Pela primeira vez, foram encontrados microplásticos no gelo
da Antártida, o que mostra que nem o continente mais remoto do planeta
está imune aos perigos do lixo produzido pelo Homem.
De acordo com o site IFLScience,
cientistas do Instituto de Estudos Marinhos e Antárticos (IMAS), da
Universidade da Tasmânia, na Austrália, analisaram um núcleo de gelo
recolhido, em 2009, na Antártida Oriental.
Com base numa técnica chamada espectroscopia, os investigadores conseguiram perceber que o gelo derretido continha 96 partículas microplásticas — cerca de 12 por litro — de 14 tipos de polímeros.
Os cientistas, cujo estudo foi publicado na revista científica Marine Pollution Bulletin, acreditam que esta é a primeira vez que os microplásticos são documentados em amostras de gelo da Antártica.
“O afastamento do Oceano Antártico não foi suficiente para o proteger
da poluição plástica, que agora está presente nos oceanos do mundo”,
disse Anna Kelly, autora principal do estudo e estudante do IMAS, em comunicado.
Até 75% dos microplásticos identificados eram polímeros usados,
sobretudo, nas indústrias marítimas, indicando que provavelmente foram
retirados de redes e equipamentos de pesca.
Além disso, explica a investigadora, “os polímeros microplásticos eram maiores do que os do Ártico, o que pode indicar fontes de poluição local,
uma vez que o plástico tem menos tempo para se decompor em fibras
menores do que se for transportado longas distâncias nas correntes
oceânicas”.
“As fontes locais podem incluir roupas e equipamentos usados por
turistas e investigadores, enquanto o facto de também termos
identificado fibras de verniz e de plástico comummente usados na
indústria da pesca sugere uma fonte marítima”, acrescenta.
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