia como um erro de julgamento por parte do líder russo.

Vários analistas e relatos dos órgãos locais dizem que o chefe do FSB está frustrado com a falta de progresso militar na Ucrânia e que está a juntar forças para o golpe de Estado. No cerno deste movimento está o grupo Siloviki, que é composto por ex-oficiais do FSB ativos na política russa.

“Esta é a primeira vez que os Siloviki estão a distanciar-se do Presidente. O que abre todo o tipo de possibilidades”, disse o especialista em segurança russo Andrei Soldatov.

Durante a operação de Putin, será Nikolai Patrushev quem vai passar a liderar a Rússia e todo o processo da guerra na Ucrânia. Patrushev foi chefe da polícia federal russa e é o líder do Conselho de Segurança da mesma entidade.

Nikolai Patrushev é descrito como a “pior opção” possível para ocupar o cargo de Putin. “É um vilão absoluto e não é melhor do que Putin. Além disso, é mais astuto e mais traiçoeiro. Se chegar ao poder, os problemas dos russos só se vão multiplicar”, lê-se no canal General SVR.

O antigo general norte-americano Jack Keane disse que Putin “fará qualquer coisa” para permanecer no poder, pois sabe que a alternativa seria a sua “morte”.

Segundo o The Sun, Putin já está a preparar-se para um possível golpe militar depois de expurgar 150 espiões devido à invasão da Ucrânia.

O analista russo Alexey Muraviev já tinha alertado que Putin enfrenta um potencial golpe dentro dos seus serviços militares e de inteligência. Muraviev disse à Sky News Australia que o golpe pode acontecer porque querem tentar vencer a guerra — e não para travar a agressão na Ucrânia, ao contrário de outros relatos.

“Acho que houve tensões entre a Rússia e a comunidade de inteligência e o presidente da Rússia, Vladimir Putin”, disse Muraviev.

“Acho que este tipo de narrativa falsa foi-lhes apresentada pelo Comandante Supremo e, depois de o tiro sair pela culatra quando os russos começaram a sofrer fortes perdas, Putin começou a culpar silenciosamente os serviços de segurança”, acrescentou.

Na SIC Notícias, José Milhazes explicou que se vive um clima de paranoia na Rússia. O jornalista argumenta que um hipotético golpe de Estado na Rússia poderia colocar na liderança alguém muito mais eurocético e anti-Ocidente que Vladimir Putin.

Milhazes apontou também que a onda de desinformação e forte opressão policial e mediática tem levado a uma proliferação de teorias sobre uma queda hipotética de Putin.

“Forma-se uma grande paranoia terrível, que leva agora ao aparecimento das mais diversas teses. Que Putin está doente, que vai haver um golpe de Estado… Tenta ver-se quem está a organizar um golpe de Estado e começa-se a entender que, se for aquele que indicam, valha-nos nossa senhora porque é pior que o Putin”, atirou.

https://zap.aeiou.pt/rumores-golpe-de-estado-russia-476980


Ataques misteriosos com seringas estão a assustar jovens em França !


Uma onda de agressões misteriosas com picadas de agulhas em discotecas, bares e espetáculos em várias cidades de França tem deixado as autoridades em alerta.

Donos de casas noturnas e organizadores de eventos festivos estão já a reforçar a segurança dos locais por receio de novos ataques.

Mais de uma centena de investigações foram abertas em França por “administração de substância nociva” em diversas localidades, como Nantes, Grenoble, Paris, Lyon, Béziers, Rennes e Toulouse. As vítimas são jovens, homens e mulheres, que relatam sintomas como náuseas, vertigens, perda de equilíbrio, dores musculares e suores.

As teorias sobre os motivos deste tipo de agressão estão em aberto, segundo os investigadores. Não se sabe se será uma forma de violência gratuita ou até mesmo uma espécie de desafio macabro “lançado nas redes sociais”.

A pena prevista para a administração de substâncias nocivas é de três anos de prisão, mas pode chegar a dez anos no caso de circunstâncias agravantes como a premeditação ou o dano causado à saúde da vítima.

A estudante de biologia Zoë Stoppaglia estava num bar em Grenoble, no sudeste de França, com amigos. Em entrevista ao jornal Le Monde, a jovem contou que tinha bebido apenas um copo de álcool horas antes de se sentir muito mal abruptamente, com problemas de visão e perda de força nas pernas, que a impossibilitou de conseguir ficar em pé.

Ao seu lado no bar, um jovem apresentava os mesmos sintomas. Ambos suspeitaram ter sido drogados e foram ao hospital. Os testes deram negativo para o GHB, conhecido como a “droga da violação”. No dia seguinte, o médico de Zoë detetou uma marca de injeção no corpo da jovem.

Zoë denunciou a ocorrência às autoridades e regressou ao hospital para exames complementares, ainda sem resultados, disse a estudante ao Le Monde. “Tenho medo. Não sei até agora o que me injetaram. Os médicos não conseguem descobrir”, afirmou.

Outra vítima, Élodie, teve perda de memória durante horas após passar a noite numa casa noturna em La Rochelle, no sudoeste do país. No dia seguinte, em entrevista ao Le Parisien, contou que descobriu duas marcas de injeção no seu braço e hematomas, confirmados por um certificado médico.

Outras vítimas também só identificaram a marca da agulha na pele no dia seguinte à agressão.

Já Marie dançava com amigos em Le Mans quando sentiu um formigueiro na coxa. “Uma dor súbita paralisou-me e as minhas pernas abandonaram-me. Não conseguia levantar-me. Os seguranças da discoteca acharam que eu estava bêbada e queriam expulsar-me. Um amigo achou que eu estava a ter um acidente vascular cerebral”, contou a jovem ao jornal Le Parisien.

A jovem passou a noite no hospital, onde uma enfermeira verificou que havia uma marca de agulha de seringa e um vermelhão na sua coxa.

Risco de HIV

Por medida preventiva, as vítimas iniciam rapidamente um tratamento com triterapia caso tenha ocorrido uma transmissão de AIDS por conta do uso de agulhas na agressão, mas até ao momento todos os testes de HIV deram negativo.

As autoridades francesas ainda não têm nenhum suspeito nem a confirmação da substância administrada, já que os exames realizados têm dado resultados negativos. Também não se sabe qual o tipo de agulha ou seringa que tem sido utilizado nas agressões, como por exemplo, uma injeção usada para aplicar insulina.

Em inúmeros casos, médicos e enfermeiros constataram marcas de picada da agulha em braços, coxas, nádegas, tornozelos, ombros ou nas costas das pessoas atacadas.

“É complicado porque é necessário que as vítimas reajam rapidamente”, afirmou o procurador de Béziers, Raphaël Balland, ao Le Monde. “Algumas substâncias desaparecem rapidamente do organismo. É o caso do GHB, que não pode ser mais detetado após algumas horas”.

Em Grenoble, os resultados de exames toxicológicos não revelaram, até ao momento, a presença de GHB ou GBL, ambas usadas por violadores para dopar as suas vítimas. Mas o procurador de Grenoble, Éric Vaillant, disse ao Le Parisien que estas análises foram feitas mais de 17 horas após as agressões, “o que não permite excluir formalmente a administração de GHB”.

Em Nantes, na Bretanha, o procurador Renaud Gaudel afirma que há até ao momento 45 casos deste tipo, que ocorreram em 17 estabelecimentos. Ainda são aguardados alguns resultados, mas até agora nem o GHB nem outro produto tóxico ou farmacêutico foi detetado. “O objetivo dessas picadas ainda precisa de ser elucidado”, disse Gaudel ao canal TF1.

O GHB pode ser injetado rapidamente, mas outras substâncias necessitam de uma injeção de alguns segundos. No entanto, as vítimas que perceberam instantaneamente que tinham sofrido uma picada relatam que foi feita rapidamente.

Uma fonte ligada às investigações em Béziers disse ao Le Monde que há a possibilidade de ser uma substância produzida pelo corpo humano, como adrenalina ou insulina em excesso.

Não houve nenhuma agressão sexual e em apenas um caso houve furto. Foi em Grenoble, onde um jovem prestou queixa afirmando ter sofrido uma picada de agulha numa discoteca e terem-lhe roubado o telemóvel, cartão de crédito, relógio e chaves.
Câmaras

Estas agressões preocupam os donos de discotecas, que passaram quase dois anos fechadas devido à pandemia de covid-19, recebendo ajudas financeiras do governo, e os organizadores de festivais, que tiveram de adiar os seus eventos.

Após funcionarem apenas cinco meses em 2021, as discotecas puderam reabrir em fevereiro deste ano.

Devido ao número crescente de queixas registadas por conta das misteriosas picadas, estabelecimentos estão a reforçar o controlo dos clientes na entrada, com revistas mais detalhadas, além da instalação de câmaras.

