Um comandante ucraniano nomeou “uma data de preocupação” ligada aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022
Militares ucranianos participam dos exercícios Sea Breeze na região de Kherson, na Ucrânia, em 2 de julho de 2021. © AFP / Oleksandr Gimanov/AFP
Em entrevista ao jornal londrino The Times, Alexander Pavlyuk, tenente-general do exército ucraniano, afirmou que a Rússia poderá invadir a Ucrânia em 20 de fevereiro – o dia em que os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 terminam em Pequim. Pavlyuk a descreveu como uma “data que nos preocupa”, supondo que o Kremlin não gostaria de estragar o evento esportivo organizado pela aliada China. O comandante ucraniano emitiu um aviso a Moscou, alegando que os ucranianos estavam “prontos para destruir os russos com as próprias mãos”. Os comentários foram feitos após Kiev reclamar publicamente que não recebeu a ajuda militar e as sanções preventivas contra a Rússia que desejava. Pavlyuk não estava sozinho ao vincular um conflito potencial aos Jogos. Um relatório separado da Bloomberg no sábado afirmou que o presidente chinês Xi Jinping pode ter pedido pessoalmente a Putin para adiar o suposto ataque, para não “dar início a uma invasão da Ucrânia no meio do momento olímpico de Xi”. O relatório não forneceu evidências, citando “um diplomata em Pequim que pediu para não ser identificado falando sobre tais cenários”. A Embaixada da China na Rússia respondeu ao relatório da Bloomberg na noite de sábado, chamando-o de “falso” e uma “provocação”.
Pavlyuk, de 52 anos, que supostamente comanda uma força de 52.000 homens, disse ao correspondente de guerra do Times, Anthony Loyd, que as autoridades ucranianas começaram a distribuir armas para outros 100.000 voluntários em áreas consideradas mais propensas a cair nas mãos dos russos, caso os ataques de Kiev e as reivindicações de invasão de seus aliados ocidentais se materializam. As chamadas unidades de defesa territorial destinam-se a travar uma “guerra prolongada do tipo insurgência”, disse ele. Segundo o tenente-general, o principal critério para a obtenção de armas de fogo era a prontidão do destinatário para a luta. O principal objetivo do exército ucraniano seria infligir pesadas baixas às tropas invasoras, continuou Pavlyuk, alegando que isso poderia mudar a maré russa. De acordo com a crença do comandante militar, o presidente Vladimir Putin tem planos de “ferir todo o país e, através desse ferimento, manipular a Ucrânia como eles desejam”. Pavlyuk afirmou que as principais cidades ucranianas como Dnepropetrovsk, Odessa e Kharkovia eram os principais alvos, com a Rússia supostamente tentando tirar as capacidades industriais da Ucrânia e seu acesso ao Mar Negro.
O tenente-general então repreendeu os aliados ocidentais da Ucrânia pelo que viu como falta de apoio militar ao país. Algumas das críticas mais fortes de Pavlyuk foram reservadas para a Alemanha, que, segundo ele, estava apenas prestando atenção a Kiev, enquanto se recusa consistentemente a fornecer armas ao exército ucraniano ou fornecer garantias de que abandonaria o gasoduto Nord Stream 2 caso irrompa a guerra. Enquanto isso, os EUA e o Reino Unido foram descritos como alguns dos poucos parceiros confiáveis da Ucrânia, segundo Pavlyuk.
Na segunda-feira, o governo britânico deu luz verde ao envio de armas antitanque para a Ucrânia em resposta ao “comportamento cada vez mais ameaçador da Rússia”. Os EUA desembolsaram cerca de US$ 2,7 bilhões em assistência militar para Kiev desde 2014. Berlim disse na sexta-feira que enviar armas ofensivas a Kiev está fora de questão. Há vários meses, a mídia ocidental e os principais políticos vêm ampliando as alegações do governo ucraniano de uma iminente invasão russa do país. Moscou negou veementemente as acusações, classificando-as como “notícias falsas” e, por sua vez, alegando que Kiev e seus aliados ocidentais podem estar preparando uma operação de bandeira falsa no leste da Ucrânia para tentar provocar uma resposta militar russa.
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