quarta-feira, 31 de março de 2021

A CIA tentou usar gatos-ciborgue para espiar os soviéticos !

Na década de 1960, a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) gastou milhões de dólares e anos de trabalho a desenvolver um gato-ciborgue para espiar os soviéticos e obter informações. 


O projeto Operation Acoustic Kitty pode ser reconstruído graças a um conjunto de documentos desclassificados datados da década de 1960 e a declarações da comunidade de inteligência da Guerra Fria.

De acordo com o IFL Science, que consultou o livro Frankenstein’s Cats, de 2013, a ideia era implantar um microfone no canal auditivo de um gato e um pequeno transmissor de rádio na base do crânio do animal.

Depois de equipado com estes dispositivos, o animal podia ser treinado para entrar nas embaixadas soviéticas – e até mesmo no Kremlin – onde registaria conversas que seriam posteriormente enviadas para agentes da CIA.

Os documentos indicam que a agência experimentou várias técnicas para guiar o gato espião através de comandos auditivos ou de um carro controlado remotamente.

Foi gasto muito dinheiro“, disse Victor Marchetti, um assistente especial do Diretor Adjunto da CIA na década de 1960, citado no livro The Wizards of Langley, de 2001.

O responsável acrescentou que um dos gatos teve uma morte prematura durante uma das experiências no mundo real, tendo sido atropelado por um táxi.

O portal salvaguarda que Marchetti acabou por se tornar um crítico declarado da comunidade de inteligência dos Estados Unidos, depois de ter apresentado algumas ideias controversas e duvidosas, algumas das quais consideradas teorias da conspiração.

Os documentos da CIA revelam que o projeto fracassou por se ter revelado inútil para a agência. “Estamos satisfeitos com o que é realmente possível”, lia-se no relatório Views on Trained Cats, que acrescentava que o programa “não se prestaria de forma prática às nossas necessidades altamente especializadas”.

https://zap.aeiou.pt/cia-gatos-ciborgue-sovieticos-391078

 

“Libertem-nos!” - No campo de Lesbos, os migrantes estão a “asfixiar” !

“Libertem-nos, aqui nós asfixiamos!” No campo de Lesbos, na Grécia, os migrantes avançam sobre o grupo de jornalistas, autorizados excecionalmente a percorrer algumas fileiras de barracas, para relatar que estão fartos de serem tratados há sete meses “como porcos”.


O campo de refugiados é conhecido por Mavrovouni, nome grego da montanha onde foi erguido o “Moria 2.0”, montado à pressa após o incêndio no gigantesco campo de Moria, em setembro do ano passado.

Embora todos concordem que “a segurança é melhor” do que no campo anterior, não se pode dizer o mesmo das condições de vida. “As pessoas queixam-se de tudo, principalmente no inverno, com as chuvas fortes. Faz muito frio“, conta à AFP Raed Alobeed, refugiado sírio que criou uma organização de ajuda aos solicitantes de asilo.

Nas barracas deste campo provisório, que deve ser substituído no próximo inverno por um novo centro para solicitantes de asilo, “as noites são extremamente frias, o que é muito difícil com um bebé de cinco meses”, relata a síria Abdelkhader Ali, de 25 anos.

Num antigo terreno do Exército, “a chuva molha as barracas, mas é melhor do que nada”, diz o somali Shafi Dibiere. Para o jovem Bakari, do Mali, “é um pouco melhor do que no Moria, mas há três dias que não podemos tomar banho”.

Não há água quente e são poucos os chuveiros e casas de banho. “As condições sanitárias e higiénicas não são boas”, lamenta Jacques, da República Democrática do Congo (RDC). “Pelo menos, aqui a polícia trabalha, estamos mais seguros do que no Moria.”

Violência frequente

A violência era frequente no “antigo campo de Moria”, lembra Raed Alobeed. Abusavam sexualmente das mulheres, “esfaqueavam pessoas, roubos, máfia, venda de drogas, etc… Aqui isso quase não existe, com cerca de 300 policias”, assinala o refugiado sírio.

Mas para o congolês Jogo, que, como muitos, não revela o nome verdadeiro, “a polícia só vem quando há brigas. Aqui não vivemos, somos como porcos“. “Temos que nos desenrascar com o que nos dão, duas refeições diárias”, conta Jacques. “Não há nenhum lugar para procurar comida.”

Devido ao confinamento, os migrantes só podem sair uma ou duas vezes por semana. No antigo Moria, eles podiam ir até a cidade para fazer compras. A falta de liberdade é a principal queixa dos migrantes do Mavrovouni. E também o cansaço, após meses ou anos à espera de asilo.

Durante a visita do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), surgem jornalistas sob escolta policial, autorizados a falar com os migrantes durante alguns minutos nesta segunda-feira, por ocasião da visita a Lesbos da comissária europeia Ylva Johansson.

Isto é uma prisão, não podemos fazer nada“, queixa-se o afegão Jawed, de 34 anos, que esperava poder falar com a comissária. Mas no fim, Ylva não compareceu ao encontro. Ao chegar a Mavrovouni, uma multidão de migrantes cercou o avião da comissária e, depois, o carro.

O sírio Ahad, pai de sete filhos, teme que o devolvam à Turquia, depois de ver o seu pedido de asilo rejeitado três vezes. “Gostamos da Grécia, por que a Grécia não gosta de nós?”, questiona Cédric, procedente da RDC.

“Libertem-nos, vocês têm que nos libertar!”, gritam mulheres do Mali e da RDC, enquanto se dirigem à saída do campo. Uma delas, que vive em Lesbos desde 2019, diz à AFP: “Já passei pela grande entrevista, e nada acontece. Quero sair daqui, libertem-nos, por favor. Queremos ir para a escola, queremos construir nossa família.”

Quando os portões se fecham atrás dos jornalistas, ela grita: “Aqui asfixiamos!

https://zap.aeiou.pt/libertem-nos-no-campo-de-lesbos-os-migrantes-estao-a-asfixiar-391404

 

Médica da Administração Trump diz que milhares de mortes podiam ter sido evitadas !

A coordenadora da resposta da Casa Branca à pandemia da Administração Trump admitiu que as mortes ligadas à covid-19 “podiam ter sido reduzidas de forma substancial”. 


Numa entrevista ao canal televisivo CNN, transmitida no domingo, Deborah Birx, coordenadora do combate à pandemia durante a Administração Trump, sugeriu que o ex-Presidente é o grande responsável pela maioria das mortes registadas no país.

“Na primeira vez, temos uma desculpa. Nesse pico inicial houve cerca de 100 mil mortes. Estou convencida de que todas as outras mortes podiam ter sido mitigadas, ou reduzidas de forma substancial”, disse a médica, citada pelo jornal Público.

A profissional revelou também que foi chamada para uma reunião com Trump, em agosto do ano passado, depois de ter aconselhado as comunidades das zonas rurais a usarem máscara e a manterem o distanciamento durante o verão.

Birx disse que “toda a gente na Casa Branca ficou transtornada” com as suas declarações, por irem contra a narrativa de que a transmissão do vírus ia abrandar com o calor, e admitiu que a conversa com o antigo chefe de Estado foi “muito desconfortável, muito direta e muito difícil”.

Numa outra entrevista à CNN, conta o mesmo jornal, o antigo chefe dos Centros de Prevenção e Controlo das Doenças (CDC), Robert Redfield, acusou o então secretário da Saúde de Trump, Alex Azar, de o ter pressionado a alterar os números do relatório semanal de morbilidade e mortalidade.

“Pode desmentir, mas essa é a verdade. Numa das vezes, não só fui pressionado pelo secretário da Saúde e pelos seus advogados, como também fui pressionado por telefone, pelos mesmos advogados e pelo chefe de gabinete, e durante mais de uma hora, quando ia a conduzir para casa”, disse.

O ex-chefe da Food and Drug Administration (FDA), Stephen Hahn, também denunciou pressão política, sobretudo na altura em que a Administração Trump lhe retirou a autoridade para avaliar os testes que estavam a ser desenvolvidos por laboratórios privados no país.

https://zap.aeiou.pt/medica-administracao-trump-mortes-evitadas-391315

 

Vacina da AstraZeneca mudou de nome - Passa a chamar-se Vaxzevria !

