Os nativos americanos acreditavam que a “doença dos fantasmas” fazia com que pessoas que já morreram pudessem fazer com que os vivos ficassem doentes.
Esta crença era mais comum entre o povo navajo no passado. Hoje em dia, os navajos ainda habitam na América do Norte. Abrangendo o território de três Estados americanos (Arizona, Utah e Novo México), a extensão de terras da Nação Navajo é uma pequena parte do território que, outrora, foi dos índios.
De acordo com os navajos, a “doença dos fantasmas” era causada por um espírito dos mortos que se liga a uma pessoa viva. Essa ligação causaria problemas à pessoa viva, pois o fantasma “drenava” toda a sua energia. A doença teria como principais sintomas: fraqueza, perda de apetite, tonturas, náuseas, desmaios, ansiedade, depressão ou insónias.
Este povo acreditava que a “doença dos fantasmas” poderia até resultar em morte, já que a alma da pessoa afetada pode ser carregada pelo fantasma para o “reino dos mortos”.
Uma das razões pela qual o povo acreditava que a “doença dos fantasmas” ocorria devia-se aos rituais fúnebres.
Segundo os navajos, quando estes não eram conduzidos da maneira certa, ou pela pessoa certa, isso poderia fazer com que o falecido ficasse preso no “reino da terra” para torturar aqueles que ficaram vivos.
Caso esta fosse considerado a causa da “doença dos fantasmas”, um líder espiritual da tribo deveria conduzir uma cerimónia tradicional para ajudar o espírito a entrar na vida após a morte.
Os navajos também acreditavam que a “doença dos fantasmas” é causada por uma pessoa que comunica com os mortos ou devido ao facto de uma pessoa viva pensar muito naquela que já faleceu.
O Ancient Origins conta que uma mulher navajo relatou ter pesadelos com o pai após este morrer com um problema no apêndice. A mãe da mulher sentiu que a filha estava de alguma forma ligada com a morte do marido, e que, por isso, foi atormentada pela influência maligna de seu espírito.
Vários anos depois, a mulher teve um filho e, após o parto, foi acometida pela “doença dos fantasmas”. Alguns dos sintomas vivenciados pela mulher incluíram “irritabilidade, diminuição do interesse nas atividades diárias e incapacidade de se relacionar com o marido”.
A doença da mulher foi resolvida com uma cerimónia navajo tradicional que foi conduzida de modo a tratar os pesadelos.
Os navajos não são os únicos
As tribos apaches, que habitam no sudoeste dos Estados Unidos, também demonstram medo da “doença dos fantasmas”. Para evitar incidentes, os indígenas tinham como hábito enterrar os mortos rapidamente após a sua morte e, em seguida, queimar todas as casas e pertences do falecido.
Depois de realizar um ritual de purificação, os membros da família do falecido deveriam mudar-se para uma nova casa e eram desencorajados a mencionar o nome do indivíduo.
Além dos nativos americanos, outras culturas também acreditavam que várias doenças podem ser causadas por fantasmas.
Na China antiga, por exemplo, as doenças eram muitas vezes atribuídas à influência de fantasmas. Essa ideia ainda pode ser tida na prática da medicina tradicional chinesa hoje em dia, embora com algumas diferenças.
Atualmente, para os chineses, as doenças ainda podem ser atribuídas à influência de fantasmas se forem muito sérias, incomuns ou não puderem ser tratadas pela medicina ocidental.
Os chineses acreditam que a principal razão para os fantasmas regressarem ao mundo dos vivos é por não terem recebido um funeral adequado.
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