A discoteca Usine à Gaz, em Béziers, investiu 20 mil euros em câmaras, walkie-talkies e caixas de primeiros socorros, além de reforçar a equipa de segurança, segundo o seu gerente, Benoît Bienvenu. Desde então, diz que não houve nenhum novo caso de agressão com agulhas.

Já houve casos de picadas misteriosas num importante festival, o Printemps de Bourges. Durante o verão, a partir do final de junho, há grandes festivais em França, com dezenas de milhares de participantes, como o Hellfest, que atrai fãs de heavy metal.

“Levamos isto muito a sério. Vamos reforçar o sistema de revista dos participantes”, disse Gérard Pont, organizador do Francofolies de La Rochelle, que será realizado em julho, em declarações ao jornal Le Parisien.

“É preciso analisar a situação sem criar um pânico generalizado”, realça Jérôme Tréhorel, diretor do festival Vieilles Charues, que recebe 70 mil pessoas por dia. “Estamos a trabalhar com médicos, autoridades e a agência regional de saúde para ter um máximo de informações e tranquilizar o nosso público”, afirma.

https://zap.aeiou.pt/ataques-misteriosos-seringas-franca-476907


Kremlin quer travar celebridades anti-guerra: “Influenciam mentes imaturas” !


Homens próximos de Vladimir Putin estão preocupados com as palavras de figuras públicas, que se mostram contra a invasão à Ucrânia.

Na guerra na Ucrânia, a Rússia tenta controlar desde cedo, não só as operações no terreno, mas também as operações ao nível da comunicação.

Logo nas primeiras horas do conflito, houve medidas internas, com tentativas de controlar jornais e jornalistas.

Na semana seguinte a rádio Ekho Moskvy deixou de emitir. Uma rádio “silenciada”, cujo conteúdo não é controlado pelo Governo russo, ao contrário do que acontece com outras empresas.

Também não demorou muito a que o controlo chegasse às redes sociais. Quase um mês depois do início da guerra, o Facebook e o Instagram foram proibidos em computadores russos.

Nas redes sociais, e não só, surge outra prioridade recente no Kremlin: as declarações de figuras públicas russas que são contra a guerra.

Os homens próximos do presidente Vladimir Putin estão “preocupados” com essas declarações, indica o portal Meduza.

Músicos, actores, realizadores e humoristas estão na lista de ilustres que têm sido inconvenientes para o Kremlin.

Além das palavras, há também cartazes colocados em paragens de autocarro (em Krasnoyarsk, por exemplo) com imagens de figuras públicas que estiveram na cidade e que se manifestaram contra a guerra.

“Os artistas são formadores de opinião, influenciam o seu público, influenciam as suas mentes imaturas”, ironizou uma fonte de Moscovo.

Para tentar controlar estas opiniões públicas, o Kremlin vai retirar cartazes das ruas e vai sugerir que as administrações regionais digam publicamente que não concordam com estas personalidades.

Outra medida – que já foi anunciada no krai do Litoral – é proibir que esses artistas actuem na cidade em causa: “Não têm lugar aqui. Não vamos ceder espaços para tais cantores e cantoras”.

“Essas pessoas simplesmente esqueceram-se de esclarecer porque não se preocuparam e porque não choraram quando, a partir de 2014, a Ucrânia matou civis em Donbass”, declarou a ministra da Cultura local.

Na própria Duma, já surgiu a sugestão: se um artista diz publicamente que é contra a guerra, ficará proibido de voltar a actuar na Rússia. Mas esta medida não deve avançar.

A postura governativa contra os artistas tem sido algo discreta porque, se fosse mais visível, também a lista seria mais mediática e mais pessoas ficariam a saber quais são – e sobretudo quantas são – as figuras públicas que não apoiam o conflito na Ucrânia.

https://zap.aeiou.pt/kremlin-travar-celebridades-anti-guerra-476923


Pandemia agravou a endemia chamada obesidade !


Na Europa, quase dois terços dos adultos têm excesso de peso. Ficar em casa piorou o cenário. Lei portuguesa é exemplo positivo para a OMS.

A obesidade e excesso de peso têm dimensão de epidemia nos países da região europeia e só pioraram com a pandemia, revelou esta terça-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS).

No Relatório da Obesidade 2022 divulgado esta terça-feira, a OMS alerta que “de forma alarmante, tem havido aumentos consistentes na prevalência do excesso de peso e obesidade na região europeia [que compreende 53 países] e nenhum estado-membro está ao alcance da meta de travar o aumento da obesidade até 2025″.

Quase dois terços dos adultos e 8% das crianças com menos de cinco anos têm excesso de peso, aponta a OMS, salientando que a pandemia de Covid-19 teve um impacto “desfavorável no consumo de alimentos e padrões de atividade física”, com as ordens de confinamento emitidas pelos governos a afetarem “de forma desproporcional as pessoas que vivem com excesso de peso e obesidade”.

Por outro lado, o facto de a obesidade ser um fator de risco para casos mais graves de Covid-19 levou a que as pessoas com este problema se tenham isolado mais em casa, com inúmeras aplicações digitais de entrega de comida à disposição, com acesso fácil a comidas com alto teor de sal, gordura e açúcar, cujo impacto específico ainda está por conhecer.

Entre a população adulta na região europeia, há uma prevalência de 59% de excesso de peso, mais elevada nos homens (63%) do que nas mulheres (54%).

A obesidade atinge 23,3% da população na região europeia, a segunda taxa mais alta do mundo, a seguir à região das Américas.

As medidas tomadas para conter o contágio por Covid-19 fizeram subir os níveis de excesso de peso e obesidade entre crianças e adolescentes, conclui a OMS a partir de dados preliminares, agravando uma situação que já é preocupante: até aos cinco anos, a prevalência de excesso de peso e obesidade é de 9% e dispara para 30% nas idades entre os cinco e os nove anos.

Na adolescência, a prevalência da obesidade desce para 25% mas a OMS regista que entre 1975 e 2016, os números do excesso de peso e da obesidade triplicaram entre os rapazes com idades entre cinco e 19 anos e mais do que duplicaram entre as raparigas com as mesmas idades.

Nos adultos a prevalência da obesidade aumentou 138% entre 1975 e 2016. Só entre 2006 e 2016, o aumento foi de 21%.

Entre as várias consequências para a saúde está o risco aumentado de cancro.

“A obesidade é causa direta provável de pelo menos 200.000 casos de cancro anuais, um número que se prevê que aumente nas próximas décadas”, para além de ser responsável por “1,2 milhões de mortes anuais” na região europeia da OMS.

“Para alguns países da região, prevê-se que a obesidade ultrapasse o fumo como fator de risco principal para cancros evitáveis nas próximas décadas”, refere a OMS, apontando o excesso de peso como causa de pelo menos 13 tipos diferentes de cancro, incluindo cancros da mama, colorretais, dos rins, fígado e ovários.

Recomendações e o exemplo de Portugal

As recomendações da OMS incluem mais impostos sobre alimentos “não saudáveis” e restrições na sua “venda, publicidade e tamanho de porções”, a par de “subsídios para aumentar o consumo de fruta e vegetais”.

Neste âmbito, a OMS destaca Portugal como país que “desde 2019 tem uma lei que restringe a publicidade de bebidas e alimentos ricos em gordura, sal e açúcar, que só podem ser publicitados se estiverem de acordo com os modelos nutricionais portugueses, baseados nos da OMS Europa”.

“Algumas violações da lei foram denunciadas e encaminhadas para o sistema judiciário pela autoridade competente, mas estes processos demonstraram ser complexos e desafiantes para provar”, ressalva a OMS, salientando que para se poder cumprir uma lei destas, é preciso “um sistema de monitorização rigoroso, especialmente com as novas tecnologias e técnicas” do ‘marketing digital’.

Recomenda ainda que “todos os alimentos e bebidas servidos ou vendidos em ambientes públicos contribuam para a promoção de dietas saudáveis” e que se controle “a concentração de estabelecimentos de comida não saudável” na vizinhança de escolas.

Na frente do exercício físico, recomenda que as populações tenham “acesso conveniente e seguro a espaço público aberto e de qualidade”, bem como incentivos como “caminhos pedestres seguros, ciclovias locais e percursos pedonais orientados por adultos para crianças dos estabelecimentos de educação locais”.

Devem ainda existir “serviços para gestão do excesso de peso e obesidade” integrados nos cuidados de saúde universais, defende.

Números em Portugal

De acordo com os dados da OMS, 57,5% da população adulta em Portugal em 2016 tinha excesso de peso. Olhando só para as mulheres, o excesso de peso afetava 52%, enquanto nos homens a prevalência estava em 63,1%.

Das pessoas com excesso de peso, 20,3% eram consideradas obesas, com uma prevalência semelhante para homens e mulheres.

Ainda em Portugal, em números atualizados em 2020, 8,5% das crianças com menos de cinco anos têm excesso de peso, no que se incluem os casos de obesidade.