A vacina da AstraZeneca mudou de nome: agora denomina-se Vaxzevria, após o aval da Agência Europeia do Medicamento (EMA).


A vacina da AstraZeneca passou a denominar-se Vaxzevria após o aval da Agência Europeia do Medicamento (EMA), anunciou esta terça-feira o regulador, divulgando que até quinta-feira passada tinham sido administradas 10 milhões de doses deste fármaco.

A informação sobre a nova designação desta vacina – envolta em polémica por a farmacêutica ter falhado o acordado com Bruxelas sobre entregas para a União Europeia (UE) e pelo surgimento de coágulos sanguíneos em vacinados – consta de uma atualização ao produto, publicada esta terça-feira pela EMA.

Nessa atualização sobre o fármaco datada de segunda-feira, a EMA divulga que, além da mudança do nome, “foi incluído na informação sobre o produto um aviso sobre eventos de coágulos sanguíneos específicos muito raros, enquanto estão em curso mais investigações sobre uma possível relação causal com a vacina”.

“As pessoas vacinadas devem procurar atenção médica imediata se ocorrerem sintomas de coagulação e/ou hemorragia do sangue”, reforça o regulador no documento, insistindo que “os benefícios da Vaxzevria na prevenção da covid-19 continuam a superar os riscos”.

Nesta atualização, a EMA refere ainda que, desde a aprovação da vacina na UE em 29 de janeiro passado e até à passada quinta-feira, “mais de 10 milhões de doses de Vaxzevria foram administradas na UE e Espaço Económico Europeu”, muito abaixo das 120 milhões acordadas entre a farmacêutica e a Comissão Europeia para o primeiro trimestre.

Outra polémica esteve relacionada com os episódios de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com este fármaco, que levaram a maioria dos países europeus, incluindo Portugal, a suspender por uns dias a administração desta vacina, situação ultrapassada após a garantia da EMA de que é “segura e eficaz”.

Da informação do produto emitida pela EMA consta agora a indicação de que “foi observada muito raramente uma combinação de trombose e trombocitopenia, em alguns casos acompanhada de hemorragias, após a vacinação com Vaxzevria”, pelo que os profissionais de saúde “devem estar atentos aos sinais e sintomas”.

No que toca à campanha de vacinação europeia, até à passada quinta-feira, 18,2 milhões adultos dos perto de 400 milhões de cidadãos da UE tinham já recebido a segunda dose da vacina contra a covid-19, levando a que só 4,1% da população europeia estivesse completamente imunizada.

Bruxelas atribuiu estes níveis baixos de inoculações aos problemas de entrega das vacinas da Vaxzevria para a UE, exigindo que a farmacêutica recupere os atrasos na distribuição e honre o contratualizado.

A meta de Bruxelas é que, até final do verão, 70% da população adulta esteja vacinada. Os dados divulgados pela instituição na passada quinta-feira revelaram também que foram já administradas 62 milhões de doses de vacinas em relação às 88 milhões distribuídas.

Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE: Pfizer/BioNTech (Comirnaty), Moderna, Vaxzevria e Janssen (grupo Johnson & Johnson, ainda não está em distribuição).

Até ao final deste primeiro trimestre, de acordo com Bruxelas, chegarão à UE quase 100 milhões de doses de vacinas, a grande parte da Pfizer/BioNTech (66 milhões, mais do que os 65 milhões inicialmente acordadas), da Vaxzevria (30 milhões de um total de 120 milhões inicialmente acordadas) e da Moderna (10 milhões).

Para o segundo trimestre, a expectativa do executivo comunitário é que cheguem 360 milhões de doses à UE, principalmente da Pfizer/BioNTech (200 milhões), da Vaxzevria (70 milhões de um total de 180 milhões inicialmente acordadas), da Janssen (55 milhões) e da Moderna (35 milhões).

https://zap.aeiou.pt/astrazeneca-chamar-se-vaxzevria-391489

 

Começou o julgamento histórico de Derek Chauvin, o polícia acusado de matar George Floyd !

Esta segunda-feira começou um julgamento histórico em Minneapolis, nos Estados Unidos. Derek Chauvin foi acusado de sufocar deliberadamente até à morte George Floyd, enquanto a defesa do ex-polícia justificou o uso da força, invocando o consumo de drogas por parte do afro-americano.


O vídeo chocante de um polícia de Minneapolis ajoelhado no pescoço de George Floyd foi o foco da abertura da argumentação, esta segunda-feira, no arranque do julgamento da morte que abalou os Estados Unidos.

A defesa de Derek Chauvin, que pressionou o pescoço de Floyd numa manobra que seria fatal, alegou que consegue provar que o afro-americano estava drogado (o que teria forçado os agentes policiais a serem mais duros) e que a sua morte se devia mais às drogas e aos seus problemas de saúde do que propriamente à asfixia.

“Nove minutos e 29 segundos. Esse foi o tempo que durou”, disse o procurador Jerry Blackwell, sobre o tempo que Chauvin manteve o joelho pressionado sobre o pescoço de Floyd. No vídeo, Floyd, algemado e com o corpo estendido de bruços na calçada, tentava recuperar o fôlego enquanto os pedestres pediam ao polícia para não usar tanta força.

Não consigo respirar“, implorou Floyd, antes de desmaiar.

Há 19 anos na polícia, Chauvin é acusado de assassinato e homicídio culposo e enfrenta até 40 anos de prisão se for declarado culpado da acusação mais grave: assassinato em segundo grau. O veredito deve ser conhecido no final de abril ou início de maio.

O vídeo da morte de Floyd, gravado e transmitido ao vivo nas redes sociais por um pedestre, gerou protestos antirracistas e confrontos pelos abusos policiais contra os negros em todo o território norte-americano e até noutros países.

O Presidente Joe Biden “certamente estará a observar de perto, assim como todos os americanos”, afirmou a sua porta-voz, Jen Psaki, mencionando a “ferida” que este caso deixou no país.

“Força excessiva e irracional”

Durante a sua intervenção, Blackwell disse que o antigo agente de 45 anos não seguiu os procedimentos policiais e agiu de forma insensível ao continuar a pressionar o corpo imóvel de Floyd contra o chão. “O senhor Derek Chauvin traiu o seu distintivo policial quando usou uma força excessiva e irracional sobre o corpo do senhor George Floyd.”

“Ele colocou os joelhos sobre o pescoço e as costas, magoando-o e esmagando-o, até que a sua respiração – não, senhoras e senhores, até que a própria vida – lhe fosse arrancada“, acrescentou.

O advogado de Chauvin, Eric Nelson, disse ao júri que Floyd estava sob a influência de drogas ao ser detido e resistiu à prisão. “Derek Chauvin fez exatamente o que foi treinado a fazer”, afirmou Nelson, pedindo ao júri para ignorar a política e os movimentos sociais que rondam o caso.

“Não existe nenhuma causa política ou social nesta sala”, acrescentou.

“As evidências mostrarão que Floyd morreu de arritmia cardíaca por causa da hipertensão, a sua doença coronária, a ingestão de metanfetamina e fentanil e a adrenalina que fluía no seu corpo. Tudo isso comprometeu ainda mais partes do corpo que já estavam comprometidas”, argumentou.

O julgamento de Chauvin, transmitido ao vivo, tornou-se o centro das atenções para o movimento Black Lives Matter e uma prova sobre o exercício da justiça no âmbito policial.

O advogado e os membros da família Floyd ajoelharam-se durante o tempo em que Chauvin pressionou o joelho sobre o pescoço de Floyd no vídeo.

“Achei que a imagem tinha congelado”

Blackwell deixou claro que não pretende julgar todos os polícias, apenas Chauvin, que foi demitido do departamento de polícia de Minneapolis após o incidente.

Ben Crump, advogado dos direitos civis que representa a família da vítima, disse que o advogado de defesa de Chauvin “vai tentar assassinar o caráter de George Floyd“. “Mas este é o julgamento de Derek Chauvin, vamos ver o seu histórico”, afirmou. “Os fatos são simples. O que matou George Floyd foi uma overdose de força excessiva”.

Para mostrar que a atitude do agente foi equivocada, o procurador chamou como primeira testemunha a operadora que enviou a polícia para onde Floyd estava.

