As vacinas são uma ferramenta relevante na luta contra a covid-19 e permitem vislumbrar o fim da pandemia, mas todos os outros esforços continuam a ser necessários, defendeu hoje a Organização Mundial de Saúde.
Especialistas da OMS pediram que os países não baixem a guarda com o otimismo gerado pela expectativa de chegada das vacinas e um deles, Mike Ryan, pediu “às pessoas que continuem a fazer esforços”.
“A vacinação será uma ferramenta importante e poderosa no ‘kit’ de ferramentas que temos à disposição. Mas, por si só, não fará o trabalho”, alertou.
Com a chegada das vacinas, “começamos a ver o fim da pandemia”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na sexta-feira, enquanto alertava que o vírus continua a exercer enorme pressão sobre os hospitais.
O apelo dos especialistas a que não seja baixada a guarda no combate à pandemia de covid-19 acontece quando a situação se agrava em alguns países, principalmente nos Estados Unidos, e apesar do otimismo gerado pelas vacinas.
Os EUA enfrentam um novo surto de covid-19, com 225.000 novos casos e 2.500 mortes registadas em 24 horas na sexta-feira, dias depois de muitos americanos terem viajado no final de novembro para o feriado de Ação de Graças.
Diante do perigo, o presidente eleito Joe Biden espera que a cerimónia da tomada de posse, em janeiro, seja em grande parte virtual, para seguir as “recomendações dos especialistas”. “Portanto, é altamente improvável que tenhamos um milhão de pessoas no Mall”, a grande avenida do centro de Washington, advertiu o democrata de 77 anos.
No Reino Unido, as autoridades de saúde consideram “provável” haver uma regressão significativa da pandemia, “na primavera”, devido à vacinação. Mas, estão a preparar-se para um possível agravamento depois do Natal.
O Reino Unido, que tem o maior número de óbitos na Europa desde o início da pandemia (mais de 60.000), tornou-se esta semana o primeiro país ocidental a autorizar uma vacina contra a covid-19, dando luz verde à da Pfizer e da BioNTech. As primeiras doses devem ser administradas na próxima semana.
A pandemia avança principalmente em Itália, sendo que a América Latina e o Caribe registaram um aumento de 18% de casos numa semana.
No total, há 51 vacinas candidatas que estão a ser testadas em humanos, sendo que 13 estão na fase final de testes, de acordo com a OMS.
Bélgica, França e Espanha planeiam campanhas de vacinação em janeiro, com foco nos mais vulneráveis.
Várias personalidades prometeram ser vacinadas em público para dar o exemplo, como Joe Biden e os ex-presidentes dos Estados Unidos Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton.
Enquanto se aguarda a chegada dessas vacinas, as confraternizações no Natal e no Ano Novo devem acelerar a propagação da pandemia.
https://zap.aeiou.pt/oms-vacina-continuar-esforcos-364135
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