"Este livro deixa pior o meu pai do que já estava", afirma Juan Pablo Escobar. Biografia do traficante colombiano foi lançada em Portugal.
Pablo Escobar com o filho Juan. Foto: DR
O filho do colombiano Pablo Escobar, aquele que é considerado um dos maiores traficantes de droga de todos os tempos, escreveu um livro não para “justificar” os actos pai, mas por respeito às vítimas e pelo “direito à verdade”.
"Este livro deixa pior o meu pai do que já estava porque conto coisas que ninguém sabia”, disse à agência Lusa Juan Pablo Escobar, de 38 anos, que se encontra em Lisboa para o lançamento do livro "Pablo Escobar - O meu pai".
O filho do antigo inimigo público número um das autoridades colombianas reconhece que o pai foi o “bandido mais perigoso do século passado”, mas não o pode “renegar” nem ser “juiz” das suas acções.
Juan Pablo Escobar recorda que muitas vezes ocorreram conflitos entre pai e filho, mas que apesar de tudo o narcotraficante sempre lhe deu "espaço" para o criticar sobre a violência.
"Eu sabia que a violência só o ia afastar de uma solução, mas é preciso entender o contexto político, social, económico e mesmo de direitos humanos em que os colombianos viviam naquela altura. Era muito difícil distinguir quem era pior: se os bandidos ou o Estado. Parecia uma corrida para ver quem era o mais violento", afirma o filho de Pablo Escobar.
Pablo Escobar, antigo líder do Cartel de Medellin, na Colômbia, morreu com 44 anos, em Medellin, durante uma operação das forças colombianas e norte-americanas.
No livro, Juan Escobar, que vive exilado na Argentina, revela que o pai não foi abatido como "conta a versão oficial", mas que se suicidou com um tiro na cabeça durante um confronto com as autoridades em Dezembro de 1993.
Ainda pensou em vingar a morte do pai, mas desistiu. "Não era o caminho. Porque quando comecei a pensar na vingança dei-me conta de que estava a transformar-me no homem que eu mais criticava que era o meu próprio pai", confessou o filho do narcotraficante colombiano.
Ainda pensou em vingar a morte do pai, mas desistiu. "Não era o caminho. Porque quando comecei a pensar na vingança dei-me conta de que estava a transformar-me no homem que eu mais criticava que era o meu próprio pai", confessou o filho do narcotraficante colombiano.
Sobre a biografia, admitiu que as informações podem ter aberto algumas feridas, mas não foram contrariadas por ninguém. "Muitos não estão contentes mas o livro já está impresso, já me podem matar."
Sobre o panorama actual do narcotráfico, Juan considera que a proibição das drogas na América Latina permite "manter o negócio" deixando os Estados Unidos interferir em muitos países.
Entre outros factos, o livro revela a tentativa de rapto de uma filha do cantor espanhol Julio Iglesias, em Miami, os contactos com as autoridades antidroga dos Estados Unidos (DEA), as relações políticas na Colômbia e até o momento em que a espada de Simon Bolivar, o libertador das Américas, lhe veio parar às mãos.
O livro "Pablo Escobar - O meu pai - A radiografia íntima do narcotraficante mais famoso de todos os tempos", (Editora Planeta, 411 páginas) inclui uma série de fotografias inéditas e foi lançado este mês em Portugal.
Fonte: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=26&did=184150
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