Jena Scurry disse que os viu nas imagens de uma câmara de segurança enquanto atendia outras chamadas. “Achei que a imagem tinha congelado“, porque ficaram muito parados durante muito tempo. “O meu instinto dizia-me que algo estava errado.”

Foi então que Scurry decidiu chamar outro polícia para relatar o incidente.

Donald Williams, um instrutor de artes marciais que estava no local do assassinato, afirmou ter dito a Chauvin que a sua maneira de imobilizar Floyd pelo pescoço era equivalente a uma manobra perigosa usada em combates chamada de “blood choke”, ou “sufocamento de sangue”.

O julgamento acontece numa sala de Minneapolis fortemente vigiada. O processo deve durar aproximadamente um mês.

O júri de 14 membros é racialmente misto: seis mulheres brancas, três homens negros, dois homens brancos e três mulheres negras.

Os policias raramente são condenados nos Estados Unidos e a sentença por qualquer uma das acusações contra Chauvin exigirá que o júri emita um veredito unânime.

https://zap.aeiou.pt/comecou-o-julgamento-historico-de-derek-chauvin-o-policia-acusado-de-matar-george-floyd-391481

 

China promulga lei que reforça presença de “patriotas” no parlamento de Hong Kong !

A Assembleia Nacional Popular da China promulgou esta terça-feira a lei de reforma do sistema eleitoral de Hong Kong, que visa reduzir o número de lugares dos deputados eleitos pela população e reforçar a presença de candidatos pró-Pequim no Conselho Legislativo.


Segundo o Global Times, citado pelo Público, um porta-voz do Ministro dos Negócios Estrangeiros avançou que a reforma reflete os princípios da governação “patriota” de Hong Kong. Para as autoridades chinesas, esta reorganização visa corrigir “lacunas” que ameaçam a segurança nacional, garantindo que apenas “patriotas” governem o território.

“Acredito que ao melhorar o sistema eleitoral e implementar uma ‘administração patriota em Hong Kong’, a politização excessiva e as cisões internas que dividiram Hong Kong podem ser mitigadas”, disse Carrie Lam, chefe Executiva de Hong Kong, numa conferência de imprensa.

O Conselho Legislativo é constituído por 70 membros, com metade eleita diretamente pelo povo e a outra por grupos próximos de Pequim. Com a reforma, o número aumenta para 90, com 20 a serem eleitos pela população, 40 selecionados por um comité fiel ao Partido Comunista Chinês e os restantes pelos grupos de interesses económicos e políticos.

Por sua vez, os lugares de seis distritos deixarão de existir na comissão eleitoral, com o número de membros a passar de 1200 para 1500.

O Global Times sublinhou que o Governo central demorou menos de 20 dias desde a aprovação até à formalização da reforma, que se espera finalizada no final de maio.

https://zap.aeiou.pt/china-lei-patriotas-parlamento-hong-kong-391424

 

“Vai demorar muito para descobrir.” - Enviado especial da OMS admite dificuldade em detetar origem do vírus !

O enviado especial da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a covid-19, David Nabarro, admitiu esta terça-feira que é “manifestamente difícil” encontrar a origem do vírus que causou a pandemia, mas que se trabalha com várias hipóteses.


“Encontrar a origem de um vírus, quando se tenta explicar de onde vem uma doença, é manifestamente difícil”, disse Nabarro à BBC Radio 4.

“Não sabemos a origem precisa do VIH (o vírus que provoca a Sida), não sabemos a origem precisa do Ébola e vai demorar muito para descobrir a origem precisa da covid-19”, acrescentou o especialista, antes de a OMS publicar oficialmente o seu relatório sobre a pandemia.

Nabarro disse que a organização trabalha com várias hipóteses, mas que esse trabalho leva tempo.

“Todas as hipóteses ainda estão sobre a mesa”, disse também o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na segunda-feira.

O relatório da missão que investigou a origem da covid-19 na China será publicado oficialmente esta terça-feira.

Segundo os meios de comunicação que tiveram acesso a uma minuta do relatório, este defende que a teoria mais provável da origem da pandemia tenha sido a transmissão do novo coronavírus de morcegos para humanos por meio de outro animal, enquanto a hipótese de fuga do vírus de um laboratório é “extremamente improvável”.

O relatório recomendou a continuação dos estudos com base nessas três hipóteses, mas descarta a possibilidade de o vírus ter sido transmitido a humanos devido a um acidente de laboratório.

Nas suas descobertas, os investigadores disseram que estudos da cadeia de abastecimento do mercado de Huanan (e outros mercados em Wuhan) não permitiram encontrar “evidências da presença de animais infetados, mas a análise da cadeia de abastecimento forneceu informações” úteis para estudos de monitoração direcionados, especialmente nas regiões vizinhas.

Os especialistas também pediram para “não se negligenciar os produtos de origem animal de regiões fora do Sudeste Asiático” e defenderam que os inquéritos futuros devem ser desenhados “em áreas maiores e num maior número de países”.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.784.276 mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

https://zap.aeiou.pt/vai-demorar-muito-para-descobrir-oms-admite-dificu-391261

 

Candidato à Presidência do Peru quer tratar covid-19 com aguardente !

O candidato do centro-esquerda à Presidência do Peru Yonhy Lescano, pertencente ao partido Ação Popular, insistiu em tratar os sintomas da covid-19 com sal e aguardente de cana-de-açúcar, uma “receita” que carece de qualquer evidência científica.


O candidato, que continua a liderar as intenções de voto, entre 10% e 11%, de acordo com as últimas sondagens feitas no país, reafirmou a crença no tratamento dos sintomas da doença provocada pelo SARS-CoV-2 com aguardente de cana-de-açúcar e recorrendo “receitas naturais”.

“Acredito na medicina popular, na medicina natural. Há pessoas que se curam com folha de coca, com sal e com uma série de ervas e plantas que existem na Amazónia”, explicitou Yonhy Lescano durante uma entrevista ao programa “Panorama”, emitido pela Panamericana Televisión.

O antigo congressista defendeu também que a utilização de aguardente de cana-de-açúcar é corroborada com evidências científicas porque, argumentou, funciona como um elixir bucal à base de álcool para eliminar vírus e bactérias da boca.

“É o mesmo princípio”, enfatizou Yonhy Lescano, um de seis candidatos à Presidência do Peru com possibilidade de ir a uma segunda volta. As presidenciais estão agendadas para 11 de abril.

Contudo, não há quaisquer evidências científicas de que a utilização de aguardente seja eficaz no combate aos sintomas da covid-19.

Recorde-se que em abril de 2020, o então Presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, foi amplamente criticado pela comunidade científica depois de sugerir injeções de desinfetante para tratar os sintomas da covid-19, durante um briefing sobre a situação epidemiológica no país.

https://zap.aeiou.pt/tratar-covid-com-aguardente-391257

 

terça-feira, 30 de março de 2021

Canal do Suez desbloqueado - Ever Given vai retomar viagem !

O Canal de Suez está oficialmente desbloqueado. As passagens naquela que é uma das artérias marítimas mais importantes do mundo podem agora ser retomadas.


O navio Ever Given, que estava a bloquear o Canal de Suez desde a semana passada, foi oficialmente desencalhado esta segunda-feira à tarde. “O almirante Osama Rabie, presidente da Autoridade do Canal do Suez, proclamou o recomeço do tráfego de navegação no canal”, anunciou a meio da tarde o organismo, em comunicado.

A autoridade do canal fez o anúncio, acrescentando que o Suez será reaberto brevemente. A Evergreen, dona do navio, confirmou a informação de que a embarcação está liberta e poderá agora seguir viagem.

De acordo com o Público, o anúncio surge cerca de sete horas depois de o porta-contentores ter dado sinais de desbloqueio, mas ainda não é claro quando é que os 369 navios em espera vão poder começar a atravessar o canal.

O almirante Osma Rabie disse ao canal egípcio de televisão Sadaa al-Balad que vão ser “precisos três dias e meio para os navios que estão à espera” começarem a atravessar a passagem bloqueada desde terça-feira da semana passada.

A autoridade tinha anunciado esta manhã que o Ever Given tinha começado a flutuar depois de ter estado totalmente encalhado desde a passada terça-feira.