Para a faixa entre os cinco e os nove anos, dados de 2016 indicavam uma prevalência de excesso de peso de 37,2% e obesidade nos 15%.

Também em números de 2016, para os jovens com idades entre os 10 e os 19 anos, 31,2% tinham excesso de peso e 8,7% obesidade. A OMS cita também números de 2012 que indicam que mais de 40% dos adolescentes não comiam nem fruta nem vegetais diariamente.

A OMS nota um aumento na percentagem de mulheres com excesso de peso durante a gravidez, apontando Portugal, Espanha, Reino Unido, Irlanda e Hungria como países em que “se estima que mais de 20% das mulheres tenham obesidade quando engravidam”, uma tendência acentuada em mulheres “de estratos socioeconómicos mais baixos”.

https://zap.aeiou.pt/pandemia-obesidade-476812

 

Ucranianos pagam a russos e a ucranianos para mudar de cidade !


Para fugir à guerra, há cidadãos ucranianos que pagam a outros ucranianos, que têm contactos com russos, nos postos de controlo.

A guerra também é sinónimo de negócios paralelos e de outros crimes. E o conflito na Ucrânia não é excepção.

Já partilhamos aqui o alerta da UNICEF, que avisou que as crianças refugiadas ficam em risco de serem vítimas de violência, de exploração sexual e de tráfico humano.

Agora chega mais um relato, desta vez sobre ucranianos que recebem dinheiro para retirar compatriotas da cidade onde viviam.

Esses cidadãos da Ucrânia, que são pagos para ajudar outros ucranianos, aproveitam alguns contactos que têm com russos que estão em postos de controlo de refugiados.

No geral, estes ucranianos que recebem dinheiro são motoristas, que operam nos arredores de Zaporizhzhya, em diversas vilas ou cidades.

A RTP cruzou-se com o caso de Sergey Zaugolnikov, ucraniano que contou o que os seus familiares estão a ver, para poderem sair de Melitopol.

“Desculpe a expressão, mas algumas bestas de Melitopol estão a exigir dinheiro para atravessar as pessoas”, contou Sergey, que mora em Zaporizhzhya.

Marina Kypriyanova, que saiu precisamente de Melitopol, revelou que há compatriotas a receber entre 200 e 250 dólares (aproximadamente entre 190 e 235 euros) para deixar passar outros ucranianos para outras cidades.

Os preços diferem de caso para caso: quem tiver viatura própria paga 95 euros e é guiado numa espécie de caravana.

Outros relatos indicam que, quem chega sozinho ao posto de controlo russo, tenta subornar militares russos com dinheiro, bebidas ou outros bens. E com resultado, porque os ucranianos conseguem atravessar o local e passam a viver numa cidade mais segura.

https://zap.aeiou.pt/ucranianos-pagam-a-russos-e-a-ucranianos-para-mudar-de-cidade-476802

 

terça-feira, 3 de maio de 2022

Putin será operado - Líder temporário “é mais traiçoeiro” do que o presidente !


Vladimir Putin deverá ser operado, numa luta contra o cancro. Nikolai Patrushev será o seu substituto, mas durante pouco tempo.

O Kremlin tem garantido que Vladimir Putin não tem qualquer problema de saúde mas o presidente da Rússia deverá ser operado em breve.

O jornal New York Post cita o General SVR, que no sábado indicou que Putin será operado, na sua luta contra o cancro.

Nikolai Patrushev vai passar a liderar a Rússia e todo o processo da guerra na Ucrânia. Patrushev foi chefe da polícia federal russa e é o líder do Conselho de Segurança da mesma entidade.

No entanto, esta transferência de liderança deverá durar pouco tempo. Só irá acontecer no período de recuperação da cirurgia, que deve ser de poucos dias.  

É pouco provável que Putin entregue o poder a outra pessoa durante um longo período de tempo, acrescenta a fonte.

Nikolai Patrushev é descrito como a “pior opção” possível para ocupar o cargo de Putin: “É um vilão absoluto e não é melhor do que Putin. Além disso, é mais astuto e mais traiçoeiro. Se chegar ao poder, os problemas dos russos só se vão multiplicar”.

Patrushev e Putin já terão tido uma conversa longa, na semana passada, para definir os próximos passos das forças russas.

Estado de Putin

O Governo da Rússia tem repetido a ideia de que Vladimir Putin não tem qualquer problema de saúde.

No entanto, nos últimos quatro anos o presidente já terá sido visitado dezenas de vezes (em segredo) por um oncologista. Putin já terá sido informado há alguns anos que tem um cancro.

No ano passado, e sempre de forma muito discreta, o líder do Kremlin terá sido operado. O problema será na tiróide e estará a avançar no corpo de Putin.

https://zap.aeiou.pt/putin-operado-476673

 

Fezes, gravação estranha, gargalhadas: O “teatro absurdo” no julgamento de Johnny Depp !


Um dos julgamentos mais mediático dos últimos tempos, entre o actor e Amber Heard. Tem havido momentos, no mínimo, inesperados.

Johnny Depp e Amber Heard continuam a protagonizar um julgamento muito mediático e igualmente insólito. O tribunal na Virginia, Estados Unidos da América, é o palco deste julgamento há três semanas – e ainda vai a meio, no mínimo.

Primeiro, a parte séria: o actor processou a ex-mulher. Exige mais de 47 milhões de euros a Heard porque queixa-se de que um texto escrito pela ex-mulher, há quatro anos, arruinou a sua carreira enquanto actor. Nesse texto, Heard escreveu que era uma “figura pública a representar a violência doméstica”. A atriz reagiu e pede cerca de 84 milhões de euros.

No tal texto, Heard nunca escreve o nome do seu ex-marido mas a cronologia aponta para essa relação. O actor assegura que nunca bateu na actriz.

Ao longo destas três semanas, a defesa de Depp já acusou Heard de apresentar uma “farsa” com o objectivo de baixar a reputação do actor; os advogados de Heard alegam que Depp era um parceiro viciado em drogas e álcool, com tendência para agredir.
 
Na terça-feira, a psicóloga forense Shannon Curry disse aos jurados que acreditava que Amber Heard sofria de dois transtornos: transtorno de personalidade borderline e transtorno de personalidade histriónica.

Johnny Depp disse que também já foi vítima de violência doméstica e mostrou o dedo que, narrou, foi cortado durante uma discussão com a antiga parceira.

Momentos “bizarros”

Não será arriscado afirmar que este julgamento é o mais mediático dos últimos anos, a nível global. E, assim, os momentos caricatos assumem maior mediatismo.

Uma das gravações mais polémicas foi esta: “Conta ao mundo, Johhny. Diz-lhes: eu, Johnny Depp, um homem, sou vítima de violência doméstica, e vê quantas pessoas vão acreditar em ti ou ficar do teu lado”, disse Heard.

Na quinta-feira passada, as fezes entraram no processo. De acordo com um ex-motorista e segurança de Depp, Heard admitiu que defecou na cama do ex-marido. “Brincadeira horrível que correu mal”, terá dito a acusada. Depp sorriu durante este depoimento.

Os risos multiplicaram-se no mesmo dia, noutro testemunho. Um guarda-costas do actor contou que ouviu gritos e, quando entrou em casa, viu Depp. O advogado de Heard fez duas perguntas: “Ele estava a urinar?” e “Tirou o pénis?”. A resposta: “Acho que me lembraria se tivesse visto o pénis dele”, respondeu o segurança, no meio de risos de diversas pessoas que estavam na sessão, incluindo Depp.

No dia anterior, foi reproduzido o depoimento (gravado) de Alejandro Romero, antigo porteiro do local onde o casal morava. Romero gravou o testemunho dentro do carro, a fumar e a conduzir enquanto falava. “Depoimento bizarro”, descreveu o advogado da actriz. “Nunca tinha visto isto. Já vi muitas coisas, mas nunca isto”, reagiu a juíza.

Depois, há declarações desmentidas e teorias. Heard terá utilizado maquilhagem para disfarçar agressões – material de maquilhagem que ainda nem estava a ser vendido no momento da alegada agressão. E há um aparente problema: a advogada de Heard é uma fã de…Depp. Já foi fotografada no meio de fãs do actor, numa estreia de um filme.

Cenas que levaram Emily Hill a resumir este julgamento: “É um teatro absurdo”, escreveu, no portal The Spectator, acrescentando: “Todas estas audiências em tribunal têm sido mais engraçadas do que qualquer comédia de lixo que foi publicada ao longo da última década”.

Olhando para o que tem sido apresentado, Emily não acredita que Depp tenha sido violento com a ex-mulher: “A forma como ele é bem-educado e equilibrado ao lidar com os advogados de Heard… Se ele é um homem violento, alguém que lhe entregue o Óscar que tiraram ao Will Smith”.

https://zap.aeiou.pt/teatro-julgamento-depp-476686

 

O “bombardeamento de estímulos” nas redes sociais pode ser suavizado !


