O sub-secretário-geral das Nações Unidas, Martin Griffiths, disse este domingo que está “horrorizado com as notícias de um ataque a civis” em Myanmar, na passada sexta-feira, e descreveu como “credíveis” os relatórios de “35 corpos” encontrados em veículos queimados no nordeste do país.
“Condeno estes graves acontecimentos”, afirmou através de uma declaração, deixando um “apelo às autoridades para que lancem uma investigação imediata, séria e transparente”.
No sábado, foram publicadas fotos em redes sociais mostrando dois camiões e um carro queimado numa estrada no município de Hpruso, no estado oriental de Kayah, com corpos no interior.
Um funcionário do grupo rebelde que se opõe à junta no poder, as Forças de Defesa do Povo (PDF), disse à agência AFP que tinha encontrado pelo menos 27 corpos.
Segundo o observatório Myanmar Witness, “35 pessoas, incluindo crianças e mulheres, foram queimadas e mortas pelos militares, em 24 de dezembro, no município de Hpruso”.
Um porta-voz da junta, Zaw Min Tun, admitiu que tinham surgido confrontos na área na sexta-feira e que os soldados tinham matado várias pessoas, sem dar mais pormenores.
“Apelo às forças birmanesas e a todos os grupos armados na Birmânia para que tomem todas as medidas necessárias para proteger os civis”, disse Griffiths.
Dois funcionários de ONG desaparecidos
Dois funcionários da organização não-governamental Save The Children estão desaparecidos, após o incidente ligado ao assassinato de 38 civis, incluindo mulheres e crianças, na sequência de um ataque do Exército de Myanmar.
“Temos a confirmação de que o seu veículo privado foi atacado e queimado. Os militares terão forçado as pessoas a sair dos seus carros, prenderam alguns, mataram outros e queimaram os seus corpos”, acusou a organização numa declaração, observando que os seus trabalhadores estavam a regressar a casa para o Natal.
Segundo a ONG Karenni Human Rights Group, que inicialmente denunciou o massacre, as vítimas são pessoas deslocadas internamente que foram mortas pelos militares.
A organização, que acompanhou a declaração de sábado com fotografias do massacre, descreveu o incidente como uma “horrenda violação dos direitos humanos” e apelou a que os responsáveis fossem levados à justiça.
A imprensa pró-governamental, entretanto, disse que os militares abateram um número desconhecido de “terroristas armados” em sete veículos que não tinham a intenção de parar a pedido dos oficiais.
Myanmar entrou em espiral de crise e violência desde que os militares liderados por Min Aung Hlaing tomaram o poder num golpe de Estado a 1 de Fevereiro. Em 10 meses, mais de 1.300 civis foram mortos, segundo uma ONG local, a Association for Assistance to Political Prisoners.
Em resposta, as milícias de cidadãos PDF surgiram em todo o país e estão regularmente a infligir contratempos ao poderoso exército birmanês.
A ONG Save the Children anunciou mais tarde que dois dos seus funcionários na Birmânia estavam “desaparecidos”.
Para além de protestos pacíficos e de um movimento de desobediência civil, as milícias civis formaram-se e pegaram em armas ao lado de guerrilhas étnicas que têm estado em conflito com os militares birmaneses durante décadas.
Quase 11 meses após a revolta, a junta militar ainda não está em pleno controlo do país, apesar da violência brutal utilizada contra a dissidência, que até agora deixou pelo menos 1.375 pessoas mortas, segundo uma organização ativista birmanesa.
https://zap.aeiou.pt/massacre-em-myanmar-452516
“Condeno estes graves acontecimentos”, afirmou através de uma declaração, deixando um “apelo às autoridades para que lancem uma investigação imediata, séria e transparente”.
No sábado, foram publicadas fotos em redes sociais mostrando dois camiões e um carro queimado numa estrada no município de Hpruso, no estado oriental de Kayah, com corpos no interior.
Um funcionário do grupo rebelde que se opõe à junta no poder, as Forças de Defesa do Povo (PDF), disse à agência AFP que tinha encontrado pelo menos 27 corpos.
Segundo o observatório Myanmar Witness, “35 pessoas, incluindo crianças e mulheres, foram queimadas e mortas pelos militares, em 24 de dezembro, no município de Hpruso”.
Um porta-voz da junta, Zaw Min Tun, admitiu que tinham surgido confrontos na área na sexta-feira e que os soldados tinham matado várias pessoas, sem dar mais pormenores.
“Apelo às forças birmanesas e a todos os grupos armados na Birmânia para que tomem todas as medidas necessárias para proteger os civis”, disse Griffiths.
Dois funcionários de ONG desaparecidos
Dois funcionários da organização não-governamental Save The Children estão desaparecidos, após o incidente ligado ao assassinato de 38 civis, incluindo mulheres e crianças, na sequência de um ataque do Exército de Myanmar.
“Temos a confirmação de que o seu veículo privado foi atacado e queimado. Os militares terão forçado as pessoas a sair dos seus carros, prenderam alguns, mataram outros e queimaram os seus corpos”, acusou a organização numa declaração, observando que os seus trabalhadores estavam a regressar a casa para o Natal.
Segundo a ONG Karenni Human Rights Group, que inicialmente denunciou o massacre, as vítimas são pessoas deslocadas internamente que foram mortas pelos militares.
A organização, que acompanhou a declaração de sábado com fotografias do massacre, descreveu o incidente como uma “horrenda violação dos direitos humanos” e apelou a que os responsáveis fossem levados à justiça.
A imprensa pró-governamental, entretanto, disse que os militares abateram um número desconhecido de “terroristas armados” em sete veículos que não tinham a intenção de parar a pedido dos oficiais.
Myanmar entrou em espiral de crise e violência desde que os militares liderados por Min Aung Hlaing tomaram o poder num golpe de Estado a 1 de Fevereiro. Em 10 meses, mais de 1.300 civis foram mortos, segundo uma ONG local, a Association for Assistance to Political Prisoners.
Em resposta, as milícias de cidadãos PDF surgiram em todo o país e estão regularmente a infligir contratempos ao poderoso exército birmanês.
A ONG Save the Children anunciou mais tarde que dois dos seus funcionários na Birmânia estavam “desaparecidos”.
Para além de protestos pacíficos e de um movimento de desobediência civil, as milícias civis formaram-se e pegaram em armas ao lado de guerrilhas étnicas que têm estado em conflito com os militares birmaneses durante décadas.
Quase 11 meses após a revolta, a junta militar ainda não está em pleno controlo do país, apesar da violência brutal utilizada contra a dissidência, que até agora deixou pelo menos 1.375 pessoas mortas, segundo uma organização ativista birmanesa.
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