Quase metade de Fraser, a maior ilha de areia do mundo, que se situa no nordeste da Austrália e foi classificada como Património da Humanidade pela UNESCO, foi destruída por um incêndio florestal.
O incêndio queimou cerca de 82.000 hectares da pequena ilha, um destino turístico popular por causa das suas dunas de areia e da sua riqueza natural, incluindo dingos (cães selvagens), avançaram os Serviços de Bombeiros e Emergência de Queensland.
Os principais focos do incêndio situam-se na parte leste da ilha, onde os bombeiros tentam evitar que o fogo atinja a zona residencial de Kingfisher Bay.
O combate ao incêndio está a ser feito por uma equipa de 90 pessoas e 38 veículos, além de 17 aviões, e foi iniciado há seis semanas, quando deflagrou o fogo por motivos ainda desconhecidos, embora a polícia suspeite ter sido causado por uma fogueira mal apagada por um grupo de excursionistas.
Alguns moradores e cibernautas criticaram a lenta reação das autoridades, que, depois de apagarem o fogo, terão de informar a agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) sobre os danos causados na ilha, chamada K’gari na língua indígena.
Segundo o especialista em ecologia Patrick Moss, da Universidade de Queensland, grande parte da ilha está adaptada para o combate de incêndios, mas há uma grande preocupação com as florestas tropicais ao redor do Vale dos Gigantes e da Estação Central, não muito longe do incêndio. “É aí que pode haver danos a longo prazo”, alertou Moss, citado pelo jornal Brisbane Times.
As mudanças climáticas estão a exacerbar os fogos na Austrália, principalmente no sul e no leste do país, que no ano passado sofreu os piores incêndios florestais em décadas, com 24 milhões de hectares queimados e 33 mortes.
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