A Dinamarca anunciou esta quarta-feira que desistiu de usar a vacina para a covid-19 da AstraZeneca devido aos efeitos secundários “raros, mas graves”. Já a Alemanha decidiu administrar outra vacina nas segundas doses a quem tomou este fármaco na primeira.
“A campanha de vacinação na Dinamarca vai continuar sem a vacina [da] AstraZeneca”, afirmou esta quarta-feira o diretor da Agência Nacional de Saúde, Søren Brostrøm, em conferência de imprensa.
O país escandinavo torna-se assim o primeiro da Europa a abandonar a vacina da farmacêutica AstraZeneca, mas a Alemanha também decidiu restringir o seu uso.
Segundo avançou esta quarta-feira o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, os 2,2 milhões de alemães com menos de 60 anos que receberam a primeira dose da vacina AstraZeneca serão imunizados, na segunda dose, com a fórmula da BioNTech/Pfizer ou da Moderna.
O ministro e os responsáveis pela pasta da Saúde dos 16 estados federais da Alemanha tomaram a decisão, por unanimidade, depois de várias semanas de polémica na Europa. A decisão segue uma recomendação da Comissão Permanente de Vacinação da Alemanha (Stiko), emitida no início de abril.
O presidente da Conferência de Gestores de Saúde, Klaus Holetschek, assegurou, em conferência de imprensa realizada esta quarta-feira, que qualquer uma das duas fórmulas baseadas em RNA modificado é “uma boa base” para proteger efetivamente a população.
A decisão visa acabar com a polémica em torno dos casos de trombose detetados principalmente entre pessoas jovens e saudáveis que receberam a vacina da AstraZeneca.
Após a suspensão temporária da vacina na Alemanha – e em grande parte dos países da União Europeia, incluindo Portugal -, esta preparação foi injetada novamente em pessoas com mais de 60 anos de idade por recomendação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
A decisão de trocar a vacina na segunda dose não é isenta de dúvidas, até porque a Organização Mundial da Saúde (OMS) não a recomendou devido à ausência de dados sobre os seus possíveis riscos.
A campanha de vacinação da UE tem sido marcada por grandes atrasos na entrega de vacinas por parte da AstraZeneca e pelos efeitos secundários do seu fármaco, dada a confirmada ligação a casos muito raros de formação de coágulos sanguíneos.
A esta situação juntam-se atrasos na chegada à UE da vacina da Janssen após as autoridades de saúde dos Estados Unidos terem recomendado na terça-feira uma pausa na administração do fármaco para investigar relatos de coágulos sanguíneos.
Assim sendo, no dia de hoje, a União Europeia anunciou que não vai renovar os contratos da vacina contra a covid-19 com a Astrazeneca e Johnson & Johnson no próximo ano.
Por outro lado, a Comissão Europeia anunciou que a Pfizer vai fornecer 50 milhões de doses extras da vacina já este mês.
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