Um hospital do Reino Unido emitiu novas diretrizes para encorajas as parteiras a não usarem termos como “amamentação” e “leite materno” num esforço para incluir mais pessoas transgénero e não binárias.
De acordo com a Newsweek, o Brighton and Sussex University Hospitals NHS Trust (BSUH), um hospital universitário regional que trabalha em dois locais, está a pedir à sua equipa para usar frases como “pais que dão à luz” e “leite humano” em vez de uma linguagem que se dirige apenas às mulheres.
“Na BSUH, reconhecemos os desafios adicionais que a identidade de género pode ter na gravidez, parto e alimentação infantil. Reconhecemos a importância de fornecer cuidados perinatais inclusivos e respeitosos a todas as grávidas e suas famílias”, disse o BSUH, em comunicado. “Estamos orgulhosos de cuidar de pessoas transgénero e não binárias (incluindo agender, bigender e genderqueer) como pais e co-pais que deram à luz e para celebrar e afirmar a sua jornada para a paternidade”.
De acordo com as novas diretrizes do hospital, a “assistência à maternidade” passou a ser chamada de “serviços perinatais”.
A nova linguagem também visa abranger famílias não tradicionais, expandindo os termos usados para se referir a elas.
A palavra “mulher” foi expandida para incluir “mulheres ou pessoa”, e “mãe” para incluir “progenitor que deu à luz”. Em vez do termo “pai”, serão agora usados os termos “pai”, “co-pai” ou “segundo pai biológico”, de acordo com BSUH.
O departamento perinatal do hospital partilhou as diretrizes atualizadas no Twitter esta terça-feira, dizendo que a linguagem se destina a estimular a inclusão sem diminuir o papel da mulher no parto. “A nossa abordagem foi considerada cuidadosamente para incluir pessoas transgénero e não binárias que deram à luz, sem excluir a linguagem das mulheres ou da maternidade”.
Elizabeth Brandeis, vice-presidente da Associação Canadiana de Parteiras, disse, em declarações à agência de notícias canadiana CTV News, que é importante para as parteiras e funcionários de hospitais entenderem que “nem todas as grávidas se identificam como mulheres e nem sempre o género em si é binário para as pessoas”.
Brandeis acrescentou que não reconhecer as diferentes identidades das pessoas grávidas pode fazer com que quem dá à luz se sinta desligado de si mesmo e dos seus filhos.
“A inclusão promove equidade e segurança para todos, não apenas para as pessoas marginalizadas, mas fazendo com que todos se sintam refletidos nas recomendações [de uma parteira] e de uma forma que valorize os direitos humanos de todos”, disse Brandeis.
https://zap.aeiou.pt/hospital-pede-que-parteiras-nao-digam-amamentacao-e-leite-matern-380356
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