A fachada do Kamikatsu Zero Waste Center é fora da caixa e totalmente construída a partir de lixo. Localizado nas margens do rio Katsuura, na remota cidade de Kamikatsu, no sul do Japão, o centro foi aberto em 2020 e tornou-se um novo destaque para a comunidade.
O Kamikatsu Zero Waste Center foi construído para ajudar a cidade a atingir o ambicioso objetivo de 100% zero waste (desperdício zero, em português), disse Hiroshi Nakamura, arquiteto do projeto e fundador da NAP Architectural Consulting.
No ano passado, o edifício ganhou um prémio do Architectural Institute of Japan e, graças à atenção mediática cada vez mais crescente, a comunidade espera poder atrair novos habitantes, conscientes do ambiente, para aumentar a sua população em declínio.
“Queríamos fazer deste centro um lugar de que os residentes se pudessem orgulhar”, disse Nakamura à CNN.
A instalação ecológica agrega funções de educação, investigação e comunicação numa estação de tratamento de resíduos, feita de materiais locais e reciclados. Exemplo disso é a madeira de cedro das florestas próximas, escolhida especialmente pela equipa de Nakamura para criar a estrutura de apoio e o “esqueleto” do edifício.
A utilização de materiais locais ajudou a reduzir o combustível do transporte e a embalagem. Além disso, a madeira foi mantida na sua forma bruta, redonda, em vez de ser cortada em vigas ou tábuas quadradas para reduzir ainda mais os resíduos.
Construir um edifício a partir do lixo foi um verdadeiro desafio que se tornou também bastante demorado. Só alguns materiais – como parafusos, canalizações, materiais de telhado ou de impermeabilização – tiveram de ser novos para assegurar o cumprimento dos códigos de construção e das normas de segurança.
Vidro e cerâmica foram usados para criar pisos de tijoleira, recipientes de colheita de cogumelos shiitake de uma quinta local foram convertidos em estantes, e uma cama de um lar de idosos foi transformada num bonito sofá.
Para a fachada tão característica do edifício japonês, os residentes da cidade juntaram cerca de 700 janelas velhas, algumas recuperadas de edifícios abandonados. “A própria arquitetura foi criada com as memórias dos residentes“, resumiu Nakamura.
O centro de reciclagem é, no fundo, uma solução para dois problemas: primeiro, o despovoamento, uma vez que Kamikatsu tem apenas 1.500 habitantes; e o segundo relacionado com a gestão de resíduos, dado que o incinerador disponível teve que parar de ser usado devido aos níveis inseguros de emissão de dioxinas.
Foi motivada pelos percalços que Kamikatsu se tornou o primeiro município no Japão a emitir uma declaração de Lixo Zero, em 2003. Isto significa que todos os resíduos produzidos pelos habitantes são reciclados ou reutilizados, em vez de enviados para aterros ou incinerados.
A comunidade desenvolveu um sistema que classifica os resíduos em 45 categorias, com uma taxa de reciclagem superior a 80%.
O centro tem também uma vertente comunitária. Como muitos lugares no Japão, a população de Kamikatsu está a envelhecer e a diminuir, com os residentes mais jovens à procura de trabalho em cidades maiores.
O objetivo é que a abordagem ecológica desta cidade atraia novos residentes à procura de um estilo de vida mais sustentável.
https://zap.aeiou.pt/edificio-zero-desperdicio-japao-459533
O Kamikatsu Zero Waste Center foi construído para ajudar a cidade a atingir o ambicioso objetivo de 100% zero waste (desperdício zero, em português), disse Hiroshi Nakamura, arquiteto do projeto e fundador da NAP Architectural Consulting.
No ano passado, o edifício ganhou um prémio do Architectural Institute of Japan e, graças à atenção mediática cada vez mais crescente, a comunidade espera poder atrair novos habitantes, conscientes do ambiente, para aumentar a sua população em declínio.
“Queríamos fazer deste centro um lugar de que os residentes se pudessem orgulhar”, disse Nakamura à CNN.
A instalação ecológica agrega funções de educação, investigação e comunicação numa estação de tratamento de resíduos, feita de materiais locais e reciclados. Exemplo disso é a madeira de cedro das florestas próximas, escolhida especialmente pela equipa de Nakamura para criar a estrutura de apoio e o “esqueleto” do edifício.
A utilização de materiais locais ajudou a reduzir o combustível do transporte e a embalagem. Além disso, a madeira foi mantida na sua forma bruta, redonda, em vez de ser cortada em vigas ou tábuas quadradas para reduzir ainda mais os resíduos.
Construir um edifício a partir do lixo foi um verdadeiro desafio que se tornou também bastante demorado. Só alguns materiais – como parafusos, canalizações, materiais de telhado ou de impermeabilização – tiveram de ser novos para assegurar o cumprimento dos códigos de construção e das normas de segurança.
Vidro e cerâmica foram usados para criar pisos de tijoleira, recipientes de colheita de cogumelos shiitake de uma quinta local foram convertidos em estantes, e uma cama de um lar de idosos foi transformada num bonito sofá.
Para a fachada tão característica do edifício japonês, os residentes da cidade juntaram cerca de 700 janelas velhas, algumas recuperadas de edifícios abandonados. “A própria arquitetura foi criada com as memórias dos residentes“, resumiu Nakamura.
O centro de reciclagem é, no fundo, uma solução para dois problemas: primeiro, o despovoamento, uma vez que Kamikatsu tem apenas 1.500 habitantes; e o segundo relacionado com a gestão de resíduos, dado que o incinerador disponível teve que parar de ser usado devido aos níveis inseguros de emissão de dioxinas.
Foi motivada pelos percalços que Kamikatsu se tornou o primeiro município no Japão a emitir uma declaração de Lixo Zero, em 2003. Isto significa que todos os resíduos produzidos pelos habitantes são reciclados ou reutilizados, em vez de enviados para aterros ou incinerados.
A comunidade desenvolveu um sistema que classifica os resíduos em 45 categorias, com uma taxa de reciclagem superior a 80%.
O centro tem também uma vertente comunitária. Como muitos lugares no Japão, a população de Kamikatsu está a envelhecer e a diminuir, com os residentes mais jovens à procura de trabalho em cidades maiores.
O objetivo é que a abordagem ecológica desta cidade atraia novos residentes à procura de um estilo de vida mais sustentável.
https://zap.aeiou.pt/edificio-zero-desperdicio-japao-459533
Nenhum comentário:
Postar um comentário