O Canal do Suez, no Egito, é uma das passagens marítimas mais movimentadas do mundo e, devido ao encalhe do Ever Given, cerca de 400 navios aguardavam a passagem na via que liga o mar Mediterrâneo e o mar Vermelho.

O Ever Given estava a bloquear o Canal de Suez há quase uma semana. O porta-contentores ficou preso na diagonal de uma secção sul do canal na manhã de terça-feira, interrompendo o tráfego de navios na rota mais curta que liga a Europa e a Ásia.

Sendo um dos maiores porta-contentores do mundo, o Ever Given tem 400 metros de comprimento, 59 metros de largura e pesa 224 mil toneladas. Ficou encalhado com 20 mil contentores e 220 mil toneladas de mercadorias a bordo, entre as quais chá, móveis, 130 mil ovelhas e petróleo iraniano para a Síria.

https://zap.aeiou.pt/canal-do-suez-desbloqueado-391022

 

Cientistas estão a tentar tirar centenas de nomes racistas do mapa dos EUA !

Quatro estudantes do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) pediram a ajuda de cientistas para apoiar os esforços de remover o racismo das centenas de topónimos federais nos Estados Unidos.


De acordo com o Gizmodo, este esforço começou em janeiro, quando Julia Wilcots, uma geóloga, encontrou uma gíria anti-negros num mapa mais antigo que estava a usar para planear um futuro trabalho de campo.

Wilcots sinalizou o nome do lugar ao seu supervisor e colegas, que começaram a redigir menções ao nome e a ver se o lugar tinha sito rebatizado.

“Quando começamos a analisar, encontrámos uma série de outros marcos e características geográficas com calúnias raciais, alguns cujos nomes ainda incorporam a calúnia racial”, disse Meghana Ranganathan, uma estudante de pós-graduação em glaciologia. “Ficámos chocados e, sendo quatro mulheres negras nas geociências, ficámos desconcertadas com o facto de serem nomes que os nossos colegas geocientistas negros poderiam encontrar enquanto fazem o seu trabalho.”

As mulheres não tropeçaram em nenhuma anomalia. Uma análise realizada em 2015 pela Vocativ revelou que mais de 1.400 nomes de lugares reconhecidos pelo governo federal usavam termos ofensivos ou calúnias raciais.Embora o estudo tenha encontrado nomes ofensivos em todos os estados, a maior densidade de calúnias estava localizada no oeste e no sul.

A contagem inclui mais de 550 nomes de lugares que usam calúnias para negros – só a Califórnia abriga 51 desses lugares -, 30 nomes de lugares que fazem referência a termos racistas para pessoas de ascendência chinesa e mais de 820 lugares que contêm um termo depreciativo para mulheres indígenas, o insulto mais comum encontrado pela investigação.

Alguns desses 1.400 nomes são menos ofensivos do que costumavam ser. Muitos dos 550 nomes que fazem referência aos americanos negros foram atualizados na década de 1960 para usar “Negro” em vez da “palavra com N”.

Contudo, o governo federal manteve nomes de lugares que incluíam os termos “Tio Tom”, “pickaninny” e “Jim Crow” – todos termos pejorativos usados para descrever um afro-americano -, muitos dos quais permanecem intocados até hoje. Nem os quatro lugares chamados “Negro Morto” foram alterados.

Por outro lado, alguns nomes de lugares ofensivos foram alterados com sucesso. Em 2017, um desfiladeiro no Utah mudou de “Negro Bill Canyon” para “Grandstaff Canyon” para refletir o apelido de Bill, mas não a sua cor de pele.

Existe uma forma de enviar um pedido oficial ao governo federal para alterar o nome de um lugar, mas o processo é demorado, atolado por centenas de solicitações e mal ajustado para lidar com a presença generalizada de racismo em todo o mapa.

A Lei de Reconciliação em Nomes de Locais foi introduzida no outono passado. O projeto encarregaria o Departamento do Interior de criar um comité consultivo especial para rever os topónimos ofensivos e solicitar a opinião de membros tribais, bem como do público em geral, para alternativas.

Ranganathan, Wilcots e as suas colegas Diana Dumit e Rohini Shivamoggi escreveram uma carta aberta à comunidade científica para mostrar apoio. Até ao momento, mais de 500 cientistas subscreveram.

“Nós, como geocientistas, temos uma relação única com os lugares que estudamos”, disse Ranganathan. “Os cientistas muitas vezes ocupam posições de privilégio dentro da sociedade, pois somos vistos como pessoas com experiência e conhecimento e pessoas a serem ouvidas, e os geocientistas, em particular, têm alguma experiência sobre essas características do solo.”

“É nosso dever como comunidade de geociências garantir que os geocientistas negros que estamos a recrutar e apoiar tenham as mesmas experiências que os seus colegas brancos”, continuou. “Embora existam muitos problemas enfrentados por geocientistas (e cientistas) negros, este parece ser um problema a ser considerado seriamente quando pedimos aos geocientistas negros que façam trabalho de campo em áreas que têm insultos raciais nos nomes de lugares.”

Seja qual foi o desfecho do pedido, Ranganathan considera que a comunidade científica ainda tem um trabalho a fazer e algumas feridas profundas para resolver por conta própria.

“Mesmo depois de esses nomes de lugares serem alterados, muitas dessas calúnias raciais permanecem na literatura de geociências”, disse Ranganathan. “O nome do lugar que [Wilcots] encontrou era um nome que tinha sido mudado nas últimas décadas, mas aquela mancha ainda permanece num mapa que é usado. A comunidade de geociências precisa de ter uma conversa sobre como lidar com estas calúnias e nomes de lugares antigos na literatura de geociências”.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-tirar-nomes-racistas-mapa-eua-390929

 

Líderes mundiais defendem tratado internacional contra pandemias !

O primeiro-ministro António Costa e mais de 20 chefes de governo e Estado apelaram, numa carta conjunta, à criação de um novo tratado internacional de preparação e resposta a futuras pandemias.


A carta conjunta foi publicada em vários jornais internacionais, como o espanhol El País, o francês Le Monde e o britânico Daily Telegraph. Em Portugal, a missiva foi divulgada pelo Público.

Nessa carta, os líderes mundiais, como o primeiro-ministro português António Costa, presidente francês Emmanuel Macron, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, consideram que a pandemia de covid-19 “é o maior desafio que se coloca à comunidade mundial desde a década de 1940”.

O Observador escreve que esta parceria entre países semelhante à que foi estabelecida após o fim da II Guerra Mundial.

“A pandemia de covid-19 tem-nos relembrado de forma dura e dolorosa que ninguém está seguro, até que todos estejamos seguros”, escreveram os líderes mundiais.

Os signatários da carta, onde também se incluem chefes de Estado e de governo do Chile, África do Sul, Quénia, Costa Rica, Coreia ou Ruanda, além de dirigentes da União Europeia (UE) e do líder da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, garantem estar “empenhados em garantir o acesso universal e equitativo a vacinas, medicamentos e diagnósticos seguros, eficazes e acessíveis para esta e futuras pandemias”.

“A questão não é se, mas quando. Juntos, ficaremos mais bem preparados para prever, prevenir, detetar, avaliar e dar uma resposta eficaz às pandemias de forma altamente coordenada”, lê-se.

Assim, os líderes defendem que “as nações terão de trabalhar juntas” para “construir uma arquitetura internacional da saúde mais robusta, que protegerá as futuras gerações”.

A criação do novo tratado internacional seria “plasmado na constituição da OMS” com base no “princípio da saúde para todos”, aproveitando mecanismos já existentes, como o Regulamento Sanitário Internacional.

O objetivo passaria por “promover uma abordagem que envolvesse todos os governos e todas as sociedades, reforçando as capacidades nacionais, regionais e mundiais, bem como a resiliência a futuras pandemias”.

A ideia já tinha sido abordada por Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, na cimeira do G20, em novembro.

“Numa altura em que a covid-19 aproveitou as nossas fraquezas e divisões, teremos de agarrar esta oportunidade e unirmo-nos como comunidade mundial, para uma cooperação pacífica que se prolongue para além desta crise”, defendem. “A preparação para a pandemia exige a liderança a nível mundial de um sistema de saúde global que seja adequado a este milénio. Para fazer deste compromisso uma realidade, teremos de ser guiados por princípios de solidariedade, justiça, transparência, inclusão e equidade”.

https://zap.aeiou.pt/lideres-mundiais-defendem-tratado-internacional-391243

Museus americanos guardam os restos mortais de milhares de negros !

