Apesar de acharmos que o amor é coisa do coração, é na verdade coisa do cérebro. Já faz um tempo que os cientistas podem determinar se alguém está apaixonado apenas olhando para o cérebro da pessoa.
Agora, novas pesquisas sugerem que os neurocientistas podem dizer muito mais do simplesmente quem está loucamente apaixonado. Como cartomantes que leem cérebros em vez de palmas, eles podem determinar o destino de seu relacionamento, estudando a sua atividade cerebral.
E com o conhecimento das respostas cerebrais que os cientistas acharem, você também pode ser capaz de encontrar pistas em seu próprio comportamento para saber se você e seu amado serão felizes por anos, ou se terminarão separados e se perguntando por que tudo desmoronou.
Nem todos os cérebros apaixonados são parecidos. Vários anos atrás, pesquisadores realizaram exames de ressonância magnética em 18 homens e mulheres chineses que relataram estar nos estágios iniciais do amor romântico.
Apesar de todos os participantes apresentarem sinais claros de amor – por exemplo, olhar para o rosto do amado desencadeava uma enxurrada de atividades nas áreas do cérebro envolvidas na recompensa e motivação -, os pesquisadores identificaram diferenças sutis entre as imagens dos cérebros dos indivíduos.
18 meses depois, os pesquisadores verificaram como estavam as relações dos participantes do estudo, e descobriram uma correlação surpreendentemente forte entre certas características nos exames cerebrais originais e o status dos participantes um ano e meio depois.
Mais de dois anos depois, os pesquisadores entraram em contato com 12 dos participantes do estudo original. Metade dos participantes ainda estava no mesmo relacionamento, e outros seis não.
Os cientistas notaram uma divisão marcante entre a atividade do cérebro original das pessoas cujos relacionamentos durou, e aquelas cujas relações se desfizeram.
Dois aspectos-chave da atividade dos participantes do cérebro se relacionaram com a longevidade do relacionamento.
Entre as pessoas cujos relacionamentos duraram, olhar para uma foto da pessoa amada causava uma diminuição da atividade em regiões que associamos a fazer julgamentos, e também uma diminuição da atividade nos sistemas associados com o sentido de
uma pessoa de si mesmo. O “autosenso” é a consciência da própria existência de cada um, seus interesses e desejos.
Estas duas respostas do cérebro, e as características comportamentais associadas, sugerem que uma relação promissora é aquela em que as pessoas se abstêm de julgar seus novos parceiros, e em vez disso, tendem a superestimá-los, encontrando aspectos positivos em um traço claramente negativo.
Um romance novo e promissor é também aquele em que as pessoas dão grande importância aos interesses e desejos de seus amados, esquecendo seus próprios. Ambas as tendências parecem ser de grande ajuda na longevidade de um relacionamento.
Os pesquisadores planejam realizar um estudo de larga escala para ver se a correlação entre a longevidade de relacionamento e as duas assinaturas cerebrais realmente correspondem aos dois traços comportamentais.
Eles também pretendem investigar se certas pessoas exibem mais facilmente os traços em questão, e são, portanto, mais adaptadas a relacionados de longo prazo. Fica a pergunta: “será que a longevidade do relacionamento depende da outra pessoa, do relacionamento ou de quem você é?”.
Pós-casamento
Um outro estudo fez exames de ressonância magnética em recém-casados que estavam com seus parceiros por uma média de quatro anos, procurando correlações entre as respostas do cérebro e o relacionamento um ano depois do casamento.
Muitos dos participantes do estudo disseram sentir menos amor por seus novos maridos ou esposas após um ano de casamento, mas alguns relataram sentir mais. A pesquisa focou nesse último conjunto.
A questão era: há alguma ativação na época do casamento que está associada a um aumento no amor ao longo do primeiro ano de casamento?
Ao contrário das pessoas nos estágios iniciais de um relacionamento, no caso dos recém-casados, era um bom sinal ter aumento de atividade nas áreas do cérebro associadas com a representação de si mesmo.
Por exemplo, se você esticar seu braço, neurônios disparam nestas áreas, mas se você ver alguém esticando o braço, os mesmos neurônios desligam. Então essa ideia de incluir o outro no autosenso – quando olhar para uma foto de seu parceiro ativa as atividades nestas áreas – prevê um aumento no amor ao longo do tempo.
Além disso, ao contrário do estudo sobre novas relações, em que uma tendência a superestimar o seu parceiro indica que seu relacionamento vai durar, o estudo com recém-casados descobriu que a ativação das regiões cerebrais envolvidas no julgamento e tomada de decisão é relacionada com um aumento no amor ao longo de seu primeiro ano de casamento.
Ou seja, quando as pessoas não julgam as outras no início de suas relações, isso os ajuda a levar o relacionamento adiante. Mas depois, é importante ver as coisas claramente, quando você está entrando em um compromisso para a vida.
Analisadas em conjunto, as pesquisas sugerem o seguinte: altruísmo e idealizar o seu parceiro irá fazer os primeiros anos de romance correrem bem. Mais tarde, quando as coisas ficarem sérias, seu autosenso deve voltar, mas deve ser intimamente ligado com o senso de seu parceiro. E, nesse ponto, avaliá-lo com precisão – aceitar as coisas boas e ruins – pode significar um casamento feliz.[LiveScience, Foto]
Fonte: http://hypescience.com/imagens-do-seu-cerebro-podem-prever-se-seu-relacionamento-vai-durar/
Nenhum comentário:
Postar um comentário