Num esforço global de devolução de arte aos países de origem, estudiosos estão à procura de vários artefactos roubados pelos nazis na Segunda Guerra Mundial.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler ordenou que os bens culturais de outras nações fossem obtidos, muitas vezes à força.
Hitler queria enriquecer o regime e os seus líderes com tesouros, vender arte roubada que não refletisse os ideais do Reich e criar o Führermuseum, imaginado como o centro cultural do mundo, na sua cidade natal de Linz, na Áustria.
Investigadores estão cada vez mais a concentrar a sua atenção na apreensão e escavação de antiguidades da Grécia e de outros países pelas forças alemãs durante a Segunda Guerra Mundial, escreve o The New York Times.
Os nazis invadiram a Grécia em 1941, com o major-general do exército alemão Julius Ringel a iniciar escavações ilegais na ilha de Creta. Esta era uma terra rica em artefactos da civilização minoica, que floresceu aproximadamente entre o século XXX e XV a.C.
Ringel ficou com alguns para seu próprio ganho e outros foram enviados para os museus alemães, como espólios de guerra.
O major-general nazi também confiscou antiguidades da Villa Ariadne, a antiga casa do arqueólogo britânico Sir Arthur Evans, e roubou outras de um quarto trancado no antigo palácio de Cnossos.
Vassilios Petrakos, curador de antiguidades e secretário geral da Sociedade Arqueológica de Atenas, salienta que militares como Ringel não só roubaram como também destruíram artefactos históricos.
Os estudiosos estão agora a tentar desvendar os mistérios do que aconteceu com os objetos que foram escavados ou apreendidos há oito décadas. Estados Unidos, Alemanha, Itália, França, Polónia e Grécia são os principais países a fazê-lo.
“As antiguidades não receberam o tipo de investigação aprofundada que merecem sobre o destino das antiguidades gregas, romanas, bizantinas, etruscas, do Oriente Próximo e egípcias roubadas pelos nazis”, disse Claire Lyons, curadora de antiguidades do Museu Getty, em declarações ao Times.
“Precisamos de focar mais esforços na Segunda Guerra Mundial”, sentenciou.
Quanto à situação na Grécia, Petrakos diz que uma lista do que foi roubado “não existe e já não é possível”, devido aos anos que passaram. “Nós nem sabemos a quantidade de bens que foram encontrados” nas escavações dos nazis, acrescenta o curador.
Ainda que a Alemanha esteja a fazer um esforço para devolver os bens roubados, dado que não há uma lista completa dos artefactos roubados, a tarefa é complicada.
Heinrich Himmler, chefe da Gestapo e das SS, também iniciou escavações na Grécia, com o objetivo de provar que os alemães faziam parte de uma raça ariana e eram herdeiros da cultura grega antiga.
O foco no roubo de antiguidades por parte dos nazis acontece numa altura em que os museus de todo o mundo enfrentam uma pressão crescente para rever arte originalmente adquirida por colonizadores e forças de ocupação em épocas que antecedem a Segunda Guerra Mundial.
https://zap.aeiou.pt/procuram-artefactos-roubados-nazis-458166
Durante a Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler ordenou que os bens culturais de outras nações fossem obtidos, muitas vezes à força.
Hitler queria enriquecer o regime e os seus líderes com tesouros, vender arte roubada que não refletisse os ideais do Reich e criar o Führermuseum, imaginado como o centro cultural do mundo, na sua cidade natal de Linz, na Áustria.
Investigadores estão cada vez mais a concentrar a sua atenção na apreensão e escavação de antiguidades da Grécia e de outros países pelas forças alemãs durante a Segunda Guerra Mundial, escreve o The New York Times.
Os nazis invadiram a Grécia em 1941, com o major-general do exército alemão Julius Ringel a iniciar escavações ilegais na ilha de Creta. Esta era uma terra rica em artefactos da civilização minoica, que floresceu aproximadamente entre o século XXX e XV a.C.
Ringel ficou com alguns para seu próprio ganho e outros foram enviados para os museus alemães, como espólios de guerra.
O major-general nazi também confiscou antiguidades da Villa Ariadne, a antiga casa do arqueólogo britânico Sir Arthur Evans, e roubou outras de um quarto trancado no antigo palácio de Cnossos.
Vassilios Petrakos, curador de antiguidades e secretário geral da Sociedade Arqueológica de Atenas, salienta que militares como Ringel não só roubaram como também destruíram artefactos históricos.
Os estudiosos estão agora a tentar desvendar os mistérios do que aconteceu com os objetos que foram escavados ou apreendidos há oito décadas. Estados Unidos, Alemanha, Itália, França, Polónia e Grécia são os principais países a fazê-lo.
“As antiguidades não receberam o tipo de investigação aprofundada que merecem sobre o destino das antiguidades gregas, romanas, bizantinas, etruscas, do Oriente Próximo e egípcias roubadas pelos nazis”, disse Claire Lyons, curadora de antiguidades do Museu Getty, em declarações ao Times.
“Precisamos de focar mais esforços na Segunda Guerra Mundial”, sentenciou.
Quanto à situação na Grécia, Petrakos diz que uma lista do que foi roubado “não existe e já não é possível”, devido aos anos que passaram. “Nós nem sabemos a quantidade de bens que foram encontrados” nas escavações dos nazis, acrescenta o curador.
Ainda que a Alemanha esteja a fazer um esforço para devolver os bens roubados, dado que não há uma lista completa dos artefactos roubados, a tarefa é complicada.
Heinrich Himmler, chefe da Gestapo e das SS, também iniciou escavações na Grécia, com o objetivo de provar que os alemães faziam parte de uma raça ariana e eram herdeiros da cultura grega antiga.
O foco no roubo de antiguidades por parte dos nazis acontece numa altura em que os museus de todo o mundo enfrentam uma pressão crescente para rever arte originalmente adquirida por colonizadores e forças de ocupação em épocas que antecedem a Segunda Guerra Mundial.
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