Vários museus norte-americanos mantêm consigo os restos mortais de milhares de afro-americanos escravizados, muitos deles sem o consentimento das famílias.


Entre os restos mortais nas coleções do museu da Universidade de Harvard estão os de 15 pessoas que provavelmente eram escravos afro-americanos. No início deste ano, a universidade anunciou um novo comité que conduzirá uma investigação abrangente das coleções de Harvard, desenvolverá novas políticas e proporá formas de repatriar os restos mortais.

“Devemos começar a confrontar a realidade de um passado no qual a curiosidade académica e as oportunidades dominaram a humanidade”, escreveu o presidente da Universidade de Harvard, Lawrence S. Bacow.

Esta história desumanizante de recolher corpos afro-americanos como espécimes científicos não é um problema apenas em Harvard.

No ano passado, a Universidade da Pensilvânia anunciou que o seu museu de antropologia abordará o legado de 1.300 crânios humanos – incluindo os de 55 escravos de Cuba e dos Estados Unidos – na sua coleção, que historicamente foi usada para denegrir a inteligência e o carácter de negros e nativos americanos.

Outras instituições têm muito mais esqueletos negros nos seus armários. Segundo uma estimativa, o Smithsonian Institution, o Museu de História Natural de Cleveland e a Howard University mantêm os restos mortais de cerca de 2.000 afro-americanos entre eles.

O total aumenta quando se consideram museus com vestígios de outras populações da diáspora africana. Não se sabe quantos conjuntos de restos mortais estão nos depósitos de museus nos Estados Unidos e se foram ou não recolhidos com consentimento.

Investigadores e ativistas dos EUA estão agora a procurar reconhecer e corrigir a profunda história de violência contra corpos negros. Os museus e a sociedade estão finalmente a confrontar como é que os desejos da ciência às vezes eclipsam os direitos humanos.

Como é que os restos mortais de tantos negros foram parar nas coleções, e o que pode ser feito a respeito disso?

O abuso e a circulação de restos humanos afro-americanos para investigação datam de pelo menos 1763, com a dissecação de cadáveres de escravos para a primeira aula de anatomia nas colónias americanas.

A recolha sistemática de restos mortais de afro-americanos, bem como de pessoas de outras comunidades marginalizadas, começou com o trabalho de Samuel George Morton. Considerado o fundador da antropologia física americana, Morton profissionalizou a aquisição de restos mortais em nome da prática científica e da educação.

Morton ostentou a primeira coleção de restos mortais humanos, a certa altura considerada a maior do mundo. Ele usou-a para promover hierarquias racistas através de interpretações pseudocientíficas de medidas cranianas. A investigação resultou na sua magnum opus de 1839, “Crania Americana”, repleta de centenas de imagens desenhadas à mão de crânios e categorização racial com lógica defeituosa.

A sua coleção acabou por ir parar à Universidade da Pensilvânia. Só no ano passado é que a universidade anunciou oficialmente que a coleção tinha sido removida de uma vitrine de uma sala de arqueologia.

O impacto da coleção e da carreira de Morton ricocheteou por toda parte, estabelecendo as bases para práticas antiéticas baseadas no roubo, transporte e acumulação de restos mortais – especialmente daqueles mais marginalizados.

As instituições há muito abraçaram essas coleções principalmente para o trabalho pseudocientífico de justificar hierarquias raciais. Mas elas também aumentaram o seu prestígio pelo número de restos mortais nas suas coleções que poderiam ser usados para estudos, bem como para exposições que alimentaram a curiosidade mórbida do público.

Eventualmente, a maioria das instituições afastou-se destes objetivos originais, mas manteve os restos mortais para ensinar biologia esquelética e testar novos métodos científicos. A maioria das coleções de museus, no entanto, permanece sem uso, na crença de que pode ajudar a responder a perguntas em algum momento no futuro.

O Senado dos Estados Unidos aprovou a African American Burial Grounds Network Act em dezembro de 2020. Este projeto de lei estabeleceria uma rede voluntária para identificar e proteger cemitérios afro-americanos frequentemente em risco.

O programa seria administrado pelo Serviço Nacional de Parques e nada na legislação se aplicaria à propriedade privada sem o consentimento dos proprietários. Mais de 50 organizações nacionais, estaduais e locais proeminentes apoiam a aprovação da lei.

Mas mesmo essa legislação não inclui os restos mortais de negros nas coleções de museus. Tal adição estaria mais de acordo com a Native American Graves Protection and Repatriation Act, uma lei federal de 1990 que trata de restos mortais de índios americanos em todos os contextos – tanto no solo como em coleções.

Este trabalho é necessário porque muitos dos restos mortais dos negros, como os dos nativos americanos, foram levados sem o consentimento da família, usados de maneiras que infringiam as tradições espirituais e tratados com menos respeito do que a maioria dos outros na sociedade.

https://zap.aeiou.pt/museus-restos-mortais-negros-390497

 

Em 1985, um navio quebra-gelo e música clássica salvaram 2.000 baleias beluga !

A missão de salvamento de cerca de 2.000 baleias beluga na Península de Chukchi custou à Rússia cerca de 200 mil dólares.


Em 1985, várias baleias beluga foram avistadas na Península de Chukchi, a península mais oriental da Ásia. À primeira vista, os residentes locais ficaram contentes com o avistamento dos animais, mas demoraram pouco tempo a perceber que nem tudo estava bem.

Segundo o IFL Science, uma alteração no clima havia criado um enorme pedaço de gelo espesso, com cerca de quatro quilómetros de extensão, que ficou localizado entre os buracos de ar das baleias e o oceano aberto.

Os mamíferos marinhos eram incapazes de nadar esta distância sem ficar sem oxigénio e os escassos orifícios de ar não chegavam para as baleias sobreviverem. Os residentes esforçaram-se para manter os animais nutridos, mas, com a chegada do inverno, esperavam também a vinda de um milagre.

Nessa altura, a Rússia presenteou-se com um navio quebra-gelo finlandês, o maior e mais poderoso da época. Estes navios são conhecidos por cavar gelo espesso a grandes altitudes onde os barcos normais não se atrevem a aventurar. Uma das suas características mais vistosas era uma central de energia elétrica a diesel.

A Rússia acabou por alistar o Moskva na missão de resgate para salvar as baleias beluga, mas sabia que precisaria de agir rapidamente se quisesse libertá-las a tempo.

Quando o navio chegou, a situação era pior do que imaginavam e a missão acabou por ser cancelada pelo capitão do navio. Descontente, a tripulação decidiu que tinha de agir: enquanto quebravam o gelo, helicópteros largavam peixes para tentar alimentar as baleias que ainda permaneciam vivas.

Demorou vários dias, mas o Moskva conseguiu abrir um caminho para os animais. Apesar da boa notícia, as baleias – cansadas e traumatizadas pelo navio – eram incapazes de se mover.

Foi então que um membro da tripulação teve uma ideia fora da caixa com potencial para salvar os animais: a música poderia ajudar na missão de resgate.

Com poucas opções, a tripulação decidiu pôr em prática a ideia e o Moskva tornou-se um altifalante, ainda que temporariamente. Todos os tipos de música foram tocados na paisagem gelada, mas foi o clássico que provou ser a isca mais eficaz.

As baleias aproximaram-se do barco para investigar a melodia e, quilómetro a quilómetro, o Moskva conduziu os animais para fora da sua “prisão”.

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Comité organizador dos Jogos Olímpicos divulga medidas sanitárias para eventos teste !

O comité organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio2020 divulgou esta segunda-feira as medidas sanitárias necessárias impostas pela pandemia de covid-19 para os 18 eventos teste para as duas competições, que devem começar no final da semana.


Entre as medidas, figuram a limitação de contactos e o cumprimento, sempre que possível, de uma distância de segurança entre os atletas, segundo explicou Hidemasa Nakamura, do comité organizador, referindo também que as áreas comuns devem ser ventiladas a cada meia hora, noticiou esta segunda-feira a agência Lusa.

