quarta-feira, 29 de abril de 2020

Cientistas descobrem o lugar mais perigoso em toda a história da Terra

Há 100 milhões de anos, um grande número de predadores furiosos transformaram o deserto do Saara no lugar mais perigoso que alguma vez existiu na história da Terra.
Essa é a conclusão de uma equipa internacional de investigadores, que publicou o seu estudo, a maior revisão em quase cem anos de vertebrados fósseis numa área de formações rochosas cretáceas no sudeste de Marrocos, conhecida como Grupo Kem Kem, este mês na revista científica ZooKeys,
“A revisão proporciona uma janela aberta para a era dos dinossauros de África”, disse Nizan Ibrahim, da Universidade de Detroid e principal autor do estudo, citado pelo jornal espanhol ABC.
Há 100 milhões de anos, toda a região era um vasto sistema fluvial, cheio de inúmeras espécies aquáticas e terrestres.
Os fósseis do Grupo Kem Kem incluem três dos maiores dinossauros predadores conhecidos, além de espécimes de Carcharodontosaurus com dentes de sabre, um animal de oito metros de comprimento com mandíbulas enormes e dentes longos de até 20 centímetros e Deltradomeus, um membro da família das aves de rapina de cerca de oito metros, com membros inferiores longos e anormalmente finos.
Havia também vários tipos de pterossauros, répteis voadores predadores e caçadores de crocodilos. Segundo Ibrahim, “este era possivelmente o lugar mais perigoso da história do planeta Terra, um lugar onde um viajante humano não duraria muito”.
Segundo David Martrill, da Universidade de Porthsmouth e co-autor do estudo, “muitos dos predadores daquela área dependiam de um suprimento abundante de peixes. O local estava cheio de peixes enormes, incluindo celacantos gigantes e peixes pulmonados. O celacanto era cerca de quatro ou cinco vezes maior do que os celacantos de hoje. Há também um enorme tubarão-serra de água doce chamado Onchopristis, com os seus temíveis dentes rostrais, como punhais pontiagudos, embora maravilhosamente brilhantes”.
Os investigadores reuniram o primeiro relato detalhado e totalmente ilustrado da escarpa com fósseis, anteriormente conhecida como “camas Kem Kem”, composta por duas formações diferentes, o de Gara Sbaa e a formação Douira. Para reunir os enormes conjuntos de dados e imagens fósseis, Ibrahim estudou as várias coleções de fósseis de Kem Kem espalhadas em museus e laboratórios em vários continentes.
De acordo com Martrill, este é “o trabalho mais completo sobre vertebrados fósseis no Saara em quase um século”.

https://zap.aeiou.pt/lugar-mais-perigoso-historia-terra-321369

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