Relação com as redes sociais é um problema para muita gente. Mindfulness já mostrou que pode ajudar a afastar as pessoas do vício.

“Somos bombardeados com estímulos”, resume Camille, uma estudante.

O artigo no portal Psychology Today centra-se no vício que é, para muita gente, as redes sociais.

“A relação com as redes sociais é um dos receios partilhados mais frequentemente entre os jovens adultos. E dado que estás a ler isto num ecrã, é provável que te identifiques com este desafio”, começa o artigo do professor Eric B. Loucks.

Nem precisamos de estatísticas ou de inquéritos para sabemos que as redes sociais são um vício para muitas pessoas.
 
E essa relação pode revelar como a pessoa iria lidar com outros vícios: álcool, açúcar e cafeína. Alguns viciados afastam-se totalmente das redes sociais, outros tentam ser mais conscientes em relação à sua utilização. Não há uma resposta igual para todos.

Mas há um problema bem evidente. Camille volta a falar: “Somos bombardeados com estímulos. Também pode sugar o nosso tempo e a nossa energia. Temos de aproveitar o que existe de positivo na internet, nas opções digitais; mas ignorar o ruído e a sua natureza excessiva é um grande desafio para os jovens”.

Outra estudante, Sabrina, partilha outro problema: “Já reparei nos efeitos que as redes sociais e a tecnologia têm na minha vida. A minha geração glorifica mulheres muito muito magras. A tal ponto que deixa de ser saudável”.

“Todas as mulheres que conheço têm distúrbios relacionados com o peso, com a alimentação e com a imagem do seu corpo. O denominado ‘peso ideal’ não é saudável, mas muitas raparigas tomam medidas extremas para atingir esse objectivo”, continuou Sabrina.

Para combater este vício, claro que o passo principal é a pessoa ter a consciência de que está afectada por esta “doença”. E tentar afastar-se, caso o cenário seja preocupante.

E, para ajudar, surge o mindfulness. O conceito, que deriva da meditação budista, pode ser traduzido para português como “atenção plena” – a sua prioridade é recentrar o foco da pessoa, gerir melhor os recursos interiores, viver plenamente cada momento de forma consciente e sem auto-julgamento.

É uma forma de cada pessoa tentar ter uma relação mais saudável com tudo que acontece. Estabelecer um propósito, uma intenção.

Um estudo avaliou os efeitos de uma aplicação de mindfulness. Conjugando com um auto-controlo do tempo gasto em redes sociais, os resultados mostraram que as pessoas ficaram realmente mais longe do smartphone após 10 dias de mindfulness.

https://zap.aeiou.pt/redes-sociais-mindfulness-476665


Alemanha poderá deixar de importar petróleo russo até ao final do verão !


A Alemanha pode deixar de importar petróleo russo até ao final do verão. Robert Habeck diz que, em matéria de importação de recursos energéticos da Rússia, o país reduziu a quota de petróleo para 12%.

A Alemanha poderá deixar de importar petróleo russo até ao final do verão, afirmou este domingo o ministro alemão da Economia e da Energia, Robert Habeck.

Em comunicado, citado pela Associated Press, o ministro revelou que, em matéria de importação de recursos energéticos da Rússia, a Alemanha conseguiu reduzir a quota de petróleo para 12%, a de carvão para 8% e a de gás natural para 35%.

“Todos os passos que temos dado exigem um enorme esforço coletivo de todos os intervenientes e também representam custos para a economia e para os consumidores. Mas são necessários para que não voltemos a ser chantageados pela Rússia”, afirmou o ministro.

Com a Alemanha a procurar alternativas de fornecimento de energia junto de outros países, Robert Habeck considerou “realista” apontar o fim das importações de petróleo russo até ao final do verão.  

A Alemanha tem estado a ser fortemente pressionada para deixar de importar recursos energéticos da Rússia, como boicote em resposta à invasão militar da Ucrânia pelo regime de Vladimir Putin.

No início de abril, a União Europeia (UE) anunciou que irá proibir a importação de carvão russo a partir de agosto, o que representa apenas uma pequena parte de um negócio de energia dominado por petróleo e gás natural, mais lucrativo para o Kremlin e difícil para a UE de sancionar.

Segundo a AP, os Estados-membros da União Europeia pagam à Rússia, em conjunto, 805 milhões de euros diários para terem petróleo e gás natural, sendo a Alemanha um dos principais consumidores.

https://zap.aeiou.pt/alemanha-podera-deixar-de-importar-petroleo-russo-ate-ao-final-do-verao-476479


“Momento de loucura” - Deputado Conservador demite-se após ver pornografia no Parlamento !


A demissão de Neil Parish pode representar mais uma derrota para os Conservadores nas eleições antecipadas para o seu lugar e surge mesmo em cima das autárquicas que vão ter lugar esta semana.

Depois de uma polémica sobre um cruzar de pernas ter despoletado um debate nacional sobre o sexismo no Parlamento no Reino Unido, o deputado Conservador Neil Parish tornou-se o foco de num novo escândalo sexual na política britânica.

Parish anunciou a sua demissão no sábado depois de ter admitido que viu pornografia em duas ocasiões no seu telemóvel enquanto estava na Câmara dos Comuns.

A acusação surgiu inicialmente após uma reunião de mulheres do grupo Conservador 2022 em Westminster, com duas mulheres a dizerem que testemunharam um deputado a ver pornografia no plenário e uma outra Ministra a afirmar que também tinha visto o mesmo durante uma reunião de um comité. Inicialmente, não foi divulgado quem era o deputado em questão.

O comité independente que investiga queixas de assédio e má conduta sexual no Parlamento abriu uma investigação. O primeiro-ministro, Boris Johnson, comentou o caso considerando-o “inaceitável“, mas pediu paciência pelo fim da investigação.

Na sexta-feira, o jornal The Telegraph avançou que Neil Parish era o deputado em questão. A sua esposa defendeu-o publicamente, descrevendo a situação como “embaraçosa” e “estúpida”.

Quando confrontado pelos jornalistas, o deputado confessou que abriu algo por engano no Parlamento, mas que estava à espera do resultado da investigação. No entanto, Paris acabou por não resistir à pressão pública e anunciou a demissão no sábado, descrevendo a visualização de pornografia como um “momento de loucura”.

“A situação é que, curiosamente, estava a ver tratores. Fui para outro site que tinha um nome semelhante e vi durante algum tempo, o que não devia ter feito. Mas o meu maior crime é que noutra ocasião, vi outra vez. O que eu fiz foi absolutamente errado. Peço desculpas totalmente”, confessou à BBC.

O deputado explicou que inicialmente ia explicar ao comité o que tinha acontecido, mas que decidiu demitir-se depois de se aperceber da “agitação e danos” que estava a causar à sua família e ao eleitorado.

A deputada Trabalhista Thangam Debbonaire afirmou que Paris tomou a decisão certa ao demitir-se após o seu “comportamento nojento“. “Mas é chocante que os Conservadores tenham permitido que este fiasco se tenha arrastado durante tantos dias. Repetidamente os Conservadores recusam agir, recorrendo a encobrimentos e arrastando a reputação de outros deputados e da Câmara com eles”, criticou.

Esta demissão surgiu apenas alguns dias antes das eleições autárquicas que terão lugar no Reino Unido na quinta-feira, que estão a ser encaradas como um referendo à liderança de Boris Johnson depois da sua imagem ter sido abalada pelo partygate e por outros escândalos.

A saída de Parish abre agora a porta a uma nova eleição antecipada em Tiverton e Honiton, no Devonshire. Um bastião dos Conservadores, a vitória do partido pode estar em risco com a proximidade dos Liberais-Democratas, que também já roubaram um lugar histórico aos Tories em Dezembro, em North Shropshire.

Parish pode ter cometido um crime

De acordo com a Trabalhista Jess Phillips, é ainda possível que Parish tenha cometido um crime ao ver pornografia no Parlamento, citando uma lei presente no Acto de Exibições Indecentes de 1981.

“Se qualquer acto indecente for exibido, a pessoa a fazer a exibição e qualquer pessoa a causá-la ou permiti-la é considerada culpada da ofensa“, lê-se na lei, que prevê uma moldura penal desde uma multa até dois anos de prisão.

Phillips afirma ao Observer que a lei é pouco conhecida e que, por isso, é poucas vezes aplicada e adianta que os Trabalhistas já pediram uma revisão para se perceber se a legislação abrange este caso.

A deputada apela ainda à criação de uma campanha pública de informação sobre o facto da visualização de pornografia em público ser crime. “Já existem bastantes leis destinadas a proteger as mulheres e as meninas na sociedade, mas não são aplicadas. As pessoas não sabem que se podem queixar“, remata.

https://zap.aeiou.pt/autarquicas-conservador-pornografia-476473


segunda-feira, 2 de maio de 2022

Aldeias do Laos decoram casas com bombas não detonadas da Guerra do Vietname !