Até ao início dos Jogos Olímpicos, marcado para 23 de julho, estão previstos 18 eventos, o primeiro dos quais de râguebi em cadeira de rodas, no próximo fim de semana. Do total de eventos, 14 serão supervisionados pelo comité organizador Tóquio2020 e quatro pelas federações internacionais de modalidade.

De todas as competições, apenas uma, de atletismo, prevista para 09 de maio em Tóquio, deverá ser aberta a espetadores estrangeiros.

Em 20 de maio, o comité organizador anunciou que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio2020 irão ser disputados sem espetadores provenientes do estrangeiro devido a riscos sanitários importantes.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados para 2021 devido à pandemia de covid-19, vão decorrer entre 23 de julho e 08 de agosto, enquanto os Paralímpicos devem disputar-se entre 24 de agosto e 05 de setembro.

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Médicos franceses alertam para “medicina de catástrofe” e dizem que situação é pior do que nos ataques terroristas !

Enquanto Portugal avança no processo de desconfinamento, outros países europeus estão agora a sofrer um aumento de casos. Em França e na Alemanha, os médicos apelam a um regresso ao confinamento.


De acordo com o presidente da Associação de Medicina Intensiva e de Urgências da Alemanha (DIVI), Gernot Marx, a situação é crítica e as unidades de cuidados intensivos estão a chegar ao limite devido à pandemia.

“Estamos a correr de olhos abertos para a desgraça“, disse Marx, que pede um confinamento de duas a três semanas, em declarações à revista alemã Der Spiegel. O especialista realçou que o confinamento “salvaria muitas vidas e protegia muita gente da sequelas do coronavirus”.

Atualmente, há 1.644 camas livres nas unidades de cuidados intensivos alemãs. Desde março, o número de pacientes em cuidados intensivos aumentou de 2.727 para 3.448. A situação é considerada crítica a partir dos 5.000 doentes com covid-19 nas unidades de cuidados intensivos.

A Alemanha registou 17.176 novos casos e 90 mortos nas últimas 24 horas, um aumento de mais de 3.000 casos em relação ao domingo passado.

“Seremos obrigados a fazer a triagem dos doentes”

Num artigo de opinião no jornal francês  Journal du Dimanche, 41 médicos de Paris alertaram, este domingo, para a situação crítica dos cuidados de saúde e afirmaram que podem ter de chegar ao ponto de escolher que doentes tratar.

O artigo surge numa altura em que o presidente francês, Emmanuel Macron, tem rejeitado voltar a um confinamento geral e optado por restrições como o recolher obrigatório. Com o aumento do número de infeções e de camas ocupadas nos cuidados intensivos, os médicos apelam a Macron para que mude de estratégia.

“Nunca nos deparámos com uma situação como esta, nem mesmo durante os piores ataques [terroristas]”, como os de 2015, defendem.

Os médicos preveem que o aligeirar das restrições em vigor em março não vai controlar a pandemia. Segundo os especialistas, os recursos hospitalares não são suficientes para responder às necessidades, o que os levará a ter de praticar uma “medicina de catástrofe”.

“Já sabemos que a nossa capacidade de resposta está sobrecarregada. (…) Seremos obrigados a fazer a triagem dos doentes para salvar o maior número de vidas possível. Esta triagem vai abranger todos os pacientes, com e sem covid, em particular no acesso dos pacientes adultos aos cuidados intensivos”, consideram.

De acordo com os dados divulgados este domingo, França registou um aumento do número de doentes com covid-19 em camas de cuidados intensivos — de 4.766 para 4.872. Tendo em conta todos os internamentos, há mais 453 pessoas nas unidades de saúde, para um total de 27.712.

Numa entrevista ao mesmo jornal, Macron alertou para a possibilidade de serem aplicadas novas restrições caso a atual estratégia de confinamentos regionais não resulte. O presidente francês referiu que ainda “nada está decidido”, querendo ver se as restrições postas em prática nos últimos 10 dias foram suficientes para travar o aumento de contágios antes de aprovar um terceiro confinamento total.

Nos próximos dias vamos ver a eficácia das medidas e, se necessário, tomaremos as que façam falta”, afirmou.

Macron salientou também que o encerramento das escolas, que até agora tem sido encarado como último recurso, “não deve ser um tabu”.

Bélgica atinge o pico de incidência cumulativa da 3.ª vaga

A Bélgica atingiu uma incidência cumulativa a 14 dias de 505 casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes, o maior número desde o início da terceira vaga da pandemia, noticia a EFE. Segundo a agência de notícias espanhola, houve uma média de 4.636 infeções por dia, entre 18 e 24 de março, o que representou um aumento de 27% em relação aos sete dias anteriores.

Esse aumento também se reflete no número de camas ocupadas nos cuidados intensivos, que contabiliza 701 – com 292 novos internamentos nas últimas 24 horas – embora nem todas as pessoas que se encontram nos cuidados intensivos tenham ingressado devido à covid-19.

As autoridades de saúde belgas consideram que o limite crítico das unidades de cuidados intensivos é de uma ocupação de mil camas.

Quanto aos óbitos, registaram-se 27 mortes por dia, o que representa um aumento de 12% em relação aos sete dias anteriores.

A variante britânica já é a dominante na Bélgica, representando 76% dos vírus em circulação, segundo explicou o porta-voz do instituto público de Sandiad (Siensano), Yves van Laethem.

Antes do início da terceira vaga, a Bélgica voltou a encerrar cabeleireiros e outros comércios e lojas de proximidade e passou a ser obrigatório marcar uma hora para entrar em lojas não prioritárias. Algumas restrições estarão em vigor até ao dia 25 de abril.

Além disso, as escolas não abrirão esta segunda-feira, fechando uma semana antes das férias da Páscoa, e a intenção é que as aulas presenciais não decorram antes do dia 19 de abril.

Essas restrições somam-se a outras, como a proibição de viagens não essenciais ao exterior, de recolher noturno obrigatório e o encerramento de bares, enquanto os restaurantes só podem entregar comida ao domicílio.

A campanha de vacinação continua e já permitiu imunizar com a primeira dose 1,2 milhões de adultos, numa população total de aproximadamente 11 milhões de pessoas.

https://zap.aeiou.pt/alemanha-com-cuidados-intensivos-no-limite-390900

 

Vírus terá passado de morcegos para humanos através de outro animal - Fuga de laboratório é “improvável”

Um estudo conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da China sobre as origens da covid-19 revela que a transmissão do vírus de morcegos para humanos através de outro animal é o cenário mais provável e que uma fuga do laboratório é “extremamente improvável”.


Esta conclusão é avançada pela The Associated Press, que teve acesso a uma cópia preliminar do estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e da China.

Apesar de, em grande parte, as descobertas serem conforme o esperado, o relatório forneceu detalhes sobre o raciocínio por trás das conclusões da equipa. Os investigadores propuseram estudos adicionais em todas as áreas, exceto a hipótese de fuga do laboratório.

Os cientistas listaram quatro cenários por ordem de probabilidade para o surgimento do vírus denominado SARS-CoV-2.

No topo da lista estava a transmissão através de um segundo animal, o que disseram ser provável. Os investigadores avaliaram a disseminação direta de morcegos para humanos como provável e disseram que a disseminação através de produtos alimentícios da “cadeia de frio” era possível, mas improvável.

O parente mais próximo do vírus que causa a covid-19 foi encontrado em morcegos, que são conhecidos por transportar coronavírus. No entanto, o relatório disse que “a distância evolutiva entre esses vírus de morcego e o SARS-CoV-2 é estimada em várias décadas, sugerindo um elo perdido”.

O relatório revela ainda que vírus muito semelhantes foram encontrados em pangolins, mas também observou que martas e gatos são suscetíveis ao vírus, o que sugere que podem ser portadores.

Peter Ben Embarek, o especialista da OMS que liderou a missão Wuhan, disse na sexta-feira passada que o relatório foi finalizado, verificado e traduzido. “Espero que nos próximos dias todo esse processo seja concluído e possamos divulgá-lo publicamente”, disse.

O relatório preliminar não é conclusivo sobre a possibilidade de o surto ter começado num mercado de frutos do mar de Wuhan, que teve um dos primeiros grupos de casos em dezembro de 2019.

