Novas investigações arqueológicas revelam detalhes
desconhecidos da vida e da morte daquele que é conhecido como o maior
escritor de sempre da língua inglesa, William Shakespeare.
William Shakespeare é amplamente considerado como um dos maiores
autores de todos os tempos e uma das pessoas mais importantes e
influentes de sempre. Os seus trabalhos escritos (peças de teatro,
sonetos e poemas) foram traduzidos para mais de 100 idiomas.
Há também um desejo de aprender mais sobre o próprio homem.
Inúmeros livros e artigos foram escritos sobre a vida de Shakespeare.
Estes foram baseados principalmente na análise académica dos seus
trabalhos e no registo oficial associado a ele e à sua família. A
popularidade e o legado de Shakespeare perduram, apesar das incertezas na sua história de vida e do debate em torno da sua autoria e identidade.
A vida e os tempos de William Shakespeare e da sua família também
foram recentemente revelados por novos métodos arqueológicos e
tecnologias interdisciplinares em New Place (a sua casa de família
demolida há muito tempo) e no seu local de sepultamento na Holy Trinity
Church.
As evidências recolhidas dessas investigações pelo Centro de
Arqueologia da Universidade de Staffordshire fornecem novas ideias sobre
os seus interesses, atitudes e motivações, e mostram como a arqueologia pode fornecer mais evidências tangíveis.
Atribuir objetos a Shakespeare é difícil. Todas as
suas posses conhecidas, como as mencionadas no seu testamento, já não
existem. Um anel de ouro, inscrito com as iniciais W.S., é considerado
por alguns o objeto mais significativo usado pelo poeta, apesar da sua
procedência questionável.
A casa de Shakespeare
A maior e mais cara posse de Shakespeare era a sua casa, New Place.
As evidências, obtidas através de recentes investigações arqueológicas,
fornecem informações quantificáveis sobre os processos de pensamento de Shakespeare, a sua vida pessoal e o seu sucesso comercial.
O próprio edifício foi perdido no século XVIII, mas o local e os seus
restos foram preservados sob um jardim. Erguido no centro de
Stratford-upon-Avon mais de um século antes de Shakespeare o comprar em
1597, desde o seu início, era impressionante em termos arquitetónicos.
Os materiais de construção utilizados, a sua estrutura primária e a
reconstrução posterior podem ser usados como evidência das escolhas
deliberadas e cuidadosamente consideradas feitas por Shakespeare e a sua
família.
Shakespeare concentrou-se na aparência externa da casa,
instalando uma longa galeria e outros enfeites arquitetónicos, como era
esperado de um ambicioso e próspero cavalheiro da época. Muitas outras
características medievais foram mantidas e o salão provavelmente foi
mantido como a peça principal da casa.
À procura do Bardo
Evidências dos bens pessoais, dieta e atividades de lazer de
Shakespeare, da sua família e dos habitantes de New Place foram
recuperadas durante as investigações arqueológicas, revolucionando o que
entendemos sobre o seu dia a dia.
Uma exposição online,
a ser disponibilizada no início de maio de 2020, apresenta artefactos
digitalizados em 3D recuperados em New Place. Estes objetos, alguns dos
quais podem ter pertencido a Shakespeare, foram escolhidos para
caracterizar o desenvolvimento cronológico e as atividades realizadas no local.
O acesso aberto a estes objetos virtuais permitirá a disseminação
destes importantes resultados e o potencial de outros continuarem a
investigação.
As evidências arqueológicas recuperadas de investigações não
invasivas no cemitério de Shakespeare também foram usadas para fornecer mais evidências da sua crença pessoal e familiar.
Várias lendas foram atribuídas ao cemitério de Shakespeare.
Entre elas, havia dúvidas sobre a presença de uma sepultura, o seu
conteúdo, histórias de roubos de sepulturas e sugestões de uma grande
cripta familiar. O trabalho confirmou que existem sepulturas rasas
individuais por baixo das lápides e que os vários membros da família
Shakespeare não foram enterrados em caixões, mas em simples mortalhas.
A análise concluiu que o túmulo de Shakespeare tinha sido invadido no passado e que era provável que o seu crânio tivesse sido removido, confirmando os rumores.
Ainda há muito que não sabemos sobre a vida de Shakespeare, por isso é
uma aposta segura que os arqueólogos continuem a investigar novas
evidências. As técnicas arqueológicas podem fornecer informações
quantificáveis que não estão disponíveis na pesquisa tradicional de
Shakespeare. Mas, assim como outras disciplinas, a interpretação –
baseada nas evidências – será essencial para desvendar os mistérios que cercam a vida (e a morte) do maior escritor da língua inglesa.
https://zap.aeiou.pt/novas-pistas-vida-morte-shakespeare-320930
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