Em várias aldeias do Laos, os habitantes decoram as suas casas com invólucros de bombas não detonadas da Guerra do Vietname.

A Guerra do Vietname foi um conflito entre o Vietname do Norte e o Vietname do Sul, entre 1959 e 1975. O conflito foi motivado por questões ideológicas e contou com a participação do exército norte-americano de 1965 a 1973. Estima-se que tenham morrido entre 1,5 e 3 milhões de pessoas.

A 7 de fevereiro de 1965, a aviação americana iniciou a sua ofensiva de bombardeamentos contínuos contra o Vietname do Norte. Para forçar os comunistas a abandonar a luta, os americanos lançaram 7 milhões de toneladas de bombas — um total de mais de 270 milhões de bombas durante toda a guerra.

“Em média, isso equivale a uma missão de bombardeamento a cada oito minutos, 24 horas por dia, durante nove anos”, disse Sarah Goring, da Mines Advisory Group (MAG).

Ainda hoje, décadas depois, cerca de 30% das bombas lançadas permanecem por detonar na região. Há cerca de 80 milhões de bombas não detonadas em Laos — é o país mais bombardeado per capita da História.

Apesar do perigo que representam, alguns aldeões usam as bombas para construir as suas casas, escreve a Insider. Desde 1964, mais de 50 mil pessoas foram mortas ou feridas por explosivos que detonaram mais tarde.

Em muitas aldeias do Laos, essas bombas e outras relíquias do tempo da guerra tornaram-se elementos decorativos. Tanques de combustível de avião, por exemplo, encontraram uma segunda vida como canoas, destaca o portal.

Dependendo do tamanho, os invólucros das bombas são usados para diferentes propósitos: os mais pequenos servem de canteiros, por exemplo.


Bomba não detonada usada como canteiro.

Os aldeões também usam as bombas não detonadas como sucata. “Elas estavam por toda a parte, por isso decidimos aproveitar ao máximo o que temos”, disse La lok, habitante de Ban Napia, em declarações ao The Guardian.

Parte do perigo destas bombas não detonadas vem do facto de que não há como os aldeões saberem se uma bomba ainda está ativa. Muitos deles arregaçam as mangas e optam por mudá-las de sítio.

“Nós nunca encorajaríamos isso, mas eu consigo entender”, disse Goring. “O que é que você faria? Encontra no meio do seu arrozal que pode atingir no ano que vem porque se esquece exatamente onde está. Por isso, da perspetiva deles, é mais seguro movê-la para algum lugar que não estejam a cultivar”.

https://zap.aeiou.pt/aldeias-laos-decoram-casas-bombas-476239


Afinal, os jovens são mais vítimas de burlas do que os idosos !


Os jovens partilham mais informações pessoais online, o que os torna o alvo ideal para fraudes através de emails ou redes sociais.

Está um idoso sossegado em casa quando alguém lhe bate à porta ou lhe liga com alguma oferta que parece (e é) demasiado boa para ser verdade. Esta é a ideia que muitos de nós temos sobre quem é o alvo ideal para burlões, mas acontece que não corresponde à realidade.

De acordo com um estudo da Local Government Association do Reino Unido concluiu que os jovens são mais suscetíveis a serem vítimas de fraude e burlas. A faixa etária entre os 16 e 34 anos foi a mais visada por fraudes através de telefonemas e mensagens.

Já um relatório da Visa e do Instituto de Linguística Forense de Aston concluiu que os jovens entre os 18 e 34 anos no Reino Unido têm uma probabilidade duas vezes maior de serem burlados do que os maiores de 55 anos.

23% dos jovens também não verificam os erros ortográficos ou avaliam a “linguagem persuasiva” das mensagens fraudulentas. As fraudes com roubo de identidade também aumentaram 155% no ano passado no Instagram, uma rede social onde a maioria dos utilizadores tem menos de 35 anos.  

“Os mais jovens podem ser mais suscetíveis a algum tipo de fraude por causa das formas como os criminosos as contactam, incluindo por mensagem, WhatsApp e email. Os jovens também partilham mais informações pessoais online. Isto pode colocá-los mais em risco“, revela um porta-voz da UK Finance à Dazed.

De acordo com o site Take Five to Stop Fraud, há algumas coisas que podemos fazer para nos protegermos e conseguirmos identificar os sinais de alerta: “As fraudes geralmente começam com uma chamada telefónica, mensagem ou email que aparenta ser uma organização ou pessoa confiável”.

Os burlões também nos podem contactar através das redes sociais. “Quando os criminosos se fazem passar por um amigo ou familiar, geralmente inventam razões para pedirem dinheiro, pelo que se deve contactar imediatamente as autoridades ou o banco se houver suspeitas de fraude.

Por estas razões, talvez seja melhor os mais novos voltarem a seguir a sabedoria popular e ouvirem os mais velhos.

https://zap.aeiou.pt/afinal-jovens-vitimas-burlas-idosos-476226


Estados Unidos vão apoiar Kiev “até à vitória” !


A presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, prometeu hoje que Washington irá apoiar a Ucrânia “até obter a vitória” na guerra iniciada pela Rússia, defendendo que “não se pode ceder a um rufia”.

Nancy Pelosi esteve com o presidente ucraniano Volodímir Zelensky, em Kiev, para tratar de questões “de segurança, assistência humanitária, assistência económica e finalmente da reconstrução, assim que se obtenha a vitória”, revelou hoje a responsável numa conferência de imprensa em Rzeszow, na Polónia.

A presidente da Câmara dos Representantes é o mais alto líder dos EUA a visitar a Ucrânia desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, e este sábado liderou uma delegação de membros democratas do Congresso em Kiev que se encontrou com o presidente Zelensky.

Já na Polónia, Pelosi foi questionada pelos jornalistas sobre o perigo de o apoio dos EUA poder levar a “algo pior”: “Deixem-me falar por mim mesmo. Não se deixe intimidar por valentões. Se o estiverem a ameaçar, não pode recuar. Estamos lá para lutar e não se pode ceder a um rufia”, afirmou, citado pela agência de notícias EFE.

Pelosi revelou que, no encontro com o presidente ucraniano, reiterou o apoio dos EUA, deixando “uma mensagem de agradecimento do povo americano pela sua liderança e a admiração do povo americano pela sua coragem”.

A líder da Câmara dos Representantes norte-americanos recordou ainda que o presidente Joe Biden pediu ao Congresso que enviasse para Kiev um pacote de ajuda humanitária e militar de 33 mil milhões de dólares (cerca de 31,2 mil milhões de euros).

Na delegação norte-americana a acompanhar Pelosi está Gregory Meeks, que preside ao Comité dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes, Adam Schiff, que preside ao Comité dos Serviços Secretos da Câmara, Jim McGovern, que preside ao Comité do Regimento da Câmara, entre outros responsáveis.

“Estamos numa fronteira de liberdade e a vossa luta é uma luta para todos. O nosso compromisso é estar ao seu lado até que a luta esteja terminada“, afirmou Pelosi ainda em Kiev, durante o encontro com Zelensky.

Na conferência de imprensa, o congressista democrata Jim McGovern acusou o presidente russo Vladimir Putin de fazer guerra aos “mais vulneráveis do mundo” e “agravar a fome” com a sua agressão contra a Ucrânia, um dos maiores produtores de cereais do mundo.

Neste sentido, defendeu a prestação de “ajuda direta” à Ucrânia para que as autoridades de Kiev possam distribuí-la onde é mais necessária e “àqueles que mais precisam dela”.

Adam Schiff, que preside ao Comité dos Serviços Secretos da Câmara dos Representantes, adiantou que os legisladores norte-americanos tiveram uma reunião de três horas com Zelensky e a sua administração, durante a qual falaram sobre sanções, armas e ajuda humanitária.

As imagens divulgadas hoje pelo gabinete do presidente Volodymyr Zelensky mostraram Pelosi e a sua comitiva na capital da Ucrânia.

“A nossa delegação viajou até Kiev para enviar uma mensagem inequívoca e retumbante a todo o mundo: a América está firmemente com a Ucrânia”, disse Pelosi na declaração divulgada hoje.

Num outro vídeo divulgado mais tarde pelo gabinete de Pelosi, surge Zelensky a agradecer o apoio: “Vamos ganhar e vamos ganhar juntos“, disse o presidente ucraniano.

Ao que Pelosi acrescentou: “Estamos aqui até que a vitória seja ganha“.

https://zap.aeiou.pt/estados-unidos-vao-apoiar-kiev-ate-a-vitoria-476434


Outro lado do genocídio no Ruanda: “O assassino do meu marido agora é meu compadre” !


Genocídio no Ruanda originou muitos desfechos dramáticos, mas também foi o ponto de partida para esta história de perdão e amor.