A descoberta de outros casos antes da eclosão do mercado em Huanan sugere que pode ter começado noutro lugar. Contudo, o relatório observa que pode ter havido casos mais brandos que não foram detetados e que podem ser uma ligação entre o mercado e os casos anteriores.

A China encontrou amostras do vírus nas embalagens de alimentos congelados que chegavam ao país e, em alguns casos, rastreou surtos provocados por eles.

O relatório propõe que esta cadeia pode ser um fator de disseminação do vírus a longa distância, mas não terá desencadeado o surto. O relatório afirma ainda que o risco é menor do que na infecção respiratória de pessoa para pessoa.

A divulgação do relatório foi adiada várias vezes, levantando questões sobre se o lado chinês estava a tentar distorcer as conclusões para evitar que a culpa pela pandemia recaísse sobre o país asiático.

Um funcionário da OMS disse no final da semana passada que esperava que o estudo esteja pronto para ser lançado “nos próximos dias”. A AP recebeu uma versão quase final na segunda-feira de um diplomata de um país membro da OMS em Genebra.

Não é claro se o relatório ainda poderia ser alterado antes do seu lançamento oficial.

https://zap.aeiou.pt/virus-tera-passado-de-morcegos-para-hu-390867

 

segunda-feira, 29 de março de 2021

Montenegro foi uma história de sucesso na região dos Balcãs - Agora, a sua democracia pode estar em perigo !

Em 2006, Montenegro tornou-se independente e separou-se pacificamente da Sérvia. O país, com apenas 640 mil habitantes, é agora uma democracia estável e inclusiva – mas nem sempre foi assim.


Após uma década de sangrentas guerras civis, que incluíram limpeza étnica e atos de genocídio, a Jugoslávia na década de 1990 dividiu-se violentamente em seis diferentes repúblicas independentes. Montenegro permaneceu com a Sérvia, o seu vizinho dominante e aliado da Rússia, escapando do pior da guerra.

Depois de se ter tornado independente, em 2006, Montenegro abriu a porta a todos os tipos de pessoas: ortodoxos, muçulmanos, judeus, católicos e ateus, mas também bósnios, albaneses, croatas católicos romanos e sérvios.

O sistema político não favorecia nem as minorias, nem as maiorias e muitos refugiados das guerras dos Balcãs procuraram também segurança no pequeno país.

A história de sucesso de Montenegro – assim como a sua própria identidade nacional – está agora em perigo depois de uma coligação de direita alinhada com a Sérvia e com a Rússia ter assumido o poder em dezembro.

A questão linguística e uma história que se repete

Todas as ex-repúblicas jugoslavas partilham uma linguagem mutuamente inteligível. No entanto, desde a separação, cada nova nação dos Balcãs tem usado a língua para criar a sua própria identidade política e cultural, estabelecendo uma língua e padronizando o seu uso.

Num artigo assinado no The Conversation, Marc Greenberg, professor de Línguas e Literaturas Eslavas na Universidade do Kansas, explica que uns foram mais bem sucedidos do que outros. O montenegrino, por exemplo, continua a ser contestado.

Apesar de ser usado por cidadãos que defendem uma sociedade inclusiva e multiétnica, aqueles que veem Montenegro como uma extensão do estado sérvio consideram a língua um dialeto.

O novo governo de coligação parece estar do lado dos sérvios na questão linguística.

Em março, a nova ministra da Educação, Ciência, Cultura e Desporto, Vesna Bratić, ameaçou encerrar a Faculdade de Língua e Literatura Montenegrina e bloqueou o seu financiamento desde janeiro. O instituto tem liderado esforços para padronizar a língua e fomentar bolsas de estudo sobre literatura e cultura montenegrina.

Num país jovem que ainda está a moldar a sua identidade nacional, “apagar” a língua que uniu o povo é o mesmo que eliminar a identidade montenegrina. O professor defende que, hoje, a língua é um símbolo de luta política no país.

A nova liderança política de Montenegro está ideologicamente alinhada com a Sérvia e com a Rússia e a sua jovem democracia pode mesmo estar em perigo. Muitos montenegrinos receiam, inclusivamente, que a hegemonia cultural sérvia anule o progresso na construção da nação e afaste Montenegro dos valores europeus.

As guerras dos Balcãs são ainda uma memória recente para os cidadãos, que temem até o início de um conflito étnico.

https://zap.aeiou.pt/montenegro-democracia-pode-perigo-390452

 

Menos soldados e mais robôs. Exército britânico reduz as suas tropas humanas !

Como parte de uma grande reforma militar, o Exército do Reino Unido está prestes a reduzir as suas tropas humanas.


Um dos objetivos do movimento de reestruturação das forças armadas britânicas é investir em robôs militares, drones e outras ferramentas de combate de alta tecnologia.

Segundo a BBC, esta atualização representa uma adaptação à própria mudança da guerra – com mais ênfase na guerra cibernética do que nas tropas terrestres.

Em janeiro, o Exército britânico tinha cerca de 80 mil soldados. O plano agora é reduzir esse número para cerca de 70 mil, permitindo que os soldados se aposentem ou saiam pelo seu próprio pé.

Ao mesmo tempo, o Exército investe em tecnologias, como drones e robôs de combate. A mudança também significa alocar mais recursos para os domínios cibernético e do Espaço, estabelecendo um comando espacial que parece funcionar de forma semelhante à Força Espacial dos Estados Unidos.

O Reino Unido quer também aumentar significativamente o número de ogivas nucleares à sua disposição, não apenas para deter as ameaças tradicionais, mas também para enfrentar ataques biológicos, químicos e até cibernéticos.

O documento de 110 páginas da Defesa britânica declara que o Reino Unido pretende aumentar o limite do número de ogivas nucleares a bordo dos submarinos Trident da Marinha Real de 180 para 260, um aumento de mais de 40%.

A alteração do Exército visa torná-lo mais eficaz e estratégico, especialmente face às novas tecnologias emergentes e às mudanças do cenário militar.

https://zap.aeiou.pt/exercito-britanico-reduz-tropas-humanas-390159

 

Fim do bloqueio à vista - Navio encalhado no Suez começou a flutuar e já se ouvem os motores !

A Autoridade do Canal do Suez revelou que o porta-contentores Ever Given começou a flutuar depois de ter estado totalmente encalhado desde a passada terça-feira, bloqueando o tráfego naval.


Segundo o portal de vigilância marítima Vessel Finder, citado pela TSF, o navio que bloqueou o Canal de Suez já não está encalhado e reiniciou os motores.

“A posição do navio foi reorientada 80% na direção certa“, anunciou a Autoridade do Canal do Suez. “A popa moveu-se para 102 metros da costa”, quando até agora estava a apenas quatro metros. O processo para o navio voltar a flutuar começou “com sucesso”.

Durante a madrugada desta segunda-feira, 12 rebocadores contaram com a ajuda das marés vivas e conseguiram colocar o navio numa posição quase paralela às margens. Assim, a proa do porta-contentores já não está presa numa das margens e está agora mais perto de ficar na posição paralela à margem do canal, permitindo a navegação.

“O Ever Given desencalhou parcialmente no Canal de Suez, faltando confirmação oficial da autoridade do Canal”, escreveu a Leth Agencies, uma das operadoras daquela travessia marítima, durante a madrugada.

Também a Inchcape Shipping, empresa de “logística e serviços marítimos”, confirmou a mesma informação, adiantando que a manobra de sucesso para desencalhar o navio terá ocorrido pelas 4h30 (3h30 em Lisboa).

O Ever Given está a bloquear o Canal de Suez, no Egito, há quase uma semana. O porta-contentores ficou preso na diagonal de uma secção sul do canal na manhã de terça-feira passada, interrompendo o tráfego de navios na rota mais curta que liga a Europa e a Ásia.

Sendo um dos maiores porta-contentores do mundo, o Ever Given tem 400 metros de comprimento, 59 metros de largura e pesa 224 mil toneladas. Ficou encalhado com 20 mil contentores e 220 mil toneladas de mercadorias a bordo, entre as quais chá, móveis, 130 mil ovelhas e petróleo iraniano para a Síria.

