Um estudo publicado na revista Nature verificou que uma
enzima bacteriana encontrada em pilhas de compostagem pode consumir mais
do que apenas folhas em decomposição, propondo uma iniciativa verde
para o processamento de garrafas plásticas, o que pode permitir que
sejam reutilizadas.
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
100% reciclável
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
A
descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Toulouse,
após estudarem 100.000 microrganismos para encontrar possíveis
candidatos para esta missão, e uma bactéria envolvida na compostagem
provou ser muito eficiente. Os pesquisadores introduziram mutações como
uma forma de aumentar ainda mais eficácia da enzima bacteriana no
processamento do material. E ao ser testada em uma tonelada de garrafas
plásticas, a enzima conseguiu degradar 90% delas em apenas 10 horas.
O
tereftalato de polietileno (PET) é o plástico de poliéster mais
encontrado no mundo, com quase 70 milhões de toneladas fabricadas
anualmente para todos os tipos de uso, desde embalagens a têxteis.
As
tecnologias de reciclagem existentes são capazes de processar as
garrafas plásticas utilizadas para bebidas com gás ou água, mas até o
momento, o produto final da reciclagem só servia para o uso em roupas ou
tapetes. A enzima bacteriana descoberta pelos pesquisadores é capaz de
quebrar essas embalagens em blocos químicos que podem ser manipulados
para voltarem ao formato original, tornando as garrafas PET 100%
recicláveis pela primeira vez.
A "praga do plástico"
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
É
preciso lembrar que cerca de 359 milhões de toneladas de plástico são
produzidas todos os anos, e 150 a 200 milhões acabam em aterros
sanitários ou no meio ambiente, podendo ser encontrados em quase todos
os lugares, desde praias remotas até no fundo do oceano. E embora a
ideia de reduzir o uso deste material em nosso cotidiano seja muito
importante para conter a "praga do plástico" que aflige o mundo inteiro,
ele ainda desempenha um papel essencial na vida moderna. Afinal é leve e
resistente, além de possuir certas funções que ainda não podem ser
desempenhadas por alternativas “mais ecológicas”.
Isso
comprova a importância do estudo no rendimento do processo de
reciclagem, mas a pesquisa ainda tem um logo caminho pela frente antes
de estar verdadeiramente pronta para ser uma solução eficaz.
Após
a descoberta, a equipe de pesquisadores iniciou uma parceria com a
Pepsi e a L'Oréal, na esperança de acelerar o refinamento dos detalhes
do processo, para que este tipo de reciclagem possa ser atingida em
escala industrial dentro de cinco anos. O tempo necessário para ampliar o
processo realmente parece ideal, porém, ainda é preciso muito trabalho
para poder realmente lidar com o excesso global de resíduos plásticos.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114156-bacteria-mutante-pode-tornar-plasticos-100-reciclaveis.htm
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