Joni Mitchell, uma importante voz popular e vencedora de oito prémios Grammy, expressou o seu apoio aos quase 300 cientistas que alertaram o Spotify há algumas semanas de que estava a permitir a transmissão de mensagens que “prejudicam a confiança” na investigação médica.
“Decidi retirar toda a minha música do Spotify. As pessoas irresponsáveis estão a espalhar mentiras que estão a custar a vida das pessoas. Estou solidária com Neil Young e com a comunidade científica e médica global”, disse a cantora e compositora canadiana numa nota no seu site oficial.
A decisão de Joni Mitchell de retirar o seu catálogo musical da principal plataforma de música de ‘streaming’ surgiu no dia em que a artista deveria ter recebido o prémio Grammy Personalidade do Ano, numa cerimónia que foi adiada até Abril devido à pandemia do novo coronavírus.
A cantora é uma figura proeminente na música popular graças a álbuns como “Court and Spark” (1974), “The Hissing of Summer Lawns” (1975) e, sobretudo, “Blue” (1971), que aparece normalmente entre os melhores álbuns da história.
Neil Young denuncia “mentiras vendidas por dinheiro”
Na quarta-feira, Neil Young – um amigo de Joni Mitchell – também retirou a sua música do Spotify pela mesma razão.
“O Spotify tornou-se o lar da perigosa desinformação sobre a covid. Mentiras vendidas por dinheiro”, denunciou Young, encorajando outros músicos a distanciarem-se da plataforma.
Antes, o autor de “Harvest” tinha feito um ultimato, exigindo a remoção da sua música se o Spotify continuasse a disponibilizar “The Joe Rogan Experience”, que é considerado o ‘podcast’ mais popular nos Estados Unidos.
O ‘podcast’ “The Joe Rogan Experience” é oferecido exclusivamente na plataforma. O Spotify assinou com o comediante e actor Joe Rogan, em 2020, um contrato de 100 milhões de dólares (900 milhões de euros).
Mas o ‘podcast’ de Rogan tem sido repetidamente criticado por promover teorias de conspiração sobre o novo coronavírus e encorajar a não-vacinação.
Uma carta assinada por 270 médicos e cientistas norte-americanos advertiu o Spotify, há algumas semanas, de que a plataforma estava a permitir a divulgação de mensagens que prejudicam a confiança do público na investigação científica e nas recomendações de saúde.
A empresa afirmou ter a responsabilidade de encontrar um equilíbrio entre “a segurança dos ouvintes e a liberdade dos criadores” e recordou que, desde o início da pandemia, removeu mais de 20.000 episódios de ‘podcasts’ relacionados com a covid-19, em conformidade com as suas normas de conteúdo.
https://zap.aeiou.pt/artistas-abandonam-spotify-covid-460014
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