Pelo menos 369 navios ficaram parados no Canal do Suez devido ao bloqueio. Os grandes atrasos causados pelo incidente nas entregas de petróleo e outros produtos fizeram com que o preço do petróleo começasse.

Durante o fim de semana, “o leme e as hélices foram libertados”, anunciou a empresa de serviços marítimos Gulf Agency Company (GAC), sediada no Dubai e que opera no canal. Contudo, a proa continuava afundada na margem do canal.

Apesar de, inicialmente se ter adiantado que os ventos fortes, combinados com uma tempestade de areia, foram os fatores principais na explicação do incidente, o chefe da Autoridade do Canal de Suez, almirante Osama Rabie, sublinhou que as condições meteorológicas não serão a única razão. “Outros erros, humanos ou técnicos, poderão ter entrado em jogo”, afirmou.

Porto na Jordânia prepara-se para congestionamento

O porto de Aqaba, na Jordânia, está a preparar um plano de contingência para a chegada dos muitos barcos que poderão passar por aquele porto do Mar Vermelho assim que o canal do Suez reabrir.

Segundo a agência espanhola EFE, a Comissão Marítima da Jordânia informou este domingo que aumentou o nível de alerta em Aqaba para enfrentar o previsível congestionamento de barcos.

A medida foi tomada para “garantir a segurança marítima no caso de o navio que está a bloquear atualmente o canal do Suez volte a flutuar”, afirmou o diretor-geral daquele órgão, Mohammad Salman. “Elaborámos um plano integral em cooperação com os sócios dos setores público e privado para gerir gradualmente os barcos que cheguem depois da abertura do canal do Suez”.

Atualmente há pelo menos 13 embarcações com mercadorias, gado e materiais químicos que têm Aqaba como destino final, mas que estão presas desde terça-feira.

Aqaba é o único porto da Jordânia e é o principal no norte do Mar Vermelho, depois do porto do Suez, no Egito, que fica na entrada do canal agora bloqueado.

https://zap.aeiou.pt/fim-do-bloqueio-a-vista-navio-encalhado-no-suez-390833

 

Anna Ivanovna, a maquiavélica Imperatriz que mergulhou a Rússia na “era das trevas” !

Ficou conhecida como “Ivanna, a Terrível” pelos seus modos e atitudes grotescas. Enquanto Imperatriz, Anna Ivanovna torturou e prendeu todos aqueles que se opuseram às suas ordens ao longo dos 10 anos de poder absoluto.


Mesmo tendo nascido princesa, Anna Ivanovna não teve uma vida digna de um conto de fadas. O seu pai, o czar Ivan V, era emocionalmente ausente. Já a sua mãe era infeliz e severa e, como se não bastasse, Anna, era ridicularizada pela sua aparência, sendo muitas vezes chamada de “presunto de Vestefália”.

No entanto, em 1710, tudo levava a querer que a vida de Anna estava prestes a mudar para melhor. A jovem casou-se com o duque da Letónia, mas a felicidade durou pouco tempo, pois o seu marido morreu logo após o casamento, deixando-a sozinha.

No decorrer de vários acontecimentos improváveis, Anna Ivanovna acabou por se tornar Imperatriz da Rússia. Contudo, subiu ao trono amargurada, solitária e vingativa.

O seu reinado de 10 anos foi classificado como uma “era negra” na história da Rússia.

“Ivanna, a terrível”

Anna Ivanovna nasceu em 1693, filha de Ivan V, que, embora fosse um czar, não tinha nenhum poder efetivo.

Incapacitado e denominado de “Ivan, o Ignorante”, o czar só desempenhava funções cerimoniais pois o poder real estava nas mãos do seu meio-irmão mais novo, Pedro I, mais conhecido como Pedro, o Grande.

Contudo, Anna também tem poucas memórias do seu pai. O czar morreu quando esta tinha apenas três anos, o que consolidou o domínio de poder de Pedro I.

Segundo o Ati, este acontecimento também pode ter apurado a personalidade de Anna, já que enquanto crescia a jovem era considerada má, obstinada e sombria, o que lhe valeu o apelido de “Ivanna, a Terrível”.

Apesar da sua personalidade, o seu tio conseguiu arranjar casamento com Frederick William, o duque de Courland, onde atualmente se localiza a Letónia, em 1710. Anna ficou emocionada e feliz com o enlace. Os noivos tiveram direito a uma festa elaborada e luxuosa.

Contudo, ainda com 17 anos, Anna Ivanovna ficou viúva.

Após a morte repentina do seu marido, Anna Ivanovna, tornou-se governante da Letónia em 1711. Durante 20 anos, a Imperatriz governou o país estrangeiro com desânimo.

Infeliz, Anna escreveu mais de 300 cartas para a família, pedindo que lhe encontrassem um novo marido, mas os seus apelos não foram ouvidos. Embora nunca mais se casasse, acabou por se tornar Imperatriz da Rússia.

A sua ascensão ao trono surgiu através de uma questão de sucessão. O neto de Pedro, o Grande, Pedro II, morreu sem herdeiros, o que fez com que Anna Ivanovna se torna-se numa das candidatas ao trono.

Anna assumiu o poder em 1730, demitiu o conselho, e aqueles que se opuseram à sua liderança foram mortos ou exilados na Sibéria.

Assim, Anna Ivanovna tornou-se a única governante do Império Russo.

Um palácio de gelo para torturar um homem

Ivanna, a Terrível, tornou-se ainda mais amarga e vingativa com o passar dos anos. No poder, focou as suas atenções no príncipe Mikhail Alekseevich Golitsyn.

O nobre pertencia a uma das famílias que tinham influenciado o antigo Conselho Privado Supremo da Rússia – órgão que Anna Ivanovna tinha extinto. O facto do príncipe estar feliz e apaixonado pela sua nova esposa também estava a incomodar a Imperatriz.

Por isso, decidiu punir Golitsyn, mesmo depois da sua esposa morrer, fazendo com que este se tornasse bobo da corte imperial. Em 1739, Anna foi ainda mais longe, casando Golitsyn com uma mulher muito mais velha chamada Avdotya Ivanovna – a noiva foi descrita como tão feia que “até os sacerdotes tinham medo dela”.

Todavia, o passo seguinte veio garantir o legado de Anna Ivanovna como uma governante particularmente fria: a construção de um palácio de gelo.

O palácio, construído com blocos de gelo, tinha 24 metros de comprimento, 6 metros de largura e 9 metros de altura. Possuía uma escadaria elaborada, tinha um quarto com uma cama feita de gelo – incluindo almofadas de gelo – uma casa de banho de gelo e uma estátua esculpida de um elefante.

Anna ordenou que o novo casal desfilasse em frente ao palácio vestidos de palhaços dentro de uma gaiola amarrada às costas de um elefante. Em seguida, estes foram obrigados a passar a noite no quarto de gelo nus.

Anna Ivanovna assegurou-lhes que, desde que fizessem sexo a noite toda, poderiam ter a possibilidade de sobreviver. No entanto, estes acabaram por morrer.

Morte lenta e dolorosa

O reinado de Anna é, para muitos, sinónimo de uma “era das trevas” na história da Rússia. Para a ajudar nas suas práticas cruéis, a Imperatriz teve a ajuda de um amante igualmente maquiavélico e poderoso.

Ernst Johann von Biron era um duque da Letónia e tornou-se grande camareiro da Rússia quando Ivanna, a Terrível, assumiu o trono em 1730.

Até à morte da Imperatriz em 1740, momento em que foi destituído do poder e condenado à morte, Biron causou mais de 1.000 execuções.

Após a construção do palácio de gelo, Anna Ivanovna morreu. Durante o seu reinado, que Ivanna, a Terrível, foi acusada de humilhar pessoas com deficiência, lançar impostos paralisantes sobre a classe baixa e supervisionar uma guerra com a Turquia que fez milhares de mortos.

Ao que se sabe, a Imperatriz teve uma morte lenta e dolorosa devido a uma doença renal. Anna não deixou herdeiros e tentou, sem sucesso, colocar o seu sobrinho-neto, Ivan VII, no poder antes de morrer.

Mas foi Elizabeth Petrovna quem assumiu o seu lugar. Ao contrário de Anna, Elizabeth era popular e amada pelo povo.

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