Foram cerca de três meses que arruinaram um país. Em 1994 o Ruanda foi afectado por um verdadeiro genocídio.

Massacres contra a minoria Tutsi, organizada e concretizada pela maioria Hutu, começaram por causa do que aconteceu no dia 6 de Abril de 1994: o presidente do país, Juvénal Habyarimana – que era Hutu – foi assassinado (avião abatido).

Morreram quase um milhão de pessoas. Um período que arruinou um país, que originou muitos desfechos dramáticos e que deixou “feridas” que ainda não foram saradas, quase 30 anos depois.

No entanto, a BBC falou com alguém que demonstra o outro lado desta fase muito negativa no Centro de África.
 
Chama-se Bernadette Mukakabera e ficou viúva precisamente em 1994, durante o genocídio de Ruanda. Inserido na comunidade Tutsi, o seu marido Kabera Vedaste foi assassinado.

Já em tribunal, durante uma audiência oito anos depois (2004), Gratien Nyaminani – o assassino de Kabera e que tinha sido preso pouco depois do fim do conflito – contou à viúva como matou o seu marido. E pediu perdão.

Bernadette decidiu perdoá-lo. De imediato.

Tratou-se sobretudo de um gesto que mereceria aplausos e reconhecimento; mas tratou-se também da libertação do assassino que, em vez de ser condenado a prisão durante 19 anos, cumpriu serviço comunitário durante dois anos.

Entretanto, começou a criar-se uma relação entre…as duas famílias. A família do assassino e a família do assassinado.

Alfred tinha 14 anos quando o seu pai foi assassinado; Yankurije tinha nove anos quando o seu pai matou Kabera.

Yankurije ainda era uma criança mas quis ajudar a viúva nas tarefas domésticas e a tratar da fazenda: “Ela não tinha mais ninguém para ajudá-la, já que o meu pai era o responsável pela morte do marido dela”.

E aí surgiu o amor.

Alfred apaixonou-se por Yankurije, mais tarde. Ou seja, o filho de Kabera apaixonou-se pela filha do assassino de Kabera.

Bernadette, a viúva, aceitou logo a relação; gostava muito da jovem Yankurije. “Eu sentia que ela poderia ser a melhor nora para mim porque ela entendia-me melhor do que ninguém. Eu convenci o meu filho a casar-se com ela”.

Gratien, o assassino, não gostou muito de saber da proposta de casamento. Hesitava, sobretudo, por causa da ligação eminente à família que ele tinha destruído. Mas acabou por aceitar.

14 anos depois do genocídio, em 2008, Alfred e Yankurije casaram-se mesmo.

Este é um dos exemplos do trabalho da igreja católica no Ruanda, que tem estado focada em juntar as comunidades locais. Há mesmo um momento, público, em que o criminoso pede perdão e está junto à vítima, perante toda a comunidade. É uma espécie de reconciliação final.

Entretanto, o assassino Gratien também morreu. Mas Bernadette insiste: “Os nossos filhos não tiveram nada a ver com o que aconteceu. Eles simplesmente se apaixonaram e nada deveria impedir as pessoas de se amarem”.

https://zap.aeiou.pt/outro-lado-genocidio-ruanda-476045


Zelensky pede às tropas russas que se recusem a lutar !


O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu aos soldados da Rússia que se recusem a lutar na Ucrânia, dizendo que até os generais de Moscovo esperam que milhares de tropas russas morram nas próximas semanas.

No habitual discurso diário, divulgado em vídeo no sábado à noite, Zelensky dirigiu-se, em russo, diretamente aos soldados da Rússia.

O líder ucraniano disse que a Rússia está a recrutar novas tropas, “com pouca motivação e pouca experiência de combate”, para reforçar as unidades que sofreram perdas durante as primeiras semanas da invasão.

Após falhar a conquista da capital, Kiev, o exército tem-se concentrado numa nova ofensiva na região leste da Ucrânia, para tentar garantir o controlo total do Donbass e estabelecer um corredor terrestre com a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Volodymyr Zelensky disse que os líderes militares russos estão cientes que milhares de tropas poderão morrer e outros milhares poderão ser feridos nas próximas semanas.
 
“Os comandantes russos estão a mentir aos seus soldados quando lhes dizem que podem esperar ser seriamente responsabilizados por se recusarem a lutar”, disse Zelensky.

“Não lhes dizem, por exemplo, que o exército russo está a preparar camiões frigoríficos adicionais para armazenar os corpos. Eles não lhes contam sobre as novas perdas que os generais esperam”, disse o Presidente ucraniano.

“Cada soldado russo pode ainda salvar a sua própria vida. É melhor sobreviver na Rússia do que morrer na nossa terra”, disse Zelensky.

Segundo informações divulgadas no sábado pelos serviços secretos do Reino Unido, a Rússia continua com problemas de coordenação tática na Ucrânia e o seu apoio aéreo é inconsistente.

A Rússia espera retificar os problemas que têm limitado a invasão ao concentrar geograficamente o poder de combate, encurtando as linhas de abastecimento e simplificando o comando e o controlo, é acrescentado num relatório fornecido pelo Ministério da Defesa britânico.

A Rússia viu-se obrigada a fundir unidades que não conseguiram progredir no noroeste da Ucrânia, acrescenta a informação, observando que muitas dessas unidades podem estar moralmente debilitadas.

https://zap.aeiou.pt/zelensky-pede-as-tropas-russas-que-se-recusem-a-lutar-476389


domingo, 1 de maio de 2022

A Rússia está a usar golfinhos para proteger bases navais do mar Negro !


Animais são escolhidos por os sonares mais sofisticados de toda a fauna, sendo-lhes fácil detetar minas e outros objetos potencialmente perigosos.

A Rússia está a usar golfinhos para proteger a entrada de um porto importante do mar Negro, de forma a proteger uma base naval com grande importância para o regime de Vladimir Putin. As evidências foram recolhidas através de fotografias de satélite, observadas por um analista naval e fornecidas ao The Wasington Post.

Nelas é possível ver dois compartimentos com golfinhos na entrada do Porto de Sebastopol, na Crimeira. H. L. Sutton, responsável por fornecer a informação ao Instituto Naval dos Estados Unidos, acrescentou que os compartimentos foram lá colocados em fevereiro, na altura em que a invasão começou.

De acordo com o especialista, os golfinhos podem ser usados para neutralizar os mergulhadores ucranianos que tentassem entrar naquele espaço marítimo para sabotar os navios russos. A técnica não é nova, já que tanto Estados Unidos da América como a Rússia treinaram os animais para este efeito há décadas.

Tal como lembra o Público, desde a década de 1960 que a marinha norte-americana treina golfinhos e leões-marinhos para ajudarem a combater ameaças semelhantes. De acordo com os especialistas, os golfinhos têm os sonares mais sofisticados de toda a fauna, sendo-lhes fácil detetar minas e outros objetos potencialmente perigosos – que muitas vezes escapam aos sonares eletrónicos. 

O programa norte-americano foi conhecido na década de 1990, mas decorreu durante décadas em segredo – o que permitiu manter as operações em segredo e longe das críticas das organizações ambientais. Já a Rússia terá usado a base de Sebastopol para treinar golfinhos para fins militares, nomeadamente colocar explosivos em navios ou procurar minas.

Num e-mail endereçado ao The Washington Post pela Maxar Technologies, empresa que captou as imagens, esta confirma que concorda com a análise feita.

https://zap.aeiou.pt/a-russia-esta-a-usar-golfinhos-para-proteger-bases-navais-do-mar-negro-476202


Linguista tenta salvar idioma que é falado por 8 pessoas !


Kawésqar é uma língua indígena com origem incerta. É isolada, não tem classificação e está em risco de extinção.

O kawésqar é uma espécie em vias de extinção. Não, não é um animal. É um idioma utilizado por (muito) poucas pessoas no sul do Chile.

Este idioma é indígena, aglutinante e polissintética – tem expressões e frases que podem ser traduzidas com uma só palavra, no castelhano.

As explicações dadas pelo especialista Oscar Aguilera à BBC reforçam a ligação entre este idioma e Espanha.

O kawésqar era utilizado pelos colonos, num dos territórios ocupados por espanhóis, na “época dos descobrimentos”. Em algumas palavras, houve adaptações do castelhano.
 
Uma das particularidades relacionadas com este idioma é que os seus falantes tinham 32 formas de dizer “aqui”.

Há um factor cultural importante e curioso neste povo: “Se o kawésqar não tem certeza do que vai dizer, não diz. Utiliza sempre o condicional. Culturalmente, eles rejeitam a falta de veracidade, isso é sancionado pelo grupo. A pessoa que mente destaca-se negativamente entre eles”, contou Oscar Aguilera.

A origem do kawésqar é incerta, tal como muitas outras línguas indígenas. É uma língua “isolada”, sem classificação, porque não tem, nem ligação com qualquer família linguística, nem vínculos com qualquer outra língua viva.

