O Ministério da Defesa da Rússia divulgou documentos desclassificados que detalham atrocidades cometidas por soldados e oficiais nazis durante a II Guerra Mundial.
A divulgação destes documentos, que foram publicados no site do Ministério da Defesa na sexta-feira passada, aconteceu dois dias antes do Dia Internacional da Libertação dos Campos de Concentração nazis, em 11 de abril – o dia em 1945 em que os prisioneiros em Buchenwald, Alemanha, foram libertados.
De acordo com a Newsweek, o material do arquivo central do ministério inclui fotografias e cartas. Entre as revelações estão detalhes de um campo de prisioneiros de guerra perto de Stalingrado – atual Volgogrado -, cenário da batalha entre a União Soviética contra a Alemanha e os seus aliados, que terminou em fevereiro de 1943.
Um documento descreve o campo de Alekseevka, no distrito de Gorodishchensky, na região de Stalingrado, cercado por arame farpado, onde 1.500 membros do Exército Vermelho foram “brutalmente torturados”, de acordo com excertos publicados pela RIA Novosti e outras agências de notícias russas.
Entre os detalhes da violência estão relatos de como os prisioneiros foram levados à beira da exaustão pelos nazis e descrições de cadáveres queimados e mutilados.
Outros documentos descrevem as condições enfrentadas pelos prisioneiros de guerra soviéticos num campo na cidade de Demyansk, agora parte da região de Novgorod, que continha cerca de 13 mil pessoas no final de 1941 e estava tão lotado que muitos tinham de dormir em pé.
Outro material inclui relatos de pessoas que testemunharam os nazis a executar mais de duas dezenas de famílias na vila de Tenitsa, na região de Chernihiv, em fevereiro de 1943.
Também há relatos de atrocidades perpetradas em campos de concentração como Auschwitz.
O Ministério da Defesa, que tem desclassificado o material da II Guerra Mundial nos últimos meses, disse que a publicação do último material foi “destinada a preservar e proteger a verdade histórica“, bem como “combater falsificações da história.”
O ministério afirma ainda que os documentos testemunham “as atrocidades indescritíveis, intimidação e destruição em massa dos povos ocupados pelos invasores fascistas”.
O site informa que os arquivos foram publicados com o projeto anunciado no ano passado pelo presidente Vladimir Putin, que disse que não havia “estatuto de limitações” para os crimes nazis.
O legado da II Guerra Mundial foi uma questão importante para Putin. No ano passado, a Rússia anunciou seis novas investigações sobre crimes de guerra nazis e Putin disse que as conclusões dos julgamentos de Nuremberg não deveriam ser minadas.
Recentemente, Putin sancionou penas mais duras para aqueles que promovem o nazismo na Internet e insultam veteranos de guerra.
https://zap.aeiou.pt/documentos-desclassificados-revelam-atrocidades-nazis-em-stalingrado-394339
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