A Índia é o segundo país mais afetado pela pandemia de covid-19, ultrapassando o Brasil, depois de registar um valor máximo de 168 mil novas contaminações nas últimas 24 horas.
O país, com 1,3 mil milhões de habitantes, registou um aumento súbito de novas contaminações nas últimas semanas. O número total de casos é atualmente de 13,5 milhões desde o início da crise sanitária, sendo que o Brasil contabiliza um total de 13,48 milhões de contágios.
Os especialistas alertam que a falta do uso de máscara, sobretudo nos estados indianos onde se têm realizado eleições ou grandes acontecimentos religiosos, favorece a propagação do novo coronavírus.
“Todo o país tem sido complacente – nós temos autorizado reuniões sociais, religiosas e políticas”, disse à agência France-Presse (AFP) Rajib Sasqupta, professor na Universidade de Medicina de Jawaharlal Nehru, acrescentando que “as pessoas não respeitam” a distância de segurança sanitária.
A Índia registou mais de 873 mil contágios nos últimos sete dias, um aumento de 70% em relação à semana anterior, de acordo com a contagem efetuada pela AFP.
Em comparação, o Brasil registou cerca de 487 mil novos casos em igual período, uma tendência de alta de 10%, comparando com os valores da semana anterior. Os Estados Unidos, país mais afetado pela crise sanitária, contabilizaram 490 mil casos na última semana, com uma tendência de aumento de 9%.
O pico relativo aos valores dos contágios ocorrido na Índia, depois de um recuo de quase nove mil casos diários no início do mês de fevereiro, obrigou à imposição de restrições nos estados e territórios mais afetados pela pandemia.
O estado de Maharashtra, o mais abastado da Índia e principal foco de contaminações, impôs na semana passada um confinamento durante os fins-de-semana e o recolher obrigatório noturno.
Bombaim admite aplicar medidas de confinamento total, uma medida drástica que o Governo federal pretende adotar para proteger a economia local que já foi severamente tocada desde o início da pandemia.
O ministro chefe de Nova Deli, onde o recolher obrigatório está atualmente em vigor, disse no domingo que 65% dos novos casos de covid-19, na capital do país, estão a afetar pessoas com menos de 45 anos.
Alemanha ultrapassa os três milhões de casos
A Alemanha ultrapassou os três milhões de casos de covid-19 desde o início da pandemia, de acordo com dados do Instituto de virologia Robert Koch (RKI) atualizados esta segunda-feira.
O número total de infeções desde o início da pandemia situa-se em 3,011 milhões, mais 13.245 do que no dia anterior. Desde o início da pandemia morreram no país 78.452 pessoas devido à covid-19, indicou ainda o RKI.
A chanceler alemã, Angela Merkel, interveio novamente durante o fim-de-semana numa reunião dos deputados do seu partido a favor de uma forma rigorosa de confinamento nacional por um período relativamente curto.
O objetivo é tentar conter a terceira vaga da pandemia no país, que continua a crescer, apesar das restrições de movimento já em vigor.
Além disso, o seu Governo planeou endurecer a legislação nacional, de modo a poder impor confinamentos a nível nacional, incluindo a imposição de recolher obrigatório noturno, mesmo que isso signifique ultrapassar resistência local ou regional.
Venezuela vai produzir dois milhões de doses por mês da vacina cubana Abdala
Na Venezuela, o Presidente Nicolás Maduro anunciou, este domingo, que o país vai produzir dois milhões de doses por mês da vacina cubana Abdala.
“Assinámos um acordo para produzir, nos nossos laboratórios (…), dois milhões de vacinas por mês da vacina Abdala, já a partir do mês de agosto ou setembro”, disse.
O Presidente venezuelano garantiu que o país vai assinar acordos com a China, Rússia e “outros países” para produzir vacinas contra a covid-19.
A vacina Abdala ainda se encontra em fase de testes e, segundo Maduro, os estudos estão “a correr muito bem”.
Na quinta-feira, a vice-Presidente venezuelana, Delcy Rodriguez, confirmou que a vacina cubana seria produzida num laboratório estatal em Caracas.
O Governo venezuelano afirmou que espera poder vacinar 70% da população, este ano, com vacinas da Rússia, da China, de Cuba e através do mecanismo Covax, coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Até agora, 750 mil vacinas chegaram ao país, das quais 250 mil são Sputnik V, fabricada pela Rússia, e 500 mil da Sinpharm, da China.
A Venezuela acumulou até domingo 174.887 casos de covid-19 e 1778 mortos desde o início da pandemia no país.
Austrália abandona objetivo de vacinar toda a população até ao final do ano
A Austrália, por sua vez, abandonou o objetivo de vacinar toda a sua população até ao final do ano, devido às incertezas relacionadas com o bloqueio às importações de vacinas, anunciou o primeiro-ministro australiano.
“O Governo não estabeleceu e não tem planos para estabelecer novos objetivos para completar as primeiras doses. Queremos que essas primeiras doses sejam administradas antes do final do ano, mas não será possível estabelecer esses objetivos devido a várias incertezas”, indicou Scott Morrison, no domingo, na sua conta do Facebook.
A Austrália, que iniciou a campanha de vacinação no dia 21 de fevereiro, tinha inicialmente como objetivo imunizar 25 milhões de pessoas até ao final de outubro.
No entanto, apenas inoculou cerca de 1,1 milhões de doses, com vacinas da Pfizer e AstraZeneca, um número que é bem inferior aos quatro milhões que estavam previstos para o final deste mês.
Morrison atribuiu o atraso ao bloqueio de 3,1 milhões de doses da AstraZeneca pela União Europeia, que as autoridades europeias negam, bem como aos problemas de distribuição causados pelas inundações no estado de Nova Gales do Sul, o mais populoso do país.
A Austrália comprou até agora cerca de 40 milhões de doses da vacina da Pfizer e 53,8 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, das quais 50 milhões serão produzidos na Austrália.
Grupos de oposição criticaram a Austrália pelo seu lento programa de vacinação, em comparação com os países desenvolvidos, e por não ter adquirido outras vacinas, tais como as da Moderna ou da Johnson & Johnson.
Resort de ski no Canadá teve o maior surto da variante de Manaus fora do Brasil
Segundo o jornal online Observador, o maior surto provocado pela variante de Manaus ocorrido fora do Brasil deu-se num resort de ski em Whistler, no Canadá. A maioria dos infetados eram jovens que trabalhavam neste local.
Porém, as autoridades de saúde não sabem como é que esta variante chegou ao resort, uma vez que nenhum dos 84 infetados tinha estado fora do Canadá. Isto sugere que a variante brasileira já podia estar a circular muito antes nesta comunidade.
Tal como recorda o jornal digital, esta variante (P1) é muito infeciosa e não só parece ser mais letal entre os jovens do que outras variantes, como também parece ter a capacidade de reinfetar quem já teve a doença.
A pandemia da covid-19 já provocou, pelo menos, 2.929.563 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 135,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
https://zap.aeiou.pt/india-ultrapassa-brasil-segundo-pais-mais-afetado-394331
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