É complicado descobrir, comprovar, de onde vêm as palavras, a estrutura e a gramática deste idioma.

A origem da população? Estima-se que tenha surgido nesta zona da Patagónia Ocidental há cerca de 10 mil anos – mas a primeira evidência conhecida só aparece registada no século XVII.

No século XIX terão existido cerca de quatro mil kawésqar, que falavam o seu idioma. Ainda no mesmo século, já à entrada para o século XX, os kawésqar quase desapareceram: 500 pessoas.

Hoje há…oito pessoas a falar kawésqar. Ainda vivem cerca de 250 kawésqar na região de Magallanes, no Chile, mas quase todos só falam castelhano, por necessidade, por causa do seu dia-a-dia. Quatro dos oito falantes são idosos, outros três estão a caminho ou já chegaram aos 60 anos.

Por isso, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) considera que este é um idioma em extinção. E os Governos do Chile pouco ou nada têm feito para manter este idioma.

“O problema é que, em linhas gerais, não é uma língua prática. É melhor aprender espanhol ou estudar inglês”, disse o linguista Aguilera.

Há 50 anos que Oscar Aguilera tem tentado evitar a extinção do kawésqar. Regista o vocabulário, faz gravações, documenta as palavras.

E recentemente passou a contar com uma ajuda ilustre: a parceira do presidente chileno, Irina Karamanos, que quer saber mais sobre o assunto.

Irina considera que os chilenos têm uma má relação com as suas comunidades e com os seus povos indígenas. Por isso, aprender a língua é uma forma de aproximação.

https://zap.aeiou.pt/idioma-8-pessoas-chile-476184


“O Método Jacarta” — Ou as incomensuráveis mortes com que os EUA ganharam a Guerra Fria !


“O Método Jacarta”, livro em que o norte-americano Vincent Bevins dá a conhecer a forma como as ações dos Estados Unidos durante a Guerra Fria causaram um número incomensurável de mortes, chegou às livrarias portuguesas.

Classificado um dos melhores livros de 2020 por publicações como o jornal britânico Financial Times ou a rádio norte-americana NPR, o livro lembra como, “em 1965, o Governo dos EUA ajudou as forças militares indonésias a matarem cerca de um milhão de civis inocentes”.

Segundo a sinopse da obra, o livro relata a forma como, sob o manto de uma campanha anticomunista, esse acontecimento “inspirou campanhas de terror semelhantes em países tão distantes como o Brasil e o Chile”, , agora editada em Portugal pela Temas e Debates.

Em entrevista à Lusa, o jornalista norte-americano afirmou que, ao crescer nos Estados Unidos, nas décadas de 1990 e 2000, era ensinada “uma narrativa absurdamente simplificada e branqueada da Guerra Fria”.

Era “uma luta entre o Bem e o Mal, em que o Bem ganha, e toda a gente vive feliz para sempre”, ou, de forma ainda mais resumida, “uma espécie de história da Disney em que os EUA são o herói.”

“Não era conhecimento corrente nos EUA que teríamos feito algo mau de todo, menos ainda o em que acredito agora, que a Guerra Fria serviu para os EUA formularem táticas neocoloniais para os países do Sul global, para tomarem o lugar da Europa Ocidental na maneira em que se relacionava, formalmente, com o Sul”, diz Bevins.

O jornalista cobriu o Brasil entre 2010 e 2017, ano em que se mudou para Jacarta, para fazer a cobertura da região para o Washington Post.

Quando chegou à Indonésia, apercebeu-se de que “a história da tragédia de 1965 era relevante para quase tudo o que estava a acontecer no presente”, mas que, não só era praticamente “tabu” discutir o tema naquele país, como os acontecimentos eram quase desconhecidos das pessoas com quem falava nos EUA.

“O que era de loucos, considerando que penso que foi um dos mais importantes momentos de viragem na história do século XX”, acrescenta Bevins, que sentiu uma “pesada responsabilidade moral” para levar a cabo este projeto.

Em “O Método Jacarta”, Bevins recorre às histórias de vários indivíduos que atravessaram esses momentos para contar o que se passou, não só na Indonésia, mas noutros países que também foram alvo de golpes de Estado por influência de Washington, como o Brasil.

“O que aconteceu no Brasil em 1964 e na Indonésia em 1965 poderão ter sido as mais importantes vitórias da Guerra Fria para o lado que, no fim, venceu — isto é, os Estados Unidos e o sistema económico global que agora opera”, considera Bevins.

“Depois de 1964, com o golpe que depôs o presidente Goulart, no Brasil, e 1965, com a erradicação do Partido Comunista e a deposição do presidente Sukarno, muitos dos países vizinhos foram influenciados, direta ou indiretamente, pelos regimes anticomunistas dos maiores países da região”, argumenta Bevins.

No Chile de Salvador Allende, no começo da década de 1970, “alguém começou a pintar uma mensagem nas paredes”, com as frases “Jacarta vem” ou “Jacarta está a aproximar-se”, como forma de aterrorizar as forças de esquerda.

Em 11 de setembro de 1973, Allende morreu num golpe de Estado que instaura uma ditadura militar que causou milhares de mortos e desaparecidos.

“Com que tipo de mundo ficámos depois da Guerra Fria? Quem ganhou a guerra? Quem perdeu? Mais especificamente, como é que a cruzada anticomunista afeta, em concreto, as vidas de milhares de milhões de pessoas hoje?”, questiona Bevins no seu livro.

Colocada essa mesma questão a um dos sobreviventes do massacre de 1965, veio a resposta: “Os Estados Unidos ganharam. Aqui na Indonésia, tiveram o que queriam, e, à volta do mundo, tiveram o que queriam. A Guerra Fria foi um conflito entre o socialismo e o capitalismo e o capitalismo ganhou.”

“Como é que os EUA ganharam?”, pergunta Bevins a Winarso. “Mataram-nos”.

https://zap.aeiou.pt/o-metodo-jacarta-ou-as-incomensuraveis-mortes-com-que-os-eua-ganharam-a-guerra-fria-476339


Venceu o Euromilhões e o seu vício é dar dinheiro !


Frances Connolly e marido voltam a aparecer nas notícias porque continuam a ajudar os outros, com os seus 129 milhões de euros.

Janeiro de 2019. Frances e Patrick Connolly apostaram e ganharam: foram os vencedores do primeiro jackpot do Euromilhões daquele ano.

Cerca de 129 milhões de euros ganhos pelo casal da Irlanda do Norte, que nem festejou muito na altura.

“Não ficámos muito excitados. Dei um pequeno grito quando descobri que tínhamos a chave vencedora e depois celebramos com uma chávena de chá e com um abraço”, relatou Frances.

O casal na fase dos 50 anos, que está junto há mais de 30, já tinha dito logo em 2019 que a prioridade seria ajudar os seus amigos e a sua família.

Até já havia uma lista que Frances tinha, com cerca de 50 nomes de pessoas que a premiada sabia que queria ajudar com o seu dinheiro.

Disseram e cumpriram.

Em Dezembro do ano seguinte, o casal já havia surgido nas notícias locais porque já tinha cedido mais de metade do dinheiro que ganhou naquele dia.

As ofertas, as ajudas, continuam. Em entrevista à BBC, Frances Connolly explicou que continua a dar dinheiro porque é “viciada” em ajudar os outros.

“Ajudar as outras pessoas dá-te pica e é um vício. Estou viciada nisso agora”, revelou a vencedora do grande prémio.

Frances, que começou a ser voluntária quando ainda era criança, criou entretanto duas fundações de caridade. Além disso, ajuda pessoas em comunidades locais a conseguir emprego, e apoia refugiados e jovens.

Assim, o dinheiro ajudou-a na sua missão e não alterou a sua personalidade: “Se és estúpida antes de ganhares tanto dinheiro, vais continuar a ser estúpida depois. O dinheiro pode é libertar-te, permitir tu seres quem queres ser”.

Frances e Patrick tinham estabelecido um orçamento anual que seria gasto em gestos de altruísmo – mas em 2022 já gastaram o que seria suposto gastar até 2032.

A antiga professora acha que já gastou mais de 70 milhões de euros até agora, em doações ou ofertas.

Acha. Não faz as contas ao pormenor porque o marido poderia ficar preocupado com os números, se os visse.

Tem dinheiro e tem humor. E não tem carros de luxo ou iates.

https://zap.aeiou.pt/venceu-euromilhoes-vicio-dar-dinheiro-476016


Singapura (com crescente movimento contra a pena de morte) executou condenado com deficiência intelectual !


Singapura avançou com a execução de um malaio com deficiência intelectual, condenado por tráfico de droga, ignorando apelos à clemência e críticas das Nações Unidas e da União Europeia.

