O ex-polícia de Minneapolis condenado no mês passado pelo assassinato de George Floyd pediu um novo julgamento, alegando má conduta de procuradores e jurados.
De acordo com a BBC, a equipa da defesa de Derek Chauvin entrou com documentos judiciais, alegando má conduta de procuradores e jurados. O advogado do ex-polícia afirma que o seu cliente foi privado de um julgamento justo.
Eric Nelson argumenta que o processo não foi imparcial por causa da publicidade antes do julgamento. Segundo o advogado, foi “tão difundido e tão prejudicial” antes e durante o julgamento, que representou um “defeito estrutural no processo”.
A moção alega ainda que foram cometidos erros pelo juiz e que houve má conduta do Ministério Público e intimidação de testemunhas.
Apoiantes de Chauvin apontam o dedo ao jurado Brandon Mitchell, que foi fotografado em agosto num evento em Washington realizado no 57.º aniversário da histórica marcha do movimento pelos direitos civis em Washington.
O evento incluiu um protesto “Tire o Joelho do Pescoço”, no qual oradores, incluindo o filho de Martin Luther King, exigiram igualdade racial. Mitchell foi fotografado com uma t-shirt com o slogan “Tire o seu joelho dos nossos pescoços” e “BLM”, referindo-se ao movimento Black Lives Matter.
Os jurados foram questionados antes do julgamento se eles ou pessoas que conheciam “participaram em protestos sobre o uso da força ou a brutalidade policial”. Mitchell disse que respondeu “não” a essa pergunta e que compareceu ao evento para comemorar o movimento pelos direitos civis.
“A oportunidade de estar perto de milhares e milhares de negros, só pensei que era uma boa oportunidade de fazer parte de algo”, disse.
Os media norte-americanos informam que o pedido de um novo julgamento era esperado e é uma medida comum após uma condenação. Especialistas citados pelo The New York Times disseram, contudo, que era improvável que a decisão do júri fosse anulada por causa das evidências no caso.
Derek Chauvin, que foi filmado ajoelhado no pescoço de Floyd durante mais de nove minutos, foi considerado culpado de assassinato e homicídio culposo.
O raro veredicto contra um policial foi considerado um marco na história racial dos Estados Unidos e foi amplamente aplaudido pelos norte-americanos. Chauvin arrisca até 40 anos de prisão. O ex-polícia será condenado no próximo mês.
https://zap.aeiou.pt/derek-chauvin-pede-novo-julgamento-alega-ma-co-400065
Nenhum comentário:
Postar um comentário