Nagaenthran Dharmalingam esteve no centro de um crescente movimento contra a pena de morte em Singapura, nos últimos meses. Muitos lamentaram a morte do malaio, de 34 anos, que foi executado na quarta-feira, depois de ter sido condenado por tráfico de droga.

“É inacreditável que Singapura tenha avançado com a execução, apesar dos apelos internacionais para poupar a sua vida”, disse a irmã Sarmila Dharmalingam, à agência France Presse. “Estamos extremamente tristes com a execução do nosso irmão e a nossa família está em choque.”

Singapura tem das leis mais duras do mundo sobre drogas, estipulando a pena de morte nos casos de tráfico a partir de 15 gramas de heroína. De acordo com a agência Lusa, o malaio foi detido em 2009 com 43 gramas de heroína amarradas à coxa quando entrou no país.

Nagaenthran deveria ser executado em novembro, mas a defesa apresentou um recurso final ao Tribunal da Relação, que acabou por ser rejeitado a 29 de março.

Na segunda-feira, o tribunal rejeitou uma moção, que considerou “frívola”, e que argumentava que o malaio podia não ter recebido um julgamento justo porque o juiz que decidiu sobre os seus recursos era procurador-geral na altura da condenação, em 2010.

Segundo a VICE, Dharmalingam tinha um QI de 69, um nível reconhecido como deficiente mental.

O caso suscitou vários apelos internacionais para que a justiça poupasse a sua vida, sob o mote de que o malaio não terá sido capaz de compreender as consequências das suas decisões, além de ser alcoólico na altura do crime.

“O nome de Nagaenthran Dharmalingam ficará na história como vítima de um trágico erro judiciário”, referiu Maya Foa, diretora da organização não-governamental (ONG) Reprieve.

“Enforcar um homem com deficiência intelectual e mentalmente doente porque foi coagido a carregar menos de três colheres de sopa de heroína é injustificável e uma violação flagrante das leis internacionais que Singapura optou por assinar”, acrescentou.

O caso acontece menos de um mês depois de um cidadão local, de 68 anos, ter sido enforcado na prisão de Changi, a 30 de março.

Grupos de direitos humanos estão preocupados com o retomar das execuções no país. É também o caso da ativista Kirsten Han, que afirma que “a pena de morte não faz o que o Governo de Singapura pensa que faz”.

“Temos visto como as minorias e as pessoas marginalizadas são desproporcionadamente as que estão no corredor da morte”, salientou.

O milionário Richard Branson também fez campanha pela clemência de Nagen, como parte do seu movimento “Business Leaders Against the Death Penalty” (Líderes Empresariais Contra a Pena de Morte).

“Tenho um enorme respeito por Singapura, mas esta política de continuar a enforcar e executar pessoas – e, em particular, de considerar enforcar e executar alguém com deficiência intelectual, o que é contra o direito internacional –, faz-me sentir que tinha de falar sobre isso”, disse o britânico.

https://zap.aeiou.pt/singapura-executou-condenado-476028




sábado, 30 de abril de 2022

“Quase me esqueci de como relaxar”: Epidemia de insónias varre a Coreia do Sul !


A cultura obcecada com o trabalho causa tanto stress na Coreia do Sul que grande parte da população sofre de insónias e recorre à medicação para conseguir dormir.

Ji-Eun começou a ter dificuldades para dormir quando a sua jornada de trabalho se tornou tão cansativa que simplesmente não conseguia relaxar.

Em média, trabalhava das 7h às 22h. Mas a jovem de 29 anos, que trabalha com relações públicas, às vezes ficava até 3h da manhã no escritório. O seu chefe chegava até a ligar no meio da noite a pedir que uma tarefa fosse feita na hora.

“Eu quase me esqueci de como relaxar”, explica. E não é um caso isolado. A Coreia do Sul é um dos países com os maiores índices de privação de sono do mundo, com enormes efeitos sobre sua população.

Na Clínica Dream Sleep, no bairro Gangnam, em Seul, Ji-hyeon Lee, psiquiatra especializada no sono, diz que é comum receber pacientes que tomam até 20 comprimidos para dormir diariamente.

“Geralmente leva um tempo para ficarmos com sono, mas os coreanos querem dormir rapidamente, então tomam medicamentos“, conta. O vício em comprimidos para dormir tornou-se uma epidemia nacional. Não há estatísticas oficiais, mas estima-se que o vício atinja 100 mil coreanos.

Sem conseguir dormir, muitos misturam álcool com a medicação – com consequências potencialmente perigosas.

“As pessoas tornam-se sonâmbulas. Vão até ao frigorífico, comem coisas de modo inconsciente, até comida crua”, diz Lee. “Houve casos de acidentes de carro em Seul causados por pacientes sonâmbulos.”

Lee está acostumada a receber pessoas com insónias crónicas que sofrem do que é conhecido como hiperexcitação (condição que activa o cérebro e nos impede de dormir bem). Alguns dos seus pacientes dizem que não dormem mais do que algumas horas por noite há décadas.

“Eles choram, mas ainda têm um fio de esperança (quando vêm à consulta). É uma situação muito triste”, diz a psicóloga.
Excesso de trabalho, stress e privação do sono

A Coreia do Sul é uma das nações com mais privação do sono do mundo. Também tem a maior taxa de suicídio entre os países desenvolvidos, o maior consumo de bebidas destiladas per capita e um grande número de pessoas a tomar antidepressivos.

Existem razões históricas que explicam essas estatísticas. Em apenas algumas décadas, o país passou de um dos mais pobres do mundo para um dos mais tecnologicamente avançados.

Além disso, por meio da sua crescente influência na cultura pop, exerce considerável “soft power” (termo usado nas relações internacionais para descrever a capacidade de influenciar ações ou interesses por meios culturais e ideológicos).

Nações com um histórico semelhante, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, podem explorar os seus recursos naturais, mas a Coreia não tem essa riqueza oculta. O país transformou-se pela pura dedicação de uma população movida por um nacionalismo coletivo que os impelia a trabalhar mais e mais rápido.

O resultado é que os sul-coreanos estão sobrecarregados, stressados e privados de sono. Agora, toda uma indústria se formou em torno das pessoas incapazes de dormir – e, em 2019, a indústria tinha um valor estimado em 2,5 mil milhões de dólares.
Indústria em crescimento

Na capital Seul, as lojas de departamento são dedicadas a produtos para dormir, desde os lençóis perfeitos até à almofada ideal, enquanto que as farmácias oferecem prateleiras cheias de medicamentos herbais.

E há abordagens tecnológicas contra as insónias. Há cerca de dois anos, Daniel Tudor lançou uma aplicação de meditação – Kokkiri – focada em ajudar os jovens coreanos stressados a dormir.

Embora a Coreia do Sul seja historicamente um país budista, os jovens pensam que a meditação é um passatempo para os mais velhos, não algo que um funcionário de escritório em Seul possa fazer. Daniel diz que teve que reimportar e reembalar a meditação como uma ideia ocidental para que os jovens coreanos a achassem atraente. As instituições mais tradicionais também estão a entrar em ação.

Hyerang Sunim é um monge budista que ajuda a organizar retiros num templo fora de Seul, onde pessoas com privação de sono podem meditar e absorver os ensinamentos budistas.

No passado, esses tipos de mini-pausas eram reservados para aposentados que buscavam ensinamentos e oração. Agora, os participantes tendem a ser coreanos mais jovens em idade de trabalhar. Mas esses

“É claro que há preocupações. Mas acho que os benefícios as superam”, argumenta Hyerang Sunim. “Tradicionalmente, era raro ver jovens virem procurar os ensinamentos budistas. E eles têm agora muita interação com o templo.”
Mudanças fundamentais

Lee Hye-ri, que participou num destes retiros budistas quando a pressão no trabalho se tornou intolerável, diz que aprendeu a assumir a responsabilidade pelo seu stress.

”Tudo começa comigo; todos os meus problemas começam em mim. Foi o que aprendi aqui”, explica a jovem. Mas enquadrar a solução para o stress e a privação de sono como algo a ser tratado a nível individual pode ser problemático.

Aqueles que acreditam que o problema é causado por uma cultura de trabalho irracional e pressões sociais criticaram esta abordagem individualista, dizendo que isso equivale a culpar as vítimas.

Esses críticos dizem que a meditação ou o relaxamento são uma colcha de remendos e que soluções reais só podem surgir com mudanças fundamentais na sociedade. Ji-Eun acabou tão privada de sono e stressada que decidiu deixar o emprego.

Agora, trabalha horas muito mais razoáveis como freelancer e, devido à pandemia, pode trabalhar em casa. Também procurou ajuda profissional na clínica do sono de Lee para controlar as suas insónias.

“Qual é o sentido de trabalhar tanto agora que chegamos ao topo como país?” diz Ji-Eun. “Devemos ser capazes de relaxar.”

https://zap.aeiou.pt/esqueci-relaxar-insonias-coreia-sul-475988


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